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Corte internacional de justiça

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15/04/2018 Corte internacional de justiça
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15 de Abril de 2018
Corte internacional de justiça
A Corte Internacional de Justiça - CIJ, com sede em Haia (Holanda), é o principal
órgão judiciário da ONU, oBedecendo seu funcionamento ao que estipula seu
Estatuto - ECIJ, que é parte integrante da Carta da ONU. Todos os membros das
Nações Unidas são parte do ECIJ. Estados não-membros das Nações Unidas
podem tornar-se partes do ECIJ, obedecendo às condições estipuladas para cada
caso pela Assembléia Geral - AG, à recomendação do Conselho de Segurança - CS.
Todos os países que fazem parte do ECIJ podem recorrer a ela sobre qualquer caso.
Outros Estados poderão fazê-lo sob certas condições estipuladas pelo CS, que pode
encaminhar à CIJ qualquer controvérsia jurídica. A competência da CIJ se estende
a todas as questões a ela submetidas pelos Estados e a todos os assuntos previstos
na Carta da ONU e nos tratados e convenções em vigor. Os Estados podem
comprometer-se antecipadamente a aceitar a jurisdição da CIJ em determinados
casos, seja por meio de tratados ou convenções que estipulem o recurso à CIJ ou
por meio de uma declaração especial nesse sentido. Tais declarações aceitando a
jurisdição compulsória da CIJ podem, contudo, excluir determinados tipos de
questões.
Formação
Em 1907, foi criada a Corte de Justiça Centro Americana, de curta duração, que
acabou sendo extinta pelos abusos cometidos. O Tratado de Versalhes de 1919, ao
elaborar o Pacto da SDN, estabeleceu o Projeto de tribunal permanente de justiça
internacional. A Corte Permanente de Justiça Internacional foi instalada em
05/02/1922, mas só começou a funcionar em 15/06/1922, em Haia e, com a
ocupação da Holanda pelos nazistas, foi para Genébra. Encerrou suas atividades
em 1940, tendo proferido 32 sentenças e respondido a 27 consultas. Na
Conferência de São Francisco se determinou que a CIJ teria Estatuto próprio como
o principal órgão judiciário da ONU. Na realidade, houve uma clara sucessão
(embora não objetivamente direta), porque muitos juízes da CIJ já vinham da
CPJI.
Composição
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A CIJ, de funcionamento permanente, se compõe de 15 juízes escolhidos
conjuntamente pela AG em conjunto com o CS, em lista de nomes apresentada
pelos Estados e eleito o magistrado que obtenha a maioria de votos nos dois órgãos
da ONU, não podendo figurar dois juízes do mesmo Estado. Existe ainda o juiz ad
hoc de jurisdição temporária e indicado por Estado que não tenha magistrado
permanente, para examinar e decidir temas de seu interesse. Os juízes têm
mandato por 9 anos, podendo ser reeleitos. Seus julgamentos são tomados em
sessão plenária e se instalam desde que tenha quorum de 9 juízes. Pode,
entretanto, formar câmaras com três ou mais juízes, conforme determinar a CIJ.
Além disso, a pedido das partes, a CIJ poderá formar câmara especial com 5 juízes
para resolver sumariamente a questão proposta. De modo geral, suas decisões se
baseiam nos critérios do direito de tradição civilista e do common law para
interpretação do direito aplicado.
Capacidade postulatória
Apenas o Estado como sujeito de DIPu poderá postular qualquer ação ou
requerimento ante a CIJ (art. 34 do ECIJ), excluídos litígios envolvendo OIs ou
indivíduos. Esses Estados deverão ser obrigatoriamente membros da ONU e
aqueles Estados não membros (Suíça, p. Ex.), mas autorizados pela AG e CS a
tornar-se parte no Estatuto da CIJ e mesmo Nações não integrantes do Estatuto
(como foi o caso da República Federal da Alemanha e do Vietnã do Sul) podem ter
acesso à CIJ, nas condições fixadas pelo CS. As OIs não podem ser partes (autora e
ré), mas são chamadas para fornecer informações. O indivíduo não tem nenhum
acesso à CIJ, a não ser por via do seu Estado nacional, quando este endossa sua
pretensão.
Competência
A Corte só poderá decidir matéria de ordem jurídica internacional, nenhuma
decisão da CIJ poderá envolver-se em problema político interno ou externo de
qualquer natureza. O artigo 36 nº 2 do ECIJ taxativamente enumera os conflitos
de ordem jurídica (interpretação de tratado, qualquer questão de direito
internacional, qualquer fato estabelecido que constitui violação de obrigação
internacional, natureza e extensão da reparação devida pela ruptura de
compromisso internacional), sendo sua obrigação decidir de acordo com o direito
internacional. Embora a CIJ decida apenas com o DI, nada impede que ela aprecie
litígio envolvendo lei interna que produza ilícito internacional (ex.: crime de
genocídio). A competência da CIJ é convencional. Na jurisdição da CIJ, a solução
está subordinada à postulação das partes, de modo que se elas quiserem resolver
suas rusgas por arbitragem, não haverá qualquer interferência da CIJ.
Matéria contenciosa
Evidentemente que, desde que demanda contenciosa seja submetida à Corte, a
decisão da matéria tem força obrigatória pelo artigo 59 do Estatuto e se tornará
definitiva pelo seu artigo 60, uma vez que o artigo 94 da Carta da ONU estabelece a
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obrigatoriedade de conformar-se com a decisão da CIJ e, se não cumprir o
decidido, a parte contrária pode exigir do CS sua execução forçada.
Matéria consultiva
Pelo artigo 96 da Carta da ONU, os Estados poderão apresentar consultas sobre os
temas previstos no artigo 36 nº 2 do Estatuto, mediante autorização da AG,
poderão fazê-lo também as agências especializadas da ONU e instituição vinculada.
Como diz o artigo 96, os pareceres são consultivos e, portanto, não obrigam
ninguém a adotá-los.
Direito aplicado
A CIJ aplica, nas matérias de sua competência, o direito previsto no artigo 38 do
Regulamento da CIJ, ou seja as fontes de DIPu. A decisão ex aequo et bono
prevista noç art. 38 pode levar a CIJ a decidir segundo seus critérios pessoais, não
apenas sem fundamentação em qualquer direito, como também contra qualquer
direito. Como as decisões da CIJ se originam de competência convencional e como
as partes podem requerer que ela decida o tema ex aequo et bono não poderá a CIJ
basear-se em direito estrito como fundamento de decidir, porque estaria violando a
res deducta (o pedido). Quando muito, ela poderá julgar-se incompetente para
fazê-lo.
Procedimento - arts 39-64 do ECIJ
Há duas línguas oficiais: inglês e francês, as partes podem utilizar-se outra língua
para o procedimento, mas a sentença, entretanto terá que lavrada naquelas
línguas. O requerimento será endereçado ao Secretário da Corte ou Escrivão
(greffier), que vai notificar todos os interessados, o Secretário Geral da ONU e
outros Estados que tenham direitos envolvidos. Há duas fases no procedimento:
escrita e oral. Na escrita, devem ser apresentados todos os requerimentos e
documentos necessários ao andamento da lide. O procedimento oral será presidido
pelo Presidente ou pelo Vice Presidente (na eventual impossibilidade de ambos,
presidirá juiz mais velho na Corte). As audiências serão públicas (salvo decisão
contrária da Corte) e será lavrada ata dos debates, depoimentos das partes e
testemunhas. Encerrada a instrução, a Corte deliberará em segredo. As decisões
serão tomadas por maioria simples e só em caso de empate decidirá também o
Presidente. A decisão deverá ser fundamentada e os juízes participantes serão
nomeados na decisão. A sentença será assinada pelo Presidente e pelo Secretário
ou Escrivão, será notificada às partes e lida em audiência pública. Será obrigatória
e inapelável, cabendo, entretanto, pedido de esclarecimentos de pontos obscuros,
algo semelhante a embargos declaratórios. Poderá, entretanto, haver revisão, se
novosfatos anteriormente ignorados forem descobertos após a sentença, desde que
não originados de negligência da parte interessada. O prazo para a postulação da
revisão é de seis meses a partir do conhecimento do fato novo e nenhuma revisão
poderá ser requerida, depois de dez anos da sentença. Qualquer Estado que tenha
interesse no processo poderá interferir e receberá notificação e cópia de todos os
atos praticados diante da Corte.
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Críticas à atuação da CIJ
- Impossibilidade da Corte executar suas sentenças. A parte cumpre ou não. A
eventual execução estará a cargo do CS, o que torna muito difícil a sua realização.
- Tendência de banalização da ONU adotada pelos grandes Estados na atualidade.
O surgimento de novas potências, como os BRICS, pode alterar esta situação de
engessamento da ONU.
- Julgamento de autoridades. A tentativa dos palestinos de levarem o ex-primeiro-
ministro israelense Ariel Sharon diante da CIJ foi frustrada. Em 14/02/02, a CIJ
decidiu que líderes de governos passados e presentes não poderiam ser julgados
por crimes de guerra por um Estado estrangeiro, por causa de sua imunidade
diplomática, só podendo ser responsabilizados em seu próprio país. E ainda
salientou que a decisão não tem qualquer relação com o julgamento do ex-
presidente iugoslavio, Sloban Milosevic, alegando que o mesmo estaria sendo
julgado por um organismo internacional, a ONU, e não por um governo
estrangeiro.
