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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA E INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CRISTHIAN PORCEL ESTRADA ESTUDO EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE BOMBA CENTRÍFUGA SUBMERSA OPERANDO COM ÓLEO ULTRA VISCOSO CAMPINAS 2019 CRISTHIAN PORCEL ESTRADA ESTUDO EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE BOMBA CENTRÍFUGA SUBMERSA OPERANDO COM ÓLEO ULTRA VISCOSO Dissertação de Mestrado apresentada à Faculdade de Engenharia Mecânica e ao Instituto de Geociências da Universidade Estadual de Campinas, como parte dos requisitos exigidos para obtenção do título de Mestre em Ciências e Engenharia de Petróleo, na área de Explotação. Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Bannwart Coorientador: Dr. Jorge Luiz Biazussi Este exemplar corresponde à versão final da Dissertação defendida pelo aluno Cristhian Porcel Estrada e orientada pelo Prof. Dr. Antonio Carlos Bannwart. ________________________________ Assinatura do Orientador CAMPINAS 2019 Ficha catalográfica Universidade Estadual de Campinas Biblioteca da Área de Engenharia e Arquitetura Rose Meire da Silva - CRB 8/5974 Porcel Estrada, Cristhian, 1988- P822e Estudo experimental do desempenho de bomba centrífuga submersa operando com óleo ultra viscoso / Cristhian Porcel Estrada. – Campinas, SP : [s.n.], 2019. Orientador: Antonio Carlos Bannwart. Coorientador: Jorge Luiz Biazussi. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Engenharia Mecânica. 1. Bomba centrífuga submersa. 2. Fluido viscoso. 3. Estudos experimentais. I. Bannwart, Antonio Carlos, 1955-. II. Biazussi, Jorge Luiz, 1984-. III. Universidade Estadual de Campinas. Faculdade de Engenharia Mecânica. IV. Título. Informações para Biblioteca Digital Título em outro idioma: Experimental study of electrical submersible pump ESP operating with ultraviscous oil Palavras-chave em inglês: Electrical submersible Pump Viscous fluid Experimental study Área de concentração: Explotação Titulação: Mestre em Ciências e Engenharia de Petróleo Banca examinadora: Antonio Carlos Bannwart [Orientador] Rigoberto Eleazar Melgarejo Morales Valdir Estevam Data de defesa: 17-06-2019 Programa de Pós-Graduação: Ciências e Engenharia de Petróleo Identificação e informações acadêmicas do(a) aluno(a) - ORCID do autor: https://orcid.org/0000-0002-0720-313X - Currículo Lattes do autor: http://lattes.cnpq.br/9111722734456301 http://lattes.cnpq.br/9111722734456301 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE ENGENHARIA MECÂNICA E INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS DISSERTAÇÃO DE MESTRADO ACADÊMICO ESTUDO EXPERIMENTAL DO DESEMPENHO DE BOMBA CENTRÍFUGA SUBMERSA OPERANDO COM ÓLEO ULTRA VISCOSO Autor: Cristhian Porcel Estrada Orientador: Prof. Dr. Antonio Carlos Bannwart Coorientador: Dr. Jorge Luiz Biazussi A Banca Examinadora composta pelos membros abaixo aprovou esta Dissertação: Prof. Dr. Antonio Carlos Bannwart, Presidente De / FEM / Unicamp Prof. Dr. Rigoberto Eleazar Melgarejo Morales De / PPGEM / UTFPR Prof. Dr. Valdir Estevam De / FEM / Unicamp A Ata da defesa, com as respectivas assinaturas dos membros, encontra-se no processo de vida acadêmica do aluno. Campinas, 17 de junho de 2019. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho a minha amada esposa Alejandra, e a minha querida família, especialmente aos meus pais Pablo e Patricia. AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho começou como um desafio pessoal, e graças a Deus finalizou com a conquista do título de Mestre. No entanto, essa vitória foi alcançada graças ao apoio de muitas pessoas, que gostaria de agradecer a seguir: Ao Prof. Dr. Antonio Carlos Bannwart pela confiança depositada na minha pessoa, pela oportunidade de ingressar no programa de Mestrado, pelos conhecimentos compartilhados e principalmente pela sua orientação e apoio. Ao Dr. Jorge Biazussi, pela ajuda incondicional durante o trabalho inteiro, por compartilhar seus conhecimentos e experiências, pelos conselhos profissionais e pessoais, e principalmente pela amizade sincera. Aos professores da banca examinadora, Prof. Dr. Valdir Estevam, Prof. Dr. Rigoberto Melgarejo Morales, por avaliar minha tese e pelas correções e sugestões realizadas. Aos pesquisadores do grupo ALFA, Dr. William Monte Verde, Dra. Natache Arrifano Sassim, Dr. Charlie Van der Geest, Dr. Carlos Eduardo Perles, pelo suporte, ajuda, pelos conhecimentos compartilhados e principalmente pela amizade. Aos técnicos e funcionários do LABPETRO, especialmente Cláudio Varani e Luis Gustavo Silva, por compartilhar seus conhecimentos, pela montagem da bancada experimental, pelo acompanhamento e suporte durante os testes experimentais, e principalmente pela amizade formada. Aos colegas e amigos do laboratório Natan Vieira Bulgarelli, Rodolfo Perissinotto, Diogo Custódio, Guilherme Pontes, Caio Moreira Cavicchio, Rodrigo Ruschel, Marcos Mendes e Roberto Leuchtenberger, pelos momentos de descontração e amizade. Agradeço ao FUNCAMP, Queiroz Galvão – Exploração e Produção e à Agência Nacional do Petróleo ANP (Compromisso de Investimentos com Pesquisa e Desenvolvimento) pelo apoio financeiro ao longo do período do Mestrado. A minha esposa Alejandra, porque foi parte fundamental do desenvolvimento deste trabalho, já que com seu amor, paciência, apoio e carinho incondicional, fizeram que eu finalize este trabalho com sucesso. Aos meus irmãos, Paola, Alejandra, Juan Pablo e Jorge que apesar da distância, sempre estão torcendo por mim e orando para que tudo dê certo. Aos meus queridos Pais, Pablo e Patricia, que graças aos seus ensinamentos, exemplos e sacrifícios, hoje eu sou quem sou. RESUMO O Bombeio Centrífugo Submerso é um método de elevação artificial eficiente e confiável, que tem ampla aplicação em produção de poços petrolíferos com altas vazões de líquido, por conta de sua flexibilidade na sua instalação e operação. Sem embargo, o uso deste sistema de elevação artificial continua a se expandir em ambientes mais agressivos. Esses ambientes adversos incluem presença de gás livre na entrada da bomba e produção de líquidos ultraviscosos. Esta dissertação apresenta a pesquisa experimental do desempenho de uma Bomba Centrífuga Submersa de 10 estágios com geometria mista, utilizada normalmente na indústria de petróleo, quando opera com escoamento monofásico e bifásico de petróleo ultraviscoso. Para atingir esta meta, foi construído um circuito de testes, que permitiu testar a BCS HC 20000L com: Petróleo cru viscoso e gás nitrogênio como fluidos de trabalho, rotações entre 1200 a 3500 rpm, vazões entre zero e 210 m³/h e viscosidades de 8 cP até 1000 cP. Os resultados monofásicos foram representados graficamente no formato de curvas de desempenho refletindo o ganho de pressão e a potência de eixo para diferentes vazões de líquido. Os resultados bifásicos foram representados em formato de curvas de surging, que basicamente mostram o ganho de pressão à vazão de líquido constante para diferentes vazões de gás injetado. Neste trabalho, também é realizada uma análise comparativa dos resultados experimentais de desempenho monofásico viscoso da bomba, com os principais métodos de correção disponíveis na literatura. Os parâmetros de desempenho da BCS foram calculados com um modelo unidimensional baseado na análise de perdas existente na literatura, e posteriormente foi proposta uma metodologia para calcular o aquecimento do fluido através dos estágios da bomba. Em relação aos resultados experimentais bifásico viscoso, também foi realizada uma análise comparativa entre: a fração volumétrica de gás experimental (em condição de surging), a calculada por modelos existentes na literatura e a calculada pelos mesmos modelos modificados emfunção de ajustes nas correlações com os dados experimentais deste trabalho. Afinal, é proposta a modificação de uma abordagem disponível na literatura, para cálculo de fração de gás em condição de surging, que permite calcular este efeito para fluidos viscosos. Palavras Chave: Bomba Centrifuga Submersa, óleo ultraviscoso, estudo experimental, curva de desempenho, fatores de correção viscoso, aquecimento através da BCS, fração de gás crítico, diâmetro da bolha, surging. ABSTRACT The Electrical Submersible Pump is an efficient and reliable artificial lift method that has wide