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1 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Apresentação ................................................................................................................................ 3 
Aula 1: Fase postulatória ............................................................................................................... 4 
Introdução ........................................................................................................................4 
Conteúdo ................................................................................................................................ 5 
Dissídio individual e dissídio coletivo .........................................................................5 
A fase postulatória do processo ....................................................................................... 5 
Espécies ............................................................................................................................... 5 
Registros das reclamações ............................................................................................... 6 
Requisitos ............................................................................................................................ 6 
Valor da causa .................................................................................................................... 7 
Custas do processo ............................................................................................................ 7 
O pedido .........................................................................................................................8 
Outras definições de petição inicial ............................................................................9 
Audiência ........................................................................................................................... 10 
Audiência de conciliação ...........................................................................................11 
Depoimento das partes ..............................................................................................12 
Sentença ............................................................................................................................ 13 
Limites e elementos da sentença ................................................................................... 14 
Ata de audiência e coisa julgada ................................................................................... 14 
Prática dos tribunais ......................................................................................................... 15 
Referências .......................................................................................................................... 15 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 15 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 19 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 19 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 19 
Aula 2: Comparecimento das partes ........................................................................................... 21 
Introdução ......................................................................................................................21 
Conteúdo .............................................................................................................................. 22 
Audiência contínua .....................................................................................................22 
Presença das partes à audiência ................................................................................... 22 
Do não comparecimento das partes e suas consequências ..................................... 23 
O jus postulandi ............................................................................................................... 24 
Atividade proposta ......................................................................................................25 
2 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Referências .......................................................................................................................... 25 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 25 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 29 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 29 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 29 
Aula 3: Conceito de provas .......................................................................................................... 31 
Introdução ......................................................................................................................31 
Provas no Processo do Trabalho .............................................................................32 
Fatos e normas ................................................................................................................. 32 
Ônus da prova ................................................................................................................... 32 
Princípio da persuasão racional do juiz e fatos ......................................................35 
Depoimento pessoal ...................................................................................................36 
Confissão ........................................................................................................................... 36 
Prova documental .......................................................................................................37 
Referências .......................................................................................................................... 38 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 38 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 41 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 41 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 41 
Aula 4: Provas em espécie ........................................................................................................... 43 
Introdução ......................................................................................................................43 
Conteúdo .............................................................................................................................. 44 
Prova testemunhal ............................................................................................................ 44 
Quem é a testemunha e quem não pode ser testemunha ....................................44 
Número de testemunhas ............................................................................................45 
Ata de audiência ............................................................................................................... 46 
Compromisso ....................................................................................................................46 
Prova pericial e laudo pericial ...................................................................................47 
Momento da produção da prova pericial .................................................................48 
Sobre a obrigatoriedade da prova pericial, art. 195, § 2º CLT .................................. 49 
Atividade proposta ......................................................................................................50 
Exercícios de fixação ........................................................................................................ 50 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 52 
Aula 4 ..................................................................................................................................... 52 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 52 
Conteudista ................................................................................................................................. 54 
3 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
A disciplina de audiência trabalhista, definida doutrinariamente como um ato 
complexo, abordará os diversos conceitos e procedimentos relativos à 
sequência dos seus atos processuais, que integram a sistemática jurídica, 
visando o deslinde de um conflito travado pelas partes, por meio do processo 
judicial. 
 
No que concerne a disciplina de prova, serão examinados vários meios 
definidos pelo direito como idôneos para convencer o juiz da ocorrência ou não 
de determinados fatos, bem como seus diferentes tipos e procedimentos, 
realizados no bojo do processo para o justo cumprimento da tutela jurisidicional 
por parte do Estado-Juiz, por meio de uma decisão definitiva ou terminativa de 
mérito. 
 
Por fim, será definida a clássica distinção entre conciliação e transação, 
examinando os sujeitos da Relação jurídica processual e às regras a eles 
aplicáveis; bem como o termo de conciliação, a sua irrecorribilidade pelas 
partes e a natureza das parcelas envolvidas no objeto do acordo. 
 
Sendo assim, ao final desta disciplina, com base em seus objetivos: 
1. O aluno deverá ser capaz de identificar os requisitos básicos de petição 
inicial, por via das noções gerais apresentadas; 
2. O aluno deverá ser capaz de identificar os efeitos do comparecimento ou não 
das partes em audiência, e suas consequências; 
3. O aluno deverá ser capaz de diferenciar as espécies de prova, mormente no 
que tange o ônus da prova e o cerceamento de defesa no caso concreto. 
4 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá, Pessoal! Sejam bem- vindos! Hoje é nossa primeira aula e vamos iniciar o 
estudo sobre Audiência Trabalhista com uma abordagem ampla acerca da 
teoria e da pratica concernente ao Instituto apresentando, um conceito para a 
disciplina, assim como seus fundamentos, natureza jurídica e princípios. A 
seguir, trataremos da Fase postulatória e sequência de atos da audiência. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer a fase postulatória: petição inicial, requisitos, custas. Ritos. 
Audiência de conciliação, instrução e julgamento, sequência de atos da 
audiência. Prática dos tribunais. 
5 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Conteúdo 
Dissídio individual e dissídio coletivo 
Dissídio Individual: Em termos de organização judiciária e de competência, 
de um modo geral, o Processo do Trabalho se divide em dissídio individual, 
quando as partes envolvidas no conflito são identificadas pelo empregado e 
empregador. 
 
Dissídio Coletivo: E em dissídio coletivo quando as partes são as entidades 
sindicais ou outras Instituições como Ministério Público do Trabalho. 
 
Neste estudo trataremos do dissídio individual do trabalho, veja a 
seguir. 
 
A fase postulatória do processo 
Vamos iniciar com a petição inicial: a prestação jurisdicional depende de 
provocação do interessado, princípio da inércia, mas o processo se desenvolve 
por impulso oficial. 
 
É o instrumento pelo qual o autor exerce o seu direito ao acesso a justiça. 
 
 
A petição inicial é a peça inaugural do processo, sendo também denominada 
de “peça exordial”, “peça vestibular”, “peça de ingresso”. Na justiça do trabalho 
a denominação jurídica da petição inicial é reclamação trabalhista. 
Princípios: da inércia/dispositivo ou da demanda – artigo 2º (primeira parte), 
do NCPC C/C artigo 319 do NCPC e 769 da CLT. 
 
Espécies 
Espécies (art. 840, §§1º e 2º, CLT) 
A reclamação poderá ser escrita ou verbal: 
 
 
1.Verbal (arts. 786 e 731 CLT) 
2.Escrita (art. 787 CLT) 
6 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Designação do juiz do direito ocorre quando em uma localidade não tem vara 
do trabalho (§1º). 
 
Registros das reclamações 
Para a distribuição, da petição inicial, a CLT estabelece procedimento nos 
seguintes dispositivos legais: (art. 837, CLT), (art. 838 c/c 783 e 788, CLT). 
(art. 783, CLT). As reclamações serão registradas em livro próprio (art. 784, 
CLT , art. 785, CLT). 
 
Todavia, a partir de setembro de 2009, foi implantado o Processo Eletrônico 
(Pje), pelo Conselho Nacional de Justiça. A Justiça do Trabalho aderiu por meio 
de convênio firmado com o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e 
com o Tribunal Superior do Trabalho (TST), os quais firmaram, por sua vez, 
convênios com todos os tribunais regionais do trabalho. Porém, algumas Varas 
do Trabalho ainda estão em processo de implantação do sistema, 
permanecendo com o processo físico. 
 
A reclamação trabalhista poderá ser proposta pelos empregados e 
empregadores pessoalmente (jus postulandi), pelos sindicatos, pelo MPT. (Art. 
839, CLT). 
 
Requisitos 
Requisitos (art. 840 CLT c/c art. 319 do NCPC): devem ser atendidos os 
requisitos da justiça do trabalho e do CPC, pois o CPC tem mais requisitos do 
que os citados no art. 840, tal como a informação acerca da audiência de 
mediação, o que entende-se integralmente aplicável ao processo do trabalho, 
tendo em vista o princípio conciliatório. 
 
Por certo, o art. 840 CLT não prevê a citação do reclamado, pois é automática, 
feita pelo cartório. O juiz tem conhecimento do processo no dia da audiência. 
Também não há o protesto por produção de provas porque as provas serão 
produzidas em audiência. 
7 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Observação, igualmente, o NCPC, ao contrário do Código Adjetivo de 1973, não 
prevê mais o pedido de citação como um dos requisitos da petição inicial, mas 
isso não indica a sua desnecessidade, na medida em que este pedido ainda é 
um requisito que decorre da compreensão dos artigos 246 e seguintes do 
NCPC. 
 