Tribunal Penal Internacional
Em 11 de abril de 2002, em Nova York, a alguns passos das ruínas do World Trade
Center, a Assembleia Geral da ONU proclamava a criação do Tribunal Penal
Internacional (TPI). Mais de 60 países assinaram o Tratado proposto em Roma em
1988. Além de não retroagir, o TPI - que tem caráter permanente - propõe-se a ser
complementar aos ordenamentos jurídicos internos das nações, a não julgar
crimes cometidos antes de sua instalação, posteriores a adesões e a respeitar a
tipificação pactuada. Assim sendo, o julgamento só poderá se dar com fatos
descritos no Tratado. Embora sendo tipificado pelo Estatuto de Roma, quando o
crime estiver sendo apreciado pelo judiciário do Estado onde os fatos se deram,
não lhe caberá jurisdição internacional alguma, cabendo primariamente aos
Estados a primeira instância para assumir a responsabilidade da investigação e
julgamento dos crimes eventualmente cometidos em seu território. O TPI só será
chamado a intervir quando os Estados signatários não puderem ou - por
motivações políticas - não quiserem processar os responsáveis por crimes
cometidos. Essa repressão deverá ser realizada pelas autoridades locais, com o
reforço da cooperação internacional. Responsabilidade do Estado de punir em seu
território crimes internacionais, em atenção aos princípios da ONU, preservação
da autodeterminação, da comunidade internacional, da eminência da jurisdição
nacional e justiça internacional.
Objeto
O Estatuto do TPI (promulgado pelo Decreto nº 4.388, de 25/09/2002) descreve
que a criação do TPI visa à repressão dos crimes cometidos ao longo das guerras do
século XX, para evitar impunidade e repetição. Segundo o Estatuto de Roma, a
Corte estará exercendo sua jurisdição com relação aos crimes mais graves, de
transcendência para a comunidade internacional em seu conjunto (art. 5 do ETPI).
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/99584/decreto-4388-02
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Isto significa que a Corte apreciará os casos onde a repercussão se da de tal forma
que, muitas vezes, impedem que o próprio Estado onde o crime ocorreu possa
devidamente apreciá-lo. Sua competência se dará diante dos seguintes crimes:
crimes de genocídio, crimes contra a humanidade, crimes de guerra, e crimes de
agressão (ameaça ou ruptura da paz internacional). Os elementos dos crimes ainda
não descritos serão aprovados pelo voto de pelo menos dois terços dos membros da
corte.
Composição
Destaca-se o art. 36 porque, além de um elenco mais amplo de requisitos, nele fica
clara a intenção de dar ao tribunal um perfil com predominância técnico-jurídico,
afastando, na medida do possível, sua politização. São órgãos do TPI a Presidência,
a Seção de Recursos, a Seção de julgamento em primeiro grau, a Seção de
instrução, o Gabinete do Procurador e a Secretaria. Forma o TPI colégio de 18
juízes indicados pelos Estados integrantes do TPI e cuja eleição será realizada pela
Assembléia dos Estados-partes.
Procedimento
O inquérito é instaurado pelo Procurador com os dados fáticos que chegarem a seu
conhecimento e tramitará pela Seção de instrução, podendo ela determinar a
detenção ou o comparecimento perante o juízo. Faz apreciação prévia da
admissibilidade da acusação e designa-se audiência de instrução, quando as provas
serão realizadas (testemunhas ou documentos). Terminada a instrução, o
Presidente do TPI designa a Seção de julgamento que se constituirá na sede do TPI
(Haia), em audiência pública.
Julgamento
Não havendo unanimidade, a Seção julgará por maioria. A sentença será escrita,
com exposição completa do fato e fundamentada a matéria apreciada e baseada
nas provas. Haverá a pena de prisão perpétua, prisão detentiva até o máximo de 30
anos, multa e perda dos produtos do crime.
Das decisões do TPI, caberá recurso para a Seção de recurso e revisão. A execução
das penas será feita pelo Estado indicado pelo TPI, ressalvada a não indicação e
não aceitação, quando, então, a execução se fará no Estado anfitrião (Holanda).
Organização Internacional Do Trabalho
A OIT, com 183 Estados-membros, é a agência das Nações Unidas que tem por
missão promover oportunidades para que homens e mulheres possam ter acesso a
um trabalho decente e produtivo, em condições de liberdade, equidade, segurança
e dignidade. O Trabalho Decente é o ponto de convergência dos quatro objetivos
estratégicos da OIT: o respeito aos direitos no trabalho (em especial aqueles
definidos como fundamentais pela Declaração Relativa aos Direitos e Princípios
Fundamentais no Trabalho e seu seguimento adotada em 1998: (i) liberdade
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sindical e reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva; (ii) eliminação
de todas as formas de trabalho forçado; (iii) abolição efetiva do trabalho infantil;
(iv) eliminação de todas as formas de discriminação em matéria de emprego e
ocupação), a promoção do emprego produtivo e de qualidade, a extensão da
proteção social e o fortalecimento do diálogo social.
Formação e princípios
O Tratado de Versalhes previa a constituição da OIT como pessoa jurídica de
direito internacional público, com sede em Genébra, e como órgão autônomo da
SDN. Foi por esse motivo que o Brasil, desligando-se da SDN em 1926, continuou
membro da OIT e os EUA que nunca ratificaram a SDN, entraram para a OIT em
1934. Em 1944, os delegados da Conferência Internacional do Trabalho adotaram a
Declaração de Filadélfia que, como anexo à sua Constituição, constitui, desde
então, a carta de princípios e objetivos da OIT. Esta Declaração antecipava em a
adoção da Carta das Nações Unidas (1946) e a Declaração Universal dos Direitos
Humanos (1948), para as quais serviu de referência. Para a Conferência de
Filadélfia o trabalho não é mercadoria, a liberdade de expressão e de associação é
fundamental para o progresso social, a pobreza onde quer que esteja é ameaça para
a paz e prosperidade, cada Nação deve criar instrumentos para atendimento das
necessidades sociais do trabalhador, todos os seres humanos têm direito a
progresso material, desenvolvimento espiritual em liberdade, dignidade, segurança
econômica e igual oportunidade.
Estrutura da OIT
Cada Estado membro da Organizaçãopode enviar 4 delegados (2 governamentais,
1 patronal e 1 dos trabalhadores) que formam o órgão diretivo da OIT.
- Conferência Internacional do Trabalho (CIT)
É o órgão máximo da Organização e se reúne uma vez por ano, com a presença dos
seus delegados, conselheiros e assessores dos Estados, representantes de diversos
organismos internacionais e da ONU. À CIT compete: elaborar convenções,
recomendações e resoluções a serem adotadas por Estados membros; examinar a
forma de aplicação das convenções adotadas pelos Estados; decidir admissão de
Estados não membros da ONU; aprovar credenciais dos delegados admitidos às
sessões e elaborar o orçamento.
- Conselho de Administração (CA)
É o órgão da administração da OIT e se reúne três vezes por ano para examinar e
adotar a política geral da Organização. 56 membros: 28 dos Estados, 14 dos
empregadores e 14 dos empregados.
- Birô Internacional do Trabalho (BIT)
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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É uma repartição técnico-administrativa, presidida pelo Diretor Geral, nomeado
pelo CA com mandato por 5 anos e cuja principal função é coordenar o centro
mundial de documentação e investigações dos temas de competência da OIT, além
de editar material e periódicos de interesse da Organização. O BIT se desdobra no
Centro Internacional de Aperfeiçoamento Profissional e Técnico, sediado em
Turim e no Instituto Internacional de Estudos Sociais, sediado em Genébra.
Estrutura da OIT
Cada Estado membro da Organização pode enviar 4 delegados (2 governamentais,
1 patronal e 1 dos trabalhadores) que formam o órgão diretivo da OIT.
- Conferência Internacional do Trabalho (CIT)
É o órgão máximo da Organização e se reúne uma vez por ano, com a presença dos
seus delegados, conselheiros e assessores dos Estados, representantes de diversos
organismos internacionais e da ONU. À CIT compete: elaborar convenções,
recomendações e resoluções a serem adotadas por Estados membros; examinar a
forma de aplicação das convenções adotadas pelos Estados; decidir admissão de
Estados não membros da ONU; aprovar credenciais dos delegados admitidos às
sessões e elaborar o orçamento.
- Conselho de Administração (CA)
É o órgão da administração da OIT e se reúne três vezes por ano para examinar e
adotar a política geral da Organização. 56 membros: 28 dos Estados, 14 dos
empregadores e 14 dos empregados.
- Birô Internacional do Trabalho (BIT)
É uma repartição técnico-administrativa, presidida pelo Diretor Geral, nomeado
pelo CA com mandato por 5 anos e cuja principal função é coordenar o centro
mundial de documentação e investigações dos temas de competência da OIT, além
de editar material e periódicos de interesse da Organização. O BIT se desdobra no
Centro Internacional de Aperfeiçoamento Profissional e Técnico, sediado em
Turim e no Instituto Internacional de Estudos Sociais, sediado em Genébra.
