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Aula_2_Português_Concurso_HU_Interpretação_Texto_Prof Rômulo Passos

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Prévia do material em texto

1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
1 
Meus amigos, temos uma proposta em relação ao acompanhamento de 
vocês para os concursos do HUB, HU-UFTM e HU–UFMA. 
 
Trata-se do curso de questões comentadas abordando o tema do edital 
“Legislação Aplicada à EBSERH”. 
 
O curso é composto por 100 Questões Comentadas de Legislação 
Aplicada à EBSERH. Elaborei esse curso juntamente com a minha esposa, 
Olívia Brasileiro, que é Advogada e Bacharel em Letras. 
 
Comentamos todas as 30 questões dos últimos concursos da EBSERH e 
mais 70 questões elaboradas por nós. O curso está excelente. Aborda a 
legislação da EBSERH na íntegra. 
 
É um material individual e, portanto, disponibilizado a valores 
acessíveis. 
 
Agora, entra a CORRENTE, o CONCEITO DE EQUIPE. Caso tenhamos uma 
adesão mínima (100 participantes), estaremos disponibilizando gratuitamente 
aos colegas que investiram no curso aulas complementares sobre Legislação 
do SUS, bem como a resolução comentada e esquematizada das provas de 
Língua Portuguesa da IBFC e algumas da IADES. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
2 
Portanto, o curso engloba: 
 
Parte 01: 
1. 100 Questões Comentadas de Legislação Aplicada à EBSERH 
Disponibilizadas via e-mail imediatamente após confirmação 
do pagamento 
 
Parte 02: Caso se verifique a adesão mínima de 100 pessoas, 
disponibilizaremos gratuitamente: 
 
1. Aulas do SUS: 
a. Determinantes Sociais da Saúde - aproximadamente 18 
questões comentadas. 
b. Sistemas de Informações em Saúde - 22 questões 
comentadas. 
2. - Aulas de Português: Provas comentadas da IBFC e algumas do 
IADES. 
 
Valor do investimento: 
Por tudo isso que foi estipulado o valor será de R$ 35,00. 
 
Então, as aulas da parte nº 2 serão disponibilizadas via e-mail, após 
alcançarmos um número mínimo de adesão de 100 pessoas. Essas 
aulas, que a princípio fariam parte de outro curso, serão disponibilizadas 
gratuitamente como um voto de confiança e colaboração existente entre a 
nossa página e todos vocês. 
 
Atenção! Já temos 40 participantes no curso. Só faltam 60 pessoas 
adquirirem o curso, para liberarmos a segunda parte (gratuita). 
 
Lembramos que já disponibilizamos GRATUITAMENTE o seguinte EBOOK: 
Evolução Histórica da Saúde no Brasil e a Construção do SUS - 49 
Questões Comentadas. 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
3 
Acessem aqui o e-book: http://goo.gl/gxT3uM. Caso não consigam 
baixar o livro no link anterior, tentem nesse: http://goo.gl/lT59sO. 
 
Para CONCLUIR o estudo de Legislação do SUS, basta adquirir o Livro do 
professor Rômulo Passos: Legislação do SUS - 451 Questões Comentadas. 
Nessa obra, temos os seguintes assuntos cobrados nos editais dos 
concursos do HUB, HU-UFTM e HU-UFMA: 
- Controle social no SUS. 
- Resolução nº 453/2012, do Conselho Nacional de Saúde. 
- Constituição Federal, artigos de 194 a 200. 
- Lei Orgânica da Saúde - Lei nº 8.080/1990. 
- Lei nº 8.142/1990. 
- Decreto Presidencial nº 7.508/11. 
 
Portanto, caso tenhamos 100 participantes em nosso curso sobre 
Legislação Aplicada à EBSERH, vamos comentar mais de uma centena de 
questões da IBFC e da IADES, bancas organizadoras dos concursos do HUB, 
HU-UFMA e HU-UFTM. Será possível entender a fundo como essas bancas 
abordam esta disciplina. Adianto elas são previsíveis em suas provas de 
Português. Portanto, a resolução comentada do maior número de questões 
possível ganha ainda mais importância. 
 
Quanto à distribuição dos conteúdos, as provas exploram maciçamente a 
questão gramatical. Vão desde acentuação gráfica até análise sintática. Se você 
está iniciando o estudo desta matéria agora, ou possui muita dificuldade na 
assimilação dos conteúdos, sugiro que reserve ainda mais importância ao 
estudo por exercícios resolvidos. 
 
Vamos ao que interessa... 
Rômulo Passos 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
4 
 
Aula nº. 02: 
Interpretação de Textos 
 
 
 
 
 
 
 
 Meus amigos, tudo bem com vocês? Espero que sim e também que 
tenham gostado da primeira aula de Português, que abordou os conceitos 
teóricos relativos à interpretação de textos. Hoje, vamos por em prática o que 
foi estudado. 
 
 Para aqueles que não tiveram acesso à aula introdutória, acessem-na no 
link: https://docs.google.com/file/d/0B0O1u4JYTEhcYW54RkpaeUxTeHM/edit?pli=1. 
 
 Façam a leitura prévia das questões antes mesmo de lerem o texto. 
Entendidas as assertivas, iniciem a leitura calma e pausada do texto, não se 
esquecendo de respeitar os sinais de pontuação. No decorrer da leitura, 
marquem e grifem as passagens relacionadas às questões propostas pela 
banca. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resolução 
comentada das 
questões 
relacionadas à 
banca IBFC 
 
https://docs.google.com/file/d/0B0O1u4JYTEhcYW54RkpaeUxTeHM/edit?pli=1
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
5 
 Em resumo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
6 
Questão n.º 01 
Considere as afirmações abaixo: 
 
I. A charge exalta a aprovação do 
governo Lula, mostrando o 
aumento do poder aquisitivo 
da classe trabalhadora, que 
passou a consumir mais. 
II. Há uso de discurso direto na 
charge. 
 É verdadeiro o que se afirma em: 
 a) somente I 
 b) somente II 
 c) I e II 
 d) nenhuma 
 
 
Comentários: 
 
Primeiramente, devemos entender o que pede a questão, não é mesmo? 
Lembram dos nossos passos para uma boa interpretação? Só então voltemos 
ao texto. 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
7 
Vamos lá! 
 
Percebam que a banca utilizou-se de uma charge para transmitir uma 
determinada ideia. O que podemos inferir deste texto não verbal? 
 
Ocorre a utilização de uma ironia para transmitir a mensagem de que a 
recuperação da popularidade do Presidente Lula não seria algo positivo. 
Vejam: 
 
“É sempre assim! Qualquer droga que acontece, botam a culpa na gente!” 
 
Qualquer “droga” relatada pelo personagem refere-se à recuperação da 
taxa de aprovação do Presidente. 
 
Poderíamos ainda extrair mais uma interpretação da imagem 
apresentada. A charge, ao trazer duas senhoras, de lenços na cabeça, sacolas 
e carrinho de compras em punho, em frente a uma loja de eletrônicos usados, 
representa o citado aumento do poder aquisitivo das classes mais baixas da 
população, o que teria gerado a criticada melhora da aprovação presidencial. 
 
O item (I) afirma que a charge exaltaria a aprovação do governo em 
virtude do aumento do poder aquisitivo da classe trabalhadora. Meus amigos, 
o candidato desatento marcaria essa alternativa como correta sem pestanejar, 
ainda mais se fosse um entusiasta do presidente Lula. Deixaria de analisar 
fielmente o texto e permitiria que seus conceitos já estabelecidos 
interferissem negativamente na compreensão. 
 
 O que podemos interpretar da charge é o oposto do que traz a 
afirmativa. Não ocorre a exaltação do governo, pelo contrário. Voltem à 
gravura e percebam o diálogo entre as duas senhoras: “qualquer droga que 
acontece“. 
 
Nos textos não verbais tudo deve ser considerado. Duas senhoras em 
frente a uma loja de eletrônicos usados! Será mesmo que o autor considera 
que o aumento do consumo representou real melhoria das condições de vida 
da população? Creio que não. Portanto, o item (I) está INCORRETO, uma vez 
que não se observa no texto a exaltação à aprovação da popularidade do 
Presidente.1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
8 
Item (II): 
Há uso de discurso direto na charge. 
 
Aproveitemos este item para falar dos tipos de discurso que podem ser 
observados em um texto. Podemos ter o discurso direto, o indireto e o 
indireto-livre. 
 
1. Discurso Direto: 
 
Os personagens participam do diálogo. O narrador cede espaço aos 
personagens e dão-lhes voz ativa. Neste tipo de discurso, verifica-se o uso de 
determinados sinais de pontuação (travessões, dois pontos, aspas ou 
exclamações). Ocorre também a transcrição literal das falas. Isto se torna 
muito evidente, quando nos deparamos com expressões próprias da 
linguagem coloquial como as gírias ou os regionalismos. 
 
