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Prévia do material em texto

UNIDADE I 
 
Olá, alunos e alunas! 
 
Sejam bem-vindos à leitura 
 deste material! Iremos, juntos, compreender a 
Língua Portuguesa de forma prática e eficaz! 
Nesta etapa, estamos pensando na 
 Língua 
Portuguesa dentro do universo acadêmico, o que 
acarreta certas particularidades. Iremos, assim, entender a importância da 
comunicação oral e escrita, ou seja, a importância da comunicação na 
sociedade, de modo geral, e, também, no universo acadêmico, especificamente 
a importância de compreender e ser compreendido nesta esfera social. 
 Os conteúdos serão expostos de forma exemplificada, para que você, aluno(a), 
consiga visualizar o emprego da Língua Portuguesa. O material está dividido em 
três unidades, sendo que a primeira unidade, esta, abordará os seguintes 
tópicos: 
- estruturação de parágrafos e frases, organização textual, a fim de obter clareza 
no texto produzido; - Coesão e coerência textual; 
- Concordância verbal e nominal (de forma geral); 
 
 Desejo a todos um ótimo momento de estudo e reflexão! 
 
Att., 
Profª Me. Aline Inhoti 
 
 
 
 
 
Importância da Língua Portuguesa na Comunicação Oral e Escrita 
 
Olá, aluno e aluna! 
Iniciaremos as nossas considerações sobre a importância da nossa 
língua, a Língua Portuguesa. No segundo material, centraremos o nosso estudo 
em um gênero textual muito solicitado nas faculdades, o resumo acadêmico. No 
terceiro material, discutiremos as principais características do gênero textual 
resenha acadêmica. 
 Atualmente, tem-se discutido muito sobre a importância da comunicação 
humana e a sua necessidade no mundo social. É fácil observar, por exemplo, 
que é pela posse e pelo uso da linguagem que falamos oralmente ou que 
organizamos o nosso pensamento. A linguagem é uma capacidade 
genuinamente humana, capacidade que nos diferencia de outros animais 
(CÂMARA JR, 1985). 
Pensando na linguagem como uma capacidade e a nossa língua como 
fruto social, o bom manejo da Língua Portuguesa é essencial para interagirmos, 
nos integrarmos e participarmos da sociedade. Isso porque é por meio da língua 
que nos posicionamos enquanto sujeitos, firmamos a nossa identidade e 
carregamos a nossa cultura. 
A língua está intimamente relacionada com o trabalho mental e, para que 
possamos ser claros e coerentes, o bom uso das palavras torna-se ferramenta 
primordial na comunicação e interação social. Segundo Castilho1, a língua é um 
fenômeno heterogêneo, usada em nosso dia-a-dia, tendo como consequência o 
 
1 Informações disponíveis em: http://www.museudalinguaportuguesa.org.br/files/mlp/texto_16.pdf. 
Acesso em 14 Maio 2014. 
 
 
fato dela ter que funcionar nas muitas situações sociais em que nos envolvemos 
quando falamos e escrevemos. 
Há diferentes situações sociais e diferentes modos e meios de nos 
comunicarmos. A linguagem, longe de ser apenas textos verbais escritos, 
também se manifesta na oralidade, na arte, na dança, na pintura, no teatro, 
enfim, em um mundo da linguagem não-verbal. Toda manifestação linguística é 
digna de estudo, compreensão e respeito, porém o nosso foco é o texto verbal 
escrito, por ser ele o grande instrumento de comunicação e de avaliação. 
Diante do exposto, é possível entender que um texto não é apenas um 
texto verbal escrito. Segundo Costa Val (2004), a definição de texto se estende 
a toda produção linguística, de qualquer tamanho, que possa fazer sentido em 
uma situação de comunicação humana. Isso quer dizer que uma enciclopédia é 
um texto, um post em uma rede social pode ser um texto, uma fala de uma 
criança pode ser um texto, uma imagem pode ser um texto. Nesta definição, 
vamos centrar nossa atenção nesta parte: um texto deve fazer sentido. É 
exatamente este ponto que diferencia um texto de um não-texto. Vou 
exemplificar, utilizando esta situação (COSTA VAL, 2004): uma criança que fala 
“té”, dirigindo-se à mãe, apontando um brinquedo. Se formos analisar, “té” não 
é, de fato, uma palavra. Se estiver fora de uma situação de comunicação, não 
fará sentido. Porém, no exemplo exposto, de fato a criança falar “té” e apontar 
para um brinquedo, é considerado um texto completo, que pode ser substituído 
pelo verbo “quero”. Há uma situação de comunicação que dá suporte ao sentido 
para a fala da criança. Podemos, então, concluir que, quando utilizamos a 
definição “um texto deve fazer sentido”, queremos dizer: 
 
 
 
1ª nenhum texto tem sentido em si mesmo, por si mesmo (vejamos o exemplo da 
fala da criança); 
2ª todo texto pode fazer sentido em uma determinada situação, para determinados 
interlocutores (COSTA VAL, 2004) 
 
 
De acordo com Faraco e Moura (1998), muito se diferencia o texto verbal 
e o não verbal, suas especificidades são díspares, cada um possui uma forma 
de expressão e por isso constituem gêneros diferentes. 
 As diferenças fundamentais entre a língua falada e a língua escrita são: 
• A língua escrita não apresenta recursos como a entonação e o ritmo, que 
enriquecem a língua falada; 
• Quando falamos, podemos utilizar recursos da linguagem não-verbal, 
como gestos e expressões fisionômicas, o que não ocorre na 
comunicação escrita; 
• O locutor, na mensagem oral, ao emitir sua mensagem, consegue 
perceber imediatamente a resposta do seu interlocutor, fato impossível no 
caso da mensagem escrita. 
 É evidente que há outras diferenças entre a linguagem verbal e nãoverbal, 
porém o nosso intuito aqui é fazer com que você perceba que, no ambiente 
acadêmico, quanto maior for o seu nível linguístico, com mais facilidade e 
eficácia você desenvolverá atividades primordiais em qualquer curso de 
graduação, seja na língua oral ou escrita. Aqueles que, além de comunicar-se 
 
 
com certa fluência, redigem com habilidade, acabam conseguindo melhor 
desempenho no mercado de trabalho. 
 Mas, por que estamos definindo o que é texto e, também, afirmando que o 
sentido não está no texto, em si, mas sim é produzido por quem fala ou escreve 
e por quem escuta ou lê, a cada interação que usamos a língua? É nesta 
definição que iremos, neste momento, caracterizar a escrita acadêmica. Vou 
especificar! Na esfera acadêmica, tanto a comunicação oral quanto a 
comunicação escrita requerem determinados cuidados, pois o contexto ou a 
situação de comunicação em que estão inseridas são formais e exigem técnicas 
e conceitos que auxiliam na produção textual e oral dos gêneros que circulam na 
faculdade e na universidade. 
 A linguagem acadêmica possui peculiaridades, pois veicula em um ambiente 
formal - a faculdade -, tem como premissa a objetividade e a impessoalidade e, 
ainda, é carrega de conteúdo, principalmente o conteúdo científico.Vamos 
pensar na objetividade. 
Segundo Andrade (2007, p.89), a objetividade deve presidir tanto a 
elaboração quanto a linguagem empregada em uma produção textual. Para 
assegurar a objetividade, a linguagem denotativa é utilizada na escrita 
acadêmica. Vale lembrar que linguagem denotativa é aquela que apresenta o 
seu significado próprio, referencial, e evita dar margens há várias interpretações. 
Outra estratégia linguística que contribui grandemente para obter objetividade no 
texto científico é a impessoalidade, procedimento que cria certo distanciamento 
da pessoa do autor. A impessoalidade é mantida, principalmente, com verbos na 
terceira pessoa do singular mais a partícula se. 
 
 
Exemplos: 
 
 
Procurou-se obter tal informação... 
Fez-se a análise ... 
Realizou-se o procedimento ... 
 
Ou, ainda, para manter a objetividade e assegurar a impessoalidade no 
texto científico, há estas formas verbais: 
 
Tal informação foi obtida ... 
A busca empreendida ... 
O procedimento adotado ... 
 
Você pode ter percebido que expressões do tipo “eu penso”, “eu acho”, 
“na minha opinião”, dentre outras, não cabem em umtexto acadêmico. Estas 
expressões devem ser evitadas, pois apresentam uma linguagem carregada de 
pessoalidade, conotação e, assim, a subjetividade da primeira pessoa (eu) 
descaracteriza a objetividade necessária no texto científico. 
 Mas, como escrever um texto acadêmico? Para iniciarmos a escrita, iremos 
focar, primeiramente, a estruturação de frases e parágrafos. 
 
Paragrafação 
 
 
 Em qualquer texto, seja ele acadêmico ou não, o primeiro parágrafo é sempre o 
mais trabalhoso. Isso porque é o início do texto e muitas vezes este início 
converte-se em um impasse psicológica. O grande obstáculo está em pensarmos 
que, para iniciarmos a escrita, todo o texto deve estar em nossa mente, pronto. 
De fato o processo não é assim. Castro (2011) retrata bem esta situação 
afirmando que, independente do tema, quando iniciamos a nossa escrita, o 
nosso pensamento vai se organizando e a massa de informação cresce, 
juntamente com dados, números, citações e novas informações. Por isso o 
primeiro passo é essencial, pois com ele vai se encadeando e ordenando o nosso 
pensamento. 
 Para ficar mais claro, iremos visualizar como é constituída uma frase, uma vez 
que um parágrafo é composto por várias frases. Toda frase possui, 
resumidamente, uma ideia principal ou tópico frasal e ideias secundárias. A ideia 
principal é aquela que contém as principais informações, é a frase-chave do 
parágrafo. Ela que ordena todo o parágrafo e, consequentemente, todas as 
outras informações contidas também no parágrafo. O tópico frasal ajuda o leitor 
a agarrar o encaminhamento do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico 
frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a ideia central com o 
potencial de gerar ideias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação 
argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor 
(uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou 
apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe 
desdobramento ou explicação. A ideia central ou o tópico frasal geralmente vem 
posicionada no início do parágrafo. 
 