Valor da causa 
E o valor da causa? 
O valor é fundamental para a determinação de alçada: a lei 5.584/70 criou 
novo procedimento, criticado doutrinariamente, mas mantido pelos tribunais, o 
procedimento de alçada. Então o valor da causa vai se relacionar com os ritos: 
 
Rito Sumário: a lei 5.584/70 criou o procedimento de alçada. Nesse rito, só 
cabe recurso por violação à Constituição, e é aplicado se o valor da causa for 
de até dois salários mínimos. A lei permitiu que, se a parte não indicasse o 
valor, o juiz fizesse essa fixação. 
 
Rito Sumaríssimo: lei 9.957/00 (arts. 852-A ao 852-I da CLT). O valor da 
causa é de 40 salários mínimos. Não traz a informação de que o juiz deve dar o 
valor da causa. Portanto, passou a ser necessário. Para alguns doutrinadores, 
atualmente, só existe o rito sumaríssimo e ordinário na seara justrabalhista. 
 
Rito Ordinário – rito inicial da CLT.Custas do processo 
E as custas do processo? 
De acordo com o art. 789, §1º, as custas serão pagas pelo vencido, após o 
trânsito em julgado da decisão. No caso de recurso, as custas serão pagas e 
comprovado o recolhimento dentro do prazo recursal, quando o reclamante 
distribui a reclamação, não paga custas, para não inviabilizar o acesso à justiça. 
 
De acordo com o art. 832, §2º 
8 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
O art. 832, §2º, CLT preceitua que as custas devem sempre ser determinadas 
na sentença, no cômputo de 2% sobre o valor da condenação (art. 789, CLT). 
 
Quem paga as custas processuais? 
 
 
Quem paga as custas processuais? A jurisprudência trabalhista entende 
que, se o empregado ganhar um pedido, o empregador deve pagar as 
custas, pois o art. 789 §1º não trata da procedência parcial, logo o 
fundamento aplicado é a hipossuficiência do empregado. Se a parte que tem 
interesse em recorrer, se reclamante, pelo indeferimento total do pedido ou o 
Reclamado pela procedência em parte, devem pagar as respectivas custas 
processuais, no prazo do recurso. 
 
O pedido 
O Pedido: 
O pedido é o objeto da ação, é um resumo do que o autor pretende receber. É 
o próprio mérito, é o bem da vida deduzido em juízo. Aplica-se o CPC de modo 
supletivo, pela omissão da CLT. 
 
A interpretação dos pedidos é feita restritivamente (art. 293, CPC), mas os 
pedidos podem ser implícitos, sendo deferidos pelo juiz de ofício, como os juros 
legais (art. 293, CPC) e a correção monetária. 
 
O pedido deve ser certo e determinado (art. 286, CPC). 
O pedido pode ser genérico, (art. 286, CPC). 
 
 
 
Classificação dos pedidos: 
1 - Simples ou cumulados: simples é o que contém uma única postulação. 
Cumulado é a cumulação de pedidos numa mesma ação; 
9 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
2 - Principal e acessório: segue-se a mesma regra das obrigações principais e 
acessórias; 
3 - Alternativos: pode ser cumprido de mais de uma forma (Art. 288, CPC); 
4 - Sucessivos: o primeiro pedido é prejudicial em relação ao segundo (Art. 
289, CPC e art. 496, CLT); 
5 - Líquidos e ilíquidos; 
6 - Pedidos cominatórios: refere-se às obrigações de fazer ou de não fazer (art. 
287, CPC). 
 
No procedimento sumaríssimo, o pedido há de ser necessariamente líquido 
(852-B, CLT). Sob pena de extinção sem resolução do mérito (§1º, 852-B,CLT). 
 
Outras definições de petição inicial 
Conheça mais informações sobre a Petição Inicial: 
 
 
A petição inicial apócrifa: 
É tida como inexistente no processo do trabalho. Juiz, verificando a ausência de 
assinatura, deve determinar a intimação da parte para que corrija a inicial, 
no prazo determinado. 
 
Valor da causa: 
Apesar de haver controvérsia a respeito do valor da causa, parte da doutrina 
entende que é obrigatório apenas para as causas sujeitas ao 
procedimento sumaríssimo (art. 852-A e 852-B), nos outros procedimentos, 
se não indicado o valor da causa o juiz deve, de ofício, fixá-lo (p. ex.: 
art. 2º, Lei 5584/70). 
 
Da citação: 
Nomenclatura: a doutrina chama de notificação citatória. Se necessário alterar 
a petição inicial por emenda ou aditamento, deve ser procedido tal ato antes da 
citação (art. 329, inciso I, NCPC c\c art. 769, CLT). No processo trabalhista, a 
10 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
citação é feita pelo Diretor de Secretaria (art. 841, CLT). Citação automática, 
independentemente de requerimento. 
 
Na seara trabalhista, a citação se aperfeiçoa com o comparecimento das partes 
em audiência, oportunidade em que o réu apresentará sua defesa. Por isso, o 
entendimento é que o requerimento do Reclamante para alteração da inicial 
seja deferida pelo magistrado até a hora da audiência, isto é, antes da leitura 
ou entrega da contestação ao advogado do autor, por ausência na Justiça do 
Trabalho de momento específico de saneamento do processo. 
 
De todo modo, a audiência será adiada para que o Réu tenha oportunidade de 
impugnar os novos fatos alegados pelo autor, mas isso se ocorrer modificação 
substancial em sua defesa, a fim de respeitar o princípio da ampla defesa e do 
contraditório, mas sempre resguardando a celeridade e economia processual. 
 
Espécies: 
1. Citação postal (default): art. 841, §1º CLT, art. 774, § único CLT, súmula 
16 TST. Se não ocorrer, a citação será feita por edital. 
2. Citação por edital: art. 841, §1º CLT. 
3. Citação por oficial de justiça: art. 880, §2º CLT: 
a. Para o início da execução; 
b. Fora do alcance do serviço postal: apesar de não prevista em lei, os juízes 
em muitos casos autorizam a citação por oficial de justiça quando encontra-se 
dificuldades na citação postal (quando se observa que criam obstáculos, se for 
difícil de encontrar a pessoa). 
 
Audiência 
Agora falaremos de Audiência de Conciliação, Instrução e Julgamento. 
O que vem a ser Audiência? 
 
Audiência é o ato determinado pelo juiz para conhecer, instruir e julgar 
dissídio individual de sua competência. É um ato concentrador. A audiência 
11 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
de instrução e julgamento pauta pela celeridade processual e oralidade dos 
atos. 
 
No processo do trabalho, as audiências dos órgãos da Justiça do 
Trabalho são públicas e realizadas na sede do juízo ou Tribunal, em dias 
úteis, entre 8 e 18 horas, não podendo ultrapassar 5 horas seguidas, salvo 
matéria urgente. Em casos excepcionais, poderá ser designado outro local para 
as audiências, desde que se faça tal comunicado com antecedência de 24 
horas. 
 
A publicidade dos atos processuais estão assegurados no art. 93, IX, 
ressalvados os casos excepcionais legalmente previstos. Nos moldes do art. 849 
da CLT, a audiência trabalhista é única, mas não impede a sua subdivisão, no 
caso de força maior. 
 
Dessa forma, a audiência trabalhista é um ato complexo do processo, cujo 
objetivo maior é o comparecimento das partes para que se 
reconciliem, mediante concessões mútuas. Mas, não sendo possível a 
conciliação, inicia-se a instrução do processo, com a produção de provas 
documentais e pericias interrogatório das partes e testemunhas. 
 
Audiência de conciliação 
E o que vem a ser audiência de conciliação? 
Audiência de conciliação (art. 846,§§ 1° e 2§, da CLT): É destinada apenas 
à tentativa de conciliação. Impondo ao juiz que promova a tentativa de 
conciliação no início e final da instrução do processo, inclusive em qualquer fase 
processual. O termo lavrado valerá como decisão irrecorrível. (Súmula 
259,TST). 
Vale lembrar que o princípio da conciliação é inerente ao Processo do Trabalho. 
Assim, o juiz deverá proceder à tentativa de conciliação do conflito no 
início e ao final da audiência, sob pena de nulidade dos atos 
praticados em audiência. (art. 831, CLT). 
12 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
E se não houver acordo? 
 
 
Caso não haja acordo, há a apresentação da defesa. 
 
 
Apresentação da defesa (art. 847 CLT) - Não havendo acordo, o reclamado 
terá vinte minutos para aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, 
quando esta não for dispensada por ambas as partes (art. 799,CLT). Na 
contestação compete ao réu alegar, toda a matéria defesa, expondo as razões 
de fato e de direito, com que impugna o pedido do autor e especificando as 
provas que pretende produzir (art. 336, NCPC). 
 
