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aula 6 planejamento tributario

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PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO 
AULA 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Daiane Lolatto 
 
 
2 
CONVERSA INICIAL 
Nesta aula, será estudado o planejamento tributário da pessoa física, 
quando tem participação societária e quando não tem, como a redução do INSS 
pago pelos sócios, redução do valor do pró-labore e aumento da distribuição e 
venda de imóveis dos sócios. 
As pessoas jurídicas tendem a utilizar mais o planejamento tributário em 
suas atividades do que as pessoas físicas, pois as obrigações acessórias são 
maiores. O interesse das pessoas físicas em planejar aumenta em meados de 
abril, quando o prazo para envio da declaração do imposto de renda encerra. 
No entanto, o planejamento deve ser realizado no ano vigente para gerar 
economia no ano seguinte, visto que existem ações para diminuir o fato gerado 
do tributo. É o caso das deduções para a fonte pagadora das contribuições 
previdenciárias, utilização de imóvel residencial para exercício de atividade 
profissional, ganho de capital isento, venda de imóveis residenciais, entre outros. 
A função do planejador financeiro é demonstrar aos seus clientes como 
registrar e avaliar a situação financeira durante o exercício social, até mesmo 
com uma planilha contendo o fluxo de caixa pessoal que proporciona avaliar e 
planejar as entradas e saídas de dinheiro. Este é outro campo de atuação do 
profissional de finanças. 
CONTEXTUALIZANDO 
O contribuinte de classe média é o mais onerado pelo fisco. A alíquota 
aplicada sobre a renda é de até 27,5%, se houver ganho de capital terá um custo 
de até 15%, pagamento de INSS sobre o salário de até 11%, mais os tributos 
IPTU, IPVA, ITBI, ITR, contribuições sindicais, de exercício da profissão etc. A 
pessoa física, de forma indireta, ainda paga ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins. Nesse 
sentido, qual é a relação da carga tributária com o cálculo do Índice de Retorno 
de Bem-Estar à Sociedade (IRBES)? 
Saiba mais 
Brasil é o país que proporciona pior retorno em serviços públicos à 
sociedade: Disponível em: <https://ibpt.com.br/noticia/2595/CNPL-Brasil-e-o-
Pais-que-proporciona-pior-retorno-em-servicos-publicos-a-sociedade>. Acesso 
em: 16 fev. 2020. 
 
 
 
3 
TEMA 1 – PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NA PESSOA FÍSICA, QUANDO TEM 
PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA E QUANDO NÃO TEM 
O Imposto de Renda das Pessoas Físicas (IRPF) é um tributo de 
competência da União, que tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade 
econômica ou jurídica de renda e proventos de qualquer natureza, conforme 
disposto no Código Tributário Nacional (CTN), art. 43. 
A renda é o produto do capital, do trabalho ou de ambos. Os proventos de 
qualquer natureza constituem os aumentos patrimoniais não classificados como 
renda. A cobrança do IRPF ocorre mediante a entrega da declaração anual, seja 
em relação ao valor do imposto a pagar ou em relação ao valor que o contribuinte 
tem a restituir. 
As alíquotas do IRPF variam em razão da geração de renda, princípio da 
isonomia. Até determinada renda, o contribuinte é isento do imposto e não 
precisa prestar contas ao fisco. As demais pessoas físicas devem elaborar a 
declaração de ajuste anual. 
A declaração anual da pessoa física é fundamentada em documentos que 
comprovam o fato gerador. A renda pode ser comprovada por meio de informe 
de rendimentos, holerites, extratos bancários, dentre outras formas e as 
despesas, mediante comprovantes de pagamentos, recibos e notas fiscais. As 
despesas médicas, odontológicas, pagamento de seguros de saúde, planos de 
saúde, são dedutíveis na apuração anual do imposto. 
Existem duas formas de tributação, isto é, utilizando as deduções 
previstas na legislação tributária ou utilizando o desconto de 20% do valor dos 
rendimentos tributáveis na declaração, limitado a R$ 16.754,34 para o ano de 
2019. A tabela do imposto de renda deve ser acompanhada anualmente. 
No caso da pessoa física que possui participação societária, também há 
a necessidade de informar na declaração. 
1.1 Pessoa física com participação societária 
De acordo com a Receita Federal (2019, p. 24), a pessoa física não estará 
obrigada a entregar a declaração em razão de ser titular ou sócio de empresa, 
exceto se preencher os requisitos constantes na Instrução Normativa n. 
1.871/2019, art. 2º. 
 
