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0 CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIFACVEST CURSO DE DIREITO BRUNA APARECIDA DA ROSA PRÉ-PROJETO: OS ANIMAIS DOMÉSTICOS COMO SUJEITOS DE DIREITO: ANÁLISE DO CRIME DE MAUS TRATOS PREVISTO NA LEI N. 9605/1998 E A RESPONSABILIDADE PENAL NO BRASIL LAGES 2020 1 BRUNA APARECIDA DA ROSA PRÉ-PROJETO: OS ANIMAIS DOMÉSTICOS COMO SUJEITOS DE DIREITO: ANÁLISE DO CRIME DE MAUS TRATOS PREVISTO NA LEI N. 9605/1998 E A RESPONSABILIDADE PENAL NO BRASIL Trabalho de pré-projeto apresentado ao Centro Universitário UNIFACVEST como parte dos requisitos para a obtenção da aprovação da disciplina de TCC I. Prof. Graziele Cristina Pinheiro LAGES 2020 2 BRUNA APARECIDA DA ROSA PRÉ-PROJETO: OS ANIMAIS DOMÉSTICOS COMO SUJEITOS DE DIREITO: ANÁLISE DO CRIME DE MAUS TRATOS PREVISTO NA LEI N. 9605/1998 E A RESPONSABILIDADE PENAL NO BRASIL Trabalho de pré-projeto apresentado ao Centro Universitário UNIFACVEST como parte dos requisitos para a obtenção da aprovação da disciplina de TCC I. Prof. Graziele Cristina Pinheiro Lages,SC_____/____/2020. Nota_____________________________________________ Prof. Graziele Cristina Pinheiro ________________________________ Prof. Msc. Caroline Ribeiro Bianchini LAGES 2020 3 OS ANIMAIS DOMÉSTICOS COMO SUJEITOS DE DIREITO: ANÁLISE DO CRIME DE MAUS TRATOS PREVISTO NA LEI N. 9605/1998 E A RESPONSABILIDADE PENAL NO BRASIL Bruna Aparecida da Rosa 1 Graziele Cristina Pinheiro2 RESUMO O presente trabalho tem como objetivo demonstrar uma nova forma de refletir e analisar os direitos de proteção aos animais, dentro do cenário jurídico brasileiro demonstrando como os mesmos são tratados perante a legislação brasileira e a sociedade como um todo. Ao longo da pesquisa, verifica-se o importante papel dos direitos fundamentais e também como é realizada a tratativa do crime de maus tratos na Lei nº 9605/1998. Evidencia-se a necessidade de tentar afastar ideias antropocêntricas onde propõe-se uma reflexão para valorização dos animais como seres vivos merecedores de respeito e dignidade, sendo protegidos assim de forma mais concreta e eficaz. Palavras – chave: Animais. Direitos. Crime. Proteção. Legislação. 1Acadêmica do Curso de Direito, 9ª fase, do Centro Universitário UNIFACVEST. 2Prof. graduada em Direito e pós graduada em Direito Penal e Processo Penal e mestranda em Práticas Transculturais pelo Centro Universitário Unifacvest, lecionando no corpo docente do Centro Universitário UNIFACVEST. 4 DOMESTIC ANIMALS AS BEINGS WITH RIGHTS: ANALYSIS OF THE CRIME OF BAD TREATMENTS PROVIDED IN LAW N. 9605/1998 AND CRIMINAL RESPONSIBILITY IN BRAZIL Bruna Aparecida da Rosa 3 Graziele Cristina Pinheiro4 ABSTRACT The present work aims to demonstrate a new way of reflecting and analyzing animal protection rights, with in the Brazilian legal scenario, demonstrating how they are treated under Brazilian law and society as a whole. Through out the research, the important role of fundamental rights and how the treatment of the crime of maltreatment is seen in Law number 9605/1998. It is evidente the need to try to remove anthropocentricideas, where a reflection is proposed evaluate animals as living beings worthy of respect and dignity, protecting them in a more concrete and effective way. Key word: Animals. Rights. Crime. Protection. Legislation. 3Law School undergraduate student, 9º period, University Center UNIFACVEST. 4Law School teacher, University Center UNIFACVEST. 5 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................... 6 2 ROTEIRO DE PESQUISA ................................................................................................... 7 2.1 Título da pesquisa ................................................................................................................. 7 2.2 Justificativa ........................................................................................................................... 7 2.3 O problema a ser pesquisado ................................................................................................ 7 2.4 Fundamento teórico .............................................................................................................. 