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FARMACOLOGIA-CLÍNICA

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1 
 
SUMÁRIO 
1 FARMACOLOGIA GERAL – HISTÓRICO E EVOLUÇÃO ................. 2 
2 CONCEITOS DE DROGAS E MEDICAMENTOS – ASPECTOS 
LEGAIS 5 
3 SUBDIVISÕES DA FARMACOLOGIA ............................................. 10 
4 ALGUMAS DEFINIÇÕES BÁSICAS EM FARMACOLOGIA ............ 12 
5 BIOENSAIO ..................................................................................... 23 
6 ANTIBIÓTICOS QUE ATUAM COMO ANTIBACTERIANOS ........... 25 
6.1 ESTRUTURA E FUNÇÕES DA CÉLULA BACTERIANA .......... 26 
7 DNA RECOMBINANTE, PLASMÍDIOS, TRANSPOSONS, E, 
BIOFILME......................................................................................................... 29 
8 RESISTÊNCIA BACTERIANA ......................................................... 32 
8.1 SEPSE ...................................................................................... 32 
9 ANTIBIÓTICOS ANTIBACTERIANOS BACTERIOSTÁTICOS E 
BACTERICIDAS ............................................................................................... 33 
10 SENSIBILIDADE DA BACTÉRIA AO ANTIBIÓTICO .................... 34 
BIBLIOGRAFIA ...................................................................................... 43 
 
 
 
2 
 
1 FARMACOLOGIA GERAL – HISTÓRICO E EVOLUÇÃO 
A origem das doenças, até os filósofos gregos, era quase sempre 
atribuída às causas sobrenaturais como castigo dos deuses ou infringida por 
outrem sob a forma de intenções ruins como “mau-olhado” ou outros meios 
semelhantes. 
 
 
Fonte:www.sanlucas.com 
A preocupação com a explicação da saúde e da doença, sem ser em 
bases sobrenaturais, nasceu com a filosofia grega, e, sua busca de uma 
explicação da constituição da natureza. Teorias foram desenvolvidas em várias 
escolas médicas gregas como Knidos, Crotona e Kos. 
Na escola de Kos, onde Hipócrates seria aluno, desenvolveu-se, pela 
primeira vez, a ideia de uma patologia geral, oposta à ideia original, que 
prevalecia anteriormente, de que as doenças eram sempre limitadas a um único 
órgão. 
Segundo esta escola, os processos mórbidos eram devidos a uma reação 
da natureza a uma dada situação, em que havia um desequilíbrio humoral, 
sendo, então, a doença, constituída de três fases: a apepsia, caracterizada pelo 
aparecimento do desequilíbrio; a pepsis, onde a febre, a inflamação e o pus eram 
 
3 
 
devidos à reação do corpo, e a crisis ou lysis, onde se dava a eliminação 
respectivamente, brusca ou lenta, dos humores em excesso. 
A ideia de que espíritos animais percorriam os nervos, originada também 
por alguns pensadores gregos, permaneceu corrente até o século XVII, quando 
ficou demonstrada a natureza elétrica na condução nervosa. 
Desde seus primórdios, o ser humano percebeu os efeitos curativos das 
plantas medicinais, notando que de alguma forma sob a qual o vegetal medicinal 
era administrado (pó, chá, banho e outros) proporcionava a recuperação da 
saúde do indivíduo. 
As plantas medicinais, utilizadas há milhares de anos, servem de base 
para estudos na produção de novos medicamentos. Estima-se que 80% da 
população no Terceiro Mundo faz uso de fitoterápicos, sendo que 85% destes 
possuem extratos de plantas medicinais 
A cultura brasileira sofreu sérias influências desta mistura de etnias, tanto 
no aspecto espiritual, como material, fundindo-se aos conhecimentos existentes 
no país. 
A palavra Farmacologia é derivada de pharmakon, de origem grega, 
com vários significados desde uma substância de uso terapêutico ou como 
veneno, de uso místico ou sobrenatural, sendo utilizados na Antiguidade como 
remédios (ou com estes objetivos) até mesmo insetos, vermes e húmus. 
Provavelmente, as plantas tiveram influência importante na alimentação, 
para alívio, e, também para casos de envenenamento do homem primitivo. 
Algumas plantas e animais com características tóxicas, já eram utilizados para a 
guerra, execuções de indivíduos, e, para a caça. 
 A História registra que Cleópatra testou algumas plantas em suas 
escravas quando decidiu suicidar. Cerca de 4.000 anos a.C., os sumerianos 
conheciam os efeitos psíquicos provocados pelo ópio, inclusive também para a 
melhora da diarreia. 
A palavra droga origina do holandês antigo droog que significa folha seca, 
pois, antigamente quase todos os medicamentos eram feitos à base de vegetais. 
Embora em francês drogue signifique erva, relacionada por alguns 
autores como a origem da palavra droga, a maioria dos autores, fundamentando-
 
4 
 
se em antigos dicionários, afirmam que se deve a palavra droog a origem do 
nome. 
Embora a Farmacologia tenha sido reconhecida como ciência no final do 
século XIX, na Alemanha, as ervas já serviam para a manipulação de remédios 
há bastante tempo, e, as drogas de origem vegetal predominaram no tratamento 
das doenças até a década de 1920 quando a indústria farmacêutica moderna 
iniciou o desenvolvimento produzindo produtos químicos sintéticos. 
Como a Biomedicina é uma das mais novas profissões da área de saúde, 
e, dedica-se ao conhecimento da estrutura e função do organismo humano, aos 
mecanismos causais das doenças, aos métodos de investigação científica e de 
análise complementar de diagnóstico, à análise química e microbiológica do 
meio ambiente, visando à melhoria da qualidade de vida da população, ou seja, 
a Biomedicina investiga as doenças humanas, suas causas, e, a formas de 
combatê-las. 
A disciplina Farmacologia neste Curso envolve os conhecimentos 
necessários para esse profissional de saúde, pois, consiste no estudo do 
mecanismo pelo qual os agentes químicos afetam a funções dos sistemas 
biológicos, portanto, de forma ampla, pois, envolve o estudo da interação dos 
compostos químicos (drogas) com os organismos vivos atuando, em maioria, 
através da influência das moléculas das drogas em constituintes das células. 
A Farmacologia é utilizada com os objetivos terapêuticos (seja para curar 
ou controlar doenças ou aliviar sintomas), preventivos (por exemplo, vacinas, e, 
fluoração da água), e, diagnósticos (por exemplo, contrastes usados em 
exames). 
As espécies principalmente vegetais possuem um rico arsenal de 
compostos químicos, sendo que muitos desses podem ser ativos como 
medicamentos, e, um dos fatores que contribui para a larga utilização de plantas 
para fins medicinais no Brasil é o grande número de espécies vegetais 
encontradas no país. 
Nos últimos anos, tem aumentado a aceitação da Fitoterapia no Brasil, 
resultando em crescimento da produção industrial dos laboratórios. 
Acredita-se que a flora mundial contenha 250 mil a 500 mil espécies, e, o 
Brasil contribui aproximadamente com 120 mil dessas espécies, entretanto, 
 
5 
 
apenas cerca de 10% da flora do nosso País tem sido estudada de modo 
cientifico, assim, a regulamentação da Biomedicina constitui um importante 
passo também para a pesquisa que pode levar às necessárias descobertas, e, 
produções de novos medicamentos, além de o profissional Biomédico poder 
atuar em todos os níveis de atenção à saúde, integrando-se em programas de 
promoção, manutenção, prevenção, proteção, e, recuperação de saúde. 
Devido ao número crescente de novos fármacos, e, as ocorrências de 
desastres terapêuticos tornam-se imprescindíveis o estudo, e, a atualização 
constante dos profissionais de saúde que acompanham o uso dos fármacos. 
2 CONCEITOS DE DROGAS E MEDICAMENTOS – ASPECTOS LEGAIS 
Atualmente, a droga é definida como sendo qualquer substância que é 
capaz de modificar a função dos organismos vivos, resultando em mudanças 
fisiológicas ou de comportamento. 
Assim, a droga consiste em qualquer substancia química que possui a 
capacidade de produzir efeito farmacológico, ou seja, que provoque alterações 
funcionais ou somáticas. 
Se estas alterações forem benéficas, podemos denominar de fármaco ou 
droga-medicamento ou apenas medicamento, e, se forem maléficas 
denominamos de tóxico ou droga-tóxico.O fármaco ou medicamento corresponde à droga-medicamento de 
estrutura química bem definida, e, também tem sido conceituado como a 
substância química que é o princípio ativo do medicamento, portanto, consistindo 
no produto farmacêutico, tecnicamente obtido ou elaborado, com finalidades que 
podem ser profiláticas, curativas, paliativas, para evitar a gravidez ou para fins 
de diagnóstico. 
O princípio ativo corresponde à substância (ou grupo destas), responsável 
pela ação terapêutica, com composição química e ação farmacológica 
conhecidas. 
O remédio é qualquer dispositivo que sirva para o tratamento do paciente, 
incluindo a sugestão, a massagem, o fármaco ou qualquer outro procedimento 
 
6 
 
terapêutico, sendo esta palavra muito utilizada pelo leigo como sinônimo apenas 
de fármaco ou especialidade farmacêutica. 
Os nomes dos medicamentos oficiais em nosso país, inicialmente, são 
determinados pelos critérios publicados pela Organização Mundial de Saúde 
(OMS) com o objetivo de padronizar os nomes genéricos dos fármacos através 
de listas conhecidas como Denominações Comuns Internacionais (DCI) em 
inglês, e, em espanhol para a posterior adaptação em Português ou outro idioma 
de acordo com o país. 
No Brasil, o Ministério da Saúde, através do órgão do Governo Federal 
denominado Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), observando os 
critérios da DCI, aprova a denominação do fármaco ou princípio ativo com efeito 
farmacológico conhecida como Denominação Comum Brasileira (DCB). 
 