application in the production of oil wells with high liquid flow rates, due to the flexibility in its installation and operation. However, the use of this artificial lift system continues to expand in harsh environments. These adverse environments include the presence of free gas at the pump inlet and the production of ultra-viscous liquids. This dissertation presents the experimental research of the performance of a 10 stage Electrical Submersible Pump with mixed geometry, normally used in the petroleum industry, when it operates with single phase and two-phase flow of ultra-viscous petroleum. To achieve this goal, a test circuit was built to test the BCS HC 20000L with: Viscous crude oil and nitrogen gas as working fluids, rotations between 1200 and 3500 rpm, rates between zero and 210 m³ / h and viscosities of 8 cP to 1000 cP. The single-phase results were plotted in the configuration of performance curves reflecting the pressure gain and the shaft power for different liquid rates. The two-phase results were represented in the form of surging curves, which basically show the pressure gain at the constant liquid flow rate for different injected gas flows. In this work, a comparative analysis of the experimental results of single-phase viscous performance of the pump with the main correction methods available in the literature, is also performed. The performance parameters of the BCS were calculated using a one-dimensional model based on the analysis of losses in the literature, and later a methodology was proposed to calculate the heating of the fluid through the stages of the pump. In relation to the two-phase viscous experimental results, a comparative analysis was also carried out between: the volumetric fraction of experimental gas (under surging condition), calculated by models in the literature and calculated by the same modified models as a function of adjustments in the correlations with the experimental data of this work. Afterwards, it is proposed to modify an approach available in the literature to calculate gas fraction in surging condition, which allows to calculate this effect for viscous fluids. Keywords: Electrical Submersible Pump, ultra-viscous oil, experimental study, performance curve, viscous correction factors, heating through BCS, critical gas fraction, bubble diameter, surging. LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1 - Instalação tradicional de BCS onshore. Adaptado de (SCHLUMBERGER, 2007). ..................................................................................................................................... 23 Figura 1.2 - Peças de uma BCS: (a) Impulsor, parte giratória (esquerda) e difusor, parte fixa (direita) (UCT Coatings) e (b) Estágios de uma BCS (Neptuno Pumps, 2012). ............. 24 Figura 1.3 – Curva típica de uma BCS disponibilizada pelo fabricante. Adaptado de (BAKER HUGHES, 2011) .......................................................................................................... 25 Figura 2.1 - Corte transversal BCS (a) Geometria radial (b) Geometria mista. Adaptado de (WOOD GROUP, 2004) .............................................................................................. 29 Figura 2.2 - Triângulos de velocidade no rotor. Adaptado de (WHITE, 2011). ..................... 30 Figura 2.3 – Padrão de Escoamento bifásico no interior do impelidor (a) Bubble Flow, (b) Aglomerated bubble flow, (c) Gas pocket flow e (d) Segregated Flow (MONTE VERDE, 2016). ........................................................................................................................... 35 Figura 2.4 – Efeito da presença de gás no desempenho da BCS (TAKACS, 2009). .............. 37 Figura 2.5 - Ábaco para correção de fatores afetados pela viscosidade em Bombas Centrífugas de 2 a 8” (HYDRAULIC INSTITUTE, 1955). ............................................................. 42 Figura 2.6 – Fenômeno físico do modelo mecanicista (BARRIOS, 2007) ............................. 50 Figura 2.7 – Surging e curvas de desempenho de uma BCS (GAMBOA, 2008). .................. 51 Figura 3.1 – Layout da bancada experimental para óleo ultraviscoso. ................................... 57 Figura 3.2 – Layout bancada experimental para óleo ultraviscoso. ........................................ 60 Figura 3.3 - Componentes Gerais Skid BCS. (Adaptado HPump Manual Baker Hughes 2008) ..................................................................................................................................... 61 Figura 3.4 - Curva de desempenho BCS HC20000L 10 stg S675 (Proposta Técnica BH 2014) ..................................................................................................................................... 62 Figura 3.5 - Layout bancada experimental para óleo ultraviscoso ......................................... 62 Figura 3.6 – Viscosidade do Diesel S500 em função da Temperatura. .................................. 64 Figura 3.7 – Massa Específica do Diesel S500 em função da Temperatura. .......................... 64 Figura 3.8 – Viscosidade do óleo “A” em função da Temperatura. ....................................... 65 Figura 3.9 – Massa Específica do Óleo “A” em função da Temperatura. .............................. 65 Figura 3.10 – Tensão Superficial do Óleo “A” em função da Temperatura. .......................... 66 Figura 4.1 - Curvas características de elevação para a BCS HC20000L operando com Diesel. ..................................................................................................................................... 73 Figura 4.2 - Curvas características de Potência para a BCS HC20000L operando com Diesel. ..................................................................................................................................... 74 Figura 4.3 - Curvas características de eficiência para a BCS HC20000L operando com Diesel. ..................................................................................................................................... 74 Figura 4.4 - Repetibilidade da curva de desempenho e eficiência operando a 1200 rpm. ....... 75 Figura 4.5 - Repetibilidade da curva de desempenho e eficiência operando a 3500 rpm. ....... 75 Figura 4.6 - Curva adimensional de elevação versus vazão para bomba HC20000L operando com Diesel. .................................................................................................................. 76 Figura 4.7 - Curva adimensional de potência versus vazão para bomba HC20000L operando com Diesel. .................................................................................................................. 77 Figura 4.8 - Curva adimensional de eficiência versus vazão para bomba HC20000L operando com Diesel. .................................................................................................................. 77 Figura 4.9 - Desempenho por estágio bomba HC20000L operando com Diesel a 3500 rpm. 78 Figura 4.10 - Curvas adimensionais de elevação versus vazão para o 1° e 2° estágios........... 79 Figura 4.11 - Curvas adimensionais de elevação versus vazão para o 3° e 4° estágios........... 79 Figura 4.12 - Curvas adimensionais de elevação versus vazão para o 5° e 6° estágios...........79 Figura 4.13 - Curvas adimensionais de elevação versus vazão para o 7° e 8° estágios........... 80 Figura 4.14 - Curvas adimensionais de elevação versus vazão para o 9° e 10° estágios. ........ 80 Figura 4.15 - Curvas de elevação da BCS HC20000L @ 3500 rpm e diversas viscosidades.. 81 Figura 4.16 - Curvas de Potência da BCS HC20000L @ 3500 rpm e diversas viscosidades. . 81 Figura 4.17 - Curva de eficiência da BCS HC20000L @ 3500 rpm e diversas viscosidades.. 82 Figura 4.18 - Curva de elevação da BCS HC20000L @ 3000 rpm e diversas viscosidades. .. 82 Figura 4.19 - Curva de Potência da BCS HC20000L @ 3000 rpm e diversas viscosidades. .. 83 Figura 4.20 - Curva de eficiência da BCS HC20000L @ 3000 rpm e diversas viscosidades.. 83 Figura 4.21 - Curva de elevação da BCS HC20000L @ 2400 rpm e diversas viscosidades. .. 84 Figura 4.22 - Curva de Potência da BCS HC20000L @ 2400 rpm e diversas viscosidades. .. 84 Figura 4.23 - Curva de eficiência da BCS HC20000L @ 2400 rpm e diversas viscosidades.. 85 Figura 4.24 - Curva de elevação da BCS HC20000L @ 1800 rpm e diversas viscosidades. .. 