7 2.5 Objetivo geral ..................................................................................................................... 12 2.6 Objetivo específicos............................................................................................................ 12 2.7 Hipóteses............................................................................................................................. 12 2.8 Metodologia ........................................................................................................................ 13 2.9 Cronograma ........................................................................................................................ 13 3 CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 14 REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 15 6 1 INTRODUÇÃO Ao longo da história os animais tem acompanhado o homem durante toda sua trajetória, com o passar dos anos e o desenvolvimento da humanidade, as relações dos humanos com os animais não humanos vêm modificando constantemente. A necessidade da caça para sobrevivência ficou para trás, onde já existe a possibilidade de convencia pacifica com determinadas espécies. Os animais não possuem a racionalidade dos humanos, todavia, possuem certo grau de cognição que os torna passiveis de sofrimento, sendo seres merecedores de proteção e tutela pelo Estado e sociedade como um todo, com seus direitos e dignidade resguardados e reconhecidos. O presente estudo tem como perspectiva demonstrar o quão são importantes os animais e dignos de proteção, sendo relevante para toda a sociedade em geral alterar a tratativa quanto esses seres vivos dignos de respeito, analisando assim nossa legislação brasileira atual. A pesquisa foi realizada de forma bibliográfica, analisando o posicionamento de diversos autores e partindo do aspecto central da nossa legislação atual que trata do meio ambiente em geral e do crime de maus tratos e sua aplicação. O principal objetivo do presente trabalho é apresentar uma reflexão quanto a legislação brasileira e o posicionamento da sociedade em relação aos animais, sendo de grande importância e relevância o estudo, visto que a sociedade continuará sua evolução onde os pensamentos arcaicos de inferioridade aos animais ficarão para trás. 7 2 ROTEIRO DE PESQUISA 2.1 Título da pesquisa Os animais domésticos como sujeitos de direito: análise do crime de maus tratos previsto na Lei n. 9605/1998 e a responsabilidade penal no Brasil. 2.2 Justificativa Entende-se que o presente tema é importante, devido vários aspectos que ocorrem na sociedade atualmente como os maus tratos aos animais. Ao longo do tempo, os mesmos sempre foram tratados como meros objetos e nossa legislação atual ainda não proporciona uma defesa efetiva desses seres pois ainda os tratam como bens. Deve-se pensar nos animais como sujeitos de direitos onde devem ser protegidos de maneira efetiva, não podendoser submetidos a qualquer tipo de crueldade, onde o Estado deve prover meios para que os mesmos tenham acesso a saúde e alimentação, assim como tenham seus direitos defendidos, tendo todas suas necessidades básicas atendidas. 2.3 O problema a ser pesquisado O presente tema traz a discussão do crime de maus tratos trazidos Lei n. 9605/1998 e qual a responsabilidade penal no Brasil hoje. A lei traz penas insuficientes que são incapazes de reduzir o crime e regularizar a violência sofrida pelos animais. O projeto de Lei 11210/18 tem como objetivo ampliar a pena para quem ferir além dos animais domésticos, também os silvestres, nativos ou exóticos. Ainda, busca-se entender a sociedade e seu comportamento cruel para com os animais, quais suas origens históricas e quais mudanças ocorreram de forma positiva e negativa ao longo do tempo, assim como a principal solução para a evolução, ou seja, redução da violência para com estes seres indefesos. 