Os tempos verbais característicos são: presente do indicativo, pretérito 
perfeito, futuro do presente e imperativo, todos empregados na primeira 
pessoa do discurso. 
 
Exemplo do emprego do Discurso Direto: 
 
- Há três anos que não te vejo Jacinto... Como tem sido possível, neste País que é 
um aldeola, e que tu atravancas?” 
Queirós, Eça de. A cidade e as serras. São Paulo: Hedra, 2006 
 
Quanto aos tempos verbais, verifica-se a utilização da primeira pessoa 
presente do indicativo, “que não te vejo”. 
 
2. Discurso Indireto: 
 
Os personagens não têm suas falas diretamente expostas no texto. Não 
possuem voz ativa. Neste caso é o próprio narrador, com suas próprias 
palavras, quem se encarregará de interpretar e transcrever as falas dos 
personagens na construção da narrativa. 
 
Os tempos verbais característicos são: pretérito perfeito, imperfeito e 
mais que perfeito do indicativo, futuro de pretérito e pretérito imperfeito do 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
9 
subjuntivo, empregados na terceira pessoa do discurso. Vejamos a seguinte 
passagem: 
 
“Elisiário confessou que estava com sono.” (Machado de Assis) 
 
Observem que o autor reproduziu a fala de Elisário, personagem de sua 
narrativa. Utilizou os verbos confessar (confessou - na terceira pessoa do 
singular do pretérito perfeito do indicativo) e estar (estava - na terceira pessoa do 
singular do pretérito imperfeito do indicativo). 
 
3. Discurso Indireto Livre: 
 
Trata-se da mistura dos dois tipos de discurso anteriores. Unem-se as 
vozes do narrador e dos personagens. Na construção deste tipo de discurso, o 
narrador insere na sua fala as dos personagens. É um processo mais 
sofisticado de narrativa que aproxima o narrador dos seus personagens. 
 
No trecho a seguir, extraído do capítulo “Fuga”, de Vidas secas, 
Graciliano Ramos emprega os três tipos de discurso. 
Em que estariam pensando?, zumbiu sinha Vitória. Fabiano estranhou a pergunta e 
rosnou uma objeção. Menino é bicho miúdo, não pensa. Mas sinha Vitória renovou 
a pergunta – e a certeza do marido abalou-se. Ela devia ter razão. Tinha sempre 
razão. Agora desejava saber que iriam fazer os filhos quando crescessem. 
– Vaquejar, opinou Fabiano. 
Voltando à nossa afirmativa da questão: 
 
“- É sempre assim! Qualquer droga que acontece, botam a culpa na gente!” 
 
O que vemos na charge é a transcrição exata da fala de uma das 
personagens, iniciada pelo uso do travessão. Portanto, trata-se do emprego do 
discurso direito. O item está coreto. 
 
Resposta Correta: Letra (b), somente a alternativa II é verdadeira. 
 
 
 
 
http://www.infoescola.com/literatura/machado-de-assis/
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
10 
 
Mudando de assunto, aproveito os 
comentários da Professora Rejane 
Novaes, para saudar todos os 
nossos amigos que adquiriram o 
livro, tornando-o líder de vendas 
do gênero no Brasil. Muito 
obrigado pela confiança. São 
centenas de mensagens já 
recebidas, e infelizmente não terei 
como publicar todas. 
 
 
 
O livro "Legislação do SUS - 451 Questões Comentadas" é o mais popular dentre os 360 
livros da Editora Impetus disponíveis na Livraria Saraiva online. 
 
Confirme em: 
http://busca.livrariasaraiva.com.br/search?p=Q&lbc=saraiva&uid=161902201&ts=custom&w=impetus&method=and&view=grid&af= 
 
Ele encontra-se praticamente esgotado em sua primeira tiragem. Aos que tenham interesse, 
especialmente em virtude dos concursos do HUB, HU-UFTM e HU-UFMA, apressem-se para não 
terem dificuldades de recebimento. Está disponível em praticamente todas as livrarias on-line. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://busca.livrariasaraiva.com.br/search?p=Q&lbc=saraiva&uid=161902201&ts=custom&w=impetus&method=and&view=grid&af=
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
11 
Despedida 
Rubem Braga 
 
E no meio dessa confusão alguém partiu sem se despedir; foi triste. Se houvesse uma despedida 
talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor assim, uma separação como às vezes acontece em 
um baile de carnaval — uma pessoa se perde da outra, procura-a por um instante e depois adere a 
qualquer cordão. É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se amaram 
muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. Eles não se despediram, a vida é 
que os despediu, cada um para seu lado — sem glória nem humilhação. 
 
Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma lembrança boa; que não será 
proibido confessar que às vezes se tem saudades; nem será odioso dizer que a separação ao mesmo 
tempo nos traz um inexplicável sentimento de alívio, e de sossego; e um indefinível remorso; e um 
recôndito despeito. 
 
E que houve momentos perfeitos que passaram, mas não se perderam, porque ficaram em nossa 
vida; que a lembrança deles nos faz sentir maior a nossa solidão; mas que essa solidão ficou menos 
infeliz: que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de nossa noite e de 
nosso confuso sonho? 
 
Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, nós os receberemos 
obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e cantos. O inverno — te lembras — nos 
maltratou; não havia flores, não havia mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois 
bonecos na mão de um titeriteiro inábil. 
 
Ah, talvez valesse a pena dizer que houve um telefonema que não pôde haver; entretanto, é possível 
que não adiantasse nada. Para que explicações? Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o 
silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a 
pequena palavra: adeus. 
 
A pequena palavra que se alonga como um canto de cigarra perdido numa tarde de domingo 
 
Questão n.º 05 
 
Considere as afirmações: 
 
I. De acordo com o texto, a separação de alguém traz tristeza, mas os 
bons momentos podem permanecer na memória. 
II. O autor despediu-se de alguém no baile de carnaval e, agora, no 
inverno, sente falta dela. 
 
De acordo com o texto, está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d) Nenhuma 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
12 
Comentários: 
 
Vamos entender primeiramente as assertivas, ok? Só então voltaremos 
ao texto. Não se preocupem, ao longo das resoluções vocês compreenderão 
muito bem esta estratégia e se perguntarão: por que eu não pensei nisso 
antes? 
 
A alternativa nos obriga ao entendimento global do texto, porém haverá 
situações em que a questão se reportará a uma passagem tão especifica, que 
não se fará necessário a leitura ou releitura integral. 
 
Sabendo o que a alternativa pretende volte ao texto para buscar 
argumentos contrários ou que confirmem a mesma. Analise o título, busque a 
mensagem trazida na introdução, no desenvolvimento e especialmente na 
conclusão. 
 
Vejamos alguns trechos relacionados ao item: 
 
(…) E no meio dessa confusãoalguém partiu sem se despedir; foi triste. (…) 
 
Aqui já temos argumentos para considerar verdadeiro o primeiro 
questionamento, o de que a separação realmente ocasiona tristeza. 
 
Vamos a outras passagens: 
 
(…) É melhor para os amantes pensar que a última vez que se encontraram se 
amaram muito — depois apenas aconteceu que não se encontraram mais. (…) 
1º parágrafo 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
13 
 
(…) Creio que será permitido guardar uma leve tristeza, e também uma 
lembrança boa (…) 2º parágrafo. 
 
(…) o silêncio torna tudo menos penoso; lembremos apenas as coisas douradas 
e digamos apenas a pequena palavra: adeus. (…) 5º parágrafo. 
 
Também é correto inferir que momentos bons devam ser guardados na 
memória. Este é o posicionamento do autor. A afirmativa é verdadeira e o item 
(I) está correto. 
 
Perceba a seguinte passagem já no primeiro parágrafo: 
 
(…) Se houvesse uma despedida talvez fosse mais triste, talvez tenha sido melhor 
assim, uma separação como às vezes acontece em um baile de carnaval (…) 
 
Meus amigos, no trecho em destaque, temos a presença da conjunção 
comparativa “como”. O autor apenas trouxe o exemplo da separação típica de 
carnaval, para argumentar o seu posicionamento: “se houvesse despedida 
talvez tivesse sido mais triste”. Os questionamentos são falsos e o item (II) 
incorreto. 
 