 
Fonte:www.sercapacita.com.br 
A Farmacopeia corresponde ao conjunto de drogas-medicamentos 
oficializadas e de uso corrente consagradas pela experiência como eficazes e 
úteis, sendo publicações oficiais de cada país, e, sujeitas a atualização e revisão 
por comissões especiais de cientistas. 
Quando uma nova substancia química é sintetizada por uma empresa 
farmacêutica, esta substancia recebe um nome químico ou designação química, 
por exemplo, ácido acetilsalicílico. 
 
7 
 
Durante o processo de investigação oficial da utilidade desta estrutura 
química para ser usada como fármaco, o órgão oficial do país (no caso do Brasil, 
a ANVISA e segundo os critérios da OMS) escolhe o nome genérico (ou nome 
farmacológico, segundo alguns autores), independentemente do fabricante, com 
o objetivo de ser um nome simples, conciso, significativo, e, comum (escrito em 
letra minúscula) pelo qual o fármaco deve ser conhecido como substancia 
isolada, portanto, conforme orientação oficial. 
Assim, para o nome químico ácido acetilsalicílico foi escolhido o nome 
genérico aspirina, e, sendo aprovado pela Farmacopeia, pode ser 
comercializado pelo fabricante que pode utilizar nomes comerciais diferentes ou 
iguais ao nome químico ou ao nome genérico, desde que seja devidamente 
registrado no Ministério da Saúde, e, conste o nome genérico na bula do 
medicamento. 
 Outro exemplo é a substancia química 1(25) -3-mercapto-2-
metilpropinoil-L-prolina que recebeu o nome genérico bem mais simples que é o 
captopril (fármaco anti-hipertensivo). 
Medicamento oficial é o fármaco que faz parte da farmacopeia. O 
medicamento de referência é conceituado como o produto inovador registrado 
no órgão federal responsável pela Vigilância Sanitária e comercializado no País, 
cuja eficácia, segurança e qualidade foram comprovadas cientificamente junto 
ao órgão federal competente, por ocasião do registro. 
Quando o fabricante registra um medicamento original, o laboratório 
(fabricante) é beneficiado pela Lei das Patentes (Lei Nº 9.279, de 14/05/1996) 
que inclui todos os produtos comerciais originais, assim como os medicamentos, 
tornando a fórmula do medicamento uma propriedade exclusiva do fabricante, 
portanto, não podendo ser reproduzida sem a sua licença durante certo período 
de tempo. 
Após o vencimento do prazo legal (estabelecido pela Lei das Patentes), a 
fórmula torna-se um patrimônio público podendo ser reproduzida por outros 
laboratórios. 
 
 
 
8 
 
A especialidade farmacêutica é o medicamento industrializado, cuja 
fabricação é regulamentada por normas governamentais, com fórmula 
conhecida e de ação terapêutica comprovada, embalado de modo uniforme e 
comercializado com um nome convencional, sendo, portanto, o produto oriundo 
da indústria farmacêutica com registro na ANVISA, e, disponível no mercado. 
O Medicamento Genérico consiste no medicamento semelhante a um 
produto de referência ou inovador, que pretende ser com este intercambiável, 
geralmente produzido após a expiração ou renúncia da proteção patentária ou 
de outros direitos de exclusividade, comprovada a sua eficácia, segurança e 
qualidade, e designado pela DCB ou, na sua ausência, pela DCI. 
 
 
Fonte:encrypted-tbn2.gstatic.com 
No Brasil, os medicamentos genéricos para serem comercializados 
devem ser identificados na embalagem com uma tarja amarela, contendo uma 
grande letra G, e, a inscrição Medicamento Genérico, conforme a Lei dos 
Medicamentos Genéricos (Lei Nº 9.787, de 1999), e, a 4 Resolução–RDC Nº 102 
de 30/11/2000 (publicada pela ANVISA) que regulamenta todas as formas de 
propaganda de medicamentos neste País. 
Os médicos e os demais prescritores do Sistema Único de Saúde tem a 
obrigação legal de receitar pelo nome genérico os medicamentos relacionados 
na lista publicada pela ANVISA. 
 
9 
 
Quando a ANVISA autoriza que uma especialidade farmacêutica possa 
ser comercializada como medicamento genérico, previamente são realizados 
testes de qualidade com o fármaco assegurando que a velocidade e extensão 
de absorção dos dois medicamentos (a especialidade farmacêutica e 
medicamento genérico) sejam semelhantes, ou seja, tenham a mesma 
biodisponibilidade. 
A biodisponibilidade corresponde à fração do fármaco administrada que 
alcança a circulação sistêmica, incluindo a sua curva de concentração, e, de 
tempo na circulação sistêmica (podendo depender também da sua excreção 
urinária). 
Quando dois fármacos têm a mesma biodisponibilidade são também 
citados como bioequivalentes. Portanto, podendo ser substituído um fármaco 
pelo o outro, sendo considerados intercambiáveis. 
A bioequivalência é o estudo comparativo entre as biodisponibilidades 
do medicamento de referência (geralmente a especialidade farmacêutica), e, do 
genérico correspondente, sob a mesma forma farmacêutica, e, contendo idêntica 
composição qualitativa e quantitativa de princípio (s) ativo (s). 
Dois fármacos são bioequivalentes quando apresentam 
biodisponibilidades comparáveis e tempos para alcançar picos de concentração 
sanguíneas semelhantes. 
Medicamento Similar – aquele que contém o mesmo ou os mesmos 
princípios ativos, apresenta a mesma concentração, forma farmacêutica, via de 
administração, posologia e indicação terapêutica, preventiva ou diagnóstica, do 
medicamento de referência registrado no órgão federal responsável pela 
vigilância sanitária, podendo diferir somente em características relativas ao 
tamanho e forma do produto, prazo de validade, embalagem, rotulagem, 
excipientes e veículos, devendo sempre ser identificado por nome comercial ou 
marca. 
No registro dos medicamentos similares não são exigidos os testes de 
bioequivalência. O medicamento oficinal corresponde ao fármaco preparado na 
própria farmácia de acordo com as normas e doses estabelecidas pela 
Farmacopeia, apresentando uma denominação uniforme. 
 
10 
 
Portanto, todo medicamento oficinal deve ser oficial (constar na 
Farmacopeia), mas, nem todo fármaco oficial é oficinal. As farmácias autorizadas 
a manipular medicamento, inclusive o que contém psicotrópicos ou 
entorpecentes, cuja atividade requer autorização especial de funcionamento 
expedido pelo órgão competente do Ministério da Saúde, são denominadas de 
Farmácias Magistrais. 
Existem medicamentos introduzidos antes do século XX e que continuam 
sendo utilizados,por exemplo, a morfina e a atropina (ambos de origem vegetal), 
enquanto outros medicamentos foram proibidos de serem utilizados devido a 
diferentes causas, como a toxicidade excessiva, potencial para causar 
dependência, falta de comprovação científica de eficácia, possibilidade de 
estimular o aparecimento de micróbios patogênicos resistentes. 
Foram suspensas as fabricações de algumas especialidades 
farmacêuticas devido a associação irracional e/ou perigosa de dois ou mais 
fármacos. 
E, também pode ocorrer que um medicamento seja proibido o uso para 
tratar um tipo de distúrbio, e, posteriormente, pode ser liberado para tratar outra 
doença, por exemplo, foi o que aconteceu com a talidomida fabricada em 1954, 
utilizada como hipnótico (que provoca o sono), foi proibido o uso devido ao efeito 
teratogênico (causando anormalidades no feto), e, recentemente voltou à 
Farmacopeia sendo utilizada no tratamento de certos tipos de Doença de 
Hansen (antigamente conhecida como Lepra). 
3 SUBDIVISÕES DA FARMACOLOGIA 
Farmacologia geral - estuda os conceitos básicos e comuns a todas a 
drogas. Farmacologia especial ou aplicada – estuda os fármacos reunidos em 
grupos de ação farmacológica semelhante. 
Farmacognosia – estuda a origem, as características, a estrutura 
anatômica e composição química das drogas no seu estado natural, de matéria-
prima, sob a forma de órgãos ou organismos vegetais ou animais, assim como 
 
11 
 
dos seus extratos, sem qualquer processo de elaboração. A fitoterapia tem sido 
estudada. 
Farmacotécnica – estuda a preparação das formas farmacêuticas sob 
as quais os medicamentos são administrados, como em cápsulas, suspensões, 
comprimidos e outras formas. Antigamente, era função exclusiva dos 
farmacêuticos bioquímicos, sendo, atualmente, exercida em maioria pela 
indústria farmacêutica. 
 