Deve ser assinada por advogado com procuração nos autos. Na contestação, 
deve constar toda a matéria de defesa (princípio da eventualidade ou da 
concentração). Aplica-se no processo do trabalho o art. 341, do NCPC, pois o 
réu manifesta-se precisamente sobre todos os fatos narrados na petição inicial, 
(ônusda impugnação especificada dos fatos ou não admissão da defesa por 
negativa geral), presumindo-se verdadeiros aqueles que não forem 
impugnados, mas esta veracidade dos fatos pode ser afastada por prova em 
sentido contrário existente nos autos (juris tantum). 
 
Depoimento das partes 
O procedimento probatório comporta diversas fases (arts. 846, 847 e 848 da 
CLT). Assim, encerrada a audiência de conciliação, com a apresentação da 
resposta do réu, terá início a instrução, que é a fase destinada à produção da 
prova dos fatos controversos. Não há necessidade do juiz do trabalho fixar os 
pontos controvertidos logo de início, ficando a critério. Portanto, terminada a 
defesa, inicia-se a instrução do processo, podendo o juiz, de ofício, interrogar 
as partes. O interrogatório é uma faculdade do juiz às partes, cabe requerer o 
depoimento pessoal da outra. (art. 880, CLT – art. 385 do NCPC). 
Depoimento de testemunhas (arts. 820/821 CLT), peritos e assistentes 
técnicos, se necessário (art. 848, §2º CLT). 
13 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Alegações finais (art. 85 e 851, ambos da CLT): Terminada a instrução, 
poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) 
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta 
de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Pelo princípio 
da oralidade, não é obrigatório consignar em ata o debate trazido nessa fase 
pelas partes, por se tratar de uma faculdade. 
 
Tentativa final de conciliação (art. 850 CLT): No caso do rito sumaríssimo, 
a proposta conciliatória será realizada na forma do art. 852-E da CLT. 
 
Alegações finais (art. 85 e 851, ambos da CLT): Terminada a instrução, 
poderão as partes aduzir razões finais, em prazo não excedente de 10 (dez) 
minutos para cada uma. Em seguida, o juiz ou presidente renovará a proposta 
de conciliação, e não se realizando esta, será proferida a decisão. Pelo princípio 
da oralidade, não é obrigatório consignar em ata o debate trazido nessa fase 
pelas partes, por se tratar de uma faculdade. 
 
Tentativa final de conciliação (art. 850 CLT): No caso do rito sumaríssimo, 
a proposta conciliatória será realizada na forma do art. 852-E da CLT. 
 
Sentença 
Os atos do juiz consistirão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos 
(art. 203 NCPC). A Sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com 
fundamento nos arts. 485 e 487, ambos do NCPC, põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução. O conceito legal, ora 
exposto, é aplicável subsidiariamente no Processo do Trabalho. 
 
Veja como as sentenças são classificadas, segundo o entendimento trinário: 
 
 
Sentença declaratória 
É aquela que se encerra em uma declaração de existência ou inexistência de 
uma relação jurídica. 
14 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Sentença constitutiva 
Tem como efeito criar, modificar ou extinguir a relação, alterando uma 
determinada situação jurídica. 
 
Sentença condenatória 
Assim, a sentença condenatória impõe ao réu uma condenação de dar, de fazer 
ou de não fazer, conforme o objeto da pretensão. 
 
Limites e elementos da sentença 
Limites da sentença: é defeso ao juiz, ressalvados alguns casos especiais, 
decidir acima, fora ou aquém dos limites da lide, ou seja, do pedido. Daí falar- 
se em proibição de julgamentos ultra petita, extra petita ou citra petita. (arts. 
141 e 140 NCPC c/c 769, CLT). Deve-se observar as exceções legais. 
 
Relatório: 
Sentença sem relatório: nula de pleno direito (832, CLT c/c 489, I, NCPC). O 
procedimento sumaríssimo dispensa o relatório (852-I). 
 
Fundamentação: 
São as razões de decidir do juiz - Art. 93, IX, CRFB/88, e artigo 489, II, NCPC. 
 
 
Dispositivo: 
É a conclusão, ou seja, a parte final da sentença, a qual transita em julgado. 
(art. 489, III, NCPC.). 
 
Intimação da sentença: art. 852, CLT - partes serão intimadas da sentença 
na própria audiência. (art. 841, §1º, CLT.). 
 
Ata de audiência e coisa julgada 
Ata de audiência: deve ser juntada em 48 horas. Se não for observado o 
prazo para juntada, as partes serão novamente intimadas da sentença. 
15 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Súmula 30, TST: INTIMAÇÃO DA SENTENÇA (mantida) - Res. 121/2003, DJ 
19, 20 e 21.11.2003: Quando não juntada a ata ao processo em 48 horas, 
contadas da audiência de julgamento (art. 851, § 2º, da CLT), o prazo para 
recurso será contado da data em que a parte receber a intimação da sentença. 
 
Coisa julgada: a doutrina a define como a qualidade conferida à sentença 
judicial contra a qual não cabem mais recursos, tornando-a imutável e 
indiscutível. O fundamento da coisa julgada reside na segurança nas relações 
jurídicas e pacificação dos conflitos. 
 
Prática dos tribunais 
Prática dos Tribunais: 
1. Audiência inicial (conciliação): se não tiver acordo, junta a defesa, intima as 
partes e marca nova data (fases 1 e 2); 
2. Prosseguimento ou instrução – fases 3 a 6; 
3. Sentença. 
 
 
Tire suas dúvidas no Fórum e participe do debate proposto. 
 
 
Referências 
JUNIOR, José Cairo. Curso de direito processual do trabalho. 8ª ed. Bahia: 
Juspodivm. 
PINTO, José Augusto Rodrigues. Processo de conhecimento. 5. ed. São 
Paulo: Editora LTR. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Considere as assertivas abaixo a respeito do termo lavrado na audiência de 
conciliação. 
I. É decisão irrecorrível, salvo para a Previdência Social. 
16 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
II. Deverá sempre indicar a natureza jurídica das parcelas, inclusive o limite de 
responsabilidade de cada parte pelo recolhimento da contribuição 
previdenciária, se for o caso. 
III. Passa a ser título executivo judicial. 
É correto o que se afirma em: 
a) I, II e III 
b) I, apenas 
c) III, apenas 
d) II, apenas 
e) I e II, apenas 
 
 
Questão 2 
Hércules após quatro anos de contrato de trabalho com a empresa Alfa Beta 
Engenharia foi dispensado sem receber saldo salarial e verbas da rescisão. 
Ajuizou reclamação trabalhista, sendo designada audiência UNA (conciliação, 
instrução e julgamento) após dois meses da distribuição da ação. Ocorre que 
Hércules sofreu acidente na véspera da audiência, ficando hospitalizado e, 
portanto, impossibilitado de se locomover até a Vara do Trabalho. Com base 
nas normas previstas em lei trabalhista, nessa situação: 
a) O advogado de Hércules fará toda a sua assistência em audiência, 
inclusive com poderes para depor pelo reclamante e realizar demais atos 
processuais. 
b) O reclamante Hércules poderá fazer-se representar na audiência por 
outro empregado que pertença a mesma profissão ou pelo Sindicato 
Profissional. 
c) O processo será arquivado ante a ausência do reclamante, que poderá 
ajuizar novamente a demanda quando estiver em condições plenas de 
saúde. 
d) A lei processual trabalhista não prevê a hipótese de substituição de 
empregado reclamante ausente, razão pela qual fica a critério do Juiz 
adiar a audiência ou arquivar o processo. 
17 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
e) A esposa, companheira ou algum parente até o terceiro grau poderão 
representar o trabalhador ausente com amplos poderes para inclusive 
prestar depoimento pelo reclamante. 
 
Questão 3 
Sobre audiência Trabalhista marque a resposta incorreta, à luz da legislação e 
da jurisprudência em vigor: 
a) As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas e 
realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente 
fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 
(cinco) horas seguidas, salvo quando houvermatéria urgente. 
b) O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo mandar 
retirar do recinto os assistentes que a perturbarem. 
c) Presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de 
sua postagem. O seu não recebimento ou a entrega após o decurso 
desse prazo constitui ônus da prova do destinatário. 
d) Existe previsão legal tolerando atraso no horário de comparecimento da 
parte à audiência. 
e) O prazo para recurso da parte que, intimada, não comparecer à 
audiência em prosseguimento para a prolação da sentença conta-se de 
sua publicação. 
 
