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03_Legislacao_Penal_Extravagante PC

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. 1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PC/GO 
Agente de Polícia Substituto 
 
 
 
1 Lei nº 5.553/1968 (dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de identificação pessoal). ... 1 
 
2 Lei nº 8.069/1990 e suas alterações (Estatuto da Criança e do Adolescente). .................................. 4 
 
3 Lei nº 10.741/2003 e suas alterações (Estatuto do Idoso) ............................................................ 138 
 
4 Lei nº 9.296/1996 (Escuta telefônica). ........................................................................................... 161 
 
5 Lei nº 7.492/1986 (Crimes contra o Sistema Financeiro Nacional). ............................................... 165 
 
6 Lei nº 4.737/1965 e suas alterações (Código Eleitoral) ................................................................. 173 
 
7 Lei nº 7.210/1984 e suas alterações (Lei de execução penal). ...................................................... 236 
 
8 Lei nº 9.099/1995 e suas alterações (Juizados Especiais Cíveis e Criminais) .............................. 281 
 
9 Lei nº 10.259/2001 e suas alterações (Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça 
Federal) ................................................................................................................................................ 295 
 
10 Lei nº 8.137/1990 e alterações (Crimes contra a Ordem Tributária, Econômica e outras relações de 
consumo). ............................................................................................................................................ 300 
 
11 Título II da Lei nº 8.078/1990 e alterações (Crimes contra as Relações de Consumo). .............. 309 
 
12 Lei nº 8.429/1992 e suas alterações (enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo, 
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional). ..................................... 314 
 
13 Declaração Universal dos Direitos Humanos, Proclamada pela Resolução nº 217A (III) da 
Assembleia Geral das Nações Unidas, de 10 de dezembro de 1948. .................................................. 327 
 
 
 
 
 
 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
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Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom 
desempenho na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar 
em contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos! 
 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 1 
 
 
Caro(a) candidato(a), antes de iniciar nosso estudo, queremos nos colocar à sua disposição, durante 
todo o prazo do concurso para auxiliá-lo em suas dúvidas e receber suas sugestões. Muito zelo e técnica 
foram empregados na edição desta obra. No entanto, podem ocorrer erros de digitação ou dúvida 
conceitual. Em qualquer situação, solicitamos a comunicação ao nosso serviço de atendimento ao cliente 
para que possamos esclarecê-lo. Entre em contato conosco pelo e-mail: professores @maxieduca.com.br 
 
Primeiramente devemos compreender o conceito da palavra “retinere”, que significa: conservar, 
manter, reter. Um documento retido é aquele que foi detido de forma ilegal. 
 
Infelizmente, nas repartições públicas, sejam elas estaduais, federais e repartições públicas é exigido 
que o documento de identificação pessoal seja deixado com o funcionário e ao sair o documento retido 
será devolvido para seu titular. 
No entanto, ocorre que essas pessoas, que são funcionários acabam retendo para si os documentos 
e usando eles de maneira fraudulenta, para prejudicar a pessoa. 
 
Contudo, o artigo 2º da mencionada Lei, ao excetuar a regra consubstanciada no preceptivo 
antecedente, acabou por permitir uma extensa flexibilidade, pois tornou admissível a conservação do 
documento pelo prazo de até cinco dias "quando, para a realização de determinado ato, for exigida" a 
identificação do interessado por intermédio de documento próprio. 
Naquele prazo deverão ser extraídos os dados necessários e devolvido o documento ao exibidor. Fora 
do citado período somente mediante autorização judicial "poderá ser retido qualquer documento de 
identificação pessoal". 
 
Segue entendimento jurisprudencial acerca do tema 
 
A jurisprudência tem decidido que a retenção de documento constitui ilegalidade e contravenção penal: 
“MANDADO DE SEGURANÇA - Retenção de documento de identidade de em Portaria de repartição 
pública - Condição de acesso - Ilegalidade - Artigo 1º e 2º da Lei 5.553/68 - Medida desnecessária à 
política interna - Segurança concedida - Recurso provido A nenhuma pessoa, física ou jurídica, de direito 
público ou privado, é lícito reter, na portaria de repartição ou estabelecimento, documento de identidade 
pessoal como condição de acesso”. Tribunal de Justiça de São Paulo - (Relator: Cezar Peluso - Apelação 
Cível n. 191.311-1 - São Paulo - 12.11.93). 
 
O documento de identidade é um instrumento oficial que tem como finalidade demonstrar de fato a 
identidade de toda pessoa física. 
Devido ao grande número de documentos existentes no país eles foram classificados em documentos 
oficiais que têm o condão de comprovar de maneira inequívoca a real identidade do 
indivíduo, seja perante os órgãos públicos ou mesmo os privados. 
 
No Brasil, é permitida a apresentação da carteira profissional e as carteiras de cunho profissional, que 
são aceitas para desempenhar a mesma finalidade da cédula de identidade. 
 
Vamos acompanhar em seguida o que prevê a norma que versa sobre o assunto: 
 
LEI Nº 5.553, DE 6 DE DEZEMBRO DE 1968. 
 
Dispõe sobre a apresentação e uso de documentos de identificação pessoal. 
 
Art. 1º A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de direito 
privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por fotocópia 
autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, 
carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de 
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro. 
 
1 Lei nº 5.553/1968 (dispõe sobre a apresentação e uso de documentos 
de identificação pessoal). 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 2 
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de documento de 
identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que 
interessarem devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor. 
§ 1º - Além do prazo previsto neste artigo, somente por ordem judicial poderá ser retirado qualquer 
documento de identificação pessoal. 
§ 2º - Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de pessoa em órgãos 
públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento imediatamente ao 
interessado. 
 
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses 
ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos), a retenção de qualquer 
documento a que se refere esta Lei. 
Parágrafo único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa jurídica, 
considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção, a menos que haja, 
pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será 
este o infrator. 
 
Art. 4º O Poder Executivoregulamentará a presente Lei dentro do prazo de 60 (sessenta) dias, a contar 
da data de sua publicação. 
 
Art. 5º Revogam-se as disposições em contrário. 
 
Brasília, 6 de dezembro de 1968; 147º da Independência e 80º da República. 
 
A. COSTA E SILVA 
 
Questões 
 
01. (PC/PA – Escriturário – UEPA/2013) A Lei nº. 5.553, de 1968, resguarda os direitos dos cidadãos 
quanto à posse de seus documentos pessoais de identificação, os quais são garantias do exercício de 
direitos. Por força dessa lei: 
(A) É vedada a apreensão de documentos originais, porém é permitida a retenção daqueles 
apresentados em fotocópias autenticadas, na medida em que estes não possuem valor legal. 
(B) A retenção de documentos de identificação pessoal constituirá contravenção penal, mas apenas 
quando praticada por autoridade pública, sendo um irrelevante penal a conduta quando praticada por 
particular. 
(C) As limitações constantes da lei somente se referem a documentos que contenham a fotografia do 
titular, pois apenas estes são válidos como documentos de identificação. 
(D) Nos termos da lei, a autoridade policial deve reter documento que, por mau estado de conservação, 
torne incerta a veracidade dos dados dele constantes, fazendo instaurar investigação sobre possível 
crime de uso de documento falso. 
(E) É lícito condicionar a entrada de pessoas em prédios públicos à apresentação de documento de 
identificação, mas o documento deve ser imediatamente restituído após conferência ou anotação dos 
dados. 
 
02. (TRF - 2ª REGIÃO - Técnico Judiciário - Segurança e Transporte - FCC/2012) Josimar pretende 
entrar em prédio público, em que é indispensável a apresentação de documento de identidade e exibe ao 
funcionário responsável sua carteira profissional. Nesse caso, o funcionário 
(A) poderá reter o documento, que será devolvido ao interessado prazo máximo de dez dias. 
(B) deverá reter o documento do interessado durante todo o período em que estiver no interior do 
prédio. 
(C) deverá anotar seus dados no ato e devolver imediatamente o documento ao interessado. 
(D) só poderia reter o documento se Josimar tivesse apresentado fotocópia autenticada. 
(E) poderá reter o documento por até oito dias, se verificar que Josimar ainda não está cadastrado. 
 
03. (DETRAN/DF – Agente de Trânsito – FUNIVERSA/2012) Acerca da Lei n.º 5.553/1968, no que 
se refere à apresentação e ao uso de documento pessoal, assinale a alternativa correta. 
(A) A nenhuma pessoa física, assim como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou privado, é 
lícito reter algum documento de identificação pessoal, exceto se apresentado por fotocópia autenticada 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 3 
ou pública-forma, incluindo comprovante de quitação com o serviço militar, título de eleitor, carteira 
profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de naturalização e 
carteira de identidade de estrangeiro. 
(B) Somente por ordem judicial ou do Ministério Público poderá ser retirado documento de identificação 
pessoal, exigido em determinado ato, fora do prazo estabelecido para devolução. 
(C) Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de documento de 
identificação, a pessoa responsável pela exigência fará extrair, no prazo de até cinco dias, os dados que 
interessarem, devolvendo, em seguida, o documento ao seu exibidor. 
(D) Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de pessoa em órgãos públicos 
ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento ao interessado até sua saída 
do local. 
(E) Constitui crime, punível com pena de prisão simples de um a três meses ou com multa, a retenção 
de qualquer documento a que se refere essa lei. 
 
