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Pensamento-Sistemico-Parte-1

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IInnttrroodduuççããoo aaoo PPeennssaammeennttoo SSiissttêêmmiiccoo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
João Gratuliano 
http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
 
 
 
 
2010 
 
 
João Gratuliano - http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
2
Pensamento Sistêmico 
 
 
Introdução1 
 
O termo sistêmico desperta uma grande variedade de significados, isso se deve ao fato de que teorias 
emergentes tratam de questões interdisciplinares (biologia, cibernética, física, química, economia, 
ciências sociais), com as diferentes disciplinas formulando "teorias sistêmicas" próprias e adaptando os 
conceitos-chave a um novo elenco conceitual. Nas últimas décadas, o desenvolvimento de um "novo 
pensamento sistêmico", denominado teoria da auto-organização ou, ainda, teoria da complexidade, uma 
ciência que afirma a primazia de processos sobre eventos, de relações sobre entidades, do 
desenvolvimento sobre a estrutura. Algumas expressões são características dessa abordagem, tais como 
não-linearidade, auto-organização, ordem emergente, sistemas adaptativos complexos, posição do 
observador. 
 
A teoria geral de sistemas se desenvolve a partir das formulações do biólogo L. Von Bertalanffy que, 
em 1940, afirma ser necessário tratar os problemas que cercam os seres humanos como "típicos de 
sistemas", considerando seus contornos, seus componentes e as relações entre as partes. Os princípios 
da teoria geral de sistemas reproduzem idéias previamente desenvolvidas para entender sistemas 
biológicos e incluem dentre outras: 
 
• homeostase – auto-regulação para manter um estado estável; sendo obtida através de processos 
que relacionam e controlam a operação sistêmica pelo mecanismo da retroalimentação (desvios 
de algum padrão ou norma desencadeiam ações de correção); 
• entropia/entropia negativa – sistemas fechados tenderiam ao desaparecimento pela entropia; 
sistemas abertos buscam a auto-sustentação, importando energia do ambiente para atingir 
condições de estabilidade; 
• requisito da variedade – relacionada com a idéia de diferenciação e integração, afirma que os 
mecanismos regulatórios internos precisam ser tão diversificados quanto a diversidade do 
ambiente com o qual se relacionam; 
• eqüifinalidade – em um sistema aberto podem existir muitos modos diferentes de chegar a um 
dado estado final, ou seja, a estrutura do sistema em um dado momento não é mais que um 
aspecto ou manifestação de um processo funcional mais complexo (ela não determina o 
processo); 
• evolução do sistema – capacidade que depende da habilidade de mover-se para formas mais 
complexas de diferenciação e integração, e para maior variedade, facilitando a habilidade de 
lidar com desafios e oportunidades colocadas pelo ambiente (envolve processos cíclicos de 
variação, seleção e retenção de características selecionadas). 
 
A concepção de sistema aberto, desenvolvida por Von Bertalanffy a partir do estudo de sistemas vivos, 
resolve o problema do pensamento sistêmico em sua relação com a segunda lei da termodinâmica, o da 
tendência à entropia inerente a todo sistema fechado, ao estabelecer as trocas de matéria e energia com o 
meio como forma de manter o estado de ordem. 
 
 
 
1 Adaptado do artigo de Maria Ceci A. Misoczky 
 
 
 
João Gratuliano - http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
3
Conceituação do Pensamento Sistêmico2 
 
A forma mais difundida do pensamento sistêmico nas organizações se deve à obra de Peter Senge em 
1990. O termo usado é derivado direto de um campo de conhecimentos desenvolvido no próprio MIT 
nos últimos 50 anos denominado Dinâmica de Sistemas desenvolvido por Jay Forrester a partir de 1956. 
Assim como uma série de outros campos de conhecimento dos quais o pensamento sistêmico é oriundo. 
A dinâmica de sistemas também é orientada para examinar a inter-relação de forças, e vê-las como parte 
de um processo comum. Barry Richmond considera o termo pensamento sistêmico mais amplo, e que 
contempla em seu bojo a dinâmica de sistemas, outro consideram o inverso. Aqui será considerada a 
concepção de Richmond. 
 