Questão 4 
Em relação a petição inicial trabalhistas, é correto afirmar: 
a) O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos 
arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades capazes de 
dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no prazo de 
15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que 
deve ser corrigido ou completado. 
b) Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, 
desde que conste do pedido inicial ou na condenação. 
18 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
c) A decisão não homologada judicialmente - em que o empregado dá 
plena e ampla quitação, sem qualquer ressalva, alcança não só o objeto 
da inicial, como também todas as demais parcelas referentes ao extinto 
contrato de trabalho, violando a coisa julgada, a propositura de nova 
reclamação trabalhista. 
d) Considera-se inepta a petição inicial quando da narração dos fatos 
decorrer logicamente a conclusão. 
e) A reclamação trabalhista apresentada pessoalmente pelo empregado não 
precisa ser redigida a termo pelo escrivão ou chefe de Secretaria. 
 
Questão 5 
Maria ajuizou reclamação trabalhista em face da empresa DEDE. João, 
proprietário da empresa, cientificado da respectiva reclamação, contratou 
advogado na véspera da data designada para a realização da audiência, em 
que será obedecido o procedimento ordinário. O advogado advertiu João de 
que teria que apresentar defesa oral em razão da proximidade da contratação. 
Neste caso, de acordo com a CLT, o advogado: 
a) Não poderá apresentar defesa oral em razão do procedimento ordinário 
da respectiva reclamação trabalhista. 
b) Poderá apresentar defesa oral e terá o prazo de 20 minutos para aduzir 
sua defesa. 
c) Poderá apresentar defesa oral e terá o prazo de 10 minutos para aduzir 
sua defesa. 
d) Não poderá apresentar defesa oral por expressa disposição legal, 
independentemente do procedimento adotado pela ação reclamatória. 
e) Poderá apresentar defesa oral e terá o prazo de 30 minutos para aduzir 
sua defesa. 
19 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: O Art. 831, parágrafo único da CLT dispõe que a decisão será 
proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliação. E, no caso 
de conciliação, o termo que for lavrado valerá como decisão irrecorrível, salvo 
para a Previdência Social quanto às contribuições que lhe forem devidas. A 
Justiça do Trabalho passou a ter competência para executar contribuições 
previdenciárias decorrentes das sentenças que proferir (art. 195, I, a, e II - 
Emenda Constitucional n. 20/98, art. 114, inciso VIII da CRFB\88 pela EC n. 
45/2004), motivo pelo qual se tornou necessário definir no termo de acordo a 
natureza das parcelas envolvidas, como salarial ou indenizatória, bem como a 
responsabilidade das partes pelos recolhimentos das parcelas que integram o 
salário contribuição, devendo ser intimada a União. (arts 832, §§ 3° ao 7°, da 
CLT), que valerá como título executivo judicial. (art. 876, parágrafo único) 
 
Questão 2 - B 
Justificativa: Preceitua o art. 843, § 2°,da CLT que na audiência deverão estar 
presentes o reclamante e o reclamado, independentemente do comparecimento 
de seus representantes, salvo nos casos de litisconsórcio ativo, denominada de 
reclamações plúrimas ou ações de cumprimento cujo objeto é o cumprimento 
de sentença normativa, quando os trabalhadores poderão ser representados 
pelo Sindicato de sua categoria profissional . No caso de doença ou qualquer 
outro motivo poderoso, devidamente comprovado, não for possível ao 
empregado comparecer pessoalmente, poderá fazer-se representar por outro 
empregado que pertença à mesma profissão, ou pelo seu sindicato. 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Com fulcro na Súmula 197 do TST inexiste previsão em lei 
autorizando as partes a comparecem além do horário marcado para a 
20 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
audiência, a legislação trabalhista cuidou da questão ao determinar que o não 
comparecimento do reclamante à audiência importa o arquivamento da 
reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa revelia, além de 
confissão quanto à matéria de fato.E, se ocorrer motivo relevante, poderá o 
presidente suspender o julgamento, designando nova audiência.(art. 844, 
parágrafo único, da CLT). 
 
Questão 4 - A 
Justificativa: A pergunta retrata o texto literal contido na Súmula 263 do TST. Vale 
mencionar que a petição inicial trabalhista deve preencher os requesitos do 
art.319 e 320 do CPC/2015, por força do art. 769, da CLT, pela informalidade 
preceituada no art. 840 da CLT sobre a matéria e, em especial, a existência de 
omissão normativa a cerca do tema na legislação trabalhista. O art. 330 trata de 
indeferimento da inicial. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir 
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por 
ambas as partes (art. 847, da, CLT). 
21 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá, Pessoal! Sejam bem- vindos! Hoje é nossa segunda aula e vamos iniciar o 
estudo sobre Audiência Trabalhista com uma abordagem ampla acerca da 
teoria e da prática concernente ao Instituto apresentando, um conceito para a 
disciplina, assim como seus fundamentos, natureza jurídica e princípios. A 
seguir, trataremos das partes na Audiência Trabalhista. 
 
Objetivo: 
1. Conhecer as partes na audiência: comparecimento das partes, 
arquivamento, revelia, confissão, representação do empregado e do 
empregador. 
22 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Conteúdo 
Audiência contínua 
Ainda sobre o Dissídio Individual, você verá nesta aula aspectos gerais e 
especiais da Audiência, além de informações sobre presença das 
partes. 
 
Audiência Contínua (art. 849 da CLT): A audiência deve ser contínua, mas 
se não for possível concluir a audiência por motivo de força maior, marca-se 
para a primeira data possível, independentemente de notificação, pois as partes 
são intimadas na própria audiência para a data seguinte. Hoje, o fracionamento 
é realizado em função do grande volume de processos. 
 
Presença das partes à audiência 
Comparecimento obrigatório das partes (art. 843 da CLT): regra geral. A CLT, 
no entanto, permite a representação das partes: 
 
Representação do empregador (art. 843, § 1º, da CLT e Súmula 377 
do TST): de acordo com a lei, o empregador pode indicar preposto que tenha 
conhecimento do fato, mas, se o preposto fizer alguma declaração indevida, a 
responsabilidade será do empregador. Ou seja, o preposto não pode 
comparecer à audiência e dizer que não sabe nada. Se não tiver conhecimento 
dos fatos, isso é uma confissão ficta, presumida dos fatos declarados pela outra 
parte. O preposto não presta compromisso com o juízo para dizer a verdade. O 
representante do empregador pode prestar depoimento no seu nome, quer 
dizer, a representação é ampla. Segundo a súmula doTST, o preposto deve ser 
empregado da empresa. 
 
As partes são qualificadas nos moldes das informações dadas pelo reclamante 
(em conjunto com os documentos fornecidos e que se referem ao caso, como 
CTPS, recibo de salário, TRCT, extrato do FGTS e outros). 
23 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Em relação à Reclamada: 
• LITISCONSÓRCIO PASSIVO – grupos de empresas, empreitada, 
terceirização (Súmula 331 do TST), subempreitada (art. 455 da CLT); 
• SÓCIOS – fase de conhecimento: exceção (art. 2º da CLT); fase de 
execução: desconsideração da personalidade jurídica (art. 50 do CC e 
art. 28 do CDC); 
• MASSA FALIDA – deve indicar nome e endereço do administrador 
judicial. Mencionar a razão social da empresa, precedida de MASSA 
FALIDA DE.... (Lei 11.101/2005 – artigo 75, V, do NCPC); 
• RECLAMADO FALECIDO – o nome deve preceder de ESPÓLIO DE... 
 
 
Representação do empregado (art. 843, §2º, da CLT e art. 844, § 
único, da CLT): aquele que representa o empregado não presta depoimento. 
O mais comum é tentar ter a audiência tirada de pauta antes de iniciá-la. 
Trata-se de modalidade de representação limitada, destinada, tão somente, a 
evitar a penalidade resultante da ausência injustificada. 
 
Do não comparecimento das partes e suas consequências 
Conheça as consequências para as partes que não comparecerem em 
audiências. 
 
Reclamante: arquivamento (art. 844 e 732 da CLT e súmula 268 do TST). A 
natureza do arquivamento é de extinção do processo sem julgamento do 
mérito. O empregado pode entrar novamente com a reclamação, mas o 
reclamante será penalizado caso falte a duas reclamações sem justificar- 
se, só podendo entrar novamente com a reclamação seis meses depois. 
 
Reclamado: revelia e confissão quanto à matéria de fato (art. 844 da CLT e 
Súmula 122 do TST). Parte da doutrina entende que, estando presente o 
advogado da parte, não se considera o reclamado revel, pois o animus 
de se defender está presente. O TST não entende assim, conforme a súmula 
122. 
24 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Art. 861 – É facultado ao empregador fazer-se representar na 
audiência pelo gerente, ou por qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do dissídio, e por cujas declarações será sempre responsável. 
 
Súmula nº 377 do TST PREPOSTO. EXIGÊNCIA DA CONDIÇÃO DE 
EMPREGADO (nova redação): Res. 146/2008, DJ 28.04.2008, 02 e 05.05.2008 
– Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou 
pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do 
reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei 
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. 
 