Fonte:encrypted-tbn3.gstatic.com 
Farmacoepidemiologia - Aplicação do método e raciocínio 
epidemiológico no estudo dos efeitos - benéficos e adversos - e do uso de 
medicamentos em populações humanas. 
Farmacovigilância - Identificação e avaliação dos efeitos, agudos ou 
crônicos, do risco do uso dos tratamentos farmacológicos no conjunto da 
população ou em grupos de pacientes expostos a tratamentos específicos. 
Farmacogenética – estuda os efeitos das drogas em relação a genética 
molecular, inclusive a natureza genética das reações adversas a drogas. Por 
exemplo, em alguns pacientes com hipertensão arterial não ocorre a diminuição 
da pressão arterial com este medicamento em doses habitualmente indicada 
 
12 
 
para os demais pacientes porque é rapidamente metabolizado (por acetilação) 
reduzindo sua atividade devido a modificação genética da atividade enzimática. 
Farmacogeriatria – estuda as variações da sensibilidade às drogas, 
absorção, metabolismo, toxicidade, e, excreção das drogas na pessoa idosa, 
incluindo todos os fatores fisiológicos e patológicos. 
Farmacoeconomia – estuda os efeitos das drogas em termos sociais e 
econômicos, e, surge como nova disciplina importante na orientação de decisões 
governamentais sobre a política de prescrição de fármacos e de assistência 
sanitária. 
 
Farmacoterapia – corresponde à terapêutica medicamentosa. 
Farmacologia experimental – realiza experimentos com medicações e novas 
drogas. 
Farmacologia clínica – estuda a aplicação clinica das drogas. 
Toxicologia – estuda os efeitos tóxicos das drogas no organismo. 
4 ALGUMAS DEFINIÇÕES BÁSICAS EM FARMACOLOGIA 
Aerossolterapia – administração de medicamentos por via inalatória em 
forma aerossol com a finalidade de obter a concentração do fármaco no aparelho 
respiratório. 
Agente quelante - fármaco usado no tratamento de envenenamento por 
metais, pois, se coordena com os átomos de metais tornando-os biologicamente 
inativos. O complexo metálico resultante no qual há um anel fechado de átomos 
formado pela união de um ligante a um átomo de metal em dois ou mais pontos 
é denominado de quelato. 
 
 
13 
 
 
Fonte:encrypted-tbn3.gstatic.com 
Cápsula – consiste na forma farmacêutica cilíndrica, geralmente 
constituída de um invólucro de gelatina, contendo um ou mais fármacos em 
forma sólida ou líquida. A apresentação em cápsula tem como objetivos: Eliminar 
o sabor e/ou odor desagradável; facilitar a deglutição; facilitar a liberação do 
fármaco. 
Centrais Farmacêuticas - Almoxarifados centrais de medicamentos, 
geralmente na esfera estadual, onde são feitas a estocagem e distribuição para 
hospitais, ambulatórios e postos de saúde. 
Cronofarmacologia – tem o objetivo de relacionar os efeitos das drogas 
no organismo de acordo alterações diurnas e noturnas, portanto, de acordo com 
as variações circadianas, ou seja, relaciona os efeitos das drogas com a 
cronobiologia do organismo. Por exemplo, alguns estudos indicam que a aspirina 
(ácido acetilsalicílico) alcança maior nível sanguíneo durante as seguintes 24 
horas quando administrada no início da manhã (7 horas), enquanto os 
corticosteroides (por via oral ou inalatória) apresentam melhor resposta quando 
administrados à tarde (15 horas) em dose única. 
Colagogo – fármaco que provoca fluxo de bile no intestino. 
 
14 
 
Colerético – droga que estimula a formação de bile. Comprimido - 
corresponde ao pó que foi submetido à compressão, e, em formato próprio. 
Muitas vezes podem ser divididos em duas ou quatro partes, e, para isso devem 
ter um sulco ou pequenas reentrâncias que facilita a divisão do comprimido em 
partes de acordo com a dose a ser administrada. 
Corantes - Substâncias adicionais aos medicamentos, produtos 
dietéticos, cosméticos, perfumes, produtos de higiene e similares, saneantes 
domissanitários e similares, com o efeito de lhes conferir cor e, em determinados 
tipos de cosméticos, transferi-la para a superfície cutânea e anexos da pele. 
Enquanto o edulcorante corresponde à substancia que melhora o sabor da forma 
farmacêutica, mas, alguns autores afirmam que o edulcorante também é a 
substancia que melhora aparência do fármaco. 
Concentração - Quantidade de substância (s) ativa (s) ou inativa (s) em 
determinada unidade de massa ou volume do produto. 
Controle de Qualidade - Conjunto de medidas destinadas a garantir, a 
qualquer momento, a produção de lotes de medicamentos e demais produtos 
abrangidos por Lei, que satisfaçam às normas de atividade, pureza, eficácia e 
inocuidade. 
Dispensação – ato de fornecimento do fármaco ao paciente ou 
comprador, de acordo com a legislação em vigor, sendo para muitos 
medicamentos, mediante a apresentação da receita médica. 
Distribuidor, Representante, Importador e Exportador - Empresa que 
exerça direta ou indiretamente o comércio atacadista de drogas, medicamentos 
em que suas embalagens originais, insumos farmacêuticos e de correlatos. Não 
se deve confundir distribuição com dispensação, pois, a distribuição de 
medicamentos corresponde ao envio de fármacos para locais previamente 
autorizados (empresas particulares ou setores de órgãos públicos), portanto, não 
significando a entrega direta do medicamento ao paciente ou comprador como 
pessoa física. 
 
15 
 
Dose de ataque – consiste na dose única que é suficiente para elevar 
rapidamente a quantidade do fármaco no organismo atingindo a concentração 
terapêutica. A palavra dose é derivada do grego dosis o que significa ação de 
dar ou o que pode ser dado. 
Dose eficaz mediana – corresponde a dose necessária para produzir 
determinada intensidade de um efeito em 50% dos indivíduos. Dose letal – 
consiste no efeito observado da morte dos animais de experiência com drogas. 
Drágea ou comprimidos gastrorresistentes – corresponde a forma 
farmacêutica que é revestida por substancia que resiste a secreção gástrica 
(acidez), sendo o fármaco liberado no intestino delgado. Geralmente, a drágea 
contém um núcleo com o medicamento, e, um revestimento de goma-laca,açúcar e corante, e, a drágea é utilizada, mais frequentemente, para 
administração oral de medicamentos irritantes da mucosa gástrica. 
Efeito adverso ou indesejado – consiste na ação provocada pelo 
fármaco diferente do efeito planejado. Alguns autores denominam de efeito 
colateral este efeito imprevisível, e, que não se encontra relacionado à principal 
ação do medicamento. 
Elixir – consiste na preparação líquida de um fármaco contendo elevada 
concentração de álcool, açúcar, glicerol ou propileno glicol. 
Equivalentes Farmacêuticos - São medicamentos que contém o 
mesmo fármaco, isto é, mesmo sal ou éster da mesma molécula 
terapeuticamente ativa, na mesma quantidade e forma farmacêutica, podendo 
ou não conter excipientes idênticos. Devem cumprir com as mesmas 
especificações atualizadas da Farmacopeia Brasileira e, na ausência destas, 
com as de outros códigos autorizados pela legislação vigente ou, ainda, com 
outros padrões aplicáveis de qualidade, relacionados à identidade, dosagem, 
pureza, potência, uniformidade de conteúdo, tempo de desintegração e 
velocidade de dissolução, quando for o caso. 
 
16 
 
 
Fonte:encrypted-tbn3.gstatic.com 
Estudos de Utilização de Medicamentos (EUM) - São aqueles 
relacionados com a comercialização, distribuição, prescrição e uso de 
medicamentos em uma sociedade, com ênfase sobre as consequências 
médicas, sociais e econômicas resultantes; complementarmente, tem-se os 
estudos de farmacovigilância e os ensaios clínicos. 
Farmácia - Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e 
oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e 
correlatos, compreendendo o de dispensação, e, o de atendimento privativo de 
unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica. 
Farmoquímicos - Todas as substâncias ativas ou inativas que são 
empregadas na fabricação de produtos farmacêuticos. 
Forma farmacêutica – consiste na forma de apresentação do 
medicamento, por exemplo, em comprimido, cápsula, drágea, suspensão ou 
outra forma. Lembrando que, além princípio ativo ou medicamento principal, na 
forma farmacêutica existem outras substancias na composição, como o veículo, 
o edulcorante, e, outros. 
 
 
17 
 
Fórmula ou formulação – corresponde o conjunto dos componentes de 
uma receita prescrita pelo médico ou então a composição de uma especialidade 
farmacêutica. 
Formulação de depósito – consiste em fármaco com forma lentamente 
absorvida, com o objetivo de reduzir a frequência da administração, geralmente 
administrada por via intramuscular, e, dissolvida em óleo ou como suspensão de 
sal insolúvel. Por exemplo, o fármaco antipsicótico denominado decanoato de 
haloperidol (Haldol Decanoato) que produz efeito prolongado devido à difusão 
lenta no músculo. 
Formulário Terapêutico Nacional - Documento que reúne os 
medicamentos disponíveis em um país e que apresenta informações 
farmacológicas destinadas a promover o uso efetivo, seguro e econômico destes 
produtos. 
Guias Terapêuticos Padronizados - Coleções de roteiros terapêuticos 
preconizados para doenças diversas. 
Hemoderivados - Medicamentos biológicos obtidos a partir do plasma 
humano, submetidos a processos de industrialização, normalização e controle 
de qualidade, que lhes conferem qualidade, estabilidade, atividade e 
especificidade. 
Iatrogenia ou iatrogênico ou iatrogênese – (do grego iatros, iatric = 
médico, medicina, e, genein que significa “produzir”) qualquer situação adversa 
em um paciente resultante de um tratamento feito por um médico, seja em 
tratamento clínico ou cirúrgico. 
Idiossincrasia - (do grego idio = “próprio de”, e, synkrasis que significa 
“mistura”) significando a suscetibilidade anormal a um agente (que pode ser uma 
droga) peculiar a um indivíduo. Por exemplo, a aspirina mesmo em doses 
terapêuticas, pode provocar crise asmática como tem ocorrido com alguns 
homens com idade superior a 30 anos. 
 