Resposta: Letra (a), somente o item I é verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
14 
 
Aproveitamos as mensagens da Larissa Costa e AldreyRose sobre o nosso 
curso de Legislação Aplicada à EBSERH para agradecer a todos que já 
adquiriram o curso. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
15 
Questão n.º 06 
Considere as afirmações: 
I. Ao longo do texto, o autor dirige-se a um interlocutor. 
II. O autor usa metaforicamente as estações do ano para representar os 
tempos bons e ruins. 
Está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d) Nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
O que são os interlocutores? São as pessoas que participam do processo 
de interação que se dá por meio da linguagem. É aquele que toma parte da 
conversação. No texto, os interlocutores são aqueles a quem o autor se dirige. 
 
È importante termos em mente as três pessoas fundamentais do 
discurso: o locutor, os interlocutores e os referentes. 
 
No primeiro caso, temos o próprio autor do texto que narra ou expõe 
fatos, ou seja, quem fala. Os interlocutores por sua vez correspondem àqueles 
a quem o autor se dirige diretamente. Correspondem aos referentes, as 
pessoas, que muito embora não interajam diretamente, estão citadas, referidas 
no texto. 
 
Vejamos as seguintes passagens: 
 
(…) que importa que uma estrela já esteja morta se ela ainda brilha no fundo de 
nossa noite e de nosso confuso sonho? (...) 3º Parágrafo 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
16 
(…) Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, 
nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e 
cantos. (…) 4º Parágrafo 
 
(…) Esqueçamos as pequenas coisas mortificantes; o silêncio torna tudo menos 
penoso; lembremos apenas as coisas douradas e digamos apenas a pequena 
palavra: adeus (…) 5º Parágrafo 
 
Em todos os trechos o autor traz o leitor para o diálogo, transformando-
o em interlocutor. Busca-se uma clara interação, seja através de períodos 
interrogativos ou verbos em primeira pessoa do plural (mereçamos, 
recebermos, lembremos). A assertiva está verdadeira. 
 
Metáfora trata-se de uma das figuras de linguagem, talvez a mais comum 
de todas elas. Consiste em empregar uma determinada palavra ou expressão 
em sentido comparativo, conotativo. Ela estabelece uma relação de 
semelhança entre dois termos. 
 
 Metamorfose Ambulante 
Prefiro ser 
Essa metamorfose ambulante 
Do que ter aquela velha opinião 
Formada sobre tudo 
Sobre o que é o amor 
Sobre o que eu nem sei quem sou 
Se hoje eu sou estrela 
Amanhã já se apagou 
Se hoje eu te odeio 
Amanhã lhe tenho amor 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
17 
Literalmente, alguém não pode ser uma estrela. Raul Seixas, ao compor a 
letra de “Metamorfose Ambulante” busca comparar a efemeridade da vida a 
uma estrela, que hoje brilhava e amanhã já estaria apagada. Utilizou um 
recurso lingüístico, a metáfora, para comparar o homem a estrela. 
 
Busquemos no texto as referencias às estações do ano: 
 
(...) Talvez não mereçamos imaginar que haverá outros verões; se eles vierem, 
nós os receberemos obedientes como as cigarras e as paineiras — com flores e 
cantos. O inverno — te lembras — nos maltratou; não havia flores, não havia 
mar, e fomos sacudidos de um lado para outro como dois bonecos na mão de um 
titeriteiro inábil. (...) 4º parágrafo 
 
Realmente há uma comparação entre a alegria típica do verão com a dos 
momentos em que passaram juntos, bem como a da melancolia do inverno 
com o momento de tristeza da separação. O item é verdadeiro. 
 
Resposta: Letra (c), os itens I e II são verdadeiros. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1001 Questões Comentadas de Língua Portuguesa - Aula 2 
Concursos HUB, HU-UFTM e HU-UFMA 
18 
Somos todos vítimas 
Ivan Angelo 
 
Num domingo frio de início do inverno, a população de São Paulo ficou chocada com uma cena 
jamais vista na cidade. A capa do jornal Estadinho trazia uma fotografia que ocupava toda a largura 
da página e mostrava uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças, louros, de 
olhos azuis, morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a roupa do corpo e 
uma cuia de chimarrão que o homem tomava. O assunto dominou as conversas naquele 2 de junho 
de 1918 e invadiu a semana. Como era possível tal cena na metrópole que mais crescia no país? 
Que gente era aquela? O homem, argentino, trabalhara na grande fazenda de café do milionário 
Martinho Prado, havia contraído maleita, fora despedido e depositado com a família na capital, 
entregue à própria má sorte. 
 
Noventa e cinco anos depois, as cenas mais vistas na cidade são de famílias dormindo na rua, sem 
ter o que comer, sem roupas e sem chimarrão, e de bandos de miseráveis drogados. No passado, 
vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da indiferença para a malta de 
zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos com silenciosa revolta ou cauteloso receio. 
Como deixaram nossa cidade chegar a esse ponto? Como não fomos capazes de impedir esse horror 
quando era possível? 
 
Foram vindo. Das injustiças sociais vieram, dos fracassos pessoais, das famílias desestruturadas, das 
fugas, das frustrações, das secas nordestinas e amorosas vieram, do abandono, das fragilidades e 
inseguranças, das revoltas sem rumo vieram, do alcoolismo, dos pais ausentes, da escola ausente, 
das bravatas imaturas, dos reformatórios vieram, dos abusos, dos maus-tratos, dos baratos, das 
baladas, da má educação, das carências, da falta de lugar, da doença mental vieram, da baixa estima, 
das prisões, do risco mal calculado, dos refúgios da alma vieram... — e formaram essas multidões 
que nos assustam. 
 
Há alguns anos (dez?) dizia-se: é a Cracolândia, estão restritos à Cracolândia. Aquela água 
envenenada começou a vazar: Luz, Sé, Brás, Bom Retiro, Centro, Parque Dom Pedro, Cambuci, 
Mooca, Tatuapé, Campos Elíseos, Santa Cecília, Higienópolis, Avenida Paulista, baixos dos 
viadutos Rebouças e Doutor Arnaldo. Os moradores de Perdizes veem, consternados, que os caídos 
já amanhecemdormindo na porta dos seus prédios e casas. As ações espasmódicas das autoridades 
o que fizeram foi espalhá-los pela cidade. 
 
Que fazer? 
 
Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos melhores. São um risco para a 
saúde pública, dizem, disseminam doenças, aids, hepatites, tuberculose, sarna, micoses. Perguntam 
o que é pior para o conceito de cidade limpa: uma placa irregular, que vai gerar propina, ou um 
maltrapilho defecando e urinando na rua? Se alguém bem vestido fizer isso,será levado para a 
delegacia, enquadrado em algum ato de atentado ao pudor. Esses bandos de crianças e adolescentes 
que perambulam pelas ruas praticando furtos e fumando crack são as peças de reposição da malta de 
zumbis, advertem. Perguntam, punitivos: são infratores, malfeitores, criminosos ou o quê? Em que 
lei se enquadram? É enquadrá-los e agir. Afirmam: estão sendo exportados para São Paulo, as 
autoridades devem mandá-los de volta, cuidar dos nossos e mandar o resto de volta. 
 
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19 
Estamos precisados de tanta coisa para nos tornar melhores e vem essa coisa a nos empurrar para o 
lado mais escuro de nós. Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino 
desaparecido no meio daqueles bandos, para oferecer- lhe um banho quente entre uma queda e 
outra; há uma irmã que guardou a boneca da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando 
salvar o pai já idoso e perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com 
esperança... Há histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados 
 
Questão n.º 01 
Considere as afirmativas a seguir. 
I. No início do século XX, a família na rua chocou a população apenas porque o 
homem era estrangeiro. 
II. O autor apoia integralmente as medidas higienizadoras da cidade, que 
expulsam os moradores da rua. 
De acordo com o texto, está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
Para respondermos o questionamento, voltemos especificamente ao 
primeiro parágrafo. Vejamos os seguintes trechos: 
 
(…) a população de São Paulo ficou chocada com uma cena jamais vista na cidade (...) 
 
(…) uma família de seis pessoas, homem, mulher e quatro crianças, louros, de olhos azuis, 
morando sob o Viaduto do Chá, sem ter o que comer, com apenas a roupa do corpo (…) 
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20 
 
(…) Como era possível tal cena na metrópole que mais crescia no país? (…) 
 
O espanto das pessoas não foi motivado pela nacionalidade do homem, 
mas sim pela primeira vez que se via na maior metrópole do País uma família 
morando na rua. 
 
Trata-se de um argumento utilizado pelo autor para introduzir a matéria 
abordada nos parágrafos seguintes: a multidão de pessoas que perderam o 
rumo de suas vidas e hoje se encontram entregues às drogas e ao abandono. A 
população ficou chocada sim, mas não motivada pela nacionalidade do 
homem. A afirmativa é falsa. 
 