O pensamento sistêmico da perspectiva da obra de Senge, pode ser definido como: 
• Um modo de apreciar, e uma linguagem para descrever e entender, as forças e inter-relações que 
moldam o comportamento dos sistemas. 
• Ver processos de mudança em vez de instantâneos. 
• Ver inter-relações em vez de cadeias lineares de causa-efeito 
 
A Linguagem Sistêmica 
 
Uma das características mais marcantes, é que o pensamento sistêmico parte do pressuposto de que “a 
linguagem modela a percepção” e visa proporcionar uma forma de raciocínio que permita compreender 
os sistemas complexos. Novas formas de pensamento geram processos mentais mais efetivos para tratar 
com a realidade, o que permite elevar o potencial de ação produtiva. 
 
Um novo tipo de pensamento apresenta-se como necessário pois a maioria das estratégias de ação são 
resultados de dos modelos mentais, ou de uma visão-de-mundo. Os modelos mentais, são crenças, 
valores e pressupostos dos indivíduos a respeito da realidade. Assim, uma nova forma de pensamento 
deveria ajudar a mapear, desafiar e melhorar os modelos mentais, visando ações mais efetivas na 
realidade organizacional, a partir de uma nova visão-de-mundo. 
 
Dentro deste contexto, Senge e colegas sugerem o uso dos diagramas de loop de causalidade como 
instrumento de linguagem. A argumentação é que (1) a linguagem natural não oferece uma estrutura 
adequada para entender e comunicar uma situação em que estão envolvidas influências mútuas dos 
elementos da realidade, com loops de retroalimentação e, (2) como a linguagem molda o pensamento, 
uma linguagem que trate mais adequadamente as complexidades dinâmicas da realidade pode 
comunicá-la e tratá-la de maneira mais efetiva. 
 
 
Fundamentos do Pensamento Sistêmico 
 
Da perspectiva do pensamento sistêmico, um sistema pode ser definido como uma entidade que mantém 
sua existência através da mútua interação entre suas partes. Segundo o entendimento do pensamento 
sistêmico, um sistema não pode ser caracterizado apenas pelas partes que o compõem, mas 
principalmente pelas inter-relações entre elas. A dinâmica de sistemas procura justamente elucidar as 
características gerais dos sistemas, partindo dos padrões de comportamento entre as partes, e das 
 
2 Adaptado da dissertação de Aurélio M. Andrade 
 
 
João Gratuliano - http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
4
estruturas determinantes destes padrões, tomando por base a teoria de feedback. Em um sistema, as 
partes influenciam-se umas às outras de maneira mútua. Tais fluxos de influência, segundo Senge, têm 
um caráter recíproco dando origem aos ciclos de causação circular denominados enlaces ou loops. 
 
De posse destes conceitos, cabe refinar o foco principal da dinâmica de sistemas. De uma forma mais 
específica, ela busca a compreensão da estrutura e do comportamento dos sistemas compostos por ciclos 
de feedback interagentes ou loops de causalidade. Para esta compreensão, utilizam-se principalmente 
dois tipos de diagramas: os diagramas de loop de causalidade (causal-loop diagram) e os diagramas de 
estoque e fluxo (stock and flow diagram ou rate-level diagram). 
 
Diagrama de Loop de Causalidade 
 
Este tipo de modelagem de sistemas é caracterizado pela simplicidade de representação de uma 
estrutura sistêmica, através do mapeamento dos seus elementos formadores e dos inter-relacionamentos 
entre eles. A figura 1 ilustra um exemplo de diagrama de loop de causalidade, representando a dinâmica 
de um sistema de típico de burocratização em função do aumento de tamanho da organização. 
 
m
Tamanho da
organização
Divisão do
trabalho
Níveis
hieráquicos
Sobrecarga dos
níves superiores
Descentralização
m
m
m
m
o
o
Proporção depessoal
técnico/admistrativo
Necessidade de
coordenação
(gerencia média)
Formalização e
regras (burocracia)
Necessidade de
uniformidade e
padronização
m
m
m m
m
oo
Padrão de
referência (ex. 7/1)
m
R
B
B
B
B
B
R
 
Figura 1 - Diagrama de loop de causalidade 
 
Este tipo de diagrama é basicamente composto por: 
 
Fatores ou variáveis – os fatores, normalmente chamados de variáveis, são entidades relevantes do 
sistema, e tanto podem ser variáveis, como constantes. No exemplo acima, todos s fatores são variáveis 
exceto o “Padrão de referência” que é uma constante, por exemplo, 7 técnicos para um gerente ou 
supervisor. Em geral as constantes não são absolutas, mas suas variações podem ser desconsideradas 
para o escopo definido. 
 