18 
 
Insumos Farmacêuticos - Qualquer produto químico, ou material (por 
exemplo, a embalagem) utilizado no processo de fabricação de um 
medicamento, seja na sua formulação, envase ou acondicionamento. 
Interação aditiva – Corresponde ao uso associado de dois ou mais 
diferentes fármacos para o tratamento da mesma doença com a mesma (ou 
melhor) eficácia, seja em doses menores do que quando usados isoladamente, 
seja prolongando a duração do efeito ou impedindo ou retardando o surgimento 
de resistência bacteriana, podendo ser também para aumentar a adesão ao 
tratamento e/ou com objetivo de evitar ou reduzir a incidência de efeitos 
adversos. 
Interação medicamentosa – Corresponde à interferência de um fármaco 
na ação de outro ou de um alimento ou nutriente na ação de medicamentos. 
Existem interações medicamentosas benéficas ou desejáveis (como a interação 
aditiva), e, interações medicamentosas indesejáveis que determinam a redução 
do efeito terapêutico ou resultado contrário ao esperado, aumento da incidência 
de efeitos adversos e/ou no custo da terapia sem benefício terapêutico, portanto, 
podendo levar ao fracasso da terapia e/ou progressão da doença. 
Existem muitos fatores que podem influenciar a suscetibilidade para 
interações medicamentosas como: Fatores genéticos (predisposição a 
desenvolver efeitos adversos), idade, condições gerais de saúde, funções renais 
e hepáticas, consumo de etanol, tabagismo, dieta, e, fatores ambientais. 
Algumas interações medicamentosas podem ser leves não exigindo medidas 
especiais, mas, podem ocorrer interações que apresentam potencial para causar 
danos permanentes provocando deterioração clínica do paciente, 
hospitalizações e aumento do período de internação. 
 
Janela terapêutica – Significa a área (ou faixa) entre a dose eficaz 
mínima, e, a dose máxima permitida. Portanto, corresponde a uma faixa 
plasmática aceitável na qual os resultados terapêuticos são positivos. Por 
exemplo, para crianças com peso inferior a 20 Kg a dose diária do fármaco 
amoxicilina pode variar de 20 a 40 mg por quilo de peso, portanto, se a criança 
tiver 10 Kg de peso corporal, a dose diária pode ser no mínimo de 200 mg 
 
19 
 
(dividida em três doses de 8 em 8 horas), e, no máximo de 400 mg do fármaco 
(dividida em três doses de 8/8 horas). 
Assim, a janela terapêutica (dose recomendada) diária do medicamento 
amoxicilina para crianças com o peso corporal de 10 Kg varia de 200mg a 
400mg. 
 
 
Fonte:encrypted-tbn0.gstatic.com 
Livro de Receituário Geral - Livro destinado ao registro de todas as 
preparações magistrais manipuladas em farmácias. 
Manipulação - Conjunto de operações farmacotécnicas, realizadas na 
farmácia, com a finalidade de elaborar produtos e fracionar especialidades 
farmacêuticas. 
Medicamentos de Controle Especial - medicamentos entorpecentes 
ou psicotrópicos e outros relacionados pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária capazes de causar dependência física ou psíquica. 
Medicamentos de Uso Contínuo - São aqueles empregados no 
tratamento de doenças crônicas e/ou degenerativas, utilizados de modo 
contínuo. 
 
 
20 
 
Medicamentos Essenciais - Medicamentos considerados básicos e 
indispensáveis para atender a maioria dos problemas de saúde da população 
Medicamento Fitoterápico - Medicamento farmacêutico obtido por 
processos tecnologicamente adequados, empregando-se exclusivamente 
matérias-primas vegetais, com finalidade profilática, curativa, paliativa ou para 
fins de diagnóstico. É caracterizado pelo conhecimento da eficácia e dos riscos 
de seu uso, assim como pela reprodutibilidade e constância de sua qualidade. 
Não se considera medicamento fitoterápico aquele que, na sua composição, 
inclua substâncias ativas isoladas, de qualquer origem, nem as associações 
destas com extratos vegetais. 
Midriático – Medicamento que dilata a pupila. 
Miótico - Fármaco que contrai a pupila (através dacontração da íris). 
Notificação de Receita - Documento padronizado, acompanhado de 
receita, destinado à notificação da prescrição de substâncias e de medicamentos 
sujeitos a controle especial. 
Óvulo - forma farmacêutica para aplicação vaginal, geralmente de forma 
ovóide. 
Prescrição - Ato de definir o medicamento a ser consumido pelo 
paciente, com a respectiva dosagem e duração do tratamento. Em geral, esse 
ato é expresso mediante a elaboração de uma receita médica. 
Pomada – forma farmacêutica pastosa semissólida, de consistência 
macia e mais oleosa tendo pouca penetração na pele. O creme embora seja uma 
forma farmacêutica também considerada pastosa, difere da pomada porque o 
creme consiste uma emulsão semissólida de duas fases, óleo e água, bem 
dispersas, e, com boa penetração na pele. 
Posologia - significa o estudo da dosagem ou um sistema de dosagem. 
Placebo – (do latim plahsebo = “eu vou agradar”) substancia ou preparação 
inativa administrada para satisfazer a necessidade simbólica do paciente por 
 
21 
 
terapia com medicamentos, e, também é utilizada em estudos controlados para 
determinar a eficácia de fármacos. 
Pró-droga – substancia química que precisa transformar-se no 
organismo com o objetivo de tornar-se uma droga ativa. 
Produtos Psicotrópicos - Substâncias que afetam os processos 
mentais e podem produzir dependência. 
Soros Hiperimunes - Medicamentos biológicos contendo 
imunoglobulinas especificas de origem heteróloga, purificadas, que quando 
inoculados, são capazes de neutralizar seus antígenos específicos. 
Substância Proscrita - Substância cujo uso está proibido no Brasil. 
Supositório – é a forma farmacêutica destinada à aplicação retal, 
geralmente, de formato cônico ou ogival. 
 
Fonte:encrypted-tbn0.gstatic.com 
Tintura – solução alcoólica ou hidroalcoólica preparada a partir de um 
fármaco. 
Uso externo ou local ou tópico – indica que a via de administração do 
medicamento é local, geralmente, com objetivo de que o fármaco atue somente 
no local da aplicação, não sendo absorvido para a corrente sanguínea. 
 
22 
 
Uso interno – indica que a via de administração do medicamento é oral. 
Vacinas - Medicamentos biológicos que contêm uma ou mais substâncias 
antigênicas que, quando inoculados, são capazes de induzir imunidade 
específica ativa e proteger contra a doença causada pelo agente infeccioso que 
originou o antígeno. A vacina é preparada a partir de microrganismos mortos ou 
inativos, ou a partir de microrganismos vivos, mas atenuados pelo formol, por 
uma outra substância ou pelo calor. 
Assim, os anticorpos específicos contra o micróbio são formados pelo 
organismo humano, por exemplo, os anticorpos IgG patógeno-específicos 
constituem uma importante resposta de defesa do organismo humano, graças a 
uma enorme diversidade de reconhecimento antigênico porque ocorrem 
rearranjos nos genes das imunoglobinas em linfócitos B, que garantem essa 
diversidade. 
A palavra vacina é derivada do latim vaccina significando “da natureza da 
vaca” porque inicialmente, foi devido ao contágio do ser humano com o gado 
acometido pela doença chamada vacínia (causada por vírus, e, que forma 
pústulas nesse animal, geralmente, inofensivo ao homem) que foi verificada 
imunização desses indivíduos (que lidavam o com o 11 gado) contra a doença 
varíola, sendo o material retirado diretamente das pústulas dos animais, e, 
passado braço a braço das pessoas levando à respectiva imunização. Segundo 
historiadores, o médico inglês Edward Jenner, em 1798, divulgou essa sua 
descoberta no trabalho Um Inquérito sobre as Causas e os Efeitos da Vacina da 
Varíola. 
Em Medicina, a palavra vacínia também é utilizada com o significado de 
reação cutânea, e, ocasionalmente sistêmica associada com a vacinação em 
que se usou a vacina para varíola. 
Vacina acelular - consiste na vacina bacteriana que apresenta apenas 
alguns componentes celulares purificados em vez de bactérias "inteiras", 
desenvolvidas de modo a apresentar melhor tolerabilidade, com menor 
incidência de complicações anafiláticas sem perda da capacidade de 
imunização. 
 