Obs.: se foi adiado o prosseguimento e a audiência marcada para nova data, 
incorre a confissão de qualquer das partes que faltarem – súmulas 9 e 74 do 
TST. Não é porque houve confissão que será julgado improcedente o pedido. 
 
O jus postulandi 
O jus postulandi – previsão: art. 791 da CLT (facultativo). Pela CLT, 
no processo trabalhista, a parte detém os jus postulandi para facilitar o 
acesso ao poder judiciário. Os honorários advocatícios somente são devidos 
quando o trabalhador recebe salário inferior a duas vezes o salário mínimo e 
está assessorado pelo órgão sindical. 
 
Controvérsia – acerca do art. 133 da CF/88: o advogado é indispensável à 
administração da justiça, nos limites da lei, ou seja, o texto constitucional 
admitiu a restrição da regra pelas normas infraconstitucionais. Entretanto, 
vários autores entendiam que o art. 791 da CLT havia sido revogado. 
 
Interpretação do TST – Súmula 425: não se limitou à interpretação literal 
da CLT. O TST considerou que deveria haver uma atenuação do art. 791 da 
CLT, porque a parte não consegue realizar alguns atos sozinha. O jus 
postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação 
25 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de 
competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
 
Observação: honorários advocatícios de sucumbência – súmulas 219 do TST 
(nova redação dada pela resolução 174 do TST) e 329 do TST: honorários de 
sucumbência, em regra, não são devidos. As exceções estão na Súmula 
219 do TST: se a parte estiver sendo representada por sindicato e for 
hipossuficiente; em ação rescisória, quando o ente sindical figura como 
substituto processual; e se as lides não derivarem da relação de emprego. 
 
Assistência judiciária: Art. 14 da Lei 5.584/70. Como não há previsão de 
defensoria, quem presta assistência é o sindicato de classe. 
 
Atividade proposta 
O Banco Alfa S/A não enviou preposto para a audiência designada logo após a 
distribuição da reclamação, embora estivesse presente o seu advogado, com 
procuração. Informe o seu entendimento sobre a situação do reclamado, em 
relação à matéria fática. 
 
Referências 
JUNIOR, José Cairo. Curso de Direito Processual do Trabalho. Bahia: 
Juspodivm, 2015. 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de Direito Processual do Trabalho. 
São Paulo: Saraiva, 2015. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito Processual do Trabalho. São Paulo: Atlas, 
2015. 
TEIXEIRA FILHO, Manoel Antônio. Curso de Direito Processual do 
Trabalho. Vol. I e II. São Paulo: LTr, 2009. 
 
 
 
 
 
26 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
 
Em se tratando de dissídio individual, a norma processual trabalhista prevê, como 
regra, a realização de audiência UNA, ou seja, em um determinado ato 
processual, será realizada a tentativa de conciliação, a instrução processual e o 
julgamento. Nesse sentido: 
 
a) Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, sendo ouvidas as 
testemunhas, os peritos e os técnicos (se houverem) e, em seguida, será 
efetuado o interrogatório dos litigantes. 
b) Caso o reclamante não compareça à audiência inaugural, mesmo presente 
seu advogado, a sessão deverá necessariamente ser adiada. 
c) É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer 
outro preposto que tenha conhecimento do fato, mas cujas declarações 
não obrigarão o proponente. 
d) Aberta a audiência, o Juiz proporá a conciliação, sendo que, se não houver 
acordo, o reclamado poderá apresentar defesa oral no tempo máximo de 
10 (dez) minutos. 
e) Deverão estar presentes o reclamante e o reclamado na audiência de 
julgamento, independentemente do comparecimento de seus 
representantes. 
 
Questão 2 
Considere: 
I. O reclamante juntou documento com a petição inicial, cuja assinatura foi 
impugnada pelo reclamado na contestação. 
II. O reclamado alega ter terminado o contrato de trabalho e o reclamante 
sustenta a continuidade de sua vigência. 
III. O reclamante pleiteia horas extras que o reclamado alega não serem 
devidas em razão do exercício de cargo de direção. 
Em tais situações, o ônus da prova é do: 
a) Reclamado. 
b) Reclamante, reclamado e reclamante, respectivamente. 
c) Reclamado, reclamante e reclamado, respectivamente. 
27 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
d) Reclamante, reclamado e reclamado, respectivamente. 
 
e) Reclamante. 
 
 
Questão 3 
Assinale a alternativa INCORRETA. 
a) Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro 
ou pequeno empresário, o preposto deve ser necessariamente 
empregado do reclamado. 
b) Na audiência, é facultado ao empregador fazer-se substituir pelo 
gerente, ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e 
cujas declarações obrigarão o preponente. 
c) Na audiência inicial, não havendo acordo, o reclamadoterá vinte minutos 
para aduzir sua defesa. 
d) A reclamação trabalhista do menor de 16 anos será feita por seus 
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do 
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público Estadual ou curador 
nomeado em juízo. 
e) No procedimento sumaríssimo, não se fará a citação por edital, 
incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do 
reclamado. 
 
Questão 4 
Dina, empregada da empresa X, foi dispensada sem justa causa. Com a 
rescisão de seu contrato de trabalho, na semana seguinte, ajuizou reclamação 
trabalhista em face de sua ex-empregadora. Na data da audiência UNA, Dina 
não compareceu por ter se confundido com o horário marcado e, sendo assim, 
processo foi arquivado. No dia seguinte, seu advogado ajuizou nova reclamação 
trabalhista. Neste caso, esta nova reclamação trabalhista. 
a) Será extinta com resolução do mérito, uma vez que Dina deveria 
aguardar o prazo de seis meses para ajuizamento de nova reclamação. 
b) Será extinta sem resolução do mérito, uma vez que Dina deveria 
aguardar o prazo de seis meses para ajuizamento de nova reclamação. 
c) Não precisará aguardar nenhum prazo para ajuizar nova ação. 
28 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
d) Será extinta sem resolução do mérito, uma vez que, em razão de 
entendimento. Sumulado pelo Tribunal Superior do Trabalho, Dina 
deveria aguardar pelo menos cinco dias para o ajuizamento de nova 
reclamação. 
e) Não precisará aguardar nenhum prazo para ajuizar nova ação.terminada 
a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, sendo ouvidas as 
testemunhas, os peritos e os técnicos, se houver, e após será efetuado o 
interrogatório dos litigantes. 
 
Questão 5 
Conforme legislação específica, sobre as audiências trabalhistas, o 
comparecimento das partes e as consequências de suas ausências, é 
INCORRETO afirmar: 
a) As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas como 
regra, sendo que o juiz manterá a ordem nas audiências, podendo 
mandar retirar do recinto os assistentes que as perturbarem. 
b) Nas audiências trabalhistas, é facultado ao empregador fazer-se 
substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto que tenha 
conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. 
c) Se por doença ou qualquer outro motivo, devidamente comprovado, não 
for possível ao empregado comparecer pessoalmente na audiência, 
poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à mesma 
profissão ou pelo seu sindicato. 
d) O não comparecimento do reclamado à primeira audiência designada 
como UNA, importa em revelia, além de confissão quanto à matéria de 
fato. 
e) O não comparecimento do reclamante à primeira audiência designada 
como UNA, importa na confissão quanto à matéria fática, não ocorrendo 
o arquivamento da ação. 
30 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
 
Questão 1 - E 
Justificativa: Dispõe o artigo 844 da CLT que o não comparecimento do 
reclamante à audiência importa em arquivamento da reclamação, e o não 
comparecimento do reclamado importa em revelia, além de confissão quanto à 
matéria de fato. Assim, a jurisprudência do TST estabeleceu em sua Súmula 212 
que é revel a empresa que deixa de enviar seu representante ou preposto à 
audiência, mesmo estando presente seu advogado, devidamente constituído. 
Dessa forma, não se trata apenas da ausência de defesa, mas pela ausência do 
representante legal. Pois, a OAB veda a atuação simultânea do advogado, na 
qualidade de patrono e de preposto da empresa, no mesmo processo (Lei nº 
8.906/94, Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB, artigo 3º, 
Código de Ética e Disciplina da OAB, artigo 23). 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: O legislador trabalhista estabeleceu, com fulcro no art. 818 da CLT, 
que “a prova das alegações incumbe à parte que as fizer”, adotando a teoria 
dinâmica da prova. De acordo com essa teoria, o ônus da prova será 
estabelecido diante do caso concreto, repassando tal encargo para a parte com 
condições possíveis de suportá-lo, sob a ótica da celeridade, economia e eficácia. 
Portanto, na seara trabalhista, a relação não se estabelece entre o ônus da 
prova e a posição da parte na relação processual, ou com a natureza do fato 
afirmado, como constitutivo, impeditivo, modificativo ou extintivo, conforme 
preceitua o art. 333 do CPC. Este diploma legal adotou a teoria estática da 
prova, ao determinar o plano de quem tem o dever do ônus da prova, afirmando 
que cabe ao autor a prova do fato constitutivo e, ao réu, a dos fatos 
impeditivo, modificativo e extintivos do direito do autor, independentemente da 
análise do caso concreto. 
 