Relacionamentos - setas que indicam a direção de influência (causalidade) de um elemento sobre outro; 
 
 
 
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5
Natureza do relacionamento - o sinal que acompanha a seta do relacionamento: pode indicar uma 
variação no mesmo sentido (m), indicando que a alteração no fator de origem gera uma alteração no 
mesmo sentido pelo fator que recebe o efeito; ou no sentido oposto (o) quando há uma variação de 
efeito contrário, se um aumenta o outro diminui e vice-versa. Na figura acima, um exemplo de 
relacionamento no mesmo sentido é o aumento no tamanho da organização acaba por gerar um volume 
de atividades que se tornam mais fáceis de controlar com a o aumento da divisão do trabalho. Um 
relacionamento no sentido oposto é demonstrado pela redução da necessidade de coordenação quando 
há um aumento da formalização e do estabelecimento de regras. 
 
Tempo de retardo ou Atrasos: efeitos que somente são sensíveis após um tempo de espera (delays). No 
caso acima é o efeito retardado entre as necessidades e a formalização. Ou entre a sobrecarga dos 
superiores e a redução do tamanho da organização. Um atraso é modelado no diagrama através de duas 
barras paralelas ao longo do relacionamento; 
 
Loops ou ciclos de feedbacks: conjunto circular de relacionamentos em que causação de um elemento 
provoca efeitos sobre ele próprio como resposta; para determinar sua polaridade, basta identificar, a 
partir da perturbação de um elemento (aumento ou redução), se o efeito resultante sobre si próprio é no 
mesmo sentido, originando um feedback de reforço (R) ou se é em sentido inverso, originando um 
feedback de equilíbrio ou balanceamento (B). No exemplo acima, um aumento da necessidade de 
coordenação aumenta a quantidade de níveis hierárquicos, que aumenta a necessidade de coordenação, 
fechando um ciclo de reforço. O aumento no tamanho da organização causa mais sobrecarga dos níveis 
superiores que com o passar do tempo limita seu crescimento, fechando um ciclo de balanceamento. 
 
Estes conceitos são básicos para compreender a mudança do ponto de vista do pensamento sistêmico, já 
que os ciclos de reforço são os responsáveis pelo suporte às variações aleatórias que causam a mudança 
em larga escala, tanto para mais como para menos, ao passo que os ciclos de balanceamento são os 
responsáveis pelo equilíbrio ou pelas oscilações ou limites da mudança. 
 
Na vida comum, os ciclos de reforço são comportamentos próprios de ‘círculos viciosos’, ‘círculos 
virtuosos’ ou efeitos ‘bola-de-neve’. A maioria destas estruturas gera crescimento ou colapso 
exponencial. Os ciclos de balanceamento são os responsáveis pelos mecanismos de equilíbrio. São 
caracterizados por serem direcionados para um objetivo. 
 
De um conjunto de ciclos pode-se formar um quadro descritivo que pode ter uma estrutura que se repete 
freqüentemente em diversas situações. Surgem os chamados arquétipos sistêmicos. Em meados da 
década de 1980, o estudo de dinâmica de sistemas dependia de complexo mapeamento de ciclos de 
causalidade e de modelagem computadorizada, sugeriu-se então tentar transmitir os conceitos de modo 
mais simples. Para isto, foram desenvolvidos diagramas que ajudariam a catalogar os comportamentos 
mais comumente observados nas descrições de situações envolvendo a dinâmica de sistemas. 
 
A figura 2 ilustra uma situação típica nas organizações e na natureza: os ‘Limites ao Crescimento’. Este 
arquétipo tipicamente mostra um processo de crescimento exponencial inicial, suportado por um ciclo 
de reforço, que num dado momento é limitado por um ciclo de balanceamento que tem implícito um 
limitante ou objetivo a ser atingido. No exemplo da figura 2, recursos alocados para investimentos em 
infra-estrutura melhoram a qualidade de vida, aumentando o nível de exigência dos habitantes, 
causando mais esforços de investimento em infra-estrutura, formando o ciclo de reforço R. O aumento 
na qualidade de vida também provoca imigração, aumentando o número de habitantes que com o passa 
do tempo ultrapassam a capacidade econômica da região reduzindo a qualidade de vida do local. 
 
