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ciencias criminais

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CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 1 
Apresentação ................................................................................................................................ 4 
Aula 1: As ciências criminais integradas ........................................................................................ 6 
Introdução ................................................................................................................................. 6 
Conteúdo ................................................................................................................................ 7 
Contextualização ............................................................................................................... 7 
Finalidade da análise integrada das ciências criminais .............................................. 8 
Notas ........................................................................................................................................... 15 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 16 
Aula 1 ..................................................................................................................................... 16 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 16 
Aula 2: Princípios norteadores do direito penal ......................................................................... 19 
Introdução ............................................................................................................................... 19 
Conteúdo .............................................................................................................................. 20 
Contextualização ............................................................................................................. 20 
Princípio da humanidade ............................................................................................... 27 
Referências........................................................................................................................... 31 
Notas ........................................................................................................................................... 38 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 38 
Aula 2 ..................................................................................................................................... 38 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 38 
Aula 3: Teoria da norma penal .................................................................................................... 41 
Introdução ............................................................................................................................... 41 
Conteúdo .............................................................................................................................. 42 
Contextualização ............................................................................................................. 42 
O Princípio da Legalidade e o Estado Democrático de Direito .............................. 43 
Direito Penal do Risco ..................................................................................................... 48 
Atividade proposta .......................................................................................................... 51 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 54 
Notas ........................................................................................................................................... 58 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 58 
Aula 3 ..................................................................................................................................... 58 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 58 
Aula 4: Teoria do delito. Tipo e tipicidade .................................................................................. 61 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 2 
Introdução ............................................................................................................................... 61 
Conteúdo .............................................................................................................................. 62 
Teoria causal da ação ..................................................................................................... 62 
Teoria constitucionalista do delito ............................................................................... 64 
Consentimento do ofendido ......................................................................................... 71 
Exercícios de fixação ......................................................................................................... 79 
Notas ........................................................................................................................................... 84 
Chaves de resposta ..................................................................................................................... 85 
Aula 4 ..................................................................................................................................... 85 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 85 
Aula 5: Delimitação do bem jurídico-penal ................................................................................. 88 
Introdução ............................................................................................................................... 88 
Contextualização ............................................................................................................. 89 
Normas penais do mandato em branco ..................................................................... 94 
Conclusão ......................................................................................................................... 97 
Notas ......................................................................................................................................... 106 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 107 
Aula 5 ................................................................................................................................... 107 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 107 
Aula 6: Dos tipos dolosos e culposos ........................................................................................ 110 
Introdução ............................................................................................................................. 110 
Conteúdo ............................................................................................................................ 111 
Teorias sobre o dolo ..................................................................................................... 111 
Distinção entre dolo e culpa........................................................................................ 112 
Divisão tripartida do dolo .............................................................................................115 
Distinção entre dolo eventual e culpa consciente .................................................. 121 
Referências......................................................................................................................... 123 
Exercícios de fixação ....................................................................................................... 124 
Notas ......................................................................................................................................... 129 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 129 
Aula 6 ................................................................................................................................... 129 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 129 
Aula 7: Culpabilidade................................................................................................................. 131 
Introdução ............................................................................................................................. 131 
Conteúdo ............................................................................................................................ 132 
Caracterização da culpabilidade ................................................................................. 132 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 3 
Concepção finalista de ação ....................................................................................... 139 
Delito contra o patrimônio .......................................................................................... 143 
Atividade proposta ........................................................................................................ 145 
Referências......................................................................................................................... 146 
Notas ......................................................................................................................................... 152 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 152 
Aula 7 ................................................................................................................................... 152 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 152 
Aula 8: Excludentes de culpabilidade. O erro jurídico-penal .................................................... 155 
Introdução ............................................................................................................................. 155 
Conteúdo ............................................................................................................................ 156 
Contextualização ........................................................................................................... 156 
Elementos da culpabilidade ......................................................................................... 156 
Excludente de culpabilidade ........................................................................................ 157 
Doente mental................................................................................................................ 158 
Embriaguez ..................................................................................................................... 158 
Tipos de embriaguez .................................................................................................... 159 
A emoção e a paixão ..................................................................................................... 161 
Referências......................................................................................................................... 162 
Notas ......................................................................................................................................... 167 
Chaves de resposta ................................................................................................................... 167 
Aula 8 ................................................................................................................................... 167 
Exercícios de fixação ..................................................................................................... 167 
Conteudista ............................................................................................................................... 169 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 4 
 
 
 
 
Nesta disciplina contemplaremos temas da fundamental estruturação do saber 
penal, dos limites de atuação do poder punitivo estatal face à caracterização do 
princípio da dignidade da pessoa humana enquanto suporte da Constituição de 
1988 e consequente análise da Teoria Garantista. 
 
Articularemos conhecimentos das Ciências Sociais aplicadas, que conjuga com 
conhecimentos de Ciência Política, Antropologia, Sociologia e do Direito. 
Buscaremos, ainda, adotar um Sistema Penal integrador das Ciências Criminais 
às demais Ciências Sociais por meio de um estudo transdisciplinar, utilizando-se 
da dogmática jurídico-penal, da criminologia, da penalogia e da vitimologia aos 
movimentos e modelos de política criminal. 
 
Por fim, trabalharemos com o escopo de proporcionar a compreensão do 
sistema penal como controle social e sua adequação aos preceitos 
constitucionais de um Estado Democrático de Direito sob pena de ilegitimidade 
da própria atuação estatal. 
 
Sendo assim, esta disciplina tem como objetivos: 
1. Compreender a Ciência Penal por meio da análise crítica de suas Ciências 
Integradas; 
2. Compreender a relevância da adoção de um Sistema Penal de intervenção 
mínima; 
3. Reconhecer a existência de um sistema de controle social (penal) que, ao 
tutelar os bens jurídicos mais relevantes para a sociedade, não seja 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 5 
essencialmente sancionador, e sim, preventivo, ressocializador e garantista em 
relação ao respeito à dignidade da pessoa humana. 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 6 
 
Introdução 
Em nossa primeira aula, você identificará a ciência penal através da análise 
crítica de suas ciências integradas, além da consequente relevância da adoção 
de um sistema penal de intervenção mínima. 
 
Haverá também a análise crítica das ciências criminais integradas e sua 
contextualização, numa análise histórica desde seu surgimento até seu 
reconhecimento como ciência autônoma. 
 
Objetivo: 
1. Reconhecer o conceito de Direito Penal e identificar a finalidade do estudo 
das ciências penais integradas; 
2. Reconhecer as cinco espécies de ciências penais integradas e a relevância na 
adoção de um sistema penal de intervenção mínima. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 7 
Conteúdo 
Contextualização 
Direito Penal ou Dogmática Penal? 
 
A partir do momento em que se busca conceituar o que é Direito Penal, na 
verdade, estamos diante da chamada Dogmática Penal, devido à necessidade 
de normativizar condutas lesivas e suas respectivas sanções para fins de 
legitimação do poder punitivo estatal. 
 
No entanto, a normativização, por si só, não é capaz de legitimar a atividade 
estatal, uma vez que algumas indagações devem ser respondidas, tais como: 
 
Direito Penal  Normativização de condutas lesivas  Dogmática Penal 
 
Quais comportamentos devem receber as sançõesmais gravosas? 
 
Onde reside a legitimidade para a seleção das condutas consideradas 
intoleráveis pela sociedade? 
 
De que forma e em qual extensão devem ser estabelecidas as referidas 
sanções? 
 
Diante destas questões, podemos estabelecer cinco Ciências Penais 
Integradas. Acompanhe. 
 
Perceba que a ciência criminal, por ser de enorme complexidade, não pode ser 
compreendida apenas pela dogmática, por exemplo. Fez-se necessária a 
formulação de uma ciência conjunta, integral. 
 
Von Liszt chamou o vasto conjunto de disciplinas de “Enciclopédia de Ciências 
Criminais”. No entanto, esse modelo, percebia a criminologia e a política 
criminal como acessórios da dogmática, uma vez que a política criminal traria 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 8 
como contribuição o aperfeiçoamento das leis, e a criminologia pesquisaria 
sobre o homem delinquente. Segundo Salo de Carvalho, “a ciência criminal 
integrada, portanto, na versão de Liszt ou de Rocco, privilegiou o saber 
dogmático e formal, relegando ao posto de ciência auxiliar qualquer saber 
diverso que ousasse investigar o fenômeno do crime”. Ainda segundo o referido 
doutrinador, 
 
“Nas ciências criminais, fica evidente a sujeição do 
Direito Penal, de todas as disciplinas que investigam 
o crime, a vítima, o criminoso, a criminalidade, os 
processos de criminalização e a atuação das agências 
de controle social formal. Todavia, esse modelo 
arquitetônico de saber, no qual o direito penal 
encontra-se em posição privilegiada, impossibilita a 
interdisciplinariedade, pois, para que esta possa ser 
atingida, prescinde que todas as disciplinas estejam 
abertas para críticas advindas do exterior. A 
incorporação de críticas exógenas oxigena a área de 
conhecimento, permite a autocrítica e fomenta seu 
desenvolvimento” (CARVALHO, 2008, p. 11 e 22). 
 