23 
 
Vacina Recombinante – Corresponde à vacina produzida por engenharia 
genética, cujo gene do microrganismo responsável pela produção do antígeno a 
ser utilizado para produção da vacina é isolado, e, clonado por tecnologia de 
biologia molecular. Esse gene é posteriormente introduzido em um 
microrganismo (normalmente o Saccharomyces cereviesae), o qual passa a 
produzir e secretar em larga escala o produto proteico do gene clonado que é 
então purificado, e, utilizado para a produção da vacina. 
Veículo ou excipiente – corresponde a substancia mais ou menos inerte 
de uma formula medicamentosa, que tem o objetivo de conferir consistência ou 
forma farmacêutica adequada. Atualmente, alguns autores diferenciam o veículo 
do excipiente, referindo ao veículo como a parte líquida da fórmula onde estão 
dissolvidos ou emulsionados os princípios ativos, tendo a utilidade de facilitar a 
ingestão ou a aplicação direta no paciente; e, conceituam o excipiente como o 
ingrediente inerte que facilita o trabalho na dosagem ou na confecção do 
fármaco, quando misturado aos princípios ativos servindo também para dar 
volume e peso à fórmula. 
Xarope – consiste na apresentação do medicamento em forma líquida 
contendo dois terços de açúcar, com exceção do xarope simples, pois, este 
consiste apenas em solução aquosa de açúcar, não contendo medicamento. 
5 BIOENSAIO 
Como a pesquisa deve estar fundamentada na experimentação prévia em 
animais, em laboratórios ou em outros fatos científicos, são introduzidas 
mutações nas células germinativas de animais, principalmente o camundongo, 
que permitem a introdução de novos genes ou a inativação de genes existentes, 
produzindo, assim, os animais transgênicos. 
Pois, são pesquisadas alterações fenotípicas que se assemelham a 
doenças humanas para que estes modelos de doenças sirvam como testes para 
fármacos. 
Na fase inicial de testes em organismos humanos, as drogas são 
utilizadas em voluntários normais, e, posteriormente, em pequenos grupos de 
 
24 
 
pacientes, e, em seguida, se apresentar resultados satisfatórios, em larga escala 
com pacientes, antes da liberação da droga para a venda. 
Somente após esta última fase, o fármaco será liberado para a venda, 
ainda assim, sob a vigilância da eficácia e da incidência de efeitos indesejáveis. 
A toxicidade de novos medicamentos de ação sistêmica deve ser 
avaliada, preferencialmente, em ensaios in vivo, e, in vitro, sendo sugerida a 
utilização de testes em duas espécies de animais, uma não roedora. 
O bioensaio é a medida da concentração ou potência de uma droga a 
partir da magnitude do efeito biológico por ela produzido, ou seja, consiste na 
estimativa da concentração ou da potência de determinada substancia através 
da medida da resposta biológica produzido pela respectiva substancia. 
Geralmente, o bioensaio envolve a comparação de uma preparação 
desconhecida com um padrão, não sendo confiáveis as estimativas que não se 
baseiam na comparação com padrões. Várias instituições de ensino e pesquisa 
utilizam animais para fins didáticos ou experimentais. 
A infecção de animais por microrganismos e vírus patogênicos, como 
modelo experimental, 12 pode levar esses animais à morte. Os animais mortos 
deverão ser armazenados em sacos plásticos específicos autoclavados e/ou 
incinerados. 
A autoclave consiste em um aparelho esterilizador com base no vapor 
d´água sob pressão a 120º C de temperatura O ensaio clínico consiste no 
método comparativo da resposta de um grupo-teste de pacientes que recebem 
novo tratamento, com um grupo de controle que recebe um tratamento já 
existente, chamado tratamento padrão. 
O índice terapêutico corresponde a medida de segurança do 
medicamento, de onde valores elevadosindicam que é ampla a margem entre 
as doses que são efetivas e as que são tóxicas, determinado através de medida 
de frequência da resposta desejada, e, da resposta tóxica com várias doses do 
fármaco. 
Alguns pesquisadores consideram o índice terapêutico como uma medida 
grosseira da segurança de qualquer droga porque baseia-se em dados de 
toxicidade animal, que podem não refletir as formas de toxicidade que são 
 
25 
 
clinicamente importantes, e, também não leva em consideração as reações 
tóxicas idiossincrásicas. 
6 ANTIBIÓTICOS QUE ATUAM COMO ANTIBACTERIANOS 
O termo microrganismo ou micróbio é utilizado, geralmente, para 
descrever bactérias, fungos e vírus. E, a palavra parasita é utilizada quando 
referimos, principalmente, a helmintos e protozoários, embora também este 
termo parasita possa ser utilizado para se referir a qualquer organismo capaz de 
provocar uma ou mais doenças. 
A palavra quimioterapia é utilizada atualmente tanto para o uso de 
produtos químicos, naturais ou sintéticos, utilizados para inibir o crescimento de 
células malignas ou cancerosas no organismo humano, assim como, para as 
substancias produzidas por alguns microrganismos (principalmente bactérias e 
cogumelos) que tem a capacidade de destruir ou inibir o crescimento de outros 
microrganismos, sendo, nestes casos, denominados também de antibióticos, 
principalmente, quando agem contra as bactérias, pois, a maioria das doenças 
infecciosas são causadas por bactérias. 
O termo quimioterapia foi introduzido em 1907 por Paul Ehlich 
descrevendo os seus estudos iniciais sobre o parasita (Trypanosoma brucei) 
transmitido pela mosca conhecida como tsé-tsé, e, que causa a tripanosomíase 
africana (doença do sono). 
Podem também ser usados outros termos como: 
 Anti-infecciosos (significando os fármacos que agem contra a infecção); 
 Bacteriostáticos (agem contra os microrganismos inibindo o crescimento 
e a duplicação, mas não provoca a destruição, podendo o microrganismo 
voltar a crescer com a suspensão do uso do antibiótico); 
 Bactericidas (agem com efeito letal e irreversível sobre os microrganismos 
sensíveis); 
 Fungistáticos (inibindo o crescimento e duplicação dos fungos, mas não 
provoca a destruição, podendo o microrganismo voltar a crescer com a 
suspensão precoce do uso do antibiótico); 
 
26 
 
 Fungicidas (agem com efeito letal e irreversível sobre os fungos 
sensíveis). 
Em caso de tratamento com fármaco bacteriostático, os níveis 
plasmáticos devem ser mantidos em concentração terapêutica até que a 
população bacteriana tenha sido reduzida a um nível subclínico. 
 
 
Fonte:encrypted-tbn3.gstatic.com 
6.1 ESTRUTURA E FUNÇÕES DA CÉLULA BACTERIANA 
Os agentes quimioterápicos devem ser tóxicos para os micróbios 
invasores, e, inócuos para o organismo humano, sendo útil o conhecimento das 
diferenças estruturais e bioquímicas entre o microrganismo e o hospedeiro. 
De acordo com o método de Gram utilizado para corar os microrganismos, 
são classificados como Gram-positivos os micróbios que são corados por esse 
método, e, são considerados como Gram-negativos os que não são corados pelo 
referido método. 
O que determina a coloração ou não corresponde às diferenças 
estruturais entre as bactérias e as consequentes implicações em relação às 
ações dos antibióticos. 
 
 
 
27 
 
A célula de uma bactéria gram-positiva é circundada pela parede celular 
onde se encontra o peptidioglicano em todas as formas de bactérias, com 
exceção dos micoplasmas. 
O peptidioglicano é formado por cadeias dissacarídicas, ligadas entre si 
através de pontes peptídicas. Internamente à parede celular existe a membrana 
plasmática formada por dupla camada de fosfolipídios e proteína, onde toda a 
energia da célula é produzida. 
Não existe qualquer tipo de esterol na membrana plasmática. 
No interior da célula bacteriana existe o citoplasma contendo as proteínas 
solúveis, os ribossomos que participam da síntese de proteínas, entretanto, a 
célula bacteriana não contém mitocôndria, nem núcleo, nem histonas, existindo 
somente um cromossomo onde se encontra toda a informação genética da 
bactéria. 
A célula de uma bactéria gram-negativa além de apresentar as estruturas 
da gram-positiva, possui de fora para dentro, uma membrana externa à parede 
celular com dupla camada de lipídios, contendo proteína, semelhante à 
membrana plasmática, possuindo também polissacarídeos que diferem nas 
diferentes cepas de bactérias, sendo importantes fatores que determinam a 
antigenicidade da bactéria, constituindo as endotoxinas que podem desencadear 
reações inflamatórias, ativar o sistema complemento, provocar a febre e/ou 
outros aspectos da inflamação. 
Entre a membrana externa e a membrana plasmática existe o espaço 
periplasmático que contém enzimas e outros componentes. Portanto, a 
complexidade da membrana externa da bactéria gram-negativa também dificulta 
a penetração de antibióticos, sendo que alguns destes são menos ativos contra 
gram-negativos do que contra gram-positivos. 
Os antibióticos que apresentam problemas de penetração na bactéria 
gram-negativa, são: 
 Penicilina G, 
 Meticilina, 
 Rifampicina, 
 Ácido fusídico, 
 Vancomicina, 
 
28 
 
 Bacitracina, 
 Novobiocina, e, 
 Os macrolídeos. 
 
