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09/09/2020 1 Proteínas e Exercício Prof.ª Dr.ª Paola Maia paola.maia@estacio.br Ajudam a conferir sustentação de muitos tecidos do corpo e são responsáveis pela• Ajudam a conferir sustentação de muitos tecidos do corpo e são responsáveis pela contração dos músculos; • Regulação de processos metabólicos; • Função imunológica: participam da formação de anticorpos; • Formam enzimas, hormônios e fluidos corporais; • Transportam lipídeos, vitaminas e gases; • Fornecem aminoácidos essenciais; • Fornecem nitrogênio para síntese de aminoácidos não essenciais. Proteínas: importância nutricional 09/09/2020 2 FUNÇÃO DAS PROTEÍNAS: - Anabolismo: síntese de proteínas e peptídeos; - Catabolismo ou degradação proteica muscular: produção de energia e degradação proteica ao exercício. PROTEÍNAS - FUNÇÃO PROTEÍNAS - FUNÇÃO 1 Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 3 PROTEÍNAS Aminoácidos essenciais Aminoácidos não-essenciais Arginina Alanina Histidina Asparagina Isoleucina Aspartato Leucina Cisteina Lisina Glutamato Metionina Glutamina Fenilalanina Glicina Treonina Prolina Triptofano Serina Valina Tirosina Aminoácidos Essenciais e não essenciais Essenciais: fornecidos via dieta (não sintetizamos). A ausência ou inadequação de ingestão resulta em um balanço nitrogenado negativo (perda de N pelo organismo), perda de peso, crescimento menor em crianças e pré-escolares e sintomas clínicos; Não essenciais: são igualmente importantes para estrutura proteica, no entanto a falta de ingestão deles não se configura um problema, visto que sintetizamos em nível celular a partir de aminoácidos essenciais ou precursores contendo carbono e nitrogênio. PROTEÍNAS 09/09/2020 4 Turnover proteico: continuo estado de síntese e degradação de proteínas, é necessário para manter o pool metabólico de aminoácidos e a capacidade de satisfazer a demanda de aminoácidos de células e tecidos do organismo, quando estes são estimulados a sintetizar novas proteínas para uma determinada função. - Tecidos mais ativos: plasma, mucosa intestinal, pâncreas, fígado e rim. PROTEÍNAS - Turnover Proteico Não há reserva de proteínas e aminoácidos livres no organismo. Qualquer quantidade acima da necessidade será degradada. No entanto, na célula, existe um pool metabólico de aminoácidos em estado dinâmico que pode ser utilizado quando necessário. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. No estômago é liberado HCL e Pepsina PROTEÍNAS - DIGESTÃO A digestão das proteínas começa no estômago, que devido a presença de ácido clorídrico, que desnatura as proteínas. Com isso, as cadeias proteolíticas perdem a forma e ficam mais acessíveis ao ataque das enzimas. A enzima pepsina transforma as proteínas em moléculas menores. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 5 No Intestino Sofre ação de enzimas e são absorvidas PROTEÍNAS - DIGESTÃO No intestino delgado as proteínas sofrem a ação das enzimas produzidas pelo pâncreas (tripsina, quimotripsina, elastase e carboxipolipeptidase) formando peptídeos e aminoácidos livres. Peptídeos e aminoácidos livres absorvidos são transportados diretamente ao fígado pelo sistema porta. No fígado: aminoácidos (AA) são liberados na circulação sanguínea, especialmente, os aminoácidos de cadeia ramificada (BCAAs: LEUCINA, ISOLEUCINA E VALINA). PROTEÍNAS - SÍNTESE Síntese proteica é um processo contínuo realizado nas células do organismo; Em estado de equilíbrio, ou seja, quando não há um saldo de aumento ou de diminuição de proteína corporal, verifica-se que a síntese proteica é balanceada por igual quantidade de degradação proteica; Dietas hipoproteicas: ausência ou baixa concentração de AA essenciais tem como principal consequência a alteração no equilíbrio proteico. Taxa de síntese de algumas proteínas corporais diminui comparada a degradação proteica. 