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O SÉCULO XX design Brasil

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O SÉCULO XX: BRANCO & PRETO 
O Design Brasileiro 
ANOS 50: 
 Representaram um período de grandes transformações. 
 Automóveis, viagens, televisão, tudo o que simplificasse o trabalho cotidiano era 
cobiçado e representava o que viria a ser um novo estilo de vida e a forma 
moderna de viver. 
 
 O Design Nacional foi influenciado por outros países e foi igualmente 
produtivo no período. 
 
1947: O Museu de Arte Moderna, MAM é inaugurado. 
1949: Inauguração do Museu de Arte de São Paulo, MASP. 
 
 Eles vão representar um marco que impulsionou a formação de grupos e a ampliação da atuação dos 
engenheiros arquitetos. Um grupo destes profissionais motivou-se após uma exposição de design no MOMA, e 
formou-se para pensar em arquitetura de interiores após contato com representantes das indústrias de mobiliários, 
equipamentos e utilitários. 
 
O QUE FOI O BRANCO E PRETO? 
 Grupo de arquitetos formado por Miguel Jorge, Jacob Ruchti, Galiano Ciampaglia, Plínio Croce, 
Roberto Aflalo e Carlos Millan, vizinhos de escritório, que se reuniu no ano de 1952 em função da dificuldade em 
encontrar mobiliário adequado aos seus projetos. 
 
 Na década de 50 não se fazia em São Paulo arquitetura de interiores numa linha moderna. 
 
 Roberto Aflalo era arquiteto e consultor da loja Ambiente, com alguma 
experiência como designer e assim propôs aos colegas da 
Universidade Mackenzie, onde lecionava, que montassem uma loja de tecidos e 
móveis para decoração, onde os clientes pudessem contratar profissionais para 
desenvolver o projeto de arquitetura de interiores, incluindo tecidos, tapetes, 
luminárias, ideia até então nova em São Paulo. 
 
 Instalada inicialmente na Av. Vieira de Carvalho, a loja chegou a ter, nos anos 
sessenta, uma filial na Rua Augusta, mais voltada para a área têxtil. 
 O mobiliário do grupo apresentava soluções construtivas 
essencialmente arquitetônicas. Utilizava madeiras como jacarandá da Bahia, 
caviúna, Cabreúva ou pau marfim, associados ao mármore, vidro, ferro. 
 
 As peças eram executadas artesanalmente e em pequena quantidade. Explorando principalmente a madeira e o 
desenho dos tecidos. 
Projetaram: 
 cadeiras, poltronas, mesas. 
 
 Essas mobilias constituíram por muitos anos o padrão das casas modernas de São 
Paulo. 
 As peças, mesmo produzidas em série, mantinham a qualidade do acabamento 
artesanal. 
A sociedade permaneceu até 1970 entre outros motivos pela dificuldade em encontrar mão 
de obra especializada e assim manter a qualidade dos produtos. 
 
Miguel Forte (1915 - 2002) São Paulo Arquiteto, designer, urbanista e professor. 
 Ingressa, em 1934, no curso de engenharia civil da Universidade Presbiteriana 
Mackenzie. Transfere-se no mesmo ano para o curso de engenharia e arquitetura, em que 
seus projetos são premiados e publicados na Revista de Engenharia do Mackenzie. 
 
 Retorna à instituição em 1964 como professor de projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, e torna-
se responsável pela disciplina em 1975. Entre 1938 e 1942, trabalha no escritório de Rino Levi (1901 - 1965) e 
Jaime Fonseca Rodrigues, e abre em seguida a firma Forte & Ciampaglia, com o colega de faculdade 
e cunhado, Galiano Ciampaglia. A empresa de projetos e construção dedica-se exclusivamente a programas 
residenciais, obras de maior porte são desenvolvidas com Jacob Ruchti (1917 - 1974), outro colega do Mackenzie. 
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 Em 1946, Forte, Ruchti e Ciampaglia vencem o concurso para a construção da nova sede do Instituto de 
Arquitetos do Brasil (IAB), em São Paulo, dividindo a premiação com outras duas equipes, formadas por Levi e 
Roberto Cerqueira César (1917 - 2003); e Abelardo Reidyde Souza , Hélio Duarte (1906 - 1989) e Zenon Lotufo. 
 
