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Curso De Ginástica Localizada 2019 Professor Rubens Dias História da Ginástica A palavra ginástica vem do grego gymnastiké e significa” a arte ou ato de exercitar o corpo, para fortificá-lo e dar-lhe agilidade” (FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda, Novo Dicionário da Língua Portuguesa, 1ª. Edição, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira, 1975). Na Idade Antiga, o termo ginástica englobava toda a Educação Física, ou seja, todas as modalidades desportivas praticadas na época. Como tantos outros aspectos da cultura moderna ocidental, suas origens estão localizadas na antiguidade grega, onde foram criados os Jogos Olímpicos entre as provas helênicas, no período de 776 A.C. a 394 D.C. Foram os gregos os primeiros a praticar a ginástica como atividade esportiva e não apenas como treinamento militar. Os atletas gregos eram admirados como heróis, tidos como superiores e serviam de exemplo para a juventude. Os gregos davam tamanha importância à cultura física que o local onde se realizavam as competições, ou seja, o ginásio, era o edifício mais imponente da comunidade. ”Sem sentir, a nação grega elevou o esporte ao nível da religião, formando ambas a arte helênica”. Já os romanos, herdeiros da cultura helênica, não cultivaram as atividades desportivas tão intensamente quanto os gregos, pois estavam mais voltados para a guerra, desenvolveram, apenas a arte da luta. (ESCOBAR, Otacílio Moura, História Antiga da Educação Física). A competição é uma característica natural do ser humano. Entre os homens, no decorrer da história, desenvolveram-se diferentes tipos de desportos, mas, em nenhuma época, ela surge com a mesma força como na antiga Hélade que organizava os jogos atléticos. As mulheres não participavam dos jogos nem como espectadoras, com exceção de uma sacerdotisa chamada Elea, que ocupava um lugar de honra entre os juízes. Um fato curioso ocorreu, no entanto, quando uma mulher resolveu assistir aos jogos e vestiu-se de homem para ver seu filho na competição. “Ao ver o filho vencedor, não pode resistir à emoção de mãe, e correu para abraçá-lo. Na corrida suas vestes caíram e ela foi descoberta... sua falta foi perdoada, mas para evitar que o fato se repetisse, o Conselho Olímpico determinou que os professores e atletas, daí por diante, comparecessem aos jogos completamente nus”. Supomos que venha daí a origem da palavra “ginástica”, do grego GYMNOS, que significa nu. (ESCOBAR, Otacílio, História Antiga da Educação Física). Os jogos pan-helênicos eram realizados em número de quatro para homenagear os deuses dos santuários. Eram, pois, jogos Istimos, Neméios, Píticos e Olimpicos. Os jogos Olímpicos eram os mais famosos. Realizavam-se em Olímpia, de quatro em quatro anos, em homenagem a Zeus e neles os atletas disputavam seis provas. A Revolução Industrial foi de grande importância para a ginástica passou a servir como preparo do corpo para o trabalho (SOARES, 1994). Inúmeros métodos ginásticos foram sendo desenvolvidos principalmente nos países europeus, os quais influenciaram e até os dias de hoje influenciam a Ginástica mundial e em particular a brasileira. Dentre aqueles que tiveram maior penetração no Brasil destacam-se as escolas alemã, sueca e francesa. Essas questões são amplamente analisadas por autores como Ramos (1982), Marinho (1953, 1956, 1958, 1980) Langlade e Langlade (1970), Castellani Filho (1988), Soares (1994) entre outros, os quais têm estudado os aspectos históricos relacionados à Educação Física e à Ginástica, e contribuído de forma significativa para a compreensão de sua evolução em nível nacional e internacional. Portanto, desde sua origem, a ginástica tem evoluído influenciada pelas diferentes culturas e tendo sofrido transformações ao longo do tempo. Há várias manifestações da mesma, atendendo a interesses diversos. Não é raro considerar-se que esses objetivos possam ser alcançados apenas pela prática contínua da ginástica ou outra atividade física, sem se levar em conta outros fatores contribuintes para a concretização dos mesmos. Atualmente, a ginástica de academia tem atraído vários adeptos, impulsionados pela mídia que, além de divulgar os métodos que estão na “moda”, através de propagandas, programas e noticiários, veicula, de acordo com os interesses do mercado, padrões de corpo a serem buscados (GOYAZ, 2006). Evolução da Ginástica Em 1930 no Rio de Janeiro surgi a primeira academia de ginástica do Brasil, comandada pela professora estrangeira Gretch Hillefeld. Kenneth H. Cooper foi o autor do livro Aerobics, que deu origem a ginástica aeróbica praticada tanto nas academias quanto competitivamente, pela Federação Internacional de Ginástica. Profissional médico, escreveu o livro em 1968, publicado