 
 Vejamos o exemplo: 
 
Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem 
maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é 
cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do 
animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que 
paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na 
lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.2 
 
É possível notar que a primeira frase, em negrito, contém a informação 
principal do parágrafo. Ela é o tópico frasal. Após esta informação, outras são 
acrescentadas, sempre tendo como frase-mestre a primeira. 
Há várias maneiras de desenvolver o tópico frasal e, assim, acrescentar 
informações secundárias nos parágrafos. Observe os exemplos3: 
 
 
Tópico frasal desenvolvido por enumeração: 
A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, 
tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de 
importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de 
entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por 
 
 
2 Exemplo retirado de: http://www.pciconcursos.com.br/aulas/portugues/topico-frasal. Acesso em 19 
maio 2014. 
3 Idem. 
 
 
meio de filmes, debates, cursos. 
 
Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhes: 
É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo: 
Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguiase 
em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-
a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e 
parapeito desgastado. (Monteiro Lobato) 
 
Tópico frasal desenvolvido por confronto: 
Trata-se de estabelecer um confronto entre duas ideias, dois fatos, dois seres, 
seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças. 
Veja o Exemplo: 
Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode 
ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar 
mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da 
resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar 
os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo 
acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar 
sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças 
da situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, 
adaptado) 
 
Tópico frasal desenvolvido por razões: 
 
 
No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que comprovam o que 
afirmamos no tópico frasal. 
As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso acontece 
de maneira tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma 
concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da realidade. 
Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de 
acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria presença 
da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer 
de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura 
da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado) 
 
Tópico frasal desenvolvido por análise: 
É a divisão do todo em partes. 
Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: 
informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de 
notícias, relatos e comentários sobre a realidade. A segunda atende à procura 
de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. A terceira procura 
persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada 
de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação 
do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, 
adaptado) 
 
Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação: 
Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de 
 
 
exemplos: 
A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e continuará 
existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos históricos: 
nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que apontam para 
um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraíso 
a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho 
de uma vida mais justa, pedem-nos que "sejamos 
realistas, exijamos o impossível" (Teixeira Coelho, adaptado). 
 
Em todos estes exemplos, o tópico frasal está posicionado no início da 
frase. Após, são dispostas informações que completam ou acrescentam, 
questionam, enumeram, indagam, exemplificam a ideia principal. 
 Feita as considerações sobre a estrutura da frase e do parágrafo, elencamos 
alguns desvios linguísticos que devem ser evitados no texto acadêmico. São 
expressões e colocações que descaracterizam o gênero e tornam o texto menos 
científico e com menos credibilidade (CASTRO, 2011). 
Vejamos: 
 
 
 
É preciso evitar os clichês e lugares-comuns. Podem ser palavras da 
moda, palavras vagas, que podem dar uma ideia de rigor, mas tendem a 
ser usadas fora do contexto. Exemplos: chuva torrencial; com precisão 
cirúrgica; dar a volta por cima; de extremo bom gosto; deixou a desejar; 
AM alto e bom tom; fechar com chave de ouro; frio e calculista; 
 
 
 mentira deslavada; numa clara demonstração; o diabo foge da cruz; 
palidez cadavérica; selva de pedras; silêncio mortal; vil metal etc. 
 É preciso, também, evitar as palavras vagas ou obscuras. Definir 
conceitos,exemplificar, são estratégias que sempre deixam o texto mais 
claro. Exemplo: Em vez de falar “luta de classes”, termo associado à 
Revolução Industrial, é possível se referir a um conflito que temos em 
mente, como a greve. 
 
 Em resumo, aluno(a), a linguagem acadêmica consiste em dizer o máximo, com 
o máximo de clareza e com o mínimo de palavras. 
 Para estabelecer a clareza do texto, são essenciais dois elementos que veremos 
no tópico a seguir: a coesão e a coerência. 
 
 
 
Coesão e coerência 
 A qualidade dos parágrafos e, evidentemente, do texto, é mantida com dois 
procedimentos linguísticos: a coesão e a coerência. 
 O parágrafo deve ter qualidades de unidade e coerência. Veja o exemplo 
a seguir (MEDEIROS, 2005): 
 
 
O Romantismo, período da literatura em que prevaleceu o estilo de características 
marcantes, como utilização de uma linguagem desativada, elevação do eu a sujeito 
 
 
da história, exaltação da natureza, subjetividade, sentimentalismo exacerbado e 
outras, é uma estética que se distancia do Classicismo e que vai buscar sua idade 
de ouro na Idade Média. A epopeia, o poema lírico, o romance são formas que 
aparecem na literatura desde a Antiguidade. O estudante de hoje encontra farta 
bibliografia traduzida e nacional sobre literatura. 
 
O fragmento apresentado acima (MEDEIROS, 2005, p. 336) não possui 
unidade de sentido e, por isso, a coerência está afetada. Primeiramente 
caracteriza o Romantismo, período literário. Sem nenhuma relação, inicia um 
período tratando de gêneros literários. Não há unidade coerente entre estas duas 
informações. 
 É fácil dizer que a coerência está para o nível 
das ideias do texto e a coesão no nível das palavras. 
Mas, o que de fato faz de um texto um texto e não 
um amontoado de frases aleatórias? Koch (1995) 
afirma que a textualidade faz de uma 
sequência de frases um texto. Para manter a Imagem disponível em 
http://ovelhamagra.blogspot.com.br/20 
12/06/mudam-as-palavras-e-nao-nostextualidade, é necessária tanto a coesão quanto a avisam.html. 
coerência. Desta forma, a sequência de frases é percebida como um texto 
quando aquele que a recebe é capaz de percebê-la como uma unidade de 
significado (voltamos à primeira definição de texto: um texto tem que fazer 
sentido!). 
E como estabelecemos a coerência? Com a coesão! Como já afirmado, a 
coesão refere-se às palavras do texto, os conectivos, as conjunções, enfim, todo 
 
 
o encadeamento no nível das palavras. Se mal empregadas, as palavras 
afetarão o nível da coerência, do sentido do texto. Se bem empregada, as 
palavras ajudarão a estabelecer a unidade de ideia do texto. 
Há vários estudos que discutem a coesão e coerência na nossa 
sociedade. Focaremos 4 metarregras estabelecidas por Charolles para manter 
tanto a coesão quanto a coerência do texto. São elas4: 
1ª repetição: É a retomada de elementos no decorrer do discurso. Um 
texto coerente tem unidade, já que nele há a permanência de elementos 
constantes no seu desenvolvimento. Um texto que trate a cada passo de 
assuntos diferentes sem um explícito ponto comum não tem continuidade 
(podemos notar a falta de unidade no exemplo do parágrafo sobre o 
Romantismo, exposto acima). 
2. Progressão: além de retomar os elementos conceituais e formais, 
o texto deve apresentar novas informações a propósito dos elementos 
mencionados (você se lembra da estrutura da frase e do parágrafo? Sempre há 
uma ideia principal e, também, ideias secundárias que desenvolvem esta ideia. 
Isso nada mais é que manter a repetição e a progressão!). Os acréscimos 
semânticos fazem o sentido do texto progredir. No plano da coerência, percebe-
se a progressão pela soma das ideias novas às que são já tratadas. 
 
3. Não-contradição: um texto precisa respeitar princípios lógicos 
elementares. Não pode, no início do texto, por exemplo, afirmar X e, no final do 
texto, afirmar o contrário de X. Suas ocorrências não podem se contradizer, 
 
4 Informações retiradas de: http://www.artigonal.com/marketing-e-publicidade-artigos/coesao-ecoerencia-
2455274.html. Acesso em 19 maio 2014. 
 
 
devem ser compatíveis entre si e com o mundo a que se referem, já que o mundo 
textual tem que ser compatível com o mundo que representa. 
4. Relação: um texto articulado coerentemente possui relações 
estabelecidas entre suas informações, e essas têm a ver umas com as outras e 
com o mundo. A relação em um texto refere-se à forma como seus conceitos se 
encadeiam, como se organizam, que papéis exercem uns em relação aos 
outros. 
Estas quatro metarregras, de um modo geral, garantem a coerência de 
um texto. Quando iniciamos o processo de escrita, é bom ter em mente estes 
quatro elementos e, após terminado o texto, uma releitura é essencial para 
verificar se há algum comprometimento, tanto no nível da coerência quanto no 
nível da coesão. Lembre-se: escrever é reescrever! Um texto acadêmico 
dificilmente estará pronto na sua primeira versão. Reescrever é um ato que 
permite o amadurecimento das ideias do texto! 
Definido os elementos que estabelecem a coesão e coerência de um 
texto, partiremos, agora, para a explicação de alguns pontos gramaticais: a 
concordância e a pontuação. Após esta explicação, há alguns exercícios 
disponíveis para você entender ainda mais sobre a nossa discussão! Mãos à 
obra! 
 
