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Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 1 • Módulo 2 SENASP ATUAÇÃO INTEGRADA DE SEGURANÇA PÚBLICA: INTRODUÇÃO À DOUTRINA NACIONAL Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 2 • Módulo 2 PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA Secretaria Nacional de Segurança Pública Diretoria de Ensino e Pesquisa Coordenação Geral de Ensino Núcleo Pedagógico Coordenação de Ensino a Distância Reformulador Mainar Feitosa da Silva Rocha Revisão de Conteúdo Felipe Oppenheimer Torres Gustavo Henrique Lins Barreto Revisão Pedagógica Ardmon dos Santos Barbosa Márcio Raphael Nascimento Maia UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA labSEAD Comitê Gestor Eleonora Milano Falcão Vieira Luciano Patrício Souza de Castro Financeiro Fernando Machado Wolf Consultoria Técnica EaD Giovana Schuelter Coordenação de Produção Francielli Schuelter Coordenação de AVEA Andreia Mara Fiala Design Instrucional Carine Biscaro Danrley Maurício Vieira Marielly Agatha Machado Design Gráfico Aline Lima Ramalho Sonia Trois Taylizy Kamila Martim Victor Liborio Barbosa Linguagem e Memória Cleusa Iracema Pereira Raimundo Victor Rocha Freire Silva Programação Jonas Batista Salésio Eduardo Assi Thiago Assi Audiovisual Luiz Felipe Moreira Silva Oliveira Rafael Poletto Dutra Rodrigo Humaita Witte Todo o conteúdo do Curso Atuação Integrada de Segurança Pública: Introdução à Doutrina Nacional, da Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP), Ministério da Justiça e Segurança Pública do Governo Federal - 2020, está licenciado sob a Licença Pública Creative Commons Atribuição-Não Comercial- Sem Derivações 4.0 Internacional. Para visualizar uma cópia desta licença, acesse: https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR BY NC ND https://creativecommons.org/licenses/by-nc-nd/4.0/deed.pt_BR Sumário APRESENTAÇÃO DO CURSO ..............................................................................5 MÓDULO 1 – FUNDAMENTOS DA ATUAÇÃO INTEGRADA .................................6 Apresentação ................................................................................................................7 Objetivos do módulo ............................................................................................................................. 7 Estrutura do módulo ............................................................................................................................. 7 Aula 1 – Premissas, Princípios e Diretrizes ..............................................................8 Contextualizando... .............................................................................................................................. 8 Premissas .............................................................................................................................................. 8 Atividade de inteligência de segurança pública ............................................................................... 14 Aula 2 – O Processo de Atuação Integrada ...........................................................17 Contextualizando... ............................................................................................................................ 17 Modelo de liderança .......................................................................................................................... 17 Os status operacionais ...................................................................................................................... 21 Fluxos de informação e comunicação ............................................................................................. 23 Áreas de interesse operacional (AIOS) e áreas impactadas (AIS) ................................................. 26 Referências ..................................................................................................................27 MÓDULO 2 – SISTEMA INTEGRADO DE COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COMANDO E CONTROLE – SIC4 ...................................................................... 28 Apresentação ..............................................................................................................29 Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 29 Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 29 Aula 1 – Origem, Conceito, Definições e Objetivos do SIC4 .................................30 Contextualizando... ............................................................................................................................. 30 Origem: transição do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC) de grandes eventos para o SIC4 na segurança pública .............................................................................................................. 30 Conceitos, definições e objetivos ...................................................................................................... 32 Principais objetivos do SIC4 ............................................................................................................... 34 Aula 2 – Níveis de Responsabilidade, Estrutura e Composição do SIC4 .............37 Contextualizando... ............................................................................................................................. 37 Níveis de responsabilidade do SIC4 .................................................................................................. 37 Estrutura e composição do SIC4 ....................................................................................................... 39 Estrutura e composição do SIC4 nacional ........................................................................................ 39 Composição do SIC4 em nível estadual/distrital ............................................................................. 41 Composição do SIC4 em nível municipal .......................................................................................... 42 Aula 3 – Governança e Gestão do SIC4 e Etapas para Implantação da Atuação Integrada .....................................................................................................................44 Contextualizando... ............................................................................................................................. 44 Governança e gestão do SIC4 ............................................................................................................ 44 Referências ..................................................................................................................48 MÓDULO 3 – PROCESSO DE ATUAÇÃO INTEGRADA – PAI ............................ 49 Apresentação ..............................................................................................................50 Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 50 Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 50 Aula 1 – Ciclos do Processo de Atuação Integrada .............................................51 Contextualizando... ............................................................................................................................. 51 Definição .............................................................................................................................................. 51 Ciclo 1: ciclo de planejamento ........................................................................................................... 52 Ciclo 2: ciclo de execução ..................................................................................................................60 Ciclo 3: ciclo de avaliação .................................................................................................................. 62 Ciclo 4: ciclo de consolidação............................................................................................................ 63 Referências ..................................................................................................................65 MÓDULO 4 – CENTROS INTEGRADOS DE COMANDO E CONTROLE .............. 66 Apresentação ..............................................................................................................67 Objetivos do módulo ........................................................................................................................... 67 Estrutura do módulo ........................................................................................................................... 67 Aula 1 – Estrutura e Requisitos dos Centros Integrados de Comando e Controle e do Procedimento Administrativo Padrão (PAP) ................................68 Contextualizando... ............................................................................................................................. 68 Centro integrado de comando e controle nacional (CICCN) ............................................................ 68 Centro Integrado de Comando e Controle Estadual ou Distrital (CICCE e CICCD) ......................... 71 Centro Integrado de Comando e Controle Municipal (CICCM) ........................................................ 73 Exigência para criação de um centro integrado e o procedimento administrativo padrão (PAP) .... 75 Requisitos dos Centros Integrados.................................................................................................... 76 Procedimento Administrativo Padrão (PAP) ..................................................................................... 