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ESUCRI - ESCOLA SUPERIOR DE ENSINO DE CRICIUMA CURSO SUPERIOR DE PSICOLOGIA 1 Acadêmico de Graduação em Bacharel em Psicologia. E-mail: carol.mattos20@hotmail.com 2 Acadêmico de Graduação em Bacharel em Psicologia. E-mail: empreendermelhornegocio@gmail.com 3 Acadêmico de Graduação em Bacharel em Psicologia. E-mail: mariajuliamezzari@gmail.com 4 Professora da Faculdades Esucri/Criciúma-SC. E-mail: jaqueline@esucri.com.br ADOÇÃO TARDIA NO BRASIL 2018 Carolina Mattos 1 Fabiano Corrêa 2 Maria Júlia Mezzari 3 Jaqueline B. Taufembach 4 RESUMO A forma que o as crianças e adolescentes enfrentam a adoção e como as famílias precisam estar de forma equilibrada para chegada do filho a fim de não causar prejuízos psíquicos. Palavras-chave: Adoção, Adolescentes, Crianças, Pais, Famílias. 1. INTRODUÇÃO Com intuito de assegurar proteção aos sujeitos de direito o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) foi de suma importância diante a Lei 12.010/09, que passa a disciplinar o processo de adoção no Pais. O objetivo é de facilitar o acesso para quem quer adotar uma criança e com isso reduzir o número de crianças sem famílias. Hoje vimos números expressivos de famílias quererem adotar filhos, e ao mesmo tempo segundo Cadastro Nacional de Adoção (CNA), estimasse que aproximadamente nove mil crianças e adolescentes estão esperando por uma família e um lar para morar. Nesse período do Estatuto da criança e do adolescente (1990) trouxeram inúmeras inovações uma delas é que mesmo o estado civil do sujeito seja solteiro tem a possibilidade de entrar para o cadastro e assim realizando a adoção, porém é necessário que a pessoa responsável pela criança tenha uma diferença de idade de no mínimo 16 anos do adotado. Levinzon (2009) caracteriza a adoção como uma forma de se exercer uma das experiências humanas básicas, a de dar continuidade de si mesmo por meio da maternidade e da paternidade. Dessa maneira tornar-se mãe e pai pela via não tradicional do campo biológico “ocorre em todas as culturas, e existe desde tempos imemoriais” (p. 12). Adotar uma criança, gera muitas incertezas, dúvidas e ansiedades relacionadas ao futuro filho e à família que se constituirá. Isso ocorre devido ao fato de os adotantes estarem se inserindo em um mundo novo, assim, é de suma importância compreender como ocorreu o processo da adoção, about:blank 2 bem como a adaptação da criança com a família, reduzindo assim as chances das crianças serem devolvidas e analisando os prejuizos psicologicos que essa adoção pode causar. 2. PROCESSOS DE ADOÇÃO NO BRASIL Segundo o Cadastro Nacional de Adoção (CNA) 9.041 crianças e adolescente estão cadastradas para adoção no país. Parte dessas crianças que foram rejeitados por seus pais biológicos, cresce e são educados pela instituição em que os abrigou direcionada pelo estado ou associações religiosas, completam maioridade e iniciam a vida adulta sem uma família que os acolha. De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (1990), que define a família substituta como aquela que vem substituir a família biológica, a colocação de uma criança, que está impossibilitada de conviver com a família de origem, poderá ocorrer através de algumas maneiras jurídicas contempladas no ordenamento jurídico brasileiro como a guarda, a tutela e a adoção A primeira coisa a se informar em uma adoção é parte jurídica, e a partir dali que tudo começa. O tramite para adoção precisa passar por alguns passos, o primeiro é procurar em sua cidade a vara da infância e juventude para começar a juntar documentação necessário, importante destacar que precisa ter idade mínima de 18 anos e no caso se for solteiro(a) precisa ser 16 anos mais velho que o adotado. O segundo passo é Fazer uma petição de inscrição para adoção (no cartório da Vara de Infância), será aberto um processo de petição onde através de um advogado particular ou defensor público, Só depois de aprovado, seu nome será habilitado a constar nos cadastros local e nacional de pretendentes à adoção. O terceiro é o