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Prévia do material em texto

Juliana Mesquita Hidalgo Ferreira
André Ferrer P. Martins
História e Filosofi a da Ciência
A crítica à indução
Autores
aula
10
D I S C I P L I N A
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida
sem a autorização expressa da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN)
Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da publicação na Fonte. Biblioteca Central Zila Mamede – UFRN
Coordenadora da Produção dos Materiais
Vera Lucia do Amaral
Coordenadora de Revisão
Giovana Paiva de Oliveira
Coordenador de Edição
Ary Sergio Braga Olinisky
Projeto Gráfi co
Ivana Lima
Revisores de Estrutura e Linguagem
Eugenio Tavares Borges
Janio Gustavo Barbosa
Jeremias Alves de Araújo
José Correia Torres Neto
Luciane Almeida Mascarenhas de Andrade
Thalyta Mabel Nobre Barbosa
Revisora das Normas da ABNT
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Revisores de Língua Portuguesa
Cristinara Ferreira dos Santos
Emanuelle Pereira de Lima Diniz
Janaina Tomaz Capistrano
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Margareth Pereira Dias
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Carolina Costa
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Leonardo Feitoza
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Elizabeth da Silva Ferreira
Ivana Lima
José Antonio Bezerra Junior
Mariana Araújo de Brito
Priscilla Xavier
Adaptação para Módulo Matemático
Joacy Guilherme de A. F. Filho
Governo Federal
Presidente da República
Luiz Inácio Lula da Silva
Ministro da Educação
Fernando Haddad
Secretário de Educação a Distância
Carlos Eduardo Bielschowsky
Reitor
José Ivonildo do Rêgo
Vice-Reitora
Ângela Maria Paiva Cruz
Secretária de Educação a Distância
Vera Lucia do Amaral
Secretaria de Educação a Distância (SEDIS)
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
1
2
3
4
1
Apresentação
Na aula anterior, apresentamos alguns temas relativos à Filosofi a da Ciência, privilegiando a análise do chamado “método científi co”. Vimos como a ideia desse método tem relações com a proposta de Francis Bacon para a compreensão do desenvolvimento 
científi co. Qualifi camo-lo de empírico-indutivista na medida em que tem como base a indução 
e um compromisso com o programa empirista, no sentido de localizar a origem última de todo 
o conhecimento na experiência. Finalizamos a aula com o exercício de promovermos uma 
leitura empirista da História da Ciência, tomando como exemplo o personagem Galileu Galilei.
Ao ler a aula anterior, você deve ter percebido que a noção da existência de um “método 
científi co” único, rígido e universal é objeto de críticas, assim como o método da indução, de um 
modo geral. Nessa aula, abordaremos algumas dessas críticas, evidenciando certos problemas 
com a indução e analisando como eles poderiam ser, em princípio, superados por uma 
proposta que fi cou conhecida como refutacionismo ou falseacionismo (ou falsifi cacionismo). 
O nome de Karl Popper será lembrado como um dos principais defensores dessa ideia. Ao 
fi nal, faremos novamente o exercício de interpretar episódios da História da Ciência utilizando 
esse novo referencial.
Objetivos
Analisar as críticas endereçadas ao pensamento indutivo 
e as limitações intrínsecas da indução como método.
Apresentar as principais características da proposta de 
Karl Popper para a análise do conhecimento científi co.
Comparar e avaliar, criticamente, a indução e o 
refutacionismo enquanto alternativas para a compreensão 
da ciência.
Reconhecer a possibilidade de uma “leitura refutacionista” 
de episódios da História da Ciência.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência2
Uma visão de 
senso comum da ciência
A visão amplamente difundida em nossa sociedade acerca da ciência apresenta-a como um conhecimento verdadeiro, provado, objetivo, bem estabelecido, confi ável, entre outros adjetivos. O cientista costuma ser visto como um ser diferenciado, que trabalha isolada 
e concentradamente, interage pouco com outras pessoas e – quase sempre – faz “descobertas 
inesperadas” na natureza. O estereótipo do “cientista genial” complementa e confi rma visões 
estereotipadas da própria ciência.
A idéia do “método científi co” e a perspectiva empirista da História são dois elementos que 
também compõem essa visão de senso comum. Por um lado, o método seria uma característica 
que, justamente, identifi ca a ciência e a diferencia de outras formas de conhecimento, enquanto 
que as experiências seriam a própria “alma” da ciência, o meio pelo qual os cientistas dialogam 
com a natureza e obtêm as informações necessárias à construção de teorias.
