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UNIVERSIDADE FEEVALE DIREITO DA PROPRIEDADE INTELECTUAL PROF. ANDRÉ RAFAEL WEYERMULLER Hisvânia Kichler 07/09/2020 RESUMO – CASO CIELO O vídeo narra o conflito existente entre o nadador Cesar Cielo e a empresa Cielo S.A. A legislação não permite o registro como marca de um nome civil. Cesar Cielo é um nadador olímpico brasileiro e acumulou diversas vitórias durante sua carreira como atleta. É criador da sociedade Cielo & Cielo Com. de Art. Esportivos Ltda. O nadador e sua sociedade são autores da ação que moveram contra o INPI e a marca Cielo S.A. No pedido da ação, foi alegado que o patronímico do nadador foi empregado na marca de pagamentos sem sua anuência, afrontando o art. 124, inciso XV, da Lei 9.279/96. O atleta pediu a nulidade de dois registros da marca nominativa Cielo. A ré alega que sua marca não faz menção ao patronímico do nadador, mas seria uma referência à palavra italiana “cielo”, que pode ser traduzida para o português como “céu”. Na decisão de primeira instância, a juíza entendeu que o pedido do autor era procedente. Isso porque no início da marca Cielo S.A., a empresa tinha um contrato com o nadador, que emprestou seu nome e imagem para promover a empresa de pagamentos em campanhas publicitárias. Portanto, a magistrada entendeu que o uso da imagem e nome do atleta para a promoção da nova marca, poderia sim ser entendido como o uso do patronímico do nadador Cesar Cielo. Embora existam outras marcas registradas com o nome “Cielo”, a juíza argumentou que essas marcas tinham sido registradas antes da notoriedade do competidor brasileiro, não havendo nenhuma vinculação entre os titulares dos referidos registros e o atleta. O apresentador do vídeo discorda da decisão de primeira instância, entendendo que não se trata de um caso de apropriação de nome alheio. Para ele, a marca utilizou-se da imagem do atleta homônimo de forma lícita e contratual, justamente para promover o seu produto. Acrescenta que a proteção das marcas visa proteger tanto o empresário, quanto o consumidor. No caso em tela, não existe prejuízo para o nadador, muito menos para as empresas em que emprega seu patronímico, pois não existe concorrência no ramo entre a marca Cielo S.A. e qualquer outra marca que empregue o patronímico Cielo. O apresentador também acredita que a decisão será revertida em instância superior. Do ponto de vista pessoal, não parece certa a decisão de primeira instância, justamente por entender-se que a marca Cielo S.A. não se apropriou do nome do nadador, mas, de maneira muito providencial, usou sua imagem, no momento do auge da carreira do atleta, para promover seu produto.