Concordância verbal e nominal 
Há, neste material, um resumo de algumas regras gramaticais de 
concordância verbal e nominal. Saliento que há outras regras, mas como o 
objetivo do material não é ser um apoio gramatical, e sim uma explicação de 
 
 
gêneros acadêmicos e as principais ocorrência de desvio da nossa língua escrita, 
elencamos algumas regras que são recorrentes em textos acadêmicos. 
São elas: 
 Concordância verbal 
A concordância verbal, na língua portuguesa, diz respeito ao verbo em 
relação ao sujeito. Em síntese, o verbo deve concordar deve concordar em 
número (singular ou plural) e pessoa (1ª, 2ª, 3ª) com o sujeito. 
Vejamos alguns exemplos5: 
Ele gostava daquele seu jeito carinhoso de ser 
Eles gostavam daquele seu jeito carinhoso de ser. 
Veja que, se o sujeito estiver no plural, o verbo também estará. 
Vamos analisar as regras gerais da concordância verbal: 
Sujeito simples 
Regra geral: 
O verbo concorda com o núcleo do sujeito em número e pessoa. 
Ex.: Nós vamos ao cinema. 
O verbo (vamos) está na primeira pessoa do plural para concordar com o 
sujeito (nós). 
Casos especiais: 
a) O sujeito é um coletivo - o verbo fica no singular. 
Ex.: A multidão gritou pelo rádio. 
Atenção: 
 
5 Exemplos retirados de http://www.portugues.com.br/gramatica/concordancia-verbal-.html. Acesso 
em 21 maio 2014. 
 
 
Se o coletivo vier especificado, o verbo pode ficar no singular ou ir para o 
plural. 
 Ex.: A multidão de fãs gritou./ A multidão de fãs gritaram. 
 
b) Coletivos partitivos (metade, a maior parte, maioria, etc.) – o verbo fica no 
singular ou vai para o plural. 
Ex.: A maioria dos alunos foi à excursão./ A maioria dos alunos foram à 
excursão. 
c) O sujeito é um pronome de tratamento - o verbo fica sempre na 3ª pessoa 
(do singular ou do plural). 
Ex.: Vossa Alteza pediu silêncio./ Vossas Altezas pediram silêncio. 
 
d) O sujeito é o pronome relativo "que" – o verbo concorda com o antecedente 
do pronome. 
Ex.: Fui eu que derramei o café./ Fomos nós que derramamos o café. 
 
e) O sujeito é formado de nomes que só aparecem no plural - se o sujeito 
não vier precedido de artigo, o verbo ficará no singular. Caso venha 
antecipado de artigo, o verbo concordará com o artigo. 
Ex.: Estados Unidos é uma nação poderosa./ Os Estados Unidos são a 
maior potência mundial. 
 
d) O sujeito é formado pelas expressões: mais de um, menos de dois,cerca 
de..., etc. – o verbo concorda com o numeral. 
 
 
Ex.: Mais de um aluno não compareceu à aula./ Mais de cinco alunos não 
compareceram à aula. 
 
f) O sujeito tiver por núcleo a palavra gente (sentido coletivo) - o verbo 
poderá ser usado no singular ou plural, se este vier afastado do substantivo. 
Ex.: A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanece em casa./ 
A gente da cidade, temendo a violência da rua, permanecem em casa. 
 
Sujeito composto 
Como regra geral, em frases com o sujeito composto o verbo vai para o 
plural. 
Ex.: João e Maria foram passear no bosque. 
 
- Concordância nominal 
 A concordância nominal diz respeito ao substantivo e seus termos referentes: 
adjetivo, numeral, pronome, artigo. Essa concordância é feita em gênero 
(masculino ou feminino) e pessoa6. Vejamos alguns exemplos: 
 
1. Substantivo + Substantivo... + Adjetivo 
Quando o adjetivo posposto se refere a dois ou mais substantivos, concorda 
com o último ou vai facultativamente: 
• para o plural, no masculino, se pelo menos um deles for masculino; 
• para o plural, no feminino, se todos eles estiverem no feminino. 
 
6 Exemplos retirados de: http://www.pucrs.br/manualred/nominal.php. Acesso em 21 maio 2014. 
 
 
Exemplos: 
Ternura e amor humano. / Amor e ternura humana. / Ternura e amor humanos./ 
Carne ou peixe cru. / Peixe ou carne crua. / Carne ou peixe crus. 
 
2. Adjetivo + Substantivo + Substantivo + ... 
Quando o adjetivo anteposto se refere a dois ou mais substantivos, 
concorda com o mais próximo. 
Exemplos: 
Mau lugar e hora. 
Má hora e lugar. 
3. Substantivo + Adjetivo + Adjetivo + ... 
Quando dois ou mais adjetivos se referem a um substantivo, este vai para 
o singular ou plural. 
Exemplos: 
Estudo as línguas inglesa e portuguesa. 
Estudo a língua inglesa e (a) portuguesa. 
Os poderes temporal e espiritual. 
O poder temporal e (o) espiritual. 
 
4. Ordinal + Ordinal + ... + Substantivo 
Quando dois ou mais ordinais vêm antes de um substantivo, 
determinando-o, este concorda com o mais próximo ou vai para o plural. 
Exemplos: 
A primeira e segunda lição. 
 
 
A primeira e segunda lições. 
 
 
5. Um e outro / Nem um nem outro + Substantivo 
Quando as expressões "um e outro", "nem um nem outro" são seguidas 
de um substantivo, este permanece no singular. 
Exemplos: 
Um e outro aspecto. / Nem um nem outro argumento. / De um e outro 
lado. 
 
6. Um e outro + Substantivo + Adjetivo 
Quando um substantivo e um adjetivo vêm depois da expressão "um e 
outro", o substantivo vai para o singular e o adjetivo para o plural. 
Exemplos: 
Um e outro aspecto obscuros. 
Uma e outra causa juntas. 
 
 
Exercícios: 
1) Assinale a alternativa correta, quanto à concordância verbal: 
a) Horas e minutos marcadas no relógio 
de pulso. 
b) Absorvido esforços e dinheiro. 
 
c) Camarão e sardinha fresca precisam 
ser bem limpos. 
d) Um desejo e uma alegria 
incompleto. 
 
 
 
2) (Exercício adaptado de 
http://exercicios.brasilescola.com/redacao/exerciciossobre-coesao-
coerencia.htm#resposta-2427. Acesso em 26 maio 2014). A coesão integra 
um dos requisitos imprescindíveis à construção de todo e qualquer texto. Há, 
portanto, alguns elementos que funcionam como principais agentes nesse 
processo, com vistas a fazer com que a mensagem se materialize de forma 
clara e precisa. Assim sendo, o texto a seguir carece de tais elementos. 
Assinale a alternativa que completa os espaços com os elementos coesivos 
adequados: 
 
Muito suor, pouca descoberta 
O trabalho do arqueólogo tem emoções, sim. ---------não pense em Indiana 
Jones, bandidos e tesouros. É verdade------- os arqueólogos passam um bom 
tempo em lugares excitantes, como pirâmides e ruínas. ---------as emoções 
acontecem mesmo é nos laboratórios, --------- ---------- identificam a importância 
das coisas que acharam nos sítios arqueológicos. -------------, é preciso 
persistência para encarar a profissão, -------------os resultados demoram, e muita 
gente passa a vida estudando sem fazer grandes descobertas. No Brasil, é 
necessário fazer pós-graduação, ---------não há faculdade de Arqueologia. -------
, é preciso gostar de viver sem rotina, -------------o arqueólogo passa meses no 
laboratório e outros em campo. O prêmio é fazer descobertas que mudam a 
história. (Super for Kids, nº 1) 
Mas – porque – eles – pois – portanto – mas – além disso – que – porque - 
 
 
quando 
 
a) mas, que, mas, quando, eles, b) mas, mas, que, eles, quando, portanto, 
porque, pois, além disso, portanto, porque, além disso, pois, 
porque. porque. 
c) mas, eles, que, mas, portanto, d) portanto, que, mas, quando, eles, quando, 
além disso, porque, pois, mas, porque, além disso, pois, 
porque. porque. 
 
3) (UDESC 2008) Identifique a ordem em que os períodos devem aparecer, para 
que constituam um texto coeso e coerente. (Texto de Marcelo Marthe: Tatuagem 
com bobagem. Veja, 05 mar. 2008, p. 86.) 
I - Elas não são mais feitas em locais precários, e sim em grandes estúdios 
onde há cuidado com a higiene. 
II - As técnicas se refinaram: há mais cores disponíveis, os pigmentos são 
de melhor qualidade e ferramentas como o laser tornaram bem mais simples 
apagar uma tatuagem que já não se quer mais. 
III - Vão longe, enfim, os tempos em que o conceito de tatuagem se resumia 
à velha âncora de marinheiro. 
IV - Nos últimos dez ou quinze anos, fazer uma tatuagem deixou de ser 
símbolo de rebeldia de um estilo de vida marginal . 
Assinale a alternativa que contém a sequência correta, em que os períodos 
devem aparecer. 
 
 
a) II, I, II, IV b) IV, II, III, I. 
c) IV, I, II, III. d) III, I, IV, II. 
 
4) (ACAFE 2009) Assinale a frase correta quanto às normas gramaticais do 
português padrão, à coesão textual e à coerência. 
a) Em Florianópolis, os salários são, em média, 50% menores do que os de 
Brasília, mas, apesar do custo de vida ser menor. 
b) O Chico Oliveira foi o único namorado que tive; eu conheci ele através 
da internet e logo fiquei locamente apaixonada. 
c) O MPE encaminhou um oficio à Secretaria Municipal de Meio Ambiente 
e Desenvolvimento Urbano solicitando informações sobre estágio que está o 
projeto e a execução do projeto, se foram feitos EIA/RIMA, EIV e GDU da obra 
e se esta possui Licença Ambiental de Operação e se foi realizada audiência 
pública para esclarecer à população sobre a obra. 
d) A taxa de desemprego subiu para 9,4% em maio, a maior desde 1983, 
mas a perda de postos de trabalho ficou em 345 mil, bem inferior ao esperado, 
de 520 mil vagas. 
 