 
4 
Se a pessoa física for obrigada a declarar o imposto de renda, deverá 
informar a propriedade das cotas na ficha de bens e direitos da sua declaração 
com o código 32 "Cotas ou quinhão de capital”. Nesse campo, devem ser 
informados o número de cotas, o valor inicial, o nome e o CNPJ da empresa. 
Os rendimentos auferidos pela empresa declarados na pessoa física 
podem ser decorrentes de pró-labore ou de dividendos. O pró-labore significa 
pelo trabalho e constitui o salário dos administradores. Essa forma de 
remuneração não é obrigatória, ficando a cargo dos proprietários decidir em 
aderir ou não. Essa informação deve constar nos rendimentos tributáveis 
recebidos, sujeitos à tabela progressiva do imposto de renda. 
No caso da distribuição de dividendos, há uma vantagem, ou seja, os 
valores declarados como lucros ou dividendos estão isentos de imposto de renda 
para a pessoa física, conforme RIR/2018, art. 35, inciso IV. No entanto, no caso 
do Microempreendedor Individual (MEI), não obrigado à escrituração contábil, 
deve-se aplicar a regra de presunção e informar na declaração apenas o lucro 
presumido como isento. Então, o registro na ficha de rendimentos isentos e não 
tributáveis será realizado na linha 05 “Lucros e dividendos recebidos pelo titular 
e seus dependentes” ou na linha 09 “Rendimento de sócio ou titular de 
microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional”, 
conforme a situação. 
Dessa forma, o contribuinte que tenha recebido como pessoa jurídica 
deve declarar os ganhos como pessoa física. Os rendimentos decorrentes da 
participação societária serão descritos como pró-labore ou lucro nos respectivos 
campos da declaração. 
TEMA 2 – REDUÇÃO DO INSS PAGO PELOS SÓCIOS 
De acordo com a Lei n. 8.212/91, art. 12, os contribuintes individuais são 
segurados obrigatórios da Previdência Social. Estes representam os 
empresários, trabalhadores autônomos e equiparado a trabalhador autônomo. 
A contribuição do contribuinte individual é calculada com base na 
remuneração obtida em uma ou mais empresas ou pela realização de suas 
atividades por conta própria durante o mês. 
As empresas contratantes utilizarão a alíquota de 20% para efetuar o 
desconto da contribuição previdenciária dos contribuintes individuais. O 
contribuinte que prestar serviço a uma ou mais empresas poderá descontar da 
 
 
5 
sua contribuição mensal 45% da contribuição patronal da contratante, realmente 
recolhida ou declarada, limitada a 9% sobre o salário de contribuição. Isso quer 
dizer que o valor da contribuição não ultrapassará a 11% sobre o serviço 
prestado, por exemplo, determinado segurado se filiou ao Regime Geral de 
Previdência Social (RGPS) na condição de contribuinte individual. Durante o 
mês, prestou serviços a duas empresas. Recebeu da empresa A R$ 1.000,00 e 
da empresa B, R$ 600,00. A contribuição à Previdência Social, considerando a 
dedução permita por lei, será de: 
Quadro 1 – Redução do INSS pago pelos sócios 
Descrição R$ 
Remuneração auferida pelo segurado no mês 1.600,00 
Contribuição individual (sem dedução) – R$ 1.600,00 x 20% 320,00 
Contribuição patronal – empresa "A" – R$ 1.000,00 x 20% 200,00 
Contribuição patronal – empresa "B" – R$ 600,00 x 20% 120,00 
Possibilidade de dedução – (R$ 200,00 + R$ 120,00) x 45% 144,00 
Limite de dedução – R$ 1.600,00 x 9% 144,00 
Contribuição do segurado – R$ 320,00 – R$ 144,00 176,00 
Saiba mais 
Formas de pagar e códigos de pagamento – Contribuinte 
individual/Facultativo. Disponível em: <https://www.inss.gov.br/servicos-do-
inss/calculo-da-guia-da-previdencia-social-gps/forma-de-pagar-e-codigos-de-pagamento-contribuinte-individualfacultativo/>. Acesso em: 16 fev. 2020. 
Os profissionais autônomos devem atentar à contribuição previdenciária 
para não sofrer retenção indevida. Conforme mencionado por Crepaldi (2017, p. 
298), o profissional autônomo “deve informar a todas as empresas onde trabalha 
os valores descontados nas demais, para não ultrapassar o limite de contribuição 
daquele mês”. O limite máximo do INSS aplica-se aos contribuintes individuais e 
aos empregados. 
No demonstrativo de pagamentos, deve constar os valores da 
remuneração, do desconto, a sua identificação (inclusivo número do CNPJ) e o 
número de identificação do contribuinte individual no INSS. 
 