04. (PC/ES – Perito – Papiloscópico – CESPE/2011) Em relação à carteira de identidade e 
considerando a Lei Nº 5.553/1968, julgue o item que se segue. 
“Constitui contravenção penal a retenção injustificada de qualquer documento de identificação 
pessoal”. 
(A) Certo. 
(B) Errado. 
 
05. (MPU – Técnico de Apoio Especializado – Transporte – CESPE/2010) No que se refere à 
apresentação e ao uso de documentos de identificação pessoal, julgue o item seguinte. 
“Não é permitido a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, reter qualquer documento 
de identificação pessoal”. 
(A) Certo. 
(B) Errado. 
 
Respostas 
 
01. Resposta: E 
Vide Lei Nº 5.553/68: 
(A) Art. 1º. "A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de 
direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por 
fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de 
eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de 
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro." 
(B) Art. 3°. "Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3 (três) 
meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos), a retenção de 
qualquer documento a que se refere esta Lei. 
Parágrafo Único. Quando a infração for praticada por preposto ou agente de pessoa jurídica, 
considerar-se-á responsável quem houver ordenado o ato que ensejou a retenção, a menos que haja, 
pelo executante, desobediência ou inobservância de ordens ou instruções expressas, quando, então, será 
este o infrator." 
(C) Art. 1º. "A nenhuma pessoa física, bem como a nenhuma pessoa jurídica, de direito público ou de 
direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação pessoal, ainda que apresentado por 
fotocópia autenticada ou pública-forma, inclusive comprovante de quitação com o serviço militar, título de 
eleitor, carteira profissional, certidão de registro de nascimento, certidão de casamento, comprovante de 
naturalização e carteira de identidade de estrangeiro." 
(D) Não há previsão na lei em comento. 
(E) Correta. Art. 2°, § 2º. "Quando o documento de identidade for indispensável para a entrada de 
pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados no ato e devolvido o documento 
imediatamente ao interessado." 
 
02. Resposta: C 
Nos termos do que prevê o artigo 2º, § 2º, da Lei nº 5.553/68, quando o documento de identidade for 
indispensável para a entrada de pessoa em órgãos públicos ou particulares, serão seus dados anotados 
no ato e devolvido o documento imediatamente ao interessado. 
 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 4 
03. Resposta: C 
Verificamos claramente o erro da alternativa E, quando descreve crime, visto que o correto seria 
contravenção penal e não crime. Vide Art. 3º da Lei Nº 5.553/68: 
Art. 3º Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão simples de 1 (um) a 3 (três) meses 
ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três cruzeiros novos), a retenção de qualquer 
documento a que se refere esta Lei. 
 
Faz-se correta a alternativa C, em conformidade com o Art. 2º da Lei Nº 5.553/68: 
Art. 2º Quando, para a realização de determinado ato, for exigida a apresentação de documento de 
identificação, a pessoa que fizer a exigência fará extrair, no prazo de até 5 (cinco) dias, os dados que 
interessarem devolvendo em seguida o documento ao seu exibidor. 
 
04. Resposta: A 
Vide Lei Nº 5.553, de 6 de dezembro de 1968, que dispõe sobre a apresentação e uso de documentos 
de identificação pessoal, em seu Art. 3º “Constitui contravenção penal, punível com pena de prisão 
simples de 1 (um) a 3 (três) meses ou multa de NCR$ 0,50 (cinquenta centavos) a NCR$ 3,00 (três 
cruzeiros novos), a retenção de qualquer documento a que se refere esta Lei”. 
 
05. Resposta: B 
A Lei 5.553/1968, é responsável pela regulamentação da matéria em análise, e proíbe a retenção de 
documentos. Nesse sentido, o Art. 1.º dispõe: “A nenhuma pessoa física, bem comoa nenhuma pessoa 
jurídica, de direito público ou de direito privado, é lícito reter qualquer documento de identificação 
pessoal...”. Ou seja, se o acesso depender da apresentação de documento, realizada a análise e 
anotados os dados, ele deve ser devolvido imediatamente ao portador (Art. 2.º, § 2.º). 
Observamos porém, que a lei tem exceções. Assim, se o documento for necessário para a realização 
de algum ato, admite-se a retenção, desde que a devolução ocorra no prazo de 5 dias (Art. 2.º). Há, ainda, 
a retirada decorrente de decisão judicial (Art. 2.º, § 1.º). 
 
 
 
Prezado candidato, por questões didáticas iremos disponibilizar os artigos, juntamente com alguns 
comentários 
 
Lei nº 8.069/1990 
 
LIVRO I 
PARTE GERAL 
Título I 
Das Disposições Preliminares 
 
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - Lei nº 8.069/1990, é reconhecido internacionalmente como 
um dos mais avançados Diplomas Legais dedicados à garantia dos direitos da população infanto-juvenil.1 
As crianças e adolescentes brasileiros são protegidos por uma série de regras e leis estabelecidas 
pelo país. Após anos de debates e mobilizações, chegou-se ao consenso de que a infância e a 
adolescência devem ser protegidas por toda a sociedade das diferentes formas de violência. Também 
acordou-se que todos somos responsáveis por garantir o desenvolvimento integral desse grupo. 
Em vigor desde 1990, o ECA é considerado um marco na proteção da infância e tem como base a 
doutrina de proteção integral, reforçando a ideia de "prioridade absoluta" da Constituição. 
No ECA estão determinadas questões, como os direitos fundamentais das crianças e dos 
adolescentes; as sanções, quando há o cometimento de ato infracional; quais órgãos devem prestar 
assistência; e a tipificação de crimes contra criança.2 
 
1 Digiácomo, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado / Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição. Disponível em: http://www.crianca.mppr.mp.br/arquivos/File/publi/caopca/eca_anotado_2013_6ed.pdf. 
2 Direitos da Infância – ECA e legislação. Disponível em: http://www.promenino.org.br/direitosdainfancia/eca-e-
legislacao?utm_source=Grants2014&utm_medium=Adwords&utm_campaign=Adwords-GrantsFT&gclid=CJutx7WT. 
2 Lei nº 8.069/1990 e suas alterações (Estatuto da Criança e do Adolescente). 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 5 
A doutrina de proteção integral à criança consagrada na Convenção Internacional sobre os Direitos da 
Criança e da Organização das Nações Unidas (1989) e na Declaração Universal dos Direitos da Criança 
(1959), assim como pela constituição da República Federativa do Brasil e pelo Estatuto da Criança e do 
Adolescente – ECA, designa um sistema em que crianças e adolescentes, até 18 (dezoito) anos de idade, 
são considerados titulares de interesses subordinados, frente à família, à sociedade e ao Estado, cujos 
princípios, estão sintetizados no caput do artigo 227 da Constituição Federal. 
A teoria de proteção integral parte da compreensão de que as normas que cuidam de crianças e de 
adolescentes devem concebê-los como cidadãos plenos, porém sujeitos à proteção prioritária, tendo em 
vista que são pessoas em desenvolvimento físico, psicológico e moral.3 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, é um conjunto de normas do ordenamento jurídico 
brasileiro que tem como objetivo a proteção integral da criança e do adolescente, aplicando medidas e 
expedindo encaminhamentos para o juiz. É o marco legal e regulatório dos direitos humanos de crianças 
e adolescentes. 
 
O ECA teve como inspiração as diretrizes fornecidas pela Constituição Federal de 1988, 
internalizando uma série de normativas internacionais, como a Declaração dos Direitos da Criança; as 
Regras mínimas das Nações Unidas para administração da Justiça da Infância e da Juventude - Regras 
de Beijing; e as Diretrizes das Nações Unidas para prevenção da Delinquência Juvenil. 
O Estatuto divide-se em 2 livros: o primeiro trata da proteção dos direitos fundamentais à pessoa em 
desenvolvimento e o segundo trata dos órgãos e procedimentos protetivos. Encontram-se os 
procedimentos de adoção (Livro I, capítulo V), a aplicação de medidas socioeducativas (Livro II, capítulo 
II), do Conselho Tutelar (Livro II, capítulo V), e também dos crimes cometidos contra crianças e 
adolescentes. 
 
A partir do Estatuto, crianças e adolescentes brasileiros, sem distinção de raça, cor ou classe social, 
passaram a ser reconhecidos como sujeitos de direitos e deveres, considerados como pessoas em 
desenvolvimento a quem se deve prioridade absoluta do Estado. 
 