09/09/2020 6 BALANÇO NITROGENADO Balanço nitrogenado: a diferença de nitrogênio (das proteínas) que é ingerido e a quantidade que é excretado. 1) Balanço nitrogenado equilibrado: quando a quantidade de nitrogênio ingerido é igual a excretado. Ex.: adultos normais que não estão perdendo e nem aumentando a sua massa magra. 2) Balanço nitrogenado negativo: quando a quantidade de nitrogênio ingerido é menor que a excretado. Ex.: estado de jejum, dieta pobre em proteínas, dieta restritiva, doenças altamente catabólicas como câncer e AIDS, entre outros. 3) Balanço nitrogenado positivo: quando a quantidade de nitrogênio ingerido é maior que o excretado. Ex.: crianças (fase de crescimento), gestantes, treino de musculação com o objetivo de Hipertrofia Muscular, entre outros. PROTEÍNAS - CATABOLISMO Catabolismo de Aminoácidos (AA) 1. Quando a quantidade de AA ingerida é maior que necessária, então o excesso é catabolizado já que o corpo não é capaz de estocar aminoácidos/proteínas; 2. Oxidação dos aminoácidos: quando os carboidratos e lipídeos não são suficientes, as proteínas corporais são hidrolisadas e seus AA são usados como combustível. Gliconeogênese é o processo através do qual precursores como lactato, glicerol e aminoácidos são convertidos em glicose. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 7 PROTEÍNAS - REGULAÇÃO CATABOLISMO PROTEICO Durante o jejum prolongando: a regulação do metabolismo de proteínas possibilita o catabolismo de proteínas “menos vitais” presentes na massa muscular corporal, esses aminoácidos serão utilizados para a oxidação e gliconeogênese. Enquanto proteínas “mais vitais” presentes no sistema nervoso central são preservadas, consideradas mais relevantes para a sobrevivência do indivíduo. Jejum de curta duração: estudos demostram uma diminuição substancial da proteína hepática, MAS NÃO MUSCULAR. Especificamente, proteínas do retículo endoplasmático rugoso hepático são degradadas, quando é necessário durante esse período. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. PROTEÍNAS - CATABOLISMO DE AMINOÁCIDOS Aproximadamente 11 a 15 g de nitrogênio são excretados diariamente na urina de um indivíduo adulto saudável, que consome de 70 a 100 g de proteína por dia. Sendo a ureia a principal forma de excreção de nitrogênio (90%). Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 8 Via Aeróbia GERAÇÃO DE ENERGIA Não podemos esquecer: produção de energia pela oxidação de AA pode acontecer quando há necessidade pelo organismo. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. PROTEÍNAS - METABOLISMO PROTEICO E EXERCÍCIO O exercício de força representa um estímulo potente para a hipertrofia do músculo esquelético em humanos; A hipertrofia ocorre quando a taxa de síntese proteica muscular excede a taxa de degradação, de tal modo que o equilíbrio proteico muscular SEJA POSITIVO; O efeito agudo do exercício de força intenso melhora o equilíbrio proteico, mas, na ausência de ingestão de alimentos, o equilíbrio permanece negativo (catabólico); O exercício de força acarreta aumento da necessidade de proteínas, não necessariamente como fonte de energia, e sim com relação a síntese de proteínas e manutenção de massa muscular corporal. EXERCÍCIO DE FORÇA Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 9 PROTEÍNAS - METABOLISMO PROTEICO E EXERCÍCIO Estudos relatam a diminuição da síntese proteica muscular