Os principais microrganismos gram-negativos são: 
Cocos: neisserias (gonococos – meningococos). 
Bacilos: Bacteroides – Enterobacter – Escherichia – Klebsiella – 
Proteus – Salmonella – Shigella – Providencia – Acinetobacter – Bordetella – 
Brucella – Haemophilus ducreyi – Francisella tularensis. 
Os principais microrganismos gram-positivos são: 
Cocos: estafilococos – estreptococos. 
Bacilos: Clostridium – Bacillus – Listeria – Corynebacterium. 
São divididas em três classes gerais, as reações bioquímicas que 
envolvem a formação das bactérias gram-negativas e gram-positivas: 
Classe I – corresponde a utilização de glicose ou de alguma outra fonte 
de carbono para a produção de energia (ATP) e de compostos simples de 
carbono, que são utilizados como precursores na classe seguinte de reações. 
Classe II – compreende a utilização da energia (adquirida na reação 
bioquímica classe I) e dos precursores para produzir todas as pequenas 
moléculas, como os aminoácidos, nucleotídeos, fosfolipídios, carboidratos, 
aminoaçúcares, e, fatores de crescimento. 
Classe III – as pequenas moléculas produzidas na reação classe II são 
agrupadas em moléculas maiores (macromoléculas), como as proteínas, RNA, 
DNA, polissacarídios e peptidioglicano. A enzima denominada DNA girase ou 
topoisomerase II é a responsável pela iniciação da síntese de DNA na bactéria. 
 
29 
 
Portanto, o conhecimento dessas classes de reações bioquímicas que 
ocorrem na bactéria, também é importante para o estudo das ações dos 
antibióticos. 
7 DNA RECOMBINANTE, PLASMÍDIOS, TRANSPOSONS, E, BIOFILME 
O DNA recombinante consiste em um novo tipo de molécula de DNA 
construída a partir de dois ou mais segmentos diferentes de DNA, ou seja, 
consiste na habilidade de construir novas combinações de moléculas de DNA 
que não existiam na natureza. 
Novas técnicas de recombinação de DNAs estão sendo desenvolvidas e 
cada vez mais, está sendo possível manipular a engenharia genética. 
Testes de DNA para determinação de paternidade são hoje em dia 
realizados por meio da tecnologia de PCR (polymerase chain reaction ou reação 
de polimerase em cadeia). 
O PCR consiste em fazer cópias de DNA “in vitro”, usando os elementos 
básicos do processo de replicação natural do DNA. 
Em exames clínicos a técnica de amplificação de DNA pela reação da 
polimerase em cadeia (PCR, Polymerase Chain Reaction) é muito utilizada. No 
diagnóstico de infecção de um paciente por um determinado vírus, por exemplo, 
a técnica permite à amplificação específica de material genético do vírus. 
A especificidadeda reação é garantida pelos oligonucleotídeos 
iniciadores, complementares à sequência do DNA viral. Frequentemente, as 
bactérias são utilizadas como hospedeiros para a manutenção e amplificação de 
moléculas de DNA recombinante derivadas de bactérias ou até mesmo de 
organismos superiores. 
Mas existem diferentes métodos para se criar moléculas de DNA 
recombinante, onde cada um explora as propriedades de enzimas diferentes. O 
organismo recombinante corresponde ao que tem inserido em seu material 
genético gene (s) de organismo (s) da mesma espécie a qual pertence 
(contrapondo-se ao organismo transgênico que recebe material genético de 
organismo de espécie distinta). 
 
30 
 
O organismo transgênico compreende o que tem inserido em seu material 
genético gene (s) de organismo (s) de outra espécie. É usado também de uma 
maneira mais ampla, abrangendo organismos que têm seu material genético 
manipulado. 
Os plasmídeos (também denominados Plasmídios) são moléculas de 
DNA circulares, covalentemente ligadas, com tamanhos variando entre a mil 
vezes menores a dez vezes menores que o cromossomo bacteriano. A maioria 
das bactérias conhecidas transporta um ou mais tipos de plasmídios. 
Os genes que transportam não são essenciais à sobrevivência da 
bactéria, mas podem condicionar características adicionais tais como fatores de 
virulência, resistência a agentes antimicrobianos, bacteriocinas, toxinas, fixação 
de nitrogênio e utilização de fontes não usuais de carbono. 
 Muitas das características condicionadas por genes plasmidianos 
contribuem para a adaptabilidade da bactéria em condições especiais. As 
bactérias não constroem seus próprios plasmídios, mas os adquirem através do 
fenômeno da conjugação bacteriana, na qual uma bactéria transportando um 
plasmídio o transfere para uma outra bactéria, mantendo para si uma cópia 
deste. 
O transposon corresponde à pequena seqüência de DNA que é capaz de 
se mover dentro do genoma de uma localização para outra, portanto, os 
transposons são fragmentos de DNA linear considerados elementos genéticos 
móveis capazes de se inserirem em diferentes pontos do cromossomo 
bacteriano 
Após inserir-se em um determinado sítio do cromossomo, o transposon 
pode deixar uma cópia neste sítio, e, inserir-se em outro ponto do cromossomo, 
um fenômeno denominado transposição. 
Os transposons codificam uma ou mais proteínas que conferem 
características como resistência a drogas antimicrobianas, enterotoxinas, e, 
enzimas degradativas. 
O Biofilme consiste na comunidade estruturada de células aderentes a 
uma superfície inerte (abiótica) ou viva (biótica). A maior parte da atividade 
bacteriana na natureza ocorre, não com as células individualizadas, mas com as 
bactérias organizadas em comunidades sob a forma de um biofilme. 
 
31 
 
As bactérias estão presentes nos ambientes ou como células livres ou 
formando comunidades microbianas que variam em complexidade. Como 
células livres encontram-se em suspensão no ar, mergulhadas na água, 
associadas a tecidos animais ou vegetais, sobre ou no interior de partículas de 
solo, sobre rochas e objetos. 
Contudo, a vida microbiana na forma de células isoladas não é frequente 
na natureza, inclusive a maioria das bactérias encontradas em condições 
naturais ou em equipamentos clínicos ou industriais vivem em comunidades 
aderidas às suas superfícies. 
Comunidades microbianas complexas são responsáveis pelos ciclos 
biogeoquímicos que mantém a vida no planeta. Os biofilmes também têm 
importância clínica, por exemplo, a placa bacteriana que se forma sobre a 
superfície dos dentes, a colonização bacteriana de cateteres, e, implantes 
plásticos são exemplos de biofilmes que podem causar doenças. 
Infecções hospitalares em pacientes com cateteres urinários ou venosos 
são geralmente precedidas pela formação de biofilmes nas paredes internas dos 
cateteres, pois, fragmentos liberados do biofilme podem penetrar na bexiga ou 
na corrente sanguínea. Biofilmes também se formam sobre implantes plásticos 
contaminados como em válvulas cardíacas artificiais. 
Instrumentos esterilizados podem ser contaminados com membros da 
microbiota orgânica durante sua inserção. Se o cateter permanecer no local por 
um período de tempo, os biofilmes desenvolvem-se, e, servem de fonte de 
infecções duradouras por liberam células bacterianas continuamente. 
Os membros de biofilmes são mais refratários a antibióticos que 
organismos livres, e, são parcialmente protegidos da ação destruidora dos 
fagócitos. 
Implantes plásticos contaminados com bactérias são removidos 
cirurgicamente ao invés de se tratar o paciente com antibióticos. Pesquisas são 
feitas para o desenvolvimento de plásticos que inibam a formação de biofilmes. 
Os fatores que contribuem para que as bactérias tenham grande 
capacidade de se aderir, e, colonizar quase qualquer tipo de superfície com a 
qual entrem em contato incluem flagelos, fímbrias, adesinas e polímeros da 
 
32 
 
cápsula bacteriana, além de forças de adesão como atração eletrostática e 
hidrofóbica, força de Var der Walls, pontes de hidrogênio, e, ligações covalentes. 
8 RESISTÊNCIA BACTERIANA 
A resistência bacteriana ocorre quando a bactéria evolui para combater o 
mecanismo de ação do fármaco. Acredita-se que o desenvolvimento da 
resistência bacteriana a antibióticos foi acelerado pelo uso indiscriminado desses 
medicamentos tanto nos seres humanos, quanto no gado. 
Estudos têm mostrado que existem três tipos de resistência bacteriana: 
Resistência intrínseca, resistência por mutação, e, resistência mediada por 
plasmídio. 
A resistência intrínseca é descrita quando a bactéria evolui para a 
produção de uma enzima capaz de degradar o fármaco, por exemplo, a enzima 
b-lactamase, sendo uma resistência intrínseca ao microrganismo. 
A resistência por mutação ocorre com a evolução, e, mutação que leve a 
alteração estrutural do microrganismo impedindo as ações do fármaco. A 
resistência mediada por plasmídio é a que envolve a passagem de informação 
da resistência por mutação de um microrganismo para outro, assim, o DNA 
alterado, que confere a resistência, é envolvido (empacotado) dentro de um 
plasmídio que pode ser transferido a outros organismos. 
8.1 SEPSE 
A infecção é conceituada como a reprodução, e, o desenvolvimento de 
micróbios patogênicos levando à resposta do organismo. A palavra séptica vem 
do grego septikos que significa “que causa putrefação”, atualmente interpretado 
como o que causa infecção. 
A palavra sepsia também vem do grego sepsis significando “podridão”. A 
sepse é conceituada como uma reação de adaptação inadequada infecção grave 
em que ocorre a liberação de uma variedade de mediadores inflamatórios 
(conhecidos também como agentes inflamatórios). 
 