31 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Questão 3 - D 
Justificativa: Consoante o art. 793 da CLT, a reclamação trabalhista do menor 
de 16 anos ou pessoa destituída de capacidade será feita por seus 
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do 
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público Estadual ou curador nomeado 
em juízo. 
 
Questão 4 - C 
Justificativa: Segundo a CLT, no caso, não haverá necessidade de aguardar 
prazo para o ajuizamento de uma nova Reclamação trabalhista. Ademais, não 
se trata de apresentação de contestação, pois esta deve ser apresentada no ato 
da primeira audiência, e tampouco de perempção, já que não se trata da 
hipótese dos artigos 731 e 732 da CLT. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: Conforme o art. 844, parágrafo único, da CLT, o não 
comparecimento do reclamante à audiência importa em arquivamento da 
reclamação, e o não comparecimento do reclamado importa em revelia, além 
de confissão quanto à matéria de fato. Ocorrendo, entretanto, motivo 
relevante, poderá o presidente suspender o julgamento, designando nova 
audiência. 
32 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá, Pessoal! Sejam bem-vindos! Hoje é nossa terceira aula e vamos iniciar 
nossos estudos sobre produção de provas no Processo do Trabalho. 
 
Objetivo: 
1. Identificar os meios de provas admitidas no Processo do Trabalho. 
33 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Conteúdo 
Provas no Processo do Trabalho 
O que é prova? 
É o meio pelo qual as partes buscam fixar a convicção do juízo acerca dos fatos 
e fundamentos do processo. 
 
O que será objeto de prova no Processo do Trabalho? 
Serão objetos de prova fatos e normas. 
 
 
Fatos e normas 
Dos fatos: com relação aos fatos, aplica-se o art. 374, NCPC, c/c art. 769, 
CLT. Em resumo, serão objeto de prova os fatos controvertidos. 
 
Das normas: o art. 376, NCPC, é aplicável ao Processo do Trabalho. Somado a 
isso, deverão ser juntados aos autos as convenções e acordos coletivos e as 
sentenças “normativas” (art. 872, § único, CLT). Se houver pedido no processo 
originado de convenções e acordos coletivos, é necessária a juntada desses. 
Embora o artigo 872, § único, da CLT refira-se, apenas, à sentença normativa, 
a jurisprudência entende que a regra deve ser aplicada também aos acordos e 
convenções. 
 
Ônus da prova 
Sobre o ônus da prova no Processo do Trabalho (art. 818, CLT, c/c art. 373, 
NCPC), a CLT estabelece no art. 818 que, em regra, quem alegou deve provar. 
 
Assim sendo, entende a corrente majoritária que o artigo 818 da CLT deve ser 
aplicado “em conjunto” com a lógica do art. 373 do NCPC. Dessa forma, caberá 
ao autor provar o fato constitutivo do direito. E, ao réu, cabe a prova do fato 
impeditivo, modificativo ou extintivo do direito. 
34 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
A doutrina entende que o art. 818 da CLT é insuficiente para oProcesso do 
Trabalho, pois há situações nas quais ambas as partes fazem alegações. 
Identificar de quem seria o encargo da produção de prova é impossível. 
 
Por sua vez, a corrente minoritária entende que se deve inverter o ônus da 
prova na esfera trabalhista conforme art. 6º do CDC. Entende essa corrente 
que o empregador é detentor das provas documentais do contrato, logo tem o 
ônus de provar. 
 
Caso a parte não se desincumba de seu ônus, o juiz admitirá como verdadeiros 
os fatos (artigo 373, §1º, do NCPC). 
 
Os tribunais têm invertido o ônus da prova na esfera trabalhista em casos 
específicos. Isso porque, na verdade, a desigualdade entre as partes pode ser 
atenuada levando-se em consideração o princípio da boa-fé, do devido 
processo legal e da confiança, aliados a teoria da carga dinâmica do ônus 
probatório, insculpido nos parágrafos do artigo 373 do NCPC. 
 
Tendo em vista que a produção de prova também se relaciona com algumas 
presunções do direito material, destacam-se as seguintes súmulas acerca do 
tema: 6, VIII; 212, 16, 43, 74 e 338 - todas do TST). 
 
O exposto ocorreria, inclusive, com fundamento no princípio da aptidão para 
a prova, segundo o qual o encargo de produzir a prova deve ser atribuído a 
quem tem os meios para fazê-lo, independentemente de se tratar de fato 
constitutivo, modificativo, impeditivo ou extintivo do direito da parte. 
 
A jurisprudência trabalhista vêm mitigando a rigidez das normas acima citadas, 
passando a admitir a inversão do ônus da prova (súmula 338, TST). 
 
Prova do término da relação de emprego: compete ao empregador (súmula 
212, TST) – princípio da continuidade da relação de emprego. 
35 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
Ônus de prova horas extras: é do empregado – excepcionada a hipótese da 
súmula 338, I, II, III, TST. 
 
Ônus da prova atinente à equiparação salarial: é do empregador o ônus da 
prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparação salarial 
(súmula 6, TST). 
 
No que concerne à inversão do ônus da prova, vale mencionarmos a inversão 
judicial do ônus da prova prevista no artigo 6º, VIII, da Lei 8.078/1990, que 
autoriza o juiz inverter o ônus da prova em favor do consumidor, com base em 
sua verossímil alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras 
ordinárias de experiências. 
 
Esse critério concedido por lei ao juiz consiste em facilitar o direito do 
hipossuficiente, uma vez que transfere para a parte contrária o ônus da prova 
que inicialmente caberia ao autor. Apesar de ainda haver celeumas em torno da 
questão, de um modo geral, os juslaboralistas consideram compatível o referido 
dispositivo legal com as regras que regulam o Processo do Trabalho, haja vista 
a omissão da CLT no trato da matéria. 
 
Nesse diapasão, merece destaque a lição de Cândido Rangel Dinamarco1 a 
respeito da matéria, a saber: “inversão judicial do ônus da prova é a alteração 
do disposto em regras legais responsáveis pela distribuição deste, por decisão 
do juiz no momento de proferir a sentença de mérito”. 
 
Provas em espécie: 
 Art. 818 - CLT; 
 Art. 819 - CLT; 
 Art. 821 - CLT; 
 
 
1 DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de direito processual civil. Volume III. São 
Paulo: Malheiros, 2001, p. 79. 
36 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 Art. 823 - CLT; 
 Art. 824 - CLT; 
 Art. 829 - CLT; 
 Art. 373, I,II - CPC; 
 Art. 447, §§ 4º e 5º - NCPC; 
 Art. 6º - CDC. 
 
 
Meios de provas (todas em direito permitidas): 
 Documental; 
 Depoimento pessoal; 
 Testemunhal; 
 Pericial; 
 Inspeção judicial. 
Informante: valoração da informação pelo juiz, em relação ao conjunto, com 
caráter probatório (art. 447, §§ 4º e 5º - NCPC). 
 
Princípio da persuasão racional do juiz e fatos 
Princípio da persuasão racional do juiz: o juiz tem liberdade nas 
constatações quanto aos elementos da prova. O juiz decide com base nas 
provas ou apenas pelo seu convencimento. 
 
Deve motivar a decisão do juiz, a fim de dar conhecimento às partes e à 
sociedade das razões as quais o levaram a tomar tal decisão, sob pena de 
nulidade do ato processual (art. 93, IX, CRFB/88). 
 
Fato negativo: no caso de negativa geral, tradicionalmente, não havia 
necessidade de fazer provar. Atualmente, deve ser provado, pois, na verdade, 
há um fato positivo inverso. 
A doutrina aponta para a prova diabólica, que é aquela impossível ou muito 
difícil de ser demonstrada pela parte, principalmente em relação ao empregado, 
mormente quando se trata de fato negativo indeterminado. 
37 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
A jurisprudência predominante, por meio da súmula 254 do TST, traz um dos 
diversos exemplos de fatos que ocorrem no dia a dia das relações de trabalho: 
a tentativa de entrega da certidão de nascimento de filho por parte do 
empregado quando o empregador se recusa a recebê-la. Considera-se, pela 
doutrina, fato negativo indeterminado que dificulta o trabalhador de demonstrar 
o seu direito em juízo, isto é, o de lograr êxito em seu pleito referente ao 
pagamento de salário família, pela dificuldade de demonstrar a veracidade de 
suas alegações (pela sua hipossuficiência de produzir as provas necessárias). 
 
Exemplo: se a empresa alega que o empregado não fez horas extras porque 
cumpriu o horário legal, deve fazer prova de tal alegação. 
 