Finalidade da análise integrada das ciências criminais 
Qual a finalidade da análise integrada da ciências criminais? 
 
É diminuir a distância existente entre a realidade social e a normativização. 
 
É facilmente possível constatar essa questão ao verificarmos, em certos casos, 
a necessidade de descriminalizar ou tipificar determinadas condutas. 
 
Como exemplo, pode-se mencionar o reconhecimento de atipicidade material 
em casos de perfeita subsunção da conduta do agente à norma penal 
(tipicidade formal). 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 9 
Atipicidade  Subsunção da conduta do agente  Tipicidade formal 
 
Acerca da finalidade da análise integrada das ciências criminais, é interessante 
citar a decisão proferida em sede de Apelação Criminal pelo Tribunal de Justiça 
do Rio de Janeiro, na qual foi excluída a responsabilidade jurídico-penal pela 
prática de ato obsceno no caso concreto descrito abaixo, não obstante a 
existência da figura típica vigente: 
 
EMENTA. Apelação Criminal. Ato obsceno, 
Desacato e crime de Resistência (...). Do ato 
obsceno. Prática de conjunção carnal no interior 
do veículo. Na conjuntura dos fatores, in casu, 
não caracteriza estarem expostos ao público. 
Compulsando os autos, extrai-se dos depoimentos 
dos policiais militares e dos interrogatórios do 
apelante e da corré a incerteza quanto à prática 
do ato obsceno, no caso em tela não restou 
demonstrado a ofensa ao bem jurídico tutelado no 
artigo 233 do Código Penal, ou seja, o pudor 
público, tendo em vista que o apelante e sua 
namorada estavam dentro de veículo de 
propriedade particular, em local com pouca 
iluminação, não podendo veementemente apontar 
se o casal estaria praticando conjunção carnal 
dentro do veículo quando foram abordados pela 
polícia militar (...) (TJRJ. 0003302-
68.2008.8.19.0061 (2009.050.05674) - Apelação. 
Des. Siro Darlan de Oliveira - julgamento: 
31/08/2010 - Sétima Câmara Criminal). 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 10 
Conceituando dogmática 
A partir de agora, vamos estudar, de forma mais detalhada, cada uma das 
ciências penais integradas. Iniciemos pela dogmática. 
 
A expressão dogmática denota o caráter de imutabilidade que emana das 
normas/regras jurídicas sob o aspecto positivista do delito, o que, entretanto, 
vem se mostrado insuficiente no que concerne à eficácia das sanções penais. 
 
Concepções doutrinárias sobre dogmática 
A partir de agora, vamos estudar, de forma mais detalhada, cada uma das 
ciências penais integradas. Iniciemos pela dogmática. 
 
Andrei Zenkner Schmidt parte da premissa de que o objeto da ciência penal é a 
violência enquanto fenômeno social, e sustenta ser a dogmática penal... 
 
“fruto do recorte formal e institucional da violência” (SCHMIDT, 2007, 
p. 205). 
 
De acordo com o pensamento de Juarez Cirino dos Santos, o Direito Penal... 
 
“representa o sistema de normas que define crimes, comina penas e 
estabelece os princípios de sua aplicação” (SANTOS, 2005, p. 1). 
 
No entanto, não há que se questionar quanto à obrigatoriedade da subsunção 
das normas jurídico-penais aos preceitos constitucionais face à função 
normativa da Constituição. 
 
O impasse da dogmática 
Um dos grandes problemas da dogmática jurídico-penal está na enorme 
distância existente entre os discursos teóricos e abstratos e a realidade 
concreta do Sistema de Justiça Criminal. 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 11 
De um lado, teóricos sustentam a intervenção mínima e o garantismo penal. 
De outro, é possível nos depararmos, diariamente, com situações nas quais há 
máxima demonstração de intervenção penal, violação de direitos e garantias 
fundamentais e desrespeito a instrumentos processuais de garantia. 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre as ciências criminais, dogmática, criminologia 
e política criminal, acesse a Biblioteca Virtual da sua disciplina e leia 
o artigo As tensões entre Dogmática, Criminologia e Política 
Criminal. 
 
 
Referências 
AZEVEDO, Maria Amélia; GUERRA, Viviane Nogueira de Azevedo; OLIVEIRA, 
Adalberto Bolleta; et al. Crianças vitimizadas: a síndrome do pequeno poder. 
Violência física e sexual contra crianças e adolescentes. São Paulo: Editora 
IGLU, 1989. p. 46. 
BUSATO, Paulo César; HUAPAYA, Sandro Montes. Introdução ao direito 
penal: fundamentos para um sistema penal democrático. Rio de Janeiro: 
Lumen Juris, 2003. p 13. 
GOMES, Luiz Flávio; et al. Direito penal: introdução e princípios fundamentais. 
2. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2009. p. 188-199. 
PASTANA, Débora Regina. Cultura do medo: reflexões sobre a violência 
criminal, controle social e cidadania no Brasil. São Paulo: IBCCRIM, 2003. p. 94-
96. 
SANTOS, Juarez Cirino dos. Teoria da pena: fundamentos políticos e aplicação 
judicial. Curitiba: ICPC; Lumen Juris. 2005. p. 1. 
SANTOS, Juarez Cirino dos. Instituto de criminologia e política criminal: 
política criminal realidades e ilusões do discurso penal. Disponível em: 
http://www.ibccrim.org.br 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 12 
SCHMIDT, Andrei Zenkner. O método do direito penal sob uma 
perspectiva interdisciplinar. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007. p. 205. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
A finalidade da análise integrada das ciências criminais é diminuir a distância 
existente entre a realidade social e a normativização. Verdadeiro ou falso? 
 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
Questão 2 
Com relação às fontes do Direito Penal, é correto dizer que as fontes formais 
são classificadas em: 
a) Materiais e de cognição 
b) Imediata e substancial 
c) Mediata e de produção 
d) Mediata e imediata 
e) Exclusivamente de cognição 
 
Questão 3 
(MPE-MG – Promotor de Justiça– 2013) Constituem críticas deslegitimadoras 
do sistema penal em sua dogmática clássica, EXCETO: 
a) O caráter consequencial (sintomatológico) e não causal (etiológico) da 
intervenção penal. 
b) A intervenção sobre situações e não sobre pessoas. 
c) A retificação delitiva, com a neutralização da vítima pelo sistema. 
d) As cifras ocultas da criminalidade. 
 
Questão 4 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 13 
As ciências criminais não se fazem apenas pela aplicação da lei. A concretização 
das normas guarda sempre relação direta com os valores que 
pretende preservar, valores estes oriundos da pessoa do autor do fato. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
Questão 5 
Violeta e Cravo estavam no interior de um veículo, numa praia deserta, tendo 
relações sexuais quando foram surpreendidos por policiais que faziam ronda no 
local. Conduzidos à delegacia policial, lavrou-se termo circunstanciado pela 
prática de ato obsceno, previsto no art. 233 do Código Penal. Do fato narrado, 
pode-se dizer que: 
a) O fato de o crime ter sido praticado dentro do veículo, exclui-se a 
tipicidade por não se constituir um lugar público. 
b) Não houve ofensa ao bem jurídico tutelado, pois o local não possuía 
iluminação e não havia como alguém ver a conduta dos agentes. 
c) O bem jurídico tutelado é a paz pública. 
d) Deveria ter sido lavrado o auto de prisão em flagrante pela prática do 
delito ora mencionado. 
 