Voltando ao texto, não observamos nenhuma passagem que fundamente 
este questionamento. Pelo contrário, observe o que o autor traz em sua 
conclusão: 
 
(...) Precisamos nos lembrar de que há uma mãe procurando seu menino 
desaparecido no meio daqueles bandos (...) há uma irmã que guardou a boneca 
da caçula para quando a encontrar; há uma filha tentando salvar o pai já idoso e 
perdido; há uma esposa com filho à procura do marido, ainda com esperança... Há 
histórias... Há lágrimas... Há vítimas dos dois lados. (...) 
 
Percebemos, portanto, que a opinião do autor contraria a exposta no 
item (II), tornando-o incorreto. 
 
O texto “Somos todos vítimas” é composto por 07 longos parágrafos. 
Imagine o candidato que iniciasse a prova diretamente pela leitura do texto. 
Seria aquela leitura pausada, cansativa, prestando atenção aos mínimos 
detalhes. Quando partisse para as questões teria novamente que voltar no 
texto. Um processo demorado e desnecessário. Para evitar tamanho 
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21 
desperdício de tempo e raciocínio, sugerimos a leitura e entendimento prévio 
das afirmativas. 
 
Resposta da questão nº. 01: Letra (d), os itens I e II são falsos. 
 
Questão n.º 02 
Considere as afirmativas abaixo. 
I. No título, ao colocar o verbo na primeira pessoa do plural, o autor se inclui 
como vítima. 
II. De acordo com o texto, hoje estamos acostumados com os moradores de 
rua, por isso eles não nos provocam mais sentimentos. 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) Nenhuma 
 
 
Amigos, parece óbvio, mas muitos candidatos perdem um tempo valioso 
voltando ao texto desnecessariamente. E tempo é dinheiro, ou melhor, tempo 
é aprovação. 
 
Como já frisamos, haverá questões que buscarão algo específico do 
texto, por exemplo, a ideia desenvolvida em um parágrafo. É o que 
observamos neste item ao tratar especificamente do título do texto. 
 
“Somos todos vítimas” 
 
Ficou fácil! Está correto o item ao afirmar que o autor se incluiu como 
vítima da situação que será exposta ao longo do texto. Do próprio título, 
também poderia inferir que o autor, considerando que todos são vitimas, não 
seria favorável a ideias higienizadoras relatadas. 
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22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Lembram dos três vícios básicos de interpretação vistos na primeira 
parte da nossa aula? São eles: 
 
(1) Extrapolação; 
(2) Restrição e 
(3) Oposição de ideias. 
 
Agora vejamos as seguintes passagens do texto nas quais verificamos 
relação com o item em questão. 
 
(...) No passado, vimos chocados um caso inédito; hoje, olhamos com anestesia da 
indiferença para a malta de zumbis e grupos de desvalidos, quando não os vemos 
com silenciosa revolta ou cauteloso receio (....) 2º Parágrafo 
 
(...) Pobres de nós, perplexos. Brotam sentimentos xenófobos até nos 
melhores (...) 6º Parágrafo 
 
“Ver com silenciosa revolta ou cauteloso receio, perplexidade, xenofobia”. 
Meus amigos, todos são sentimentos presentes na população diante da “malta 
de zumbis e grupos de desvalidos”. Afirmar que os moradores de rua não nos 
provocam mais sentimentos está incorreto. 
 
Resposta da questão nº. 02: Letra (a), apenas a alternativas I está correta. 
 
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23 
Questão n.º 06 
Considere as afirmativas a seguir. 
 
I. As falas da professora e do aluno 
indicam que ambos entenderam a 
palavra “sujeito” no mesmo sentido. 
II. O termo “mané” foi empregado no 
sentido conotativo. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) I b) II c) I e II d) nenhuma 
 
 
 
 
Comentários: 
 
 Meus amigos, novamente uma charge. Acostumem-se, este tipo de 
questão é comum nas provas da IBFC e do IADES. São questões muito fáceis e 
rápidas. 
 
 Percebam que a fala dos personagens nos reporta a uma das 
características mais comuns das charges: a ironia, o duplo sentido. 
 
 A professora trata o termo sujeito, como elemento da análise sintática, 
ou seja, o sujeito gramatical da oração. O entendimento do aluno é o 
coloquial, ou seja, o sujeito como a pessoa que confia em político, e logo seria 
um “mané”. A afirmativa I está falsa. 
 
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24 
Chegamos a um ponto importante do nosso curso. Diferenciar os 
sentidos conotativo e denotativo. Acreditem, tem candidato que ainda erra 
este tipo frequente de questão. 
 
Denotativo: quando se emprega palavras com seu sentido comum, real, o 
mesmo do dicionário. 
 
Conotativo: quando seemprega palavras com um sentido diferente do 
sentido comum, ou geral. Trata-se de um recurso lingüístico. 
 
Exemplo nº 1: 
O fogo, que começou por volta das 11h, 
se espalhou por todo o 
quarteirão, consumindo casas vizinhas 
após uma grande explosão às 12h30 
 
Exemplo nº 2: 
Amor é fogo que arde sem se ver 
É ferida que dói e não se sente; 
É um contentamento descontente; 
É dor que desatina sem doer; 
Luís de Camões 
 
 No exemplo nº 1, o termo “fogo” foi utilizado no seu significado natural, geral, 
real, o do dicionário. Trata-se do sentido denotativo. Já no exemplo seguinte, o 
mesmo termo foi empregado linguisticamente, buscando uma comparação entre 
amor e fogo. Trata-se do sentido conotativo. 
 
Ficou fácil, não? Então, qual o sentido utilizado no termo “mané”? 
 
 No texto, o termo refere-se a “eleitores”, portanto é utilizado em sentido 
conotativo. Trata-se de um recurso lingüístico que compara o eleitor a um “mané” 
(sujeito desprovido de razoável intelecto e capacidade mental, para discernir e 
avaliar as situações do cotidiano). 
 
O item II está correto e a alternativa b é a resposta da questão. 
 
 
 
 
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25 
GRAFITE E PICHAÇÃO NA ATUALIDADE 
 
Na atualidade, percebe-se grande preocupação dos órgãos oficiais com relação ao grafite e à pichação. 
Universidades brasileiras têm também investido neste tipo de manifestação humana, buscando não só o 
sentido de melhor compreender seus significados, mas também, a partir da elaboração de pesquisas, 
presentear a comunidade com novas significações a respeito do tema. 
 
Projetos vêm sendo desenvolvidos por universidades, prefeituras municipais, escolas e outros órgãos 
oficiais, envolvendo crianças e jovens. Estes órgãos não só contratam grafiteiros para que estes ministrem 
cursos a grupos de crianças, adolescentes, jovens e demais interessados, como também são responsáveis 
por toda a infraestrutura necessária a esses cursos, como divulgação, materiais, espaço físico, etc. Além 
dessas ações, os grafiteiros também conquistaram espaço na mídia, em revistas, jornais, televisão, 
empresas, participação em exposições, inclusive na Bienal, e em outros espaços onde esta arte está sendo 
compreendida, divulgada e esclarecida à população, com investimentos que procuram tirá-la da condição 
única de marginalidade, da condição de contracultura, neste caso entendida de forma pejorativa. Conforme 
Linz (2002), “numa primeira análise (...) contracultura é o que vai de encontro à cultura, ou seja, os 
questionamentos quanto aos moldes determinados pela sociedade; o que vai de encontro à rede de 
convenções e instituições impostas por esta sociedade, tentando modificá-las de algum modo”. No entanto, 
conforme a Enciclopédia Barsa (1997:33), cultura “é o modo de vida de um povo, o ambiente que um 
grupo de seres humanos, ocupando um território comum, criou na forma de ideias, instituições, linguagens, 
instrumentos, serviços e sentimentos”. 
 
Conforme podemos constatar, a definição de cultura acima registrada cabe perfeitamente a esta forma de 
comunicação humana. 
 
Conforme nota do jornal Folha de S. Paulo, a Universidade de São Paulo, em maio de 2002, começou a 
preparar “a primeira cooperativa brasileira de grafiteiros, tradicionalmente desorganizados, alguns deles ex-
pichadores. A maioria deles nem imaginava que aquela arte poderia tornar-se uma profissão – até porque 
vivem perseguidos pela polícia e são encarados como marginais, obrigados, muitas vezes, a fazer suas 
intervenções de madrugada”. 
 
Professores e alunos de diversas faculdades passaram a oferecer gratuitamente assessoria aos interessados 
em transformar esta arte nos muros, considerada, por muitos, como marginal, em uma profissão 
remunerada. 
 