2.4 Fundamento teórico Animais na sociedade são considerados seres inferiores, onde a mentalidade humana historicamente sempre os tratou como seres sem importância, sem direito a liberdade, integridade física e à vida. Devido os animais não possuírem o dom de comunicação da fala 8 com os humanos para expressar seus sentimentos, dores e direitos, possuem a necessidade de que alguém com voz os proteja e os defenda. Nossa Constituição Federal traz em seu artigo 225, VII sobre o direito geral de todos a ter um ambiente ecologicamente equilibrado, assim como a proteção da fauna e flora, vedando as práticas que possam por em risco a função ecológica, provocando a extinção das espécies e submetendo animais a crueldade. Ao longo do tempo, as pessoas passaram a se sensibilizar com o sofrimento dos animais e as leis foram aperfeiçoando-se para melhorar a proteção com a fauna e flora. O ser humano depende da natureza para sobreviver, visto que o mesmo consome os animais, vegetais, frutas e outros derivados. A natureza faz o ciclo da vida funcionar, mas não depende do homem para sobreviver. O Direito Ambiental objetiva o ser humano estudar e entender as práticas sociais e repassar a sociedade em geral como construir um ambiente de equidade e que seja sustentável para todos, sem prejudicar a natureza e os ambientes em geral. A Lei dos Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998) tipificou o crime ambiental com a possibilidade de sanção ao agressor do meio ambiente. Apesar disso, o Brasil ainda se encontra em um processo de crescimento e evolução da consciência ecológica, visto que a visão de crueldade ainda é muito limitada, pois os cenários ainda são os mesmos onde os animais são submetidos a jaulas, exibição, caça, experiências cientificas, entretenimento e a morte. Devido ao conceito de “ato de crueldade” não ser algo concreto frente ao ser humano certos comportamentos são tolerados e outros não. Tortura e mutilação são consideradas inaceitáveis, entretanto, outros comportamentos dolorosos e humilhantes não são vistos da mesma forma, ficando o animal não-humano submetido a situações deploráveis que são medidas a conveniência do homem. O artigo 32 da referida Lei traz as punições para as práticas de maus tratos com os animais: Artigo 32 – Praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos: Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa.§1º – Incorre nas mesmas penas quem realiza experiência dolorosa ou cruel em animal vivo, ainda que para fins didáticos ou científicos, quando existirem recursos alternativos.§2º – A pena é aumentada de um sexto a um terço, se ocorre morte do animal(BRASIL, 2019) A Lei, além do abandono, considera crime outras práticas como atropelamento sem prestação de assistência por parte do motorista, envenenamento, espancamento, prender em correntes, recusar comida, água e também obrigar a trabalho excessivo. 9 Outras leis regulam também as penalidades impostas aos infratores que cometemos maus-tratos, como o Decreto-Lei nº 3.688 de 03 de outubro de 1941, a chamada Lei das Contravenções Penais (LCP).Na LCP a pena é branda sendo a prisão simples de dez dias a um mês ou multa, nos termos em que dispõe: Artigo 64 – Tratar animal com crueldade ou submetê-lo a trabalho excessivo: Pena – prisão simples, de dez dias a um mês, ou multa, de cem a quinhentos mil réis.§1º – Na mesma pena incorre aquele que, embora para fins didáticos ou científicos realiza em lugar público ou exposto ao público, experiência dolorosa ou cruel em animal vivo.§2º – Aplica-se a pena com o aumente de metade, se o animal é submetido a trabalho excessivo ou tratado com crueldade, em exibição ou espetáculo público.(BRASIL, 2019) Ainda poderá haverá conversão, ou seja, o infrator poderá recorrer ao benefício da suspensão condicional da pena (SURSIS)substituindo, a pena de prisão simples arrolada pela LCP. Há também o projeto de Lei 11210/18 que amplia a pena para quem maltratar ou ferir animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos, passando para 1 a 4 anos de detenção com a possibilidade de multa mantida. Atualmente, a pena prevista na Lei de Crimes Ambientais é de 3 meses a 1 ano de detenção. O projeto não inclui os esportes equestres e vaquejada e já foi aprovado pelo Senado Federal. Os animais domésticos, por estarem presentes no cotidiano e nos lares da sociedade, são grandes alvos de maus tratos. Entende-se por maus tratos o ato de submeter alguém a tratamento cruel, trabalhos forçados e/ou privação de alimentos ou cuidados. No que diz respeito aos animais, a