 
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6
 
Qualidade
de vida
R B
Investimento em
infra-estrutura
Número de
habitanteso
Capacidade
econômica da
região
m m
Nível de
exigências dos
habitantes
Imigraçãom
m
m
m
 
Figura 2 - Exemplo de situação utilizando o arquétipo ‘Limites do Crescimento’ 
 
Na prática, os arquétipos são usados para ajudar a construir hipóteses coerentes acerca das forças que 
determinam o comportamento de um sistema, que com o uso continuado torna-se ferramenta mental. 
Sua aplicação se dá observando a descrição dos arquétipos e aplicando-se o mais adequado à situação, 
examinando seus exemplos e encontrando um padrão de desempenho de um arquétipo que combine 
com o comportamento de um fator-chave do sistema. 
 
O diagrama de loop de causalidade tem dois papéis a cumprir nos estudos em dinâmica de sistemas. Ele 
serve tanto como um esboço das hipóteses causais, como também para simplificar a ilustração do 
modelo. Em ambos os casos, ele permite ao analista rapidamente comunicar os pressupostos estruturais 
do modelo. Por isso são úteis nos estágios iniciais dos estudos do sistema. 
 
Pensamento Linear versus Pensamento Sistêmico3 
 
Diante de um problema, as pessoas escolhem uma estratégia, agem, esperam pelo resultado e acham que 
isso encerra a questão. 
Demanda Decisão Resultado
 
Figura 3 – Pensamento linear x circular 
 
Um problema leva a uma ação que produz um resultado que corrige, altera ou cria novos problemas, 
que por sua vez, demanda uma nova ação. (loop de feedback) 
 
A Lógica Subjacente do Pensamento Sistêmico 
 
A disciplina do pensamento sistêmico se baseia em alguns princípios e pressupostos essenciais. Oito 
conceitos básicos devem ser levados em conta quando estiermos interessados em mudar para uma visão 
sistêmica de causa-efeito-causa. A figura 4 a seguir ilustra esses oito conceitos resumidos na roda do 
pensamento sistêmico. 
 
3 Adaptado do livro Pensamento sistêmico 25 aplicações práticas (João Gratuliano et al) 
 
 
João Gratuliano - http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
7
A roda do pensamento sistêmico 
 
Oito conceitos básicos para expandir nossa forma de ver e pensar o mundo. A parte central mostra uma 
visão limitada, e parte externa uma alternativa mais abrangente. 
 
 
Figura 4 – A roda do pensamento sistêmico 
 
Pensamento circular - Pensar o mundo, os outros e a si mesmo como partes interdependentes, que se 
retroalimentam. 
 
Complexidade de dinâmica – Estar atento para as mudanças decorrentes dos ciclos de 
retroalimentação e de como as variáveis se inter-relacionam gerando variações no comportamento ao 
longo do tempo. 
 
A estrutura influência o comportamento - O agente deve conceber padrões de estrutura que estejam sempre se repetindo e 
gerando processos de reforço, balanceamento e efeitos decorrentes de tempo de espera 
Assunção de causalidade - Reger-se pela causalidade estrutural na influência e no controle dos 
comportamentos e dos eventos. Se perceber principalcausador de seus próprios problemas. 
 
Dinâmica resistente do sistema - Reger-se pela compreensão da tendência dos sistemas de resistirem 
às tentativas de mudanças de comportamento, cuja amenização de curto prazo, provoca o ressurgimento, 
com reforço, ampliação e agravamento a longo prazo 
Visão
Fragmen-
tada
Pensamento
Linear
A →→→→ B
Atuação nos
Efeitos
Foco no
Resultado
Complexidade
de Detalhes
Reação aos
Eventos
Procurar
Culpados
Eventos
Isolados
1
2
3
4
Pensamento
Circular
B
A
C
1
2 3
4
Interligação 
dos Eventos
Visão
Holística
Complexidade
de Dinâmica
Percepção de
que a Estrutura
Influencia o
Comportamento
Se perceber como
agente causador dos
próprios problemas
Percepção da dinâmica
Resistente do Sistema
Atuação nas
Causas e nos
Pontos de
Alavancagem 
Visão
Fragmen-
tada
Pensamento
Linear
A →→→→ B
Atuação nos
Efeitos
Foco no
Resultado
Complexidade
de Detalhes
Reação aos
Eventos
Procurar
Culpados
Eventos
Isolados
1
2
3
4
Eventos
Isolados
1
2
3
4
Pensamento
Circular
B
A
C
Pensamento
Circular
B
A
C
1
2 3
4
Interligação 
dos Eventos
1
2 3
4
Interligação 
dos Eventos
Visão
Holística
Complexidade
de Dinâmica
Percepção de
que a Estrutura
Influencia o
Comportamento
Se perceber como
agente causador dos
próprios problemas
Percepção da dinâmica
Resistente do Sistema
Atuação nas
Causas e nos
Pontos de
Alavancagem 
 