Faça algumas perguntas a uma pessoa comum sobre a ciência e você certamente obterá 
um discurso que contém elementos do que acabamos de dizer (aliás, isso não é característico 
apenas dos não-cientistas: pesquisas têm mostrado que os cientistas apresentam visões 
equivocadas do seu próprio campo profi ssional!).
Empirismo e indução andam de mãos dadas. Leituras empiristas da História, muitas vezes, 
levam a crer que as leis e teorias científi cas “brotam” da experiência, e que a mente do cientista 
é uma espécie de “folha em branco” onde serão depositadas as impressões dessa experiência. 
Nesse sentido, a indução seria o procedimento “natural” para se chegar ao conhecimento, pois 
as experiências (particulares) levariam à formulação das teorias (gerais).
A História da Ciência está repleta de experimentos – muitos deles extraordinários! O 
problema é que, muitas vezes, tais experimentos são apresentados como se fossem o ponto 
de partida de um pensamento, e como se todo o trabalho de um cientista se resumisse àquele 
“grande momento”, em que algo foi “defi nitiva e categoricamente comprovado”. Já falamos 
de Galileu, do plano inclinado e da torre de Pisa. Mas há inúmeros outros exemplos.
Newton, por exemplo, costuma ser lembrado por sua famosa experiência do prisma de luz, 
em que fez um feixe de luz branca atravessar um prisma e se decompor nas cores do arco-íris. 
Também é lembrado pela “anedota da maçã”, que chega a ser uma espécie de “alegoria” da 
descoberta científi ca. Aliás, é interessante como a visão de senso comum da ciência valoriza 
a ideia de “descoberta” – principalmente a “acidental”.
Também poderíamos lembrar do Conde Rumford e seus experimentos com a perfuração 
de canhões na Baviera, que teria “mostrado” que a teoria do calórico estava incorreta. Ou do 
famoso experimento de Joule que, fazendo descer pesos amarrados a cordas que moviam 
uma pá imersa em água, promoveram o aquecimento desse líquido, permitindo-se estabelecer 
o equivalente mecânico do calor.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
Atividade 1
3
Mais modernamente, podemos fazer referência ao experimento de Rutherford do 
espalhamento de partículas alfa por uma fi na lâmina de ouro, que “provou” que o átomo 
tinha um núcleo; ou a famosa experiência de Michelson e Morley, cujo resultado negativo 
teria acabado com a ideia de éter e servido de base para o desenvolvimento da Teoria da 
Relatividade de Einstein.
Todas as experiências citadas tiveram um papel signifi cativo da História da Física. Mas 
será que o conhecimento associado a elas foi gerado a partir da experiência? Podemos ver 
um “método” orientando o trabalho desses cientistas, em todos esses casos? Seria a indução?
A Filosofi a da Ciência vai responder que não.
Mas por que, então, perpetuam-se em livros didáticos, jornais e outros veículos de 
divulgação uma imagem empírico-indutivista da ciência? Por que é essa (e não outra) a visão 
de senso comum da ciência?
Não há uma resposta clara e defi nitiva. Em parte, a explicação deve ser buscada numa 
tentativa (muitas vezes “didática”) de se apresentar a ciência como um empreendimento 
cumulativo, que cresce gradativa e continuamente, alavancada pelos resultados das experiências 
(como veremos na aula seguinte, podem-se até elencar razões para que a educação de 
cientistas seja desse modo). Voltemos a um dos casos citadoscomo exemplo: o experimento 
de Michelson e Morley, segundo a maioria dos historiadores da ciência, não foi determinante 
para a formulação da Teoria da Relatividade. No entanto, numa perspectiva linear e cumulativa 
de ciência, é “útil” (= “didático”) sugerir que o resultado da experiência tenha sido o ponto de 
partida para Einstein. Desse modo, o cientista alemão teria “resolvido” o problema (explicar o 
resultado do experimento) “criando” uma teoria para isso...
Talvez também haja certo interesse em se realçar as “descobertas” e experiências como 
forma de chamar a atenção para a ciência, despertar a curiosidade. Além disso, razões para a 
manutenção de uma imagem empírico-indutivista podem ser buscadas na própria infl uência 
do pensamento positivista na ciência.
Na perspectiva de nos opormos a essa visão, passemos, a seguir, para as críticas à indução.