 
 
6 
2.1 Pró-labore versus plano de previdência privada 
A adesão ao plano de previdência privada pode trazer economia aos 
sócios, pois ao invés de pagar diretamente na forma de pró-labore, pode ser 
pago por meio de previdência privada. 
Segundo a Lei n. 8.212/91, art. 28, alínea p, parágrafo 9º, não integram o 
salário de contribuição o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa 
jurídica relativo a programa de previdência complementar. Assim, não haverá a 
retenção de 11% do INSS e o contribuinte deixará de reter 27,5% do IRRF, pois 
o RIR/2018, art. 67, determina que as contribuições privadas são dedutíveis da 
base de cálculo do imposto de renda. No entanto, as deduções estão limitadas 
a 12% do total dos salários dos empregados e da remuneração dos dirigentes 
da empresa vinculados ao referido plano, conforme art. 75 do RIR/2018. 
Situação 1 
Pró-labore mensal: R$ 7.000,00 
Encargos INSS (20% empresa) = R$ 1.400,00 
IRRF = R$ 879,00* 
Total da tributação 1 = R$ 2.279,00/mensais 
*Base de cálculo do IRRF/tabela 2019: 
R$ 7.000,00 menos INSS 11% retido (sobre o teto do INSS) R$ 642,34 = R$ 
6.357,66. 
Situação 2 
Alteração realizada na forma de remuneração: 
Pró-labore R$ 5.600,00 e plano de previdência privada: R$ 1.400,00 
Encargos após a alteração realizada: INSS (20% empresa) = R$ 1.120,00 
IRRF = R$ 501,24* 
*Base de cálculo do IRRF/tabela 2019: 
R$ 5.600,00 menos INSS 11% retido R$ 616,00 = R$ 4.984,00. 
Total da tributação 2 = até R$ 1.621,24/mensais 
Diferença entre as situações 1 e 2 = até R$ 657,76 mensais ou R$ 7.893,12/ano. 
 
 
 
7 
2.2 Planejamento tributário na previdência privada 
O planejamento tributário na previdência proporciona economia tributária 
aos contribuintes. Crepaldi (2017, p. 299) relata 
O conceito de previdência, para muitos, ainda significa acumular 
riqueza para a aposentadoria, isto é, uma forma de investimento de 
longo prazo, com o objetivo de garantir uma renda mensal no futuro. 
No entanto, a previdência pode ser utilizada para outros objetivos, tais 
como planejamento fiscal, sucessório ou até mesmo como um simples 
investimento — o que a torna um produto bastante atrativo. 
Os planos de previdência complementar devem ser estudados com 
profundidade. Existem no mercado o Plano Gerador de Benefícios Livres (PGBL) 
e o Vida Geradora de Benefícios Livres (VGBL). 
Segundo Crepaldi (2017, p. 299), “o PGBL é ideal para quem declara o IR 
no formulário completo, pois todas as contribuições realizadas no plano podem 
ser deduzidas da base de cálculo do IR até o limite de 12% da renda bruta anual” 
e o VGBL é indicado para “investidores que fazem declaração pelo formulário 
simplificado ou já contribuíram com o montante de 12% da renda tributável”. 
TEMA 3 – REDUZIR O VALOR DO PRÓ-LABORE E AUMENTAR A 
DISTRIBUIÇÃO 
O pró-labore se trata de uma espécie de salário pago aos proprietários ou 
administradores da empresa em troca de suas atividades laborais. A distribuição 
de lucros consiste em uma forma de remuneração independente das atividades 
laborais e somente haverá distribuição, se houver lucro. Nesse sentido, a 
tributação dependerá da forma de remuneração adotada. 
A legislação do imposto de renda e da previdência social determina a não 
incidência tributária sobre a distribuição de lucros. Em contrapartida, o pró-labore 
tem incidência de IRRF e INSS. 
Saiba mais 
Pró-labore. Disponível em: 
<http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ap/artigos/como-definir-o-
valor-da-retirada-de-pro-labore-dos-
socios,6570ace85e4ef510VgnVCM1000004c00210aRCRD>. Acesso em: 16 
fev. 2020. 
 