 Em 1947 Forte realiza viagem de seis meses pelos Estados Unidos,, acompanhado deRuchti, e visita as 
obras de Walter Gropius (1883 - 1969), Mies van der Rohe (1886 - 1969), Richard Neutra (1892 - 1970); o Museu de 
Arte Moderna de Nova York (MoMA), do qual se torna sócio; o Instituto de Design de Chicago; e as 
escolas Taliesin East e West, dirigidas por Frank Lloyd Wright (1867-1959). 
 
 O diário redigido durante a viagem é publicado em 2001. Segundo a historiadora da arquitetura Mônica 
Junqueira Camargo, o contato com o MoMA e o universo museológico norte-americano influenciam o arquiteto 
e Rutchi no projeto de instalações das exposições de fotografias de Thomaz Farkas (1924) e da Secretaria de 
Agricultura, organizadas pelo Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp), além do projeto da 
exposição e do pavilhão da 1ª Bienal Internacional de São Paulo, 1951 (demolido), este realizado em parceria 
com Luis Saia (1911 - 1975). 
 
 Inspirados pela viagem, mas, sobretudo, pela exposição de design contemporâneo organizada por Philip Johnson 
(1906 - 2005) no MoMA, Forte e Ruchti abrem, em 1952, com os arquitetos Roberto Aflalo (1926 - 1992), Plínio 
Croce (1921 - 1984) e Carlos Millan (1927 - 1964), além do arquiteto e colaborador assíduo dos arquitetos Chen 
Y Hwa, a loja de móveis e tecidos modernos Branco & Preto. 
 
 Pouco tempo após sua inauguração, Ruchti, Hwa e Croce deixam a sociedade, que passa a pertencer a Millan, 
Forte e Aflalo , e esta empresa encerra suas atividades em 1970. Em 1965, Forte dissolve sua sociedade 
com Ciampaglia, e mantém-se ativo até 2002. 
 
 Comentário Crítico 
 A marca mais evidente e constante na obra de Miguel Forte é sua filiação aos princípios da arquitetura 
orgânica de Frank Lloyd Wright (1867 - 1959). Interessado na obra do arquiteto desde os tempos de estudante, 
quando se opõe à orientação antimodernista do então diretor da Faculdade de Arquitetura da Universidade 
Presbiteriana Mackenzie, Christiano Stocklerdas Neves (1889 - 1982) , Forte confirma sua adesão aos princípios de 
Wright na viagem aos Estados Unidos, em 1947, onde, além de visitar suas obras, conhece suas escolas, 
aTaliesin East e Taliesin West. 
 
 Ele testemunha a capacidade do arquiteto norte-americano de se utilizar dos materiais e das formas da 
natureza na constituição de edifícios perfeitamente integrados à paisagem, e se encanta com sua atenção ao 
conhecimento detalhado de todas as etapas do projeto e da obra, do estudo do funcionamento de cada ambiente à 
sua construção efetiva. É justamente essa capacidade de atenção a todo processo construtivo que Forte assimila à 
sua atuação como arquiteto, realizando projetos que buscam uma integração harmoniosa com a paisagem local e se 
configuram como uma obra de arte total, em que cada elemento, dos detalhes até os objetos, tem não só uma 
relação entre si como também um vínculo estreito com as funções que vai desempenhar. 
 A despeito do interesse e da relevância desse projeto, bem como do edifício de apartamentos construído, 
em 1944, na avenida Rebouças, novamente com Galiano e Ruchti, é nos programas residenciais que a obra de Forte 
ganha corpo e sentido. 
 
 Na Residência Fileppo, 1943, um de seus primeiros projetosà frente da Forte &Ciampaglia, 1942 - 1965, o 
arquiteto confirma a influência de Wright na atenção dada às necessidades do cliente, no cuidado com a implantação, 
na integração entre os espaços internos e externos, na horizontalidade da composição, nas aberturas de janelas 
corridas no alto das paredes no beiral, mas também adota algumas soluções que lhes são específicas, como a 
ênfase na modulação da estrutura e a disposição de escadas contínuas, sem patamares, em paredes e caixilhos. 
Segundo a historiadora da arquitetura Mônica Junqueira Camargo, essas soluções são recuperadas e aperfeiçoadas 
nas residências Miguel Forte,1948 -1949, e Luiz Forte, 1952 - 1955, sua obra mais conhecida, publicada, em 1956, 
no livro Modern Architecture in Brazil, de Henrique Mindlin (1911 - 1971). 
 