 
5) (UFPR 2010) Entrou em vigor a lei que converte em presunção de paternidade 
a recusa dos homens em fazer teste de DNA. Assinale a alternativa cujo texto 
pode ser concluído coerentemente com essa afirmação. 
 
 
a) Sara Mendes deu início a um processo na justiça, para que Tiago Costa 
assuma a paternidade de seu filho Cássio. Tiago não fez o exame de DNA, 
mas assume como muito provável ser ele o pai do menino. Cássio alega que 
o exame não é conclusivo, pois entrou em vigor a lei que converte em 
presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 
b) Adriano é um rapaz muito presunçoso e não admite que lhe cobrem nada. A 
namorada lhe pediu um exame de DNA, para esclarecer a paternidade de 
Amanda, sua filha. Adriano disse que não faria o exame. A namorada disse 
que toda essa presunção serviria para o juiz atestar a paternidade, poisentrou 
em vigor a lei que converte em presunção de paternidade a recusa dos 
homens em fazer teste de DNA. 
c) Carlos de Almeida responde processo na justiça por não querer reconhecer 
como seu o filho de Diana Santos, sua exnamorada. Carlos se recusou a fazer 
o exame de DNA, o que permite ao juiz lavrar a sentença que oindica como 
pai da criança, porque entrou em vigor a lei que converte em presunção 
de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 
d) Alessandro presume que Caio seja seu filho. Sugeriu a Telma um exame de 
DNA. Telma disse não ser necessário, pois entrou em vigor a lei que converte 
em presunção de paternidade a recusa dos homens em fazer teste de DNA. 
 
6) (UFPR 2010) Considere as seguintes sentenças. 
 
 
1. Ainda que os salários estejam cada vez mais defasados, o aumento de 
preços diminui consideravelmente seu poder de compras. 
2. O Governo resolveu não se comprometer com nenhuma das facções 
formadas no congresso. Desse modo, todos ficarão à vontade para 
negociar as possíveis saídas. 
3. Embora o Brasil possua muito solo fértil com vocação para o plantio, isso 
conseguiu atenuar rapidamente o problema da fome. 
4. Choveu muito no inverno deste ano. Entretanto, novos projetos de 
irrigação foram necessários. 
As expressões grifadas NÃO estabelecem as relações de significado 
adequadas, criando problemas de coerência, em: 
a) 2 apenas. 
b) 1 e 3 apenas. 
c) 1 e 4 apenas. 
d) 2, 3 e 4 apenas. 
 
7) (TRF) Dentre as modificações impostas à frase "Embora seguindo regras 
distintas, as duas frentes são importantes e se alimentam mutuamente 
ou, pelo menos, deveriam fazê-lo", a que NÃO implica mudança de sentido 
é: 
a) Embora seguindo regras, distintas as duas frentes, são ambas 
importantes e se alimentam mutuamente ou, pelo menos, deveriam fazê-lo. 
 
 
b) Embora as duas frentes sigam regras distintas, são ambas importantes e 
se alimentam mutuamente ou, ao menos, deveriam fazê-lo. 
c) Embora seguindo regras distintas, as duas frentes são importantes e se 
nutrem mutuamente, já que precisariam fazê-lo. 
d) Embora seguindo regras distintas, as duas frentes ou são importantes ou 
se alimentam mutuamente: pelo menos, deveriam fazê-lo. 
e) Embora com regras distintas, as duas frentes ou são importantes ou se 
alimentam mutuamente, já que assim deveriam fazê-lo. 
 
8) (TRF) O pronome sublinhado em "Não surpreende que assim seja, porque 
desta definição depende em parte o estabelecimento das credenciais dos 
atores que hoje estão envolvidos na luta dos negros pelo lugar na sociedade 
brasileira que nem a abolição, nem os cem anos que a 
seguiram lhes propiciaram." está em clara referência ao termo: 
a) negros; b) atores; 
c) credenciais; d) cem anos; 
 
9) (BANCO DO BRASIL) – Na ordem, preenchem corretamente as lacunas: 
1. Justiça entre os homens é ... 
2. É ... a entrada de pessoas estranhas. 
3. A água gelada sempre é ... 
a) necessário, proibida, gostosa. b) necessária, proibida, gostoso. 
c) necessário, proibida, gostoso. d) necessária, proibido, gostoso. 
 
 
 
10) (CESBRANRIO) “Noites pesadas de cheiros e calores amontoados...” Aponte 
a opção em que, substituídos os substantivos destacados acima, fica incorreta a 
concordância de “amontoado”. 
a) nuvens e brisas amontoadas. 
b) odores e brisas amontoadas. 
c) nuvens e morros amontoados. 
d) morros e nuvens amontoados. 
e) brisas e odores amontoadas. 
 
 
Referências bibliográficas: 
 CÂMARA JR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita. 8ª Ed. 
Petrópolis: Vozes, 1985. 
CASTRO, Claudio de Moura. Como redigir e apresentar trabalho científico. São 
Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011. 
COSTA VAL, Maria da Graça. Texto, textualidade e textualização. In.: 
CECCANTINI, J.L.; PEREIRA, Roby F.; ZANCHETta JR, Juvenal. Pedagogia 
cidadã: cadernos de formação: Língua Portuguesa. v.1. São Paulo: Unesp, 
Próreitoria de Graduação, 2004, p. 113-128. 
FARACO, C.; MOURA, F.M. Gramática. São Paulo: Ática. Ed. 17ª., 1998. 
ANDRADE, Maria Margarida de. Introdução à metodologia do trabalho científico: 
elaboração de trabalhos na graduação. 8ª Ed. São Paulo: Atlas, 2007. 
MEDEIROS, João Bosco. Português instrumental: para cursos de 
contabilidade, economia e administração. 5ª Ed. São Paulo: Atlas, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE II 
 
 
 
Olá, alunos e alunas! 
 Vamos, neste material, discutir sobre um gênero textual 
muito solicitado nas faculdades e universidades: o 
resumo acadêmico. 
 Antes de iniciarmos a definição do resumo 
acadêmico. Vamos pensar na seguinte pergunta: 
 Imagem disponível em: 
http://revistaescola.abril.com 
 
 
O que é gênero textual? 
 
 
De acordo com algumas definições, gêneros são formas nas quais as 
pessoas ‘fazem as coisas’ por meio do seu uso da língua em contextos 
específicos. Ou seja, gêneros são meios socialmente aceitos de utilizar a língua. 
Os gêneros surgem a partir das necessidades e atividades socioculturais e das 
relações com as inovações tecnológicas. Isso justifica o fato dos gêneros serem 
ilimitados. Como exemplo, temos: telefonemas, sermão, piada, carta pessoal, 
carta comercial, declaração, romance, conto, entrevista, bula de remédio, guia, 
índices, gráficos, artigos de opinião, artigo científico, anúncios, classificados, 
horóscopo, resenha, resumo, reunião de condomínio, lista de compras, outdoor, 
inquérito policial, edital de concurso, menu de restaurante, manchete, 
telegramas, telemensagens, teleconferência, reportagens ao vivo, cartas 
eletrônicas, manuais eletrônicos, bate-papos virtuais, dentre outros. 
 
 
 No nosso caso, iremos definir e entender o gênero resumo acadêmico. 
Especificamente, utilizamos o resumo acadêmico nas faculdades e 
universidades. Farei algumas perguntas que irão nos ajudar a entender este 
texto tão importante: 
 
 
O que é um resumo acadêmico? 
Existe apenas o resumo acadêmico em nossa sociedade? 
Como elaborar um resumo acadêmico? 
 
O resumo é um gênero textual que circula em diferentes esferas textuais 
da nossa sociedade. Temos o resumo de filme (a síntese fílmica ou sinopse), o 
resumo de novelas e o resumo de livro, por exemplo. Mas, neste momento, 
iremos focar o resumo acadêmico. Esse resumo se diferencia dos outros por 
circular no meio acadêmico; por exigir um saber-fazer essencial no ensino, uma 
vez que explicita a capacidade de interpretação e a análise dos textos de quem 
escreve; por utilizar textos de origem de autores renomados, o que exige um 
saber-fazer específico do discurso científico; por utilizar como regra norteadora 
de escrita a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), e por fim, pelos 
objetivos do professor e do aluno ao pedir/escrever um resumo, visto que para o 
aluno, o resumo tem como função cumprir uma exigência do professor para a 
obtenção de nota, fonte de estudo, apreensão de conteúdos importantes. Já para 
o professor, o resumo é uma atividade que garante a leitura do texto pedido, além 
 
 
de ser um instrumento que possibilita verificar o que o aluno compreendeu do 
que foi lido (RIBEIRO, s/d). 
 Diante destas primeiras considerações, já podemos notar a definição do que é 
resumo acadêmico. Segundo Medeiros (2006, p. 137), resumo é uma 
apresentação sucinta e seletiva das principais ideias de um texto. Este é um 
ponto relevante para se pensar na escrita de um resumo: selecionar as principais 
ideias de um texto. Mas você pode estar se questionando: um texto não é escrito 
apenas com ideias importantes? Para esclarecer esta dúvida a você, aluno, 
vamos usar uma analogia ou uma comparação. Orlandi (1987) compara o texto 
a um tecido. 
Assim como o tecido forma um todo contínuo, 
coerente e com todas as partes interligadas por um fio, o 
texto também é um todo contínuo, coerente e deve possuir 
todos os seus parágrafos interligados no nível do conteúdo 
e no nível das palavras, o que chamamos de coerência e 
coesão (na apostila 1 trabalhos com coerência e coesão!). 
Vimos, na apostila 1, que cada parágrafo de um texto é formado por ideias 
principais e ideias secundárias. As ideias principaissão responsáveis pelo 
conteúdo do texto, e as ideias secundárias são responsáveis em completar este 
conteúdo. Veja bem, não estou afirmando que apenas as ideias principais, por si 
só, já são um texto, mas sim estou salientando que as ideias principais carregam 
a maior parte de significação do texto. Por sua vez, a ideias secundárias 
exemplificam, comprovam, discutem, analisam, demonstram as ideias principais. 
 