Qual será a visão de ciência das pessoas próximas a você, em sua comunidade? 
Procure saber disso, conversando com seus pais, parentes ou amigos. Você pode 
perguntar a eles, por exemplo: o que caracteriza, do seu ponto de vista, a ciência?
Anote as respostas dadas. Observe se há relação com as características discutidas 
na seção anterior.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência4
A indução em apuros
Mesmo de um ponto de vista bastante simples e – até certo ponto – ingênuo, é possível 
fazermos uma primeira crítica ao pensamento indutivo. Alan Chalmers cita a história do “peru 
indutivista” contada pelo fi lósofo inglês Bertrand Russell (1872-1970): 
Esse peru descobrira que, em sua primeira manhã na fazenda de perus, ele fora alimentado 
às 9 da manhã. Contudo, sendo um bom indutivista, ele não tirou conclusões apressadas. 
Esperou até recolher um grande número de observações do fato de que era alimentado 
às 9 da manhã, e fez essas observações sobre uma ampla variedade de circunstâncias, 
às quartas e quintas-feiras, em dias quentes e dias frios, em dias chuvosos e dias secos. 
A cada dia acrescentava uma outra proposição de observação à sua lista. Finalmente, 
sua consciência indutivista fi cou satisfeita e ele levou a cabo uma inferência indutiva para 
concluir: “eu sou alimentado sempre às 9 da manhã”. Mas, ai de mim, essa conclusão 
demonstrou ser falsa, de modo inequívoco, quando, na véspera do Natal, em vez de ser 
alimentado, ele foi degolado (CHALMERS, 1993, p. 36-37).
Podemos pensar em outro exemplo também bastante citado: a ideia de que “o Sol nascerá 
amanhã”. Do ponto de vista do pensamento indutivo, essa afi rmação decorre de um grande 
número de observações do tipo: “o Sol nasceu hoje”. Ou seja, o fato de vermos que o Sol 
nasceu hoje, ontem etc., e isso tenha se repetido por todos os dias de nossa existência, leva 
o indutivista a fazer a inferência de que “o Sol nascerá amanhã”. O problema é que, do ponto 
de vista estritamente lógico, não há nada que garanta que o Sol, de fato, irá nascer amanhã!
Note que isso gera problemas para o pensamento indutivo. Não importa quantas 
observações tenhamos de “casos particulares”, isso não torna válida uma inferência geral 
(do tipo indutiva). Podemos ter avistado mais de mil cisnes brancos: isso não nos permite 
dizer que “todos os cisnes são brancos”.
O fi lósofo David Hume (1711-1776), já citado na aula anterior, tornou-se bastante 
conhecido na Filosofi a da Ciência pela crítica que fez ao pensamento indutivo. Em sua obra 
intitulada “Investigação sobre o conhecimento humano”, ele argumenta que é impossível 
justifi car logicamente a indução. Fazer afi rmações sobre o futuro a partir das experiências 
passadas não teria validade, do ponto de vista lógico. Para Hume, a tentativa de se justifi car a 
indução acaba recorrendo à própria indução, ou seja, caímos num círculo vicioso. Como bem 
coloca Chalmers (1993, p. 37),
O princípio da indução foi bem na ocasião x
1
.
O princípio da indução foi bem-sucedido na ocasião x
2
 etc.
O princípio da indução é sempre bem-sucedido.
A defesa da validade do princípio da indução, nesse argumento, é inferida do próprio 
princípio (!), ou seja, do fato de que a indução “sempre valeu” e, portanto, “valerá sempre”! É 
a indução sendo usada para justifi car a própria indução. Esse problema fi cou conhecido como 
o “problema da indução” ou o “problema de Hume”.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
Atividade 2
1
2
5
Apesar de haver criticado a indução e, com isso, instaurado certo ceticismo na Filosofi a, 
Hume aceita o procedimento indutivo não como algo válido logicamente, mas válido 
psicologicamente. Em outras palavras, somos propensos a usar o pensamento indutivo em 
nossa interpretação do mundo.