78 Referências ..................................................................................................................79 5 • Apresentação Apresentação do Curso Bem-vindo ao curso Atuação Integrada de Segurança Pública: Introdução à Doutrina Nacional. Este curso tem como finalidade promover uma compreensão teórica da Doutrina Nacional de Segurança Pública (DNAISP) aos profissionais que integram o Sistema Único de Segurança Pública. A DNAISP foi elaborada com objetivo de promover uma gestão do processo de atuação integrada com os órgãos de segurança pública, através de uma proposta de padronização e orientação dos ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e consolidação de cada ação e operação integrada de segurança e defesa social no Brasil. A estrutura do curso foi pensada de forma a apresentar os conteúdos pertinentes e necessários para a capacitação dos profissionais do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP). Assim, contará com quatro módulos que abordam as premissas e as diretrizes que orientam os ciclos do Processo de Atuação Integrada (PAI), assim como importância do Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4) e as funções operacionais desempenhadas pelos Centros Integrados de Comando e Controle (CICC) no âmbito nacional, estadual, distrital e municipal, através do estudo teórico e reflexões sobre as estruturas, responsabilidades e as competências de cada órgão nos diferentes níveis de Governo. Ressaltamos que a proposta metodológica do curso foi desenvolvida para ser totalmente autoinstrucional, ou seja, oferecer-lhe maior autonomia no seu processo de aprendizagem. Desejamos-lhe um excelente estudo! Fundamentos da Atuação Integrada6 • Módulo 1 FUNDAMENTOS DA ATUAÇÃO INTEGRADA MÓDULO 1 Fundamentos da Atuação Integrada7 • Módulo 1 Apresentação Neste módulo, você conhecerá os fundamentos básicos do documento Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública (DNAISP), que tem por objetivo orientar órgãos de segurança pública na criação do Processo de Atuação Integrada (PAI). Assim, este módulo foi dividido em duas aulas que tratam sobre os detalhes desses aspectos. Por meio de uma gestão efetiva, o documento DNAISP apresenta uma proposta de padronização e orientação para o desenvolvimento dos ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação, assim como para consolidação das ações e para operações integradas de segurança pública e defesa social no Brasil. OBJETIVOS DO MÓDULO Os principais objetivos deste módulo são: capacitar os profissionais que integram o Sistema Único de Segurança Pública para a compreensão teórica e prática da Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública (DNAISP), apresentando os aspectos fundamentais de atuação integrada; conhecer o Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4), o Processo de Atuação Integrada (PAI) e entender o funcionamento das atividades operacionais desempenhadas pelos Centros Integrados de Comando e Controle (CICC) no âmbito nacional, estadual, distrital e municipal. ESTRUTURA DO MÓDULO • Aula 1 – Premissas, Princípios e Diretrizes • Aula 2 – O Processo de Atuação Integrada Fundamentos da Atuação Integrada8 • Módulo 1 CONTEXTUALIZANDO... Nesta primeira aula, você conhecerá alguns dos aspectos fundamentais para a compreensão da base doutrinária do Processo de Atuação Integrada (PAI) na realização de ações e operações de segurança pública e defesa social. Por exemplo: as premissas (argumentos) nas quais a criação do processo integrado está baseada; os princípios da atuação integrada; as diretrizes que norteiam o trabalho integrado dos agentes envolvidos; as atividades de Inteligência de Segurança Pública, responsável pela produção e proteção dos conhecimentos necessários para subsidiar a tomada de decisão durante a ação integrada entre órgãos de segurança pública; e a atuação integrada aplicada nas atividades investigativas. Assim, vamos entender o que cada um desses itens aborda, começando pelas premissas (ou argumentos) que servem de base para a criação do processo de atuação integrada em segurança pública e defesa social no Brasil. PREMISSAS As premissas de atuação integrada estão alinhadas às competências e atribuições da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), conforme os objetivos e estratégias apontados pela Política Nacional de Segurança Pública e observadas nas ações e operações integradas de segurança pública e defesa social, levando em consideração as seguintes prioridades: • Respeito à autonomia dos entes federativos e atribuições legais dos órgãos de segurança pública e defesa social • Respeito à cultura organizacional de cada agência ou instituição, otimizando a habilidade e conhecimento técnico. Aula 1 – Premissas, Princípios e Diretrizes Fundamentos da Atuação Integrada9 • Módulo 1 • Integração dos órgãos de segurança pública e interoperabilidade dos sistemas. • Utilização de, preferencialmente, um ambiente comum para gestão e monitoramento das ações e operações integradas. • Avaliação sistemática das ações integradas de segurança pública e defesa social. São considerados ambientes comuns os Centros Integrados de Comando e Controle (CICCs) ou estruturas similares utilizadas pelos estados, municípios ou Distrito Federal que tenham condições de acomodar e realizar a gestão e o monitoramento das operações e atividades integradas. Além disso, é importante destacar que a atuação integrada pressupõe a utilização de um ambiente comum para gestão e monitoramento das ações e operações integradas. Esses ambientes devem concentrar todas as tecnologias utilizadas nas operações, possibilitando aos participantes envolvidos nas ações estarem em um mesmo ambiente para as tomadas de decisões que se fizerem necessárias, evitando sobreposição de recursos e economizando os meios disponíveis. Veja na figura a seguir o exemplo de um Centro Integradode Comando e Controle (CICC). Como vimos na imagem anterior, você pode observar que esses centros integrados permitem a acomodação e a realização da gestão das atividades integradas em segurança pública e defesa social, como também o monitoramento das operações e das atividades envolvidas nessas ações. Figura 1: Centro Integrado de Comando e Controle (CICC). Fonte: SEOPI (2019). Fundamentos da Atuação Integrada10 • Módulo 1 Agora que entendemos as premissas que norteiam operações envolvendo diversos órgãos de segurança pública e defesa social, vamos conhecer também os princípios basilares da atuação integrada. Princípios Os princípios são os fundamentos do Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4) a serem observados durante os ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e consolidação das ações de operações integradas. A seguir vamos entender cada um desses princípios, confira! Coordenação, Comunicação, Comando e Controle Continuidade Significa que a atuação integrada deve ser vista sob a ótica da liderança situacional, observando-se as atribuições constitucionais, a partir de um ambiente comum com o uso de sistemas de monitoramento compartilhados e o fluxo de comunicação estabelecido. Este princípio significa que a atuação integrada deve operar de modo ininterrupto no planejamento, coordenação e execução de operações integradas ou, ainda, em operações específicas, observando os ciclos previstos, suas peculiaridades e status de mobilização. O planejamento deverá contemplar a utilização de redundância de meios, a fim de se mitigar problemas que possam comprometer esse princípio. Fundamentos da Atuação Integrada11 • Módulo 1 Consenso Eficiência Flexibilidade Integração Significa que a atuação integrada deve dar prioridade a eleições de preferências coletivas, baseada no tipo de atividade integrada realizada para definição de objetivos, metodologias e tomadas de decisões durante a atuação, no qual as agências devem se comprometer com as decisões tomadas pelo colegiado. O princípio da eficiência diz respeito à otimização dos recursos disponíveis para a realização das operações integradas. Quer dizer que a atuação integrada deve ter a capacidade de adaptação ao planejamento, estruturas, organização e funcionalidades, de modo a acompanhar a evolução nos processos das operações integradas. Refere-se à perspectiva de atuação integrada no formato multiagência, no que diz respeito às atribuições legais dos órgãos e instituições envolvidas numa atividade, mediante coordenação e fluxo de comunicação integrada dos ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e consolidação. Multiagências são vários órgãos ou instituições que atuam em conjunto na segurança pública, por exemplo: Polícia Federal, Ministério Público, Polícia Civil, Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, cada qual com suas responsabilidades para resolver um determinado caso conjuntamente. Interoperabilidade Refere-se à capacidade de promover a comunicação entre os sistemas (informatizados ou não), compartilhando dados e informações entre os órgãos envolvidos para gerar conhecimento e assessorar a gestão e a tomada de decisão. Fundamentos da Atuação Integrada12 • Módulo 1 Liderança Situacional Oportunidade Objetividade Priorização Este princípio de atuação integrada se refere à atribuição de competência dada a um líder decorrente do caráter específico de uma atividade, visando a coordenação integrada das ações, respeitadas as atribuições dos órgãos e instituições envolvidos. Significa atuar de maneira eficaz e pontual com informações preventivas, possibilitando o melhor emprego das forças. Este princípio de atuação integrada se refere à atuação e o emprego dos recursos das agências com foco no propósito da operação, que deve possuir objetivos claramente definidos e mensuráveis. Refere-se à definição clara das atividades a serem desenvolvidas e alinhadas para atingir os objetivos, em virtude das limitações de recursos para atender a todas as