após o exercício de endurance intenso, sendo esta diminuição principalmente relacionada com o aumento da intensidade do exercício. A magnitude da supressão (limitação) da sínteseproteica parece ser proporcional à duração da atividade; Endurance praticado de maneira regular pode aumentar a oxidação de aminoácido para ajudar na produção de energia. EXERCÍCIO DE ENDURANCE Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. HIPERTROFIA MUSCULAR É o acúmulo de massa magra; Ganhar massa magra em função do tempo; Síntese proteica à longo prazo; Estudos sugerem que pode ocorrer o acúmulo de massa magra durante o tempo. Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. 09/09/2020 10 • Há muito tempo tem-se administrado os aminoácidos de cadeia ramificada (AACR) na prática clínica nutricional no tratamento de diversas patologias, como câncer, trauma, sepse, dentre outras que geram grande stress metabólico. São componentes essenciais na dieta humana, representam um terço de toda nossa proteína muscular; • Incluem três aminoácidos essenciais: ISOLEUCINA, LEUCINA E VALINA; • Promove a síntese protéica muscular através da fosforilação da mTOR e 4E-BPE, enzimas chaves no processo de síntese de proteína muscular (CHURCHWARD-VENNE et al., 2012); • Os BCAA são os principais doadores de nitrogênio na síntese de glutamina e alanina. Glutamina: auxilia no ganho de massa muscular, recuperação muscular e resistência muscular. Alanina: auxilia na redução da fadiga durante o esforço físico e oferece resistência muscular. Branched-chain Amino Acid (BCAA): utilização clínica e na prática esportiva Tratado de nutrição esportiva funcional/Valéria Paschoal, Andréia Naves. -1. ed. - São Paulo : Roca, 2014. PROTEÍNAS - RECOMENDAÇÕES Requerimento de proteínas: quantidade mínima capaz de satisfazer as demandas metabólicas e manter a composição corporal, dentro de uma dieta equilibrada (Millward, 2001); RECOMENDAÇÃO DE CONSUMO DE PROTEÍNAS (OMS) 0,8 a 1,0 g / kg de peso corporal / dia População adulta e sadia Indivíduos que praticam atividade de endurance de modo recreativo (4 a 5 vezes na semana por 30 min a 55% do VO2 máx) deveriam ingerir a mesma recomendação que os sedentários (0,8 g/ kg/dia). 09/09/2020 11 Requerimentos de proteínas para atividades de Endurance Estudos demonstram que exercícios de Endurance de elevada intensidade promovem, um aumento da oxidação de proteínas por isso as recomendações são superiores. Atividades de alta intensidade (5 a 6 vezes na semana durante 1 h) (Manore & Thompson 2000). Atletas de endurance de Elite deveriam inferir 1,6 g / kg de peso / dia. Autor (ano) Recomendação PTN ADA (2009) 1,2 – 1,4 g/kg de peso/dia Manore & Thompson (2000) 1,2 – 1,4 g/kg de peso/dia Williams , M. H. (1999) 1,2 – 1,4 g/kg de peso/dia RECOMENDAÇÃO PROTEÍNA - ENDURANCE Requerimentos de proteínas para atividades de Endurance Quantidade de proteína deve ser suficiente para: Manter massa magra; Não prejudicar performance; Complementação alta demanda energética; Atender demanda de proteínas (síntese de enzimas); Recuperação de dano muscular. (Tipton & Wolfe, 2004) RECOMENDAÇÃO PROTEÍNA - ENDURANCE 09/09/2020 12 PROTEÍNA Requerimentos de proteínas para Treinamento de Força e/ou contra resistência Atletas de força possuem um requerimento proteico ainda maior que atletas de Endurance. Mais proteína com objetivo de promover maior taxa de síntese proteica e/ou reduzir a taxa de catabolismo durante e após o treino de força. Autor (ano) Recomendação PTN ADA (2009) 1,2 – 1,7 g/kg de peso/dia Nemet, Wolach e Eliakim (2005) 2,4 g/kg de peso/dia Lemon , P. (1998) 1,6 – 1,8 g/kg de peso/dia O consumo