É importante dizer, ainda, que isso não afasta Hume do empirismo. Para ele, nosso 
conhecimento do mundo funda-se na percepção, nas sensações (“o mais vivo pensamento é 
ainda inferior à mais embotada das sensações”). O conhecimento acerca das “questões de fato” 
depende do estabelecimento de relações de causalidade. E tais relações só podem ser obtidas 
da experiência. No entanto, é o hábito que determina as relações de causa e efeito. Dizer que 
“A causa B” não tem muito sentido, uma vez que nossa percepção só permite afi rmar que um 
se sucede ao outro. Mas isso pode ser arbitrário e casual, não decorrendo disso, logicamente, 
que B deva sempre suceder a A ou que A seja, de fato, a causa de B.
Não pretendemos, aqui, aprofundar a discussão do pensamento de David Hume. O 
importante, nesse momento, é percebermos que ele se mantém fi el ao empirismo, apesar da 
contundente crítica à validade lógica da indução.
Uma crítica de outra natureza que pode ser endereçada à indução remete-nos, novamente, 
ao método científi co tradicional. O ponto de partida do método é a observação que, neutra, 
forneceria uma base segura à construção do conhecimento. Assim, ascenderíamos (por meio 
da indução) às leis gerais a partir dos “fatos” observacionais.
O problema é que a observação, em si mesma, já é carregada de teoria. Ela não nos 
fornece “fatos puros”. Nesse sentido, a observação não se constitui exatamente um “ponto 
de partida”, tampouco pode fornecer uma “base segura”. Esse aspecto da relação umbilical 
entre observação / experiência, de um lado, e teoria, de outro, será tratado com mais detalhes 
ao longo das próximas aulas. Mas note que a perspectiva de pensarmos a observação como 
carregada de teoria representa um ataque à indução, pois o movimento do pensamento não 
pode mais ser considerado uma “via de mão única” (do particular ao geral).
É.... de fato, a indução está em apuros...!
Quais foram as principais críticas à indução abordadas na seção anterior? 
Procure descrevê-las, sinteticamente, usando suas próprias palavras.
Dê um exemplo de uma situação em que o pensamento indutivo pode 
levar ao erro.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência6
O refutacionismo
Embora haja problemas com a indução, não podemos dizer que ela tenha sido abandonada. Já no século XX, fi lósofos como Hans Reichenbach e Rudolf Carnap, entre outros, tentarão trabalhar a questão da indução sob uma perspectiva probabilista. 
Afi nal de contas, se não podemos afi rmar – com 100% de certeza – que “o Sol nascerá 
amanhã”, certamente há uma grande probabilidade de que isso ocorra, considerando os 
eventos passados e as leis da Física! Quem sabe o pensamento indutivo possa “valer” como 
valem certas leis probabilistas, ou seja, apresentando “exceções”, mas que obedecem a uma 
porcentagem regular de casos.
De todo modo, interessa-nos dizer que o pensamento indutivo, compreendido como algo 
que deveria embasar a ciência e o seu método, deixou de orientar as refl exões da maioria dos 
fi lósofos da ciência. Nos termos consagrados por Imre Lakatos (falaremos disso algumas aulas 
adiante), seria uma espécie de programa de pesquisa “em degeneração”.
No entanto, o método empírico-indutivista propiciava, entre outras coisas, uma maneira de 
dizer “o que é” e “o que não é” ciência. Funcionavacomo um critério de demarcação. Mais do 
que tentar separar a ciência de outras formas de conhecimento, a tentativa de estabelecer um 
critério dessa natureza tem a sua importância, no sentido de uma busca de caracterizar a ciência 
como uma forma de conhecimento com características distintivas. Cabe então perguntar: o 
que colocamos no lugar da indução?
Um dos fi lósofos que fez uma crítica à indução e apresentou uma proposta alternativa a 
ela foi o austríaco Karl R. Popper. Ele deixou a Áustria no período que antecedeu a 2ª Grande 
Guerra, tendo trabalhado na Nova Zelândia e, posteriormente, na Inglaterra. Escreveu suas 
principais obras na década de 1930 do século passado, embora a repercussão de suas teses 
fi losófi cas tenha ocorrido, mais fortemente, algumas décadas depois.
Figura 1 – Karl Popper (1902-1994)
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência 7
Para Popper, o problema com a indução é de natureza lógica, e reside no fato de que 
a sua principal característica é a verifi cação. Não importa quantas vezes verifi quemos que 
uma determinada proposição é verdadeira: nunca poderemos afi rmar que essa proposição 
sempre será verdadeira.