O objetivo estatutário é a proteção dos menores de 18 anos, proporcionando a eles um 
desenvolvimento físico, mental, moral e social condizentes com os princípios constitucionais da liberdade 
e da dignidade, preparando para a vida adulta em sociedade. 
O ECA estabelece direitos à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, 
à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade, à convivência familiar e comunitária para meninos e 
meninas, e também aborda questões de políticas de atendimento, medidas protetivas ou medidas 
socioeducativas, entre outras providências. Trata-se de direitos diretamente relacionados à Constituição 
da República de 1988. 
Dispõe, ainda, que nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, por qualquer pessoa que seja, devendo ser 
punido qualquer ação ou omissão que atente aos seus direitos fundamentais. 
 
Art. 2º Considera-se criança, para os efeitos desta Lei, a pessoa até doze anos de idade 
incompletos, e adolescente aquela entre doze e dezoito anos de idade. 
Parágrafo único. Nos casos expressos em lei, aplica-se excepcionalmente este Estatuto às 
pessoas entre dezoito e vinte e um anos de idade. 
 
IMPORTANTE: 
 
Em conformidade com o Art. 2º, ECA: Considera-se: CRIANÇA: o ser de 0 a 12 anos incompletos. 
Em conformidade com o Art. 2º, ECA: Considera-se: ADOLESCENTE: o ser de 12 a 18 anos 
incompletos. 
 
ATENÇÃO: 
 
EXCEÇÃO: Art. 2º, parágrafo único, ECA: Excepcionalmente, nos casos previstos em lei, aplicam-
se as regras atinentes ao ECA, ao ser de 18 até 21 anos de idade. 
 
3 LUZ, Wirlande da. A doutrina de proteção integral à criança. Disponível em: 
http://www.crmrr.cfm.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=21021:a-doutrina-de-protecao-integral-a-crianca&catid=46:artigos. 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 6 
De acordo com os Artigos 27 do Código Penal; 228 da CF; e 104 do ECA, os menores de 18 anos são 
penalmente inimputáveis, ficando sujeitos às normas estabelecidas na legislação especial, ou seja, 
ECA. 
 
Em conformidade com o Art. 103 do Eca, Crime ou Contravenção Penal, praticados por criança ou 
adolescente, recebe a denominação de Ato Infracional. 
 
São consequências do Ato Infracional: 
 
Se criança: aplicação de medidas de proteção (vide Artigos 98 e 101 do ECA), sempre que os direitos 
reconhecidos em lei forem ameaçados ou violados, por ação ou omissão da sociedade ou do estado; por 
falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis; e em razão de sua conduta; 
Se adolescente: aplicação de medidas de proteção ou medidas sócio – educativas (vide Art. 112 do 
ECA), em caso de cometimento de ato infracional. 
 
A gradação dos atos infracionais praticados, para fim de aplicação ou de medida de proteção, ou 
medida sócio- educativa ao adolescente é considerada de acordo com: gravidade do ato infracional; 
reincidência ou primariedade do adolescente. Quando oato infracional for praticado sem violência, 
bastará elaboração de um boletim circunstanciado pela autoridade policial. 
 
O Estatuto da Criança e do Adolescente admite ainda, a internação provisória do adolescente que 
for apreendido em flagrante pela prática de ato infracional. Nesse caso, a internação antes da sentença 
poderá ser determinada pelo prazo máximo de 45 dias e a decisão que a determinar deverá ser 
fundamentada e basear-se em indícios suficientes de autoria e materialidade, demonstrada a 
necessidade imperiosa da medida. A internação deverá ser aplicada quando se tratar de ato infracional 
cometido mediante grave ameaça ou violência à pessoa, por reiteração no cometimento de outras 
infrações graves, ou por descumprimento reiterado e injustificável da medida anteriormente imposta. 
 
Como ocorre em relação aos acusados em geral, o adolescente civilmente identificado não será 
submetido à identificação compulsória pelos órgãos policiais, de proteção e judiciais, salvo para efeito de 
confrontação, havendo dúvida fundada. 4 
 
De acordo com o Art. 106 do ECA, apenas o adolescente será privado de sua liberdade, somente 
nas hipóteses de flagrante delito de ato infracional, ou por ordem escrita e fundamentada da autoridade 
judiciária competente. 
 
Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa 
humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou 
por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento 
físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade. 
Parágrafo único. Os direitos enunciados nesta Lei aplicam-se a todas as crianças e 
adolescentes, sem discriminação de nascimento, situação familiar, idade, sexo, raça, etnia ou cor, 
religião ou crença, deficiência, condição pessoal de desenvolvimento e aprendizagem, condição 
econômica, ambiente social, região e local de moradia ou outra condição que diferencie as 
pessoas, as famílias ou a comunidade em que vivem. (incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Às crianças e adolescentes são reportados os direitos fundamentais inerentes ao ser humano, qual 
pessoa nascida com vida. Esse artigo está em consonância com o art. 227 da Constituição Federal e com 
o artigo 11 e seguintes do Código Civil. Os direitos fundamentais são irrenunciáveis, intransmissíveis, 
inalienáveis e imprescritíveis, não podendo seu exercício sofrer limitação voluntária. 
Os direitos fundamentais conferidos a criança e ao adolescente devem ser garantidos por leis e 
políticas públicas que assegurem ao menor o pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e 
social.5 
 
 
4 RODRIGUES, Ana Paula da Fonseca; e CAPOBIANCO, Rodrigo Julio. Direito Penal - Série Como se preparar para o Exame de Ordem – 
1ª fase. São Paulo: Método, 2007. 
5 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-3. 
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Art. 4º É dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, 
com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à 
educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade 
e à convivência familiar e comunitária. 
Parágrafo único. A garantia de prioridade compreende: 
a) primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; 
b) precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; 
c) preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; 
d) destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à 
infância e à juventude. 
 
A instituição familiar é a base da sociedade, sendo indispensável à organização social, conforme 
preceitua o Art. 226 da Constituição Federal. Não sendo regra, mas os adolescentes correm maior risco 
quando fazem parte de famílias desestruturadas ou violentas. 
Cabe aos pais o dever de sustento, guarda e educação dos filhos, não constituindo motivo de escusa 
a falta ou a carência de recursos materiais, sob pena da perda ou a suspensão do pátrio poder. 
Caso a família natural, comunidade formada pelos pais ou qualquer deles e seus descendentes, 
descumpra qualquer de suas obrigações, a criança ou adolescente serão colocados em família substituta 
mediante guarda, tutela ou adoção. 
 
Em consenso com o art. 227 da Constituição Federal esse preceito aduz a união do Estado, da família 
e da sociedade em prol da proteção primária ao menor. O dispositivo invoca o compromisso do Estado 
para com a família em garantir a todos os seus membros dignidade e tratamento igualitário e na efetivação 
dos direitos fundamentais da criança e do adolescente. Para isso o fortalecimento da família como 
instituição é fundamental, a fim de garantir assistência integral na formação da personalidade do menor. 
As prioridades garantidas ao menor pelo texto legal visam a proteção de seus direitos fundamentais e 
estão instituídas de forma absoluta, mas necessitam de efetiva implementação para alcançar todos os 
menores e que esses recebam proteção e socorro em quaisquer circunstância, não sejam preteridos no 
atendimento em, serviços públicos ou de relevância pública, e principalmente tenham preferência na 
formulação e na execução das políticas sociais públicas com a destinação privilegiada de recursos 
públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. 
No entanto, embora garantidos direitos fundamentais ao menor que são tutelados por uma legislação 
moderna e bem elaborada como o ECA que promove sobremaneira o nascimento e o desenvolvimento 
da criança em condições dignas de existência, o que se percebe na prática é a falta e compromisso e 
omissão da sociedade e do Estado diante de tantos registros graves em face da criança e do adolescente. 
Embora o estatuto conclame a união de forças em prol da máxima proteção ao menor essa somente 
será efetiva se for estabelecida uma política séria de atendimento a esses direitos fundamentais, por um 
conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, de todos os entes da federação 
brasileira, mobilizando o Ministério Público, o Judiciário, os Conselhos Tutelares, profissionais da área da 
educação e saúde, para traçar mecanismos que revertam ou diminuam os efeitos de lesão a direitos 
minoristas que deixam sequelas irreversíveis naqueles que são o futuro de nossa sociedade. 
São garantias que não podemos ver transformadas em sofismo do texto legal, mas que queremos 
implementadas com a promoção e coordenação de ações em todas as esferas da sociedade.6 
 