85 Figura 4.25 - Curva de Potência da BCS HC20000L @ 1800 rpm e diversas viscosidades. .. 86 Figura 4.26 - Curva de eficiência da BCS HC20000L @ 1800 rpm e diversas viscosidades.. 86 Figura 4.27 – Desempenho por estágio bomba HC20000L operando com Óleo “A” a 3500 rpm. ............................................................................................................................. 88 Figura 4.28 – Desempenho da BCS HC20000L por estágio operando a 3500 rpm com diferentes viscosidades. ................................................................................................ 89 Figura 4.29 – Dados experimentais da BCS HC2000L coletados em rotações de 1800 rpm a 3500 rmp e viscosidades de 8 a 1000cP. Ψ em função de Ø e Reω. ................................ 90 Figura 4.30 – Vistas projetadas da superfície de resposta experimental entre os adimensionais de elevação (Ψ), vazão (Φ) e Reynolds (Reω). .............................................................. 91 Figura 4.31 – Variação da viscosidade ao longo da Bomba HC20000L ................................ 93 Figura 4.32 – Fator de correção de vazão para diferentes rotações em função da viscosidade. ..................................................................................................................................... 93 Figura 4.33 – Fator de correção de elevação para diferentes rotações em função da viscosidade. .................................................................................................................. 94 Figura 4.34 – Fator de correção da eficiência para diferentes rotações em função da viscosidade. .................................................................................................................. 94 Figura 4.35 – Conferência entre os fatores de correção de elevação no BEP para 3500 rpm.. 96 Figura 4.36 – Conferência entre os fatores de correção de vazão no BEP para 3500 rpm ...... 96 Figura 4.37 – Conferência entre os fatores de correção de elevação no BEP para 1800 rpm.. 98 Figura 4.38 – Conferência entre os fatores de correção de vazão no BEP para 1800 rpm ...... 98 Figura 4.39 – Coeficiente de elevação adimensional (ΨL) experimental comparado com o calculado pelo modelo de Biazussi (2014) para todos os dados experimentais. ........... 100 Figura 4.40 – Elevação medida experimentalmente comparada com a calculada pelo modelo de Biazussi (2014) para 3500 rpm e diferentes viscosidades. ...................................... 101 Figura 4.41 – Coeficiente de elevação adimensional (ΨL) experimental comparado com o calculado pelo modelo de Biazussi (2014) para 3500 rpm. .......................................... 101 Figura 4.42 – Coeficiente de potência adimensional (ΠL) experimental comparado com o calculado pelo modelo de Biazussi (2014) para todos os dados experimentais. ........... 102 Figura 4.43 – Potência consumida experimentalmente comparada com a calculada pelo modelo de Biazussi (2014) para 3500 rpm e diferentes viscosidades. ......................... 103 Figura 4.44 – Coeficiente de potência adimensional (ΠL) experimental comparado com o calculado pelo modelo de Biazussi (2014) para 3500 rpm. .......................................... 103 Figura 4.45 – Fluxograma de cálculo de desempenho BCS 100 estágios ............................ 104 Figura 4.46 – Ganho de Temperatura ao longo dos estágios para diferentes vazões. ........... 105 Figura 4.47 – Ganho de Pressão ao longo dos estágios para diferentes vazões. ................... 105 Figura 4.48 – Eficiência da BCS ao longo dos estágios. ..................................................... 106 Figura 4.49 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando na vazão do BEP, viscosidade de 236 cP, pressão de sucção de 1 bar para diferentes rotações. ............... 107 Figura 4.50 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando na vazão de 0,8 BEP, viscosidade de 236 cP, pressão de sucção de 1 bar para diferentes rotações. ............... 108 Figura 4.51 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando na vazão de 1,2 BEP, viscosidade de 236 cP, pressão de sucção de 1 bar para diferentes rotações. ............... 108 Figura 4.52 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando na vazão do BEP, rotação de 3500 rpm, pressão de sucção de 1 bar para diferentes viscosidades. ....................... 109 Figura 4.53 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando na vazão do BEP, rotação de 3000 rpm, pressão de sucção de 1 bar para diferentes viscosidades. ....................... 110 Figura 4.54 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando com rotação de 3500 rpm, pressão de sucção de 1 bar, viscosidade de 241 cP, na vazão do BEP / ± 20% BEP. ... 111 Figura 4.55 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L operando com rotação de 3000 rpm, pressão de sucção de 1 bar, viscosidade de 241 cP, na vazão do BEP / ± 20% BEP. ... 111 Figura 4.56 – Desempenho bifásico da BCS HC20000L por estágio na vazão do BEP e pressão de sucção de 1 bar (a) 3500 rpm; (b) 3000 rpm. ............................................. 112 Figura 4.57 – Desempenho para o 1° e 2° Estágios da BCS @ 3500 rpm, 241 cP, no BEP e pressão de sucção de 1 bar. ......................................................................................... 114 Figura 4.58 – Desempenho para o 3° e 4° Estágios da BCS @ 3500 rpm, 241 cP, no BEP e pressão de sucção de 1 bar. ......................................................................................... 114 Figura 4.59 – Desempenho para o 5° e 6° Estágios da BCS @ 3500 rpm, 241 cP, no BEP e pressão de sucção de 1 bar. ......................................................................................... 114 Figura 4.60 – Desempenho para o 7° e 8° Estágios da BCS @ 3500 rpm, 241 cP, no BEP e pressão de sucção de 1 bar. ......................................................................................... 114 Figura 4.61 – Desempenho para o 9° e 10° Estágios da BCS @ 3500 rpm, 241 cP, no BEP e pressão de sucção de 1 bar. ......................................................................................... 115 Figura 4.62 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental em relação ao modelo original de Barrios L. (2007). ..................................................................................... 116 Figura 4.63 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental em relação ao modelo modificado de Barrios L. (2007). ................................................................................ 118 Figura 4.64 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental em relação ao modelo original de Gamboa J. (2011). .................................................................................... 119 Figura 4.65 – Comparação da fração volumétricade gás experimental em relação ao modelo original de Gamboa J. (2007). .................................................................................... 120 Figura 4.66 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental em relação ao modelo original de Zhu J., et al. (2018). .................................................................................. 121 Figura 4.67 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental em relação ao modelo modificado de Zhu J., et al. (2018). ............................................................................ 122 Figura 4.68 – Classificação dos regimes de rompimento de bolhas. Adaptado de (WALTER, 1986) .......................................................................................................................... 123 Figura 4.69 – Comparação da fração volumétrica de gás experimental e a calculada pelo modelo de previsão de surging para escoamento bifásico viscoso. .............................. 127 LISTA DE TABELAS Tabela 2.1 - Classificação do petróleo pela Agência Nacional do Petróleo do Brasil. Adaptado de (ANP, 2000). ........................................................................................................... 28 Tabela 2.2 – Estudos experimentais para determinação de padrões de escoamento bifásico no interior de uma BCS. .................................................................................................... 49 Tabela 3.1 - Equipamentos da bancada experimental para óleo ultraviscoso. ........................ 