Em uma de suas principais obras (“A lógica da pesquisa científi ca”), o próprio Popper 
assim se manifesta em relação ao problema da indução:
Ora, está longe de ser óbvio, de um ponto de vista lógico, haver justifi cativa no inferir 
enunciados universais de enunciados singulares, independentemente de quão numerosos 
sejam estes; com efeito, qualquer conclusão colhida desse modo sempre pode revelar-se 
falsa: independentemente de quantos casos de cisnes brancos possamos observar, isso 
não justifi ca a conclusão de que todos os cisnes são brancos.
A questão de saber se as inferências indutivas se justifi cam e em que condições é 
conhecida como o problema da indução. (POPPER, 2003, p. 27-28)
Veja a tirinha a seguir. Ela apresenta com clareza o problema da indução:
Figura 2 – A indução é válida?
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o
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No lugar da indução, Popper irá sugerir a refutação. Do ponto de vista lógico, não há um 
número de observações (verifi cações) que permita “saltar” do particular ao geral, como vimos. 
No entanto – e esse é o centro do argumento de Popper – basta um único contra-exemplo 
para que se possa refutar (falsear) uma afi rmação. Daí que seu método tenha fi cado conhecido 
como refutacionismo (ou falseacionismo).
Pensemos na afi rmação geral “todas as aves voam”. Podemos catalogar uma, cem ou até 
mil aves que voam. Isso não nos permite concluir que a afi rmação seja verdadeira. Mas basta 
que encontremos uma ema, por exemplo, para que essa afi rmação seja refutada (falseada). O 
conhecimento da ema leva a outra afi rmação: “Nem todas as aves voam”.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência8
É por isso que, na visão de Popper, o que de fato permite o avanço do conhecimento não 
são as verifi cações, mas as refutações. Se pensarmos de um ponto de vista mais amplo (e não 
apenas em uma única afi rmação), veremos que as teorias científi cas fazem afi rmações sobre 
a realidade. A verifi cação (ou “confi rmação”) de tais afi rmações não garante a veracidade da 
teoria. Mas a refutação permitiria descartar as teorias cujas previsões estivessem em desacordo 
com os resultados experimentais. Assim, se uma teoria T prevê que um determinado conjunto 
de resultados experimentais R
1
, R
2
, R
3
 etc. sejam observados, a não observação desses 
resultados levaria à refutação da teoria T (note que a obtenção dos resultados R
1
, R
2
, R
3
 
corretos não implica que a teoria T é verdadeira! Pode ser que surja um contraexemplo 
refutador da teoria numa outra situação).
Dois outros aspectos são importantes na proposta popperiana: a característica dos 
enunciados científi cos e o papel destinado às hipóteses. Em relação aos enunciados, Popper 
defende que, para ser considerado científi co, um enunciado deve ser falseável (lembremos que 
ele está em busca de critérios de demarcação entre o que é e o que não é científi co). Desse 
modo, uma afi rmação do tipo: “o Sol nascerá ou não nascerá amanhã” não tem valor científi co, 
pois é sempre verdadeira. Por outro lado, se dissermos que: “quando abandonados próximos 
à superfície da Terra, os corpos massivos caem em direção ao solo com uma aceleração de 
cerca de 9,8 m/s 2”, estaremos diante de uma proposição científi ca, passível de ser falseada 
por testes experimentais.
No que se refere às hipóteses, Popper lhes dá um papel bastante superior àquele que 
tinham no método empírico-indutivista. As hipóteses têm uma grande importância na visão 
popperiana, e não decorrem necessariamente da observação e da experiência, num “segundo 
momento” do método. Ao contrário, a elaboração de hipóteses ocorre em função de um 
problema a ser resolvido, e os cientistas podem criá-las livremente, lançando mão, inclusive, 
de aspectos como imaginação, criatividade, especulação, além de dados observacionais, 
princípios teóricos etc. Deduzir as consequências de uma hipótese formulada e colocá-la à 
prova é que passa a ser a grande questão. É por isso que podemos, em oposição ao método 
empírico-indutivista, caracterizar a proposta de Popper como hipotética-dedutiva.