Jurisprudência: 
Administrativo – Processual civil – Proteção de interesse difuso – Sistema da proteção integral – 
Criança e adolescente – Sujeitos de direitos – Princípios da absoluta prioridade e do melhor interesse da 
criança – Notícia de vulnerabilidade social – Necessidade de atuação urgente do poder judiciário no 
sentido de determinar a adoção de todas as medidas cabíveis e necessárias para a proteção dos menores 
envolvidos – Precedente do STJ – 1- Não há que se falar nos óbices recursais mencionados pela parte 
ora agravante tendo em vista que a tese suscitada no recurso especial, além de ter sido devidamente 
prequestionada, não depende da análise do conjunto fático e probatório constante dos autos. Isso porque 
não se discute aspectos fáticos da quaestio, mas tão somente a necessidade de exaurimento de 
instâncias junto ao Conselho Tutelar para recorrer ao Poder Judiciário, o que evidentemente é questão 
de direito passível de ser conhecida em recurso especial. 2- No mérito, quanto à necessidade de 
exaurimento das instâncias administrativas junto ao Conselho Tutelar para, então, poder recorrer ao6 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-4. 
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Juizado da Infância e Juventude, verifica-se que este Sodalício possui o entendimento de que o artigo 
153 do Estatuto da Criança e do Adolescente permite ao Juiz, até mesmo de ofício, ouvido o Ministério 
Público, adequar o procedimento às peculiaridades do caso, ordenando as providências necessárias para 
assegurar a proteção integral da criança e do adolescente. Precedente do STJ. 3- Deve ser mantida, a 
toda evidência, a decisão agravada, considerando a gravidade da situação, que relata a existência de 
notícia de fatos concretos que possam comprometer a integridade dos menores envolvidos – 
Envolvimento com tráfico de drogas e evasão escolar. Por essa razão, ratifica-se que o presente recurso 
especial deve ser provido a fim de que sejam determinadas as medidas necessárias para superação 
desta situação de vulnerabilidade social pelo Juízo de Primeiro Grau, que está mais próximo dos fatos e 
portanto está mais habilitado para a tomada de todas as medidas necessárias em articulação com o Poder 
Executivo e demais instâncias competentes. 4- Agravo regimental a que se nega provimento. (STJ – 
AgRg-REsp 1.323.470 – (2012/0087297-1) – 2ª T. – Rel. Min. Mauro Campbell Marques – DJe 10.12.2012 
– p. 1575).7 
 
Art. 5º Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido na forma da lei qualquer 
atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos fundamentais. 
 
A criança e o adolescente estão a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, 
violência, crueldade e opressão. O artigo 227 § 4° da Constituição Federal assegura proteção severa ao 
abuso, violência e exploração sexual da criança e adolescente. 
Sofre negligência a criança e o adolescente privado de suas necessidades básicas como saúde, 
alimentação, educação e lazer, pois seus pais ou responsáveis deixam de prover as necessidades 
básicas para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança e do adolescente. 
O menor é vítima de discriminação quando tratado com desigualdade e preconceito em relação a 
outros indivíduos do seu meio. 
Explorar a criança e o adolescente é tirar proveito dos mesmos em qualquer âmbito das relações 
sociais, e ocorre, por exemplo, quando o menor é colocado para trabalhar em prol dos interesses daquele 
que deveria zelar por sua proteção integral. 
A criança e o adolescente são vítimas de violência ao lhe sobrevir toda e qualquer forma de 
constrangimento físico e moral, maus tratos e tortura, atos com emprego de força física não acidental 
provocada por pais, responsáveis, familiares ou pessoas próximas. É no ambiente familiar que desponta 
a maior violência em face do menor, local que deveria lhe proporcionar segurança. 
O dever de educação, correção e orientação dos pais encontra óbice na violência desmedida, abusiva 
ou exagerada, pois não se pode tolerar ou sequer admitir o uso de violência física ou psicológica que 
coloquem em risco o desenvolvimento pleno do menor ou mesmo que prejudique sua saúde. A proteção 
da lei alcança todas as facetas da vida do menor, portanto não podem os pais ou responsável exacerbar 
nos meios utilizados para fins de educação sob pena de responsabilidade criminal e perda do poder 
familiar.8 
 
Considerando que todos têm o dever de zelar pela dignidade da criança e do adolescente, pondo-os 
a salvo de qualquer tratamento desumano, violento, aterrorizante, vexatório ou constrangedor, havendo 
suspeita ou confirmação de maus-tratos contra os mesmos, serão obrigatoriamente comunicados ao 
Conselho Tutelar para providências cabíveis. 
 
Art. 6º Na interpretação desta Lei levar-se-ão em conta os fins sociais a que ela se dirige, as 
exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais e coletivos, e a condição peculiar da 
criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento. 
 
A aplicação desta lei deve levar em conta a proteção integral da criança e do adolescente que é o fim 
social que ela busca alcançar. Cada caso em particular a ser sobrepesado pelo juiz deve revelar a 
singularidade da situação do menor como sujeito de direitos que requer especial atenção da família, da 
sociedade e do Estado. Silvio Venosa (2004:175) lembra com propriedade que “interpretar o Direito não 
significa simplesmente tornar clara a norma, mas principalmente revelar seu sentido apropriado para a 
vida real”. 
 
7 Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp. 
8 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-5. 
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Nessa legislação do menor sua proteção se sobrepõe aos direitos de seus pais, tutores ou guardião, 
visto que na aplicação da lei o magistrado atentará para o melhor interesse da criança e do adolescente 
ao buscar a justiça na norma jurídica.9 
 
Jurisprudência: 
Administrativo. Processual civil. Recurso especial. Competência. Juízo da infância e da juventude. 
Constituição federal. Sistema da proteção integral. Criança e adolescente. Sujeitos de direitos. Princípios 
da absoluta prioridade e do melhor interesse da criança. Interesse disponível vinculado ao direito 
fundamental à educação. Expressão para a coletividade. Competência absoluta da vara da infância e da 
juventude. Recurso provido. 1. A Constituição Federal alterou o anterior Sistema de Situação de Risco 
então vigente, reconhecendo a criança e o adolescente como sujeitos de direitos, protegidos atualmente 
pelo Sistema de Proteção Integral. 2. O corpo normativo que integra o sistema então vigente é norteado, 
dentre eles, pelos Princípio da Absoluta Prioridade (art. 227, caput, da CF) e do Melhor Interesse da 
Criança e do Adolescente. 3. Não há olvidar que, na interpretação do Estatuto e da Criança "levar-se-ão 
em conta os fins sociais a que ela se dirige, as exigências do bem comum, os direitos e deveres individuais 
e coletivos, e a condição peculiar da criança e do adolescente como pessoas em desenvolvimento" (art. 
6º). 4. Os arts. 148 e 209 do ECA não excepcionam a competência da Justiça da Infância e do 
Adolescente, ressalvadas aquelas estabelecidas constitucionalmente, quais sejam, da Justiça Federal e 
de competência originária. 5. Trata-se, in casu, indubitavelmente, de interesse de cunho individual, 
contudo, de expressão para a coletividade, pois vinculado ao direito fundamental à educação (art. 227, 
caput, da CF), que materializa, consequentemente, a dignidade da pessoa humana. 6. A disponibilidade 
(relativa) do interesse a que se visa tutelar por meio do mandado de segurança não tem o condão de, por 
si só, afastar a competência da Vara da Infância e da Juventude, destinada a assegurar a integral proteção 
a especiais sujeitos de direito, sendo, portanto, de natureza absoluta para processar e julgar feitos 
versando acerca de direitos e interesses concernentes às crianças e aos adolescentes. 7. Recurso 
especial provido para reconhecer a competência da 16ª Vara Cível da Comarca de Aracaju (Vara da 
Infância e da Juventude) para processar e julgar o feito (STJ – REsp 1199587 / SE, 2010/0101307-5, 
21/10/2010, Rel. Min. Arnaldo Esteves Lima).10 
 
Título II 
Dos Direitos Fundamentais 
Capítulo I 
Do Direito à Vida e à Saúde 
 
Art. 7º A criança e o adolescente têm direito a proteção à vida e à saúde, mediante a efetivação 
de políticas sociais públicas que permitam o nascimento e o desenvolvimento sadio e harmonioso, 
em condições dignas de existência. 
 
Ansiamos o dia em que nenhum residente desse planeta dirá que tem fome, mas até que isso ocorra 
a erradicação da miséria e extremapobreza pode ser um meio para destinar à criança e o adolescente a 
garantia de proteção à vida e a saúde com desenvolvimento harmônico e dignidade. 
Ao assinar a Convenção Internacional sobre os Direitos da Criança (1989), o Brasil assumiu um 
conjunto de compromissos e obrigações voltados para a proteção os direitos fundamentais de criança e 
adolescente. 
Essa proteção integral está consagrada no art. 227 da CRFB/88, que assegura garantia da proteção à 
vida e à saúde estatuindo que o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde da criança, 
do adolescente e do jovem, admitida a participação de entidades não governamentais, mediante políticas 
específicas e obedecendo aos preceitos estabelecidos no inciso I e II. 
A lei do SUS, Lei 8.080 de 19 de Setembro de 1.990 dispõe sobre as condições para a promoção, 
proteção e recuperação da saúde, sua a organização e o funcionamento dos serviços que assegurem 
essa proteção. Essa lei o seu artigo 3° entende que a saúde tem como fatores determinantes e 
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o 
trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais; os níveis 
de saúde da população expressam a organização social e econômica do País. 
Elenca ainda com fator determinante à saúde as ações que se destinam a garantir às pessoas e à 
coletividade condições de bem-estar físico, mental e social. 
 