Questão 6 
Penalogia é o estudo e a sistematização das sanções penais, mas não o estudo 
das medidas cautelares, pois estas se referem ao processo penal. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
Questão 7 
Considere as proposições abaixo e, em seguida, indique a alternativa que 
contenha o julgamento devido sobre elas. 
I – No caso de ação penal privada, por medida de política criminal, há uma 
transferência do jus puniendi do Estado ao querelante, permitindo-lhe o direito 
de pleitear em juízo a acusação de seu suposto agressor. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 14 
II – Na concepção garantista defendida por Luigi Ferrajoli, os direitos 
fundamentais adquirem status de intangibilidade, estabelecendo um núcleo 
inegociável, denominado esfera do não decidível, cujo sacrifício só é legitimado 
sob a justificativa da manutenção do bem comum. 
III – O jus puniendi do Estado pode ser exercido tanto pelo Poder Judiciário 
quanto pelo Poder Legislativo. 
IV – A teoria da coculpabilidade ingressa no mundo do Direito Penal para 
apontar e evidenciar a parcela de responsabilidade que deve ser atribuída à 
sociedade quando da prática de determinadas infrações penais pelos seus 
supostos cidadãos. 
a) Apenas I e II estão erradas 
b) Apenas I e IV estão corretas 
c) Apenas II e III estão corretas 
d) Apenas a III está errada 
 
Questão 8 
(MPDFT – Promotor de Justiça – 2004) É incorreto afirmar, no tocante ao 
Direito Penal, à Criminologia e à Política Criminal: 
a) A ciência do Direito Penal e a moderna criminologia se diferenciam, 
porque aquela se ocupa dogmaticamente do Direito Positivo, enquanto 
esta é ciência empírica de caráter interdisciplinar que se interessa, dentre 
outros temas, pelo delinquente, pelo crime e pela resposta social ao 
comportamento desviante. 
b) A política criminal orienta a evolução da legislação penal e a sua 
aplicação conforme as finalidades materiais do Direito Penal. 
c) A evolução da criminologia caracterizou-se pela ampliação de seu campo 
de estudo, compreendendo, ao lado do delinquente, do delito e suas 
causas, também a vítima, as formas de reação social e de controle da 
criminalidade. 
d) Há despenalização, em sentido estrito, quando a lei penal promove a 
abolitio criminis, substituindo a pena por sanção de outro ramo do 
Direito. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 15 
e) A função simbólica do Direito Penal é marcada pela reiterada edição de 
normas penais, normalmente mais rigorosas, cuja eficácia real é 
duvidosa, mas que atuam proporcionando à coletividade uma 
tranquilizadora sensação de segurança jurídica. 
 
Questão 9 
Sobre as possíveis leituras do garantismo, na perspectiva dos direitos 
fundamentais, é CORRETO afirmar que: 
a) A concepção de um “garantismo positivo” alia-se ao princípio da 
proibição de proteção deficiente, trazendo como consequência a 
extensão da função de tutela penal aos bens jurídicos de interesse 
coletivo. 
b) O pensamento garantista se funda, em seu modelo clássico, em 
princípios que se opõem à tradição jurídica do iluminismo e do 
liberalismo. 
c) O garantismo, na concepção de Ferrajoli, tem como objetivo principal 
edificar um conceito específico para a criminologia, a partir da discussão 
da legitimidade da intervenção penal, não se ocupando, por isso, do 
estudo da qualidade, quantidade e necessidade da pena. 
d) A proposta do garantismo pode ser sintetizada na tentativa de arrefecer 
os princípios fundamentais que devem orientar o Direito Penal em um 
sistema punitivo democrático. 
 
Questão 10 
São três as ciências penais integradas: criminologia, vitimologia e penalogia. 
a) Verdadeiro 
b) Falso 
 
Criminologia: Análise empírica dos fatos, cuja finalidade é o estudo dos 
motivos e determinantes da prática de condutas delitivas. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 16 
 
Dogmática: Expressão que denota o caráter de imutabilidade emanado das 
normas/regras jurídicas sob o aspecto positivista do delito. Corresponde ao 
sistema normativo. 
 
Penalogia: Surge para sanar a falha do sistema penal em alcançar suas 
missões declaradas e visa ao estudo de medidas alternativas a serem utilizadas 
concomitantemente às demais ciências penais, com o objetivo de efetivar um 
controle social penal pautado em um sistema de garantias. 
 
Política criminal: Ponto de equilíbrio entre a dogmática e a criminologia, na 
medida em que se configura tanto como atividade estatal quanto atividade 
científica, com vistas ao controle da criminalidade. 
 
Vitimologia: Ciência que se preocupa com o envolvimento da vítima na prática 
delitiva e em todo o procedimento penal. 
 
Aula 1 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - A 
Justificativa: É facilmente possível constatar essa questão ao verificarmos a 
ocorrência, que, em certos casos, refere-se à necessidade de se descriminalizar 
ou tipificar determinadas condutas. 
 
Questão 2 - D 
Justificativa: De acordo com o Prof. Rogério Sanches, as fontes formais se 
dividem em mediatas e imediatas. 
 
Questão 3 - B 
Justificativa: O direito penal é do fato e não do autor. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 17 
Questão 4 - B 
Justificativa: Não há que se falar no direito penal do autor, mas, sim, no direito 
penal do fato. 
 
Questão 5 - B 
Justificativa: Trata-se de um crime cujo bem jurídico vem a ser o pudor público, 
e o sujeito passivo é a coletividade. O fato de ter sido praticado em um local 
ermo não traz ofensa ao bem jurídico em questão. 
 
Questão 6 - B 
Justificativa: A penalogia não só estuda as sanções penais, mas também as 
medidas cautelares processuais. 
 
Questão 7 - A 
Justificativa: I) Na ação penal privada, não há transferência do jus puniendi, 
mas, sim, da pretensão acusatória; II) Por manutenção do bem comum, 
entende-se que deve prevalecer o interesse público sobre o privado, com 
violação de Direitos Fundamentais. 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: Abolitio criminis e despenalização não são sinônimos. 
Despenalização visa substituir a pena privativa de liberdade por outras penas 
alternativas, diante da falência daquela. 
 
Questão 9 - A 
Justificativa: O garantismo positivo sugere que o Estado atue na proteção dos 
Direitos Fundamentaise, dessa forma, alie-se ao princípio da proibição da 
proteção deficiente, porque, segundo esse princípio, nem a Lei nem o Estado 
podem apresentar insuficiências quanto à tutela de direitos fundamentais. 
 
Questão 10 - B 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 18 
Justificativa: São cinco as ciências penais integradas: dogmática, política 
criminal, criminologia, vitimologia e penalogia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 19 
 
Introdução 
Vamos à segunda aula? 
 
Neste segundo momento, analisaremos as transformações do Direito Penal face 
à adoção de um sistema de controle social (penal) voltado aos direitos 
humanos, nos quais os princípios norteadores do Direito Penal exercem 
verdadeiro controle de constitucionalidade. 
 
Veremos o Sistema de Garantias, Direitos e Princípios Fundamentais como 
instrumento da Intervenção Penal no Estado Democrático de Direito, a partir do 
reconhecimento da Função Normativa da Constituição. 
 
Para tanto, estudaremos alguns princípios norteadores, garantidores e 
limitadores do Direito Penal: o princípio da dignidade da pessoa humana; 
intervenção mínima; subsidiariedade e fragmentariedade; humanidade da pena; 
proibição da dupla punição; lesividade; culpabilidade e proporcionalidade das 
penas. 
 
Objetivo: 
1. Reconhecer a relevância da subsunção das normas penais materiais e 
processuais aos princípios constitucionais enquanto norteadores e limitadores 
de atuação do poder punitivo estatal face à caracterização do princípio da 
dignidade da pessoa humana; 
2. Reconhecer os princípios norteadores do Direito Penal e sua aplicabilidade 
diante do caso concreto. 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 20 
Conteúdo 
Contextualização 
No presente contexto histórico (Estado Democrático de Direito), a dignidade 
da pessoa humana foi elevada a preceito fundamental, de modo a servir de 
alicerce para toda a atuação do Estado perante o indivíduo. Essa afirmativa 
pode ser extraída pela leitura do Artigo 1º, III, da Constituição da República. 
 
Afirma-se que se faz necessária a existência de um sistema de controle social 
(penal) voltado para os direitos humanos no qual os princípios norteadores do 
Direito Penal funcionam como um verdadeiro controle de constitucionalidade. 
 
Constituição: limites positivo e negativo da criminalização 
Diante da função normativa da Constituição, a discussão acerca da legitimação 
do poder punitivo do Estado parte da premissa de que a Constituição configura 
verdadeiros limites positivo e negativo da criminalização. 
 
Janaína Conceição Paschoal afirma que, enquanto o constituinte busca os bens 
jurídicos penais na sociedade, o legislador os retira da Constituição e, nesse 
diapasão, considera a Constituição como limites positivo e negativo da 
criminalização. 
 
Limite positivo da criminalização 
Como limite positivo de criminalização, tem-se a premissa de que “o legislador 
ordinário só pode utilizar a tutela penal para proteger bens reconhecidos pela 
Constituição como caros a uma determinada sociedade” (PASCHOAL, 2003, p. 
49-59). 
 