curso de preparação psicossocial e jurídica, durante 2 meses com aulas semanais fica obrigatoriamente pretendentes a realizar, e após o curso será encaminhado resultado para ministério público e o juiz da vara de infância. O quarto é sentença do juiz sobre a adoção. Se o caso for pedido os pretendentes tem até dois anos no território nacional de ficar na espera pela adoção. O quinto é encontrar uma criança ou adolescente com o perfil para a sua família, a vara de Infância vai avisá-lo que existe uma criança com o perfil compatível ao indicado na fixa de inscrição, é apresentando histórico para adotante, se houver interesse ambos são apresentado, é importante ressaltar que a criança em um diálogo também pode decidir se quer ou não ser adotado. A sexta é a guarda provisória da criança ou adolescente, o adotado morará com os pretendentes e serão acompanhados e analisado pela equipe técnica durante o estagio de convivência, que apresentará uma avaliação conclusiva. E por fim a sétima, sentença de adoção e registro da criança ou do adolescente na família, após sentença da adoção já se pode 2 mudar nome e sobrenome no do novo registro de nascimento. Após o novo registro o filho adotado tem os mesmo direitos que filho biológico. 2.1. O ESTADO DE CONVIVENCIA NAS FAMILIAS Foram realizados estudos com casais que adotaram crianças com mais de dois e quatro anos de idade, o objetivo era de conhecer sentimentos, percepções, dúvidas, anseios, dificuldades e alegrias vivenciadas nos primeiros anos de convivência com a nova família. O estágio de convivência foi declarado como um período frágil, no qual os vínculos estariam sendo construídos e a possibilidade de devolução estaria constantemente presente, sendo que essa criança já apresentava vivências anteriores que repercutiam no seu estilo de viver, aprender, sentir e pensar, tendo assim a postura ativa e já interferindo na dinâmica familiar de forma mais intensa como citou Costa e Rossetti-Ferreira em sua pesquisa no ano de 2007. Diante destas circunstâncias, considera-se que, adotar uma criança sendo ela maior de quatro anos o que o Cadastro Nacional de Adoção já considera uma adoção tardia, gera muitas incertezas, dúvidas e ansiedades relacionadas ao futuro desta família que se constituirá. São crianças e adolescentes sendo inseridas em um mundo novo, com novos significados e novas descobertas completamente diferentes do que já vinham vivenciando. Psicólogos da vara da infância e da juventude relataram que o receio inicial desses pais é a forma como a criança ira se portar de inicio, como fazer xixi na cama, não comer, ficar doentes ou testa-los, se preparam para apoia-los fisicamente, mas no Brasil ainda falta preparação emocional, pela cultura de que consultas psicológicas são apenas para loucos. É de devida importância que os pais sejam conscientes que, de inicio a criança possa não ter empatia, pode levar algum tempo para criar confiança, cada criança tem o seu momento, é natural que rejeitem esses novos país, por esse motivo órgãos competentes fazem o acompanhamento durante o estágio de convivência para compreender como ocorreu o processo da adoção, e acompanhar à adaptação da criança com a família, psicólogos que atuam em cada caso especifico serão como referência de apoio aos pretendentes às adoções, disponíveis a orienta-los conforme as dificuldades que forem aparecendo durante a adaptação com a criança ou adolescente, para somente assim poder conceber a guarda definitiva. Segundo Carvalho, F.A (2017) as instituições judiciarias que oferecem melhores condições de trabalhos aos profissionais das equipes técnicas, e psicólogos que podem contar com a rede de apoio tem um número menor de casos de devolução. 