33 
 
Esses mediadores tanto podem ser produtos metabólicos bacterianos, 
como citocinas produzidas pelos seres humanos durante a inflamação ou outra 
doença inflamatória. 
Assim, podem causar a falência de vários sistemas orgânicos, como por 
exemplo, a supressão da função cardíaca, e, a síndrome de angústia respiratória 
aguda, sendo comum o desenvolvimento de insuficiência renal, além da 
possibilidade de provocar a coagulação intravascular disseminada. 
 
9 ANTIBIÓTICOS ANTIBACTERIANOS BACTERIOSTÁTICOS E 
BACTERICIDAS 
Alguns antibióticos antibacterianos podem ser bactericidas ou 
bacteriostáticos, na dependência do microrganismo ou da associação com 
outros antibióticos, por exemplo, o cloranfenicol, que age como bacteriostático 
contra muitos microrganismos, é bactericida contra o Haemophilus influenzae. 
As sulfas e a trimetoprima, isoladamente, são bacteriostáticas, entretanto, 
quando associadas tornam-se bactericidas. 
Os principais antibióticos que são considerados bactericidas, são: 
 Amoxicilina 
 Ampicilina 
 Bacitracina 
 Canamicina 
 Carbenicilina 
 Cefalosporinas Estreptomicina 
 Gentamicina 
 Oxacilina 
 Penicilina 
 Polimixina 
 rifampicina. 
Os principais antibióticos que são considerados bacteriostáticos são: 
 
34 
 
 Ácido nalidíxico 
 Eritromicina 
 Lincomicina 
 Nitrofuranos 
 Tetraciclina. 
 
10 SENSIBILIDADE DA BACTÉRIA AO ANTIBIÓTICO 
A sensibilidade da bactéria ao antibiótico constitui fator importante para o 
sucesso terapêutico da respectiva infecção bacteriana, e, o ideal é que o 
antibiótico a ser usado para o tratamento de determinada infecção seja 
selecionado após a identificação e determinação de sua sensibilidade ao 
fármaco. 
No entanto, em pacientes críticos em que a espera possa ser fatal ou que 
faltem recursos para a realização destes exames, deve ser indicada a terapia 
empírica imediata. 
Assim, a escolha do antibiótico na ausência de dados da sensibilidade 
deve ser fundamentada pela história clínica, e, o respectivo local da infecção, 
além de levar em consideração o estado geral do paciente, as condições do 
sistema imunológico, da função renal, da função hepática, e, inclusive, em caso 
de mulher, deve ser observada se existe a contraindicação do uso do fármaco 
em caso de gravidez ou lactação. 
Quando se refere a um antibiótico, o termo amplo espectro significa que 
o fármaco é eficaz contra muitos micróbios, enquanto um antibiótico é 
considerado de espectro limitado quando a eficácia é limitada a alguns 
microrganismos. 
A sensibilidade da bactéria ao antibiótico não deve ser confundida com a 
hipersensibilidade do indivíduo ao antibiótico, o que corresponde a reação 
alérgica. 
O local e a natureza da infecção são fatores importantes na escolha do 
antibiótico, por exemplo, uma infecção na pele causada por estafilococo pode 
 
35 
 
responder bem ao uso de antibiótico bacteriostático, entretanto, se o mesmo 
microrganismo provocar uma septicemia, deve ser utilizado um antibiótico 
bactericida, inclusive em altas doses. 
A resistência microbiana aos antibióticos tem recebido cada vez mais a 
atenção do Sistema Público de Saúde devido aos altos índices presentes nos 
hospitais no Brasil. 
A determinação da sensibilidade de bactérias aos antimicrobianos é uma 
das principais funções do microbiologista clínico. 
Vários tipos de exames podem ser solicitados ao laboratório para auxiliar 
a escolha terapêutica, por exemplo, o teste laboratorial mais adequado para cada 
situação clínica como: 
1. Em caso de paciente ambulatorial, mulher jovem, com sua 
primeira infecção urinária, torna-se recomendável o antibiograma 
de difusão em disco. 
2. Paciente com infecção hospitalar por bactéria multirresistente 
deve ser verificada a concentração mínima inibitória do 
antibiótico. 
3. Em caso de paciente com osteomielite crônica fazendo uso de 
antibióticos nefrotóxicos, deve ser avaliado o poder bactericida do 
soro do paciente, durante tratamento Resumo sobre os Fármacos 
Antineoplásicos 
Estudos revelam que a quimioterapia antineoplásica começou a ser 
utilizada no final do século XIX, com a descoberta da solução de Fowler (arsenito 
de potássio) por Lissauer, em 1865, e, da toxina de Coley (associação de toxinas 
bacterianas), em 1890. 
Entretanto, foi a partir da observação dos efeitos da explosão de um 
depósito de gás mostarda em Bari, Itália, em 1943, durante a Segunda Guerra 
Mundial, ocasionando mielodepressão intensa e morte por hipoplasia de medula 
óssea entre soldados expostos, foi estudada a administração do gás mostarda 
em pacientes com linfoma de Hodgkin, e leucemia crônica, constituindo um 
projeto de pesquisa desenvolvido por farmacologistas do Pentágono, o que 
 
36 
 
acelerou, então, inúmeras pesquisas buscando-se ampliar o potencial de ação, 
e reduzir a toxidade dessas drogas. 
As neoplasias recebem nomes diferentes de acordo com a localização e 
forma: 
Tecido epitelial - CARCINOMA 
Tecido conjuntivo – SARCOMA 
Gânglios linfáticos – LINFOMA 
Glóbulos brancos – LEUCEMIA (que pode variar o nome de acordo com 
o quadro sangüíneo) 
 
QUINOLÔNICOS e ANTI-SÉPTICOS E 
ANALGÉSICOS DO TRATO URINÁRIO 
 
A enzima denominada DNA girase ou topoisomerase II é a responsável 
pela iniciação da síntese de DNA na bactéria, enquanto os quinolônicos 
interferem na ação desta enzima, inibindo a duplicação do DNA necessária à 
duplicação do microrganismo. 
Embora verifica-se uma elevada resistência dos estafilococos, este grupo 
de fármacos são indicados principalmente em infecções complicadas das vias 
urinárias; e, são também indicados no tratamento de infecções provocadas pelo 
Pseudomonas aeruginosa como em infecções respiratórias e otite externa; 
osteomielite bacilar Gram-negativa crônica; e, erradicação de salmonelas em 
portadores. 
Os quinolônicos ou quinolonas são subdivididos em não fluorados, e, 
fluorados. Os quinolônicos não fluorados são: ácido nalidíxico (Wintomylon); 
ácido oxolínico (Urilin); ácido pipemídico (Balurol) (Pipram) Pipurol); e, 
rosoxacino (Eradacil). 
 
 
37 
 
Os quinolônicos fluorados, também denominados fluoroquinolônicos ou 
fluorquinolonas, são: Ciprofloxacino (Ciflox) (Procin); gatinofloxacino (Tequin); 
levofloxacino (Levaquim) (Tavanic); lomefloxacino (Maxaquin); moxifloxacino 
(Avalox); norfloxacino (Floxacin) (Respexil); ofloxacino (Floxstat) (Oflox); 
pefloxacino (Peflacin). 
A presença do flúor aumenta a atividade inibidora da DNA-girase e a 
atividade contra os estafilococos. A maioria destes fármacos é administrada por 
via oral, mas, alguns destes são também administrados por via parenteral, como 
o ciprofloxacino, e, o levofloxacino 
Os fármacos quinolônicos (fluorados ou não) não devem ser utilizados na 
gravidez, nem em fase de lactação, e, inclusive a idade mínima para o uso dos 
fármacos fluoroquinolônicos é de 18 20 anos, pois, pode provocar lesões 
articulares permanentes, devido a erosão da cartilagem que tem ocorrido em 
crianças e adolescentes com estas drogas. 
Quanto à terminologia, alguns autores referem que todos os quinolônicos 
devem escritos com a terminação em artigo masculino (o), como ciprofloxacino, 
rosaxacino, pefloxacino, embora possa ser também encontrada na literatura, a 
grafia destes fármacos no gênero feminino como ciprofloxacina, pefloxacina e 
demais drogas deste grupo. 
O norfloxacino e o ofloxacino também são utilizados no tratamento da 
gonorréia; o norfloxacino no tratamento da prostatite bacteriana; e, o ofloxacino 
é utilizado no tratamento da cervicite. 
Os quinolônicos não fluorados são administrados unicamente por via oral, 
concentram-se somente na urina, portanto, devem ser indicados apenas para o 
tratamento de infecções do trato urinário. 
E, todos os quinolônicos (fluorados ou não), não devem ser administrados 
em gestantes e lactantes, nem é recomendável para pacientes com a idade 
inferior a quinze anos, nem como a pessoas com o histórico de crises 
convulsivas. 
Devido ao risco de fotossensibilização, durante o tratamento deve-se 
evitar exposição aos raios ultravioletas. antissépticos do trato urinário. A cefaleia, 
tontura e a dor abdominal podem como efeitos adversos com o uso de todos os 
quinolônicos. 
 