Zanetic (2008, p. 33) sintetiza os passos desse método popperiano:
1. existência de um problema a ser resolvido;
2. procura de soluções para o problema através da elaboração de várias hipóteses 
tentativas e a escolha de uma delas segundo o critério de aceitar aquela que apresenta 
maior grau de possibilidades de refutação;
3. dedução de consequências dessa hipótese;
4. critério de refutabilidade em ação: a hipótese é testada, isto é, procura-se refutá-la 
buscando contraexemplos signifi cativos;
5. passando por esse teste, isto é, na ausência de refutação, a hipótese se transforma 
na nova teoria;
6. em caso de uma descoberta refutadora ou de uma dedução não confi rmada, voltamos 
ao estágio inicial.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência 9
Vemos que, para Popper, a prática dos cientistas deveria estar pautada na busca de 
contraexemplos que venham a refutar uma determinada teoria. O cientista não seria um 
“verifi cador” (“comprovador”), mas um “refutador”, alguém que trabalharia para falsear 
teorias. Na medida em que uma determinada teoria resiste à refutação (a testes cada vez 
mais rigorosos), vai-se mantendo aceita. Uma “boa teoria”, portanto, é aquela que resiste às 
tentativas de refutação, apesar de ser potencialmente falseável.
É importante que seja feito um alerta nesse ponto: quando Popper fala de “contraexemplo” 
e “refutação”, não espera que um determinado corpo teórico sofi sticado e complexo (pensemos 
na mecânica newtoniana) seja descartado em função de uma única experiência. Isso seria uma 
espécie de “refutacionismo ingênuo”. É preciso que uma nova teoria surja, incorporando a teoria 
anterior e resolvendo o problema gerado pela experiência, para que a efetiva refutação ocorra.
Assim, o progresso do conhecimento científi co seria, na visão de Popper, caracterizado por 
um processo sucessivo de “conjecturas e refutações”. Nas palavras de Zanetic (2008, p. 40-41):
O conhecimento evolui pela construção de conjecturas que só serão validadas pela 
sua resistência a tentativas de refutação e só serão substituídas quando a refutação 
tornar-se evidente.
Para ilustrar e fi nalizar essa brevíssima apresentação de algumas das ideias de Popper 
referentes à Filosofi a da Ciência, transcrevemos a seguir mais um trecho de “A lógica da 
pesquisa científi ca”, onde o autor apresenta a falseabilidade como critério de demarcação:
Ora, a meu ver, não existe a chamada indução. Nestes termos, inferências que levam a 
teorias, partindo-se de enunciados singulares “verifi cados por experiência” (não importa 
o que isto possa signifi car) são logicamente inadmissíveis. Consequentemente, as teorias 
nuncasão empiricamente verifi cáveis. Se quisermos evitar o erro positivista de eliminar, 
por força de critério de demarcação que estabeleçamos, os sistemas teóricos de ciência 
natural, devemos eleger um critério que nos permita incluir, no domínio da ciência 
empírica, até mesmo enunciados insuscetíveis de verifi cação.
Contudo, só reconhecerei um sistema como empírico ou científi co se ele for passível 
de comprovação pela experiência. Essas considerações sugerem que deve ser tomado 
como critério de demarcação não a verifi cabilidade, mas a falseabilidade de um sistema. 
Em outras palavras, não exigirei que um sistema empírico seja suscetível de ser dado 
como válido, de uma vez por todas, em sentido positivo; exigirei, porém, que sua forma 
lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas, 
em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científi co 
empírico. (Popper, 2003, p. 41-42)
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
Atividade 3
1
2
3
4
10
Nessa atividade, usaremos proposições do tipo “se - então” para percebermos, 
de outra maneira, os argumentos trazidos por Popper em sua crítica à indução. 
Observe as afi rmações I e II a seguir:
( I ) Se chove, então molha a rua
( II ) Se estou gripado, então tenho febre 
Vamos admitir que as duas proposições sejam verdadeiras, ou seja, que 
“chover” implica em “molhar a rua” (sempre) e que “estar gripado” implica, 
necessariamente, em “ter febre”. Responda:
Se eu vejo a rua molhada, posso afi rmar que choveu? Se eu tenho febre, 
posso afi rmar que estou gripado? Discuta ambos os casos.
Se a rua não estiver molhada, o que posso afi rmar? Se eu não tiver 
febre, o que posso concluir? Discuta ambos os casos.
Você deve ter reparado que os argumentos são do tipo: “Se A, então 
B”. Substitua A e B por “a teoria T é verdadeira” e “devo observar 
os resultados R
1
, R
2
 etc.”, respectivamente. Reconstrua o argumento, 
escrevendo-o no caderno.
Agora, responda: se você é um cientista e obteve os resultados R
1
, R
2
 
etc., o que pode dizer da teoria T ? E se você não obteve os resultados 
R
1
, R
2
 etc., o que pode dizer da teoria T?