57 Tabela 3.2 - Instrumentos da bancada experimental para óleo ultraviscoso ........................... 59 Tabela 3.3 – Lista de variáveis a medir nos testes da BCS. ................................................... 60 Tabela 3.4 – Características Geométricas do impelidor BCS HC 20000L ............................. 63 Tabela 3.5 - Matriz de Testes de Comissionamento .............................................................. 72 Tabela 3.6 - Matriz de Testes monofásicos viscosos: óleo A ................................................ 72 Tabela 3.7 - Matriz de Testes bifásico viscoso proposto para o óleo A ................................. 72 Tabela 4.1 – Fatores de correção de elevação para 3500 rpm. ............................................... 95 Tabela 4.2 - Fatores de correção de vazão para 3500 rpm. .................................................... 95 Tabela 4.3 - Fatores de correção de elevação para 1800 rpm. ............................................... 97 Tabela 4.4 - Fatores de correção de vazão para 1800 rpm. .................................................... 97 Tabela 4.5 – Ajuste das constantes para a elevação na operação monofásica viscosa Eq. (2.65) ..................................................................................................................................... 99 Tabela 4.6 – Ajuste de constantes para potência na operação monofásica viscosa Eq (2.66) 102 Tabela 4.7 – Constantes ajustadas para o modelo modificado de Barrios (2007), previsão de surging para escoamento bifásico viscoso. .................................................................. 118 Tabela 4.8 – Constantes ajustadas para o modelo modificado de Gamboa (2007), previsão de surging para escoamento bifásico viscoso. .................................................................. 120 Tabela 4.9 – Constantes ajustadas para o modelo modificado de Zhu J., et al., (2018), previsão de surging para escoamento bifásico viscoso. ............................................................. 122 Tabela 4.10 – Constantes ajustadas para o modelo de previsão de surging para escoamento bifásico viscoso. ......................................................................................................... 127 ABREVIAÇÕES ALFA Artificial Lift Flow Assurance ANP Agência Nacional do Petróleo ANSI American National Standards Institute API American Petroleum Institute BCS Bombeio Centrífugo Submerso ou Bomba Centrífuga Submersa BCSS Bomba Centrífuga Submersa Submarina BEP Best Efficiency Point BHP Brake Horse Power ESP Electric Submersible Pump HSBC Hong Kong and Shanghai Banking Corporation HI Hydraulic Institute NI National Instruments TUALP Tulsa University Artificial Lift Projects LISTA DE SÍMBOLOS Letras Romanas API Grau API graus 60O FSG Densidade relativa do óleo a 60 ˚F - hP Potência hidráulica Watt q Vazão total m³/h g Aceleração da gravidade m/s² H Elevação manométrica da bomba m P Pressão Pa V Vetor velocidade absoluta m/s z Distância vertical m BHP Potência Mecânica Watt Teixo Torque no eixo N.m DI Diâmetro do Impelidor m Re Número de Reynolds - Reω Número de Reynolds rotacional - Reevdocia Número de Reynolds de evdocia - Remod Número de Reynolds modificado - Ns Velocidade específica - R Raio do impelidor m Vt Velocidade tangencial do impelidor m/s m Vazão mássica kg/s u Velocidade absoluta do impelidor m/s b Altura da pá do impelidor m cP Calor específico do fluido cal/g.˚C BEP wq Vazão volumétrica de água no BEP m³/s BEP visq Vazão volumétrica de fluido viscoso no BEP m³/s qLd Vazão de liquido normalizada - qGd Vazão do gás normalizado - BEP wH Altura de elevação de água no BEP m BEP visH Altura de elevação de fluido viscoso no BEP m MAXH Altura de elevação da BCS na condição de shut-in m qf Constante de sucção da bomba (1 ou 2 - sucção simples ou dupla) - B Parâmetro B procedimento ANSI HI 9.6.7 - 1C Unidade de conversão constante, modelo Turpin - 1,2,...,nk Constantes geométricas específicas da bomba, modelo Biazussi - 1,2,...,nz Constantes geométricas específicas da bomba, modelo Biazussi - R Constante universal dos gases J/kg˚K 0C Parâmetro de distribuição - T Temperatura ˚C N Número de Estágios - AG Área transversal ao escoamento ocupada pelo gás m² AL Área transversal ao escoamento ocupada pelo líquido m² At Área da seção transversal m² BEP QC Coeficiente de correção viscoso para vazão no BEP - QC Coeficiente de correção viscoso para vazão - BEP HC Coeficiente de correção viscoso para elevação no BEP - HC Coeficiente de correção viscoso para elevação - BEPC Coeficiente de correção viscoso para eficiência no BEP - C Coeficiente de correção viscoso para eficiência - CD Coeficiente de Arrasto - FD Força de arrasto que atua na bolha dentro do impelidor N FP Força devido ao gradiente de pressão no interior do impelidor N dB,surg Diâmetro da bolha na condição de surging m VolI Volume do impelidor m³ 1,2,...,na Constantes geométricas de ajuste, modelo Barrios (2007) - 1,2,...,nb Constantes geométricas de ajuste, modelo Gamboa (2007) - 1,2,...,nc Constantes geométricas de ajuste, modelo Zhu, et al. (2018) - 1,2,...,nd Constantes geométricas de ajuste, modelo de previsão de surging - Sr Número adimensional de Strouthal - We Número adimensional de Weber - Ca Número adimensional de Capilaridade - Letras Gregas Massa específica do fluido kg/m³ ω Velocidade rotacional da bomba rad/s Eficiência da bomba - Viscosidade dinâmica Pa.s ε Rugosidade superficial m ΔP Diferencial de Pressão Pa Coeficiente de elevação - Coeficiente de potência - Coeficiente de vazão - Inverso do número de Reynolds rotacional - ΔPEuler Diferencial de pressão dado pela equação de Euler Pa Ângulo entre a velocidade relativa e a direção tangencial graus ν Viscosidade cinemática m²/s Parâmetro de desempenho, modelo Turpin - Fração de vazio - λ Fração homogênea - Tensão superficial N/m BEP vis Eficiência da BCS com fluido viscoso no BEP - BEP w Eficiência da BCS com água no BEP - Subscrição 1 Aresta na entrada do impelidor 2 Aresta na saída do impelidor i IdealL Fase líquida G Fase gasosa M Mistura gás-líquido S Superficial w Fase líquida - água vis Fase viscosa s Sucção da bomba d Descarga da bomba MAX Condição de operação da bomba apenas com liquido C Condição de operação crítica I Impelidor MAXI Condição de tamanho máximo da bolha din Condição dinâmica SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................21 1.1 Motivação ................................................................................................... 24 1.2 Objetivos ..................................................................................................... 26 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ...................................................................................28 2.1 Conceitos Básicos ....................................................................................... 28 2.1.1 Óleo Ultraviscoso ....................................................................................................28 2.1.2 Bombas Centrífugas .................................................................................................29 2.1.3 Escoamento Bifásico ................................................................................................33 2.2 Revisão Bibliográfica .................................................................................. 37 2.2.1 Escoamento Monofásico de Fluidos Viscosos em Bombas Centrífugas ....................38 2.2.2 Escoamento Bifásico de Fluidos Viscosos em Bombas Centrífugas..........................44 3 METODOLOGIA E APLICAÇÕES...............................................................................56 3.1 Circuito de Testes ........................................................................................ 56 3.2 Instrumentação e Sistema de Aquisição de dados ........................................ 59 3.3 BCS HC20000L 675 ................................................................................... 61 3.4 Fluidos de Trabalho ..................................................................................... 63 3.5 Procedimentos Experimentais...................................................................... 