Limite negativo da criminalização 
De forma diversa, na compreensão acerca do limite negativo, parte-se da 
premissa de que, ainda que os bens não tenham sido expressamente 
reconhecidos pela Constituição, as condutas podem ser criminalizadas, 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 21 
bastando que as referidas tipificações não ofendam valores constitucionais 
(PASCHOAL, p. 55). 
 
É imperioso ainda destacar que se faz necessária a transformação do Direito 
Penal do Autor em Direito Penal do Fato, de forma que não se observa 
punições à pessoa, mas sim as condutas praticadas. A sanção penal, a partir do 
século XIX, deixa de ser uma sanção física para ser uma sanção moral, e a 
prisão ganha o “status” de sanção a partir das mudanças das organizações 
sócio-produtivas das sociedades ocidentais, bem como o reconhecimento da 
pena como prevenção geral e especial. 
 
Regras e princípios 
Os princípios norteadores e garantidores do Direito Penal atuam como 
verdadeiros instrumentos de legitimação e limitação do poder punitivo estatal. 
Cabe salientar que, conforme teoria desenvolvida por Robert Alexy, “as normas 
jurídicas compreendem regras e princípios” (ALEXY, 2002), sendo que os 
princípios atuam como efetiva forma de controle de constitucionalidade das 
“regras penais”. 
 
Princípios limitadores do poder punitivo do Estado 
Quando se parte da premissa de que os princípios constitucionais limitam o 
poder punitivo do Estado, pode-se constatar que eles fazem com que esse 
poder, seja no aspecto da produção legislativa, seja no aspecto da aplicação da 
lei penal, fique impedido de violar os direitos humanos. 
 
Assim sendo, devemos estudar os princípios constitucionais explícitos e 
implícitos que, além do referido caráter limitador, também funcionam como 
uma ferramenta de orientação aos operadores do Direito Penal. 
 
Tais princípios penais limitadores possuem a capacidade de excluir a violação 
aos direitos humanos e possuem aplicação tanto no campo legislativo quanto 
no judiciário. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 22 
Faz-se necessário atentar para o fato de que o Direito Penal não deve ser tido 
como instrumento capaz de resolver todos os conflitos: deve ser pensado como 
última alternativa para ataques ou lesões suficientemente grandes aos bens 
jurídicos. Condutas consideradas adequadas socialmente, por exemplo, mesmo 
que elas se subsumam ao modelo legal, não devem ser consideradas típicas, de 
forma que o tipo penal passe a ter o âmbito de abrangência restrito. 
 
Infelizmente, cada vez mais é possível notar uma crescente edição de leis que 
se preocupam apenas em criminalizar condutas pode nos levar a sérias 
consequências: ou teremos um total descrédito das leis penais ou estaremos 
sujeitos ao total controle por parte do Estado, que será exercido por meio da 
criminalização de condutas de uma maneira seletiva, ou seja, destinada a 
determinadas camadas da sociedade. 
 
Diante do exposto, estudaremos os princípios norteadores e limitadores do 
poder punitivo estatal? 
 
Princípio da intervenção mínima 
Vamos iniciar com o princípio da intervenção mínima. Você sabe o que é? 
 
Trata-se de uma regra de elaboração, aplicação e interpretação do Direito 
Penal, segundo o qual esse deve interferir minimamente nas relações sociais. 
 
A criação ou a aplicação de uma norma penal somente se legitima se houver a 
estrita necessidade para tal, sob pena de uma banalização do ramo do Direito 
em comento. 
 
Trata-se de um princípio implícito que encontra seu fundamento no próprio 
Estado de Direito, uma vez que objetiva a menor ingerência do Estado nas 
relações sociais. 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 23 
O princípio em comento deve ser observado tanto no aspecto da produção 
legislativa (uma vez que não é a criminalização de condutas que inibe sua 
prática e sim uma efetiva ressocialização do preso e sua reinserção na 
sociedade), bem como no aspecto da aplicação e da interpretação da lei penal. 
 
Ou seja: não basta uma simples adequação entre a conduta praticada e a 
norma proibida; é necessário que o Direito Penal seja a última alternativa para 
a solução do problema, assim como o bem jurídico em questão deve estar 
dentre aqueles por ele tutelados, e que tenha ocorrido uma efetiva lesão ou 
ameaça de lesão a esse bem. 
 
Esses requisitos, como veremos, configuram, respectivamente, os princípiosda subsidiariedade, fragmentariedade e lesividade. 
 
Princípios da subsidiariedade e da fragmentariedade 
Luiz Luisi entende os princípios da subsidiariedade e da 
fragmentariedade como características decorrentes do princípio da 
intervenção mínima; aqui os estudaremos como princípios autônomos. No 
entanto, não se pode negar que são corolários ao princípio da intervenção 
mínima (LUIZI, 1991, p. 26). 
 
Princípio da subsidiariedade 
Trabalha com o caráter subsidiário do Direito Penal, ou seja, o Direito Penal é o 
ramo das ciências jurídicas que somente deve atuar quando todos os demais 
ramos não forem capazes de fazê-lo, ou seja, somente deve atuar como ultima 
ratio. Ao tratarmos dessa forma, conquanto existam possibilidades de que as 
questões sejam dirimidas no âmbito do Direito Civil, Administrativo ou 
Trabalhista, por exemplo, o Direito Penal não deve se ocupar delas. 
 
Princípio da fragmentariedade 
Quanto à fragmentariedade, cumpre-nos relevar que entre todos os bens 
jurídicos existentes, o Direito Penal somente elegeu alguns para que sobre eles 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 24 
recaia a sua tutela, por entender que nem todos os bens jurídicos necessitam 
de sua proteção, bastando-lhes, somente, a tutela conferida pelos demais 
ramos do nosso ordenamento jurídico. 
 
Princípio da lesividade 
Você sabe o que é necessário para ocorrer a tipicidade penal? 
 
A tipicidade penal necessita, para sua existência, da tipicidade formal e da 
tipicidade material, ou seja: mais do que a subsunção do fato à norma 
(tipicidade formal), deve-se analisar se a conduta praticada foi efetivamente 
lesiva ao bem jurídico objeto de tutela, ou, ao menos, ofereceu real perigo de 
lesão. Dessa forma podemos observar que o princípio da lesividade é 
estreitamente ligado ao princípio da intervenção mínima. 
 
Tipicidade penal = Tipicidade formal + Tipicidade material 
Entenda-se por lesividade a conduta que, sendo capaz de extrapolar a esfera 
interna do agente, não configure uma autolesão (a qual não pode ser 
incriminada) e nem seja capaz de incriminar o agente apenas por aquilo que ele 
é. Além disso, também não poderá ser tão pequena que não configure uma real 
lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado. 
 
De acordo com Juarez Cirino dos Santos, o princípio da lesividade proíbe a 
cominação, a aplicação e a execução de penas e de medidas de segurança em 
hipóteses de lesões irrelevantes, consumadas ou tentadas, contra bens jurídicos 
protegidos em tipos legais de crime. Em outras palavras, o princípio da 
lesividade tem por objeto o bem jurídico determinante da criminalização, em 
dupla dimensão: do ponto de vista qualitativo, tem por objeto a natureza do 
bem jurídico lesionado; do ponto de vista quantitativo, tem por objeto a 
extensão da lesão do bem jurídico (SANTOS, 2007, p. 25). 
 
Sendo assim, podemos acrescentar que o princípio da lesividade possui quatro 
funções precípuas (BATISTA, 2004, p. 92-94), apresentadas a seguir. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 25 
Proibir a incriminação de: 
Uma atitude interna; 
Uma conduta que não exceda o âmbito do próprio autor; 
Estados ou condições existenciais; 
Condutas que não afetem qualquer bem jurídico. 
 
Vamos em frente ao estudo do princípio da culpabilidade. 
 
Princípio da culpabilidade 
O princípio da culpabilidade antes era atrelado a um conceito moral, ou seja, 
apenas de reprovabilidade da conduta. A noção de culpabilidade evoluiu, de 
modo que, modernamente, entendemos que ela deve ser conceituada como 
juízo de atribuição de responsabilidade jurídica. 
 
Por esse motivo, há uma estreita relação entre o princípio da culpabilidade e o 
da legalidade. 
 