Ação Normativa da OIT
A OIT aprova convenções e recomendações para os Estados membros. As
convenção são os tratados internacionais. Elas se constituem fonte formal de DIPu,
depois de ratificadas, porque, nesse sentido, ela se integra na legislação interna do
Estado. Em se tratando de atos vinculados a direitos humanos, a atual redação do
artigo 5º da Constituição Federal eleva as Convenções da OIT ao patamar de
Emenda à constituição, desde que atendido o quorum previsto no seu § 3º por
força da Emenda Constitucional 45/2004. Já as recomendações (da mesma forma
como as convenções não ratificadas) se constituem fonte material de direito,
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10641516/artigo-5-da-constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-de-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/96987/emenda-constitucional-45-04
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servindo como orientação para o judiciário que a utiliza como princípios
norteadores da política laboral, uma vez que elas se limitam a sugerir aos Estados a
adoção de medidas sociais do trabalho.
ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS
Atualmente, a OEA conta com 35 estados- membros, os Estados independentes das
Américas, que, a partir de 1990, definiram como prioridade dos seus trabalhos o
fortalecimento da democracia e assuntos relacionados com o comércio e integração
econômica, controle de entorpecentes, repressão ao terrorismo e corrupção,
lavagem de dinheiro e questões ambientais.
Evolução
Motivos que levaram as Nações americanas à formação do bloco geopolítico e
geoeconômico:
a) Independência das 13 colônias britânicas no lado atlântico do norte, que passou
a significar o anseio de liberdade das nacionalidades que se formavam nas
Américas. Caos que a Revolução Francesa e Bonaparte criaram no solo europeu.
b) A doutrina do panamericanismo, intimamente ligada à independência e
unificação do território dos EUA e das Américas Central e do Sul.
c) Após o Congresso de Viena de 1815, as potências da época (Rússia, Áustria,
França e Prússia) formaram a Santa Aliança que objetivava a retomada das
possessões coloniais perdidas com as guerras européias.
d) Doutrina Monroe de que nenhuma Nação estrangeira teria o direito de imiscuir-
se nos problemas internos da América, porque os Estados americanos eram livres
em seus governos e deliberações. Esta mesma doutrina foi, mais tarde, acusada por
outros países latino-americanos de ser uma forma de imperialismo norte-
americano.
Formação
A) 1ª Conferência Internacional dos Estados Americanos de Washington, em
1889/1890. Em razão de problemas internos e da guerra de fronteiras entre Chile,
Bolívia e Peru (acesso ao Pacífico) ela foi postergada por decisão dos EUA. Quando
a guerra acabou decidiu-se instalar a União Panamericana, cuja sede ficaria em
Washington. Aí está o embrião da OEA.
B) 6ª Conferência Internacional dos Estados Americanos de Havana, em 1928.
Aprovação do Código Bustamante sobre as normas de conflito em direito
internacional privado e, para o direito público, foi aprovada a Convenção de
Havana sobre o Direito dos Tratados, ambos os atos foram ratificados pelo Brasil.
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C) Segunda Conferência Interamericana para a Manutenção da Paz e Segurança
Continental de Petrópolis, em 1947. Assinatura do Tratado do Rio, em que se
estabeleceu que o ataque contra qualquer Estado signatário implicaria em socorro
imediato de todas as outras Nações americanas. O acordo designado como TIAR
(Tratado Interamericano de Assistência Recíproca) foi, inclusive, utilizado como
exemplo para a constituição da OTAN.
D) 9ª Conferência Internacional dos Estados Americanos de Bogotá, em 1948.
Transformação da União Panamericana em Organização dos Estados Americanos,
amoldando o tratado original (1889) para as realidades atuais do pós-guerra. Foi
condenado também o comunismo internacional, declarando-o incompatível com a
tradicional liberdade americana. Declaração Americana dos Direitos e Deveres do
Homem. Votou-se favorável ao desempenho do Banco Mundial, BIRD (Banco
Internacional para Reconstrução e Estrutura da OEA. Examinando-se a Carta,
verifica-se que o cerne da questão está na segurança da América, como claramente
o diz o seu artigo 2º. Para preservar a integridade das Nações, a Carta adota os
princípios fundamentais do direito internacional que vêm elencados
exaustivamente no artigo 3º. Emendas: Protocolosde Buenos Aires de 1967,
Protocolo de Cartagena das Índias de 1985, Protocolo de Washington de 1992 e
Protocolo de Manágua de 1993. Carta Democrática Interamericana, de 11 de
setembro de 2001, entre todos os países- membros da OEA.
São órgãos da OEA
- Assembléia Geral;
- Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores;
- Conselhos (Conselho Permanente e Conselho Interamericano de
Desenvolvimento Integral);
- Comissão Jurídica Interamericana;
- Comissão Interamericana de Direitos Humanos;
- Secretaria Geral;
- Conferências Especializadas;
- Organismos Especializados (Organização Panamericana da Saúde; Instituto
Interamericano da Criança Comissão Interamericana de Mulheres; Instituto
Panamericano de Geografia e História; Instituto Indigenista Interamericano;
Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura)
Atuação da OEA
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
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Embora a Carta apregoe a igualdade das Nações, valendo seus votos pela
interferência de cada parte e sendo inexistente o direito a veto, a OEA não está
livre também de interferência do sócio mais poderoso (EUA). As interferências na
Guatemala (1954), a intervenção na República Dominicana (1965) e complacência
com as ditaduras na América Latina. Cuba foi suspensa da OEA em 31 de janeiro
de 1962, após o seu governo declarar o caráter socialista da Revolução Cubana e se
aliar à URSS. De fato, tratava-se da exclusão do governo de Cuba e não do Estado.
Embora a participação de Cuba estivesses suspensa, suas obrigações com relação à
Carta da OEA, à Convenção Americana de Direitos Humanos e etc., ainda se
mantinham. A suspensão foi revogada em 2009. Tantos grupos foram criados para
procurar o desenvolvimento latino-americano (Alalc, Aladi, Mercosul,
Comunidade Andina), sem que a OEA interferisse para seu incremento e
desenvolvimento. O Acordo Nafta acabou criando o cordão de isolamento entre o
Norte e o Centro-Sul americano e a OEA praticamente silenciou.
CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
É um órgão judicial autônomo que tem sede em São José (Costa Rica), cujo
propósito é aplicar e interpretar a Convenção Americana de Direitos Humanos e
outros tratados de Direitos Humanos. Os Estados devem reconhecer, em cada
caso, a competência da Corte. A Corte exerce competência contenciosa e
consultiva.
Competência contenciosa
Conhece dos casos em que se alegue que um dos Estados-membros tenha violado
um direito ou liberdade protegido pela Convenção. As pessoas, grupos ou
entidades que não sejam o Estado não têm capacidade de impetrar casos junto à
Corte, mas podem recorrer à Comissão Interamericana de Direitos Humanos. A
Comissão pode, então, levar os assuntos diante desta, sempre que o Estado
questionado haja reconhecido sua competência. O procedimento junto à Corte é de
caráter contraditório. Termina com uma sentença judicial motivada, obrigatória,
definitiva e inapelável. Cabe embargos declaratórios.
Competência consultiva
Os Estados-membros da OEA podem consultar a Corte acerca da interpretação da
Convenção Americana de Direitos Humanos ou de outros tratados concernentes à
proteção dos Direitos Humanos no âmbito dos Estados americanos. Pode a Corte,
ainda, a pedido de um Estado-membro da OEA, emitir parecer sobre a
compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os mencionados tratados
internacionais.
Domínio Público Internacional
- Domínio Fluvial
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São nacionais os rios que correm inteiramente no território de um só Estado, e
internacionais os que atravessam ou separam os territórios de dois ou mais
Estados. Os internacionais ou são contíguos, quando correm entre territórios de
dois ou mais Estados, ou são sucessivos, quando atravessam mais de um Estado.
No primeiro caso, a soberania é exercida sobre o curso d'água compreendido no
território respectivo. A navegação dos rios nacionais é regulada pelo Estado, e, dos
internacionais pelos tratados. Em relação a estes últimos, a prática internacional
tende à liberdade plena de navegação, mas não constitui princípio geral. Tudo
pode ser resolvido através de tratados, principalmente quanto ao aproveitamento
industrial ou agrícola das águas. A pesca, no entanto, pertence à nação dentro de
cujo domínio se encontre a porção do rio, contíguo ou sucessivo, não se olvidando
a realização de acordos para que a pesca em uma parte do rio não prejudique o
outro Estado.
- Domínio marítimo
Mar territorial é a faixa marítima que ladeia a costa de um território. Faz parte das
águas territoriais, porque estas compreendem o mar territorial e as águas internas.