demandas. Segurança Este princípio de atuação integrada se refere à capacidade de estabelecer medidas de proteção para garantir as diferentes medidas de segurança: orgânica, cibernética, lógica e segurança da informação e da comunicação. Dentro do princípio da segurança, temos quatro níveis de atuação com diferentes objetivos, complementares e concomitantes, para garantir a segurança do Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4). Confira! Fundamentos da Atuação Integrada13 • Módulo 1 As medidas de segurança se desenvolvem através da contrainteligência, que é o ramo da atividade de ISP que se destina a proteger a atividade de inteligência e a instituição a que pertence, mediante a produção de conhecimento e implementação de ações voltadas a salvaguarda de dados e conhecimentos sigilosos, além da identificação e neutralização das ações adversas de qualquer natureza. Agora que você conheceu um dos princípios que norteiam a atuação integrada, seguimos para compreender as suas diretrizes. SEGURANÇA NA ATUAÇÃO INTEGRADA Apontamento da inteligência: Capacidade de estabelecer medidas protetivas para garantir a segurança dos operadores, a orgânica, a cibernética, a lógica, da tecnologia da informação e das comunicações dos ambientes de atuação integrada. Segurança cibernética: É destinada a garantir medidas nos meios virtuais, garantindo seus ativos de informação e suas infraestruturas críticas. Segurança lógica: É o conjunto de métodos e procedimentos automatizados, destinados a proteger os recursos computacionais contra sua utilização indevida ou não autorizada. Segurança da informação e das comunicações: São ações que buscam viabilizar e assegurar a disponibilidade, a integridade, a confidencialidade e a autenticidade de dados e informações.Figura 2: Medidas de segurança na atuação integrada. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Diretrizes A atuação integrada multiagências, baseada na metodologia do PAI, deverá observar os ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e consolidação das ações e operações de segurança pública e defesa social, levando em consideração as seguintes diretrizes: Fundamentos da Atuação Integrada14 • Módulo 1 Essa integração acontece a partir do planejamento e da execução, que geralmente são realizados pelas Secretarias de Segurança Pública ou órgãos similares de cada estado brasileiro que lideram o processo de solicitação dos demais órgãos para essas atividades, seguindo o que está estabelecido no PAI. Após compreendermos as diretrizes, partimos agora para um outro item importante para a atuação integrada, que é a atividade de inteligência em segurança pública, que você conhecerá melhor a seguir. A atividade de inteligência de segurança pública tem como principal resultado a produção e a preservação de conhecimento para subsidiar a tomada de decisão. Por esse espectro, seu produto é de suma importância para o êxito das operações integradas a cargo das multiagências, as quais são encarregadas da prevenção e repressão delitiva. ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA DE SEGURANÇA PÚBLICA • Articulação política: Fazer a articulação política para fortalecer a doutrina de atuação integrada, visando a implantação e operacionalização do SIC4. • Integração: Fomentar (incentivar, conscientizar) a integração dos órgãos de segurança pública para a utilização da metodologia do Processo de Atuação Integrada de segurança pública e defesa social. Vale ressaltar que o órgão responsável por essa conscientização é a SEOPI. • Elaboração de projetos: Fomentar a elaboração de projetos de inovação tecnológica para modernização e expansão das estruturas de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle. • Desenvolvimento de competências: Promover o nivelamento, capacitação e treinamento técnico para o desenvolvimento de competênciase consolidação da doutrina de atuação integrada do SIC4. Prevenção delitiva é o conjunto de ações que visam evitar a ocorrência do delito, e, por repressão delitiva, entende-se como o conjunto de ações que visam impedir a continuidade de um determinado comportamento delituoso. O planejamento e a execução das operações integradas em muito dependem de uma atividade de inteligência destinada a Fundamentos da Atuação Integrada15 • Módulo 1 Atuação Integrada nas Atividades Investigativas Você deve ter observado que o resultado de uma atividade de inteligência eficiente é de suma importância para o êxito das operações integradas. Seguindo este raciocínio e dependendo do escopo da operação, o mesmo podemos dizer da cooperação técnica entre as polícias judiciárias, que, por meio de suas forças-tarefas, são constituídas em verdadeiras atuações integradas na atividade investigativa, em consonância com o conceito desenvolvido no DNAISP. Nesse sentido, nos últimos anos, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) tem integrado as forças- tarefas essencialmente por meio de seus órgãos federais (Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e Departamento Penitenciário), visando o desenvolvimento de atividades investigativas e operacionais de combate a crimes graves Para que você entenda melhor, um exemplo de força-tarefa pode ser a integração de dois ou mais órgãos com objetivo comum de investigar algum tipo de delito ou grupo criminoso, como a Polícia Federal e o Ministério Público Federal na investigação de casos de corrupção. Na Prática identificar, avaliar e acompanhar ameaças reais e potenciais na esfera de segurança pública. A Inteligência de Segurança Pública possui sistema (SISP - Subsistema de Inteligência de Segurança Pública) e doutrina própria (DNISP – Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública), que balizam o desenvolvimento da atividade. Agora que você conheceu a atividade de inteligência em segurança pública, vamos seguir para mais um dos itens indispensáveis, a atuação integrada nas atividades investigativas em segurança pública. Fundamentos da Atuação Integrada16 • Módulo 1 praticados pelo crime organizado e suas subespécies, como organizações ou associações criminosas. Resultados positivos advindos dessa união de esforços já começam a ser colhidos em várias unidades federativas, como, por exemplo, a força-tarefa instituída para o projeto “Em Frente Brasil”, em agosto de 2019, nos municípios de Cariacica (ES), Paulista (PE), São José dos Pinhais (PR), Goiânia (GO) e Ananindeua (PA), com redução significativa de homicídios e roubo. Têm-se juntado também aos órgãos federais, os órgãos de segurança e do sistema prisional dos estados, que, por meio de Acordo de Cooperação Técnica, pactuam enfrentar conjuntamente a mesma atividade criminosa. Você pode perceber que a atuação integrada, no âmbito das atividades investigativas, sob responsabilidade das polícias judiciárias, inclusive a militar, depende das rotinas de efetiva atuação conjunta, direcionadas e baseadas em critérios de colaboração e complementaridade necessárias à apuração de infrações penais; ou, melhor dizendo, que os órgãos devem trabalhar de maneira conjunta, mesmo que seja em atividades investigativas. Os Acordos de Cooperação Técnica são acordos firmados entre órgãos ou instituições de segurança pública para a criação de forças-tarefas formadas especificamente para a investigação de determinados crimes ocorridos. As polícias judiciárias no Brasil são de competência da Policia Civil nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, enquanto no âmbito federal compete à Polícia Federal. É uma polícia repressiva, que atua com base no inquérito policial, após a ocorrência de um delito. Fundamentos da Atuação Integrada17 • Módulo 1 CONTEXTUALIZANDO... Esta segunda aula apresentará o restante dos aspectos fundamentais para você compreender a base doutrinária do Processo de Atuação Integrada (PAI) na realização de ações e operações de segurança pública e defesa social. Assim, nesta aula veremos: modelo de liderança para atuação integrada; processo decisório; status operacionais; fluxo de informação e comunicação; e áreas de interesse operacional e impactadas. Acompanhe a seguir o que compõe cada um desses aspectos, os quais dão sustentação à doutrina do Processo de Atuação Integrada (PAI) para a realização de ações e operações de segurança pública e defesa social, a começar pelo modelo de liderança adotado nas ações integradas. MODELO DE LIDERANÇA O modelo de coordenação adotado na SIC4 é o da liderança situacional, observando-se as especificidades da missão que será desempenhada. Aula 2 – O Processo de Atuação Integrada O líder situacional do ciclo de planejamento é o responsável pela gestão, coordenação da elaboração de planos e documentos integrados necessários para o cumprimento da missão, e também pela gestão e coordenação das ações durante as operações e atividades integradas. Nesse modelo, as atribuições legais dos órgãos são respeitadas, sendo o órgão que está na liderança situacional apoiado pelos demais órgãos para o cumprimento dos objetivos comuns de uma operação ou atividade integrada. Fundamentos da Atuação Integrada18 • Módulo 1 Em um incêndio, por exemplo, a liderança situacional é do Corpo de Bombeiros, mas este é apoiado pela Polícia Militar (para o controle do perímetro), pelos órgãos de trânsito (para o desvio e controle de trânsito), pelo SAMU (para a prestação de socorro às vítimas), pela Defesa Civil (para suporte à família das vítimas) etc. Na Prática É fundamental que a instituição que estiver atuando na liderança situacional escolha um coordenador com perfil articulador, agregador, conciliador, respeitador, motivador, com poder de decisão dentro da sua instituição e que tenha pleno domínio e conhecimento das atividades que serão realizadas, devendo delegar ações para a inclusão e participação efetiva de cada instituição na atividade integrada. Esse perfil de liderança facilitará o processo de integração e impulsionará as ações e participações das instituições com o comprometimento dos demais representantes institucionais no processo. Figura 3: Perfil articulador na liderança situacional. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Fundamentos da Atuação Integrada19 • Módulo 1 Agora que você possui uma compreensão do modelo de liderança adotado em uma atuação integrada, vamos passar a entender o segundo item indispensável à doutrinária do Processo de Atuação Integrada (PAI) na realização de ações e operações de segurança pública e defesa social, que é o processo de tomada de decisão a ser observado pelo líder situacional. O processo decisório deve avaliar as alternativas existentes para escolher a melhor solução dos problemas, de modo a minimizar as improvisações, e definir linhas de ação que dão maior segurança sobre o resultado que deve ser alcançado. O processo de tomada de decisão no SIC4, que é feito pelo líder situacional, observará o contexto da situação a ser decidida e a sua repercussão nos níveis estratégico, tático e operacional, considerando o âmbito nacional e regional, e levando em consideração se é uma situação de normalidade ou uma situação de crise. Processo Decisório Fundamentos da Atuação Integrada20 • Módulo 1 Situação de normalidade Sempre que houver o envolvimento de duas ou mais instituições, a decisão deverá ocorrer de forma consensual pelos seus representantes nos CICCs, observando-se os objetivos, diretrizes, atribuições e responsabilidades previstas nos planos, protocolos e demais documentos integrados. Situação de crise Não havendo consenso ou sendo extrapolada a competência dos representantes dos órgãos nos CICCs no processo de tomada de decisão, o fato será levado, via coordenador do CICC, ao escalão superior, conforme escalonamento da situação/crise e protocolos de acionamentodos dirigentes institucionais e autoridades políticas. 1 2 SITUAÇÕES DO PROCESSO DE DECISÃO DAS AÇÕES INTEGRADAS Figura 4: Situação a ser observada pelo líder situacional em um processo decisório. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). O processo de tomada de decisão em uma atuação integrada observará o contexto da situação a ser decidida e sua repercussão nos níveis estratégico, tático e operacional, considerando a esfera nacional e regional. Agora, abordaremos outro item importante para a doutrina do Processo de Atuação Integrada (PAI) na realização de ações e operações de segurança pública e defesa social: os status operacionais, considerados pelos Centros Integrados de Comando e Controle (CICCs) na realização de suas ações. Fundamentos da Atuação Integrada21 • Módulo 1 OS STATUS OPERACIONAIS Os Centros Integrados de Comando e Controle (CICCs) levam em consideração três condições operacionais nas ações e operações de segurança pública e defesa social. O primeiro é o status operacional ordinário (SOO), ou seja, a condição de operação diária dos Centros Integrados, o segundo é o status operacional mínimo (SOM), que corresponde à condição de atuação dos órgãos iniciada com a ativação do ciclo operacional, em lapso temporal a ser definido, que antecede o dia do início da operação. O terceiro é o status operacional pleno (SOP), que corresponde à condição de atuação dos órgãos nos CICCs, que vem logo após o SOM e é ativado no dia do início da operação, podendo ser antecipado em função de análise procedida durante o SOM. Status Operacional Ordinário – SOO Status Operacional Mínimo – SOM Esta é a condição de atuação dos órgãos integrantes dos CICCs/similares no dia a dia, por meio da produção de conhecimento e monitoramento das ações das agências de segurança pública e de defesa social nas três esferas. De acordo com a análise e evolução dos cenários críticos, este status poderá ser modificado, passando diretamente para o SOP. Esta é a condição de atuação dos órgãos nos CICCs/ similares, iniciada com a ativação do ciclo operacional de uma operação específica, em lapso temporal a ser definido que precede o SOP. Durante o SOM, os órgãos envolvidos na operação integrada atuam com recursos humanos, logísticos e tecnológicos minimizados, garantindo o seu funcionamento através da coordenação, comunicação, comando e controle operacional, monitorando as atividades planejadas e realizando, se necessário, a antecipação do SOP. Fundamentos da Atuação Integrada22 • Módulo 1 É importante observar que, em todos os processos operacionais, os órgãos realizam o monitoramento das atividades planejadas, fazendo os ajustes necessários, cadastrando informações dos recursos empregados, das ocorrências, das produções, entre outros, a fim de subsidiar a elaboração dos relatórios previstos para o ciclo de execução e monitoramento. Figura 5: Monitoramento das atividades. Fonte: SEOPI (2019). Após compreendermos as condições de operações de atuação integrada, vamos conhecer como acontece o fluxo de informação e comunicação na atuação integrada de segurança pública e defesa social. Status Operacional Pleno – SOP Por fim, esta é a condição de atuação plena dos órgãos nos CICCs/similares, podendo ser antecipado em função de análise procedida durante o SOM e/ou durante o SOO. Durante o SOP, os órgãos envolvidos na operação integrada atuam com recursos humanos, logísticos e tecnológicos, conforme planos operacionais integrados, implementando a plenitude de funcionamento da coordenação, comunicação, comando e controle operacional. Fundamentos da Atuação Integrada23 • Módulo 1 FLUXOS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO O fluxo de informação em uma atuação integrada de segurança é o volume de informações que trafega em uma estrutura de coordenação, comunicação, comando e controle, por meio de um canal específico, como, por exemplo, em uma telefonia fixa e móvel, um correio eletrônico, uma videoconferência, uma radiocomunicação e sistemas de monitoramento e gerenciamento. Essas informações serão operacionalizadas pelo fluxo estabelecido dentro do plano de comunicação para facilitar a veiculação da informação interna e externa dos CICCs. Dessa forma, o fluxo de informação pode ser dividido em horizontal ou vertical. O fluxo de informação vertical acontece pela transmissão de informações entre os níveis hierárquicos superiores e subordinados. Assim, as informações recebidas e encaminhadas aos níveis hierárquicos superiores devem observar o escopo estratégico e gerencial de forma direta e curta. Já as informações recebidas e encaminhadas aos níveis hierárquicos subordinados, ou seja, aos níveis táticos e operacionais, devem conter todo o detalhamento para auxiliar na resolução do fato. Um exemplo do fluxo de informação vertical seria no caso de uma informação dada ao presidente da república: como parte do nível gerencial, ele receberá informações diretas e curtas, já as informações encaminhadas para patrulhas das polícias militares devem conter todo o detalhamento para auxiliar na resolução do fato. Já o fluxo de informação horizontal, por sua vez, é realizado pelo nivelamento das informações recebidas/encaminhadas do fluxo vertical para manter a consciência situacional dos órgãos que atuam nos CICCs. Agora vamos falar do fluxo de comunicação, que será definido pelo Plano de Comunicação (PLACOM), que tem a finalidade de estabelecer uma rotina de operação, as ferramentas necessárias e os sistemas e meios de comunicação entre Fundamentos da Atuação Integrada24 • Módulo 1 os órgãos envolvidos nas operações e atividades integradas. As ferramentas e os meios comuns de comunicação mais utilizados nos Centros Integrados de Comando e Controle, e os órgãos envolvidos nas operações integradas são: • Telefonia fixa e móvel. • Correio eletrônico. • Videoconferência. • Radiocomunicação. • Sistemas monitoramento e gerenciamento. • Outros dispositivos conforme a disponibilidade. Esse fluxo de comunicação envolve dois processos: a comunicação social e a padronização de linguagem, terminologias e símbolos. Vamos entender melhor cada um deles? A comunicação social se refere aos pontos comuns de comunicação entre as pessoas que devem ser definidos e desenvolvidos antes do início das atividades integradas, devendo ser incluída pelo planejamento a identificação dos pontos de contato e dos porta-vozes autorizados de cada instituição para repassar informações da sua instituição na atividade, de forma adequada e coordenada, visando suprir a demanda de notícias por parte dos meios de comunicação. Sempre que possível devem ser definidas regras claras e simples de declarações e entrevistas realizadas de forma integrada, através de coletiva de imprensa ou mesmo fazendo uso de release ou de notas conjuntas à imprensa. O outro processo do fluxo de comunicação é a padronização de linguagem, terminologias e símbolos que devem ser levados em consideração em uma ação articulada pelos órgãos ou instituições que integram o Sistema de Segurança Pública. Apesar de se tratar de uma ação articulada entre instituições que integram o Sistema de Segurança Pública, cada órgão Fundamentos da Atuação Integrada25 • Módulo 1 ou instituição possui suas peculiaridades, conceitos e cultura organizacional. Essa padronização de uma linguagem, terminologias e símbolos comuns entre os profissionais e entidades dessa atividade interinstitucional é necessária para que aconteça uma harmonia nas comunicações essenciais durante a ação integrada, sem distorções ou incompreensões. Levando em consideração que a DNAISP poderá vir a aplicar a comunicação em uma atuação interinstitucional, é fundamental que se faça presente o desenvolvimento comum de protocolos de atuação integrada para a