Princípio da culpabilidade 
 
Princípio da legalidade 
 
Sobre esse assunto, inclusive, temos a lição de Juarez Cirino dos Santos: 
 
Por um lado, se a pena pressupõe culpabilidade, e culpabilidade se fundamenta 
no conhecimento (real ou possível) do tipo de injusto, então o princípio da 
culpabilidade pressupõe ou contém o princípio da legalidade, como definição 
escrita, prévia, estrita e certa de crimes e penas; por outro lado, existe uma 
relação de dependência do princípio da culpabilidade em face do princípio da 
legalidade, pois a culpabilidade pressupõe tipo de injusto (princípio da 
legalidade), mas o tipo de injusto não pressupõe culpabilidade: o juízo de 
reprovação, que exprime o princípio da culpabilidade, não existe sem o tipo de 
injusto, definido pelo princípio da legalidade, mas o tipo de injusto como objeto 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 26 
do juízo de reprovação, pode existir sem o juízo de culpabilidade (SANTOS, 
2007, p. 23-24). 
 
O princípio da culpabilidade funciona, na verdade, como importante escudo 
protetor, pois impede que aqueles que não podem ser juridicamente (e 
penalmente) responsabilizados o sejam. Isto é, impede a responsabilização de 
três categorias de pessoas (SANTOS, 2007, p. 24): 
 
Os inimputáveis; 
 
Aqueles que agem em “desconhecimento inevitável da proibição de fato”; 
 
Aqueles de quem não se pode exigir comportamento diverso. 
 
Princípio da proporcionalidade 
Intrinsecamente ligado ao princípio da individualização da pena, acompanhe o 
princípio da proporcionalidade, nas palavras de Alberto Silva Franco (SILVA 
FRANCO, 2000, p. 67): 
 
“(...) exige que se faça um juízo de ponderação sobre a relação existente entre 
o bem que é lesionado ou posto em perigo (gravidade de fato) e o bem de que 
pode alguém ser privado (gravidade da pena). Toda vez que, nessa relação, 
houver um desequilíbrio acentuado, estabelece-se, em consequência, 
inaceitável desproporção. O principio da proporcionalidade rechaça, portanto, o 
estabelecimento de cominações legais (proporcionalidade em abstrato) e a 
imposição de penas (proporcionalidade em concreto) que careçam de relação 
valorativa com o fato cometido considerado em seu significado global. 
 
Tem, em consequência, um duplo destinatário: o poder legislativo (que tem que 
estabelecer penas proporcionadas, em abstrato, à gravidade do delito) e o juiz 
(as penas que os juízes impõem ao autor do delito têm de ser proporcionadas à 
sua concreta gravidade).“ 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 27 
É um princípio constitucional implícito (decorrente da individualização da pena) 
que tem por escopo uma pena proporcional à gravidade da infração, mas que 
também esteja de acordo com a pessoa do autor, de modo que a pena possa 
atingir à sua finalidade retributiva e preventiva. 
 
Trata-se, portanto, de verdadeira medida de razoabilidade, pois preconiza a 
ideia de que se deve ter uma punição condizente com o fato praticado, capaz 
de atender à finalidade retributiva e preventiva da pena. Além disso, tal 
princípio visa proibir a hipertrofia da punição – algo tão comum atualmente. 
 
Princípios da humanidade e da proibição da dupla punição 
O princípio da humanidade e o da proibição da dupla punição caminham 
sempre juntos, de modo que podemos afirmar, inclusive, que o segundo 
decorre do primeiro. São princípios que possuem especial relevo no momento 
da aplicação e execução da pena. 
 
Na nossa Constituição o princípio da humanidade também se encontra 
consagrado. O artigo 5º, XLVII da CRFB/1988 traz expressa vedação às penas 
de morte, de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis. 
 
O princípio da proibição da dupla punição, por sua vez, não se encontra 
expressamente positivado, mas é corolário ao princípio da humanidade, 
conforme veremos a seguir. 
 
Princípio da humanidade 
Configura-se princípio estreitamente ligado à dignidade dapessoa humana, 
sendo certo que, em sua moderna acepção, não é visto somente como um 
princípio, mas sim como um postulado, ou seja, como fundamento do próprio 
Estado Democrático de Direito (Artigo 1º, III da CRFB/1988). 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 28 
O princípio da humanidade impede que o Estado possibilite a aplicação de 
penas cruéis, desumanas ou degradantes, ou seja: impede a cominação 
abstrata dessas penas. 
 
O princípio da humanidade tem especial importância no momento da aplicação 
da pena. Nesse ponto, cabe-nos fazer uma análise de suas finalidades. A pena, 
em sua moderna concepção, possui tríplice finalidade: 
 
Embora fique claro que uma das finalidades da pena é a retribuição do mal 
causado (a prática da infração penal) com outro mal (a imposição de uma 
pena), tal caráter retributivo não pode ter por objetivo infligir sofrimento ao 
condenado e nem desconhecê-lo enquanto pessoa humana. 
 
O princípio da humanidade, portanto, garante a integridade física e moral do 
ser humano, especiamente no momento da execução da pena. 
 
Podemos perceber que tal princípio não se restringe apenas a proibir que o 
nosso ordenamento consagre penas cruéis. Sua função também é impedir que 
aqueles já inseridos no sistema prisional padeçam condições desumanas e 
indignas dentro dos estabelecimentos. 
 
Em função do exposto, portanto, que surge o elo entre o princípio da 
humanidade e o princípio da proibição da dupla punição, conforme veremos a 
seguir. 
 
Princípio da proibição da dupla punição 
O princípio da proibição da dupla punição é facilmente confundido com o 
princípio processual do ne bis in idem, porém, possui função e alcance próprios. 
 
Em verdade, são princípios intimamente vinculados; o primeiro (ne bis in idem) 
“opera antes da punição” (ZAFFARONI et al., 2003, p. 234), impedindo que 
uma pessoa venha a responder duas vezes pelo mesmo fato, enquanto o 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 29 
segundo (proibição da dupla punição) atua também nos casos em que o 
primeiro não foi desrespeitado, vale dizer, impedindo que uma outra penalidade 
seja imposta ao condenado (ainda que essa não tenha cunho penal), apenas 
porque esse veio a ser condenado em um processo penal. 
 
Podemos perceber dois pontos relevantes: o princípio da humanidade não se 
limita a proibir a criação de penas cruéis: impede que o sistema prisional acabe 
por ser cruel, quando da aplicação das penas legalmente previstas, e que essa 
desumanidade secundária (ou seja, proveniente do sistema, no momento da 
execução da pena) não possibilite sofrimento que configure uma dupla punição. 
 
Observemos as palavras de Jescheck: 
“O direito penal (...) deve por em relevo a responsabilidade do delinquente por 
haver violentado o Direito, fazendo com que receba a resposta merecida da 
comunidade (...). Dentro dessas fronteiras, impostas pela natureza de sua 
missão, todas as relações humanas disciplinadas pelo direito penal devem estar 
presididas pelo principio da humanidade” (JESCHECK apud LUISI, 1991, p. 35). 
 
Atividade proposta 
Vamos fazer uma atividade relacionada aos temas estudados nesta aula! Leia o 
caso concreto e compare, fundamentadamente, a decisão a ser adotada para 
fins de Controle Social Penal face à identificação de um Sistema Penal de 
Intervenção Mínima. 
 
No dia 05 de abril de 2008, por volta das 18:00 h, na av. República Argentina, 
nº 000, bairro Centro, na cidade de Blumenau, Belízia, locatária do 
apartamento de Ana Maria, deixou o imóvel e levou consigo algumas tomadas 
de luz, dois lustres e duas grades de ferro, bens de que detinha a posse e 
detenção em razão de contrato de locação. Ana Maria dirigiu-se ao imóvel, tão 
logo tomou ciência de que Belízia havia o abandonado sem efetuar o 
pagamento do último aluguel, bem como constatou a apropriação dos objetos 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 30 
acima descritos, que guarneciam parte do imóvel conforme descriminado no 
contrato de locação. 
 
Dos fatos narrados, Belízia, restou denunciada pelo delito de apropriação 
indébita, previsto no art.168 do Código Penal, tendo a sentença rejeitado a 
denúncia sob o fundamento de que sua conduta configurava mero ilícito civil, 
não havendo falar em responsabilização penal. 
 
Chave de resposta: A questão versa sobre a incidência do princípio da 
intervenção mínima, segundo o qual o Direito Penal somente pode ser utilizado 
como forma de controle social se realmente necessário e eficaz face aos demais 
ramos do Direito. 
 
A questão versa sobre a incidência do princípio da intervenção mínima, segundo 
o qual o Direito Penal somente pode ser utilizado como forma de controle social 
se realmente necessário e eficaz face aos demais ramos do Direito. 
 
Como bem assevera Cezar Roberto Bitencourt, o princípio da intervenção 
mínima “orienta e limita o poder incriminador do Estado, preconizando que a 
criminalização de uma conduta só se legitima se constituir meio necessário para 
a proteção de determinado bem jurídico”. 
 