 
Vou exemplificar. Leia o trecho de um resumo acadêmico, exposto abaixo e, após 
a leitura, analise quais são as ideias principais e quais são as ideias secundárias: 
 
Cada sistema social concebe a ordenação do espaço de uma maneira 
típica. No Brasil, o espaço não é concebido como um elemento independente 
dos valores sociais, mas está embebido neles. Expressões como “em cima” e 
“embaixo” não exprimem propriamente a noção de altitudes, mas indicam 
regiões sociais.7 
 
Como você pode observar, as ideias do texto foram organizadas da 
seguinte maneira: 
 
Ideia principal: 
Cada sistema social concebe a ordenação do espaço de uma maneira típica. 
 
 
Ideias secundárias: 
No Brasil, o espaço não é concebido como um elemento independente dos 
valores sociais, mas está embebido neles. Expressões como “em cima” e 
“embaixo” não exprimem propriamente a noção de altitudes, mas indicam 
regiões sociais. 
 
 
7 Resumo disponível em: 
http://www2.unifap.br/alexandresantiago/files/2012/03/Resumo_Resenha_Parafrases_ArtigosCientific 
os.pdf. Acesso em 21 maio 2014. 
 
 
Compreendido o que são as ideias principais e as ideias secundárias de 
um texto, especificamente um texto a ser resumido, partimos para o conteúdo de 
um resumo. Quais são as partes, no nível do conteúdo, que um resumo deve 
conter? De acordo com Medeiros (2006, p. 142-143), de um lado o resumo deve 
conter: 
- o assunto do texto original; 
- o objetivo do texto de origem; 
- a articulação das ideias; 
- as conclusões do autor do texto de origem. 
Por outro lado, o resumo: 
- não deve apresentar juízo de valor ou crítico (informações pessoais não são 
permitidas em um resumo); 
- deve ser completo em si mesmo e permitir a compreensão (ser um texto 
autônomo), ou seja, dispensar a consulta ao texto original. 
 Para que isso ocorra na elaboração do resumo, o 
estudante/cientista/acadêmico deve: 
- redigir o resumo com uma linguagem objetiva; 
- evitar a repetição de frases inteiras do texto original; 
- respeitar a ordem que as ideias ou fatos são apresentados no texto original. 
A ABNT classifica dentro do grande rótulo “resumo acadêmico” 
subgêneros, como: o resumo indicativo, informativo, informativo-indicativo, 
crítico e o de recensão. 
Como o objetivo, aqui, não é detalhar cada classificação exposta, 
fundamentaremos apenas o grande gênero resumo acadêmico. 
 
 
Respondemos, até o momento, duas perguntas feitas no início: “O que é 
um resumo acadêmico?” e “Existe apenas o resumo acadêmico em nossa 
sociedade?”. 
No próximo item iremos responder a seguinte pergunta: 
“Como elaborar um resumo acadêmico?”. 
 
Técnicas de elaboração do resumo acadêmico 
 Há, em nosso meio, duas possibilidades de você, aluno, escrever um resumo 
acadêmico. A primeira é quando um professor solicita a elaboração de um 
resumo acadêmico como uma atividade didática. Há, desta maneira, um texto 
original a ser resumido, de um autor renomado ou reconhecido pela ciência. A 
segunda possibilidade é quando você se depara na escrita de um artigo 
científico. Como sabe, o resumo acadêmico é um item que deve conter em um 
artigo científico. Neste caso, você terá que elaborar um resumo do/no seu próprio 
artigo. 
Focaremos, aqui, o resumo como uma atividade didática solicitada pelo 
professor. O resumo que deve ser escrito em um artigo científico seguirá outras 
características, pois é inserido em um artigo científico. 
Segundo Medeiros (2006, p. 145), o resumo deve conter: 
- Elementos bibliográficos do texto (ficha técnica): 
• Sobrenome do autor, nome. 
• Editora. 
• Ano. 
• Páginas. 
 
 
• Tipo de texto, o gênero a que se filia (literário, didático, acadêmico). 
• Resumo do conteúdo: assunto do texto, objetivo, métodos, critérios 
utilizados, conclusões do autor da obra resumida. 
É certo que para resumir um texto é necessário a compreensão do 
conteúdo e da sua organização. Algumas perguntas básicas podem nortear a 
escrita do resumo: 
O que diz o texto de origem (tema/assunto)? 
Como ele diz (Como está organizado o livro? Como o autor/a se posiciona 
frente ao tema)? 
Qual(is) é(são) as informação(ões) nova(s) do texto? 
Quais são as justificativas do texto? 
Qual a referência do texto? 
 
Pensando nestas perguntas, você conseguirá iniciar a escrita do resumo 
Acadêmico. 
De um modo geral, no resumo (MEDEIROS, 2006): 
- Deve-se ler atentamente o texto de origem, analisando as ideias principais de 
cada parágrafo; 
• Identificar o gênero a que pertence o texto (se o texto original for uma 
narrativa, ou um texto opinativo, ou uma receita, relato etc., informar no 
resumo); 
• Identificar a organização do texto original; 
• Identificar os principais recursos utilizados pelo autor (exemplos, 
estatísticas, comparações etc.); 
 
 
• Apagar os elementos redundantes e supérfluos (supressão de adjetivos e 
advérbios, por exemplo); 
• O leitor do resumo deve construir frases que incluam várias ideias 
expostas no texto, de forma sintética. 
Nesta apostila, com o tema Resumo Acadêmico, atentamo-nos em 
responder alguns questionamentos iniciais: “O que é um resumo acadêmico?”; 
“Existe apenas o resumo acadêmico em nossa sociedade?”; “Como elaborar um 
resumo acadêmico?”. Para elaborar as respostas de tais perguntas, fizemos uma 
explanação teórica sobre o gênero em estudo, utilizamos exemplos de 
construção/identificação de informações primárias e secundárias e, por fim, 
esquematizamos pontos relevantes na elaboração do resumo acadêmico. 
Ainda, salientamos também que o resumo acadêmico pode ser tanto uma 
atividade solicitada pelo professor, como método de avaliação da capacidade do 
aluno de ler, compreender e escrever sobre algum assunto teórico quanto item 
integrante de um artigo científico. No momento focou-se o resumo como 
atividade didática, isso porque, em materiais posteriores, haverá o foco apenas 
no resumo contido no artigo científico, com suas especificidades que se diferem 
do atual estudo. 
Agora, iremos analisar algumas regras de pontuação necessária em 
qualquer gênero textual! 
 
Pontuação 
A pontuação é um recurso extremamente importante na língua escrita, 
pois além de estabelecer a coesão do texto, ela interfere diretamente no nível da 
 
 
coerência de uma produção textual, o que ajuda a manter a clareza do - Assinalar 
as pausas e as inflexões de voz (entoação) na leitura; 
- Separar palavras, expressões e orações que devem ser 
destacadas; - Esclarecer o sentido da frase, afastando qualquer 
ambiguidade. 
texto. Basicamente, irei expor algumas finalidades da pontuação em nossa 
escrita. São elas8: 
 
Veja a seguir os sinais de pontuação mais comuns, responsáveis por dar 
à escrita maior clareza e simplicidade. 
Vírgula ( , ) 
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à 
espera da continuação do período. Geralmente é usada: 
- Nas datas, para separar o nome da localidade. 
 Exemplo: São Paulo, 25 de agosto de 2005. 
- Após os advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início 
da frase. 
Exemplo: – Você gostou do vestido? 
 
8 Informações retiradas de http://www.soportugues.com.br/secoes/fono/fono30.php. Acesso em 21 
maio 2014. 
 
 
– Sim, eu adorei! 
– Pretende usá-lo hoje? 
– Não, no finalde semana. 
- Após a saudação em correspondência (social e comercial). 
Exemplos: 
Com muito amor, 
Respeitosamente, 
- Para separar termos de uma mesma função sintática. 
Exemplo: 
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal. 
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo. 
- Para destacar elementos intercalados, como: 
a) uma conjunção 
Exemplo: 
Estudamos bastante, logo, merecemos férias! 
b) um adjunto adverbial 
Exemplo: 
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas. 
 
 
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a locução 
adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser que a ênfase o 
exija. 
c) um vocativo 
Exemplo: 
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado. 
d) um aposto Exemplo: 
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular. 
e) Uma expressão 
explicativa (isto é, a saber, 
por exemplo, ou melhor, ou 
antes, etc.) 
Exemplo: 
O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem seu 
princípio em Deus. 
- Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase. 
Exemplo: 
O documento de identidade, você trouxe? 
- Para separar elementos paralelos de um provérbio. 
Exemplo: 
 
 
Tal pai, tal filho. 
- Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo. 
Exemplo: 
As flores, eu as recebi hoje. 
- Para indicar a elipse de um termo. 
Exemplo: 
Daniel ficou alegre; eu, triste. 
- Para isolar elementos repetidos. 
Exemplos: 
A casa, a casa está destruída. 
Estão todos cansados, cansados de dar dó! 
- Para separar orações intercaladas. 
Exemplo: 
O importante, insistiam os pais, era a segurança da escola. 
- Para separar orações coordenadas assindéticas. 
Exemplo: 
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém. 
- Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, 
explicativas e algumas orações alternativas. 
 