9 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-i-das-disposicoes-preliminares-do-artigo-
1o-ao-6o/artigo-6. 
10 Disponível em: ttps://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=201001013075&dt_publicacao=12/11/2010. 
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. 10 
Impede-se a morte prestigiando a vida, existência essa que conta legalmente com a proteção integral 
dos direitos fundamentais o que sugere a ideia de limitação e controle dos abusos do próprio Estado e de 
suas autoridades constituídas, valendo, por outro lado, como prestações positivas a fim de efetivar na 
prática a dignidade da pessoa humana. 
Esta compreensão incide, igualmente, sobre os direitos fundamentais da criança e adolescente, os 
quais sustentam um especial sistema de garantias de direitos, que a ser assegurados pela família, a 
sociedade e o Estado.11 
 
Jurisprudência: 
 
Processual civil. Recurso especial. Ação civil pública. Tratamento fonoaudiólogo a menor com lábio 
leporino. Saúde. Direito individual indisponível. Art. 227 da CF/88. Legitimatio ad causam do parquet. Art. 
127 da CF/88. Arts. 7.º, 200, e 201 do da lei n.º 8.069/90. 1. O Ministério Público está legitimado a defender 
os interesses transindividuais, quais sejam os difusos, os coletivos e os individuais homogêneos. 2. 
Recurso especial interposto contra acórdão que decidiu pela ilegitimidade ativa do Ministério Público para 
pleitear, via ação civil pública, em favor de menor, o fornecimento de fonaudiológico para criança 
portadora de lábio leporino. 3. É que a Carta de 1988, ao evidenciar a importância da cidadania no controle 
dos atos da administração, com a eleição dos valores imateriais do art. 37, da CF como tuteláveis 
judicialmente, coadjuvados por uma série de instrumentos processuais de defesa dos interesses 
transindividuais, criou um microssistema de tutela de interesses difusos referentes à probidade da 
administração pública, nele encartando-se a Ação Popular, a Ação Civil Pública e o Mandado de 
Segurança Coletivo, como instrumentos concorrentes na defesa desses direitos eclipsados por cláusulas 
pétreas. 4. Deveras, é mister conferir que a nova ordem constitucional erigiu um autêntico 'concurso de 
ações' entre os instrumentos de tutela dos interesses transindividuais e, a fortiori, legitimou o Ministério 
Público para o manejo dos mesmos. 5. Legitimatio ad causam do Ministério Público, à luz da dicção final 
do disposto no art. 127 da CF, que o habilita a demandar em prol de interesses indisponíveis. 6. Sob esse 
enfoque, assento o meu posicionamento na confinação ideológica e analógica com o que se concluiu no 
RE n.º 248.889/SP para externar que a Constituição Federal dispõe no art. 227 que: "É dever da família, 
da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, 
à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, 
discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão." Consequentemente a Carta Federal 
outorgou ao Ministério Público a incumbência de promover a defesa dos interesses individuais 
indisponíveis, podendo, para tanto, exercer outras atribuições previstas em lei, desde que compatível com 
sua finalidade institucional (CF, arts. 127 e 129). 7. O direito à saúde, insculpido na Constituição Federal 
e no Estatuto da Criança e do Adolescente, é direito indisponível, em função do bem comum, maior a 
proteger, derivado da própria força impositiva dos preceitos de ordem pública que regulam a matéria. 8. 
Outrossim, a Lei n.º 8.069/90 no art. 7.º, 200 e 201, consubstanciam a autorização legal a que se refere 
o art. 6.º do CPC, configurando a legalidade da legitimação extraordinária cognominada por Chiovenda 
como "substituição processual". 9. Sobre a legitimidade do Ministério Público para de tutela dos interesses 
transindividuais, sobreleva notar, a novel jurisprudência desta Corte: RESP 688052/RS, Relator Ministro 
Humberto Martins, DJ 17.08.2006; RESP 822712/RS, Relator Ministro Teori Zavascki, DJ 17.04.2006 e 
RESP 819010/SP, Relator Ministro José Delgado, DJ 02.05.2006.10. Agravo Regimental desprovido (fls. 
172-181), restando prejudicado o posterior agravo interposto pela mesma parte e acostado aos autos às 
fls. 183-191 (STJ – AgRg no REsp 752190 / RS, 2005/0083292-1, 10/10/2006, Rel. Min. Luiz Fux).12 
 
Art. 8º É assegurado a todas as mulheres o acesso aos programas e às políticas de saúde da 
mulher e de planejamento reprodutivo e, às gestantes, nutrição adequada, atenção humanizada à 
gravidez, ao parto e ao puerpério e atendimento pré-natal, perinatal e pós-natal integral no âmbito 
do Sistema Único de Saúde. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 1º O atendimento pré-natal será realizado por profissionais da atenção primária. (Redação 
dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º Os profissionais de saúde de referência da gestante garantirão sua vinculação, no último 
trimestre da gestação, ao estabelecimento em que será realizado o parto, garantido o direito de 
opção da mulher. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
11 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
12 Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/revistaeletronica/ita.asp?registro=200500832921&dt_publicacao=13/11/2006. 
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. 11 
§ 3º Os serviços de saúde onde o parto for realizado assegurarão às mulheres e aos seus filhos 
recém-nascidos alta hospitalar responsável e contrarreferência na atenção primária, bem como o 
acesso a outros serviços e a grupos de apoio à amamentação. (Redação dada pela Lei nº 13.257, 
de 2016) 
§ 4º Incumbe ao poder público proporcionar assistência psicológica à gestante e à mãe, no 
período pré e pós-natal, inclusive como forma de prevenir ou minorar as consequências do estado 
puerperal. 
§ 5º A assistência referida no § 4o deste artigo deverá ser prestada também a gestantes e mães 
que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção, bem como a gestantes e mães que 
se encontrem em situação de privação de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 13.257,de 2016) 
§ 6º A gestante e a parturiente têm direito a 1 (um) acompanhante de sua preferência durante o 
período do pré-natal, do trabalho de parto e do pós-parto imediato. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 
2016) 
§ 7º A gestante deverá receber orientação sobre aleitamento materno, alimentação 
complementar saudável e crescimento e desenvolvimento infantil, bem como sobre formas de 
favorecer a criação de vínculos afetivos e de estimular o desenvolvimento integral da criança. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 8º A gestante tem direito a acompanhamento saudável durante toda a gestação e a parto 
natural cuidadoso, estabelecendo-se a aplicação de cesariana e outras intervenções cirúrgicas 
por motivos médicos. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 9º A atenção primária à saúde fará a busca ativa da gestante que não iniciar ou que abandonar 
as consultas de pré-natal, bem como da puérpera que não comparecer às consultas pós-parto. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 10. Incumbe ao poder público garantir, à gestante e à mulher com filho na primeira infância 
que se encontrem sob custódia em unidade de privação de liberdade, ambiência que atenda às 
normas sanitárias e assistenciais do Sistema Único de Saúde para o acolhimento do filho, em 
articulação com o sistema de ensino competente, visando ao desenvolvimento integral da criança. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Vide art. 226, §§7º e 8º, da CF: 
§ 7º Fundado nos princípios da dignidade da pessoa humana e da paternidade responsável, o 
planejamento familiar é livre decisão do casal, competindo ao Estado propiciar recursos educacionais e 
científicos para o exercício desse direito, vedada qualquer forma coercitiva por parte de instituições 
oficiais ou privadas. 
§ 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando 
mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações. 
 
Interessante observar a preocupação do legislador em garantir o bem estar do feto, através do cuidado 
prestado à mãe/gestante, que deve ocorrer tanto no plano físico quanto emocional, começando já pelo 
planejamento familiar. 
 