 
8 
Sendo assim, é recomendável diminuir o pró-labore e aumentar a 
distribuição de lucros. A competência para escolher a forma de remuneração é 
dos proprietários, sendo os critérios estabelecidos no contrato social ou no 
estatuto social. Não existe regra específica para definir o montante de pró-labore 
ou de distribuição de lucros, mas a decisão refletirá na carga tributária. 
3.1 Reflexo tributário do pró-labore 
O ônus tributário sobre pró-labore é significativo, impactando no resultado 
da empresa. Ao optar por essa forma de remuneração, os proprietários devem 
estar cientes das seguintes obrigações tributárias: 
Quadro 2 – Tributos sobre pró-labore 
Tributos Carga tributária 
IRRF 
Pode representar até 27,5% do valor total do pró-labore – Tabela progressiva 
do imposto de renda 
INSS Pode representar até 11% do valor total do pró-labore– Tabela da previdência 
INSS patronal Representa aproximadamente 20% do valor total do pró-labore 
O pagamento de férias e gratificações natalinas ficarão a cargo dos 
proprietários decidirem, devendo constar em documento registrado. Então, a fim 
de calcular o pró-labore, deve-se: 
 considerar a atividade desenvolvida pelos sócios e administradores na 
empresa; 
 equiparar a remuneração dos sócios e administradores ao valor de 
mercado para a atividade desenvolvida; 
 relacionar o custo total dos tributos incidentes sobre o valor líquido; 
 especificar a forma de pagamento no contrato social ou estatuto social. 
O estudo da carga tributária sobre o pró-labore é essencial para comparar 
a distribuição de lucros e definir qual é a forma mais vantajosa. 
3.2 Reflexo tributário da distribuição dos lucros 
A distribuição dos lucros depende de uma contabilidade regular e precisa. 
A distribuição ocorre por meio da apuração do resultado do exercício e está 
isenta do INSS e do imposto de renda. 
De acordo com a Instrução Normativa RFB n. 1.700, de 2017, a isenção 
da distribuição dos lucros limita-se ao valor da base de cálculo do IRPJ, 
 
 
9 
diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita a pessoa 
jurídica. O contribuinte também tem o direito à isenção, uma vez que a empresa 
pagou tributos sobre o faturamento e é vedada a bitributação. 
Esta forma de remuneração demanda profissionais qualificados para 
elaborar o Balanço Patrimonial e a Demonstração do Resultado do Exercício e 
recomenda-se que a empresa tenha uma reserva de lucros para utilizar como 
distribuição, caso seja necessário. 
3.3 Diferenças entre pró-labore e distribuição de lucros 
Destaca-se, no Quadro a seguir, as diferenças existentes entre pró-labore 
e distribuição de lucros. 
Quadro 3 – Diferenças entre pró-labore e distribuição de lucros de forma geral 
Critério Pró-labore Distribuição de lucros 
Obrigatoriedade Deve ser pago como se fosse 
salário 
Depende da geração de lucros 
Periodicidade Mensal Mensal se houver lucro comprovado 
Incidência Incide INSS e IR sobre o pagamento Não há a incidência de INSS e IR 
Valores Estipulado com base no mercado Depende da geração de lucros 
Beneficiários Somente terá direito aquele que 
exerce atividade profissional na 
empresa 
Todos aqueles que compõem a 
sociedade 
De forma geral, estas são as diferenças significativas do pró-labore e da 
distribuição de lucros. Assim como nas operações de remuneração, os sócios ao 
realizem venda de imóveis para obtenção de renda, deverão estudar a situação 
e planejar a tributação incidente. 
TEMA 4 – VENDA DE IMÓVEIS DOS SÓCIOS 
A venda de bens pessoais por parte dos sócios de empresa executada 
não representa fraude fiscal,desde que a transferência ocorra antes da 
desconsideração da personalidade jurídica. Essa operação pode ser 
caracterizada fraude, em razão da falta de pagamento das dívidas com terceiros 
e pode ser anulada pelo Superior Tribunal de Justifica (STJ). 
Segundo disposto no RIR/2018, art. 35, inciso VI, alínea c, quando a 
pessoa física vende o imóvel e aplica o produto da venda na aquisição de outro 
imóvel residencial localizado no país, em um prazo de 180 dias, estará isento da 
 