 Em ambas, assim como na Residência Cacace, ca. 1950, Forte reforça as linhas horizontais da construção, 
utiliza-se de materiais em seu estado natural, como a pedra, a madeira e o tijolo e, por meio de amplos caixilhos, 
integra os espaços internos da residência a amplos jardins, cujo desenho respeita as características do terreno e de 
seu entorno. A modulação da estrutura e o fechamento entre vãos com caixilhos, venezianas e painéis de madeira 
são, entretanto, mais marcantes nas residências Miguel e Luiz Forte do que naCacace, conferindo àquelas obras 
maior singularidade. 
 
 Seus últimos projetos são realizados na praia do Pinto, em Ilhabela, São Paulo. Preocupado com o estado 
de devastação da praia, Forte desenvolve um projeto urbanístico que respeita a topografia e procura, com ajuda da 
paisagista Irene Ruchti, recuperar a flora local. As residências ali construídas, entretanto, apesar de seguirem os 
preceitos orgânicos descritos, são, em função da volumetria movimentada, da acentuada declividade dos telhados, 
do desenho das aberturas e do peso da estrutura, muito distintos do ponto de vista plástico daqueles realizados na 
década de 1950, pelos quais o arquiteto é notadamente reconhecido. 
 
 A atenção permanente ao desenho de cada ambiente e o impacto causado pela exposição de design de 
móveis contemporâneos no Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA), em 1947, levam o arquiteto a realizar 
também projetos de móveis, alguns desenhados especificamente para uma residência, como o construído em 
alvenaria de tijolos de barro, madeira e estofado, que define a sala de estar e o bar da Residência Luiz Forte, outros, 
concebidos para serem produzidos em série pela loja Branco & Preto, 1952 - 1970, responsável pelo mobiliário e a 
arquitetura de interiores de dezenas de residências modernas em São Paulo nos anos 1950. Dos móveis ali 
realizados, destacam-se a poltrona e sofá MR7 e a poltrona MF5, realizadas com Jacob Ruchti e Carlos Millan (1927 
- 1964), respectivamente. Enquanto os dois primeiros móveis são marcadamente estáticos, com desenho pesado 
reforçado pela opacidade do assento e do encosto, assim como pela seção quadrada da estrutura de madeira, a 
poltrona MF5 é um exemplo de dinamismo e leveza enfatizados pelo encosto de palha, o estofado listrado do assento 
e a seção curva variável da estrutura de madeira. 
 
Enciclopédia Itaú Cultural de Artes Visuais 
 
Art déco 
 Embora muitos movimentos de design tivessem raízes em 
intenções filosóficas ou políticas, a Art Déco foi meramente decorativa. 
Na altura, este foi visto como estilo elegante, funcional e ultramoderno. 
 
No Brasil, o estilo influenciou artistas como o escultor Vítor Brecheret 
(1894-1955), o pintor Vicente do Rego Monteiro (1899-1970), entre 
outros. Uma obra de Brecheret em estilo art déco é o Monumento às 
Bandeiras, em São Paulo. O edifício-sede da Biblioteca Mário de 
Andrade e o Estádio do Pacaembu, ambos também em São Paulo, são 
dois grandes marcos arquitetônicos do estilo na cidade. Outro belo 
exemplar da art déco na capital paulista situa-se na R: Domingos de 
Morais. 
Foi o art déco que inspirou os primeiros prédios de Goiânia, nova capital 
de Goiás, projetada em 1933 por Atílio Correa Lima, cujo acervo 
arquitetônico é considerado um dos mais significativos do país. Alguns 
dos exemplos mais significativo da Art Déco no Brasil são a Torre do 
Relógio da Central do Brasil e o Cristo Redentor no Rio de Janeiro. 
 A arquitetura art déco está espalhada por todo o país, mas os 
principais acervos Art Déco brasileiro concentram-se em São Paulo, Rio 
de Janeiro e Goiânia. 
 
 Há ainda importantes exemplos como Campo Grande (com a 
obra do arquiteto Frederico Urlass), Belo Horizonte ou Juiz de Fora (MG) 
(nos projetos do arquiteto Raphael Arcuri), Porto Alegre, na Avenida 
Farrapos, entre vários outros. 
 Outros conjuntos arquitetônicos em art déco significativos estão localizados em Iraí (RS), Cipó (BA) e 
Campina Grande (PB). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://amaeco.blogspot.com.br/p/design-de-moveis.html

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