variedade de maus tratos vai bem além dessa definição. É importante saber que maltratar animais é crime (DELABARY,2012, p. 835) Atualmente os crimes contra animais acontecem em qualquer lugar e meio social. Há descaso nas ruas e nos lares, onde vemos casos nos jornais, televisão e redes sociais onde são desvalorizados e tratados como seres que não sentem dor ou tristeza. Na maioria das vezes os crimes de maus tratos não são denunciados, pois devido a sua recorrência na sociedade, as pessoas não dão a devida importância. Os atos de abandono e violência são vinculados a nossa cultura onde as pessoas usam como desculpa, para acobertar a ignorância e crueldade de algumas pessoas. É dever de toda sociedade brasileira delatar os casos de violência, ameaça ou agressão às autoridades policiais, podendo sofrer sanções em caso de omissão. Da mesma forma as autoridades policiais nesses casos irão transcrever um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) e caso não o fizer, poderá incorrer no crime de prevaricação previsto no artigo 319 do Código Penal: Artigo 319 – Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá - lo contra disposição expressa de Lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal: 10 Pena – detenção, de três meses a um ano, e multa, de quinhentos mil réis a dois contos de réis. (BRASIL, 2019) A prevaricação é um crime funcional, ou seja, cometido por quem se acha investido de um oficio ou função pública, com intencionalidade para satisfazer interesses pessoais, podendo ser omissivo quando o funcionário não realiza seu trabalho ou comissivo, quando o mesmo acaba atrasando a execução do seu trabalho. Em seguida, caberá ao Ministério Público intervir e através da Lei de Crimes Ambientais defender o direito do animal, visto que o meio ambiente está sob tutela e guarda do Estado. Castro (2006, p. 28) afirma que: “A morte de um animal, para o Direito Ambiental, não é um crime contra o patrimônio, mas com a vida. A morte de muitos animais, que possa levar a aniquilamento de uma espécie, é considerada genocídio”. Assim, vemos o quanto é importante a implantação da legislação focada nos animais não humanos e compreender o papel do direito definindo nossas relações com todos osanimais. A legislação penal atual autoriza a substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, porém, só será aceitável conforme o art. 44 do Código Penal que determina a pena privativa de liberdade inferior a quatro anos e que o crime não seja de violência ou grave ameaça contra pessoa. Se o crime for culposo, não há limitação de pena. São requisitos indispensáveis para analisar, a não reincidência do réu em crime doloso, culpabilidade, análise dos antecedentes, conduta social, personalidade e que os motivos e circunstâncias sejam suficientes à transação da pena. A pena restritiva de direito refere-se à prestação de serviços à comunidade ou entidade pública, onde possuem algumas peculiaridades, sendo um dos requisitos especiais da pena de prestação de serviços à necessidade de condenação à pena privativa de liberdade superior a seis meses. Assim, visto que a pena prevista na Lei dos Crimes ambientais pode atingir até um ano de detenção, é cabível a substituição por restritiva de direitos (SILVA; OLDONI, 2018). A pena aplicada de prestação de serviços não é apenas uma transação da pena e sim a finalidade de tornar a punição eficaz, de modo que o sujeito que praticou o crime não seja sujeito a degradação e sim veja como oportunidade de pensar e melhorar sua conduta. Vemos que há a necessidade de determinar uma pena que faça o réu alterar seus comportamentos de modo a demonstrar melhoria, e não apenas cumprir uma determinação legal porque ele se sente obrigado. A pena que será aplicada no caso dos maus-tratos aos animais, tem o objetivo de fazer com que o sujeito entenda que ele pertence ao mesmo ambiente dos animais não humanos (SILVA, OLDONI,2018). 