Qual a relação dos itens acima, dessa atividade, com a proposta 
popperiana de refutacionismo, apresentada nessa seção?
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
Atividade 4
11
Leia e comente o trecho a seguir, retirado de “A lógica da pesquisa científi ca”, 
com base no que foi discutido na seção anterior:
“Segundo minha proposta, aquilo que caracteriza o método empírico é sua maneira 
de expor à falsifi cação, de todos os modos concebíveis, o sistema a ser submetido 
a prova. Seu objetivo não é o de salvar a vida de sistemas insustentáveis, mas, 
pelo contrário, o de selecionar o que se revele, comparativamente, o melhor, 
expondo-os todos à mais violenta luta pela sobrevivência.” (Popper, 2003, p. 44)
Uma leitura refutacionista da História
Popper é, sem dúvida, um personagem de destaque na Filosofi a da Ciência do século XX. 
Sua contribuição abrange não apenas uma crítica ao indutivismo, como também discussões 
importantes acerca do papel das hipóteses em ciência e dos critérios de demarcação entre 
o que pode e o que não pode ser considerado científi co. Popper chamou a atenção para a 
dependência que a observação tem das teorias e, embora não fundamente suas teses num 
estudo profundo da História da Ciência, utiliza-se desse campo do conhecimento para evidenciar 
que as observações não são neutras.
A análise popperiana do desenvolvimento do conhecimento científi co tem, como vimos, 
um forte embasamento na estrutura lógica dos enunciados. Popper defende a ideia de progresso 
e de objetividade da ciência, reconhecendo que essa objetividade é uma questão social, ou 
seja, seu estabelecimento depende de uma crítica coletiva. Por todos esses aspectos e por sua 
defesa da racionalidade, Popper costuma ser caracterizado como um “racionalista crítico”.
Após a crítica ao método empírico-indutivista e a apresentação do método 
hipotético-dedutivo, podemos continuar seguindo nosso caminho refl exivo e perguntar: é 
possível uma leitura refutacionista da História? Em outras palavras: de que modo a perspectiva 
popperiana poderia ser usada na interpretação de episódios históricos?
Tomemos como exemplo a transição entre as chamadas “Física clássica” e “Física 
moderna”. Poderíamos dizer que a primeira foi corroborada (verifi cada) até praticamente 
o fi nal do século XIX. Esse modelo de mundo, gestado com a revolução científi ca do século 
XVII, desenvolveu-se enormemente, tanto do ponto de vista teórico como experimental, nos 
séculos que se seguiram. Apesar disso, as teorias da relatividade (especial e geral) e a mecânica 
quântica, na virada do século XX, acabaram por apontar limitações da Física clássica.
Aula 10 História e Filosofi a da Ciência
Atividade 5
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Isso reforça a crítica à indução e a ideia de Popper de que o verifi cacionismo não 
garante que uma teoria perdure. Do mesmo modo podemos pensar no modelo de mundo 
geocêntrico, que foi corroborado pelas observações ao longo de quase dois mil anos, o que 
não lhe garantiu sustentação.
Na visão de Popper, a mecânica newtoniana seria um caso particular da mecânica 
relativística, uma vez que essa última, considerado o limite de baixas velocidades, reproduziria 
os resultados da primeira. No processo de “conjecturas e refutações”, o novo modelo teórico, 
representado pela relatividade, falseou, em certa medida, o modelo anterior. A relatividade 
seria, do ponto de vista lógico, uma teoria mais “completa”, uma vez que explica todos os 
fenômenos que a mecânica newtoniana explicava e uma série de outros. De acordo com a visão 
popperiana de progresso, diríamos que a relatividade é mais verossímil (e não mais verdadeira) 
do que a mecânica newtoniana.
Ainda nos utilizando de numa perspectiva oferecida por Popper, podemos interpretar 
certos experimentos históricos como sendo, em parte, responsáveis pela refutação de teorias. 
Assim é o experimento de Michelson e Morley, que teria contribuído para refutar a ideia de éter 
e para o estabelecimento do postulado de constância da velocidade da luz; as observações 
galileanas, que teriam falseado o modelo aristotélico-ptolomaico; a descoberta do elétron e 
do núcleo atômico, que refutaram as visões antiatomistas; entre outros (lembrando que não 
se trata de “refutacionismo ingênuo”, ou seja, não queremos dizer que apenas o experimento 
refutou a teoria...).