comunicação que priorize a padronização de linguagem, de terminologias e de símbolos no campo do planejamento, das operações, dos materiais, e no campo técnicoe administrativo, conforme a atividade a ser desenvolvida. Por isso, sempre devem ser preservados e empregados em operações integradas os conceitos, definições, siglas e demais orientações já existentes na própria DNAISP, pois já estabelecem padrões mínimos para a realização do Processo de Atuação Integrada. Partiremos para o último aspecto importante a ser levado em consideração em uma atuação integrada de segurança pública e defesa social: as áreas de interesses, as quais podem ser divididas em áreas de interesse operacional (AIOs) e áreas impactadas (AIs). Figura 6: Diferentes órgãos trabalhando em uma ação de segurança. Fonte: SEOPI (2019). Fundamentos da Atuação Integrada26 • Módulo 1 Neste módulo, você pôde aprofundar cada um dos aspectos fundamentais que compõem a atuação integrada e perceber que são muitos os aspectos, porém todos convergem para um mesmo fim, que é a padronização e orientação para o desenvolvimento dos ciclos de planejamento, execução, monitoramento, avaliação e consolidação das ações, bem como para operações integradas de segurança pública e defesa social no Brasil. Esperamos que este módulo sirva de base para a compreensão teórica da Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública (DNAISP) e que você prossiga nos demais módulos deste curso aplicando esses conceitos e possa agregar mais conhecimento em sua profissão e no desempenho de suas atividades diárias. Figura 7: Área de interesse. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Áreas de interesse Áreas de interesse operacional (AIOs) se referem aos espaços geográficos que possuem relação direta com o ambiente onde serão desenvolvidas as ações ou operações de segurança pública e defesa social. Essas áreas podem ser escolhidas em virtude da realização de eventos de grande porte ou de acordo com a problemática a ser combatida. Áreas impactadas (AIs) referem aos espaços geográficos que não possuem relação direta com os ambientes onde são desenvolvidas as ações ou operações integradas de segurança pública e defesa social, mas que podem ser impactadas, e, por isso, merecem atenção especial. ÁREAS DE INTERESSE OPERACIONAL (AIOS) E ÁREAS IMPACTADAS (AIS) As áreas de interesse operacional (AIOs) e áreas impactadas (AIs) dizem respeito aos espaços geográficos que possuem ou não relação direta com o ambiente onde serão desenvolvidas as ações ou operações de segurança pública e defesa social. Fundamentos da Atuação Integrada27 • Módulo 1 BRASIL. Ministério da Defesa. Doutrina para o Sistema Militar de Comando e Controle – MD31-M-03. 3. ed., Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2015. BRASIL. Ministério da Defesa. Operações Interagências – MD33-M-12. 2. ed., Brasília, DF: Ministério da Defesa, 2017. BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública. Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública – DNAISP. Brasília: Ministério Segurança Pública, 2018. SECRETARIA DE OPERAÇÕES INTEGRADAS (SEOPI). [Centro Integrado de Comando e Controle 1]. Fotografia color. Brasília, DF: SEOPI, 2019. SECRETARIA DE OPERAÇÕES INTEGRADAS (SEOPI). [Monitoramento das atividades]. 1. Fotografia color. Brasília, DF: SEOPI, 2019. SHUTTERSTOCK. [S.l.], 2019. Disponível em: https://www. shutterstock.com/pt/. Acesso em: 22 jan. 2020. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Laboratório da Secretaria de Educação a Distância (labSEAD-UFSC). Florianópolis, 2019. Disponível em: http://lab.sead.ufsc.br/. Acesso em: 22 jan. 2020. Referências https://www.shutterstock.com/pt/ https://www.shutterstock.com/pt/ http://lab.sead.ufsc.br/ Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 28 • Módulo 2 SISTEMA INTEGRADO DE COORDENAÇÃO, COMUNICAÇÃO, COMANDO E CONTROLE – SIC4 MÓDULO 2 Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 29 • Módulo 2 Apresentação Nesse módulo você irá conhecer o Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4). O SIC4 é uma ampliação do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), que agregou mais dois Cs: um de coordenação e outro de comunicação, além dos dois Cs já existentes (comando e controle). É importante que você saiba que a mudança na sigla teve dois principais motivos: o primeiro foi destacar que a comunicação e a coordenação entre as instituições são tão ou mais importantes que o comando e o controle. O segundo foi a redução da forte tendência que as instituições de segurança pública têm em utilizar termos militares, que direcionam a posições hierárquicas, para referências que remetam à ideia de todos se verem igualmente como colaboradores, sem prevalência entre instituições, tampouco entre os entes federativos (União, estados e municípios) OBJETIVOS DO MÓDULO Este módulo tem como principal objetivo que você conheça a origem, os conceitos, as definições e os níveis de responsabilidades do SIC4; compreenda os seus objetivos, a sua estrutura e a sua composição em nível nacional, estadual, distrital e municipal e entenda as etapas para implantação da atuação integrada na segurança pública e defesa social. ESTRUTURA DO MÓDULO • Aula 1 – Origem, Conceito, Definições e Objetivos do SIC4. • Aula 2 – Níveis de Responsabilidade, Estruturação e Composição do SIC4. • Aula 3 – Governança, Gestão e Etapas para Implantação da Atuação Integrada. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 30 • Módulo 2 Aula 1 – Origem, Conceito, Definições e Objetivos do SIC4 CONTEXTUALIZANDO... Nesta aula, você estudará como se deu a evolução do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC) – um sistema criado para atuar de forma integrada em eventos esportivos e que teve como origem o planejamento de grandes eventos no Brasil, como a Copa do Mundo Fifa 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro – para o SIC4, um sistema com operações integradas multiagências, que veio com o objetivo de fortalecer as políticas e estratégias de segurança pública e da defesa social. Por fim, também conhecerá as definições, os conceitos e os objetivos desse sistema integrado de segurança pública. Uma boa aula para você! ORIGEM: TRANSIÇÃO DO SISTEMA INTEGRADO DE COMANDO E CONTROLE (SICC) DE GRANDES EVENTOS PARA O SIC4 NA SEGURANÇA PÚBLICA A doutrina de atuação integrada teve como protagonista inicial a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos (SESGE), cuja missão foi coordenar atividades integradas de segurança das autoridades, atletas, turistas e residentes nas chamadas áreas de interesse operacional e áreas impactadas dos grandes eventos, como exemplo a Copa do Mundo FIFA 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. Com o término das atividades da SESGE em 31 de julho de 2017, conforme o artigo 2º do Decreto n.º 7.682, de 28 de fevereiro de 2012, a Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) assumiu oficialmente as competências que eram atribuídas ao SESGE, conforme art. 10, do Decreto n.º 9.150, de 4 de setembro de 2017. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ ato2011-2014/2012/decreto/D7682.htm Áreas de interesse operacional são, por exemplo: regiões olímpicas, estádios, aeroportos, centros de treinamento, hotéis e Fun Fest. Já as áreas impactadas são, por exemplo: pontos turísticos, estações de transporte, locais de aglomeração de pessoas. Saiba mais http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/D7682.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/decreto/D7682.htm Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 31 • Módulo 2 Por sua vez, a Lei n.º 13.675/18 do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), estabeleceu, entre as suas diretrizes estratégicas, que é de responsabilidade da União promover e coordenar a atuação integrada nas três esferas de governo, definindo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) como o órgão centraldesse sistema (SUSP). Já o Decreto n.º 9.662, de 1º de janeiro de 2019, criou a Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), que passou a promover a integração operacional entre os órgãos de segurança pública federais, estaduais e distrital, coordenando o planejamento e a execução das operações integradas de segurança pública. Nessa transição, o escopo do SICC, antes delimitado para atuação integrada em áreas esportivas, foi ampliado para o escopo do SIC4, para atuação em operações integradas multiagências, que visam fortalecer as políticas e estratégias de segurança pública e defesa social. SICC Atuação integrada limitada a grandes eventos esportivos. Ex: Copa FIFA e Olimpíadas. SIC4 Atuação integrada à diversas operações (não apenas esportivas) por meio de multiagências. Ex: Polícia Federal em conjunto com o Ministério Público Federal. Figura 1: Transição do escopo SICC para o SIC4. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 32 • Módulo 2 Segundo Vasconcelos (2018), o SIC4 foi uma ampliação do Sistema Integrado de Comando e Controle (SICC), que agregou mais dois Cs, um de coordenação e o outro de comunicação, além dos já existentes: comando e controle. A mudança na sigla teve dois motivos maiores: ressaltar que a comunicação e a coordenação entre as instituições são tão ou mais importantes que o comando e o controle e reduzir a forte tendência que as instituições de segurança pública têm em utilizar termos militares, que direcionam a posições hierárquicas, para referências que remetam a ideia de todos se verem igualmente como colaboradores, sem prevalência entre instituições, tampouco entre os entes federativos (União, estados e municípios). Para tanto, os processos de comando e controle do SICC dos grandes eventos foram revisados, atualizados e complementados com os processos de coordenação e comunicação no SIC4, passando a se chamar Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4) da segurança pública e defesa social. E foi assim que se deu a origem do SIC4, que está em operação atualmente. Passaremos a estudar na sequência o conceito, as definições e os objetivos do SIC4. CONCEITOS, DEFINIÇÕES E OBJETIVOS Você saberia dizer o que significa o SIC4 além de sua nomenclatura? O SIC4 são os processos e as rotinas de um centro integrado ou similar que são sistematizados por meio de uma metodologia do processo de atuação integrada que facilite a coordenação, comunicação, comando e controle das atividades e operações integradas de segurança pública e defesa social. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 33 • Módulo 2 COORDENAÇÃO COM UNICAÇÃO C ON TR OL E SIC4 Figura 2: Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle (SIC4). Fonte: labSEAD- UFSC (2020). O princípio básico do SIC4 é o monitoramento e a execução das atividades integradas sob a ótica da liderança situacional, ou seja, de uma liderança estabelecida conforme uma operação a ser feita ou, ainda, uma liderança a ser definida de acordo com uma determinada situação, como já estudamos em detalhes no módulo anterior. Para que o monitoramento e a execução das atividades aconteçam sob a condição de uma liderança situacional, é necessário observar as atribuições constitucionais, a partir de ambiente comum, mesmo que existam instalações específicas de algumas agências funcionando paralelamente. Desse modo, é possível haver a interoperabilidade entre as agências e as instalações em funcionamento com o uso de sistemas de monitoramento compartilhados e o fluxo de comunicação estabelecido. É importante salientar a você que o SIC4 produz informações relevantes para o desenvolvimento e operacionalização das atividades integradas e que essas informações devem COMANDO Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 34 • Módulo 2 permanecer para consultas posteriores e também para análise, fomento e ampliação da integração entre as agências de segurança pública. Compreendido o que é o SIC4 e como ele opera, passaremos a estudar os objetivos deste sistema integrado. PRINCIPAIS OBJETIVOS DO SIC4 Você saberia dizer quais são os principais objetivos do SIC4? O SIC4 possui como principal objetivo promover e coordenar a integração dos órgãos de segurança pública, nas três esferas de governo (federal, estadual, distrital e municipal), para a implementação de políticas e realização de operações integradas de segurança pública, utilizando a DNAISP como guia dessas ações. Além do principal objetivo apontado acima, o SIC4 também visa: • Difusão da doutrina (DNAISP) de atuação integrada do SIC4 nas instituições de segurança pública e defesa social das três esferas de governo. • Promoção da integração dos órgãos de segurança pública e a interoperabilidade dos sistemas de comunicação e informação. • Regulamentação da operacionalização do SIC4. • Indicação de padronização das estruturas físicas para a expansão dos CICCs. • Difusão da doutrina (DNAISP) nos cursos de capacitação específica aos órgãos de segurança pública, promovidos pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública e/ou pelos próprios órgãos estaduais. • Promoção da modernização, informatização, coleta e integração de bancos de dados relacionados à operação. Compreendido os conceitos, as definições e os principais objetivos do SIC4, vamos entender o que cada um dos seus quatro Cs significa. Acompanhe! Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 35 • Módulo 2 Coordenação Comunicação A coordenação é a forma de se conduzir a gestão das atividades multiagências de uma operação integrada de segurança pública e defesa social, observando o princípio da liderança situacional e as atribuições legais dos órgãos envolvidos. Ela é obtida por meio da conjugação harmônica de esforços de elementos distintos, visando alcançar um mesmo fim e evitando a duplicidade de ações, a dispersão de recursos e a divergência de soluções. Já a comunicação é o meio pelo qual se estabelecem as ferramentas e o fluxo de comunicação para operacionalizar o recebimento e envio de informações internas e externas das operações integradas multiagências, no âmbito dos CICCs ou similares No seu aspecto mais amplo, não se restringe tão somente a meios e/ou equipamentos por onde transitam as informações, mas também ao processo de aproximação, reciprocidade, estabelecimento de confiança, sinergia e de efetiva interação entre as agências, respeitando os níveis de acesso ao conhecimento, fluxos e a segurança orgânica, a qual é composta pelos meios que garantam a integridade dos CICCs, a segurança do espaço físico. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 36 • Módulo 2 Compreendido o conceito, a definição, os principais objetivos e o significado de cada uma de suas siglas, passaremos a estudar os níveis de responsabilidade, a estrutura e a composição do SIC4. Comando e Controle No escopo de atuação do SIC4, o Comando e o Controle devem ser aplicados a todas as agências que estejam participando da atividade integrada, podendo ser governamental ou não, militar ou civil, nacional ou internacional, respeitando a autonomia de cada órgão e sua respectiva estrutura organizacional. No SIC4, o Comando significa o poder de decisão que cada representante do colegiado possui em sua instituição, ou seja, deve ser individualizado e independente, seguindo sua própria cultura organizacional com relação à hierarquia e estrutura de poder, de modo que não haja interferência de outra agência na sua autoridade. Já o Controle diz respeito aos mecanismos de domínio e poder de fiscalização e administração dos recursos empregados pelas agências numa atuação integrada e das atividades que estão sendo desenvolvidas num ambientecomum. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 37 • Módulo 2 Aula 2 – Níveis de Responsabilidade, Estrutura e Composição do SIC4 CONTEXTUALIZANDO... Nesta aula você estudará os quatro níveis de responsabilidade do SIC4 e o que é realizado em cada um deles. Também entenderá toda a estrutura e a composição de funcionamento do SIC4 em nível nacional, estadual, distrital e municipal, com todos os órgãos que os integram, como, por exemplo, os órgãos centrais e os órgãos que operam as atividades integradas na área de segurança pública. Saberá, ainda, como são definidas suas rotinas de funcionamento, seus acordos de cooperação e/ou convênios. NÍVEIS DE RESPONSABILIDADE DO SIC4 A operacionalização do SIC4 favorece a gestão integrada, a consciência situacional e a tomada de decisão compartilhada, mantendo o poder de decisão e as atribuições dos órgãos. Para tanto, é necessário contemplar os quatro níveis de responsabilidade: o político, o estratégico, o tático e o operacional, considerando a dimensão da operação a ser realizada, a fim de não restringir a atuação integrada nos diversos níveis. Figura 3: SIC4 e seus níveis de responsabilidade. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). NÍVEL OPERACIONAL NÍVEL TÁTICO NÍVEL ESTRATÉGICO NÍVEL POLÍTICO Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 38 • Módulo 2 Com relação ao nível político, segundo a Doutrina da Atuação Integrada (DNAISP), é importante você saber que cabe aos representantes deste nível o estabelecimento dos objetivos políticos da operação, a celebração de acordos de cooperação entre as instituições/agências, bem como a formulação de diretrizes para a execução das ações estratégicas. Já no nível estratégico, cabe aos seus representantes, nos órgãos de segurança pública, transformar os princípios e diretrizes políticas em ações estratégicas a serem desenvolvidas pelos órgãos para o cumprimento da missão. É neste nível que ocorre a elaboração do plano estratégico de atuação integrada das operações, observando-se os objetivos, missão geral, diagnóstico dos fatores de riscos, matriz de responsabilidades institucionais dos órgãos e metas. No nível tático, é importante que você saiba que é nele que acontece a convocação e a coordenação das reuniões integradas para elaboração do plano operacional integrado, levando em consideração a missão dos órgãos, o período da operação, os protocolos de atuação integrada, a matriz de atividades e os sistemas de monitoramento e fluxos de comunicação. Por fim, no nível operacional, é importante você saber que é nele que é feita a elaboração dos planos de execução (ordens de serviço, de missão, de execução ou documentos similares adotados pelos respectivos órgãos) com base nas diretrizes, objetivos, missões e atribuições estabelecidas no plano estratégico de atuação integrada e no plano operacional integrado. Agora que você conheceu os quatro níveis de operacionalização do SIC4 e o que ocorre em cada um deles, passaremos a estudar a estrutura e composição desse sistema de integração na União, nos estados/Distrito Federal e nos municípios. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 39 • Módulo 2 ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO SIC4 A proposta de estruturação do SIC4 se deu a partir da modernização e expansão dos Centros Integrados de Comando e Controle (CICC) e similares, conforme você já estudou anteriormente neste módulo. Passaremos agora a conhecer como o SIC4 está estruturado tanto no nível federal, quanto no estadual/distrital e também no nível municipal. Vamos lá! O SIC4, de um modo geral, está estruturado da seguinte maneira: • Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN). • Centros Integrados de Comando e Controle Estaduais (CICCE)/distrital (CICCD) ou similares. • Centros Integrados de Comando e Controle Municipais (CICCM). • Centros Integrados de Operações de Fronteira (CIOF). • Outros centros das agências participantes. A estrutura da rede de Centros Integrados de Inteligência de Segurança Pública (CIISP), quando empregada no âmbito das Operações Integradas, será coordenada pela Diretoria de Inteligência da SEOPI. Com essa ideia geral até aqui sobre o SIC4, começaremos a falar agora da sua estrutura e composição em âmbito nacional, ou seja, na esfera da União. ESTRUTURA E COMPOSIÇÃO DO SIC4 NACIONAL Você tem ideia de como está estruturado o SIC4 em nível nacional? Pois bem, o órgão central do SIC4 em nível nacional é a Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), por meio da Diretoria de Operações (DIOP), utilizando o ambiente do CICCN, e sua rotina de funcionamento é definida em regimento interno. A composição do SIC4 pelos órgãos que farão parte das atividades integradas será definida conforme o escopo de cada operação ou de forma permanente, mediante adesão por meio de ajustes específicos, acordos de cooperação e/ou convênios. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 40 • Módulo 2 Seguindo as diretrizes de atuação integrada, unida com a Lei do Sistema Único de Segurança Pública (SUSP), a constituição do SIC4 em nível nacional será composta por: SSP Secretarias Estaduais de Segurança Pública. Convidados SEOPI Secretaria de Operações Integradas. SENASP Secretaria Nacional de Segurança Pública. PF Po líc ia Fe de ral . PRF Políci a Rodov iária Feder al. DEPENDepartamento Penitenciário Nacional. SIC4 NACIONAL Figura 4: Composição do SIC4 em nível nacional. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Os convidados são aqueles que estão além dos órgãos de natureza substancial vinculada à segurança pública, a depender do escopo da operação, poderão compor o SIC4 órgãos convidados que farão parte dos respectivos comitês e CICCs/similares. Compreendida a estrutura e a composição do SIC4 em nível nacional, vamos passar para a sua composição em nível estadual/distrital. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 41 • Módulo 2 COMPOSIÇÃO DO SIC4 EM NÍVEL ESTADUAL/DISTRITAL O órgão central do SIC4 em nível estadual/distrital será definido pela unidade federativa (estado), conforme a estrutura organizacional local, utilizando a estrutura de um dos Centro Integrado de Comando e Controle Estadual/Distrital (CICCE/D) ou similar e será coordenado pela Secretaria de Segurança Pública ou órgão similar definido pelo estado. A composição do SIC4 pelos órgãos que farão parte das atividades integradas em nível estadual será definida conforme o escopo de cada operação ou de forma permanente, mediante adesão por meio de ajustes específicos, acordos de cooperação e/ou convênios. Sua estrutura organizacional e composição serão definidas em legislação específica do governo estadual/distrital. A rotina de funcionamento será definida em regimento interno. Seguindo as diretrizes de atuação, a composição do SIC4 estadual poderá ter a seguinte estruturação: Órgão Central (a ser definido pelo Estado) SSP Secretaria Estadual de Segurança Pública/ similar PMPolícia Militar PC Polícia Civil CBM Corpo de Bombeiros Militar PF Polícia Federal PRF Polícia Rodoviária Federal Convidados Órgãos de Trânsito Perícia Pro teç ão e Def esa Civ il Órgãos dos Sistema Penitenciário SIC4 ESTADUAL/DISTRITAL Figura 5: Composição do SIC4 em nível estadual/ distrital. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 42 • Módulo 2 Após compreender a estrutura e composição do SIC4 em nível estadual/distrital, vamos conhecer melhor a sua composição em nível municipal. COMPOSIÇÃO DO SIC4 EM NÍVEL MUNICIPAL Em nível municipal, o SIC4 será operacionalizado pelo Centro Integrado de Comando e Controle Municipal (CICCM), sendo sua estrutura, composição e rotina definidas em norma específica. O órgão central do SIC4 em nível municipal será definido peloprefeito municipal, conforme a estrutura organizacional local, utilizando a estrutura de um CICCM ou similar e será coordenado pela prefeitura municipal. A composição do SIC4 pelos órgãos que farão parte das atividades integradas a nível municipal será definida conforme o escopo de cada operação ou de forma permanente, mediante adesão por meio de ajustes específicos, acordos de cooperação e/ou convênios. Sua estrutura organizacional e composição serão definidas em legislação específica do município. A rotina de funcionamento será definida em regimento interno. Seguindo as diretrizes de atuação integrada, a composição do SIC4 municipal poderá adotar a seguinte estruturação: Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 43 • Módulo 2 SMSP Secretaria Municipal de Segurança Pública Órgão Municipal de Trânsito Órgão Estadual de Trânsito PF Polícia Federal PRF Polícia Rodoviária Federal GM Guarda Municipal SISPEN Órgãos do Sistema Penitenciário SAMU Serviço de Atendimento Médico de Urgência PM Polícia Militar PC Polícia Civil CBM Corpo de Bombeiros CONVIDADOS Órgãos Municipal e Estadual de Meio Ambiente e Vigilância Sanitária Defesa Civil SIC4 MUNICIPAL Órgão Central (definido pelo Prefeito Municipal) Figura 6: Composição do SIC4 em nível municipal. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Essas são todas as estruturas possíveis do SIC4 nas esferas federal, estadual/distrital e municipal. Agora que você pôde entender melhor toda a estrutura e composição do SIC4, partiremos para uma maior compreensão da governança e gestão do SIC4 e também para as etapas de implantação da atuação integrada. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 44 • Módulo 2 Aula 3 – Governança e Gestão do SIC4 e Etapas para Implantação da Atuação Integrada CONTEXTUALIZANDO... Nesta aula você compreenderá como será a governança e a gestão do SIC4, que poderá ser estruturada por meio de comitês integrados ou de gabinetes estratégicos locais de segurança pública, de acordo com a decisão dos estados e municípios, respeitando as suas particularidades locais. GOVERNANÇA E GESTÃO DO SIC4 Os estados e os municípios devem ser responsáveis por analisar e decidir sobre a necessidade da criação de comitês integrados de governança do SIC4 ou a utilização desses comitês e de gabinetes estratégicos locais de segurança pública já existentes para promover a governança e gestão do sistema. O comitê integrado deverá ser criado e regulamentado por norma específica, nas respectivas esferas de governo, observando-se as particularidades locais. A definição do modelo de gestão dos comitês integrados precisa ser orientada pelas seguintes atribuições: • Definir o direcionamento estratégico. • Definir objetivos e metas. • Estabelecer indicadores e sistemas de monitoramento. • Promover a atuação integrada. • Gerenciar conflitos. • Avaliar a doutrina do sistema. Sabendo da estrutura de governança e gestão do SIC4, bem como as atribuições dos comitês integrados, vamos estudar as etapas para a instituição da atuação integrada do SIC4. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 45 • Módulo 2 Etapas para Implantação da Atuação Integrada Você saberia dizer quantas são as etapas de implantação do SIC4, quais são elas e se essas etapas têm uma sequência? A doutrina de atuação integrada do SIC4 será feita em diversas etapas, que vão desde a sensibilização até o monitoramento e avaliação de sua implantação nos órgãos de segurança pública. Sensibilização Elaboração da doutrina Modernização e expansão de CICCs Monitoramento e avaliação Acordos de cooperação Nivelamento capacitação e treinamento Figura 7: Etapas para implantação do SIC4. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). É importante que você conheça o que acontece em cada umas das etapas representadas na figura acima, por isso vamos a elas: Sensibilização política e institucional: é a etapa de sensibilização que será realizada pela articulação política e institucional dos governantes e dirigentes dos órgãos de segurança pública, observando as agendas com os governantes: governadores, secretários estaduais de segurança pública, prefeitos e também as agendas com os conselhos representativos dos órgãos de segurança pública. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 46 • Módulo 2 Elaboração da Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública (DNAISP): esta etapa estabelece a base doutrinária de operacionalização do SIC4, definindo os fundamentos da atuação integrada, os conceitos, objetivos, governança, estruturação e composição do SIC4 e a metodologia do processo de atuação integrada para padronizar e orientar a realização das operações integradas de segurança pública no Brasil. Acordos de cooperação para implantação do SIC4: esses acordos tratam de complementação da etapa de sensibilização política e institucional que será realizada pela revisão e adequação dos atuais acordos de cooperação entre o governo federal e os governos estaduais/distrital e municipais para contemplar objetivos, metas, direitos, deveres, contrapartidas e indicadores necessários à implantação do SIC4. Nivelamento, capacitação e treinamento técnico: nesta etapa é importante que sejam promovidos seminários e encontros técnicos para difusão e nivelamento da DNAISP com os representantes dos setores de planejamento dos órgãos de segurança pública. Modernização e expansão de CICCs: esta etapa poderá ocorrer de forma paralela às etapas anteriores e destina-se a promover a modernização tecnológica dos CICCs já existentes e apresentação de projetos de expansão para os estados que não possuem essa estrutura. Monitoramento e avaliação: Nesta etapa, a doutrina de atuação integrada do SIC4 deve ser metódica e ao mesmo tempo dinâmica e flexível, de modo que possa se adaptar a possíveis mudanças ocorridas para responder adequadamente às demandas planejadas ou não planejadas. Para tanto, o sistema deverá ser submetido à avaliação periódica com a participação dos atores e gestores que utilizam essa metodologia de atuação integrada. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 47 • Módulo 2 Compete a esses atores e gestores, que utilizam o sistema, realizar as devidas críticas e sugestões sobre a metodologia de atuação integrada, a fim de consolidar as melhores práticas e ajustar os pontos de desconformidade das premissas, princípios, diretrizes e objetivos do sistema. Por fim, cabe ainda a esses atores e gestores analisarem os resultados e as estatísticas que irão subsidiar a elaboração de indicadores com aplicabilidade em políticas, programas, projetos e ações de segurança pública. Você deve ter observado que as etapas de implantação do SIC4, em regra, ocorrem de forma sequencial e na ordem, porém existe uma das etapas que poderá ocorrer paralelamente às outras, que é a etapa de modernização e expansão de CICCs. Chegamos ao fim deste módulo. Com base neste estudo, você pôde entender que o SIC4 teve origem nos grandes eventos, conheceu suas definições, conceitos, objetivos, seus níveis de responsabilidade e toda a sua estrutura e composição de funcionamento. Desejamos uma boa continuidade nos seus estudos. Sistema Integrado de Coordenação, Comunicação, Comando e Controle – SIC4 48 • Módulo 2 Referências BRASIL. Lei n. 13.675, de 11 de junho de 2018. Brasília, DF: Presidência da República, 2018. Disponível em: http://www. planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13675.htm. Acesso em: 20 jan. 2010. BRASIL. Decreto n.º 9.662, de 1º de janeiro de 2019. Brasília, DF: Presidência da República, 2019. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/ D9662.htm. Acesso em: 20 jan. 2010. BRASIL. Ministério da Segurança Pública. Secretaria Nacional de Segurança Pública.Doutrina Nacional de Atuação Integrada de Segurança Pública – DNAISP. Brasília: Ministério da Segurança Pública, 2018. SECRETARIA DE OPERAÇÕES INTEGRADAS (SEOPI). Centro Integrado de Comando e Controle. 1 Fotografia color. Brasília, DF: SEOPI, 2019. SHUTTERSTOCK. [S.l.], 2020. Disponível em: https://www.shutterstock.com/pt/. Acesso em: 24 jan. 2020. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA. Laboratório da Secretaria de Educação a Distância (labSEAD-UFSC). Florianópolis, 2020. Disponível em: http://lab.sead.ufsc.br/. Acesso em: 24 jan. 2020. VASCONCELOS, A. C. D. de A. O legado dos grandes eventos para a segurança pública no Brasil. 2018. Dissertação (Mestrado em Políticas Públicas e Desenvolvimento) – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, Brasília, 2018. Disponível em: http://www.mestradoprofissional.gov.br/sites/ images/mestrado/turma2/adriana_vasconcelos.pdf. Acesso em: 24 jan. 2020. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13675.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/lei/L13675.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9662.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9662.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9662.htm https://www.shutterstock.com/pt/ http://lab.sead.ufsc.br/ http://www.mestradoprofissional.gov.br/sites/images/mestrado/turma2/adriana_vasconcelos.pdf http://www.mestradoprofissional.gov.br/sites/images/mestrado/turma2/adriana_vasconcelos.pdf Processo de Atuação Integrada – PAI49 • Módulo 3 PROCESSO DE ATUAÇÃO INTEGRADA – PAI MÓDULO 3 Processo de Atuação Integrada – PAI50 • Módulo 3 Apresentação Neste módulo, apresentaremos os ciclos que envolvem o Processo de Atuação Integrada, expondo a definição e as atividades realizadas em cada etapa. São quatro ciclos no total, que estão assim separados: ciclo de planejamento, ciclo de execução, ciclo de avaliação e o ciclo de consolidação. Esses ciclos são indispensáveis para o bom funcionamento da atuação entre os órgãos envolvidos, considerando a quantidade de pessoas e estruturas que compõem as ações e os diferentes níveis organizacionais (federal, estadual/distrital e municipal). OBJETIVOS DO MÓDULO Este módulo tem como objetivo capacitar os profissionais que integram o Sistema Único de Segurança Pública para a compreensão teórica da composição e estruturação do Processo de Atuação Integrada (PAI), proporcionar o entendimento da finalidade e dos princípios que fundamentam a sua realização, bem como compartilhar o conhecimento de cada atividade realizada nas etapas que constituem os quatro ciclos do PAI. ESTRUTURA DO MÓDULO • Aula 1 – Ciclos do Processo de Atuação Integrada. Processo de Atuação Integrada – PAI51 • Módulo 3 Aula 1 – Ciclos do Processo de Atuação Integrada CONTEXTUALIZANDO... Nesta aula você vai entender que o Processo de Atuação Integrada (PAI) compreende toda ação e operação realizada com a participação de órgão ou instituição envolvidos no mesmo ciclo de gestão, em razão da convergência de interesse, preservando a integralidade das competências de cada órgão e respeito à autonomia das funções e atribuições. Nesta aula iremos aprofundar os estudos de cada ciclo envolvido no PAI, começando por sua definição. DEFINIÇÃO O Processo de Atuação Integrada (PAI) é a metodologia de gestão aplicada aos serviços de segurança pública e defesa social, que promove uma ação integrada por causas comuns e dos esforços das multiagências, através da interoperabilidade de sistemas, tendo como objetivo alcançar propósitos comuns na realização de ações e operações integradas. Nesse contexto, você verá que a coordenação e a atuação integrada favorecem a tomada de decisão dos órgãos que participam da gestão nos ambientes do SIC4 em operações planejadas dos órgãos de segurança pública e defesa social. Os ciclos do PAI possuem uma sequência de etapas, que estão representadas na figura a seguir. Confira! Processo de Atuação Integrada – PAI52 • Módulo 3 Execução Consolidação Planejamento Avaliação MONITORAMENTO Figura 1: Ciclos do Processo de Atuação Integrada. Fonte: SEOPI (2019), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Perceba que, dentro do processo metodológico do PAI, o monitoramento se aplica a todos os ciclos do processo e por isso ele está localizado no centro dos outros processos existentes. Acompanhe a seguir os detalhes sobre o funcionamento de cada um dos ciclos do PAI. CICLO 1: CICLO DE PLANEJAMENTO No ciclo de planejamento integrado, você observará que ele possui as seguintes etapas: ações preliminares e preparatórias; levantamento preliminar de risco; elaboração dos planos e documentos integrados; organização da operação e nível de criticidade. Observe que cada etapa que apresentaremos a seguir terá um objetivo específico dentro do processo de ação integrada. Vamos à primeira. Etapa 1: Ações Preliminares e Preparatórias Nesta etapa, os representantes das agências participativas devem se reunir para discutir, em linhas gerais, qual é o problema a ser enfrentado, quais são os objetivos a serem sugeridos, quais serão as referências comuns estabelecidas e quais serão as linhas de ação e as opções firmadas, com base na capacidade de resposta e competência de cada agência. Também serão discutidos os casos de sucesso e as experiências, bem como outros parâmetros gerais que Processo de Atuação Integrada – PAI53 • Módulo 3 irão servir como base ao planejamento, propriamente dito, da atividade a ser desenvolvida. Saiba que, depois de apontadas essas ações preliminares, a equipe de planejamento da atividade integrada deverá realizar as atividades preparatórias que antecedem a elaboração do planejamento, tais como: Figura 2: Atividades preparatórias para o ciclo de planejamento. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). Receber a demanda. Definir o escopo do planejamento. Criar a estrutura analítica do planejamento. Fazer reunião interna de alinhamento e validação do escopo. Solicitar diagnóstico complementar de inteligência e estatística criminal para subsidiar o processo decisório do tipo de atividade a ser realizada, quando aplicável. ATIVIDADES PREPARATÓRIAS Figura 3: Atividades preparatórias do ciclo de planejamento. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Processo de Atuação Integrada – PAI54 • Módulo 3 Criar o formulário de identificação dos riscos. Realizar reunião interna de alinhamento e validação do formulário. Preparar um banco de dados de e-mails. Encaminhar os e-mails ao público-alvo. Acompanhar as respostas com o público-alvo e com o setor de inteligência. Receber, tabular e consolidar os dados. Analisar e elaborar a matriz de riscos. Fazer reunião interna de alinhamento e validação da matriz dos fatores de riscos. Tenha em mente que os diagnósticos complementares levantados pela inteligência e a produção de conhecimento devem direcionar o escopo da operação e devem permanecer sob monitoramento, podendo subsidiar o andamento da operação e das futuras decisões. Etapa 2: Levantamento Preliminar dos Riscos Nesta etapa é feito o levantamento do cenário de atuação para identificar as variáveis que representam riscos à realização da operação. Os responsáveis pelo levantamento preliminar devem contemplar as seguintes atividades: Figura 4: Processo de levantamento preliminar dos riscos. Fonte: labSEAD- UFSC (2020). 1 2 3 4 5 6 7 8 Processo de Atuação Integrada – PAI55 • Módulo 3 Perceba que o levantamento preliminar dos riscos apresentará subsídio necessário para a elaboração dos planos e documentos integrados, sendo essa a próxima etapa dentro do ciclo de planejamento. Veja na sequência! Etapa 3: Elaboração dos Planos e Documentos Integrados É nesta etapa que o órgão, instituição ou setor responsável pelo planejamento irá elaborar planos estratégicos que serão apresentados aos órgãos envolvidos nas reuniões de planejamento,
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