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Peça Processual – XXIII Exame 
Edson, idoso aposentado por invalidez pelo regime geral de previdência social, recebe um salário mínimo por mês. 
Durante mais de três décadas, esteve exposto a agentes nocivos à saúde, foi acometido por doença que exige o 
uso contínuo de medicamento controlado, cuja ministração fora da forma exigida pode colocar em risco a sua vida. 
Em razão de sua situação pessoal, todo dia 5 comparece ao posto de saúde existente na localidade em que reside, 
retirando a quantidade necessária do medicamento para os próximos trinta dias. No último dia 5, foi informado, pelo 
Diretor do referido posto, que a central de distribuição não entregara o medicamento, já que o Município, em razão 
da crise financeira, não pagava os fornecedores havia cerca de seis meses. Inconformado com a informação rece-
bida, Edson formulou, logo no dia seguinte, requerimento endereçado ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade 
responsável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à área de saúde e pela aquisição dos me-
dicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão por ele dirigido. Na ocasião, esclareceu que a ausência 
do medicamento poderia colocar em risco sua própria vida. Em resposta escrita, o Secretário reconheceu que Edson 
tinha necessidade do medicamento, o que fora documentado pelos médicos do posto de saúde, e informou que 
estavam sendo adotadas as providências necessárias à solução da questão, mas que tal somente ocorreria dali a 
160 (cento e sessenta) dias, quando o governador do Estado prometera repassar receitas a serem aplicadas à 
saúde municipal. Nesse meio-tempo, sugeriu que Edson procurasse o serviço de emergência sempre que o seu 
estado de saúde apresentasse alguma piora. Edson, de posse de toda a prova documental que por si só basta para 
demonstrar os fatos narrados, em especial a resposta do Secretário Municipal de Saúde, procura você, uma semana 
depois, para contratar seus serviços como advogado(a), solicitando o ajuizamento da medida judicial que ofereça 
resultados mais céleres, sem necessidade de longa instrução probatória, para que consiga obter o medicamento de 
que necessita. 
Levando em consideração as informações expostas, ciente da desnecessidade da dilação probatória, elabore a 
medida judicial adequada, com todos os fundamentos jurídicos que conferem sustentação ao direito de Edson. 
(Valor: 5,00) 
Obs.: a peça deve abranger todos os fundamentos de Direito que possam ser utilizados para dar respaldo à preten-
são. A simples menção ou transcrição do dispositivo legal não confere pontuação. 
Petição Redigida 
Exmo. Sr. Dr. Juiz de Direito da ... Vara Cível da Comarca ... 
(pular aproximadamente 5 linhas em todas as petições iniciais) 
Edson, nacionalidade..., estado civil... (ou existência de união estável), aposentado, portador do RG n°... e do CPF 
n°..., endereço eletrônico ..., residente e domiciliado..., nesta cidade, por seu advogado infra-assinado, conforme 
procuração anexa ..., com escritório ..., endereço que indica para os fins do art. 77, V, do CPC, com fundamento 
nos termos do art. 5º, LXIX da CRFB/88 e da Lei nº 12.016/09, vem impetrar MANDADO DE SEGURANÇA em face 
do Secretário Municipal de Saúde, que pode ser encontrado na sede funcional... e do Município. 
I – TEMPESTIVIDADE 
A presente ação é tempestiva, tendo em vista que o prazo entre a resposta ao requerimento de Edson e a impetração 
da ação foi inferior a 120 (cento e vinte) dias, satisfazendo assim o requisito exigido pelo art. 23 da Lei 12.016/09. 
II – DA PROVA PRÉ-CONSTITUÍDA 
O direito líquido e certo do impetrante é comprovado mediante os documentos que seguem em anexo, já que o 
próprio Secretário de Saúde reconheceu por escrito que o impetrante necessita do medicamento, bem como que o 
 
 
 