Questão nº 01: 
Considere as afirmações abaixo. 
I. Há setores da sociedade que veem o grafite e a pichação como manifestações 
culturais. 
II. A pichação e o grafite são exclusivamente produzidos por marginais. 
De acordo com o texto, está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
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26 
 
Vejamos os seguintes trechos: 
 
(…) para que estes ministrem cursos a grupos de crianças, adolescentes, jovens e demais 
interessados, (...). Além dessas ações, os grafiteiros também conquistaram espaço na 
mídia, em revistas, jornais, televisão, empresas, participação em exposições, inclusive 
na Bienal, (...) procuram tirá-la da condição única de marginalidade, da condição de 
contracultura, neste caso entendida de forma pejorativa. 
 
(...) Conforme podemos constatar, a definição de cultura acima registrada cabe 
perfeitamente a esta forma de comunicação humana. (...) 
 
 Está expresso no texto a elevação do status do grafite e pichação a uma 
manifestação cultural. O item I está correto. 
 
 
 
 
 
 
 
Muito cuidado com as extrapolações. Estão lembrados dos vícios de 
interpretação, não é mesmo? 
 
 Não é por que exista realmente marginais pichando o patrimônio público que 
todas as formas de pichação e grafite serão assim consideradas. Atenção com as 
palavras generalistas (todo, nenhum, qualquer, etc), elas geralmente são empregadas 
pelas bancas para nos induzir a algum vício de interpretação. 
 
 Vejamos outras passagens relacionadas à alternativa: 
 
(...) sejam inclusive na Bienal, e em outros espaços onde esta arte está sendo 
compreendida, divulgada e esclarecida à população, com investimentos que procuram tirá-la 
da condição única de marginalidade, da condição de contracultura (...) 
 
(...) A maioria deles nem imaginava que aquela arte poderia tornar-se uma profissão – até 
porque vivem perseguidos pela polícia e são encarados como marginais, obrigados, muitas 
vezes, a fazer suas intervenções de madrugada”. (...) 
 
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 Podemos inferir que uma parte da sociedade (Universidades, professores, 
alunos, Bienal, etc) está incentivando a valorização da pichação ou grafite como 
arte. Portanto está incorreta a afirmativa exposta no item II. 
Resposta: letra (a), apenas o item I está correto. 
 
Questão nº. 02: 
Considere as afirmações abaixo. 
I. A expressão “vai de encontro a” significa “a favor”. 
II. O adjetivo “pejorativo” tem valor positivo. 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d)nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
Vejamos como esta expressão está colocada no texto: 
(...) Conforme Linz (2002), “numa primeira análise (…) contracultura é o que vai de encontro à 
cultura, ou seja, os questionamentos quanto aos moldes determinados pela sociedade; o que vai 
de encontro à rede de convenções e instituições impostas por esta sociedade, tentando modificá-
las de algum modo”.(...) 2º Parágrafo. 
 
 
Não podemos confundir as 
expressões “vai de encontro a” 
com “vai ao encontro de”. 
 
 Quando se vai de encontro a alguma coisa, a ideia é de colisão, de desacordo. 
Quando se vai ao encontro de alguma coisa ou de alguém, a ideia é de reunião, de 
concordância. 
 
"Vai de Encontro": 
“Seus objetivos vão de encontro aos meus” (seus objetivos são opostos, contrários aos meus). 
 
"Vai ao Encontro" 
“O aluno foi ao encontro do professor” (O aluno foi reunir-se, encontra-se com o professor) 
“Seus objetivos vão ao encontro dos meus” (objetivos semelhantes, ideia de união, concordância) 
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28 
 Portanto, a expressão “vai de encontro a”, tal qual está empregada no texto, 
significa oposição, contrariedade, colisão. Item incorreto. 
 
 
 Novamente,identifiquemos no texto no texto como está empregado o citado 
termo. 
 
(...) divulgada e esclarecida à população, com investimentos que procuram tirá-la da condição 
única de marginalidade, da condição de contracultura, neste caso entendida de forma pejorativa. 
(...) 2º parágrafo 
 
 Note que o termo pejorativo está empregado como uma concepção negativa da 
expressão contracultura. Portanto o item também se encontra incorreto. 
 
Resposta: letra (d), nenhum dos itens é verdadeiro. 
 
 
Questão nº. 21: 
 
Considere as afirmações abaixo. 
 
I. Infere-se que o pai considerou 
fantasiosa a notícia que leu no 
jornal. 
 
II. A história não é coerente, pois 
apresenta assuntos diferentes. 
 
 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
 
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29 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
 
Vejamos os diálogos observados na imagem: 
 
- O carro vinha vindo e PUN, bateu na vaca e BUMP, caiu sentado na lua 
- Não, foi num satélite artificial! 
- As Crianças têm mesmo uma imaginação insuperável! Ninguém melhor do que eles para 
inventar fantasias! 
“Afirmou-se em Genebra que, tão logo ocorra o desarmamento nuclear, estará 
assegurada a paz mundial”. 
 
Percebam o encadeamento de ideais, especialmente nos dois últimos trechos. 
Como já falamos, as charges, gravuras e “tiras de quadrinhos” têm como principal 
característica o humor, a ironia, o duplo sentido. 
 
 Ao analisarmos este tipo de texto devemos estar atentos às informações não 
verbais, como o cenário em que se desenvolve a história/estória, as expressões e a 
relação existente entre os personagens. Tomados os devidos cuidados, não há como 
errar. 
 
 Voltando à questão, muito embora o pai afirme que ninguém melhor do que as 
crianças para inventar fantasias, depara-se, ao ler o jornal, com uma fantasia ainda 
maior: a paz mundial. O item está correto. 
 
 
 
 
 
 
 
A coerência do texto está plenamente estabelecida. Há um encadeamento de 
lógico de ideias que levam a compreensão final da mensagem: crer no 
desarmamento nuclear como uma garantia à paz mundial é uma grande fantasia. 
Afirmação está falsa. 
Resposta: letra (a), apenas o item I é verdadeiro. 
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Questão nº. 24: 
Considere o poema de Oswald de Andrade e as afirmações abaixo. 
“Aprendi com meu filho de dez anos 
Que a poesia é a descoberta 
Das coisas que eu nunca vi” 
I. Infere-se que a poesia, na visão do autor, não tem ligação com a realidade. 
II. Infere-se que apenas as crianças têm sensibilidade para compreender a poesia. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
 
Em qual parte do texto podemos inferir que a poesia não teria ligação com a 
realidade? O item está totalmente incorreto, pois não encontramos nenhum 
argumento que sustente a afirmativa proposta. 
 
 
 
 
 
 
 
Novamente, em qual parte do texto podemos entender que apenas as crianças 
têm sensibilidade para compreender a poesia? Pelo contrário, logo no inicio do texto 
temos: 
 
“Aprendi com meu filho de dez anos que a poesia é a descoberta das coisas que eu 
nunca vi”. 
 
Podemos perceber, portanto, que também o autor aprendeu com o seu filho a 
descoberta que a poesia traz. A afirmativa é falsa e item incorreto. 
 
 Resposta: letra (d), nenhuma das afirmativas é verdadeira. 
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Mulher que come mais fibras pode ovular menos vezes 
RACHEL BOTELHO da Folha de S.Paulo 
 
Mulheres que ingerem as doses recomendadas de fibras podem ter níveis mais baixos de estrogênio e 
ovular com menos frequência do que aquelas que consomem menos fibras. É o que sugere uma pesquisa 
realizada com 250 mulheres com idade entre 18 e 44 anos, todas saudáveis e com períodos menstruais 
regulares. O trabalho foi publicado no "American Journal of Clinical Nutrition". 
 
O alto consumo de fibras, particularmente de frutas, também foi associado a um risco mais elevado de ter 
ciclos menstruais anovulatórios --em que os ovários não liberam o óvulo. Aquelas que relataram a taxa 
mais alta de consumo de fibras --22 g por dia ou mais -- tinham maior probabilidade de um ciclo 
anovulatório em dois meses. Ataxa foi de 22%, contra 7% entre as mulheres com consumo mais baixo de 
fibras. 
 
Após terem sido feitos ajustes nos resultados para fatores que podem afetar a ovulação -- como IMC 
(índice de massa corporal), níveis de atividade física e ingestão calórica – o consumo de fibras foi 
associado a um risco dez vezes mais alto de anovulação. 
 
De acordo com o ginecologista Alfonso Massaguer, especialista em reprodução humana e professor da 
FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), dieta e peso adequados na verdade têm um efeito positivo na 
ovulação, e a ingestão de fibras contribui para isso. "Amulher que come mais fibras consegue controlar 
melhor o peso e o colesterol, além de reduzir o tecido adiposo, melhorando a ovulação", afirma o médico. 
"Vemos que, entre mulheres que não ovulam, melhorar a dieta aumenta 
a chance de isso ocorrer." 
 