Fatos incontroversos: há estabilidade e equilíbrio da litiscontestação, razão 
pela qual não precisa ser provado. 
 
Depoimento pessoal 
Depoimento pessoal: previsto nos artigos 848, CLT, c/c art. 820, CLT, o 
depoimento pessoal é prestado pelas partes em audiência. 
 
Alguns autores entendem que ouvir o depoimento das partes é prerrogativa do 
juiz. Na prática, essa divergência foi ultrapassada, pois tanto o juiz ouve 
depoimento da parte de ofício quanto a requerimento de qualquer das partes. 
O depoimento é prestado com a finalidade de tentar extrair a confissão das 
partes. 
 
Confissão 
É aquela em que a parte declara efetivamente o que está sendo indagado. É a 
mãe de todas as provas. Prevalecerá pelo que será declarado pelas 
testemunhas. Pode ser confissão do preposto. 
 
Ocorre em razão do silêncio da parte, por não responder ou por não 
comparecer à audiência. O preposto deve ter conhecimento do fato segundo a 
38 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
CLT, senão não pode ser preposto. Se ele não sabe as respostas para as 
perguntas que lhe são feitas, presumem-se verdadeiros os fatos alegados pela 
outra parte (súmula 74, TST). 
 
A súmula 74 teve sua redação ampliada para esclarecer os efeitos dessa 
confissão. Em caso de fracionamento de audiência, se na “audiência de 
instrução” alguma das partes não aparecer, está caracterizada a confissão ficta. 
 
O juiz julgará os pedidos de acordo com o princípio da unidade. Assim, a 
despeito da confissão ficta, podem existir no processo elementos que indiquem 
o contrário da confissão feita. 
 
Imagine-se, à guisa de exemplo, empregado que peça indenização por doença 
laboral: a empresa é confessa. Quando o juiz vai julgar, depara-se com laudo 
demonstrando que a doença era pré-existente. 
 
A confissão, assim, deverá ser apreciada em conjunto com a prova pré- 
constituída. 
 
Prova documental 
Conheça os tipos de prova documental: 
 
 
Noção 
Corresponde aos registros físicos dos fatos do processo. Pode ser 
contracheque, cartão de ponto, fotografia, etc. 
Juntada 
Art. 787, CLT, c/c 845, CLT: o momento é com a petição inicial. Quanto à 
documentação do reclamado, a doutrina entende que deve ser juntada com a 
defesa. 
 
Juntada posterior 
39 AUDIÊNCIA TRABALHISTAArt. 397, CPC: trata da juntada posterior quando acontecem fatos novos (serve 
para documentos ou fatos). Na esfera trabalhista, pode ocorrer, por exemplo, 
para provar o nascimento de um bebê delimitando o período da estabilidade. 
 
Forma 
Art. 830, CLT (alterado em 2009): o documento em cópia oferecido para prova 
poderá ser declarado autêntico pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal. Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a 
produziu será intimada para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o 
original, cabendo ao serventuário competente proceder à conferência e 
certificar a conformidade entre esses documentos. 
 
Referências 
LEITE, Carlos Henrique Bezerra. Curso de direito processual do trabalho. 
15ª ed. São Paulo: SARAIVA, 2015. 
MARTINS, Sérgio Pinto. Direito processual do trabalho. São Paulo: Atlas, 
2015. 
MOURA, Marcelo. CLT comentada. 3ª ed. 2013. 
PINTO, José Augusto Rodrigues. Curso de direito individual do trabalho: 
noções fundamentais de direito do trabalho, sujeitos e institutos do 
direito individual. 5ª ed. São Paulo: LTR, 2003. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Conforme previsão legal e jurisprudência sumulada do TST, em relação às 
audiências trabalhistas é correto afirmar: 
a) A ausência do reclamante, quando adiada a instrução após contestada a 
ação em audiência, importa arquivamento do processo. 
b) Exceto quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro 
ou pequeno empresário, o preposto em audiência deve ser 
necessariamente empregado do reclamado. 
c) Não se aplica a confissão à parte que, expressamente intimada com 
aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento, na 
qual deveria depor desde que esteja presente o seu advogado. 
d) Aberta a audiência, o reclamado terá vinte minutos para aduzir sua 
defesa oral ou apresentá-la por escrito e, em seguida, o juiz proporá a 
conciliação. 
e) Terminada a defesa, seguir-se-á a instrução do processo, devendo o juiz, 
ex officio, interrogar os litigantes, sob pena de nulidade; sendo que, 
findo o interrogatório, não poderão os litigantes retirar-se, até o término 
da instrução com a oitiva de testemunhas. 
 
Questão 2 
A empresa Deuses do Olimpo Produções S/A foi citada para responder 
reclamatória trabalhista que tramita pelo procedimento ordinário e comparecer 
à audiência UNA (conciliação, instrução e julgamento), designada trinta dias 
após a sua notificação. Entretanto, o representante legal da empresa 
reclamada, por mero esquecimento, não compareceu à audiência designada. E 
o reclamante compareceu à audiência sem a presença de seu advogado. O 
advogado da reclamada, presente em audiência, pretendeu apresentar defesa 
oral. Nessa situação, com fundamento na lei e em jurisprudência sumulada do 
Tribunal Superior do Trabalho (TST), o juiz deverá: 
a) Arquivar a reclamatória diante da ausência de uma das partes e do 
advogado do reclamante, tendo em vista que esse não pode atuar 
pessoalmente na Justiça do Trabalho. 
41 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
b) Adiar a audiência para outra data, possibilitando o comparecimento do 
advogado do reclamante e do representante legal da reclamada. 
c) Permitir ao patrono da empresa a apresentação de defesa oral e adiar a 
audiência para que o advogado do reclamante tome ciência da defesa e 
apresente réplica nos autos. 
d) Aplicar à revelia e consequente confissão quanto à matéria de fato à 
reclamada ausente, não permitindo que seu advogado apresente defesa 
oral, diante do motivo da ausência não ser relevante e prosseguir com o 
processo sem adiar a audiência. 
e) Autorizar que o patrono da reclamada apresente defesa por escrito, em 
15 dias, diretamente no protocolo da Secretaria da Vara e adiar a 
audiência para nova data. 
 
Questão 3 
No que tange aos dissídios individuais, assinale a opção correta. 
 
a) A notificação é realizada em registro postal com franquia. Se o reclamado 
criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, deverá ser 
realizada notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar 
expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da junta ou juízo. 
b) Na audiência de julgamento, deverão estar presentes o reclamante e o 
reclamado, necessariamente acompanhados de seus advogados. Nos casos 
de reclamatórias plúrimas ou ações de cumprimento, os empregados 
podem ser representados pelo sindicato de sua categoria. 
c) A reclamação trabalhista pode ser ajuizada apenas pelo empregado. 
d) A reclamação trabalhista não pode ser apresentada por intermédio das 
procuradorias da justiça do trabalho. 
e) A notificação será sempre realizada por meio de mandado. 
 
 
Questão 4 
Conforme a jurisprudência pacífica do TST sobre ônus da prova, é CORRETO 
afirmar: 
a) O ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negado o 
42 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
despedimento, é do empregado. 
b) A não apresentação injustificada dos controles de frequência pelo 
empregador que tem mais de dez empregados gera presunção absoluta 
de veracidade da jornada alegada na inicial. 
c) A presunção de veracidade da jornada de trabalho, salvo se prevista em 
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. 
d) Os controles de jornada com horários invariáveis são imprestáveis como 
meio de prova, devendo, porém, o empregado alegar a nulidade dos 
mesmos, sob pena de serem os mesmos considerados válidos. 
e) A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista 
em instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. 
 
 
 
Aula 3 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: Conforme artigo 843,§ 1º, CLT, e súmula nº 377, TST, exceto 
quanto à reclamação de empregado doméstico, ou contra micro ou pequeno 
empresário, o preposto deve ser necessariamente empregado do reclamado. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: O artigo 844 da CLT preceitua que o não comparecimento do 
reclamante à audiência importa o arquivamento da reclamação, e o não 
comparecimento do reclamado importa revelia, além de confissão quanto à 
matéria de fato. E, o art. 319, CPC, dispõe que se o réu não contestar a ação, 
reputar-se-ão verdadeiros os fatos afirmados pelo autor. Assim, a 
jurisprudência do TST estabeleceu em sua súmula 212 que é revel a empresa 
que deixa de enviar seu representante ou preposto à audiência, mesmo 
estando presente seu advogado devidamente constituído. Dessa forma, não se 
trata apenas da ausência de defesa, mas pela ausência do representante legal. 
Pois, a OAB veda a atuação simultânea do advogado, na qualidade de patrono e 
de preposto da empresa, no mesmo processo (Lei nº 8.906/1994, Regulamento 
43 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
Geral do Estatuto da Advocacia e da OAB; artigo 3º, Código de Ética e Disciplina 
da OAB, artigo 23). 
 