2 2.2. Questões emocionais do adolescente devolvido No Brasil, a Lei 12.010, consideraa adoção como uma ação irrevogável. Contudo, Santiago (2014) ressalta que, na prática, o que se tem visto nos tribunais e órgãos de defesa da criança é o aumento dos casos de "devolução" dessas crianças ao poder público, tornando-as órfãs mais de uma vez. Segundo Oliveira (2010) analisa que a devolução de crianças em caso de adoção "pode ser compreendida como algo da ordem da não inscrição da criança adotada, uma não posse dela como filiação do casal, isto é, sem pertencimento, e, portanto, sem identificação" (p. 37). A mesma autora ressalta a necessidade da preparação dos membros como sendo um fator de destaque para o êxito da adoção. Observa que os pretendentes necessitam de uma preparação específica e que em muitas vezes, não encontram apoio durante o processo de adoção. Ghirardi (2008) realizou um estudo sobre a devolução de crianças adotadas, no qual ressalta alguns fatores de relevância para a compreensão das dificuldades encontradas no processo de adoção. Dentre elas, está a dificuldade no estabelecimento do laço afetivo com a criança. A adoção por si só é um processo complexo para o adotado levando em considerações questões relacionadas à subjetividade de cada individuo. Ressalta Albornoz (1998) que a criança adotada costuma associar, inconscientemente, o motivo de seu abandono ao fato de não ter correspondido às expectativas dos pais biológicos, e, assim, satisfazer as necessidades e as expectativas dos pais adotivos é uma forma de evitar o sofrimento diante de um novo abandono. Comenta Tiba apud Rocha (2007) que “A devolução funciona como uma bomba para a autoestima da criança e é melhor que ela nunca seja adotada a ser adotada e devolvida”, e conclui que “as pessoas devem ser mais responsáveis ao adotar: devolver é quase como fazer um aborto”. As crianças devolvidas enfrentam danos psicológicos de grande intensidade e possivelmente, a devolução aconteça pela cultura das famílias em buscam das crianças, traumatizadas por uma sucessão de rejeições, as crianças e os adolescentes não contam com nenhuma estrutura que lhes dê suporte, o abandono é uma violência psicológica que geralmente deixa sequelas incuráveis nos mesmos. CONSIDERAÇÕES FINAIS Através dos temas abordados, conclui-se que o processo de adoção no Brasil ainda está em constante evolução, o poder jurídico esta capacitando profissionais para lidar melhor com cada caso de adoção. As grandes maiorias de casais entram nas filas de adoção com a 2 intenção de adotar crianças até um ano, e após um grande período de espera acabam trocando algumas características como, raça, histórico de saúde, idade e possuir irmãos. O período de adaptação sempre é delicado mesmo com toda a rede de apoio do poder publico, os casos mais delicados são quando o adotado já teve casos de devolução. 2 REFERÊNCIAS ALBORNOZ, Ana Carolina Garcia. Os efeitos preventivos e curativos dos cuidados parentais substitutos com relação à doença mental grave – fundamentando a práxis. Aletheia, Canoas, v. 7, n. 1, p. 27-33, 1998. Brasil, 2018 - CNA - Cadastro Nacional de Adoção - Disponível em: http://www.cnj.jus.br/cnanovo/pages/publico/index.jsf acesso em 01/10 http://www.proceedings.scielo.br/scielo.php?pid=MSC0000000082005000200013&script =sci_arttext&tlng=pt Levinzon, G. K. Adoção (3ª ed.). São Paulo, 2009. Casa do Psicólogo. Santiago, M. S. (2014). Aspectos jurídico-sociais da "devolução" de crianças adotadas. Artigo Científico Jurídico apresentado à Universidade Estácio de Sá, Curso de Direito, como requisito parcial para conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso. Oliveira, S. V. D. (2010). Devolução de crianças, uma configuração: entre a fantasia da adoção e a vinculação fraturada. Dissertação de Mestrado, Instituto de Psicologia, Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, Minas Gerais. TIBA, Içami, apud ROCHA, Maria Isabel de Matos. Crianças “devolvidas”: Os "filhos de fato" também têm direito? Âmbito Jurídico, Rio Grande, n. 7, publicado em: 30 nov. 2007. Disponível em: Acesso em: 27 out. 2018. Ghirardi, M. L. A. M. (2008). A devolução de crianças e adolescentes adotivos sob a ótica psicanalítica: Reedição de histórias de abandono. Dissertação de Mestrado não publicada, Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo. about:blank about:blank
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