 
João Gratuliano - http://pensamentosistemico.wetpaint.com/ 
 
8
Pontos de alavancagem - Reger-se pela compreensão dos fatores críticos, onde as ações e as mudanças 
na estrutura de relação destes fatores produzem resultados significativos e duradouros 
 
Interligação dos eventos - Ter a habilidade de estabelecer as conexões de causalidade e de influência 
sobre os eventos, mesmo quando tais conexões ficarem distantes na ocorrência, no tempo e no espaço 
 
Visão holística – Buscar ver o todo e as partes. Como eles se inter-relacionam como indivíduo e conjunto. Não se pode 
entender a floresta observando as árvores e não se pode entender uma arvore observando a floresta. 
 
Níveis de Compreensão da Realidade 
 
Peter Senge na Quinta Disciplina e Daniel H. Kim em Systems Thinking Tools desenvolvem um 
raciocínio lapidar sobre os níveis de compreensão da realidade e os desafios para o pensamento 
humano. Para eles, habituamo-nos a ser reativos, porque aprendemos a reagir imediatamente e focados 
exclusivamente nos eventos; leva algum tempo e exige alguma habilidade aprendermos a ser 
adaptativos, de modo a nos comportarmos preventivamente, após elaborar predições sobre eventos 
futuros, embutidos nas tendências; é mais difícil aprendermos a ser criativos, portanto, de sermos 
capazes de compreender e modificar as estruturas que provocam as tendências; finalmente, o maior 
desafio é ser generativos para aprender a raciocinar e a se comportar de modo a intervir sobre o nível 
dos os modelos mentais e da visão partilhada, que nasce das visões comuns de mundo. 
 
A figura 5 a seguir, mostra que normalmente vê-se apenas o topo de uma pirâmide, ou o s eventos e 
alguns padrões mais evidentes. Padrões mais complexos, estrutura e modelos mentais, são a parte 
submersa do iceberg, o que geralmente não se vê. A postura reativa nos leva a perguntar o que 
aconteceu. A postura adaptativa nos leva a perguntar o que vem acontecendo? Quais são as tendências? 
E que mudanças vêm ocorrendo? O Nível da estrutura, já é um passo mais profundo, exige uma postura 
criativa e requer descobrir a estrutura que se encontra por trás dos padrões. As perguntas são: o que 
influenciou ou gerou o padrão? Quais são os relacionamentos entre as partes? E por fim o nível mais 
profundo é o dos modelos mentais arraigados na cultura organizacional e na visão partilhada. A 
pergunta essencial é quais são os pressupostos e crenças que as pessoas têm a respeito do sistema? 
Figura 5 – Níveis de compreensão da realidade 
O QUE SE VÊ
O QUE 
GERALMENTE
NÃO SE VÊ
Estrutura
Modelos Mentais (Cultura)
Visão Partilhada
Padrões
Eventos
O que aconteceu ?
O que vem acontecendo ?
Quais são as tendências ?
Que mudanças ocorreram ? 
O que influenciou o padrão?
Quais são os relacionamentos entre as partes ?
Quais pressupostos as pessoas têm a respeito do sistema ?
R
ea
tiv
a
A
da
pt
at
iv
a
C
ria
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R
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Po
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O QUE SE VÊ
O QUE 
GERALMENTE
NÃO SE VÊ
Estrutura
Modelos Mentais (Cultura)
Visão Partilhada
Padrões
Eventos
O que aconteceu ?
O que vem acontecendo ?
Quais são as tendências ?
Que mudanças ocorreram ? 
O que influenciou o padrão?
Quais são os relacionamentos entre as partes ?
Quais pressupostos as pessoas têm a respeito do sistema ?
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9
Exercícios – Parte 1 
 
Este é um exercício para consolidação dos conceitos. Para realiza-lo a contento você precisa 
ter lido o texto teórico: Introdução ao Pensamento Sistêmico – Parte 1. 
 