 
Exemplos: 
Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio. 
Vá devagar, que o caminho é perigoso. 
Estuda muito, pois será recompensado. 
As pessoas ora dançavam, ora ouviam música. 
- Para separar orações subordinadas substantivas e adverbiais 
(quando estiverem antes da oração principal). 
Por Exemplo: 
Quem inventou a fofoca, todos queriam descobrir. 
Quando voltei, lembrei que precisava estudar para a prova. 
- Para isolar as orações subordinadas adjetivas explicativas. 
Por Exemplo: 
A incrível professora, que ainda estava na faculdade, dominava todo 
o conteúdo. 
(Exercícios adaptados de 
http://fali.no.comunidades.net/index.php?pagina=1291772513_25. Acesso em 
26 maio 2014.) Analise os exercícios abaixo: 
 
1. Assinale o exemplo em que há emprego incorreto da vírgula: 
a) como está chovendo, transferi o passeio; 
b) o livro, comprei-o por conselho do professor. 
 
 
c) ele, caso queira, poderá vir hoje; 
d) não sabia, por que não estudou; 
 
2) A frase em que deveria haver uma vírgula é: 
a) Comi uma fruta pela manhã e outra à tarde. 
b) Eu usei um vestido vermelho na festa e minha irmã usou um vestido azul. 
c) Ela tem lábios e nariz vermelhos. 
d) Não limparam a sala nem a cozinha. 
3) Assinale a alternativa em que o trecho “No entanto, quando a Suprema Corte 
decidiu ouvir o apelo do caso, em 1980, o panorama da biologia molecular havia 
mudado radicalmente”, encontra-se corretamente pontuado. 
 
a) No entanto, em 1980, quando a Suprema Corte, decidiu ouvir o apelo do 
caso o panorama da biologia molecular havia mudado radicalmente. 
b) Quando a Suprema Corte decidiu ouvir o apelo do caso, em 1980, no 
entanto, o panorama da biologia molecular havia mudado radicalmente. 
c) No entanto, o panorama da biologia molecular havia mudado 
radicalmente, quando a Suprema Corte, decidiu ouvir o apelo do caso, em 1980. 
d) Quando, no entanto, em 1980, a Suprema Corte decidiu ouvir o apelo do 
caso, o panorama da biologia molecular, havia mudado radicalmente. 
 
4) (Cefet-PR) Assinale o item em que o texto está corretamente pontuado: 
a) Não nego, que ao avistar a cidade natal tive uma sensação nova. 
b) Não nego que ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação nova. 
 
 
c) Não nego que, ao avistar, a cidade natal, tive uma sensação nova. 
d) Não nego que ao avistar a cidade natal tive uma sensação nova. 
e) Não nego que, ao avistar a cidade natal, tive uma sensação nova. 
 
5) Assinale as frases em que as vírgulas estão incorretas: 
a) ora ríamos, ora chorávamos; 
b) amigos sinceros, já não os tinha; 
c) a parede da casa, era branquinha branquinha; 
d) Paulo, diga-me o que sabe a respeito do caso; 
e) João, o advogado, comprou, ontem, uma casa. 
 
6) (FGV-2002) Assinale a alternativa correta quanto ao uso da 
vírgula. 
a) A gentil atendente, anotou meu recado. 
b) Observem por exemplo, o número de acidentes nas estradas. 
c) Aqueles objetos eram, na ocasião, meros acessórios. 
d) O chefe da equipe deve promover, bom convívio, entre seus auxiliares. 
e) Encerrado o espetáculo, saíram os artistas, e o público 
 
7) (UECE-2002) O ÓDIO À DIFERENÇA 
É milenar o hábito de estranhamento entre os homens. Indivíduos que por algum 
motivo destoam num grupo qualquer costumam provocar sentimentos de 
antipatia entre aqueles que se sentem iguais entre si - e superiores ao que lhes 
parece diferente. O racismo, baseado em preconceito, nasce daí. Povos mais 
escuros, mais pobres, menos cultos ou simplesmente de outra etnia sempre 
 
 
foram vítimas de desprezo irracional por parte de coletividades que se 
consideram superiores na comparação. 
(VEJA. 26/9/2001) 
 Na sentença, O racismo, baseado em preconceito, nasce daí, o fato de a 
expressão baseado em preconceito vir entre vírgulas indica que 
a) todo racismo se apoia em preconceito 
b) há um racismo apoiado em preconceito e outro não apoiado em preconceito 
c) há diferença entre o racismo apoiado e o não apoiado em preconceito 
d) há mais racismo apoiado em preconceito do que racismo não apoiado em 
preconceito 
 
8) (FGV-2003) Leia atentamente o texto e responda a questão que a ele 
se refere. 
O Mundo das Não-palavras 
 Já o disseram muitos, e de várias maneiras, que os problemas do conhecer e 
do compreender centralizam-se em torno da relação entre a linguagem e a 
realidade, entre o símbolo e o fato. Estas marcas de tinta sobre as quais correm 
nossos olhos, essas marcas de tinta que concordamos em chamar palavras, e 
estas palavras que concordamos em aceitar como “moeda legal” para a troca de 
informações, por que mágica, por que regras prosaicas, exercem elas suas 
estranhas funções? Se olharmos demoradamente para uma palavra, ela se 
converterá, de fato, para nós em meras marcas de tinta dentro de um padrão 
peculiar de linhas. A princípio, parece escrita corretamente, depois já não 
podemos ter certeza disso, e finalmente somos dominados pela impressão de 
 
 
que o simples cogitar de sua grafia é penetrar nos mais intrincados labirintos da 
Humanidade. 
Está claro que, se olharmos reflexivamente para qualquer coisa por um 
espaço de tempo suficientemente longo, como um bezerro olha para uma 
porteira nova, ela tende a aparecer afinal como se fosse totalmente inexplicável. 
Um grande filósofo observou, de uma feita, que a mais estranha invenção em 
toda a História era essa cobertura peculiar para o pé humano que nós 
denominamos meia. Ele estivera olhando para uma delas durante vários minutos. 
Há momentos, contudo, em que parece impossível que qualquer outra invenção 
humana pudesse ser mais surpreendente e estranha do que uma palavra - a 
palavra meia, por exemplo. Wendell Johnson, tradução de Octavio Mendes 
Cajado. 
A propósito das vírgulas do texto de Wendell Johnson, tecem-se abaixo 
alguns comentários. Assinale a alternativa cuja afirmação é incorreta.a) A palavra finalmente (...depois já não podemos ter certeza disso, e finalmente 
somos dominados pela impressão...) poderia ter-se apresentado entre duas 
vírgulas. 
b) Não seria recomendável retirar a vírgula que está depois de nossos olhos 
(Estas marcas de tinta sobre as quais correm nossos olhos, essas marcas de 
tinta que concordamos em chamar palavras...). 
c) Seria possível retirar a vírgula colocada após a expressão a princípio (A 
princípio, parece escrita corretamente...) 
d) Seria recomendável retirar duas vírgulas: a anterior e a posterior a contudo 
 
 
(Há momentos, contudo, em que parece impossível...). 
e) Não se recomendaria retirar a vírgula anterior a por exemplo (...estranha do 
que uma palavra - a palavra meia, por exemplo.). 
 
9) Exercícios adaptados de 
http://www.portuguesconcurso.com/2009/10/exercicios-de-coesao-textual.html. 
Acesso em 26 maio 2014). Assinale a opção que não constitui uma articulação 
coesa e coerente para as duas partes do texto. 
O capital humano é a grande âncora do desenvolvimento na Sociedade de 
Serviços, alimentada pelo conhecimento, pela informação e pela comunicação, 
que se configuram como peças-chave na economia e na sociedade do século 
XXI. 
_____________,no mundo pós-moderno, um país ou uma comunidade equivale 
à sua densidade e potencial educacional, cultural e científicotecnológico, 
capazes de gerar serviços, informações, conhecimentos e bens tangíveis e 
intangíveis, que criem as condições necessárias para inovar, criar, inventar 
(Aspásia Camargo, “Um novo paradigma de desenvolvimento”). 
a) Diante dessas considerações, 
b) É necessário considerar a ideia oposta de que, 
c) Partindo-se dessas premissas, 
d) Tendo como pressupostos essas afirmações, 
e) Aceitando-se essa premissa, é preciso considerar que, 
 
 
 
10) Assinale a opção que não representa uma continuação coesa e coerente 
para o trecho abaixo. 
É preciso garantir que as crianças não apenas fiquem na escola, mas aprendam, 
e o principal caminho para isso, além de investimentos em equipamentos, é o 
professor. É preciso fazer com que o professor seja um profissional bem 
remunerado, bem preparado e dedicado, ou seja, investir na cabeça, no coração 
e no bolso do professor. 
a) Qualquer esforço dessa natureza já tem sido feito há muitos anos e 
comprovou que os resultados são irrelevantes, pois não há uma importação de 
tecnologia educacional. 
b) Tal investimento não custaria mais, em 15 anos, do que o equivalente a 
duas Itaipus. 
c) Esse esforço financeiro custaria muito menos do que o que será preciso 
gastar daqui a 20 ou 30 anos para corrigir os desastres decorrentes da falta de 
educação. 
d) Isso custaria muitas vezes menos que o que foi gasto para criar a 
infraestrutura econômica. 
e) Um empreendimento dessa natureza exige como uma condição 
preliminar: uma grande coalizão nacional, entre partidos, lideranças, Estados, 
Municípios e União, todos voltados para o objetivo de chegarmos a 2022, o 
segundo centenário da Independência, sem a vergonha do analfabetismo. 
 