Vide Lei nº 11.634/2007, de 27/12/2007, que dispõe sobre o direito da gestante ao conhecimento e 
a vinculação à maternidade onde receberá assistência no âmbito do Sistema Único de Saúde. 
Vide art. 203, inciso I, da CF; art. 87, inciso II, do ECA. 
 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que 
visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e 
serviços para sua promoção, proteção e recuperação (CRFB/88, art. 196). 
Como corolário do estabelecido em nossa Lei Maior o ECA passa a reconhecer esse direito aos 
menores desde antes do nascimento, com previsão de atendimento prioritário pelo SUS às gestantes do 
pré natal ao nascimento, proporcionando alimentação tanto na gravidez como no período da 
amamentação. 
O direito humano à alimentação como uma faceta dos direitos fundamentais encontra amparo em 
nosso sistema legal no SISAN, Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, Lei 11.346 de 15 
de Setembro de 2006, com vistas em assegurar o direito humano à alimentação necessária. Seu artigo 
2° determina que a alimentação adequada é direito fundamental do ser humano, inerente à dignidade da 
pessoa humana e indispensável à realização dos direitos consagrados na Constituição Federal, devendo 
o poder público adotar as políticas e ações que se façam necessárias para promover e garantir a 
segurança alimentar e nutricional da população. 
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A Lei 11.346/2006, posterior ao ECA estabelece diretrizes de como o poder público, com a participação 
da sociedade civil organizada, formulará e implementará políticas, planos, programas e ações com vistas 
em assegurar o direito humano à alimentação adequada, são definições que alcança a proteção do ECA 
complementando seus objetivos de total proteção ao menor. 
Providência presente no ECA que contribui para a estabilidade emocional das mães e dos que estão 
por nascer é o apoio psicológico a fim de se minimizar o estado puerperal, conforme alteração da Lei 
12.010/2009, com amparo estendido àquelas mães que querem entregar seus filhos para adoção como 
forma de incentivo.13 
 
Art. 9º O poder público, as instituições e os empregadores propiciarão condições adequadas 
ao aleitamento materno, inclusive aos filhos de mães submetidas a medida privativa de liberdade. 
§ 1º Os profissionais das unidades primárias de saúde desenvolverão ações sistemáticas, 
individuais ou coletivas, visando ao planejamento, à implementação e à avaliação de ações de 
promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno e à alimentação complementar saudável, de 
forma contínua. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º Os serviços de unidades de terapia intensiva neonatal deverão dispor de banco de leite 
humano ou unidade de coleta de leite humano. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
O aleitamento materno, cujos benefícios para as crianças, ao menos até o sexto mês de vida, 
dispensam comentários, deve ser estimulado, através de campanhas de orientação (cf. art. 129, inciso 
IV, do ECA). 
 
Vide art. 7º, inciso XXV, da CF, arts. 389, §1º e 396, caput e par. único, todos da Consolidação das 
Leis do Trabalho - CLT e Portaria nº 3.296/1986, do Ministério do Trabalho. 
A CLT prevê, em seu art. 389, §§1º e 2º, que os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 
(trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade, deverão ter local apropriado onde seja 
permitido às empregadas guardar sob vigilância os seus filhos no período de amamentação. Tal exigência 
poderá ser suprida por meio de creches, mantidas diretamente pela empresa ou mediante convênios com 
outras entidades públicas ou privadas, em regime comunitário, ou a cargo do SESI, do SESC ou de 
entidades sindicais. A Portaria nº 3.296/1986, do Ministério do Trabalho, autoriza as empresas e 
empregadores em geral a adotar o sistema de “Reembolso-Creche”, em substituição à exigência contida 
no art. 389, §1º, da CLT. De acordo com a citada norma, o reembolso deverá ser concedido a toda 
empregada-mãe, independente do número de mulheres do estabelecimento, e sem prejuízo do 
cumprimento dos demais preceitos de proteção à maternidade, devendo cobrir, integralmente, as 
despesas efetuadas com o pagamento da creche de livre escolha da empregada mãe, pelo menos até os 
06 (seis) meses de idade da criança. A Constituição Federal, por sua vez, relaciona, entre os “Direitos 
Sociais” assegurados aos trabalhadores em geral, a “assistência gratuita aos filhos e dependentes desde 
o nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas” (art. 7º, inciso XXV). Especificamente 
sobre creches, vide comentários ao art. 54, inciso IV, do ECA.14 
 
Os benefícios que o aleitamento materno trazem ao menor são reconhecidos pelo ECA, e já presentes 
da legislação trabalhista no art. 396 que prevê a amamentação até os 6 (seis) meses de idade como 
direito do infante. 
A Constituição Federal de 1988 no art. 5°, L, visando o crescimento sadio como direito de todos os 
menores, estendeu às presidiárias a amamentação indicando que assiste esse direito aos filhos de mães 
que cumprem pena. O caráter tutelar do ECA garante os direitos da criança que não podem ser suprimidos 
pela situação em que se encontra sua genitora, como consequência da proteção integral aos mesmos.15 
 
Art. 10. Os hospitais e demais estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e 
particulares, são obrigados a: 
I - manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo 
de dezoito anos; 
 
13 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
14 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 13-14. 
15 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 13 
II - identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da 
impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade 
administrativa competente; 
III - proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo 
do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; 
IV - fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do 
parto e do desenvolvimento do neonato; 
V - manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. 
 
Todas repartições públicas ou particulares de saúde devem manter registros das mães e crianças no 
prazo legal para permitir consultas a fim de se resguardar direitos futuros por requisição da autoridade 
judiciária. 
 
A identificação pela impressão plantar do menor e digital de sua mãe, o diagnóstico preventivo de 
anormalidade e alojamento conjunto ao neonato, são medidas que corroboram a preocupação e proteção 
integral à criança. Os hospitais devem se adaptar e proporcionar segurança para a permanência da mãe 
com seu filho, para que essa previsão da lei não acabe em tragédia, como já ocorreu.16 
 
Vide arts. 4º e 5º, do ECA. São aqui estabelecidas algumas obrigações específicas aos 
estabelecimentos de atenção à saúde de gestantes, públicos e particulares, cujo descumprimento pode 
trazer consequências nas esferas civil, administrativa e mesmo criminal. 
Vide art. 228 do ECA - a omissão do registro, em tese, caracteriza crime. 
 
A norma visa impedir a ocorrência de “troca de bebês” ou mesmo a subtração de incapazes, no âmbito 
dos estabelecimentos de atenção à saúde. Em ocorrendo qualquer destas situações, surge o dever de 
indenizar a(s) família(s) prejudicada(s).17 
 
Neste sentido: 
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. TROCA DE BEBÊS NO HOSPITAL 
EM SEGUIDA AO NASCIMENTO. NEGLIGÊNCIA DA INSTITUIÇÃO. DANO MORAL CARACTERIZADO. 
INDENIZAÇÃO DEVIDA. Restando comprovada a troca dos bebês e o nexo de causalidade entre o ato 
e o sofrimento suportado pelas vítimas, devida a indenização. No Paraná, foi editada a Lei Estadual nº 
14.991/2006, de 06/01/2006, dispondo sobre adoção de medidas de segurança, pelos hospitais, casas 
de saúde e maternidades, que evitem, impeçam ou dificultem a troca de recém-nascidos em suas 
dependências, tornando obrigatório: I - a utilização de pulseiras de identificação numeradas para mãe e 
filho na sala de parto; II – a utilização de grampo umbilical enumerado com o número correspondente ao 
da pulseira; III - a utilização de kit de coleta de material genético de todas as mães e filhos ali internados, 
coletados na sala de parto para arquivamento na unidade de saúde a disposição da Justiça, e IV - a 
apresentação do devido registro de nascimento quando da saída do recém-nascido da instituição, bem 
como a identificação dos responsáveis pela liberação em livro de controle fornecido pelo estabelecimento 
(cf. art. 2º, do referido Diploma Legal). A falta da correta identificação do recém-nascido e sua mãe, em 
tese, caracteriza o crime tipificado no art. 229 do ECA.18 
 
Vide Portaria nº 1.069/2002/GM, de 05/06/2002, que cria o mecanismo que regulamenta o tratamento 
da fenilcetonúria, do hipotireoidismo congênito e da anemia falciforme. O mais conhecido dos exames 
realizados para detecção de tais doenças é o “teste do pezinho”. No Estado do Paraná, a Lei Estadual nº 
14.588/2004, de 14/12/2004, estabelece ainda a obrigatoriedade da realização do exame para diagnóstico 
precoce de surdez nos bebês nascidos nas maternidades e estabelecimentos hospitalares públicos e 
privados do Estado (exame de Emissões Otoacústicas Evocadas, mais conhecido por “Teste da 
Orelhinha”), a Lei Estadual nº 14.601/2004, de 28/12/2004, estabelece a obrigatoriedade do exame de 
diagnóstico clínico de catarata congênita em todas as crianças nascidas nos mesmos estabelecimentos 
de saúde, através da técnica conhecida como “reflexo vermelho” (também chamado “Teste do Olhinho”, 
regulamentado pela Resolução nº 367/2009/SESA), e a Lei Estadual nº 15.360/2006, de 17/12/2006, 
 