de 1,7 a 1,8/ kg de peso/ dia de proteínas é recomendado para indivíduos que estão iniciando um programa de treino de força rigoroso. RECOMENDAÇÃO PROTEÍNA - FORÇA PROTEÍNA • Para garantir o aumento da ingestão proteica é relevante o consumo de uma dieta que contenha adequado valor calórico total e seleção de alimentos fontes de proteínas de alto valor biológico. • Todavia, é importante ressaltar, que a ingestão de proteínas em excesso não implica mais síntese proteica (Tarnopolsky et al. 2010). • “A suplementação com proteína representa uma estratégia válida para aumentar a resposta adaptativa do musculo esquelético, juntamente com o exercício.” PROTEÍNAS CERMAK, NM et al. Protein supplenentation augments tha adaptative response of skeletal muscle to resistance-type exercise training: a meta-analysis. Am J Clin Nutr, v. 96, p. 1454-64, 2012. 09/09/2020 13 PROTEÍNA RECOMENDAÇÃO PROTEICA PARA MAXIMIZAR A SÍNTESE PROTEICA! FRACIONAR PROTEÍNA AO LONGO DO DIA NAS REFEIÇÕES. PROTEÍNAS 4 porções de proteínas por refeição/dia: 0,2 – 0,3g proteína/kg peso/refeição 1 grande refeição proteica pré-sono: 0,5 – 0,6g proteína/kg peso/refeição Recomendação de proteínas após exercício (1 a 2h após os treinos): 20 g de proteína é suficiente para estimular ao máximo de sintese proteica após o exercício (Morton et al., 2015; Witard et al., 2014; Aragon & Schoenfeld 2013; Moore et al., 2009; Burd et al., 2008; Bacurau, 2000 ; Hargreaves, 1995; Lemon, 1995; Rennie, 1996. ) PROTEÍNA PROTEÍNAS RISCOS DA ALTA NGESTÃO PROTEICA Não há evidências científicas capazes de contribuir para a determinação do quanto seria o limite máximo para ingestão proteica diária, sem riscos a saúde. Especula-se que a alta ingestão possa estimular a descalcificação óssea e causar danos renais. A alta ingestão proteica pode comprometer o consumo da quantidade ideal de carboidratos na dieta quando realizada sem orientação profissional (> 40% do VET). 09/09/2020 14 Pós-treino: prática Sanduíche de frango com requeijão light, cenoura e alface no pão de iogurte (2 F pão de iogurte com pasta de: 3 col. sopa de peito de frango desfiado, 1 col. sopa de requeijão, cenoura ralada e alface picada) Suco de fruta natural (aprox. 2 porções) Calorias: 242,33 Proteínas: 21g Carboidratos: 62,16 Gorduras: 7,57 Ptn:CHO: 1:3 Sanduíche de rosbife e mussarela light com alface americana no ciabatta (1 pão ciabatta médio com 3 F rosbife, 2 F de mussarela light e alface americana rasgada) Suco de fruta natural (aprox. 2 porções) Calorias: 274,11 Carboidratos: 35,37 Proteínas: 17,35 Gorduras: 7,03 Ptn:CHO: 1:2,5 Sanduíche de peito de peru e queijo Minas no pão integral (2 F pão integral, 1 filés de frango médio e 1 F média de queijo branco) Suco de fruta natural (aprox. 2 porções) Calorias: 264,48 Carboidratos: 67,04g Proteínas:19,6g Gorduras: 3,74 Ptn:CHO: 1:3,4 Recomendações de ingestão de proteínas Exercício Característica Recomendação Endurance moderada 5 a 6 vezes/semana/60 minutos 1,2 a 1,4 g/kg/dia Endurance recreativa (< 55% do VO2 Max) 4 a 6 vezes/semana/30 minutos 0,8 g/kg/dia Treinamento de força Rigoroso (iniciante) 1,7 g PTN/Kg /dia Treinamento de força indivíduo treinado 1,2 g PTN/Kg /dia Treinamento de força Não atletas 1 g PTN/Kg /dia Ingestão em excesso de proteínas NÃO IMPLICA EM MAIOR SÍNTESE PROTEICA 09/09/2020 15 Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida – em qualquer meio ou forma, seja mecânico ou eletrônico, fotocópia, gravação, etc. – nem apropriada ou estocada em sistema de banco de dados, sem a expressa autorização (lei nº 9.610 de 19/02/1998).
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