Questão 3 - A 
 
Justificativa: O artigo 841, §1º, CLT, regulamenta a citação inicial no Processo do 
Trabalho, que é nomeada de notificação citatória, pois com a notificação do 
reclamado que se constitui a relação jurídica processual. Como regra, é feita em 
registro postal, por meio do Correio, visando o legislador trabalhista a celeridade e 
a economia processual. A súmula 16 do TST estabelece que se presume recebida 
a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não 
recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do 
destinatário. A notificação é realizada pelo Diretor de Secretaria, sem prévio 
despacho do juiz (art. 841 da CLT). A modalidade de notificação citatóriapor meio 
de edital, está prevista no art. 256 do CPC/2015 c\c art. 769, CLT, sendo indevida 
a sua aplicação no procedimento sumaríssimo (art. 852-B, II, da CLT). 
 
Questão 4 - E 
Justificativa: A questão tem como fundamento a súmula 338, item I, do TST, a 
qual determina ser ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) 
empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. 
A não apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção 
relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova 
em contrário. 
44 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
 
 
Introdução 
Olá, Pessoal! Sejam bem-vindos! Hoje é nossa quarta aula e vamos iniciar 
nossos estudos de prova testemunhal e pericial. 
 
Objetivo: 
1. Apresentar as noções de prova testemunhal, a condição para ser 
testemunha bem como a substituição de testemunha no processo do 
Trabalho. Além, do estudo da prova técnica pericial, a sua colocação na 
instrução, os prazos legais e a aplicação subsidiária do CPC sobre a 
matéria no Processo do Trabalho. 
45 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Conteúdo 
Prova testemunhal 
A prova testemunhal é a mais importante e a mais utilizada no Processo 
do Trabalho, até por força do princípio da primazia da realidade. Contudo, a 
doutrina afirma se tratar de meio de prova mais inseguro, tendo em vista a 
subjetividade dos relatos das testemunhas, cabendo ao juiz à valoração e 
autenticidade dos depoimentos, os quais constituem elementos para a 
formação de sua convicção, nos moldes do art. 371 do NCPC. 
 
Quem é a testemunha e quem não pode ser testemunha 
Quem é a testemunha? 
 
 
Será o terceiro neutro que presenciou o fato. Testemunha presta compromisso, 
e responde por falso testemunho (artigos 378 c/c 405 do NCPC e artigo 342 do 
CP), as partes não. Porém, essas tem o dever de participar do processo com 
ética e princípios morais (artigo 77 do NCPC). 
 
Quem não pode ser testemunha? 
 
 
Parente até o terceiro grau civil, amigo íntimo ou inimigo de qualquer das 
partes - art. 829, CLT, e 447 §§ 1º e 2º, CPC, c/c art. 1591 a 1595, CCB. Os 
incapazes, impedidos ou suspeitos não prestarão compromisso, serão 
considerados informantes (art. 228, CCB). A testemunha serve para auxiliar o 
poder judiciário, portanto, presta um serviço fundamental ao Estado-Juiz na 
busca da verdade real. Empregado que tem em curso processo contra a 
empresa: não torna suspeita a testemunha (súmula 357 do TST). Os juízes não 
admitem, considerada a prática como troca de favores, se A prestar 
depoimento para B e B prestar depoimento para A. Para configurar ainda mais 
a suspeição, a jurisprudência aponta para a hipótese da existência de processo 
no qual testemunha e reclamante sejam patrocinadas por um único advogado. 
46 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Número de testemunhas 
Sobre o número de testemunhas, no art. 821, CLT menciona-se: no rito 
ordinário, cada parte não pode indicar mais de três testemunhas ou, no 
caso de inquérito para justa causa, máximo de seis. E no art. 852-H, CLT, 
tem-se o seguinte: no rito sumaríssimo, a lei prevê duas testemunhas para 
cada parte. 
 
Em relação aos litisconsortes, pelo princípio da razoabilidade, é possível haver 
uma mitigação do número de testemunhas, quando os interesses forem 
conflituosos. 
 
Ademais, o magistrado é o destinatário da prova, e pelo princípio inquisitivo 
poderá determinar a intimação de pessoas mencionadas no momento da 
instrução pelas partes ou pelas testemunhas, cuja oitiva seja essencial para o 
deslinde da controversa, na qualidade de “testemunhas do Juízo”, conforme art. 
461, I, do NCPC c/c art. 769, CLT. 
 
De acordo com a ausência legal (art. 822, CLT): aquele que comparece 
para depor não pode sofrer qualquer desconto no salário pelo período 
que está à disposição. Na ressalva que a vara fornece há o horário da 
audiência. 
 
Procedimento independente de notificação: art. 825, caput e parágrafo 
único, CLT, e art. 852-H, § 3º e 4º, CLT (rito sumaríssimo). Não é necessária 
notificação ou intimação para comparecimento da testemunha à audiência. 
Mas, se a testemunha não comparecer espontaneamente, quando 
convidada pela parte interessada, será intimada de ofício pelo juiz ou a 
requerimento da parte, mas essa terá que provar que a convidou, sob o risco 
de perda da prova. 
 
Contudo, reiterada a ausência da testemunha, essa poderá ser conduzida 
coercitivamente e sujeita ao pagamento de multa (art. 730, CLT). 
47 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
Os dispositivos acima são normas restritivas de direito, assim, em relação ao 
rito ordinário ou sumário, há julgados afastando essa comprovação, sendo 
aceitável apenas a simples afirmação, em Juízo, de tal providência pela parte. 
Mas, pelo princípio da celeridade, alguns magistrados exigem tal prova, antes 
da intimação da testemunha, sob pena de preclusão da produção da prova. 
 
Peculiaridades: no Processo do Trabalho cabe a substituição de testemunhas, 
mesmo que arroladas previamente, sem as formalidades do artigo 451 do 
NCPC: trata-se da substituição de testemunhas após o término do prazo de 
cinco dias para apresentação do rol. Pois, no Processo do Trabalho não há 
obrigatoriedade de apresentação do rol (arts. 825 e 845, CLT). 
 
Ata de audiência 
No que diz respeito à ata de audiência, no procedimento sumaríssimo os 
depoimentos das testemunhas serão registrados resumidamente (art. 
852-F, CLT). Já no procedimento ordinário serão resumidos pelo juiz e 
deduzidos a termo (art. 828, CLT). E no sumário é dispensado o resumo 
dos depoimentos, constando apenas a conclusão do juiz quanto a 
matéria de fato (art. 2º, § 3º, Lei 5.584/1970). 
 
O depoimento de uma testemunha não pode ser ouvido pelas demais que irão 
depor no processo (art. 824, CLT). Assim, como não consta uma exigência na 
CLT de observância da ordem de depoimento, aplica-se subsidiariamente o art. 
456 do NCPC c/c art. 769 da CLT. 
 
Art. 456. O juiz inquirirá as testemunhas separada e sucessivamente, primeiro 
as do autor e depois as do réu, e providenciará para que uma não ouça o 
depoimento das outras. 
 
Compromisso 
Antes de a testemunha prestar depoimento, deve ser qualificada, por meio de 
seus documentos pessoais, e, tão logo, prestar o compromisso legal de dizer a 
48 AUDIÊNCIA TRABALHISTA 
 
 
 
verdade sobre o que lhe for perguntado. Caso não observe tais preceitos, 
poderá, incorrendo em falso testemunho, ficar submetida ao comando das leis 
(art. 828, CLT, e art. 457, § 1º, NCPC). 
 
Contradita: instrumento utilizado pela parte para impugnar o depoimento da 
testemunha. Cria incidente no processo, pois a parte que apresentou a 
impugnação terá a oportunidade de produzir prova; e poderá a testemunha, 
antes de sua oitiva: 
 
Reconhecer a contradita e ser ouvida apenas como depoente ou substituída 
por decisão do juiz; 
 
Negar a contradita e haverá a oportunidade de provar a contradita. 
 
 
Prova pericial e laudo pericial 
A prova pericial será realizada sempre que houver necessidade de um 
conhecimento técnico ou científico no processo. O Juiz será assistido pelo perito 
(art. 156, NCPC). Consiste a prova pericial em exames, avaliação ou vistoria, 
cujo laudo com as considerações do expert serão submetidos ao juiz para 
análise dos fatos. Em regra, é produzida antes da prova testemunhal – art. 848, 
§ 2º, CLT. 
 
 
Sobre o laudo pericial o magistrado não está adstrito aos limites conclusivos 
contido no laudo, pois poderá fazer uso de outros meios de provas admissíveis 
em direito, para formar o seu convencimento

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