Cabe transcrever decisão proferida, em sede de apelação criminal, pela Sexta 
Câmara do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul: 
 
EMENTA: FRAUDE CIVIL. ILÍCITO QUE HÁ DE SER 
RESOLVIDO NA ESFERA CIVEL E NÃO CRIMINAL. 
INTERVENÇÃO MÍNIMA DO DIREITO PENAL. 1. O 
Direito Penal não pode ser utilizado como mecanismo de 
resolução de ilícito civil, quer dizer, no caso em tela, 
para cobrança. O Estado intervém para fazer valer o ius 
puniendi nas hipóteses em que o sancionamento 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 31 
administrativo e civil não forem suficientes para o 
reestabelecimento da paz jurídica. 2. No caso em tela, a 
relação jurídica é de locação, sendo que o fato da 
locatária levar consigo bens móveis pertences ao imóvel 
locado não ultrapassa a esfera do ilícito civil. 4. Rejeição 
da denúncia mantida. PRELIMINAR REJEITADA. APELO 
DESPROVIDO. (Apelação Crime nº 70027157007, Sexta 
Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: 
Nereu José Giacomolli, Julgado em 20/11/2008) 
 
 
Material complementar 
 
Para saber mais sobre o princípio da proporcionalidade, acesse o 
artigo La racionalidad de la proporcionalidad en sistemas 
orientados a la prevención especial, disponível em nossa 
biblioteca virtual. 
Para saber mais sobre o princípio da humanidade e a criminalidade, 
leia o artigo Direitos humanos e criminalidade, disponível em 
nossa biblioteca virtual. 
 
 
Referências 
ALEXY, Robert. Teoria de los derechos fundamentales. Madrid: Centro de 
Estudios Políticos y Constitucionales, 2002. 
BATISTA, Nilo. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 12ª ed. Rio 
de Janeiro: Revan, 2011. 
BECCARIA, Cesare. Dos delitos e das penas. Trad. Paula M. Oliveira. 14ª ed. 
Rio de Janeiro: Ediouro, 2001. 
LUIZI, Luis. Os princípios constitucionais penais. Porto Alegre: Sergio 
Antonio Fabris Editor, 1991. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 32 
PASCHOAL, Janaína Conceição. Constituição, criminalização e direito 
penal mínimo. São Paulo: RT, 2003. 
SANTOS, Juarez Cirino dos. Direito penal parte geral. 2ª ed. Curitiba: ICPC; 
Lumen juris, 2007. 
SILVA FRANCO, Alberto. Crimes hediondos. 7ª ed. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2011. 
ZAFFARONI et al. Direito penal brasileiro. 4ª ed. Rio de Janeiro: Revan, 
2011. 
 
Exercícios de fixação 
Questão 1 
Hugo tem 19 anos de idade, porém nunca se interessou por trabalhar. Sua 
atividade diária, pela manhã, se resume a ir à praia, praticar surf e beber 
cerveja. À tarde, tem o hábito de frequentar loterias para acompanhar as 
corridas de cavalo do Jóquei Clube Brasileiro.No período da noite, dorme na 
casa de uma tia distante que, por caridade, cedeu-lhe um cômodo para 
pernoitar. A situação se repete dia após dia, até que certa vez, Hugo é 
indagado por policiais na praia sobre qual seria sua atividade profissional e 
ocupação. Hugo se resume a relatar as atividades acima descritas. Diante do 
exposto, é correto afirmar que: 
a) Hugo praticou o crime de vadiagem previsto no Decreto Lei nº 
3.688/1941. 
b) Hugo não deve ser punido, por força do Princípio da Adequação Social. 
c) A conduta de Hugo não é prevista em lei com infração penal. 
d) A ação penal será pública condicionada à representação. 
e) Hugo não deve ser punido por força do princípio da proporcionalidade 
das penas. 
 
Questão 2 
No tocante aos princípios constitucionais penais, assinale a opção correta. 
a) No que se refere à aplicação do princípio da insignificância, o STF tem 
afastado a tipicidade material dos fatos em que a lesão jurídica seja 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 33 
inexpressiva, sem levar em consideração os antecedentes penais do 
agente. 
b) O direito penal constitui um sistema exaustivo de proteção de todos os 
bens jurídicos do indivíduo, de modo a tipificar o conjunto das condutas 
que outros ramos do direito consideram antijurídicas. 
c) Uma das vertentes do princípio da proporcionalidade é a proibição de 
proteção deficiente, por meio da qual se busca impedir um direito 
fundamental de ser deficientemente protegido, seja mediante a 
eliminação de figuras típicas, seja pela cominação de penas inferiores à 
importância exigida pelo bem que se quer proteger. 
d) Segundo entendimento consolidado do STF, a imposição de regime 
disciplinar diferenciado ao executando ofende o princípio da 
individualização da pena, visto que extrapola o regime de cumprimento 
da reprimenda imposta na sentença condenatória. 
 
Questão 3 
(Juiz Leigo – TJPB – 2013) A respeito dos princípios do direito penal e da 
aplicação da lei penal no espaço e no tempo, assinale a opção correta. 
a) É permitida a criação de tipos penais por meio de medida provisória. 
b) A lei penal, depois de revogada, não pode continuar a regular fatos 
ocorridos durante a sua vigência ou retroagir para alcançar os que 
tenham ocorrido anteriormente à sua entrada em vigor. 
c) No Código Penal (CP), é adotada a teoria da ubiquidade, segundo a qual 
tanto o momento da ação quanto o do resultado são relevantes para a 
definição do momento do crime. 
d) Em se tratando de crime continuado ou de crime permanente, será 
aplicada a lei penal mais benéfica, caso surja lei penal mais grave antes 
da cessação da continuidade ou permanência da conduta criminosa. 
e) O princípio da reserva legal impõe a existência de lei anterior ao fato 
cometido pelo agente, com definição precisa no preceito primário 
incriminador, vedada a criação de tipos vagos ou imprecisos. 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 34 
Questão 4 
No Brasil, nunca se legislou tanto em matéria criminal quando no período 
posterior à Constituição Federal de 1988. Há um verdadeiro agigantamento de 
criminalização primária, que – para aqueles que querem ver – revela a 
fragilidade e a ineficácia das instâncias formais de criminalização secundária 
(polícia, Ministério Público, Judiciário, sistema penal, etc.). Para isso, faz-se 
tábua rasa de conquistas históricas orientadas à limitação do poder punitivo, 
volatizando-se a ideia de bem jurídico penal e convertendo-se a resposta 
criminal na prima ratio para a solução dos problemas sociais. Meio ambiente, 
relações de consumo, trânsito, condições etárias e de gênero (idoso e violência 
doméstica), relações tributárias e etc. são exaustivamente usados como objeto 
de tutela penal, sempre recrudescida, em um movimento de expansão que 
parece não encontrar fim. (...) Dos diversos efeitos nocivos provocados pelo 
excesso de leis penais, o mais prejudicial, talvez, seja o comprometimento da 
harmonia sistemática do ordenamento jurídico. A intervenção mínima, no seu 
duplo aspecto de fragmentariedade e subsidiariedade, constitui, 
indiscutivelmente, pressuposto da coerência lógica do sistema de normas 
penais (IBCCRIM, 2012, p. 76-77). 
O eixo teórico desse argumento fundamenta-se no princípio da: 
a) Responsabilidade penal subjetiva 
b) Antijuridicidade 
c) Culpabilidade 
d) Proporcionalidade 
e) Individualização 
 
Questão 5 
No que diz respeito aos princípios aplicáveis ao direito penal, assinale a opção 
correta. 
a) Para que ocorra o reconhecimento do princípio da insignificância, tem de 
haver conduta típica, ou seja, ofensa grave a bens jurídicos tutelados, 
sendo suficientes lesões irrelevantes aos bens ou interesses protegidos. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 35 
b) O princípio da legalidade, ou princípio da reserva legal, não se estende 
às consequências jurídicas da infração penal, em especial aos efeitos da 
condenação, nem abarca as medidas de segurança. 
c) O princípio da adequação social do fato não se confunde com a teoria do 
risco permitido ainda que tenham como pressuposto fundamental a 
existência de uma lesão ao bem jurídico que não chega a constituir um 
desvalor do resultado, o qual é obtido por uma interpretação teleológica 
restritiva dos tipos penais, na adequação social; e, no risco permitido, 
ocorre pelo desvalor da ação que repercute no desvalor do resultado. 
d) O princípio do ne bis in idem, ou non bis in idem, traduz a proibição de 
punir ou processar alguém duas ou mais vezes pelo mesmo fato e 
concretiza-se pela valoração integral da conduta delituosa perpetrada 
pelo agente, incidindo apenas nos casos de concurso de delitos. 
e) De acordo com o princípio da fragmentariedade, a lei penal só deverá 
intervir quando for absolutamente necessária à sobrevivência da 
comunidade, como ultima ratio. 
 