Para ele, não é possível, com base em um único estudo, orientar as mulheres com problemas de ovulação a 
não comer fibras, visto que a carência desse nutriente é um problema sério de saúde. 
 
Questão nº. 01: 
Considere as afirmações: 
I. Ficou comprovado, com o estudo, que a ingestão de fibras faz mal à saúde. 
II. A pesquisa constatou que o alto consumo de fibras pode provocar ciclos 
menstruais anovulatórios. 
 
De acordo com o texto, está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d) Nenhuma 
 
 
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32 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
Vejam as passagens do texto relacionadas com a afirmativa: 
 
(...) Mulheres que ingerem as doses recomendadas de fibras podem ter níveis mais baixos de 
estrogênio e ovular com menos frequência do que aquelas que consomem menos fibras. (...) 1º 
parágrafo 
 
(...) O alto consumo de fibras, (...), também foi associado a um risco mais elevado de ter ciclos 
menstruais anovulatórios. (...) 2º parágrafo 
 
De acordo com o ginecologista (...) dieta e peso adequados na verdade têm um efeito 
positivo na ovulação, e a ingestão de fibras contribui para isso. 4º parágrafo 
 
Para ele, não é possível, com base em um único estudo, orientar as mulheres com problemas de 
ovulação a não comer fibras, visto que a carência desse nutriente é um problema sério de 
saúde. Ultimo parágrafo 
 
 Não encontramos nenhuma referência de que o consumo de fibras faria mal à 
saúde. O que temos na conclusão do texto é o oposto: que a carência desse nutriente 
é um problema de saúde. Item incorreto. 
 
 
 
 
 
 
Encontramos no segundo parágrafo os argumentos que confirmam a hipótese 
trazida pela questão. 
 
(...) O alto consumo de fibras, particularmente de frutas, também foi associado a um risco mais 
elevado de ter ciclos menstruais anovulatórios -- em que os ovários não liberam o óvulo. (...) 
 
 A afirmativa está correta. 
 
Resposta: letra (b), apenas a alternativa II é verdadeira. 
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33 
Posto é investigado pela morte de paciente com suspeita de dengue hemorrágica 
Jacqueline Lopes 
 
O Posto de Saúde 24 da Vila Almeida está sendo investigado pela Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) 
pela morte de Leonardo Brito, 22, no dia 15 de janeiro, última sexta-feira. Ele faleceu com suspeita de 
dengue hemorrágica. 
Embora todos os procedimentos feitosnaquele dia estejam sendo apurados administrativamente, o 
secretário-executivo da Sesau descarta por ora negligência. 
Para Martins, o que aconteceu foi uma fatalidade. O quadro clínico do paciente evoluiu muito rápido e não 
houve tempo hábil para que ele fosse levado para um dos hospitais públicos da cidade, acredita o 
secretário-executivo. 
Ele lamenta o fato e compreende o desespero dos familiares da vítima. “A gente não é insensível ainda 
mais numa situação de um paciente nesta faixa etária. A família vive uma situação de drama e ansiedade”, 
diz. 
Indagado sobre a conduta dos profissionais posta em xeque pela família que acusa a unidade de saúde de 
ter sido negligente, Martins pondera. Para o secretário-executivo da Sesau, a rotina de atendimento foi feita 
dentro dos critérios previstos, a ambulância do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) esteve 
no local para fazer o transporte do paciente e houve empenho, segundo ele, para buscar uma vaga 
hospitalar. 
“Estamos na fase de apuração não só ouvindo uma ou duas pessoas, mas também vendo os exames 
laboratoriais, identificando se havia uma patologia anterior já que a necropsia indicou um aumento na área 
cardíaca”. 
Martins suspeita de que a dengue tenha sido um fator complicador, ou seja, que Brito teria algum outro 
problema de saúde (cardíaco) que acabou sendo agravado com a doença. Uma das facetas mais perigosas 
da dengue é esta. 
Em organismo debilitado, ela pode ser avassaladora. “A dengue como fator complicador da patologia deixa 
o diagnóstico sombrio”. 
A Sesau espera a conclusão do laudo da necropsia e conforme Martins, a população tem que acreditar na 
equipe médica do SUS (Sistema Único de Saúde) para que o serviço alcance o nível de qualidade que a 
população merece. 
 
Questão nº 03: 
Considere as afirmações: 
I. De acordo com o texto, a dengue só ataca pessoas com organismos debilitados, 
sendo fatal. 
II. “Negligência” é um substantivo abstrato e pode ser compreendido como 
descuido, descaso. 
 
Está correto o que se afirma em: 
a) somente I c) I e II b) somente II d) nenhuma 
 
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34 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
A afirmativa apresentada no item I está claramente falsa. Estamos novamente 
diante de um dos vícios de interpretação, o da extrapolação. A alternativa 
ultrapassou os limites da mensagem exposta no texto. Vejamos: 
 
(...) Em organismo debilitado, ela pode ser avassaladora. “A dengue como fator complicador da 
patologia deixa o diagnóstico sombrio”. 7º parágrafo 
 
 O texto apenas informa que em pessoas já debilitadas a dengue tende a ser 
avassaladora. Isso não significa que seja uma doença fatal. 
 
 
 
 
 
 
 
Os substantivos abstratos são aqueles que se referem a algo existente no 
mundo imaginário (bruxa, fada, coelho da páscoa) ou mesmo a sentimentos (alegria, 
tristeza, medo). Representam aquilo que não pode ser tocado ou dos quais não se 
pode formar uma imagem representativa. 
 
O item está correto. A palavra negligencia pode ser substituída corretamente 
por descuido ou descaso, uma vez que são sinônimas. Como não representa algo 
real, concreto, caracteriza-se como substantivo abstrato. 
 
Resposta: Lera (b), apenas o item II é verdadeiro. 
 
 
 
 
 
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A biblioteca do T-Rex 
 
Ter uma "cultura literária" qualquer, por mais caótica e despretensiosa que seja, no mínimo dá assunto ao 
cidadão 
Tenho me esforçado para não me tornar um Tiranossauro Rex neste mundo digital e conectado, e meu 
recente ingresso no Twitter, que tanto contestei – ingresso ainda tímido, confesso –, é uma prova 
considerável do meu esforço. Acontece que sou de uma era (é, nós, os analógicos, sempre falamos num 
tom saudosista) em que as pessoas cultivavam a leitura, por bem ou por mal. “Era” em que também os 
suportes que hoje são causadores da dispersão de jovens e adolescentes, tão banais e ao alcance de qualquer 
criança, eram um tosco esboço ainda – vide os primeiros games e programas de texto para computadores. 
Meus pais, professores interioranos, tinham uma pequena biblioteca que fascinava a nós todos, os seis 
irmãos (sim, “Éramos Seis”). Apesar de ser o mais preguiçoso dentre todos os pequenos leitores, ainda 
assim, se comparado ao que leem hoje os miúdos escorados em pcs, laptops, tablets e smartphones, o que li 
seria algo como uma pequena Biblioteca de Alexandria. Os títulos variavam desde o “Almanaque do 
Biotônico Fontoura”, publicação que meu pai, dono de farmácia além de professor, sempre recebia, até 
coleções de Jorge Amado, José de Alencar e Machado de Assis. Clássicos universais, como “Crime e 
Castigo”, que a minha irmã Lúcia leu aos 12 anos (hoje um fato improvável) até best-sellers infanto-
juvenis como “Meu Pé de Laranja-Lima” e “O Menino do Dedo Verde” (sim, sim, “Primeiras Estórias”). 
Aos 14 anos, o primeiro choque. O professor Furtado, um incendiário professor de literatura, recomenda ler 
“O Estrangeiro” e “Memórias Póstumas de Brás Cubas” de uma só tacada. A leitura daqueles livros me 
transformaria para sempre, embora eu não tivesse as ferramentas intelectuais e afetivas (?) necessárias para 
alcançá-los. Mas naquele momento entendi que havia formas mais, digamos, “profundas” de pensar o 
mundo, ou no mínimo diferentes das que eu conhecia até então. A partir daí, continuei a ler desordenada e 
apaixonadamente tudo o que caía em minhas mãos – poesia brasileira, depois a beatnik americana; 
romances regionalistas nordestinos, poesia concreta, “geração mimeógrafo”, autores malditos, etc. Hoje, 
apesar de não chegar aos pés do Mindlin (e isto não é um trocadilho), me orgulho de ter em meu currículo 
(nem isto) um repertório curioso e diversificado. 
Estas minhas divagações sobre leituras vêm a reboque de minha participação no projeto Ilustre Leitor, que 
inaugurei no recém-inaugurado Sesc Bom Retiro, em São Paulo, com curadoria de Marcio Debellian, um 
dos roteiristas de “Palavra (En)cantada”, premiado documentário de Helena Soldberg que aborda a relação 
entre música e poesia no cancioneiro brasileiro. O projeto revela as predileções literárias de alguns 
compositores. 
A partir de uma (ingrata e difícil) lista de “Os Dez Mais”, o convidado divaga sobre a magia da leitura, suas 
influências e referências. 
Não acredito que alguém se torne um humano mais especial apenas por gostar de ler. Mas ter uma “cultura 
literária” qualquer, por mais caótica e despretensiosa que seja, no mínimo dá assunto ao cidadão, empresta 
interesse, vivência e curiosidade às nossas vidas, rende boas prosas no bar ou no Facebook (será?), traz 
alguma poesia ao nosso besta cotidiano (sim, “Alguma Poesia”). Só por esse fugaz encantamento já terá 
valido se debruçar algumas horas sobre algumas páginas ruminadas com espírito. 
 