 
10 
tributação do imposto de renda. O ganho de capital dessa operação também é 
isento conforme art. 133, inciso III. 
O imóvel residencial consiste em uma unidade construída em zona urbana 
ou rural com a finalidade de moradia. Caso a aplicação do produto da venda 
nesse imóvel residencial não seja integral, a parcela do ganho não aplicada será 
tributada. 
A falta de pagamento sobre a parcela do ganho que excede a aplicação 
implicará em juros de mora, apurados a partir do segundo mês seguinte ao do 
recebimento do valor ou da parcela do imóvel vendido e multa de mora ou de 
ofício, apurada a partir do segundo mês subsequente, caso o imposto não seja 
pago até 30 dias após o prazo de 180 dias da formalização do contrato. 
O benefício da isenção do imposto de renda sobre a venda de imóvel 
somente poderá ser utilizado a cada cinco anos, contados a partir da data da 
formalização do contrato de venda ou quando realizada a venda de mais de um 
imóvel residual, à data da primeira operação de venda. 
A isenção do imposto de renda se aplica inclusive aos contratos de 
permuta de imóveis residenciais e à venda ou compra de imóvel residencial em 
construção ou na planta. Entretanto, o benefício pode ser extinguido em casos 
específicos. 
4.1 Extinção do benefício na venda de imóvel residencial 
O benefício de isenção do imposto de renda não é aplicado nas operações 
de venda de imóveis residenciais com a finalidade de quitar, total ou 
parcialmente, débito remanescente de compra a prazo ou a prestação do imóvel 
de posse do alienante. 
A regra é mesmo para a venda ou compra de terreno e para a compra 
apenas de vaga de garagem ou de boxe de estacionamento, conforme Instrução 
Normativa RFB n. 599/2005, art. 2º, parágrafo 11. 
Com relação às despesas de corretagem, a referida instrução estabelece 
que “não integram o produto da venda, para efeito do valor a ser utilizado na 
aquisição de outro imóvel residencial, as despesas de corretagem pagas pelo 
alienante”. 
 
 
 
11 
4.2 Redução do ganho de capital 
O RIR/2018, art. 134, parágrafo 5º, dispõe que o valor pago de corretagem 
pode ser utilizado para reduzir a base de cálculo tributável da operação de venda 
de imóvel residencial com ganho de capital. 
Outra forma de reduzir o ganho de capital na venda de imóveis é incluir 
as despesas com reparos e conservação ao valor do bem, desde que ocorra o 
aumento da vida útil com a devida comprovação e que as partes e peças 
substituídas não tenham sido depreciadas. 
Dessa forma, a pessoa física ao vender um imóvel deve planejar os 
ganhos decorrentes dessa operação e as formas para reduzir a tributação, 
vantagem do planejamento fiscal na pessoa física. 
TEMA 5 – PLANEJAMENTO FISCAL NA PESSOA FÍSICA 
O planejamento tributário é mais comum para as pessoas jurídicas. No 
entanto, diversas medidas podem ser adotadas, a fim de reduzir a carga 
tributária na pessoa física. 
O contribuinte sofre a incidência de até 27,5% sobre a renda e proventos 
de qualquer natureza, até 11% de INSS, mais as contribuições sindicais e taxas 
de exercício da profissão. E, indiretamente pagam tributos sobre a aquisição de 
bens e serviços de consumo (ICMS, IPI, ISS, PIS e Cofins). 
Nesse sentido, serão estudadas a seguir algumas formas lícitas de reduzir 
esses tributos. 
5.1 Deduções para a fonte pagadora 
As deduções para a fonte pagadora são apresentadas na Declaração do 
Imposto sobre a Renda da Pessoa Física (DIRPF). A pessoa física poderá optar 
pelo desconto simplificado ou pela declaração completa. 
Segundo o art. 3º da Instrução Normativa RFB n. 1.871/2019, a pessoa 
física pode optar pelo desconto simplificado, equivalente à dedução de 20% do 
valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, limitado a R$ 
16.754,34. 
Na declaração completa, as deduções podem se referir aos dependentes, 
INSS retido, contribuição de previdência privada no limite de 12% da renda 
 