 
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seu fornecimento está suspenso, cumprindo o requisito da prova pré-constituída, exigido pelo art. 6º, caput da Lei 
12.016/09. 
III – SÍNTESE DOS FATOS 
Edson, ora impetrante, está com idade avançada, e foi aposentado por invalidez, tendo trabalhado por mais de três 
décadas de forma a sofrer exposição a agentes nocivos à saúde, tendo, inclusive, contraído doença em razão da 
referida exposição. O idoso, que recebe apenas um salário mínimo por mês, faz uso contínuo de medicação con-
trolada e, para receber os remédios mensalmente, se dirige ao posto de saúde próximo de sua residência, todo 
quinto dia do mês, quando retira a quantidade que necessita para os próximos trinta dias, já que se não obedecer à 
continuidade indicada por médicos, pode ter a sua vida em risco. 
No seu último comparecimento ao posto de saúde, recebeu a informação do respectivo Diretor daquele que a central 
responsável não teria efetuado a entrega dos medicamentos, em razão da crise financeira enfrentada pelo municí-
pio, que está sem pagar aos seus fornecedores, estando inadimplente há cerca de seis meses. Inconformado com 
a situação, no dia seguinte, Edson apresentou requerimento ao Secretário Municipal de Saúde, autoridade respon-
sável pela administração das dotações orçamentárias destinadas à saúde municipal e até pela própria aquisição 
dos medicamentos encaminhados à central de distribuição, órgão que ele mesmo dirige, tendo recebido resposta 
escrita consistente no reconhecimento da necessidade da medicação. 
Entretanto, apesar de tal reconhecimento, em razão do embasamento em laudos médicos, o Secretário sustentou 
a adoção de providências para solucionar o caso, mas apenas a partir de cento e sessenta dias, quando o Gover-
nador do Estado prometeu efetuar o repasse de receitas. E, ainda, na mesma resposta escrita ao requerimento, 
sugeriu ao Impetrante, que procurasse o serviço de emergência sempre que o seu estado de saúde se agravasse 
em razão da falta das drogas. Surgindo, portanto, a necessidade de ingressar com o presente remédio constitucio-
nal. 
III – TUTELA DE URGÊNCIA 
A previsão para concessão da tutela de urgência no mandado de segurança está presente no art. 7º, III da Lei 
12.016/09 e tem natureza de medida cautelar. 
O fumus boni iuris reside nos argumentos de fato e de direito apresentados na presente e comprovados mediante 
a documentação anexa. 
Já o periculum in mora também se encontra demonstrado tendo em vista que Edson precisa dos remédios de forma 
contínua imediatamente, pois já corre risco de vida. 
IV – FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
Na forma do art. 5º, LXIX, da CRFB/88, o mandado de segurança será concedido para proteger direito líquido e 
certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data", quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de 
poder for autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público. 
O mandado de segurança também está regulamentado pela Lei 12.016/09, que no art. 1º reforça a natureza residual 
do instituto. 
A legitimidade ativa de Edson decorre do fato de necessitar do medicamento para preservar sua saúde, sendo titular 
do direito que postula. A legitimidade passiva do Secretário, por sua vez, é justificada pelo fato de ser o responsável 
pela aquisição dos medicamentos e de dirigir a central de distribuição. 
 
 
 
 
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Importante destacar que a saúde é um direito fundamental, de acordo com os arts. 6º e 196 da Constituição da 
República. Ademais, o serviço de saúde oferecido pelo Município deve assegurar o “atendimento integral”, conforme 
prevê o art. 198, inciso II, da CRFB/88, o que inclui o fornecimento de medicamentos. 
Deve-se ressaltar, ainda, a aplicação imediata das normas sobre direitos fundamentais, consoante art. 5º, § 1º da 
CRFB/88. 
E, em razão das características pessoais do Impetrante, como a ausência do medicamento pode colocar em risco 
a sua vida, é evidente a sua exigibilidade como forma de materializar a própria dignidade humana, contempladano 
art. 1º, inciso III da CRFB/88. Devendo ser assegurada, portanto, a efetividade do direito social à saúde. 
VI – DOS PEDIDOS 
Ante todo o exposto, requer-se: 
a) a concessão da medida liminar para que a autoridade coatora reestabeleça o fornecimento do medicamento de 
que Edson necessita; 
b) a notificação da autoridade coatora, o Secretário Municipal de Saúde, para que preste as informações que en-
tender pertinentes do caso; 
c) que seja dada ciência do feito ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica interessada; 
d) a intimação do Representante do Ministério Público; 
e) a condenação do Impetrado em custas processuais; 
f) a juntada dos documentos anexos; 
g) que ao final seja julgado procedente o pedido com confirmação da concessão da ordem, atribuindo-se caráter 
definitivo à tutela liminar. 
 
Dá-se à causa o valor de R$ 1.000,00 para efeitos procedimentais. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 291 do CPC/15. 
Ou: 
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15. 
 
Termos em que, 
Pede deferimento. 
Local... e data... 
Advogado... 
OAB nº ... 
 
 
 
 
 
 
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