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Período histórico do Direito Penal Brasileiro Nome: Gláucia Weber Fuhrmann Direito Penal do Império (1830 – 1890) Após a Proclamação da Independência, a Constituição de 1824 previa que se elaborasse uma nova legislação penal, então no dia 16 de dezembro de 1830 D. Pedro I sancionava o Código Criminal do Império. Encontrava- se presente as ideias de Betham, bem como houve a grande influência na elaboração dos códigos Francês de 1810 e o Napolitano de 1819. Este código contribuiu muito para a elaboração do Código Penal Espanhol de 1848, e assim, em vários Códigos Penais de países da América Latina. Teve também a sua grande parcela de contribuição para a elaboração do Código Penal Português, o primeiro que fora promulgado no séc. XIX. O referido código preconizava o regime servil, uma vez que a escravidão era tido como uma instituição do Estado, e ainda, a pena de morte que os códigos subsequentes aboliram. Segundo Roberto Lyra (1948, p. 89) as virtudes que ele destaca em uma de suas obras são: 1. No esboço da indeterminação relativa e de individualização da pena, contemplando, já, os motivos do crime, só meio século depois tentado na Holanda e, depois, na Itália e na Noruega; 2. Na fórmula da cumplicidade (codelinquência como agravante) com traços do que viria a ser a teoria positiva a respeito; 3. Na previsão da circunstância atenuante da menoridade, desconhecida, até então, das legislações francesa, napolitana e adotada muito tempo após; 4. No arbítrio judicial no julgamento dos menores de 14 anos; 5. Na responsabilidade sucessiva nos crimes por meio da imprensa antes da lei belga, e, portanto, esse sistema é brasileiro e não belga, como é conhecido; 6. A indenização do dano ex-delicto como instituto de direito público, também antevisão positivista; 7. Na imprescritibilidade da condenação. Além dessas virtudes, podemos citar também a criação do sistema dia-multa e a clareza e a concisão, erroneamente atribuído como de autoria dos nórdicos. E dentre os seus defeitos, o mais marcante, porém escusável, dada a influência da Igreja nos assuntos do governo, era a conjunção Igreja- Estado, resultando assim na criminalização de diversas condutas que ofendiam à religião do Estado. Era composto de 4 partes: 1) Dos Crimes e das Penas; 2) Dos Crimes Públicos; 3) Dos Crimes Particulares; 4) Dos Crimes Policiais. Na sua primeira parte destinava-se a uma espécie de Parte Geral do Código, já na segunda e na terceira parte representavam a Parte Especial, correspondendo a última parte às definições dispensadas às contraversões penais. Como todos os demais códigos, este não era perfeito, razão pela qual, recebeu uma série de críticas, alegava-se que não se definia a culpa, referindo-se apenas ao dolo. Porém, a referida lacuna era indiferente para a época, sendo que apenas com o desenvolvimento dos meios de transportes passou a se exigir uma elaboração por meio legislativo, o que ocorreu em 1871. Embora a Constituição daquela época assegurasse a igualdade de todos perante a lei, o escravo recebeu um tratamento desigual, a eles ficaram reservadas além das penas comuns, as penas de galés e a pena de morte, o que acabou provocando debates acirrados durante sua elaboração.
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