 
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Questão nº. 01: 
Considere as afirmações que seguem. 
I. Ao utilizar nomes de obras famosas em seu texto, o autor comprova seu gosto 
pela leitura. 
II. Zeca Baleiro confessa-se arcaico e avesso às tecnologias, não participando de 
redes sociais e valorizando a leitura. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
 
 Até que enfim chegamos a uma leitura que exige um pouco mais de atenção do 
candidato. 
 
 Ao longo do texto, verifica-se a referência a grandes obras bem como a autores 
consagrados. Zeca Baleiro utiliza-se desta viagem pela literatura para fundamentar a 
ideia central da crônica: de que “por mais caótica e despretensiosa que seja, no 
mínimo dá assunto ao cidadão, empresta interesse, vivência e curiosidade às nossas 
vidas”. O item está correto.Percebam as seguintes passagens do texto: 
 
(…) Tenho me esforçado para não me tornar um Tiranossauro Rex neste mundo digital e 
conectado, e meu recente ingresso no Twitter, que tanto contestei – ingresso ainda tímido, 
confesso –, é uma prova considerável do meu esforço. (...) 1º parágrafo 
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 Logo no início da leitura, já encontramos um argumento que derruba a 
afirmação do segundo item. O Twitter é uma rede social, e dizer que o autor não 
participa de redes sociais está falso. 
 
 A questão tentou induzi-lo aos vícios de interpretação, neste caso o da 
extrapolação. Dizer que Zeca Baleiro é avesso às tecnologias digitais é uma coisa, 
mas isso não é o mesmo que dizer que ele não participa de redes sociais. 
 
Resposta: letra (a), apenas o item I é verdadeiro. 
 
 
Questão nº. 02: 
Considere as afirmações que seguem. 
I. O autor considera que o objetivo de se adquirir “uma cultura literária” é ter 
assunto para postar na internet. 
II. De acordo com o texto, a leitura despretensiosa e caótica dos jovens forma uma 
geração sem cultura. 
 
Está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
 
 
 
Meus amigos, sem pensar muito, tem fundamento no texto a afirmação 
trazida no primeiro item? Claro que não. Vejamos a conclusão da crônica: 
 
(…) Mas ter uma “cultura literária qualquer, por mais caótica e despretensiosa que seja, no mínimo 
dá assunto ao cidadão, empresta interesse, vivência e curiosidade às nossas vidas, rende boas 
prosas no bar ou no Facebook (será?), traz alguma poesia ao nosso besta cotidiano (sim, 
“Alguma Poesia”). Só por esse fugaz encantamento já terá valido se debruçar algumas horas sobre 
algumas páginas ruminadas com espírito. (…) 
 
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 Portanto, ter cultura literária, segundo Zeca Baleiro, vai mais além do que 
proporcionar ao leitor assuntos para redes sociais. Item falso. 
 
 A banca tentou induzi-lo a outro vício de interpretação. Estamos falando da 
restrição de entendimento. Passou-se de um entendimento amplo (os benefícios de se 
ter uma cultura literária) para um conceito extremamente restrito, reducionista (a 
possibilidade de maior diálogo em redes sociais). 
 
 
 
 Voltando ao texto, não identificamos qualquer passagem relacionada a tal 
“geração sem cultura”. O item está totalmente incorreto. 
 
 Será que você ficou inclinado a considerar verdadeira esta alternativa? 
Confesso, eu também fiquei. 
 
 É mais outra estratégia de indução ao erro, mais outro vício de interpretação. 
Estamos falando do conhecimento prévio, conhecimento de mundo ou conceitos 
preestabelecidos. Gostaria que você adicionasse este vício de interpretação aos três 
já estudados. Portanto teríamos: 
 
(1) Extrapolação; 
(2) Restrição; 
(3) Oposição e, 
(4) Utilização de conceitos preestabelecidos. 
 
 Eu posso até concordar que a leitura despretensiosa e caótica dos jovens 
forma uma geração sem cultura, todavia o texto pode argumentar em sentido 
diverso ou mesmo não tratar deste aspecto, é o que observamos no texto em 
questão. 
 
Resposta: letra (d), nenhum item é verdadeiro. 
 
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Para as questões 7 e 8, leia a letra da música “Roda viva”, de Chico Buarque, 
composta durante o período da ditadura militar. 
 
Tem dias que a gente se sente 
Como quem partiu ou morreu 
A gente estancou de repente 
Ou foi o mundo então que cresceu... 
A gente quer ter voz ativa 
No nosso destino mandar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega o destino pra lá ... 
Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Nas voltas do meu coração... 
A gente vai contra a corrente 
Até não poder resistir 
Na volta do barco é que sente 
O quanto deixou de cumprir 
Faz tempo que a gente cultiva 
A mais linda roseira que há 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega a roseira pra lá... 
 
Questão nº 07: 
Considere as afirmações que seguem. 
I. Termos como “roda” e “ rosa” apresentam, no contexto, sentido metafórico. 
II. O narrador da música lamenta a sua impotência diante de forças externas. 
 
Está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 
Voltemos ao texto: 
 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega o destino pra lá ... 
Roda mundo, roda gigante 
Roda moinho, roda pião 
O tempo rodou num instante 
Faz tempo que a gente cultiva 
A mais linda roseira que há 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega a roseira pra lá... 
 
 Ficou fácil não é mesmo? Os termos “roda” e “rosa” não estão sendo 
empregados nos seus sentidos reais, ou seja, no sentido denotativo. Não 
poderíamos ter uma roda “viva”, nem mesmo o tempo poderia “rodar”. 
Portanto usam-se os termos com sentido conotativo, figurado. Item 
verdadeiro. 
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 Já no inicio da música percebemos o tom de lamento do autor, “Tem dias 
que a gente se sente como quem partiu ou morreu”. Mais à frente podemos 
observar que o autor, muito embora pretendesse ter voz ativa e determinar o 
seu destino, era impossibilitado diante das “voltas que a vida dá”. 
 
(...) A gente quer ter voz ativa 
No nosso destino mandar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega o destino pra lá … 
 
 Ambos os itens são verdadeiros. Resposta correta é letra (b). 
 
Questão nº. 08: 
Considere as afirmações que seguem. 
I. A música apresenta o nível formal de linguagem. 
II. A conjunção “mas” estabelece uma relação de adversidade e poderia ser 
substituída, sem alteração de sentido, por “pois”. 
 
Está correto o que se afirma em: 
a) somente I b) somente II c) I e II d)nenhuma 
 
Comentários: 
 
 
 
O nível formal da linguagem será utilizado sempre que for exigida a 
impessoalidade da mensagem. É observada em documentos da Administração, 
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por exemplo. Difere-se da linguagem informal, na qual se permite o uso de 
expressões coloquiais e regionais (chato, liseira, miúdo, arretado, virar o 
copo, inté, lambança, etc). 
 
No que se refere a provas de concursos devemos observar se a 
linguagem utilizada está respeitando as normas gramaticais. 
 
O respeito às normas gramaticais é a principal característica da 
linguagem formal. Muitas questões, ao abordar o emprego do padrão formal 
ou culto da Língua, exige do candidato a capacidade para identificar erros de 
regência, concordância, pontuação e ortografia em determinada frase. 
 