 
12 
tributável, pensão alimentícia judicial quando houver obrigatoriedade de a fonte 
pagadora reter. 
5.2 Da exclusão na hipótese de aluguel de imóveis 
O RIR/2018, art. 42, dispõe que não será considerado como rendimento 
bruto, no caso de aluguéis de imóveis: 
Art. 42 I - o valor dos impostos, das taxas e dos emolumentos 
incidentes sobre o bem que produzir o rendimento; 
II - o aluguel pago pela locação de imóvel sublocado; 
III - as despesas pagas para cobrança ou recebimento do rendimento; 
e 
IV - as despesas de condomínio. 
No material disponibilizado pela Receita Federal, Perguntas e Respostas 
– Imposto de Renda da Pessoa Física, na questão 411, esclarece-se que podem 
ser deduzidas as despesas com aluguel, energia, água, gás, taxas, impostos, 
telefone, telefone celular, condomínio, quando o imóvel utilizado para a atividade 
profissional é também residência. O Parecer Normativo CST n. 60, de 20 de 
junho de 1978, permite a dedução da quinta parte dessas despesas. 
Situação A: Imóvel alugado 
Suponha-se que as despesas decorrentes do imóvel alugado utilizado 
pelo contribuinte individual seja: 
Quadro 4 – Dedução de imóvel alugado 
Despesas R$ 
Aluguel 2.000,00 
Energia 560,00 
Água e esgoto 200,00 
ITPU 180,00 
Condomínio 600,00 
Total 3.540,00 
Parcela dedutível (1/5) 708,00 
Situação B: Imóvel próprio 
Suponha-se que as despesas decorrentes do imóvel próprio utilizado pelo 
contribuinte individual seja: 
 
 
 
13 
Quadro 5 – Dedução de imóvel próprio 
Despesas R$ 
Energia 560,00 
Água e esgoto 200,00 
ITPU 180,00 
Condomínio 600,00 
Total 1.540,00 
Parcela dedutível (1/5) 308,00 
Não fazem parte da dedução os reparos, a conservação e recuperação 
do imóvel. 
5.3 Deduções anuais 
As deduções anuais devem ser comprovadas via documentos, recibos, 
cópias dos cheques nominais emitidos etc. As despesas dedutíveis para fins de 
apuração do IRPF anual referem-se às despesas médicas, odontológicas, 
seguro-saúde, planos médicos, dentre outras. 
Dessa forma, é imprescindível que o contribuinte organize a 
documentação no ano corrente, para que, no ano seguinte, possa realizar o 
preenchimento da declaração corretamente. 
O fisco tem exigido informações cada vez mais detalhadas e a 
responsabilidade por essas informações é do contribuinte. 
5.4 Ganho de capital isento 
O ganho de capital é isento, conforme disposto pelo RIR/2018, art. 133, 
quando decorrer da alienação de bens e direitos de pequeno valor, em que o 
preço unitário de alienação, no mês em que esta se realizar, seja igual ou inferior 
a: 
Art. 133 
a) R$ 20.000,00 (vinte mil reais), na hipótese de alienação de ações 
negociadas no mercado de balcão; e 
b) R$ 35.000,00 (trinta e cinco mil reais), nas demais hipóteses; 
A legislação também impõe limites: 
Art. 133 § 1º O limite a que se refere o inciso I do caput será 
considerado em relação: 
I - ao bem ou ao direito ou ao valor do conjunto dos bens ou dos direitos 
da mesma natureza, na hipótese de alienação de diversos bens, 
alienados no mesmo mês; 
II - à parte de cada condômino, na hipótese de bens em condomínio; e 
 