Quanto a estas últimas, não se vislumbra qualquer problema, já que partes do
território estatal onde a soberania do Estado e completa. Em relação ao mar
territorial, longa é a lista de direitos do Estado ribeirinho, tais como: direito
exclusivo de pesca, de exploração e extração do seu leito e subsolo, de cabotagem,
de policia, incluindo-se neste a faculdade de estabelecer regulamentos sobre sinais
e manobras, instalação de bóias, serviços de pilotagem, de jurisdição civil e penal.
Os navios mercantes que passam de forma inocente estão isentos da jurisdição
local. Os crimes praticados em navios mercantes, se não tiverem qualquer relação
com o Estado ribeirinho, não exigem solução deste, que não é competente. A
Convenção de Genébra de 1958, em seu art. 19, estabelece que a jurisdição penal
do Estado ribeirinho não se aplica nesses casos, salvo se as conseqüências da
infração disserem respeito ao Estado, se perturbada a paz pública, se as medidas se
fazem necessárias para a repressão do trafico ilícito de estupefacientes ou se a
assistência do Estado ribeirinho tiver sido pedida pelo capitão do navio ou pelo
cônsul do Estado. Os navios de guerra estão sempre isentos da jurisdição local. Em
geral não se proíbe a passagem de navios de guerra, podendo ser regulamentadas
as condições em que se fará. "Os submarinos são obrigados a navegar em
superfície e arvorar o respectivo pavilhão" (art. 14.5 da Convenção de Genébra).
Não se pode deixar de mencionar o direito do Estado ribeirinho de proceder a hot
pursuit, que significa o direito de perseguir o navio estrangeiro que viola as leis e
regulamentos do Estado soberano do mar territorial, iniciando-se ainda neste ou
nas águas internas ou na chamada zona contigua ate alto-mar, somente cessando
quando o navio perseguido entrar em mar territorial de terceiro ou no seu mar
territorial. De qualquer forma, pode o Estado tomar medidas para efetuar prisões
ou praticar atos de instrução a bordo de navios estrangeiros em passagem, vindos
de águas interiores. A largura do mar territorial brasileiro é de 12 milhas marítimas
(22 km), conforme a Lei n.º 8.617/93, que reduziu as anteriores 200 milhas. A
zona contígua, segundo a Convenção das Nações Unidas sobre o Mar de 1982, é
uma faixa de alto-mar, adjacente ao mar territorial, especificando, todavia, que
este não pode estender-se além de 12 milhas a partir do fim do mar territorial. Na
zona contígua pode o Estado ribeirinho exercer fiscalização aduaneira, fiscal,
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109270/lei-do-mar-lei-8617-93
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 12/28
sanitária ou de imigração, porque se trata da porta de entrada do mar territorial.
Existem, ainda, os chamados "mares internos", porções de água salgada cercadas
de terra que podem ou não ter comunicação com o mar livre - mares fechados e
mares abertos. Os lagos diferem por serem compostos por água doce. As águas dos
golfos ou baíasinternas e os estuários dos rios são nacionais e têm conotação
diversa do mar territorial, pois ali não existe o direito de passagem inocente, o
mesmo ocorrendo com os portos e ancoradouros.
- Estreitos e canais
Os estreitos e os canais, como vias de comunicação entre dois mares, os primeiros
são obras da Natureza, e os segundos, resultados de transformações feitas pelo
Homem. Tanto os mares internos como os estreitos e canais terão a soberania do
Estado a que pertencem, ou, se abrangerem mais de um Estado, aplicar-se-ão as
regras de soberania partilhada, gozando os navios do direito de passagem inocente.
Podem existir regulamentações convencionais específicas, como as dos canais de
Suez, de Kiele e do Panamá.
- O solo marítimo
A "plataforma submarina ou continental“ é uma espécie de planície submarina que
se inclina gradualmente até grande distância do litoral, com profundidade de até
200 metros. Nessa área o Estado costeiro pode explorar os recursos naturais e
outros não vivos do leito do mar e do subsolo, bem como organismos vivos
pertencentes as espécies sedentárias, até à margem continental, mas coloca o
limite das 200 milhas a partir da linha de base.
- Zona Econômica Exclusiva
A Lei n. 8.617/93, adota o conceito de zona econômica exclusiva para as 188 milhas
adjacentes. Também chamada de" Amazônia azul "ou" território marítimo
"brasileiro, é uma área de 3.660.955km² que inclui as áreas contíguas aos
arquipélagos brasileiros (Brasil requereru aumento para 4,4 milhões de km²
perante a Comissão de Limites das Nações Unidas). As ilhas e estados
arquipelágicos têm direito a definir a sua ZEE, mas excetuam-se as ilhas artificiais
ou plataformas, assim como os rochedos sem condições de habitabilidade. Estados
sem litoral têm direito de participar, em base equitativa, do aproveitamento
excedente dos recursos vivos (não recursos minerais, portanto), mediante acordos
regionais e bilaterais. Antártida é atualmente o único continente onde não existem
ZEEs, já que o Tratado da Antártida proíbe a exploração econômica predatória
exclusiva no continente.
- Alto-mar
O alto-mar não pertence a nenhum Estado. É res communis usus para os Estados.
A liberdade, nessa parte, é indiscutível, e os Estados podem navegar, pescar,
colocar cabos e oleodutos submarinos, construir ilhas artificiais, sobrevoar - tudo
exclusivamente com fins pacíficos.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109270/lei-do-mar-lei-8617-93
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- Domínio aéreo
Quanto ao domínio aéreo, a dificuldade é que as fronteiras não são demarcadas de
forma visível, é de igual forma o limite vertical. O espaço aéreo de um Estado
corresponde ao espaço atmosférico acima do seu solo e mar territorial. Tem-se que
o espaço aéreo superior à atmosfera é res communis, havendo direito natural de
passagem, desde que inofensiva.
DIREITOS E DEVERES DOS ESTADOS
Direitos
- Princípio básico
Os direitos decorrem do próprio ato de existência soberana do Estado. Assim, por
ela o Estado exerce a soberania que se exterioriza na autodeterminação interna, na
proteção territorial contra invasão e agressão, na jurisdição, na sua personalidade
jurídica internacional (produção de atos jurídicos internacionais,
responsabilização por atos ilícitos internos e externos, acesso ao contencioso
internacional, participar das organizações internacionais e estabelecer relações
diplomáticas).
- Espécies de direito:
A. Direito à existência
Que se expressa na faculdade que o Estado tem de poder reger seus interesses
internos, proteger seu território (mesmo à força), liberdade de legislar para seus
súditos e expressar sua autonomia externa.
B. Direito de igualdade
Nas Assembléias Gerais, os Estados têm o mesmo voto. No entanto, para a tomada
de decisão do Conselho de Segurança os direitos dos Estados ficam restritos, em
função da desigualdade do peso que a responsabilidade dos seus atos produz. A
outra consequência da igualdade é que nenhum Estado pode reclamar o direito de
jurisdição sobre outro Estado.
C. Respeito mútuo
O Estado é formado pela Nação que, por sua vez, aglomera costumes, tradições,
princípios, religião e forma de exteriorização de seus próprios anseios culturais
(língua, bandeira, hino, símbolos heráldicos). Nenhum Estado e nenhuma pessoa
podem violentar esses componentes que exteriorizam os fundamentos do Estado.
D. Direito de defesa
15/04/2018 Corte internacional de justiça
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É direito autônomo em relação à existência do Estado, porque desde que
injustamente agredido surge o natural direito de defender-se. A defesa que se
fundamenta na auto-ajuda não deve ultrapassar os limites por ela fixados, porque,
então, não haveria a defesa, mas agressão. Assim, os conceitos de legítima defesa,
de contra- ataque militar e de contra-medida, são complexos no DIPu, devem ser
analisados em relação ao conceito de agressão, quando a auto-ajuda decorre da
iminência da agressão. Por esse motivo, a ONU estabeleceu parâmetros para a
definição da agressão com a adoção da Res.3314, de 14/12/1974, como veremos no
estudo das medidas coercitivas internacionais.
Deveres
- Morais
Atos que decorrem da própria necessidade de convivência das Nações, como a
cortesia internacional. Embora seja muito difícil definir os limites entre deveres
morais e jurídicos, de modo geral entende-se tratar-se de dever moral receber
navios e aeronaves em condições de estado de necessidade, socorro marítimo em
caso de naufrágio, incêndio ou qualquer sinistro grave a bordo, medidas sanitárias
que impeçam propagação de epidemias, cooperação para administração da justiça
(extradição com compromisso de reciprocidade), respeito à decisão de tribunais
internacionais a que o Estado recorreu e execução de boa-fé dos compromissos
firmados.
- Jurídicos
Esses deveres tornam-se mais transparentes, porque decorrem de atos de
regramento convencional das relações das Nações e da não-intervenção nos
negócios internos de outros Estados.
A. Atos convencionais
Com relação aos atos de regramento convencional, geralmente se coloca a
imunidade de jurisdição, porque ela visa privilegiar cargos e funções voltados para
o convívio das Nações, de forma que se não houvesse tal imunidade os atos
praticados pelos responsáveis ficariam sempre à deriva. Neutralidade permanente
é outra acepção dos deveres do Estado pela não participação em conflitos, com
exceção de invasão do território, como decidiu a Suíça (desde o Congresso de Viena
de 1815) e a Áustria (desde 1955, quando se tornou independente).