inicialmente nos Estados Unidos e voltado para as melhorias físicas das forças armadas nacionais Nos anos 60, o Dr. Kenneth Cooper desenvolve um teste para avaliação cardiovascular, inserindo assim a ginástica aeróbica e mostrando ao mundo os benefícios do treinamento aeróbico na melhoria da capacidade cardiovascular. Nos anos 70, mulheres invadem as academias em busca de uma nova modalidade, a dança aeróbica. Jane Fonda é a estrela do momento, com a ginástica aeróbica, através de vídeo, que promete a perda de 500 calorias por hora e Lígia Azevedo, no Rio de Janeiro, implanta a modalidade acrescentando a ela saltitos “high Impact”. A aeróbica vira febre e induz às competições de duplas e trios. Em Brasília podemos citar o grande Professor e Mestre Hélio Tabosa de Moraes. Precursor da Ginástica Localizada Brasileira em Brasília; ministra a modalidade desde a segunda metade da década de 70; estruturou uma das primeiras academias do Distrito Federal; criou uma visão holística de treinamento ao adicionar elementos da Capoeira e de danças culturais, desenvolvendo não somente a resistência muscular localizada, como também a coordenação motora, o ritmo, o equilíbrio e a lateralidade e a consciência corporal. Nos anos 80 o culto ao corpo ganha vulto jamais alcançado: as práticas físicas passam a ser mais regulares e cotidianas, é notória a proliferação das academias de ginástica em todos os centros urbanos. Chega a hora dos espaços de uma Academia, anteriormente pequenos, serem ampliados pela cobrança da mídia e a gama de atividades a eles incorporados. São necessárias reformas ou replanejamentos com salas maiores em número e tamanho e banheiros mais amplos e melhores. Importamos daí em diante uma série de outras aparelhagens, como bicicleta ergométrica, bem como outras modalidades (step, spinning, https://pt.wikipedia.org/wiki/Autor https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_aer%C3%B3bica https://pt.wikipedia.org/wiki/Gin%C3%A1stica_aer%C3%B3bica https://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Gin%C3%A1stica https://pt.wikipedia.org/wiki/Federa%C3%A7%C3%A3o_Internacional_de_Gin%C3%A1stica https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9dico street dance e etc...). Ratificando a necessidade do aumento dos espaços. 23 anos da Academia Tabosa (Boca / Tabosa / Dalmo) CULTO AO CORPO Delimitamos, pois, dois conceitos diferentes de academia: antes dos anos 70 e a partir deles. Hoje o espaço físico, as modalidades, o atendimento, o entretenimento, o profissionalismo, o ambiente demonstrando saúde e a integração social são partes inerentes a um projeto de Academia de Ginástica. Princípios Fisiológicos do treinamento Individualidade biológica Adaptação Sobrecarga Continuidade Interdependência volume x intensidade Especificidade Reversibilidade Os conhecimentos da fisiologia do exercício que fundamentam o planejamento das atividades de academias são imprescindíveis. A Fisiologia do Exercício, que aborda o funcionamento dos diversos sistemas fisiológicos durante diferentes tipos de atividades físicas e os princípios fisiológicos do treinamento, é extremamenteimportante para planejamento e condução de uma aula adequada, são eles: princípio da sobrecarga, princípio da individualidade biológica, princípio da especificidade e princípio da reversibilidade (McARDLE et al., 2007). Antes de dar sequência nos princípios fisiológicos, é de fundamental importância o entendimento do conceito carga dentro do treinamento esportivo. A carga é um conjunto de estímulos utilizados no treinamento esportivo suficientes para provocar alterações e adaptações no organismo do atleta, e/ ou aluno (WEINECK, 1999). Segundo este autor, a Carga é composta por diversos componentes: intensidade, duração, frequência, volume e densidade. Qualquer variação nestes componentes caracteriza variação no treinamento, passando a ser um novo estimulo. Individualidade biológica: fornece a informação de que até mesmo em relação ao treinamento físico, as pessoas são diferentes (McARDLE et al., 2007). Caso duas pessoas tenham o mesmo programa de treinamento, os mesmos hábitos de vida, mesma dieta alimentar, elas poderão ter diferentes respostas ao programa de treinamento físico realizado. Sendo assim, o mesmo programa realizado pelo indivíduo A, pode não ter o mesmo resultado no indivíduo B. Adaptação: alterações dos órgãos e sistemas funcionais, que aparecem em decorrência das atividades psicofísicas e esportivas (WEINECK, 1991). Atividade física deve ser referente a estimulo diferente ou fora dos seus hábitos para que aja mudança, causando assim a adaptação. Estímulo → Resposta → Adaptação Sobrecarga: é necessário que haja um estímulo de treinamento acima do usual para que o aluno tenha alterações corporais que determinada atividade física