67 3.5.1 Procedimento para Partida do Circuito de Testes ......................................................67 3.5.2 Procedimento de Aquisição de Dados da BCS para o teste Monofásico ....................69 3.5.3 Procedimento de Aquisição de Dados da BCS para o teste Bifásico (surging) ..........70 3.6 Matriz de Testes .......................................................................................... 71 3.6.1 Testes Monofásicos..................................................................................................71 3.6.2 Testes Bifásicos .......................................................................................................72 4 RESULTADOS EXPERIMENTAIS E DISCUSSÕES ...................................................73 4.1 Testes Monofásicos com Diesel S500.......................................................... 73 4.2 Testes Monofásicos com Óleo “A” .............................................................. 80 4.2.1 Curvas Adimensionais BCS HC20000L ...................................................................89 4.2.2 Análise dos Fatores de Correção Viscosos ...............................................................92 4.2.3 Aplicação de modelo unidimensional para cálculo de parâmetros de desempenho da BCS Ψ e Π .....................................................................................................................99 4.3 Testes Bifásicos Óleo A – Nitrogênio ........................................................ 106 4.3.1 Efeito da Rotação ................................................................................................... 107 4.3.2 Efeito da Viscosidade ............................................................................................ 109 4.3.3 Efeito da Vazão de Líquido .................................................................................... 110 4.3.4 Incremento de Pressão por Estágio ......................................................................... 112 4.3.5 Previsão de ponto de Surging com modelos existentes na Literatura ...................... 115 4.3.6 Metodologia proposta para cálculo de fração volumétrica de gás crítica na condição de surging para escoamento bifásico viscoso ..................................................... 123 5 CONCLUSÕES .............................................................................................................. 129 REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 133 APÊNDICE A – CALIBRAÇÃO DE INSTRUMENTOS .................................................... 139 APÊNDICE B – ANÁLISE DE INCERTEZAS EXPERIMENTAIS .................................. 143 APÊNDICE C – PROBLEMAS OPERACIONAIS DURANTE OS TESTES .................... 148 APÊNDICE D – RESULTADOS EXPERIMENTAIS ......................................................... 155 21 1 INTRODUÇÃO O petróleo é uma das centrais fontes de energia fóssil no mundo, encontra-se acumulado em diferentes profundidades do subsolo, tanto em terra como no mar, sendo que a maior parte destas acumulações encontra-se no mar (ANDREOLLI, 2016). O petróleo pode ser classificado pela facilidade de extraí-lo, de modo convencional e não convencional. É denominado como convencional, quando a energia contida no reservatório é capaz de transportar naturalmente os fluidos, desde o fundo de poços até a superfície. Esse cenário acontece geralmente em campos petrolíferos que estão iniciando sua vida produtiva ou quando os petróleos produzidos são leves com grau API acima de 20 graus (TREVISAN; FRANÇA; OKABE, 2009). Por outra parte, é denominado como não convencional, quando o reservatório requer energia adicional para transportar os fluidos. Essa energia externa pode ser adicionada mediante métodos de recuperação secundária, terciária, estimulação de poços e/ou aplicação de sistemas de elevação artificial. Esse cenário de baixa energia, geralmente, ocorre quando o campo já está no final da sua vida produtiva (campos maduros) ou o petróleo a ser produzido é pesado ou extrapesado, com grau API abaixo de 20 graus e viscosidades de 100 até 10,000 cP. Atualmente, o petróleo convencional é capaz de atender a demanda mundial deste tipo de energia, porém, a demanda deste fluido cresce a cada ano em uma média de 1.2 a 1.5 milhões de barris por dia. Além disso, 81% dos campos petrolíferos produtores de petróleo leve já estão em declínio natural (FUSTIER et al., 2016). Estima-se que as grandes reservas de petróleo pesado existentes sejam da ordem de três trilhões de barris de óleo em campos descobertos e não explorados. Isso faz com que a importância dos petróleos não convencionais, dentro do cenário energético mundial, aumente dia a dia, prevendo-se que, para o ano 2040, sejam a principal fonte de energia fóssil no mundo (MEYER; ATTANASI; FREEMAN, 2007). Por isso, a exploração e produção de petróleo não convencional vêm ganhando destaque global nas últimas décadas e na busca de aumentar o volume recuperável de óleo ultraviscoso ou antecipar receitas, a indústria petrolífera utiliza métodos de elevação artificial, que consistem em aumentar a energia disponível para o escoamento do fluido, ou reduzir o gradiente gravitacional na coluna de produção e riser. Os métodos de elevação artificial mais utilizados na indústria são citados a seguir em ordem de importância: Gas lift contínuo ou intermitente (GLC – GLI); 22 Bombeio Centrífugo Submerso (BCS); Bombeio Mecânico com hastes (BM); Bombeio por Cavidade Progressiva (BCP); Aseleção do melhor método de elevação artificial para um determinado poço ou campo, depende de vários fatores. Os principais são: número de poços, locação da instalação, geometria do poço, propriedades e características dos fluidos, produção estimada, caraterísticas do reservatório, facilidades de superfície, completação do poço e outros fatores. (THOMAS, 2004) Um dos métodos de elevação artificial mais eficientes e flexíveis para altas vazões de líquido e grandes profundidades de instalação é o bombeio centrífugo submerso. Segundo Flatern (FLATERN, 2015), aproximadamente 150 a 200 mil unidades de sistemas BCS estão em operação (dado global), convertendo o BCS o terceiro método de elevação artificial mais utilizado no mundo, depois, somente do bombeio mecânico e gas lift. . O conjunto BCS contempla equipamentos tanto no fundo de poço quanto na superfície. Os equipamentos são descritos na Figura 1.1 para o caso específico de poço em terra. Esse método de elevação artificial consiste principalmente em uma bomba centrífuga de múltiplos estágios associada a um motor elétrico de indução trifásico, a qual é energizada mediante um cabo elétrico que transporta a energia da superfície até o fundo do poço. Quando o poço possui altas frações de gás livre, pode ser instalado um manuseador ou separador de gás, assim como sensores de fundo (pressão e temperatura) para acompanhar o rendimento da bomba de forma remota. A função principal do sistema é fornecer a energia faltante ao reservatório, incrementando a pressão do fluido, e elevar o mesmo até a superfície. Cada estágio da bomba é formado por um rotor (impelidor) e um estator (difusor) Figura 1.2 (a). O impelidor gira e fornece energia ao fluido bombeado a partir do aumento da sua energia cinética. O difusor é estacionário e transforma a energia cinética em energia de pressão antes de redirecionar o fluido para o próximo estágio. Cada estágio contribui com uma parcela do incremento da pressão total que a bomba fornece ao fluido. Em uma bomba são colocados tantos estágios quantos forem necessários para obter a vazão desejada. 23 Figura 1.1 - Instalação tradicional de BCS onshore. Adaptado de (SCHLUMBERGER, 2007). 24 (a) (b) Figura 1.2 - Peças de uma BCS: (a) Impulsor, parte giratória (esquerda) e difusor, parte fixa (direita) (UCT Coatings) e (b) Estágios de uma BCS (Neptuno Pumps, 2012). A BCS é aplicável tanto em completação seca quanto completação molhada, tipicamente em poços com altas vazões de líquido, entre 50 m³/d a mais de 5000 m³/d, e pode operar em poços com diferentes geometrias (vertical, horizontal ou desviados). Entretanto, o sistema apresenta limitações, tais como poços com produção de areia, que podem gerar desgaste por abrasão; poços profundos com altas vazões de produção que necessitam de altas potências de acionamento; poços com baixa pressão de saturação ou alto RGO (Razão Gás- Óleo), que possam operar com altas frações de gás livre na sucção da bomba, afetando o funcionamento da mesma; e poços com óleos ultraviscosos, ou poços com presença de emulsões, degradando a capacidade de vazão, elevação e aumentado a potência da bomba. 