 
 
Referências: 
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006. 
 
ORLANDI, Eni Pulcinelli. A Linguagem e seu Funcionamento: as formas do 
discurso. 2ª Ed. Campinas, SP: Pontes, 1987. 
 
RIBEIRO, A. L. Resumo acadêmico: uma tentativa de definição. Círculo 
Fluminense de Estudos Filológicos e Linguísticos. s/d [Internet] [citado em 17 
jan. 2014]. Disponível em: http://www.filologia.org.br/ixcnlf/12/15.htm. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNIDADE III 
 
 
 
Resenha crítica Olá, 
aluno(a)! 
Nesta terceira apostila iremos tratar 
de um gênero acadêmico: a resenha 
crítica. Este gênero, como o resumo, é 
muito solicitado pelos professores, pois 
além de exigir a capacidade do aluno de 
sintetizar um 
texto, também requer um Figura 1: Imagem disponível em 
http://blogs.odiario.com/odiarionaescola/tag/livros/ 
posicionamento crítico. Vamos, então, nortear o nosso estudo com as seguintes 
perguntas: 
 
 
O que é resenha crítica? 
Qual a diferença entre a resenha crítica e o resumo acadêmico? 
Como elaborar a resenha crítica? 
 
O gênero resenha é amplo. Encontramos a resenha em diferentes esferas 
sociais: resenhas sobre filme, produto de beleza, séries de TV, dentre outros 
temas. Neste tópico iremos estudar sobre a resenha crítica. A resenha crítica é 
um gênero textual que está interligado a um gênero maior, a resenha acadêmica. 
Há outros subgêneros ligados à resenha acadêmica, como a resenha descritiva 
 
 
e a resenha temática. Focados no objetivo deste material, daremos atenção à 
resenha crítica. 
Muito solicitada pelos professores como uma atividade didática, a resenha 
crítica permite analisar a compreensão do aluno em relação à obra resenhada, 
além de contemplar o posicionamento crítico do estudante em seu texto. 
Medeiros (2006, p. 158) define a resenha como um resumo crítico, contendo 
neste resumo comentários e opiniões, julgamentos de valor, comparações com 
outras obras da mesma área e avaliação da relevância da obra com relação às 
outras do mesmo gênero. 
De forma simplificada, a resenha é um resumo descritivo, analítico e crítico 
de um trabalho científico ou de uma obra literária. Porém, a resenha não pode 
ser restringida como apenas um resumo, pois ela implica na interpretação do 
texto e na avaliação (ou destaque) das suas qualidades e/ou seus pontos fracos. 
A diferença entre resenha e resumo é exatamente o posicionamento 
crítico. Na resenha é essencial o resenhista se posicionar frente ao texto objeto, 
afirmando a utilidade (ou não) do texto; a sua importância; a profundidade das 
ideias; se os objetivos do texto foram atingidos; dentre outros pontos. Já no 
resumo, como visto na apostila 2, este posicionamento não cabe no texto. O 
resumo é apenas uma seleção das ideias principais do texto objeto, sendo o 
autor do resumo capaz de selecionar estes pontos principais para articula-los em 
seu texto. 
Esclarecida duas questões feitas no início deste material (“O que é 
resenha crítica?” e “Qual a diferença entre resenha crítica e o resumo 
acadêmico?”), passaremos agora a analisar a elaboração da resenha crítica. 
 
 
Algumas questões são importantes e devem ser apreciadas durante a 
elaboração de uma resenha, como a inclusão de informações sobre o autor e 
suas outras obras, a definição do tema tratado por ele na obra resenhada, a 
distinção do problema/pergunta/tese/hipótese apresentada por ele, a 
identificação do seu posicionamento, aluno, diante deste problema e quais os 
argumentos centrais e complementares utilizados para defender a sua posição. 
 A resenha não é um texto muito longo, configurando-se como um texto 
objetivo, com descrição da obra e com o posicionamento crítico do resenhista. 
Veja bem: a opinião é definida como “posicionamento crítico”. É interessante 
pensarmos na diferença entre a pura opinião e um posicionamento crítico. A 
opinião, em si, muitas vezes não possui fundamento; expressões como “eu acho 
que”, “eu acredito que” levam uma postura muito pessoal e pouco fundamentada. 
Já o posicionamento crítico deve ser fundamentado, o “achismo” não cabe aqui. 
Perguntas do tipo: “Qual a relevância da obra?”; “Por que o autor se posiciona 
desta forma e não de outra?”; “Este posicionamento é válido”? são pertinentes. 
De um modo geral a resenha: 
estruturalmente, descreve as propriedades da obra 
(descrição física da obra), relata as credenciais do autor, 
resume a obra, apresenta suas conclusões e metodologia 
empregada, bem como expõe um quadro de referências 
em que o autor se apoiou (narração) e, finalmente, 
apresenta uma avaliação da obra e diz quem a obra se 
destina (dissertação).(MEDEIROS, 2006, p. 158-159) 
 
 
 
 Para escrever uma resenha, são necessários alguns passos que serão 
expostos abaixo (MEDEIROS, 2006, p. 160-162): 
 
- Delimitação da unidade de leitura: 
Aqui verificamos a extensão da leitura, uma vez que a leitura é feita em 
etapas, com intervalos entre uma etapa e outra. É imprescindível evitar intervalos 
muito longos entre uma leitura e outra, uma vez que tal atitude prejudica a 
compreensão global do texto. 
 
- Análise textual: 
A análise textual compreende: o estudo do vocabulário; verificação das 
doutrinas expostas; sondagem de fatos apresentados; autoridade dos autores 
citados; esquema das ideias expostas no texto. Busca-se, nesta fase, responder 
as seguintes questões: 
 
Quem é o autor do texto? Qual/quais método(s) utilizou? 
 
- Análise temática: 
Na análise temática apreendemos o conteúdo do texto objeto sem intervir 
nele. Questões são respondidas nesta fase: 
De que trata o texto? Sob que perspectiva o Qual problema foi 
 autor tratou do assunto 
(tema)? Quais os limites 
do texto? 
 
focalizado? 
 
 
 
Como foi o assunto 
problematizado? 
 
Como o autor soluciona 
o problema? Que 
posição assume? 
 
Como o autor demonstra 
seu raciocínio? Quais são 
seus argumentos? 
 
Há outros assuntos paralelos à ideia central? 
 
- Análise interpretativa: 
 Aqui, nesta fase, você deverá se posicionar a respeito das ideias do texto. As 
perguntas pertinentes a esta fase são: 
 
Qual a originalidade do 
texto? 
 
Qual o alcance do texto? 
 
Qual a validade das 
ideias? 
 
Qual a relevância das 
ideias? 
 
Quais contribuições 
apresenta? 
 
O autor atingiu os 
objetivos propostos? 
 
O texto supera a pura 
retomada de textos de 
outros autores? 
Há profundidade na 
exposição das ideias? 
 
A tese foi demonstrada 
com eficácia? 
 
A conclusão está apoiada em fatos? 
 
- Síntese: 
 
 
 
Feita estas fases, passamos para a síntese, ou seja, a elaboração de um 
texto pessoal, que reflita resumidamente as ideias do texto original. Esta é a 
última fase da resenha crítica. 
Baseados em Medeiros (2006), fizemos uma seleção de fases para a 
elaboração da resenha, com vários questionamentos em cada etapa, para 
orientar a elaboração da resenha crítica. Respondendo estes questionamentos, 
certamente você, aluno, terá condições de escrever uma resenha crítica de forma 
eficaz. Para uma maior exemplificação, vejamos estes trechos de uma mesma 
resenha (CAMPOS, 2010): 
 
É sempre instigador pensarmos que, apesar de haver enorme quantidade de 
pesquisas sobre o tema do fracasso escolar, tão pouco tenha mudado nas 
últimas décadas. Álvaro Marchesi ajuda-nos a entender a razão desse fato.[...] 
 
 
 
O posicionamento do autor está entrelaçado nas construções “é sempre 
instigador”; “tão pouco tenha mudado nas últimas décadas”; “ajuda-nos a 
entender”. Veja bem: aqui há o posicionamento crítico do resenhista (pois para a 
opinião do resenhista podemos inferir que as pesquisas sobre o fracasso escolar 
não ajudaram a mudar este problema nas última décadas. Há quem diga que 
isso não é verdade), sem “achismos” ou colocações sem fundamento. 
Outro exemplo: 
 
 
 
O livro de Álvaro Marchesi é instigador em vários sentidos, a começar pelo título. 
Trata-se de uma obra que retoma os problemas de aprendizagem em suas 
múltiplas perspectivas, mostrando que é possível estabelecer políticas efetivas 
para enfrentar o problema do fracasso escolar [...] 
 
Aqui, o parágrafo inicia com o nome do autor e constrói o posicionamento 
crítico nas seguintes colocações: “é instigador em vários sentidos”; “políticas 
efetivas”. Veja que a maior parte deste parágrafo é um resumo da obra 
resenhada. O resenhista faz um apanhado geral do assunto do texto e, assim, 
coloca o seu posicionamento crítico em diferentes partes. 
A seguir, elencamos algumas dicas para facilitar a compreensão e a 
produção da resenha crítica9. Mas, lembro que este material não é um guia ou 
uma “receita”, em que todas as resenhas críticas caberão/deverão ser feitas 
segundo este molde. Este material é apenas um apoio a você, aluno, para ser 
revisado, estudado e pesquisado, quando necessário. Juntamente com a 
orientação de cada professor, em suas disciplinas na faculdade, este material 
poderá sim auxilia-lo, segundo as exigências de cada docente. 
 