Vejamos alguns trechos da música: 
 
Tem dias que a gente se sente 
... 
A gente estancou de repente 
... 
Faz tempo que a gente cultiva 
A mais linda roseira que há 
 
Note que o termo “a gente” é típico da linguagem informal. Portanto o 
item se encontra incorreto. Se estivéssemos diante do padrão culto da língua 
teríamos: 
 
Tem dias que nós nos sentimos 
... 
Nós estancamos de repente 
... 
Faz tempo que nós cultivamos 
A mais linda roseira que há 
 
 
 As conjunções são um dos assuntos mais frequentes em provas de 
concursos públicos, tanto que teremos uma aula específica para tratarmos 
deste tema. Em outras épocas cobrava-se a classificação gramatical “nua e 
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crua”. Exigia-se do candidato que decorasse toda a relação das conjunções e 
sua classificação exata. Atualmente as questões exploram e relação semântica 
que elas desempenham na oração, ou seja, os seus significados.Pelo que 
observamos a banca IBFC também vai nesta direção. 
 
 Por exemplo: 
 
Não só estacionou o carro em local proibido, mas ignorou as orientações do 
policial. 
 
Ele tentou justificar-se com o policial, mas não foi multado. 
 
No primeiro período, a conjunção mas traz a ideia de adição. A mesma 
conjunção na segunda passagem já apresenta outro significado, o de oposição, 
adversidade. O candidato deve ficar atento à relação semântica destes termos, 
o ato de decorar a lista de conjunções não é recomendado. 
 
 Voltando à nossa questão, realmente a conjunção “mas” apresenta a 
ideia de adversidade. Vejamos como ela se encontra inserida no texto: 
 
A gente quer ter voz ativa 
No nosso destino mandar 
Mas eis que chega a roda viva 
E carrega o destino pra lá ... 
 
Se substituirmos pela conjunção “pois” teríamos a relação semântica de 
explicação
1
, portanto o item está incorreto. 
 
 Dica: em questões semelhantes, transcreva as orações substituindo as 
palavras indicadas na afirmativa e verifique se restou ou não mantida a 
mesma relação semântica. 
 
 
 
Resposta: Letra (d). Nenhum dos itens é verdadeiro. 
 
1
 Em aula futura, aprofundaremos o estudo das conjunções com a resolução de mais questões da IBFC e IADES. 
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Ternura 
Vinicius de Moraes 
 
Eu te peço perdão por te amar de repente 
Embora o meu amor seja uma velha canção nos teus ouvidos 
Das horas que passei à sombra dos teus gestos 
Bebendo em tua boca o perfume dos sorrisos 
Das noites que vivi acalentado 
Pela graça indizível dos teus passos eternamente fugindo 
Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. 
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo 
Não traz o exaspero das lágrimas nem a fascinação das promessas 
Nem as misteriosas palavras dos véus da alma... 
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias 
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta 
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o olhar extático da aurora. 
 
 
Questão nº. 01: 
Considere as afirmações abaixo. 
I. O poema revela a paixão exasperadora do poeta pela sua amada. 
II. A conjunção “embora”, que inicia o segundo verso, poderia ser substituída, 
sem alteração de sentido por “e”. 
 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I c) I e II b) somente II d) nenhuma 
 
Comentários: 
 Mais um texto interessante. As produções poéticas e líricas, devido à 
linguagem mais rebuscada, exigem maior atenção do candidato. 
 
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 Vamos ao item, e para respondê-lo, voltemos ao texto à procura de 
argumentos que confirmem ou derrubem o nosso questionamento. 
 
(…) Trago a doçura dos que aceitam melancolicamente. 
E posso te dizer que o grande afeto que te deixo 
Não traz o exaspero das lágrimas (...) 
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias 
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta (...) 
 
 Pela passagem acima transcrita, percebemos o oposto do que afirma a 
alternativa. “Aceitam melancolicamente”, “não traz o exaspero”, “é um 
sossego”. Estas expressões não estão a caracterizar uma paixão arrebatadora. 
O item (I) está incorreto. 
 
 
Vejamos: 
 
 
A relação semântica estaria prejudicada se substituíssemos os termos 
destacados. Item incorreto. Teremos uma aula específica para tratarmos do 
tema conjunções. 
 
Resposta: letra (d), nenhuma das alternativas é verdadeira. 
 
 
 
 
 
 
 
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Questão nº 02: 
Considere as afirmações abaixo. 
 
I. Ao se referir à amada, o eu-lírico mantém a uniformidade no tratamento, 
utilizando a segunda pessoa do singular. 
II. O adjetivo “extático” significa “parado”, fazendo referência à ausência de 
movimento da aurora. 
Está correto o que se afirma em 
a) somente I b) somente II c) I e II d) nenhuma 
Comentários: 
 
Verifiquem as referências à amada presentes no texto. Vamos lá: 
 
te peço 
te amar 
teus ouvidos 
teus gestos 
tua boca 
teus passos 
te deixo 
te repouses. 
 
 Realmente percebemos uniformidade no tratamento do Eu-lírico a sua 
amada. A afirmativa está verdadeira. 
 
Mas você deve estar curioso. O que é o Eu-Lirico? 
 
O eu-lírico é aquele elemento do texto poético que expõe ao leitor o 
sentimento que emerge do poema. Se compararmos o gênero lírico com o 
narrativo, o eu-lírico será equivalente ao narrador. 
 
Fonte: PORTAL EDUCAÇÃO - http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/34394/eu-lirico-sujeito-lirico-ou-
eu-poetico#ixzz2f0Y999Zj 
 
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/34394/eu-lirico-sujeito-lirico-ou-eu-poetico#ixzz2f0Y999Zj
http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/34394/eu-lirico-sujeito-lirico-ou-eu-poetico#ixzz2f0Y999Zj
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 O item aborda um assunto importante em provas de concursos, porém 
muito negligenciado. Trata-se da semântica, parte da gramática, que se ocupa 
do estudo do significado das palavras. As palavras podem estabelecer entre 
se relações de semelhança ou oposição de significados. 
 
As palavras sinônimas são as que possuem significados semelhantes, ou 
seja, mesmo sentido. Parece simples, mas muitas vezes temos dificuldade na 
resolução das questões que abordam este tema. Ora, a banca buscará palavras 
incomuns ao vocabulário do dia a dia, são palavras às quais não estamos 
acostumados, ainda mais nesse novo mundo de pouca leitura. 
 
E aí professor, o que fazer? Quando não souber o significado de uma 
determinada palavra busque-o através do contexto, ou seja, da relação 
existente entre a palavra e o texto no qual está inserida. 
 
Até aqui, eu também não sabia o significado do termo extático, porém 
ficou fácil acertar o item analisando o contexto onde esta palavra estava sendo 
empregada. Vejamos: 
 
É um sossego, uma unção, um transbordamento de carícias 
E só te pede que te repouses quieta, muito quieta 
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o 
olhar extático da aurora. 
 
O autor tentou induzi-lo ao erro afirmando que o termo seria sinônimo 
de parado. Meus amigos, vocês acreditam mesmo que a banca seria tão 
ingênua ao ponto elaborar uma questão tão simples? 
 
São sinônimos de extático: contemplativo, distraído, embebido, 
 entregue, imerso, pensativo, admirado. Não podemos confundir com 
estático, que significa parado, imóvel. 
http://www.dicionarioinformal.com.br/contemplativo/
http://www.dicionarioinformal.com.br/contemplativo/
http://www.dicionarioinformal.com.br/embebido/
http://www.dicionarioinformal.com.br/embebido/
http://www.dicionarioinformal.com.br/embebido/
http://www.dicionarioinformal.com.br/imerso/
http://www.dicionarioinformal.com.br/imerso/
http://www.dicionarioinformal.com.br/admirado/
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E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o 
olhar contemplativo da aurora. 
 
Não teria o menor sentido a substituição do termo pela palavra 
“parado”. Vejamos: 
 
E deixes que as mãos cálidas da noite encontrem sem fatalidade o 
olhar parado da aurora. 
 
 
Resposta: letra (a), apenas o item I é verdadeiro. 
 
 
 
 
Espero que tenham aproveitado a aula! 
Aguardamos os comentários na página para melhorarmos as 
aulas futuras. 
 
Até a próxima aula! 
Rômulo Passos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: 
 
BECHARA, E. Moderna Gramática Portuguesa. 37ª. Ed. Atualizada pelo Novo 
Acordo Ortográfico. Rio de Janeiro: Lucerna: 2009. 
 
CEGALA, Domingos P. Novíssima gramática da língua portuguesa. Rio de 
Janeiro: Lucerna. 
 
CUNHA, C. F.; CINTRA, L. F. Nova gramática do português contemporâneo. RJ, 
Nova Fronteira. 
 
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 2002. 
 
LUFT, Celso Pedro. A vírgula. São Paulo: Ática, 2009. 
 
MARCUSCHI, L. A. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São 
Paulo: Parábola, 2008.

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