1.1 Motivação Atualmente, as fabricantes de bombas centrífugas submersas, que são aplicadas na indústria petrolífera, testam estes equipamentos usando água como fluido de trabalho e levantam curvas representativas do comportamento da bomba em função das propriedades desse fluido (Figura 1.3). No entanto, esses tipos de curvas podem ter validade para análise e aplicação no projeto quando o petróleo produzido é leve; já, para petróleos não convencionais (ultraviscosos), é necessário realizar uma correção de destas curvas de desempenho, considerando a degradação devido à viscosidade, para assim, não serem cometidos erros consideráveis na hora de projetar a bomba. 25 HEAD (FT) Power (HP) Eff (%) OPERATING RANGE 5000 10000 15000 20000 25000 30000 Flowrate (BPD) 90 80 80.0 70 70.0 60 60.0 50 25.0 50.0 40 20.0 40.0 30 15.0 30.0 20 10.0 20.0 10 5.0 10.0 60Hz HC20000L Pump 675 SERIES 1 Stage Performance Curve RPM=3500 Sp.Gr.=1.0 Figura 1.3 – Curva típica de uma BCS disponibilizada pelo fabricante. Adaptado de (BAKER HUGHES, 2011) A operação das bombas centrífugas com fluidos viscosos tem sido objeto de estudo para muitos pesquisadores ao longo das últimas décadas. Amaral (AMARAL; ESTEVAM; FRANCA, 2009), sintetizou esses estudos e classificou eles segundo à abordagem em dois grupos, (a) Abordagem empírico e (b) Abordagem determinístico. As abordagens empíricas, tal como seu nome indica, está baseada na experimentação e na implementação de fatores de correção que ajustem o comportamento da bomba para casos viscosos, tendo como base as curvas de operação com água. Os principais trabalhos foram realizados por Stepanoff (STEPANOFF, 1949), Tualp procedure (SOLANO, 2009, p. 15), Hydraulic Institute (HYDRAULIC INSTITUTE, 1955), Turzo et al. (TURZO; TAKACS; ZSUGA, 2000), e a norma ANSI-HI 9.6.7 (HYDRAULIC INSTITUTE, 2010). As abordagens determinísticas surgem através de diferenças encontradas pelos pesquisadores entre o desempenho real e o previsto pelos métodos empíricos. Os autores deste tipo de abordagem optaram por analisar o desempenho da bomba mediante modelos matemáticos, analisando os principais fatores de degradação do desempenho da bomba. As principais referências são: Gülich (GÜLICH, 1999a, 1999b, 2008), Sun & Prado (SUN; PRADO, 2005), Amaral (AMARAL, 2007) e Solano (SOLANO, 2009). Devido ao fato de que os principais modelos de correção de desempenho viscoso foram realizados em maior parte para bombas centrífugas convencionais ou de voluta, de simples estágio e grandes diâmetros, as quais diferem das bombas utilizadas na indústria de petróleo, que são de tipo radial, axial ou mista, com diâmetros pequenos e múltiplos estágios, 26 a aplicação dos fatores de correção e correlações propostas pelos diferentes autores resulta em imprecisões consideráveis na hora de usá-las com BCSS (MONTE VERDE, 2016). Por outro lado, a operação de bombas centrífugas com presença de gás também foi motivo de estudo para diferentes pesquisadores, devido às grandes quantidades de gás (livre ou associado) que podem ser encontradas na produção de petróleo, e que terminam degradando a eficiência da bomba, neste trabalho será estudado principalmente o efeito de surging, mesmo que será contextualizado mais adiante. As principais referências são: Estevam (ESTEVAM, 2002), Barrios (BARRIOS, 2007), Gamboa (GAMBOA, 2008), Paternost (PATERNOST, 2013), Biazussi (BIAZUSSI, 2014), Monte Verde (MONTE VERDE, 2016), Zhu et al. (ZHU et al., 2018) entre outros. Determinar o início do fenômeno de surging na geometria complexa da bomba centrifuga é um trabalho difícil, por isso a maioria das pesquisas na indústria do petróleo são de natureza empírica e poucos modelos mecanicistas foram apresentados. O principal problema dos estudos empíricos realizados é que são para modelos (geometria e estágios) específicos de bombas, e os modelos mecanicistas disponíveis ainda possuem comportamentos muito discrepantes entre si. As BCSS trabalhando com petróleo ultraviscoso monofásico e bifásico, foi pouco investigado A predição do comportamento experimental estágio por estágio de um modelo de bomba comercial será um grande aporte para a indústria de petróleo não convencional. 1.2 Objetivos Os objetivos centrais do presente trabalho são: Avaliar experimentalmente a degradação do funcionamento da BCSS HC 20000L, quando ela opera com escoamento monofásico (petróleo cru) e bifásico (petróleo cru + gás livre) ultraviscoso, com o objetivo de identificar experimentalmente a diminuição do desempenhoe a transição de padrão de escoamento no impelidor da bomba (surging), respectivamente. Comparar os dados experimentais com os modelos e correlações semiempíricas disponíveis na bibliografia, para finalmente propor correções a fim de antecipar o desempenho real da BCS em campo. Para alcançar esses objetivos, as seguintes metas foram cumpridas: Construção e montagem de um circuito de testes, para determinar o desempenho óleos ultraviscosos com escoamento monofásico e bifásico numa bomba centrífuga submersa; 27 Desenvolvimento de um sistema de controle e aquisição de dados para automatizar a operação de BCS, visando análise e levantamento de curvas de elevação, potência e eficiência versus vazão; Realizar um conjunto de experimentos monofásicos e bifásicos, que permitam dar a conhecer a degradação do desempenho da bomba; Revisão bibliográfica sobre os modelos de correção de desempenho viscoso monofásico e previsão de surging para escoamento bifásico; Interpretar e ajustar os dados experimentais coletados com os modelos disponíveis na literatura; Avaliar e discutir sobre os efeitos de aquecimento do fluido ao longo da bomba e mudanças no desempenho; Avaliar e discutir sobre o comportamento da mistura bifásica ultraviscosa ao longo dos estágios da bomba; Propor uma metodologia para corrigir os efeitos de aquecimento do fluido que em consequência muda o desempenho da bomba ao longo dos estágios, para simular uma bomba com mais rotores, para escoamento monofásico viscoso; Propor uma metodologia para previsão de condição de surging, para escoamento bifásico viscoso; A dissertação foi organizada na seguinte forma: O Capítulo 2 contextualiza os fluidos de trabalho, particularmente, o petróleo ultraviscoso, o método de elevação artificial por bombeamento centrífugo e os trabalhos anteriores sobre Bombas Centrifugas Submersas, com escoamento monofásico e bifásico viscoso. No Capítulo 3, são apresentados a bancada de testes, a instrumentação envolvida, os procedimentos experimentais e o conjunto de testes experimentais a serem realizados, que, por sua vez, é dividida em testes monofásicos e bifásicos. No Capítulo 4, são apresentados, discutidos e analisados os resultados dos testes experimentais, mediante ajuda de figuras que mostram o desempenho da bomba e a aplicação de modelos existentes na literatura. Por fim, no Capítulo 5, são apresentadas as conclusões do trabalho com base nos resultados obtidos e sugestões de trabalhos futuros que possam contribuir nesta linha de pesquisa. 