 
14 
III - a cada um dos bens ou dos direitos possuídos em comunhão e ao 
valor do conjunto dos bens ou dos direitos da mesma natureza, 
alienados no mesmo mês, na hipótese de sociedade conjugal. 
 Os bens e direitos descritos na legislação referem-se àqueles que 
possuem as mesmas características entre si. Tratando-se de imóveis deve 
adotar as regras supracitadas. 
TROCANDOIDEIAS 
O planejamento tributário é mais comum para as pessoas jurídicas. No 
entanto, diversas medidas podem ser adotadas a fim de reduzir a carga tributária 
da pessoa física. Depois de compreender as formas de realizar o planejamento 
tributário para pessoa física e para pessoa jurídica, é possível afirmar que o 
planejamento é mais importante para as empresas? 
NA PRÁTICA 
O contribuinte comprou um apartamento por R$ 200.000,00 há cinco anos 
e vendeu o imóvel por R$ 300.000,00 em 2018. Sendo assim, o contribuinte terá 
de pagar Imposto de Renda em 2019? Qual é o montante a ser pago? 
A resposta esperada para essa questão pode ser encontrada ao final 
deste material, após a seção Referências. 
FINALIZANDO 
A carga tributária da pessoa física no Brasil é uma das mais altas do 
mundo e com menor retorno à sociedade. A representatividade é de 
aproximadamente 32% do PIB (Produto Interno Bruto), isto é, o governo detém 
um terço do que é produzido no país. 
A fim de garantir a sobrevivência, os contribuintes devem estudar formas 
de reduzir o ônus tributário. Dentre as possibilidades existentes, tem-se a 
redução do INSS pago pelos sócios, remuneração por meio da distribuição de 
lucros, venda de imóveis dos sócios sem ganho de capital, dentre outras. 
Para realizar o planejamento, faz-se necessário um profissional técnico 
para evitar que não ocorram desembolsos infundados e para garantir que a 
informação seja disponibilizada com integridade para o fisco. As sanções fiscais 
têm sido cada vez mais recorrentes. 
 
 
 
15 
REFERÊNCIAS 
BRASIL. Decreto n. 9.580, de 22 de novembro de 2018. Regulamenta a 
tributação, a fiscalização, a arrecadação e a administração do Imposto sobre a 
Renda e Proventos de Qualquer Natureza. Disponível em: 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm>. 
Acesso em: 16 fev. 2020. 
______. Lei n. 8.212, de 24 de julho de 1991. Dispõe sobre a organização da 
Seguridade Social, institui Plano de Custeio, e dá outras providências. Disponível 
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8212cons.htm>. Acesso em: 30 
de out. 2019. 
______. SISTEMA NORMAS GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Instrução Normativa 
RFB n. 1.700, de 14 de março de 2017. Diário Oficial da União, Brasília, 16 
mar. 2017. Disponível em: 
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?idAto=81268>. 
Acesso em: 21 fev. 2020.. 
______. SISTEMA NORMAS GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Instrução Normativa 
RFB n. 599, de 28 de dezembro de 2005. Diário Oficial da União, Brasília, 30 
dez. 2005. Disponível em: 
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&
idAto=15526>. Acesso em: 21 fev. 2020. 
______. SISTEMA NORMAS GESTÃO DA INFORMAÇÃO. Instrução Normativa 
RFB n. 1.871, de 20 de fevereiro de 2019. Dispõe sobre a apresentação da 
Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a Renda da Pessoa Física 
referente ao exercício de 2019, ano-calendário de 2018, pela pessoa física 
residente no Brasil. Diário Oficial da União, Brasília, 22 de fevereiro de 2019. 
Disponível em: 
<http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&
idAto=98886>. Acesso em: 21 fev. 2020. 
CREPALDI, S. Planejamento tributário. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2017. 
IBPT. CNPL: Brasil é o País que proporciona pior retorno em serviços públicos 
à sociedade. 19 jun. 2017. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2018/decreto/D9580.htm
 
 
16 
<https://ibpt.com.br/noticia/2595/CNPL-Brasil-e-o-Pais-que-proporciona-pior-
retorno-em-servicos-publicos-a-sociedade>. Acesso em: 21 fev. 2020. 
RECEITA FEDERAL. Perguntas e Respostas – Imposto de Renda da Pessoa 
Física IRPF 2019. Disponível em: 
<http://receita.economia.gov.br/interface/cidadao/irpf/2019/perguntao/perguntas
-e-respostas-irpf-2019.pdf>. Acesso em: 21 fev. 2020. 
 
 
 
17 
GABARITO 
Segundo disposto no RIR/2018, art. 35, inciso VI, alínea c, quando a 
pessoa física vende o imóvel e aplica o produto da venda na aquisição de outro 
imóvel residencial localizado no país em um prazo de 180 dias, estará isento da 
tributação do imposto de renda. Se não for empregado todo o valor para a 
aquisição de um novo imóvel, a diferença será tributada em 15%, isto é, R$ 
15.000,00.

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