B. Não-intervenção
A autodeterminação das Nações é um cânone no DIPu e representa o outro lado da
moeda que se expressa na não- intervenção (diplomática, armada, individual por
um só Estado ou coletiva por muitos). A não-intervenção está prevista na Carta da
OEA (artigo 19) e na Carta da ONU (artigo 2º, nº 7) como dever das Nações.
No entanto, o DIPu admite a intervenção nos casos abaixo:
15/04/2018 Corte internacional de justiça
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a) Motivos Humanitários
Quando o Estado em que se intervém adota situações de tamanha violência e
discriminação a seus súditos, como talvez na Guerra da Iugoslávia, no resgate
israelita de Entebe, nas matanças de Ruanda.
b) Guerra Civil
Alguns autores fazem restrição à tal intervenção, para evitar excessiva intervenção
estrangeira nos assuntos internos da Nação. Outros a admitem desde que sua
finalidade seja para afastar o perigo de alastramento da rebelião. Algumas
presenças como as forças da OTAN na guerra da Iugoslávia e, recentemente, no
Haiti são exemplos. Há algum tempo, os EUA intervieram na Nicarágua, dado que
o alastramento da revolução estava atingindo El Salvador e o Panamá.
c) Libertação de nacionaisMedida tradicionalmente tomada pelos Estados mais fortes, em relação a Estados
mais fracos. Recentemente, o exército israelita resgatou judeus em Entebe e, no
governo de Jimmy Carter, americanos foram seqüestrados em Teerã, tendo havido
tentativa frustrada de resgate.
d) Interesses nacionais em país estrangeiro
Esse argumento foi usado nas Américas, durante o período da descolonização e,
mesmo após a Carta da ONU, os soviéticos praticaram duas intervenções
(Tchecoslováquia e Hungria), para proteger seus interesses.
RESPONSABILIDADE DOS ESTADOS
Conceito
A responsabilidade decorre de dano causado aos direitos de um particular, Estado
ou Ois, pelas OIs e Estados.
Características
Não se busca provar a intenção do dano, mas a simples culpa por negligência,
imprudência ou imperícia, basta que tenha havido afronta ao DIPu e ocorrência de
dano, como no caso de falta de diligência na manutenção da segurança no
território de um Estado. Não há responsabilidade objetiva como regra geral, ela
surge em tratados específicos sobre atos lícitos perigosos, como a Convenção de
Viena sobre responsabilidade civil por danos nucleares, de 21/05/1963; Convenção
de Londres sobre responsabilidade civil por danos decorrentes de poluição por
óleo resultante de exploração de recursos minerais do subsolo marinho de
01/05/1977; Convenção de Londres – Moscou e Washington sobre
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/110606/lei-de-responsabilidade-civil-por-danos-nucleares-lei-6453-77
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responsabilidade internacional por danos causados por objetos espaciais de
22/03/1972; e Convenção da ONU sobre transporte de produtos perigosos por
rodovias, ferrovias ou barcos de navegação.
Fundamentos da responsabilidade
São condições para a responsabilidade internacional do Estado ou da OI:
- Ilicitude internacional
Para este efeito, ilícito é o ato contrário ao DIPu, emsuas diversas fontes, praticado
por Estado ou OI. O que se tem em vista não é a ilicitude local ou interna do Estado
onde o fato se deu, mas a ilicitude contra o DIPu.
- Imputabilidade
Por óbvio que, por se tratar de DIPu, só poderá ser imputável um sujeito que tenha
personalidade internacional absoluta (os Estados e as OIs), porque os outros entes
(ONGs e indivíduos) não têm representatividade nos tribunais internacionais.
Exceção feita ao indivíduo julgado pelo TPI.
- Dano
O dano é condição indispensável para que exista a responsabilidade. Não apenas o
dano material (o efetivo prejuízo ou a impossibilidade de lucrar), como também o
dano moral, a violência à incolumidade física e moral da vítima.
Proteção diplomática e funcional
- Endosso
O Estado pode conceder proteção diplomática a seus nacionais que sofreram
algum dano em território estrangeiro causado pelo Estado local. Essa proteção não
se confunde com a imunidade diplomática, ela se destina aos particulares (pessoas
físicas ou jurídicas de direito privado) que não podem postular diante de cortes
internacionais. Neste caso, o Estado de sua nacionalidade poderá encampar e
postular o seu direito, o que se denomina endosso. São duas as condições para a
proteção diplomática através do endosso: nacionalidade e esgotamento dos
recursos internos.
a) Nacionalidade
O Estado somente poderá endossar a pretensão do seu nacional, tenha ele uma ou
mais nacionalidades. Nesse caso, qualquer um dos Estados poderá endossar. Para
tal fim, será necessário que o lesado tenha a nacionalidade do endossante de forma
contínua e efetiva, ou seja, tenha nacionalidade e laços sociais (residência, família)
com o Estado endossante no momento da prática do ilícito e no momento do
endosso.
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 17/28
b) Esgotamento dos recursos internos
Em litígios envolvendo particulares e Estado estrangeiro, é necessário que o
particular tenha esgotado todos os recursos internos administrativos e judiciários à
sua disposição no Estado estrangeiro. O que o DIPu exige para sua intervenção é
que tenha havido a denegação da justiça em favor do Estado estrangeiro, sem
apreciação do mérito do litígio.
- Proteção funcional
Da mesma forma, uma OI pode proteger um agente que sofreu um ilícito a seu
serviço. O vínculo de nacionalidade é substituído pelo funcional (caso Bernadotte,
Recueil CIJ, 1949, p. 183).
- Cláusula Calvo
O argentino Carlos Calvo criou uma doutrina de grande êxito na prática e na
jurisprudência internacional. Segundo ela, tanto para os estrangeiros quanto para
os nacionais, as cortes locais devem ser as únicas vias de recurso contra a
Administração de um Estado. O endosso deveria ser negado pelos Estados a seus
nacionais inconformados com decisões internas estrangeiras. Uma cláusula de
renúncia à proteção diplomática é comumente encontrada em contratos públicos
envolvendo empresas privadas e governos de Estados latino-americanos. A
doutrina internacional e países do hemisfério norte condenam essa cláusula,
alegando que o direito de proteção diplomática pertence ao Estado e não ao
particular, por isso este não poderia renunciar a ele.
Ilícito internacional
Quando o Estado é responsabilizado, ele o é pelos atos praticados por aqueles
representantes que ‘se pronunciam’ em seu nome. Os representantes do Poder
Executivo, do Poder Legislativo e do Poder Judiciário é que podem violentar o
DIPu, quando seus atos funcionais são imputados ao Estado, mesmo aqueles
realizados com excesso de poder. A prática de ilícito por particulares só levará à
responsabilidade do Estado quando este falhou em prevenir ou reprimir o ato. No
caso das violências cometidas em Teerã após a queda da monarquia, a CIJ
considerou que o Irã deveria ser responsabilizado pelos atos de particulares por
não ter coibido estes atos, devendo, portanto, estes particulares serem assimilados
a agentes do Estado iraniano.
Conseqüências da responsabilidade
O Estado não pode ser autor de crime e, portanto, incriminado. A responsabilidade
é apenas compensatória por prejuízo, tanto material quanto moral. No prejuízo
material, devemos ainda considerar o efetivo prejuízo e o lucro cessante.
- Reparação
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 18/28
Evidentemente trata-se aí de restabelecer a ilicitude pela volta ao estado anterior
ou, sendo isso impossível, a indenização do dano causado, tão completa quanto se
o ato não tivesse existido. Isso não significa que todo ilícito possa ser indenizado
pecuniariamente.
- Satisfação
Quando não houver prejuízo material ou materializável, mas exclusivamente dano
moral, não há no DIPu como converter em pecúnia a violência (ex.: injúria à
bandeira ou ao chefe de Estado). As penas são as de desagravo público, pedido
formal de desculpas, demissão e punição dos responsáveis.
Causas de exclusão da responsabilidade
- Legítima defesa
Os atos praticados no desenrolar da auto- ajuda serão considerados atos legítimos
que não produzem responsabilidade para o Estado que se defende. Todavia, se a
auto- ajuda se tornar excessiva ou não se enquadrar nos parâmetros do DIPu,
naturalmente poderá implicar em responsabilidade, nos limites do excesso, porque
como visto acima o Estado é responsabilizado por ato do seu representante mesmo
quando houver excesso.
- Represálias
A justificativa da represália está na existência de ato prévio e anteriormente
praticado, lesivo aos interesses do Estado represador e que haja a necessária
proporcionalidade entre o ato lesivo e a represália, caso contrário haveria,
naturalmente, uma lesão ao DIPu. Mesmo nesses casos, ainda se deve analisar se o
represador não poderia usar outros meios lícitos ao seu alcance para impedir a
ilicitude.