O refutacionismo nos ajuda a perceber as limitações do pensamento indutivo e a importância 
da negação (contraexemplos) no processo de construção do conhecimento científi co.
Entretanto, cabe a pergunta: será que os cientistas, em seu trabalho cotidiano, procedem 
dessa maneira, isto é, preocupam-se em falsear as teorias? Ora, se admitirmos que a verifi cação 
não leva à comprovação das teorias, era de se esperar que, agindo como um “refutador em 
potencial”, o cientista contribuiria mais para o avanço do conhecimento...
Talvez devêssemos distinguir “o que é” a ciência daquilo que ela “deveria ser”. A fi losofi a 
de Popper, quem sabe, tenha mais a oferecer no que se refere ao segundo aspecto. Na aula 
seguinte partiremos daqui para oferecer novos olhares que nos auxiliem a refl etir sobre a 
natureza da ciência e de seu desenvolvimento.
Retome as aulas anteriores desse curso, especialmente as Aulas 3 a 7. Retome 
a discussão de algum período ou episódio histórico em particular, buscando 
interpretá-lo com os elementos da proposta refutacionista trabalhados nesta aula.
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Resumo
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Leituras complementares
De modo a complementar e aprofundar a temática trabalhada nessa aula, recomendamos a 
leitura de dois artigos da área de Ensino de Ciências que tratam de críticas ao método empírico-
indutivista e estabelecem relações com questões educacionais. São eles:SILVEIRA, F. L.; OSTERMANN, F. A insustentabilidade da proposta indutivista de “descobrir a lei 
a partir de resultados experimentais”. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.19, número 
especial, p.7-27, 2002. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fi sica/issue/
view/1139>. Acesso em: 19 out. 2009.
SILVEIRA, F. L.; PEDUZZI, L. Três episódios de descoberta científi ca: da caricatura empirista a 
uma outra história. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v.23, n.1, 2006. Disponível em: 
<http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fi sica/issue/view/1152>. Acesso em: 19 out. 2009.
Tratamos, nessa aula, de uma visão de senso comum da ciência e de sua 
relação com o método empírico-indutivista. Passamos às principais críticas 
ao pensamento indutivo enquanto elemento caracterizador do processo de 
construção da ciência. A indução não apresenta justificativa do ponto de 
vista lógico. Como alternativa a ela, abordamos a perspectiva oferecida pelo 
refutacionismo (ou falseacionismo) e pelo método hipotético-dedutivo, a partir 
da fi losofi a de Karl R. Popper. Apontamos, por fi m, a possibilidade de realizarmos 
uma leitura refutacionista de episódios da História da Ciência.
Autoavaliação
Com base na leitura dessa aula e nas Atividades desenvolvidas por você, refl ita sobre as 
seguintes questões:
Sei identifi car elementos de uma visão de senso comum da ciência, bem como 
estabelecer relações entre eles e o chamado “método científi co” (empírico-indutivista)?
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Compreendo as limitações da indução, enquanto método para a aquisição do 
conhecimento?
Compreendo por que uma teoria científi ca não pode ser defi nitivamente comprovada?
Sei explicar o que é refutacionismo?
Sou capaz de comparar o método empírico-indutivista com o método hipotético-
dedutivo, estabelecendo semelhanças e diferenças?
Tenho argumentos para defender uma leitura da História da Ciência embasada na 
perspectiva do falseacionismo popperiano?
Referências
ANDERY, M. A. et al. Para compreender a ciência. Rio de Janeiro: Garamond, 2007.
CHALMERS, A. F. O que é ciência, afi nal?. São Paulo: Brasiliense, 1993.
POPPER, K. R. A lógica da pesquisa científi ca. São Paulo: Cultrix, 2003.
ROSA, L. P. Tecnociências e Humanidades. São Paulo: Paz e Terra, v.1, 2005.
SILVEIRA, F. L. da. A fi losofi a da ciência de Karl Popper: o racionalismo crítico. Caderno 
Catarinense de Ensino de Física, v.13, n.3, p.197-218, 1996. Disponível em: <http://www.
periodicos.ufsc.br/index.php/fi sica/issue/view/391>. Acesso em: 09 out. 2009.
ZANETIC, J. FMT405 - Evolução dos conceitos da física - notas de aula. São Paulo: Instituto 
de Física da USP (mimeo), 2008.
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Anotações
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Anotações
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