Questão 6 
Acerca dos princípios limitadores do Direito Penal, assinale a alternativa correta. 
a) O princípio da humanidade tem como fundamento a dignidade da pessoa 
humana, postulado constitucional. 
b) O princípio da humanidade atua somente na cominação em abstrato das 
penas. 
c) O principio da proibição da dupla incriminação é sinônimo do princípio do 
ne bis in idem. 
d) O principio da proibição da dupla incriminação visa impedir que uma 
pessoa responda duas vezes por um mesmo ato. 
e) O princípio da ultima ratio estabelece que não há crime sem 
culpabilidade. 
 
Questão 7 
Acerca dos princípios limitadores do Direito Penal, assinale a alternativa correta. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 36 
a) O princípio da intervenção mínima preconiza que o direito penal somente 
tutela alguns bens jurídicos, não todos. 
b) O princípio da fragmentariedade disciplina que o direito penal deve ser 
utilizado somente quando nenhum outro ramo do direito for capaz de 
solucionar a questão. 
c) O princípio da lesividade nos ensina que para que tenhamos um fato 
típico, não basta a caracterização da tipicidade formal, 
independentemente da ocorrência da tipicidade material (que é a efetiva 
lesão ou ameaça de lesão ao bem jurídico tutelado). 
d) De acordo com o princípio da lesividade, não é possível criminalizar a 
cogitação e os atos preparatórios à prática de uma infração penal. 
e) O princípio da ultima ratio estabelece que a elaboração de normas 
incriminadoras é função exclusiva da lei. 
 
Questão 8 
(38 º Exame OAB/CESPE – UNB 2009.1) Acerca do significado dos princípios 
limitadores do poder punitivo estatal, assinale a opção correta. 
a) Segundo o princípio da culpabilidade, o direito penal deve limitar-se a 
punir as ações mais graves praticadas contra os bens jurídicos mais 
importantes,ocupando-se somente de uma parte dos bens protegidos 
pela ordem jurídica. 
b) De acordo com o princípio da fragmentariedade, o poder punitivo estatal 
não pode aplicar sanções que atinjam a dignidade da pessoa humana ou 
que lesionem a constituição físico-psíquica dos condenados por sentença 
transitada em julgado. 
c) Segundo o princípio da ofensividade, no direito penal somente se 
consideram típicas as condutas que tenham certa relevância social, pois 
as consideradas socialmente adequadas não podem constituir delitos e, 
por isso, não se revestem de tipicidade. 
d) O princípio da intervenção mínima, que estabelece a atuação do direito 
penal como ultima ratio, orienta e limita o poder incriminador do Estado, 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 37 
preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se 
constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. 
e) De acordo com o princípio da fragmentariedade, a atuação do direito 
penal como ultima ratio orienta e limita o poder incriminador do Estado, 
preconizando que a criminalização de uma conduta só se legitima se 
constituir meio necessário para a proteção de determinado bem jurídico. 
 
Questão 9 
(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPDFT – 2013) Examine os seguintes itens e 
indique o CORRETO: 
a) O princípio da culpabilidade limita-se à impossibilidade de declaração de 
culpa sem o trânsito em julgado de sentença penal condenatória. 
b) O princípio da legalidade impede a aplicação de lei penal ao fato ocorrido 
antes do início de sua vigência. 
c) Integram o núcleo do princípio da estrita legalidade os seguintes 
postulados: reserva legal, proibição de aplicação de pena em hipótese de 
lesões irrelevantes e proibição de analogia in malam partem. 
d) A aplicação de pena aos inimputáveis, dada a sua incapacidade de 
sensibilização pela norma penal, viola o princípio da culpabilidade. 
e) Os princípios da insignificância penal e da adequação social se 
identificam, ambos são caracterizados pela ausência de preenchimento 
formal do tipo penal. 
 
Questão 10 
Os princípios constitucionais servem de orientação para a produção legislativa 
ordinária, atuando como garantias diretas e imediatas aos cidadãos e 
funcionando como critério de interpretação e integração do texto constitucional. 
Podemos destacar como princípios constitucionais explícitos os seguintes: 
a) Legalidade, anterioridade, taxatividade e humanidade. 
b) Anterioridade, proporcionalidade, individualização da pena e 
humanidade. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 38 
c) Retroatividade da lei penal benéfica, individualização da pena, 
humanidade e proporcionalidade. 
d) Responsabilidade pessoal, legalidade, anterioridade e individualização da 
pena. 
 
Princípios: “São normas jurídicas de otimização das possibilidades de 
realização jurídica dos mandatos, das proibições e das permissões na vida real 
“(ALEXY apud SANTOS, p. 19). 
 
Regras: “As regras são as normas de conduta realizadas ou não realizadas 
pelos seres humanos” (ALEXY apud SANTOS, p. 19). 
 
Aula 2 
Exercícios de fixação 
Questão 1 - B 
Justificativa: Condutas consideradas adequadas socialmente, por exemplo, 
mesmo que elas se subsumam ao modelo legal, não devem ser consideradas 
típicas, de forma que o tipo penal passe a ter o âmbito de abrangência restrito. 
 
Questão 2 - C 
Justificativa: O referido princípio é verdadeira medida de razoabilidade, pois 
preconiza a ideia de que se deve ter uma punição condizente com o fato 
praticado, capaz de atender à finalidade retributiva e preventiva da pena. 
 
Questão 3 - E 
Justificativa: Art. 1º do Código Penal estabelece que não há crime sem lei 
anterior que o defina. Dessa forma, faz-se necessária a existência de uma lei 
prévia à pratica do crime. 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 39 
Questão 4 - D 
Justificativa: Pela visão clássica, a ideia central do princípio da 
proporcionalidade baseia-se na limitação aos abusos (excessos) cometidos pelo 
Estado frente aos particulares. 
 
Questão 5 - E 
Justificativa: O Direito Penal não deve ser tido como um instrumento capaz de 
resolver todos os conflitos, mas como recurso que só pode ser utilizado como 
última alternativa. 
 
Questão 6 - A 
Justificativa: Configura-se princípio estreitamente ligado à dignidade da pessoa 
humana, sendo certo que, em sua moderna acepção, a dignidade da pessoa 
humana não é vista somente como um princípio, mas como um postulado, ou 
seja, como fundamento do próprio Estado Democrático de Direito (art. 1º, III, 
da CRFB/1988). 
 
Questão 7 - D 
Justificativa: Uma das funções do princípio da lesividade é justamente proibir a 
incriminação de atitudes internas, sendo que a cogitação e os atos 
preparatórios encontram-se na fase interna da ação. 
 
Questão 8 - D 
Justificativa: A criação ou a aplicação de uma norma penal somente se legitima 
se houver a estrita necessidade para tal, sob pena de uma banalização do ramo 
do Direito em comento. 
 
Questão 9 - D 
Justificativa: A culpabilidade, sob a ótica do conceito analítico de crime, tem 
como um de seus elementos a imputabilidade. 
 
Questão 10 - D 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 40 
Justificativa: São princípios que encontram-se descritos como garantias 
individuais e, portanto, cláusulas pétreas, nos artigos a seguir citados: art. 5º, 
XLV (responsabilidade pessoal), art. 5º, II (legalidade), art. 5º, XXXIX 
(anterioridade) e art. 5º, XLVI (individualização das penas). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 41 
 
Introdução 
Nossa terceira aula traz o estudo da necessidade de adoção de uma visão 
integrada das Ciências Penais, posto que o Direito Penal deve ser aplicado com 
observância dos princípios norteadores do Estado Democrático de Direito. 
Dessa forma, haverá o estudo das fontes do Direito Penal, da subsunção da 
criminalização de condutas ao princípio da legalidade e sua legitimação do 
Direito Penal do Risco, e a necessidade da formulação das denominadas 
normas penais do mandato em branco, face ao Estado Democrático de Direito. 
 
Objetivo: 
1. Definir significado e dimensões de garantia do princípio da legalidade; 
2. Reconhecer a necessidade de criação de normas penais do mandato em 
branco. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 42 
Conteúdo 
Contextualização 
Você sabia que não se pode confundir Ciência Penal com Lei Penal? 
A Lei Penal é objeto de interpretação do Direito Penal. Significa dizer que o 
Direito Penal, visto como ciência ou saber, originalmente possui limites positivos 
e/ou negativos da Constituição. A função normativa da Constituição visa, na 
seara do Direito Penal, limitar o exercício do controle social penal (poder 
punitivo do Estado) e, portanto, o que se torna fragmentário não é o direito 
penal, mas, sim, o exercício do poder punitivo. 
 