- Culpa do lesado
Muitas vezes, o lesado, seja Estado, OI ou indivíduo,contribuiu para a produção do
ato ilícito, de maneira direta ou indireta, porque podendo evitá-lo, não o fez. Nos
julgamentos de Nuremberg contra os crimes nazistas, o argumento mais
reiteradamente repetido pelos comandantes Nazistas era a atribuição da culpa aos
vencedores da I Guerra, pela destruição da indústria alemã, pela tomada de suas
colônias e pela asfixiante indenização de guerra. Quando acusados do Holocausto,
afirmavam que os judeus é que se sacrificaram, porque nunca reagiram. Na
verdade, inúmeras tentativas de resistência judaica foram reprimidas pelos
Nazistas.
SUCESSÃO DE ESTADOS E OIs
Sucessão de Estados
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 19/28
Transfere a soberania de um território para outro Estado, com a consequente
mudança do Estado.
- Modalidades de Evolução:
A. Anexação e incorporação forçada
Quando há a incorporação de Estados por tratado internacional ou anexação
forçada de um Estado por outro. A república Árabe Unida (RAU) é o exemplo
típico da primeira e a anexação da Áustria pela Alemanha nazista é o exemplo da
segunda.
B. Cisão de Estados
Nesse caso, o que se tem é que determinado território é dividido em partes, onde se
instaura novo Estado. Foi o que aconteceu com o Estado Árabe (RAU), quando a
ONU aprovou o Estado de Israel. Da mesma forma, no Brasil, quando da
constituição do Uruguai. Na época da descolonização americana, a Grande
Granada foi cindida em Colômbia (da qual também se cindiu o Panamá) e
Venezuela.
C. Fusão de Estados
Quando vários Estados se unem formando novo Estado como aconteceu com a
unidade italiana em 1860, alemã em 1870.
- Efeitos jurídicos do processo evolutivo:
A. Quanto aos Tratados
Na anexação, os tratados se encerram para o anexado que deixa de existir, mas
aqueles tratados formados pelo Estado anexante passam a ter vigência no anexado.
Na fusão, acabam todos os Estados, surgindo novo. Então, é natural que todos os
tratados desaparecem por não ter mais objeto, ficando, entretanto possibilitada a
sua recepção pelo novo Estado, evidentemente, sem qualquer obrigação. Na cisão,
acabam-se os antigos, fazendo-se novos.
B. Quanto às dívidas
Na anexação, deverá ser assumida pelo Estado anexante. Na fusão, o novo Estado
agora formado ficará responsável pela divida existente. Na cisão, o novo Estado
assume a dívida pertinente.
C. Quanto aos bens
Na anexação, os bens dos anexados passam para o anexante. Na fusão, passam
para o novo Estado. Na cisão, os bens passam para o Estado em cujo território
esteja.
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/155571402/constitui%C3%A7%C3%A3o-federal-constitui%C3%A7%C3%A3o-da-republica-federativa-do-brasil-1988
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 20/28
D. Quanto à nacionalidade e lei
Na anexação, a nacionalidade e a lei serão agora regidas pelas do Estado anexante.
Na fusão, as duas passarão a ser as do novo Estado. Na cisão, cada Estado regulará
a nacionalidade e a lei, de acordo com a sua em cujo território exerça a soberania.
Sucessão de OI
A. Conceito
OI constituída por Estados independentes, com personalidade jurídica
internacional e capacidade de concluir acordos internacionais.
B. Princípio básico
a) não tem a perpetuidade dos Estados, exatamente porque são constituídas por
tratados internacionais, podendo, então haver alteração nos seus destinos.
b) objetivos e patrimônio passam para a sucessora, como em qualquer sociedade.
Tudo dependerá das disposições convencionais que estabeleçam a forma de
sucessão (anexação, transformação, fusão e cisão). Temos visto casos de
transformação (ALALC para ALADI) e talvez se possa classificar de incorporação
ou anexação o caso singular da ONU em relação à SDN. Outros casos também
significativos pela sua atualidade é o Mercosul, em relação à
ALADI e o GATT em relação à OMC.
SOLUÇÃO PACIFICA DE LITÍGIOS INTERNACIONAIS
Somente após a I Guerra se pensou em tribunais internacionais para solucionar
pacificamente as controvérsias internacionais e, mesmo assim, com muitas
restrições por falta de meios coercitivos de execução de suas decisões. Há uma
tendência à especialização dos tribunais internacionais. Surgiram várias cortes
administrativas para solucionar controvérsias no âmbito de diferente OIs. A
criação do TPI e dos painéis da OMC, além da possibilidade por organismos
pertencentes à ONU poderem consultar a CIJ. O aumento do uso dos meio
alternativos de solução de controvérsias, com a arbitragem, a mediação e a
conciliação.
Meios Diplomáticos
A negociação direta entre as partes varia segundo a gravidade do problema. Podem
ser bilaterais (entre duas pessoas de DIPu), ou multilaterais. Ela caracteriza-se
por grande informalidade, sempre conduzidas segundo os usos e costumes
internacionais. Tais negociações podem chegar à vários resultados, como a
desistência, quando um Estado renuncia à sua reivindicação; aquiescência,
quando um Estado reconhece a reivindicação do outro; e transação, quando os
Estados fazem concessões recíprocas. A consulta consiste numa troca de opiniões
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 21/28
entre dois ou mais Estados interessados num litígio internacional para que possam
alcançar uma solução que agrade a todos. Tal método figura no continente
americano, mais precisamente no âmbito da OEA. A mediação consiste na
interposição de um ou mais Estados ou OI, entre outros Estados para se solucionar
pacificamente um litígio, podendo ser oferecida ou solicitada, sendo que seu
oferecimento ou recusa não deve ser considerado ato inamistoso. O mediador
participa ativamente das negociações, mas não procura impor sua vontade,
procedendo com intuitos desinteressados. Os bons ofícios são a tentativa amistosa
de um ou vários Estados ou OIs de abrir via às negociações das partes interessadas
ou de reatar as negociações que foram rompidas. Sendo assim, o terceiro Estado
seria um simples intermediário que coloca em presença os Estados litigantes para
os levar entrar em negociações, ao contrário da mediação. O congresso ou
conferência internacional é formado quando a matéria ou assunto em litígio
interessa a diversos Estados, ou quando se tem em vista a solução de um conjunto
de questões sobre as quais existem divergências. As comissões internacionais de
inquérito ou de investigação são comissões criadas para facilitar soluções de
litígios internacionais ou para elucidar fatos controvertidos, tendo como função
específica investigar os fatos sobre os quais versa o litígio, mas sem se
pronunciarem sobre as responsabilidades, ou seja, o relatório não é obrigatório. Na
conciliação, um órgão que tem confiança comum dos Estados litigantes, após
procedimentos com certa formalidade, apresenta suas conclusões sobre a questão
litigiosa, na forma de relatório opinativo, no qual irá propor um acordo entre os
litigantes e um prazo para que estes se pronunciem. Difere dos procedimentos de
investigação pela possibilidade de os conciliadores emitirem opiniões valorativas e
formularem sugestões aos Estados litigantes, embora os Estados não sejam
obrigados a aceitarem a solução proposta.
Meios Jurisdicionais
A arbitragem é o meio de solução pelo qual os litigantes elegem um árbitro ou um
tribunal para dirimir o conflito. Estes são geralmente escolhidos através de um
compromisso arbitral que estabelece as normas a serem seguidas e onde as partes
contratantes aceitam previamente a decisão a ser tomada, que deve ser
apresentada como sentença definitiva, salvo se o contrário foi previsto no
respectivo compromisso, ou se é descoberto um fato novo que poderia determinar
a modificação da sentença. O compromisso arbitral deve conter, no mínimo, o
objeto do litígio, o compromisso de submeter a questão à arbitrageme o método de
formar o Tribunal e o número de árbitros. A sentença arbitral é, em princípio,
secreta. Há três tipos de arbitragem:
1º) Realizada por chefes de Estado: Incomum nos dias de hoje. Os árbitros são os
chefes de Estado, todos em pé de igualdade, sem que haja um superior.
2º) Realizada por comissões mistas: essa “comissão mista diplomática” é formada
por comissionários em número ímpar e tem o superárbitro para desempatar,
geralmente escolhido entre os nacionais de terceiro Estado. A vantagem é que a
questão é resolvida pelos próprios interessados e as decisões são legalmente
motivadas.
15/04/2018 Corte internacional de justiça
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3º) Realizada por Tribunal: Atualmente a arbitragem pode ser empregada em
assuntos de menor importância, que não necessitam ser submetidos à CIJ, bem
como em assuntos que as partes desejarem uma solução rápida. O tribunal arbitral
desaparece com a resolução do litígio. A sentença arbitral é sempre obrigatória e
vinculante.
A solução judiciária consiste em se submeter o litígio a um tribunal judiciário,
composto de juízes independentes, com investidura pretérita ao litígio e subsiste à
sua solução. Principal corte é a CIJ.
Meios Políticos
- ONU
A Carta da ONU (art. 33 a 38) determina que nas controvérsias “de ameaça à
manutenção de paz e da segurança internacional”, as partes litigantes deverão
chegar à solução pacífica por qualquer um dos modos existentes no DI, ou por
qualquer outro meio. Se a lide não for resolvida, as partes deverão submetê-la ao
Conselho de Segurança, que, nos casos de ameaça à paz, pode fazer recomendações
e também decidir sobre as medidas a serem tomadas.