38 
 
Estudos recentes revelam que alguns pacientes podem apresentar 
excitação do SNC (neuroexcitação) devido ao uso de ciprofloxacino levando a 
irritabilidade, confusão, agitação, e, até mesmo convulsões. 
Estes efeitos adversos (quando ocorrem) são provocados devido a 
possibilidade do ciprofloxacino interferir de modo significativo na fisiologia normal 
do GABA. (O GABA corresponde ao ácido gama-aminobutírico que consiste no 
principal transmissor inibitório no cérebro, possuindo uma distribuição bastante 
uniforme em todo o cérebro, e, ocorre em quantidade muito pequena nos tecidos 
periféricos. 
O GABA é formado a partir do glutamato pela ação do ácido glutâmico 
descarboxilase conhecido como GAD, e, que é uma enzimaencontrada somente 
em neurônios que sintetizam GABA no cérebro. Possivelmente, cerca de 30% 
de todas as sinapses no SNC tem como transmissor o GABA). 
Os anti-sépticos e analgésicos do trato urinário mais utilizados, são: 
nitrofurantoína (Macrodantina); e, metenamina (Neohexal); (Sepurin); e, 
fenazopiridina (Pyridium). 
A nitrofurantoína apresenta atividade contra uma variedade de 
microrganismos Gram-positivos e Gram-negativos que acometem às vias 
urinárias, com mecanismo de ação provavelmente sobre as flavoproteínas 
bacterianas podendo causar dano ao DNA das bactérias. 
Administrada somente por via oral, a nitrofurantoína é mais ativa na urina 
ácida. Recomenda-se que a acidez urinária deve ser mantida a pH de 5,5 ou 
ainda mais baixo, o que pode ser obtido com o ácido ascórbico (vitamina C), 
arginina, metionina e dieta rica em proteínas. 
Podendo também ser utilizado o cloreto de amônio, lembrando que doses 
excessivas de acidificantes em pacientes portadores de insuficiência renal, 
podem provocar a acidose metabólica. 
Para facilitar a acidificação da urina deve-se evitar antiácidos à base de 
carbonato de sódio ou de bicarbonato, a ingestão de frutas, de leite e derivados. 
Os principais efeitos adversos da nitrofurantoína são: náuseas, vômitos e 
diarreia. Tem sido também relatado pneumonite aguda e efeitos neurológicos 
(cefaleia, nistagmo e polineuropatias, provocando no paciente tendência a 
tropeçar) com o uso da nitrofurantoína. 
 
39 
 
A metenamina é utilizada em associação com o ácido ascórbico (para a 
acidificação da urina) em infecções crônicas das vias urinárias, embora não seja 
um fármaco útil em infecções agudas do trato urinário. 
Deve-se evitar o uso prolongado de doses altas de metenamina porque 
pode provocar a liberação de formaldeído o que irrita a mucosa do trato urinário. 
A fenazopiridina é considerada apenas um analgésico sobre a mucosa do 
trato urinário, e, pode ser utilizada em associação com a terapia antibacteriana, 
entretanto, não deve ser administrada por mais de 48 horas, nem deve usada 
por gestantes. 
O uso deste fármaco pode provocar coloração vermelha ou alanrajada da 
urina, assim como manchas da roupa. 
 
FÁRMACOS ANTIMICOBACTÉRIAS 
Os fármacos antimicobactérias consistem nas drogas que agem contra o 
Mycobacterium tuberculosis (causa a tuberculose pulmonar e extrapulmonar), e, 
contra Mycobacterium leprae (que provoca a Doença de Hansen). 
Drogas utilizadas no tratamento da tuberculose. A resistência bacteriana 
aos fármacos é um importante problema na quimioterapia da tuberculose, por 
este motivo, é recomendada a administração de duas ou mais drogas para 
retardar o surgimento de cepas resistentes à droga. 
Consideram-se fármacos de primeira linha os que possuem menor 
toxicidade e maior eficácia, enquanto os fármacos de segunda linha são o que 
possuem maior toxicidade, além de menor eficácia. 
Os principais fármacos também denominados de primeira linha utilizados 
no tratamento da tuberculose são: 
 
 Isoniazida, 
 Etionamida, 
 Pirazinamida, 
 Etambutol, 
 Rifampicina, e, 
 Estreptomicina. 
 
40 
 
Os fármacos chamados de segunda linha para o tratamento da 
tuberculose são: Ciclosserina (CS), e, o ácido amino-salicílico A isoniazida 
consiste na hidrazida do ácido isonicotínico, um análogo sintético da piridoxina, 
que inibe a síntese da parede celular da micobactéria por inibir a síntese do ácido 
micólico. 
A isoniazida é administrada por via oral, e, difunde-se para todos os 
líquidos orgânicos inclusive no LCR, sendo usada no tratamento de todos os 
tipos de tuberculose. 
Os fármacos mais utilizados no tratamento da Tuberculose não têm como 
contra-indicação a gravidez, inclusive é imprescindível o tratamento da gestante 
devido às complicações da doença, embora deva ser evitada a lactação. 
A toxicidade da isoniazida ocorre mais frequentemente no nível do SNC e 
periférico devido à competição entre esse antibiótico, e, o fosfato de piridoxal 
pela enzima apoptriptofanase, provocando uma deficiência relativa de piridoxina, 
o que causa neurite periférica, insônia e contração muscular. 
Para evitar estes e outros efeitos adversos, a piridoxina deve ser 
administrada em doses suplementares aos pacientes submetidos a tratamentos 
prolongados com a isoniazida. 
Pode ocorrer também a hepatite provocada pela isoniazida, 
principalmente em pessoas idosas que pode ser fatal. 
Tem sido relatados também anormalidades mentais e convulsões. 
Etionamida – fármaco do grupo das amidas heterocíclicas, age inibindo a 
síntese protéica pelo bacilo de Koch. 
Não é recomendada em pacientes com diabetes mellitus, em lactantes, 
nem em crianças. Alguns autores recomendam a etionamida como fármaco de 
segunda linha devido à toxicidade. 
Pirazinamida – trata-se de outro fármaco do grupo das amidas 
heterocíclicas, entretanto, pouco se conhece sobre o mecanismo de ação. 
Administrada por via oral, também está contra-indicado em crianças. Devido 
provocar a retenção de uratos não é recomendável o uso em pacientes com a 
doença Gota. Em altas doses pode provocar a hepatoxicidade. 
Etambutol – ainda com mecanismo de ação desconhecido, o etambutol é 
administrado por via oral. Como penetra no LCR é utilizado também no 
 
41 
 
tratamento da meningite tuberculosa. Não são comuns os efeitos adversos, que 
podem ocorrer como distúrbios gastrintestinais, artralgia, cefaléia, e, neurite 
óptica. E, pode provocar a exacerbação da doença Gota, pois, diminui a 
excreção de uratos. 
A estreptomicina já foi estudada no grupo dos aminoglicosídeos, sendo 
raramente utilizada devido a otoxicidade, principalmente vestibular, e, também a 
nefrotoxicidade. 
A cicloserina constitui um fármaco tuberculostático administrado por via 
oral, que age sobre inibindo a síntese da parede bacteriana. Pode ocorrer 
acúmulo desta droga no rim, em caso de insuficiência renal. Os efeitos adversos 
incluem: Neuropatias periféricas, e, pode ocorrer exacerbação de crises 
convulsivas em pacientes com a epilepsia. Rifamicinas ou ansamicinas. 
Em 1959, as rifamicinas foram inicialmente isoladas do actinomiceto 
conhecido como Streptomyces mediterranei, entretanto, foi reclassificado em 
1969 como Nocardia mediterrânea. 
As rifamicinas constituem o grupo de antibióticos que possuem um 
grupamento aromático e uma longa ponte macrocíclica alifática (chamada ansa, 
que em latim, significa alça) entre duas posições não adjacentes do núcleo 
aromático. Possuem atividade contra bactérias grampositivas, gram-negativas, 
o Mycobacterium tuberculosis, e, o Mycobacterium leprae. 
Embora já existam cinco antibióticos diferentes que fazem parte desse 
grupo, no Brasil, atualmente, são comercializadas somente três rifamicinas: 
Rifampicina, rifamicina, e, rifamida. 
A rifampicina é principalmente utilizada na primeira fase do tratamento da 
Tuberculose. As mulheres que utilizam contraceptivos orais devem ser 
orientadas para utilizar outros métodos anticoncepcionais, em caso de 
tratamento da Tuberculose, pois, a rifampicina estimula o sistema citocromo P-
450 (sistema hepático) induzindo a biotransformação dos contraceptivos orais, o 
que pode resultar em ineficácia predispondo à gravidez. 
 
 
 
 
 
42 
 
Drogas utilizadas no tratamento da Doença de Hansen. No tratamento da 
Doença de Hansen também conhecida como Hanseníase são recomendados os 
seguintes fármacos: Dapsona, clofazimina, e, rifampicina. 
 A dapsona, quimicamente relacionada com as sulfonamidas, inibe a 
síntese de folato pela Mycobacterium leprae, sendo administrada por via oral, 
entretanto, os efeitos adversos são freqüentes, como a hemólise, o que pode 
provocar a anemia, dermatite, neuropatia, anorexia, náuseas e vômitos. 
A clofazimina trata-se de um corante que não passa para o SNC, parece 
que tem ação sobre o DNA da micobactéria, e. os efeitos adversosincluem a 
discromia marrom-avermelhada da pele, e distúrbios gastrintestinais. 
A rifamicina já foi estudada como droga usada no tratamento da 
Tuberculose, sendo também utilizada no tratamento da Doença de Hansen. No 
tratamento da hanseníase tubrculóide são utilizadas a dapsona e a rifampicina. 
No tratamento da hanseníase lepromatosa (com muitos bacilos) são 
utilizadas a dapsona, a rifampicina e a clofazimina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
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