16 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
17 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 14-15. 
18 TJMG. 12ª C. Cív. Ap. Cív. nº 2.0000.00.489705-8/000. Rel. Des. José Flávio de Almeida. J. em 17/01/2007. 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 14 
dispõe que as maternidades e estabelecimentos hospitalares congêneres do Estado ficam obrigados a 
encaminhar, para exame de diagnóstico de retinoblastoma, todas as crianças nascidas em suas 
dependências. Consta que o exame será orientado pelo pediatra e realizado pelo oftalmologista. Os 
resultados positivos de retinoblastoma, serão encaminhados para tratamento, para em prazo não superior 
a 30 (trinta) dias. A não realização dos exames a que se refere o dispositivo, em tese, caracteriza o crime 
tipificado no art. 229 do ECA. 
A orientação aos pais deve abranger aspectos relacionados ao tratamento necessário, bem como à 
necessidade de eventual encaminhamento a programas e serviços complementares, observado o 
disposto nos arts. 129, incisos I a IV e 100, par. único, inciso XI, do ECA. 
O não fornecimento - gratuito - da declaração de nascimento (que será inclusive utilizada para fins de 
registro civil da criança), em tese, caracteriza o crime tipificado no art. 228 do ECA. 
Vide art. 12, do ECA e art. 19-J, da Lei nº 8.080/1990, de 19/09/1990, com a redação que lhe deu a 
Lei nº 11.108/2005, de 07/04/2005, segundo o qual: “os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde - 
SUS, da rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença, junto à parturiente, de 1 (um) 
acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato”, incumbindo à 
parturiente a indicação deste acompanhante (cf. §1º, do referido dispositivo).19 
 
Art. 11. É assegurado acesso integral às linhas de cuidado voltadas à saúde da criança e do 
adolescente, por intermédio do Sistema Único de Saúde, observado o princípio da equidade no 
acesso a ações e serviços para promoção, proteção e recuperação da saúde. (Redação dada pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 1º A criança e o adolescente com deficiência serão atendidos, sem discriminação ou 
segregação, em suas necessidades gerais de saúde e específicas de habilitação e reabilitação. 
(Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º Incumbe ao poder público fornecer gratuitamente, àqueles que necessitarem, 
medicamentos, órteses, próteses e outras tecnologias assistivas relativas ao tratamento, 
habilitação ou reabilitação para crianças e adolescentes, de acordo com as linhas de cuidado 
voltadas às suas necessidades específicas. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3º Os profissionais que atuam no cuidado diário ou frequente de crianças na primeira infância 
receberão formação específica e permanente para a detecção de sinaisde risco para o 
desenvolvimento psíquico, bem como para o acompanhamento que se fizer necessário. (Incluído 
pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
A previsão de acesso igualitário às ações e serviços de saúde não significa deva o gestor do Sistema 
de Saúde deixar de disponibilizar um atendimento diferenciado e especializado a crianças, adolescentes 
e suas respectivas famílias. Com efeito, necessário se faz o desenvolvimento de uma metodologia própria 
para o enfrentamento das diversas demandas e situações peculiares que irão ocorrer, tendo sempre por 
norte o princípio da proteção integral à criança e ao adolescente, que se constitui na razão de ser da 
intervenção estatal. Tal sistemática diferenciada deverá necessariamente contemplar instalações físicas 
adequadas, em local diverso (ou isolado) daquele destinado ao atendimento das outras demandas a 
cargo do SUS, de modo a preservar a imagem, a identidade e a intimidade das crianças e adolescente 
atendidas (cf. arts. 17 e 18, do ECA), a qualificação profissional de todos aqueles que atuam no setor, a 
articulação de ações com outros órgãos e serviços municipais (como o CREAS/CRAS), bem como 
autoridades encarregadas do atendimento e/ou defesa dos direitos de crianças e adolescentes, como o 
Conselho Tutelar, o Ministério Público, a Justiça da Infância e da Juventude, os órgãos policiais 
encarregados de atendimento de crianças e adolescentes vítimas de crime, bem como de adolescentes 
acusados da prática de ato infracional etc.20 
 
Neste sentido: AGRAVO DE INSTRUMENTO. ECA. INTERNAÇÃO POR DROGADIÇÃO. 
ILEGITIMIDADE PASSIVA DO MUNICÍPIO. DESCABIMENTO. Em se tratando de pedido de internação 
compulsória de adolescente para tratamento de drogadição severa, existe solidariedade passiva entre a 
União, os Estados e os Municípios, cabendo ao necessitado escolher quem deverá lhe fornecer o 
tratamento pleiteado. O fornecimento de tratamento médico ao menor, cuja família não dispõe de recursos 
 
19 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 15. 
20 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; páginas 16-17. 
1238466 E-book gerado especialmente para UANDERSON JACINTO DE SOUZA
 
. 15 
econômicos, independe de previsão orçamentária, tendo em vista que a Constituição Federal, ao 
assentar, de forma cogente, que os direitos das crianças e adolescentes devem ser tratados com 
prioridade, afasta a alegação de carência de recursos financeiros como justificativa para a omissão do 
Poder Público. Aplica-se o ‘Princípio da Reserva do Possível’ quando demonstrada a carência 
orçamentária do Poder Público e o atendimento solicitado (tratamento médico) não se enquadra entre os 
casos de extrema necessidade e urgência. RECURSO DESPROVIDO.21 
 
Proclama o artigo 196 da Constituição que "a saúde é direito de todos e dever do Estado garantido 
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e outros agravos e ao 
acesso universal e igualitário às ações e serviços para a sua promoção, proteção e recuperação". 
A CRFB/88 estabelece também que "o Estado promoverá programas de assistência integral à saúde 
da criança e do adolescente …" (artigo 227, § 1º). 
Qualidade de vida sadia está presente no texto constitucional no seu artigo 225: "Todos têm direito ao 
meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade 
de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as 
presentes e futuras gerações". 
De modo geral o dever de proteção à saúde é do Estado em todos os seus níveis, isto é, União, 
Estados, Distrito Federal e Municípios, cada um na medida de suas atribuições. 
O atendimento integral à saúde e o direito de nascer e se desenvolver de forma saudável previsto 
nesse artigo 7° desse estatuto e deverá ser prestado pelo SUS. 
 É um direito que deve ser cobrado do Estado que está obrigado a essa prestação fornecendo 
os meios apropriados para sua efetivação com a criação de condições que assegurem assistência 
médica e serviços médicos em caso de enfermidade.22 
 
Jurisprudência: 
 
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO CIVIL PÚBLICA – FORNECIMENTO DE FRALDAS DESCARTÁVEIS A 
ADOLESCENTE PORTADOR DE ENFERMIDADE – PRELIMINARES – CERCEAMENTO DE DEFESA 
FACE À AUSÊNCIA DE INSTRUÇÃO PROBATÓRIA – INOCORRÊNCIA – DIREITO PLEITEADO 
DEMONSTRADO DE PLANO - INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA ESTADUAL – CHAMAMENTO AO 
PROCESSO DO ESTADO E DA UNIÃO – DESNECESSIDADE – DEVER SOLIDÁRIO ENTRE OS 
ENTES FEDERADOS - ILEGITIMIDADE ATIVA DO MP – AFASTADA – MÉRITO – DIREITO À SAÚDE 
E À VIDA DIGNA – GARANTIAS FUNDAMENTAIS – EXEGESE DOS ARTS. 6º, 196 E 227 DA CF E 
ARTS. 3º, 4º, 7º E 11 DO ECA – EFICÁCIA DA DECISÃO – ERGA OMNES – POSSIBILIDADE DE 
PUBLICAÇÃO EM JORNAL DE GRANDE CIRCULAÇÃO – ÔNUS QUE COMPETE AO MUNICÍPIO – 
IMPOSSIBILIDADE DE REFORMATIO IN PEJUS – EFEITOS, ENTRETANTO, QUE NÃO DEPENDEM 
DA PUBLICAÇÃO - DESNECESSIDADE DE APRESENTAÇÃO DE RECEITA DE MÉDICO FILIADO AO 
SUS – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO NÃO PROVIDO. Em conformidade com o estabelecido na 
CF, o Estatuto da Criança e do Adolescente estatuiu no ordenamento pátrio a doutrina da proteção 
integral, estabelecendo em seus arts. 3º, 4º, 7º e 11 a saúde e a vivência digna como deveres a serem 
assegurados por todos os entes da sociedade, inclusive o Estado.23 
 
Art. 12. Os estabelecimentos de atendimento à saúde, inclusive as unidades neonatais, de 
terapia intensiva e de cuidados intermediários, deverão proporcionar condições para a 
permanência em tempo integral de um dos pais ou responsável, nos casos de internação de 
criança ou adolescente. (Redação dada pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Os pais ou responsáveis poderão fiscalizar o atendimento que está sendo dispensado ao seu filho e 
esse por sua vez se sentirá seguro facilitando sua recuperação. 
A resposta do menor hospitalizado ao tratamento será mais eficiente se nesse ambiente estranho ele 
estiver assistido por seus familiares, por isso devem os estabelecimentos de saúde se adequarem para 
atender também essa necessidade.24 
 
 
21 TJRS. 8ª C. Cív. A.I. nº 70027420009. Rel. Des. Claudir Fidelis Faccenda. J. em 24/11/2008. 
22 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
23 Apelação Cível n. 2010.040247-0, de Lages Relator: Des. Wilson Augusto do Nascimento. 
24 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-i-do-direito-a-vida-e-a-saude. 
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. 16 
Vide art. 101, inciso V, do ECA e Lei nº 11.104/2005, de 21/03/2005, que dispõe sobre a 
obrigatoriedade de instalação de brinquedotecas nas unidades de saúde que ofereçam atendimento 
pediátrico em regime de internação. 
 