Contexto 
É importante ter em mente um contexto no qual o pensamento sistêmico vai ser utilizado. 
Para a realização dos exercícios deste curso vamos utilizar muitas vezes o recurso de filmes. 
Esta é uma boa forma de ter um contexto acessível a todos e com a possibilidade de parar e 
rever quantas vezes forem necessárias e de ser um caso no qual não estamos envolvidos e 
podemos analisar sem sermos tendenciosos. Vamos escolher filmes que podem ser 
encontrados facilmente em DVD para compra ou locação. Caso você não deseje utilizar 
filmes, realize apenas a parte 2 dos exercícios na qual você estará utilizando o contexto do 
seu trabalho. 
 
O primeiro filme que vamos escolher é: Maré Vermelha 
 
Exercício 1 – Passo 1. 
 
A primeira parte deste exercício será a de selecionar as cenas do filme que melhor ilustrem 
os conceitos da Roda do Pensamento Sistêmico. Abaixo segue o segundo conceito ilustrado 
para servir como exemplo. 
 
Conceito 1: Pensamento Linear x Pensamento Circular 
Tempo do Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
 
Conceito 2: Complexidade de detalhe x Complexidade de dinâmica 
Tempo de Início da cena: 01:00:45 
Ramsey: 
- Temos nossas ordens, são para fazer um lançamento. 
- Esperar aumenta o risco de que nossos mísseis cheguem tarde demais, pois 
já teremos sido atingidos. 
- Você sabe tanto quanto eu. 
- Qualquer ordem de lançamento sem autenticação não vale. 
- É nossa regra número 1. 
- A base de nosso treinamento que temos treinado todo o tempo. 
- Uma regra que usamos sem exceção. 
 
Hunter: 
- O centro de comando sabe em que setor estamos. 
- Seus satélites podem ver nossos mísseis. 
- Se não, dão nossas ordens para outros. 
- É por isso que mantemos mais de um submarino - redundância. 
- Só estou dizendo que temos que ter suporte. 
 
 
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10
- É nosso dever não lançar até confirmarmos. 
 
Ramsey: 
- Presumindo que temos outros submarinos para lançarem. 
- Os outros podem ter sido destruídos pelos Akulas. 
- Podemos jogar assim a noite toda, mas não aceito suas suposições. 
 
Justificativa: Ramsey demonstra conhecer todos os detalhes do regulamento e da situação, 
há um grande número de varáveis envolvidas, o que caracteriza a complexidade de detalhes, 
porém ele não é capaz de var a ação se desdobrando nos passos seguintes, as 
consequências de fazer um lançamento às cegas e consequências das consequências para 
eles como pivôs de uma guerra nuclear, para as nações envolvidas e para a humanidade. 
Esse pensar recursivo é característico da complexidade de dinâmica, mesmo em casos cujo 
número de variáveis seja pequeno. Hunter por sua vez, demonstra conhecer ambas as 
complexidades (de detalhes e de dinâmica). Na sequência a esta cena está o ponto alto filme. 
 
Conceito 3: Reação aos eventos x A estrutura influência o comportamento 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa:Conceito 4: Procurar culpados x Assunção de causalidade 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
Conceito 5: Dinâmica resistente do sistema 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
Conceito 6: Pontos de alavancagem 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
Conceito 7: Interligação dos eventos 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
Conceito 8: Visão holística 
Tempo de Início da cena: 
Diálogo (Legendas): 
Justificativa: 
 
 
 
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11
Bibliografia 
 
 
ANDRADE, Aurélio L. Pensamento sistêmico: um roteiro básico para perceber as estruturas da 
realidade organizacional. http://www.cesup.ufrgs.br/ PPGA/read/read05/artigo/andrade.htm 
acessado em 1997. 
 
BELLINGER, Gene. The way of systems. http://www.systems-thinking.org/theWay/theWay.htm 
acessado em 2009. 
 
FORRESTER, Jay W. Industrial dynamics. Cambridge: Productive Press, 1969. 
 
______. Urban dynamics. Cambridge: Productive Press, 1969. 
 
______. World dynamics. Cambridge: Productive Press, 1969. 
 
GOODMAN, Michael R. Study notes in system dynamics. Cambridge: Productive Press, 1989. 
 
KIM, Daniel H. Systems archetypes I. Cambridge: Pegasus Comunications, 1994. 
 
______. Systems archetypes II. Cambridge: Pegasus Comunications, 1994. 
 
______. Systems thinking tools. Cambridge: Pegasus Comunications, 1994. 
 
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