Considerando essas observações, avance a tela para uma análise das fontes do 
Direito Penal e do significado e dimensões de garantia do princípio da 
legalidade para fins de legitimação do sistema penal. 
 
Fontes do Direito Penal 
As fontes do Direito Penal dividem-se em: 
 
Fontes de produção 
 
Afeta à União (Artigo 22, I, da CRFB/88). 
 
Fontes de produção 
 
Refere-se à exteriorização do direito penal e sua adequação à afirmação de que 
a ciência penal não se confunde com o seu objeto – Lei Penal. 
 
Legislação penal 
 
• Fontes de conhecimento. 
• Fontes de produção.CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 43 
Ciência penal 
 
• Fontes de conhecimento. 
• Fontes de informação. 
 
Eugenio Raul Zaffaroni destaca que, em relação ao Direito Penal (Ciência 
Penal), suas fontes de conhecimento são: 
 
Os dados que este deverá “levar em conta para elaborar suas construções” (ou 
seja, tratados, leis penais e outras disciplinas, etc.). 
 
Por outro lado, afirmam, ainda, Eugenio Raul Zaffaroni e Nilo Batista, que as 
fontes de informação: 
 
São aquelas que nos permitem conhecer o estado do saber jurídico-penal em 
algum momento de sua história. Por seu intermédio, chega-se ao Direito Penal 
contemporâneo ou passado. Elas constituem a bibliografia penal, também 
chamada de literatura penal. (op. cit. p. 191). 
 
Avance a tela e entenda o Princípio da Legalidade. 
 
O Princípio da Legalidade e o Estado Democrático de Direito 
Você sabe o que é o Princípio da Legalidade? 
O Princípio da Legalidade, também conhecido como “Princípio da Reserva 
Legal”, é traduzido pelo brocardo jurídico nullum crimen nulla poena sine lege. 
Trata-se de uma indispensável garantia do indivíduo em face do poder punitivo 
do Estado. 
 
Garantia do indivíduo 
 
Princípio da Legalidade 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 44 
Poder punitivo do Estado 
O Princípio da Legalidade, por se apresentar como limite ao poder punitivo do 
Estado face ao cidadão, contempla dois significados: político criminal e técnico. 
(BUSATO; HUAPAYA, 2007). 
 
Político criminal 
O fundamento é a própria divisão de poderes, pois estabelece o predomínio do 
Poder Legislativo como “órgão que representa a vontade geral frente a outros 
poderes do Estado”. 
 
Técnico 
“Expressa a forma como devem os legisladores formular as normas penais.” 
(BUSATO. Op. cit. p. 153). 
 
Para que possamos identificar o alcance e significado do Princípio da 
Legalidade, necessário avaliarmos seus requisitos e respectivas garantias. 
Avance a tela e conheça os requisitos. 
 
Requisitos do Princípio da Legalidade 
Lex scripta 
Representado pelo brocardo nullum crimen nulla poena sine lege scripta, 
proíbe-se a criação de crimes e penas baseada em costumes. 
Vale salientar, entretanto, que o uso do costume pode ser admitido, desde que 
em benefício do réu. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 45 
 
Atenção 
 Devemos nos lembrar que a única fonte de produção (ou fonte 
material) das leis penais é a União (Artigo 22, I, da CRFB/88), 
por meio do Congresso Nacional. Além disso, nosso direito é 
positivo (e não consuetudinário), de modo que somente a lei, em 
sentido formal, pode criar crimes e cominar penas. 
 
Embora esses aspectos do princípio da legalidade que 
estudamos refiram-se mais especificamente à legalidade 
material, devemos lembrar que também é necessário o respeito 
à legalidade formal, ou seja, o respeito às formas e 
procedimentos previstos para a edição de leis em nosso país. 
 
Lex praevia 
Representado pelo brocardo nullum crimen nulla poena sine lege praevia, esse 
requisito proíbe a retroatividade da lei para alcançar fatos anteriores à sua 
vigência, salvo em benefício do réu (Artigo 5º, XL, da CRFB/88). 
 
Com efeito, essa é a face clássica do princípio da legalidade, já que pela sua 
própria evolução histórica objetivava-se, exatamente, uma reação contra as leis 
ex post facto, ou seja, leis posteriores ao fato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 46 
 
Atenção 
 Não podemos esquecer que, em caráter excepcional, com vistas 
ao respeito às leis penais que têm como fundamento situações 
excepcionais, teremos o afastamento da retroatividade da lei 
penal mais benéfica e, ao contrário, a possibilidade de 
ultratividade, ainda que prejudicial, consoante norma específica 
da legislação penal como ocorre, por exemplo, com os delitos 
eleitorais. 
Lex certa 
Requisito destinado ao legislador e que estabelece a proibição da utilização de 
conceitos vagos e indeterminados, ou seja, que não podem ser juridicamente 
definidos. 
 
Sobre esse requisito há de se tomar cuidado em relação à utilização, pelo 
legislador, de elementos normativos do tipo penal, os quais permitem ao 
intérprete da lei, no exercício da atividade jurisdicional, valorar de forma 
extrajurídica conceitos previstos no tipo penal. 
 
Lex stricta 
Configura-se como aspecto proibitivo do uso da analogia, como instrumento de 
autointegração legislativa, em prejuízo do réu e se apresenta como requisito 
destinado ao juiz. 
 
Vale lembrar que, assim como o uso dos costumes de forma favorável ao réu, é 
permitido o uso da analogia in bonam partem também está autorizada. 
 
Na sequência conheça as garantias do princípio da legalidade. 
 
Garantias do Princípio da Legalidade 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 47 
Dos requisitos anteriormente estudados, podemos concluir pela existência não 
só dos requisitos afetos à norma jurídico-penal, mas também pela 
determinação de garantias individuais, tais como (BUSATO, op. cit., p. 158): 
 
Criminal 
Prevista no Artigo 5, XXXIX, CRFB/88 e no Artigo 1º, do Código Penal; 
corresponde ao requisito nullum crimen sine lege. 
 
Penal 
Prevista no Artigo 5, XXXIX, CRFB/88 e no Artigo 1º, do Código Penal; 
corresponde ao requisito nullum crimen sine lege. 
Jurisdicional 
Prevista no Artigo 5, LIV, CRFB/88, decorre do princípio segundo o qual a 
ninguém pode ser aplicada uma sanção penal senão em virtude de uma 
sentença proferida por juiz ou tribunal competente e, em consonância, com o 
devido processo penal. 
 
Execucional 
Prevista no Artigo 2º da Lei nº 7.210/1984, estende a garantia individual 
jurisdicional à execução da pena, de modo a estabelecer que ela seja cumprida 
em consonância com as normas estabelecidas. 
 
Princípios da validade e da necessidade da pena 
Por fim, é necessário reconhecermos que ao princípio da legalidade, no que 
concerne à imposição de sanção penal, devem ser acrescidos os princípios da 
validade e da necessidade da pena. 
 
Princípio da validade da pena 
Impõe a cominação de penas de acordo com a espécie de infração penal. 
Penas  espécie de infração penal 
 
Princípio da necessidade da pena 
 
 CIÊNCIAS CRIMINAIS INTEGRADAS 48 
Estabelece que a sanção deve atender à finalidade que pretende. 
Sanção  finalidade 
 
Em síntese, “em se conjugando os três princípios, a consequência lógica é 
remeter ao poder discricionário do juiz a consulta, não só ao aspecto da 
legalidade, bem como ao da necessidade. (STJ, REsp n. 141566/GO; Sexta 
Turma; Rel. Min. Luiz Vicente Cernicchiaro; julgado em 05/05/1998)”. Avance a 
tela para estudarmos a necessidade de criação de normas penais do 
mandato em branco. 
 
Direito Penal do Risco 
A partir do reconhecimento de que a vida moderna em uma sociedade 
globalizada, de massa, é marcada pelo risco, entendido esse como 
consequência do processo de modernização e de difícil ou quase impossível 
qualificação/quantificação, na maioria das vezes, faz-se necessária a adoção de 
técnicas de elaboração normativa que atendam à denominada “Sociedade de 
Risco” de Ulrich Beck e consequente expansão do Direito Penal. 
 
Técnicas de elaboração normativa  sociedade de risco  expansão do direito 
penal  Contemplada, dentre outras características, a expansão da tutela de 
bens jurídico-penais individuais e transindividuais. Torna necessária a 
flexibilização dos requisitos do princípio da legalidade, mormente sua 
taxatividade – lex certa. 
 
Normas penais do mandato em branco 
O que são normas penais em branco?

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