pode fornecer (McARDLE et al., 2007). Considerando as atividades, as quais fornecem a possibilidade do ganho de massa muscular, que resulta no aumento de força, só será adquirida caso o programa de treinamento configure numa sobrecarga ao qual o aluno não esteja adaptado, sendo assim, será possível o ganho dos benefícios que esta atividade física nos fornece. Por outro lado, isso não ocorre de forma contínua, existe um limite entre presença de sobrecarga e ganhos fisiológicos resultantes da aplicação da sobrecarga, ou seja, tomando como base o exemplo anterior, não é contínuo o aumento de massa muscular proveniente da presença da sobrecarga. Caso isso fosse verdadeiro, as pessoas que praticam treinamento de força com o intuito de ganho de massa muscular verificariam um constante aumento no peso corporal ao longo dos anos (FLECK e KRAEMER, 1999). Continuidade: Para o desenvolvimento das capacidades físicas é necessária persistência no treinamento por um período. Interdependência volume x intensidade: Este princípio está intimamente ligado ao da sobrecarga, pois o aumento das cargas de trabalho é um dos fatores que melhora a performance. Este aumento ocorrerá por conta do volume e devido à intensidade. Em uma atividade de ginástica localizada, podemos trabalhar com mais intensidade, aumentando a carga peso e diminuindo o número de repetições volume do exercício. Também em uma atividade de ginástica localizada, podemos trabalhar com mais volume, aumentando o número de repetições e diminuindo a carga intensidade. Especificidade: Segundo Weineck (1999), este princípio defende que estímulos específicos promovem adaptações especificas em sistemas específicos. Só melhoramos as características atléticas que treinamos. Reversibilidade: qualquer ganho obtido com o treinamento será perdido caso esse treinamento seja cessado (McARDLE et al., 2007). Algumas pessoas podem pensar que uma vez ocorrido o ganho de força com atividades de musculação, caso ela interrompa este treinamento, ela sempre manterá os níveis de força atingidos. Através do princípio da reversibilidade sabemos que isto não é verdade, ou seja, caso a sobrecarga contida no treinamento físico não seja suficiente para manter as adaptações conseguidas com o treinamento, a pessoa perderá gradativamente as adaptações adquiridas. No caso do exemplo citado, o nível de força atual regressará gradativamente para os níveis iniciais. Estrutura da aula de Ginástica Localizada Para o Professor ter controle e domínio de sua aula, ele precisa estar pronto antes, para que saiba todos os pontos e partes do treino, estando preparado para adaptações e imprevistos. Planejamento de aula: Divisão Muscular Materiais utilizados Musicalidade Estimulo de aula força/resistência/cardio Alongamentos Aquecimentos Sequência de exercícios Série, repetições, métodos e cadência de cada exercício Recomendações: Use músicas empolgantes de acordo com o seu público Ex: se a turma tem mais idosos faça ritmos de músicas anos 70/80/90. Reconheça o bpm musical do Mix que você está usando, para que consiga encaixar as repetições no ritmo da música. Tenha coerência quando a montagem do treinamento, pratique suas aulas antes de passar para seus alunos, avalie a dinâmica da aula para saber se todos os participantes terão condições de executar os movimentos que serão passados, caso não seja um movimento adequado para todos, esteja preparado para movimentos opcionais tornando sua aula mais acessível a todos. Exercícios mais usados na Ginástica Localizada MEMBROS INFERIORES MEMBROS SUPERIORES ABDÔMEN 1. Agachamento 2. Agachamento Sumô 3. Agachamento com Salto 4. Agachamento Isométrico 5. Elevação do Quadril 6. Afundo 7. Afundo Pliometria 8. Afundo isométrico 9. Passada de Afundo Trás 10. Stiff 11. Panturrilha unilateral 12. Panturrilha Bilateral em pé ou agachado 13. Glúteo 4 apoios 14. Abdução Lateral 15. Adução Lateral 16. Flexão de joelho em pé (posterior) 1. Flexão de Braços 2. Supino Reto 3. Prancha Tríceps Uni. 4. Tríceps Francês 5. Bíceps Martelo 6. Bíceps pegada supinada 7. Desenvolvimento 8. Elevação Frontal 9. Remada unilateral (serrote) 10. Abdução de braços inclinada ou curvada (crucifixo inverso) 11. Pullover deitado 12. Supino Fechado 13. Tríceps testa 14. Tríceps Coice 15. Remada 4 apoios ou 6 apoios 16. Crucifixo halteres (adução de braços) 1. Abdominal Supra Completo 2. Abdominal Supra Curto 3. Abdominal Supra Pé alto 4. Abdominal Infra Sentado 5. Abdominal infra estendido 6. Abdominal Bike 7. Abdominal Lateral em pé 8. Abdominal Lateral Perna Cruzada 9. Abdominal Remador 10. Abdominal Infra/supra Encolhe e estende 11. Abdominal Prancha encolhe 12. Abdominal Prancha 13. Abdominal Prancha lateral 14. Abdominal Sentado Anilha 15. Abdominal Prancha pliometria 16. Abdominal infra passada alternada