A permanência de um dos pais ou responsável como acompanhantes de criança ou adolescente 
internada é um direito que deve ser a estas assegurado, sob pena de responsabilidade, nos moldes do 
previsto nos arts. 5º, 208 e 216, do ECA. A efetivação deste direito deve incluir a orientação aos 
pais/responsável, assim como a adequação das respectivas instalações, devendo em qualquer caso ser 
observado o disposto nos arts. 17 e 18, do ECA.25 
 
Art. 13. Os casos de suspeita ou confirmação de castigofísico, de tratamento cruel ou 
degradante e de maus-tratos contra criança ou adolescente serão obrigatoriamente comunicados 
ao Conselho Tutelar da respectiva localidade, sem prejuízo de outras providências legais. 
(Redação dada pela Lei nº 13.010, de 2014) 
§ 1º As gestantes ou mães que manifestem interesse em entregar seus filhos para adoção serão 
obrigatoriamente encaminhadas, sem constrangimento, à Justiça da Infância e da Juventude. 
(Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º Os serviços de saúde em suas diferentes portas de entrada, os serviços de assistência 
social em seu componente especializado, o Centro de Referência Especializado de Assistência 
Social (Creas) e os demais órgãos do Sistema de Garantia de Direitos da Criança e do Adolescente 
deverão conferir máxima prioridade ao atendimento das crianças na faixa etária da primeira 
infância com suspeita ou confirmação de violência de qualquer natureza, formulando projeto 
terapêutico singular que inclua intervenção em rede e, se necessário, acompanhamento 
domiciliar. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
Art. 14. O Sistema Único de Saúde promoverá programas de assistência médica e odontológica 
para a prevenção das enfermidades que ordinariamente afetam a população infantil, e campanhas 
de educação sanitária para pais, educadores e alunos. 
§ 1º É obrigatória a vacinação das crianças nos casos recomendados pelas autoridades 
sanitárias. (Renumerado do parágrafo único pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 2º O Sistema Único de Saúde promoverá a atenção à saúde bucal das crianças e das 
gestantes, de forma transversal, integral e intersetorial com as demais linhas de cuidado 
direcionadas à mulher e à criança. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 3º A atenção odontológica à criança terá função educativa protetiva e será prestada, 
inicialmente, antes de o bebê nascer, por meio de aconselhamento pré-natal, e, posteriormente, 
no sexto e no décimo segundo anos de vida, com orientações sobre saúde bucal. (Incluído pela 
Lei nº 13.257, de 2016) 
§ 4º A criança com necessidade de cuidados odontológicos especiais será atendida pelo 
Sistema Único de Saúde. (Incluído pela Lei nº 13.257, de 2016) 
 
O SUS elabora programas para que a assistência à saúde da população infantil para prevenção de 
enfermidades ou em caráter terapêutico, formulando campanhas de educação sanitária nas escolas, aos 
pais e educadores oferecendo também assistência médica e odontológica aos menores doentes. 
A vacinação é obrigatória, cabendo aos pais o dever de levar os menores a um posto de saúde próximo 
de sua residência. 
 
Vide art. 70, do ECA. A prevenção, tanto sob o prisma geral (coletivo), quanto no plano individual, é 
uma preocupação constante da sistemática introduzida pelo ECA, na perspectiva de evitar a ocorrência 
de danos a crianças e adolescentes. O não oferecimento ou a oferta irregular deste programa (que na 
verdade se constitui num serviço público, que deve possuir um caráter permanente), pode levar à 
responsabilidade civil e administrativa do gestor da saúde, conforme previsto pelo art. 208, inciso VII, do 
ECA). 
 
Vide arts. 100, par. único, incisos IX e XI e 129, inciso IV, do ECA. 
 
25 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; página 17. 
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Vide art. 205, da CF e arts. 53, caput e 101, inciso II, do ECA. O dispositivo evidencia a necessidade 
de articulação entre os setores da educação e saúde (nos moldes do previsto no art. 86, do ECA), para 
que as ações de saúde sejam executadas no âmbito das escolas, numa perspectiva eminentemente 
preventiva.26 
 
Vide Lei nº 6.259/1975, que dispõe sobre a organização das ações de vigilância epidemiológica, sobre 
o Programa Nacional de Imunizações, estabelece normas relativas à notificação compulsória de doenças, 
e dá outras providências; Decreto nº 78.231/1976 e Portaria nº 1.602/2006/GM (que institui os calendários 
de vacinação). 
 
Capítulo II 
Do Direito à Liberdade, ao Respeito e à Dignidade 
 
Art. 15. A criança e o adolescente têm direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como 
pessoas humanas em processo de desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e 
sociais garantidos na Constituição e nas leis. 
 
As garantias presentes neste artigo significam o direito à liberdade, à dignidade, à vida, a liberdade de 
ação e todos os direitos fundamentais primeiramente assegurados no artigo 5° da CRFB/88, em que 
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e 
estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, liberdade, igualdade, segurança, 
propriedade, nos casos ali especificados”. 
O ECA é a norma que estabelece condições de exigibilidade para os direitos das crianças e 
adolescentes, benesses essas refletidas da Convenção sobre os Direitos da Criança e o Adolescente. 
O decantado artigo 227 da CRFB/88, norteado pelos 54 artigos da Convenção sobre os Direitos da 
Criança e o Adolescente também confere à criança e o adolescente todos os direitos fundamentais à 
pessoa humana, assegurando-lhes, por lei ou por outros meios, as oportunidades e facilidades, 
facultando-lhes pleno desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de 
liberdade e dignidade. 
Tais repetições dessa garantia enfatizam a necessidade da total proteção a ser conferida à criança e 
ao adolescente para que possam alcançar o pleno desenvolvimento.27 
 
Neste sentido: INDENIZAÇÃO DANOS MORAIS. RELAÇÃO PATERNO-FILIAL. PRINCÍPIO DA 
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA. PRINCÍPIO DA AFETIVIDADE. A dor sofrida pelo filho, em virtude 
do abandono paterno, que o privou do direito à convivência, ao amparo afetivo, moral e psíquico, deve 
ser indenizável, com fulcro no princípio da dignidade da pessoa humana.28 
 
Art. 16. O direito à liberdade compreende os seguintes aspectos: 
I - ir, vir e estar nos logradouros públicos e espaços comunitários, ressalvadas as restrições 
legais; 
II - opinião e expressão; 
III - crença e culto religioso; 
IV - brincar, praticar esportes e divertir-se; 
V - participar da vida familiar e comunitária, sem discriminação; 
VI - participar da vida política, na forma da lei; 
VII - buscar refúgio, auxílio e orientação. 
 
O sentido do ECA é a proteção integral aos menores sem discriminação devendo os direitos previstos 
nesse texto legal serem realizados a todos sem qualquer distinção de raça, cor, sexo e origem. A não 
discriminação está presente no art. 3°, IV da CRFB/88, como objetivo fundamental da República 
Federativa do Brasil em promover o bem de todos, sem preconceitos de raça, sexo, cor, idade. 
 
 
26 DIGIÁCOMO, Murillo José, 1969- Estatuto da criança e do adolescente anotado e interpretado /Murillo José Digiácomo e Ildeara Amorim 
Digiácomo.- Curitiba .. Ministério Público do Estado do Paraná. Centro de Apoio Operacional das Promotorias da Criança e do Adolescente, 
2013. 6ª Edição; página 19. 
27 Disponível em: http://www.direitocom.com/estatuto-da-crianca-e-adolescente-comentado/titulo-ii-dos-direitos-fundamentais-do-artigo-7o-
ao-69/capitulo-ii-do-direito-a-liberdade-ao-respeito-e-a-dignidade-do-artigo-15-ao-18/artigo-15-4. 
28 TA/MG. 7ª C. Civ. Ap. Civ. nº 408.550-5. Rel. Juiz Unias Silva. J. em 01/04/2004. 
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A discriminação é vedada pelo ECA, mas não existe nessa lei a previsão de como essa discriminação 
será combatida na participação da vida comunitária e familiar e nem estabelece os mecanismos 
específicos de combate à discriminação. 
 
Art.

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