28 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Este capítulo apresenta uma revisão das teorias, definições e conceitos básicos sobre o petróleo ultraviscoso, bombas centrífugas e escoamento bifásico. Posteriormente, serão revisados os principais trabalhos que abordaram desempenho monofásico/bifásico viscoso, correlações para correção de desempenho da bomba quando opera com fluido viscoso, correlações para determinar a transição de padrão de escoamento (fenômeno surging) e efeitos de aquecimento na BCS. 2.1 Conceitos Básicos 2.1.1 Óleo Ultraviscoso O óleo pesado é uma amalgama complexa com hidrocarbonetos de alto peso molecular, por definição tem uma viscosidade de 100 cP ou maior (BANNWART, 2000) e grau API menor a 22° Classificação ANP (ANP, 2000), de acordo com a Tabela 2.1. O grau API é a unidade de medida do instituto americano de petróleo que indica se o óleo é leve ou pesado, a partir da densidade relativa do óleo a °60 F (SGO 60˚F - specific gravity of oil), usualmente aplicada na indústria do petróleo. O grau API pode-se calcular com a Equação (2.1): 60 141.5 131,5 O F API SG (2.1) Tabela 2.1 - Classificação do petróleo pela Agência Nacional do Petróleo do Brasil. Adaptado de (ANP, 2000). Tipo de óleo °API Leve °API ≥ 31 Meio 22 ≤ °API < 31 Pesado 10 ≤ °API < 22 Extrapesado °API ≤ 10 Os óleos pesados são caracterizados por uma massa específica alta, viscosidade elevada, baixa relação H/C, bem como altos teores de asfalteno, resina, metais pesados, enxofre e nitrogênio, frequentemente apresentando uma cor preta. (SANTOS; LO, 2014) 29 2.1.2 Bombas Centrífugas As bombas centrífugas são turbomáquinas que adicionam energia a um fluido, realizando trabalho sobre o mesmo. São compostas por um elemento rotativo (impelidor ou rotor) e um elemento estático (difusor ou estator). O elemento rotativo é acionado através de uma fonte de energia externa (motor). A função principal de uma bomba centrífuga é entregar energia ao fluido, da seguinte forma, inicialmente, a energia elétrica do motor transforma-se em energia cinética; através de rotores, essa energia cinética é transferida ao fluido, e na sequência, o estator desacelera o fluxo, convertendo a energia cinética em energia de pressão; essa combinação entre o rotor e estator é conhecida como estágio. A bomba centrífuga submersa (BCS) é uma bomba centrífuga de múltiplos estágios, desenvolvida para operar dentro de um poço de petróleo. Para essa aplicação, a restrição quanto ao diâmetro é superada adicionando múltiplos estágios na bomba Figura 2.1. (a) (b) Figura 2.1 - Corte transversal BCS (a) Geometria radial (b) Geometria mista. Adaptado de (WOOD GROUP, 2004) 30 Entender o escoamento de fluidos no interior da bomba (impelidor – difusor) é complexo, é por isso que foi desenvolvido diagramas de velocidade para os escoamentos da entrada e saída do impelidor, conforme apresentados na Figura 2.2. Para compreender a Figura 2.2, considera-se que o rotor está composto por um número infinito de lâminas (pás), em consequência as linhas de correntes coincidem com as lâminas e o escoamento real é idealizado por um escoamento unidimensional; o diagrama é valido para todos os pontos do diâmetro do rotor, porém usualmente é traçado na entrada e saída do rotor por diferentes considerações, admitindo que o fluido entra no rotor em r = r1, com uma velocidade absoluta V1, formada pela soma vectorial da componente de velocidade relativa w1 e a velocidade tangencial u1, e sai do rotor em r = r2, com uma velocidade absoluta V2 formada de maneira similar na secção de entrada. As inclinações das lâminas estão representadas pelo ângulo β1 e β2 na entrada e saída respectivamente. Explicações mais detalhadas podem se encontrar nos livros como: Fox (FOX et al., 2018) e White (WHITE, 2011), entre outros. Figura 2.2 - Triângulos de velocidade no rotor. Adaptado de (WHITE, 2011). Esses diagramas fornecem todas as informações necessárias para calcular o torque absorvido pelo rotor ou a potência ideal entregue ao fluido pelo rotor, aplicando o balanço da quantidade de movimento angular ao rotor, desprezando o campo gravitacional e assumindo que o escoamento ocorre em regime permanente. 2 2 1 1eixo t tT rV rV m (2.2) onde 𝑚̇ é a vazão mássica que é 𝑚̇ = ρ q. 31 O trabalho realizado sobre o rotor, considerando que não há perdas no processo, define-se como: hi eixoP T (2.3) substituindo a Equação (2.2) na Equação (2.3), tem-se: 2 2 1 1hi t tP u V uV q (2.4) A partir da última expressão, o ganho de pressão entregue ao fluido pelo impelidor, conhecida como a equação do Euler, pode ser escrita desprezando as variações de energia cinética e potencial: 2 2 1 1Euler t tP u V uV (2.5) Aplicando relações geométricas do triângulo de velocidades na saída e, considerando, que o fluido ingressa no rotor sem componente tangencial (α1=90˚), obtém-se: 2 2 2 2 2 2 cot 1 2 Euler q P u r b u (2.6) onde b2 é a altura do canal na saída do rotor, 𝑟2 é raio externo do rotor e q é vazão volumétrica de líquido. Então, os principais parâmetros para mensurar o desempenho de uma bomba centrífuga são: a potência hidráulica transferida ao fluido, a potênciamecânica consumida pela bomba e a capacidade de elevação ou head e são definidos como: Potência hidráulica (Ph) é calculada mediante um balanço de energia aplicada a um volume de controle dentro da bomba admitindo escoamento adiabático, isotérmico e incompressível em regime permanente hP q gH (2.7) onde, q é a vazão total, ρ é a massa específica do fluido, g é a aceleração da gravidade e H é a elevação manométrica da bomba. - Capacidade de elevação ou head: 2 2 arg 2 2 desc a sucção P V P V H z z g g g g (2.8) onde P é a pressão, V é a velocidade do fluido e z é a distância vertical. - Potência mecânica ou brake horse power BHP: eixoBHP T (2.9) onde ω é a velocidade rotacional da bomba e Teixo é o torque no eixo. 32 A combinação das propriedades supracitadas fornece a eficiência da bomba η, definida como: h eixo P gHq BHP T (2.10) Por outro lado, a maior parte dos fenômenos em mecânica dos fluidos apresenta dependência complexa das características geométricas e de escoamento. Para ter uma melhor compreensão física da teoria idealizada desenvolvida para bombas centrifugas, serão avaliados dois parâmetros de desempenho de bombas que são, o incremento de pressão ΔP e potência mecânica BHP mediante análise dimensional. 1 , , , , ,P f q D (2.11) 2 , , , , ,BHP f q D (2.12) Deste modo, as Equações (2.11) e (2.12) mostram que a altura elevação manométrica ou ganho de pressão ΔP e a potência mecânica BHP são dependentes da vazão q, massa específica ρ, velocidade da rotação ω, diâmetro do impelidor D, viscosidade µ e rugosidade superficial ε. Aplicando o teorema π de Buckingham, obtém-se os seguintes grupos adimensionais: - O inverso do número de Reynolds rotacional (X ): 2 1 Re D (2.13) - Coeficiente de vazão (Φ): 3 q D (2.14) - Coeficiente de elevação (Ψ): 12 2 ; , , P g D D (2.15) - Coeficiente de potência (Π): 23 5 ; , , BHP g D D (2.16) O parâmetro ε/D é a rugosidade relativa, afeta principalmente a bombas com pequeno diâmetro. O rendimento η já é um adimensional e está relacionado aos parâmetros definidos nas Equações (2.15), (2.16) e (2.14). 33 (2.17) Finalmente, a velocidade específica Ns, que resulta da combinação dos números adimensionais como se mostra a seguir: 0,5 0,75S N (2.18) A temperatura da bomba é uma variável importante, uma vez que a mudança desta variável e os efeitos no desempenho da bomba são objeto de estudo neste trabalho. A bomba centrífuga pode ser interpretada como um conversor de energias, porém, a eficiência de transformação para energia útil é inevitavelmente inferior a 100%, ou seja, há perdas envolvidas. Considerando-se escoamento adiabático, essas perdas acabam como calor gerado na bomba que é absorvida pelo fluido. Para estimar o aumento de temperatura no fluido, um balanço de energia entre o calor gerado e o calor absorvido em condições de estado estacionário foi proposto por Monte Verde (2016) dado por: 1 1 h f L P L P BHP P P T m c c (2.19) onde BHP é a potência consumida pela bomba, Ph é a potência hidráulica fornecida ao fluido, Lm é a vazão mássica de fluido, η é a eficiência da bomba, ΔP é a pressão gerada e cP é o calor específico do fluido. 2.1.3 Escoamento Bifásico Quando a pressão de saturação do petróleo é atingida, podemos dizer que a fase líquida e gasosa coexistem em equilíbrio para uma temperatura dada, portanto, para pressões abaixo da pressão de saturação, a fase gasosa e líquida escoarão simultaneamente nos equipamentos (BCS, tubulação, etc.), a distribuição destas fases na tubulação e nos estágios da BCS são conhecidas como padrões de escoamento. Neste trabalho, serão adotados os padrões de escoamento identificados pelo Monte Verde (MONTE VERDE, 2016), que são descritos a seguir. 