A Assembléia Geral tem a competência de fazer recomendações, criar comissões de
bons ofícios e indicar mediadores, geralmente o Secretário Geral da ONU.
- OEA
No âmbito da OEA, temos o sistema consultivo como modo de solução pacífica dos
litígios internacionais. A Comissão Interamericana de Solução Pacífica dos Litígios
é o órgão de conciliação e investigação da OEA.
Meios Coercitivos de solução de controvérsias internacionais
- Introdução
Findos os meios pacíficos de resolução de controvérsias internacionais e,
entendendo o Estado soberano, ou a OI, que as demais soluções fracassaram, seja
pelo desinteresse da parte adversa em resolver a obrigação, ou pela falta de
exequibilidade da solução apresentada, através de determinadas demonstrações de
poder e influência as nações em litígios buscam o convencimento através da força.
As partes não estão obrigadas a utilizar um ou outro meio, ou seguir qualquer
ordem de eleição dos meios; podem escolher o que melhor lhes aprouver, não
havendo entre os meios de solução de controvérsias qualquer hierarquia.
- Classificação
A Carta da ONU determina que os Estados resolvam suas diferenças por meios
pacíficos, ou seja, sem o recurso ao uso da força (artigo 2-3). Diante do quadro
apresentado pela Carta da ONU, as medidas coercitivas podem desdobrar-se em
15/04/2018 Corte internacional de justiça
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bélicas e não-bélicas, que utilizam meios em progressão.
1. Não bélicas
As medidas coercitivas não bélicas mais utilizadas são os seguintes: Retorsão,
Represálias, Embargo, Bloqueio Pacífico, Boicote e Rompimento das Relações
Diplomáticas. Para alguns autores, o embargo, o bloqueio pacífico e o boicote são
meios de represália e devem ser estudados juntamente com esta. Essa distinção
não tem consequências práticas, por isso preferimos estudá-los separadamente.
1.1 Retorsão
Consiste numa espécie da aplicação da lei de Talião. É a aplicação de meios ou
processos idênticos aos que lhe foram ou estão sendo empregados pelo Estado
agressor, a fim de restabelecer o status quo ante. Consiste, em geral, em simples
medidas legislativas ou administrativas. Accioly destaca que a retorsão “inspira-se
no princípio da reciprocidade e no respeito mútuo, que toda nação deve ter para
com as demais. Não é ato de injustiça, nem violação de Direito; mas, também,
não pretende ser punição”. Podem ser citados como exemplos: fechamento do
acesso de portos de um Estado aos navios de outro Estado; a concessão de certos
privilégios ou vantagens aos nacionais de um Estado, simultaneamente, com a
recusa dos mesmos favores aos nacionais de outro Estado - aumento de tarifas de
um determinado produto alfandegário. Alguns anos atrás, os brasileiros para
entrarem nos Estados Unidos precisavam ser identificados, isso era uma medida
de segurança para evitar entrada de terroristas. O Brasil, devido ao
constrangimento causado aos brasileiros, retribuiu da mesma forma, fazendo com
que os Americanos quando chegassem ao país fossem identificados também.
1.2 Represálias
As represálias são medidas coercitivas, derrogatórias das regras ordinárias do
DIPu, tomadas por um Estado em consequência de atos ilícitos praticados, em seu
prejuízo, por outro Estado e destinadas a impor a este, por meio de um dano, o
respeito do Direito. São formas de autotutela justificadas por representar uma
resposta a uma violação anterior ao DIPu, situação similar a uma espécie de
legítima defesa de interesses. Distingue-se da Retorsão, por se basearem na
existência de uma injustiça ou da violação de um direito; ao passo que a Retorsão é
motivada por um ato que o DIPU não proíbe ao Estado estrangeiro, mas que causa
prejuízo ao Estado que dela lança mão. São requisitos da represália: a existência de
um ato anterior contrário aos princípios e ao regramento do DIPu; a
impossibilidade de empregar outros meios para que o Estado ofendido obtenha
reparação; a proporcionalidade entre a ação sofrida e as ações empregadas pelo
Estado lesado; e, a tentativa anterior do Estado de obter a satisfação desejada do
Estado violador. As represálias são consideradas negativas quando o Estado se
nega a cumprir determinada obrigação, decorrente de um tratado, ou executa atos
que lhe são proibidos. São positivas quando um Estado pratica, ativamente, atos
contra pessoas e bens do Estado com quem está em litígio. Podendo, também, ser
classificadas em armadas ou não armadas. Suas modalidades mais utilizadas são: o
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sequestro de bens e de valores pertencentes ao Estado, ou a seus nacionais; a
interrupção das relações comerciais; a expulsão de nacionais do Estado que
transgrediu as normas internacionais, ou a sua prisão como reféns; a recusa de
executar os tratados vigentes ou sua denúncia, a retirada dos privilégios e favores
concedidos aos cidadãos do Estado; e a ocupação do território, como medida
coercitiva. Recentemente os Estados Unidos estava subsidiando o algodão
americano que começou a concorrer com o algodão brasileiro no nosso mercado
interno. Devido a essa situação, o Brasil sobretaxou produtos importados dos
Estados Unidos, o motivo maior dessa medida foi a disparidade dos subsídios
atrapalhando o crescimento econômico.
1.3 Embargo
É uma forma especial de represália que consiste no sequestro, em tempo de paz, de
navios e cargas de nacionais de um Estado estrangeiro, ancorado nos portos ou em
águas territoriais do Estado que pratica essa ação. Não se confunde, em nenhum
momento, com o “direito de angária”, onde um Estado
solicita os navios mercantes estrangeiros para o transporte de soldados e munições
em troca de pagamento. Nem com o chamado “embargo do príncipe”, onde fica
proibida a saída de navio do porto do Estado ou de suas águas territoriais por
problemas sanitários ou por questões judiciárias ou policiais. Nenhum desses
direitos representa medida coercitiva.
1.4 Bloqueio Pacífico
O Bloqueio Pacífico constitui outra forma de represália. Consiste em impedir, por
meio de força armada, as comunicações de um Estado com osdemais membros da
sociedade internacional, objetivando obrigar o Estado coagido a proceder de
determinado modo. Trata-se de um dos meios de que o Conselho de Segurança da
ONU pode recorrer para obrigar determinado Estado a proceder de acordo com a
Carta da ONU. O bloqueio pacífico só pode ser empregado após o fracasso das
negociações; ele deve ser feito após notificação oficial prévia; ele só é obrigatório
entre os navios dos Estados em litígio, e não para terceiros. Os navios apreendidos
no litígio devem ser devolvidos após o bloqueio. Bloqueio do porto do Rio de
Janeiro, de 31/12/1862 a 06/01/1865, pelos navios britânicos. Foram confiscados
navios mercantes brasileiros que tentavam entrar no Porto do Rio, como medida
de reparação em consequência da questão Christie motivada pelo naufrágio do
Prince of Wales e da prisão de oficiais ingleses à paisana envolvidos em briga com
brasileiros. Não há consenso para classificar se o bloqueio pacífico é ou não
legítimo. Em maio, Israel atacou barcos que estavam próximos à faixa de gaza, a
invasão foi de forma violenta, segundo reportagens televisivas algumas pessoas
morreram e outras ficaram feridas, o que se comentou foi que os barcos estavam
em água internacionais, sendo assim, o bloqueio não poderia ter acontecido.
1.5 Boicote
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É uma forma de represália consubstanciada pela interferência nas relações
comerciais, econômicas ou financeiras com um Estado considerado ofensor dos
nacionais ou dos interesses do Estado que aplica a medida. Consiste,
especificamente, na proibição de que sejam mantidas relações comerciais com os
nacionais de Estado que violou as regras de DIPu. Também pode compreender a
interrupção de eventual assistência financeira e das relações comerciais. Boicote
dos EUA à Cuba desde 1962. A Carta da ONU, em seu artigo 41, prevê o boicote
como uma das medidas a serem tomadas para tornar efetivas as decisões do
Conselho de segurança. A ONU utilizou o boicote no combate ao Apartheid, na
África do Sul em 1984, impondo sanções econômicas como forma de pressão para
que cessasse a política de segregação racial constante naquele momento, na África
do Sul. O Canadá suspendeu as importações de carne bovina brasileira, alegando
que o gado estava contaminado pelo mal da vaca louca, isso causou um grande
desentendimento, pois, na realidade tal alegação não era verídica, havia sim uma
guerra comercial entre os dois Estados envolvendo a exportação de aeronaves, e o
Canadá estava tentando prejudicar o Brasil usando esta alegação. A atitude do
governo Brasileiro foi a de interromper a tramitação de todos os acordos
comerciais com o Canadá.
1.6 Rompimento das Relações Diplomáticas
É o pedido de retirada de toda missão diplomática do Estado violador e a ordem de
retorno dos representantes do Estado acreditados no território do outro Estado. É
o corte das relações amigáveis, com consequências comerciais e políticas.