11 Os costumes arcaicos da sociedade implicam notoriamente na exclusão dos direitos fundamentais dos animais. É necessário e de grande relevância o entendimento de que os interesses do homem não devem estar acima de tudo e que a sociedade em geral deve ser mais flexível e compreensível com os animais não humanos, visto que os mesmos merecem viver dignamente como os seres humanos. A liberdade do animal é sinônimo de preservação de sua vida, visto que o animal sem liberdade se torna vulnerável e tem sua capacidade limitada. Assim, podemos concluir que os direitos fundamentais consagrados aos seres humanos devem também estender-se para todos os animais – os direitos à vida, à liberdade e à integridade física e psíquica. Estes direitos humanos são descritos na Constituição Federal de 1988, especificamente os dispositivos legais: Artigo 5º – Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:[...] III – ninguém será submetido à tortura e a tratamento desumano ou degradante; [...].(BRASIL, 2019) Como a tortura é contrária a proteção à vida e a integridade, é considerada violação gravíssima e absolutamente proibida pela legislação brasileira, porém, ainda existem muitos relatos da prática, principalmente com animais. Assim conclui-se que o Estado tem a função de proteger os animais, porém, o cidadão possui a função essencial de cumprir os deveres perante os animais, respeitando com igualdade, visto que somos todos seres pertencentes a natureza, sem distinção de sentidos, onde a vida é igualmente importante. A LCA (Lei de Crimes Ambientais) tem como seu principal objetivo trazer a uniformização da situação dos humanos para com os animais, criminalizando a condutados que atentam contra o bem-estar animal, incluindo e protegendo todos os animais do território Nacional. A dosagem da pena é um ponto muito discutido atualmente, porém é importante ressaltar que houve um avanço legislativo com o surgimento da lei. Para Levai, mesmo com suas imperfeições a criação da Lei foi um avanço onde o crime de maus-tratos deixou de ser uma simples Contravenção Penal: Até antes de entrar em vigor a Lei de Crimes Ambientais, em 30 de março de 1998, a crueldade para com os animais era uma simples Contravenção Penal, que acarretava aos infratores irrisórias penas de multa. Uma distinção injusta que foi superada com a ampliação do conceito de fauna. (LEVAI, 2004, p. 34) Assim a Lei de Crimes Ambientais veio trazendo em seu texto punições mais severas para agressores do meio ambiente, havendo uma maciça intervenção por parte do Estado e estabelecendo quais os atos lesivos para o nosso ecossistema. 12 Atualmente vem aumentando o número de pessoas ligadas à causa animal havendo grande apelo na sociedade, criticando a pena do crime de maus tratos aos animais. Projetos vem sendo discutidos prevendo penas mais severas e compatíveis com os crimes de natureza ambiental, porém, grandes mudanças na legislação deverão ocorrer para que funcione corretamente a mudança de cenário que se espera. Punições mais efetivas, maior fiscalização pela parte do Poder Público e a sociedade com um maior cuidado e respeito perante aos animais, traria aos poucos um cenário igualitário, diminuindo gradativamente os casos de crueldade contra os animais não humanos. A proteção dedicada aos animais deve alcançar além do valor econômico como bens patrimoniais, assim como a simples compaixão e empatia do homem. O que se deve alcançar e ser completamente raciocinado e compreendido pelo homem é que o animal deve ter seus direitos tutelados por se tratarem de seres de valores, seres com vida, merecedores de respeito e dignidade. 2.5 Objetivo geral Analisar o crime de maus tratos previstos na Lei n. 9605/1998 e qual a responsabilidade penal no Brasil, verificando qual o impacto e reflexo vem trazendo na sociedade. 2.6 Objetivo específicos Verificar o reflexo da responsabilidade penal no Brasil, em torno do crime de maus tratos. Os efeitos ao longo da história, quais os impactos a legislação traz a sociedade. Quais os motivos dos atos de crueldade praticados pelos humanos e como o novo projeto de Lei 11210/18 poderá melhorar a proteção aos animais e garantir os direitos dos mesmos para que tenham uma vida mais digna, longa e saudável. 