9 Informações disponíveis em: http://www.lendo.org/como-fazer-uma-resenha/. Acesso em 21 jan. 
2014. 
 
1. Identifique a obra: coloque os dados bibliográficos essenciais do 
livro ou artigo que você vai resenhar; 
2. Apresente a obra: situe o leitor descrevendo em poucas linhas todo 
o conteúdo do texto a ser resenhado; 
 
 
3. Descreva a estrutura: fale sobre a divisão em capítulos, em seções, 
sobre o foco narrativo ou até, de forma sutil, o número de páginas do texto 
completo; 
4. Descreva o conteúdo: Aqui sim, utilize de 3 a 5 parágrafos para 
resumir claramente o texto resenhado; 
5. Analise de forma crítica: Nessa parte, e apenas nessa parte, você 
vai dar o seu posicionamento crítico. Argumente baseando-se em teorias de 
outros autores, fazendo comparações ou até mesmo utilizando-se de 
explicações que foram dadas em aula. É difícil encontrarmos resenhas que 
utilizam mais de 3 parágrafos para isso, porém não há um limite estabelecido. 
Dê asas ao seu senso crítico. 
6. Recomende a obra: Você já leu, já resumiu e já deu seu 
posicionamento crítico, agora é hora de analisar para quem o texto realmente é 
útil (se for útil para alguém). Utilize elementos sociais ou pedagógicos, baseiese 
na idade, na escolaridade, na renda etc. 
7. Identifique o autor: Cuidado! Aqui você fala quem é o autor da obra 
que foi resenhada e não do autor da resenha (no caso, você). Fale brevemente 
da vida e de algumas outras obras do escritor ou pesquisador. 
Assine e identifique-se: Agora sim. No último parágrafo você escreve seu 
nome e fala algo como “Acadêmico/a do Curso xxxxxx da Faculdade 
xxxxxx”. 
 Vamos, no próximo item, ver as regras gerais de aplicação de um sinal gráfico 
que causa, muitas vezes, confusão: a crase! Bom estudo! 
 
 
 
Crase 
 
CRASE 
Você, aluno(a), provavelmente já se deparou com o uso da crase. Muitos 
acreditam ser difícil o seu emprego, e, desta forma, tem dúvidas em quando 
utiliza-la. Buscando o significado da palavra crase, temos que a sua origem é 
grega e significa "fusão", "mistura". Na nossa língua, a língua portuguesa, crase 
é o nome que se dá à "junção" de duas vogais idênticas. 
Mas, isso acontece como? De fato, a crase acontece quando a preposição 
"a" se junta com o artigo feminino "a"(s), com o pronome demonstrativo "a"(s), 
com o "a" inicial dos pronomes aquele (s), aquela (s), aquilo e com o "a" do 
relativo a qual (as quais). 
Ela é grafada, na escrita, com o acento grave ( ` ). O uso apropriado do 
acento grave depende da compreensão da fusão das duas vogais. E, para 
entender o funcionamento da crase, é necessário o entendimento da regência 
dos verbos, ou seja, quando um verbo “pede” preposição “a” ou não. Aprender 
a usar a crase, portanto, consiste em aprender a verificar a ocorrência simultânea 
de uma preposição e um artigo ou pronome. Aquele que domina o seu uso 
certamente tem um conhecimento da sua língua. 
Vamos entender a crase com alguns exemplos9: 
Vou a ... a igreja. 
Vou à igreja. 
 
9 Informações disponíveis em: http://www.soportugues.com.br/secoes/sint/sint76.php. Acesso em 23 maio 
2014. 
 
 
 
No exemplo acima, temos a ocorrência da preposição "a", exigida pelo 
verbo ir (ir a algum lugar) e a ocorrência do artigo "a" que está determinando o 
substantivofeminino igreja. Quando ocorre esse encontro das duas vogais 
idênticas há a união, e esta união é indicada pelo acento grave. 
Veja mais alguns exemplos: 
 
Conheço a aluna. 
Refiro-me à aluna. 
 
No primeiro exemplo, o verbo é transitivo (conhecer algo ou alguém), logo 
não exige preposição e a crase não pode ocorrer. No segundo exemplo, o verbo 
é transitivo indireto (referir-se a algo ou a alguém) e exige a preposição "a". 
Portanto, a crase é possível, desde que o termo seguinte seja feminino e admita 
o artigo feminino "a" ou um dos pronomes já especificados. 
Há duas maneiras de verificar a existência de um artigo feminino "a"(s) 
ou de um pronome demonstrativo "a"(s) após uma 
preposição "a": 
1) Colocar um termo masculino no lugar do termo feminino que 
se está em dúvida. Se surgir a forma ao, ocorrerá crase antes do termo 
feminino. 
Veja os exemplos: 
Conheço "a" aluna. / Conheço o aluno. 
Refiro-me ao aluno. / Refiro-me à aluna. 
 
 
 
2) Trocar o termo regente acompanhado da preposição “a” por 
outro acompanhado de uma preposição diferente (para, em, de, por, sob, 
sobre). Se essas preposições não se contraírem com o artigo, ou seja, se 
não surgirem novas formas (na (s), da (s), pela (s),...), não haverá crase. 
Veja os exemplos: 
- Penso na aluna. 
- Apaixonei-me pela aluna. 
- Começou a brigar- - Cansou de brigar. 
- Insiste em brigar. 
- Foi punido por brigar. 
- Optou por brigar 
 
Atenção: lembre-se sempre de que não basta provar a existência da 
preposição "a" ou do artigo "a", é preciso provar que existem os dois. 
 
(Exercícios adaptados de 
http://exercicios.brasilescola.com/gramatica/exercicios-sobre-crase.htm. 
Acesso em 26 maio 2014.) Leia e responda os exercícios abaixo: 
1) (ITA – SP) 
Dadas as afirmações: 
1- Tudo correu as mil maravilhas. 
2- 2 – Caminhamos rente a parede. 
 
 
3- 3 – Ele jamais foi a festas. 
Verificamos que o uso do acento indicador da crase no “a” é obrigatório: 
a) apenas na sentença nº 1 
b) apenas na sentença nº 2 
c) apenas nas sentenças nºs 1 e 2 
d) em todas as sentenças 
 
2) "O pobre fica ___ meditar, ___ tarde, indiferente ___ que acontece ao seu 
redor". 
a) à - a – aquilo 
b) a - a – àquilo 
c) a - à – àquilo 
d) à - à – aquilo 
e) à - à - àquilo 
 
3) Agradeço ( _ ) Vossa Senhoria ( _ ) oportunidade para manifestar minha 
opinião ( _ ) respeito. 
 
a) a – a – a; 
b) à – à – a; 
c) à – a – a; 
 
 
d) a – à – a; 
e) à – a – à. 
 
4) “Peço __ senhora que estude, uma __ uma, as questões submetidas __ 
aprovação”: 
 
a) à - a - à; 
b) a - a - à; 
c) a - à - à; 
d) à - à - à; 
e) à - à – a 
5) Há uma opção em que não se atendeu ao emprego da crase. Indique-a: 
 
a) a cem milhas horárias você encontrará um posto à direita, a meia hora daqui; 
b) às brutas entrou porta a dentro; 
c) responda à sua senhoria com a consideração a que está acostumado; 
d) saiu-se à mãe, esta se parece à avó; 
e) dispostas a ouvi-la, postaram-se à porta de sua casa. 
 
6) “Dê ciência ___ todos de que não mais se atenderá___ pedidos que não forem 
dirigidos ___ diretoria”: 
 
a) a - a - a; 
b) a - à - a; 
 
 
c) a - a - à; 
d) à - à - a; 
e) à - a - a. 
 
 
 
7) Marque a frase em que o “a” deva ser craseado: 
a) ele atacou o adversário a tiro; 
b) Maria não foi a aula hoje; 
c) João fez uma viagem a Mato Grosso; 
d) Conversei com a diretoria do colégio sobre esse assunto; 
e) o adversário atacou a cacetadas. 
 
8) Que expressões completariam as lacunas? 
“Não me refiro _____ estava sentada, mas sim______ pessoa ______ tu também 
te referias”. 
 
a) a que - à - que; 
b) aquela que - à - que; 
c) àquela que - à - à que; 
d) à que - a - à que; 
e) à que - à - a que. 
 
 
 
9) Marque o caso em que não houve erro, quanto a omissão ou presença de 
crase: 
a) veio à toda, quando se pôs a frear, já era tarde; 
b) a proposta, à cuja aceitação estamos presos, nem foi estudada; 
c) uma à uma, gota à gota, ingeriu todo o conteúdo; 
d) perspicácia a toda prova, resposta às pressas, era exigido; 
e) a assistência às aulas é de lei. 
 
10) Assinale a frase em que há o uso errado da crase: 
a) quando o navio chegou, ele desceu logo à terra; 
b) vou à cidade hoje; 
c) vou à reunião contigo; 
d) pagou tudo à vendedora; 
e) chegou tarde à missa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Referências: 
 
CAMPOS, M. Gêneros acadêmicos: resenha, fichamento, memorial e projeto de 
pesquisa. Mariana-MG: Fundação Presidente Antônio Carlos, 2010. 
 
MEDEIROS, João Bosco. Redação Científica: a prática de fichamentos, 
resumos, resenhas. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2006.

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