Geralmente é ato unilateral e discricionário, porém, será obrigatório quando
houver uma resolução internacional neste sentido. A inviolabilidade dos locais da
missão é mantida, assim como a imunidade dos agentes diplomáticos. Um terceiro,
chamado de potência protetora, passa a representar os interesses do estado com o
qual foram rompidas as relações. Essa ruptura não implica, necessariamente, no
rompimento de relações consulares e econômicas. Pode resultar da violação, por
um deles, dos direitos do outro. Mas pode também ser empregada como meio de
pressão de um Estado sobre outro Estado, a fim de o forçar a modificar a sua
atitude ou chegar a acordo sobre algum dissídio que os separe. É utilizada quando
o litígio chega a um ponto extremo em que não é mais possível diálogo entre as
partes interessadas (previsto no art. 41 da Carta da ONU). Em 2010, a Venezuela
por meio de seu presidente Hugo Chaves anunciou a ruptura das relações
diplomáticas coma Colômbia, isso pelo motivo do presidente da Colômbia, Álvaro
Uribe, ter declarado que Hugo Chaves demonstra apoio às FARC, o presidente da
Venezuela contesta as declarações, e ameaçou o outro Estado economicamente.
USO DA FORÇA EM DIPU
Introdução
Não existe guerra boa ou justa, nos dias atuais. Desde o Tratado de Westphalia de
1648, passando pelo Congresso de Viena de 1815 e pelo Tratado de Versalhes de
1919, as Nações vêm buscando meios instrumentários de DIPu para evitar a
guerra. Veja-se o caso do Pacto Briand-Kellog de 1928, firmado em Paris por
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influência dos ministros Aristide Briand (França) e Frank Kellog (EUA) que
expressamente condenava a guerra, foi ratificado pela quase totalidade das Nações
ocidentais, mas não impediu a II Guerra Mundial. O homem é o lobo do homem!
Em termos jurídicos, a guerra pode ser conceituada como todo conflito armado
entre dois ou mais Estados, durante um certo período de tempo e sob a direção dos
seus respectivos governos, com a finalidade de forçar um dos adversários a
satisfazer a vontade do outro. As guerras civis não são consideradas guerras para o
DIPu, por não envolverem mais de um Estado. A regra é a proscrição completa do
uso da força, as exceções devendo ser interpretadas restritivamente. Três exceções
ao imperativo da Paz justificam o uso da força: a) aquelas em que as Nações
Unidas, por meio do Conselho de Segurança da ONU - CS, empreenderem o
recurso à força (art. 2º (4) da Carta da ONU); b) aquelas referentes à luta pela
autodeterminação dos povos (Resolução 2625-XXV da AG, de 1970); c) legítima
defesa (art. 51 da Carta da ONU)".
Legítima Defesa
A possibilidade de um Estado atacar outro em legítima defesa é um princípio geral
de DIPu e autoriza o recurso à guerra por um Estado desde que imediatamente ao
sofrimento de uma agressão injusta, atual ou iminente, e de forma proporcional. O
direito à legítima defesa foi reconhecido na Carta da ONU, nos termos do seu
artigo 51, que limitou seu exercício à ocorrência de uma agressão injusta prévia,
impossibilitando a chamada legítima defesa preventiva.
- Tipos criticados de Legítima Defesa
a) Legítima defesa preventiva
Não previsto na Carta da ONU, mas aplicado na prática. EUA vs. Cuba, no caso dos
mísseis soviéticos em 1962; Israel vs. Iraque, para destruição do reator nuclear em
1981; EUA vs. Líbia, por atos terroristas em 1986; EUA vs. Iraque em 2003, para a
destruição de armas de destruição massiva.
b) Legítima defesa em disputa de território
Não tem sido admitida pela ONU, porque perde a característica de iminente
agressão e uma vez que para esses casos existem soluções mais pacíficas. Mas a
agressão para anexação de território disputado tem sido considerada ilegítima,
como foi o caso da guerra das Malvinas e da atuação da OLP.
c) Legítima defesa coletiva
Embora o artigo 51 da Carta da ONU a preveja, ele não a define. Certamente que
sua incidência demandará tratado multilateral entre os Estados interessados, como
foi o caso da 2ª Guerra do Golfo de 1990. No entanto, o uso reiterado desta figura
(República Dominicana em 1960, Cuba em 1962, Vietnam em 1964 e Iugoslávia em
1999) demonstra que se trata de um ponto fraco da ONU na atualidade, frente aos
riscos de radicalização preconceituosa ou fundamentalista.
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Validade da Legitima Defesa
- Preventiva
A legítima defesa prevista na Carta da ONU é a resposta a um risco grave iminente
e atual, onde se combate a agressão armada efetivamente ocorrida. Já a doutrina
da legítima defesa preventiva, contestada por muitos autores, prega o uso
preventivo da força contra uma mera intenção hostil. O conceito de legítima defesa
está intimamente ligado ao de agressão. A Cartada ONU não define qual seria o
conceito de agressão. O CS pode qualificar atos de agressão em conformidade com
as disposições da Carta (artigo 4º). Percebe-se, portanto, que cabe ao CS
discricionariamente definir caso a caso um ato como ataque armado. A "Proibição
Total do Uso Preventivo da Força", é a visão dominante que no conceito tradicional
de guerra justa o uso preventivo da força é estritamente proibido. A força somente
é autorizada nos casos em que um ataque mesmo que ainda não tenha ocorrido,
está na iminência irrefutável de ocorrer (força inimigas estão de fato mobilizadas
com intenção agressiva clara, ou mísseis e aviões já foram lançados ou decolaram
em direção a um território). Mas, na prática, não é sempre possível esperar que o
risco identificado previamente de uma destruição em massa seja efetivado. O
"Princípio da manutenção do Status Quo dos Estados", defende a tese que o uso
preventivo da força é proibido no DIPu a menos que tenha recebido uma
autorização do CS. No entanto, o poder de veto dos membros permanentes e todas
as nuances políticas que permeiam a sua atuação impedem o CS de agir mesmo
quando efetivamente há a comprovação de uma ameaça a paz, que através de uma
ação preventiva coordenada e responsável, poderia ser afastada antes de causar os
seus prejuízos reais.
O direito à guerra (ius ad bellum)
Na atualidade, a guerra está proscrita. Mas a existência da guerra é um fato
inegavel e não pode ser ignorado. A Carta da ONU eliminou a guerra entre Estados
(isolada ou coletivamente), mas atribuiu ao CS decisões para a efetivação da guerra
(artigos 42 e 46). Então, o direito à guerra, atualmente, é de atribuição exclusiva
do CS. O CS é dotado de amplos poderes discricionários para dotar medidas
coercitivas que revertam ou cessem a ameaça, inclusive o emprego das forças
armadas, conforme os arts. 40 e 41 da Carta da ONU. O uso da força somente
poderia ser autorizado pelo CS nos casos que ele determinar como de ameaça ou de
ruptura efetiva da paz e da segurança internacionais, contudo, as medidas
coercitivas são aplicadas em variadas situações, desde que convenientes para os
membros permanentes. A intervenção coercitiva, desde que autorizada pelo CS,
não pode ser classificada como ilegal. Mas numa entidade como a ONU, que
pretende distribuir igualitariamente o poder, a decisão sobre a aplicação da
medida de força deveria pertencer a órgãos diferentes, para se evitar
arbitrariedades e excessos. Não é o que ocorre na ONU onde o CS pode, sozinho,
identificar e eliminar as ameaças à paz e à segurança. A decisão tomada pelo CS
não é passível de revisão por outro órgão.
O direito aplicável no desenrolar da guerra (ius in bello)
15/04/2018 Corte internacional de justiça
https://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica 28/28
O ius in bello é o aglomerado de dezenas de tratados internacionais relativos à
guerra, disciplinando a conduta e os armamentos adotados nas guerras. Desse fato,
quando os beligerantes ultrapassam os limites estabelecidos para o desenrolar da
guerra, surgirão os crimes de guerra, que são julgados pelo TPI. Após a proscrição
da guerra pela ONU, vieram atos internacionais de direito humanitário para
socorro, tratamento e cuidado em razão da guerra, bem como atos para o
desarmamento mundial, especialmente para a não-proliferação de armas
nucleares. Entre elas as quatro Convenções de Genébra sobre a guerra de 1949
(Tratamento de feridos e enfermos em campanha; Tratamento de feridos,
enfermos e náufragos das forças do mar; Tratamento dos prisioneiros de guerra e
Proteção dos civis em tempo de guerra).
fontes: http://www.dudh.org.br/declaracao/
http://www2.câmara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-
permanentes/cdhm/comite-brasilei...
http://www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm
http://www.oas.org/pt/
http://www.onu.org.br/
Disponível em: http://lmonteiro.jusbrasil.com.br/artigos/178638138/corte-internacional-de-justica
http://www.dudh.org.br/declaracao/
http://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cdhm/comite-brasileiro-de-direitos-humanos-e-politica-externa/EstCortIntJust.html
http://www.ilo.org/brasilia/lang--pt/index.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/2002/D4388.htm
http://www.oas.org/pt/
http://www.onu.org.br/

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