2.7 Hipóteses Entende-se que a resolução para problema, seria a conscientização da sociedade em geral e aplicação de uma legislação que garante e protege os direitos dos animais como um tudo, que seja completa e eficaz, onde o Estado deverá garantir a todos os seres indefesos seus direitos básicos, assim como demais autoridades deverão fiscalizar e representar os animais 13 perante a sociedade para que assim os mesmos alcancem a dignidade e igualdade durante sua vida. 2.8 Metodologia A metodologia utilizada no presente trabalho foi pesquisa bibliográfica, onde foi analisado e comparado o posicionamento de diversos autores, assim como partindo do aspecto central, foi realizado a análise da nossa legislação atual que trata do meio ambiente em geral e do crime de maus tratos e sua aplicação. 2.9 Cronograma FEV MAR ABR MAI JUN JUL Pesquisa de campo Pesquisa bibliográfica x x Redação x x x Revisão x Apresentação x 14 3 CONCLUSÃO Ao longo do presente trabalho, conclui-se a grande importância de valorizar e amar a natureza como um todo. Buscou-se apresentar fundamentos que colaborassem com a proposta apresentada, onde os animais são tratados de forma digna, detentores de direitos fundamentais e de dignidade, tendo suas necessidades básicas sanadas e fiscalizadas pelo Estado. Além disso, o reconhecimento como sujeitos de direito reforça uma sociedade distante de ideais antropocêntricos que tratam os animais não humanos como seres inferiores e meros objetos de uso. A pesquisa realizada de forma bibliográfica trouxegrandes esclarecimentos e direcionamentos, com posicionamentos de doutrinadores. Com a análise de nossa legislação constitucional, civil e penal, nota-se diversas incongruências devido a relativização do conceito de crueldade, onde ao mesmo tempo que criminaliza os maus tratos aos animais, permite práticas para atender necessidades dos seres humanos, onde os animais ainda ocupam a categoria de bens patrimoniais. Nessas circunstâncias, defende-se uma proteção aos animais além de qualquer valor econômico, simples compaixão ou empatia do homem e sim por serem seres de valor próprio, criaturas vivas merecedoras de respeito, onde verifica-se urgência na garantia de proteção, implicando o reconhecimento como sujeitos de direito e de dignidade. Conclui-se que a melhor resolução seria o abandono das ideias antropocêntricas pela sociedade, a mudança e evolução da legislação e a atuação e fiscalização do Estado e de autoridades, garantido a dignidade aos animais. Por ora, cabe aos estudiosos e atuantes do Direito promover pesquisas como esta, para incentivar a sociedade a refletir nesses aspectos e ir aos poucos alcançando uma evolução na sociedade onde todos os seres são atendidos e tratados de forma satisfatória e igualitária. 15 REFERÊNCIAS BRASIL, Decreto Lei nº 2848 de 07 de dezembro de 1940. Código Penal. In: Vade Mecum Saraiva Compacto / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Livia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. – 21. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. BRASIL. Lei n.º 9.605, de 12 de fevereiro de 1998. Lei de Crimes Ambientais. In: Vade Mecum Saraiva Compacto / obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. – 21. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. BRASIL, Leis e Decretos. Constituição Federal de 1988. Constituição da República Federativa do Brasil. In: Vade Mecum Saraiva Compacto/ obra coletiva de autoria da Editora Saraiva com a colaboração de Lívia Céspedes e Fabiana Dias da Rocha. 21. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 2019. CASTRO, J. M. A. Y. Direito dos animais na legislação brasileira. Porto Alegre: Ed. Sergio Antonio Fabris, 2006. DELABARY, Baresi Freitas. Aspectos que influenciam os maus tratos contra animais no meio urbano. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental REGET/UFSM (e-ISSN: 2236-1170), v (5), n°5, p. 835 -840, 2012. LEVAI, Laerte Fernando. Direito dos animais. São Paulo: Ed. Mantiqueira de Ciência e Arte LTDA, 2004. SENADO, Federal. Projeto eleva pena para crime de maus-tratos a animais. Jusbrasil, 2019. Disponível em: <https://cd.jusbrasil.com.br/noticias/671521650/projeto-eleva-pena- para-crime-de-maus-tratos-a-animais>. Acesso em: 19/mai/2020. SILVA, E. F. H.; OLDONI, F. A punição ao delito de maus-tratos aos animais e a lei sistêmica do pertencimento. 09/jan/2018. Disponível em: https://emporiododireito.com.br. Acesso em: 18/abr/2020.
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