2.1.3.1 Padrões de Escoamento Monte Verde (MONTE VERDE, 2016), realizou um estudo experimental de visualização do escoamento gás-líquido (ar-água) no interior do impelidor de uma BCS, no qual identificou quatro padrões de escoamento que são: 34 a) Bubble Flow Padrão observado apenas para quantidades de gás extremamente baixas e consiste de pequenas bolhas dispersas ao longo dos canais do impelidor. b) Agglomerated Bubble Flow Aumentando a fração de gás a partir do padrão Bubble flow, a população de bolhas e o tamanho das mesmas também aumenta, tornando a interação entre elas mais evidente, atingindo um novo padrão de escoamento. O formato das bolhas maiores, fruto da coalescência, é indefinido, e a força de arrasto já não é suficiente para carrear essas bolhas que tendem a ficar estacionárias dentro dos canais ou escoam com uma velocidade inferior. c) Gas Pocket Flow Com o aumento da fração de gás, observa-se que a coalescência das bolhas aumenta, o tamanho da bolha formada é de tal magnitude que bloqueia parte da área de entrada do impelidor, degradando a capacidade da bomba de gerar pressão. Essa instabilidade operacional é definida pelo autor como Surging. d) Segregated Flow Aumentando-se ainda mais a fração de gás, as estruturas estacionárias, ou bolhas alongadas aumentam de tamanho na direção radial e passam a ocupar toda extensão do impelidor. As fases segregam-se e o gás passa a formar uma fase contínua. A redução da área disponível ao escoamento do líquido torna a bomba incapaz de transferir energia ao fluido, resultando em uma altura de elevação praticamente nula. Essa condição operacional é descrita em aplicações práticas como Gas Locking. Tanto as definições supracitadas, quanto as figuras que ilustram essas definições foram obtidas da Tese do Monte Verde. (MONTE VERDE, 2016) (a) (b) 35 (c) (d) Figura 2.3 – Padrão de Escoamento bifásico no interior do impelidor (a) Bubble Flow, (b) Aglomerated bubble flow, (c) Gas pocket flow e (d) Segregated Flow (MONTE VERDE, 2016). 2.1.3.2 Terminologia em Escoamento Bifásico A literatura apresenta diversas classes de terminologia para escoamentos bifásicos em tubulações, neste trabalho adotamos a nomenclatura utilizada no livro de Shoham (SHOHAM, 2006), onde os subscritos L e G caracterizam a fase líquida e gás, respectivamente. As unidades utilizadas correspondem ao Sistema Internacional (SI): A vazão mássica da mistura Mm é: M L Gm m m (2.20) onde Lm e Gm são as vazões mássicas do líquido e do gás, respectivamente. A vazão volumétrica da mistura qM é definida como: M L Gq q q (2.21) Sendo que: ; GLL G L G mm q q (2.22) onde qL e qG são as vazões volumétricas do líquido e do gás, respectivamente; e ρL e ρG são as massas específicas do liquido e do gás. As velocidades superficiais do líquido VSL e de gás VSG são definidas como as vazões volumétricas divididas pela área transversal do tubo At, ou seja: 36 ; GLSL SG t t qq V V A A (2.23) A soma das velocidades superficiais supracitadas é a velocidade da mistura VM. L G M SL SG t q q V V V A (2.24) A fração de vazio α pode ser definida também como a razão entre a área transversal ocupada pela fase líquida ou gás e a área da seção transversal ao escoamento. No caso de tubulações, as frações de vazio são: L ; ; 1 G L G L G t t A A A A (2.25) onde AG e AL são as áreas ocupadas pelo gás e liquido, respectivamente, na seção transversal do tubo At. A velocidade superficial previamente definida não corresponde à velocidade real local de cada fase, já que cada fase ocupa só uma fração da seção transversal ao escoamento. Portanto, a velocidadereal local de gás e líquido, respectivamente, são: = ; G SG SLLG L G G L L q V Vq V V A A (2.26) As velocidades reais das fases frequentemente são diferentes. A velocidade do escorregamento representa a velocidade relativa entre as duas fases e é dada por, SLIP G LV V V (2.27) Quando o escoamento é considerado de características homogêneas, as fases não apresentam escorregamento entre elas. Portanto, a velocidade da fase líquida é igual à velocidade da fase gasosa VG = VL, reescrevendo a equação (2.25), temos o seguinte: G G G G G G t G L G G L L L L L L L t G L L G L A A V q A A A V q q A A V q A A A V q q (2.28) onde λG e λL são conhecidas como frações homogêneas de gás e líquido, respectivamente. Finalmente as propriedades médias, considerando o modelo homogêneo seriam: 1M G G L G (2.29) e 1M G G L G (2.30) 37 2.2 Revisão Bibliográfica Nesta secção, alguns estudos anteriores relacionados ao tema desta dissertação são apresentados e discutidos. Os principais temas abordados na revisão da literatura são: Operação de bombas com fluidos viscosos: Os principais efeitos do aumento da viscosidade do líquido na operação de uma bomba centrífuga são os seguintes: Degradação na vazão da bomba; Degradação da altura de elevação da bomba; Incremento da potência necessária para acionar a bomba e Redução da eficiência da bomba. Operação de bombas centrífugas com misturas bifásicas: Os principais efeitos da presença de gás livre na sucção da bomba são os seguintes: A quantidade de energia cinética transferida ao fluido pelo rotor que, posteriormente, converte-se em energia de pressão no difusor é proporcional à massa específica do fluido bombeado; quando a bomba opera com um fluido com uma massa específica menor, ou seja, fluido com presença de gás livre, o desempenho deteriora-se significativamente (Figura 2.4), já que o gás livre não pode produzir um incremento de pressão similar ao de um fluido monofásico pela proporcionalidade da massa específica e energia cinética. Figura 2.4 – Efeito da presença de gás no desempenho da BCS (TAKACS, 2009). 38 Os volumes de gás livre altos podem causar flutuações cíclicas na pressão do sistema, flutuações que são refletidas em mudanças cíclicas na carga do motor, forçando ao controlador de superfície a desligar a unidade BCSS. Essas flutuações são também conhecidas como condição de surging. O surging pode- se definir como o ponto de operação na curva de pressão versus vazão, em que ocorre a maior pressão de descarga. Quando as quantidades de gás livre são ainda mais consideráveis, a bomba pode sofrer a condição de bloqueio de gás ou gas locking. Nesta fase, a bomba é incapaz de gerar pressão. Assim, a bomba continua girando, consumindo potência, porém sem transferir energia ao fluido. A identificação dos padrões de escoamento gás-liquido, que ocorre- no interior do impelidor, a influência da viscosidade e da tensão superficial no arranjo entre as fases, entre outros, são fatores importantes que podem ser relacionados com o desempenho da bomba centrífuga. Monte Verde (MONTE VERDE, 2016), identificou esses padrões (Figura 2.3) e os relacionou com os efeitos de surging e gas locking. Os efeitos descritos foram observados por diferentes pesquisadores e serão detalhados mais adiante. 2.2.1 Escoamento Monofásico de Fluidos Viscosos em Bombas Centrífugas Curvas de desempenho de uma bomba, semelhantes à apresentada na Figura 1.3, são fornecidas pelos fabricantes considerando a água como fluido bombeado. As informações que podem ser extraídas destas são: altura de elevação (head), potência e eficiência da bomba para uma vazão determinada. Diversos autores realizaram estudos empíricos e semiempíricos para predizer o desempenho da bomba operando com fluidos viscosos. Neste trabalho, destacam-se métodos empíricos que vão estar divididos em dois grupos: uns baseados na modificação do número de Reynolds, e outros baseados nos ábacos da Hydraulic Insitutute (HI). A seguir, apresentamos os mais importantes para o melhor entendimento deste trabalho. 2.2.1.1 Trabalhos relacionados com a modificação do número de Reynolds Stepanoff (STEPANOFF, 1949), realizou a análise do problema com ajuda de números adimensionais e verificou mediante testes que, quando a bomba opera no ponto de melhor eficiência (BEP - best efficiency point) a uma rotação constante, a altura de elevação e 39 a vazão da bomba são afetadas pelo incremento da viscosidade do fluido. A partir desta análise, obtém-se os fatores de correção que são validos apenas para a condição operacional de BEP, apresentados nas equações (2.31), (2.32) e (2.33): BEP BEP vis Q BEP w q C q (2.31) BEP BEP vis H BEP w H C H (2.32) BEP BEP vis BEP w C (2.33) Finalmente, o pesquisador apresentou um ábaco que relaciona o número de Reynolds modificado (Reynolds de Stepanoff) e os fatores de correção. As desvantagens deste procedimento são: a aplicação para uma condição específica da bomba (BEP), os valores de operação com água têm que ser conhecidos, e como o Reynolds de Stepanoff está em função da vazão de fluido viscoso torna o processo iterativo. A Tualp no ano 2006, elaborou um procedimento para calcular os fatores de correção viscoso de forma direta, esse procedimento está apresentado em detalhe na Tese de mestrado de Edgar Solano (SOLANO, 2009), e mostra basicamente um novo número de Reynolds modificado, Equação (2.34), que é função somente de dados de desempenho da bomba operando com água. Re 6,0345 BEP w evdocia BEP w q H (2.34) onde 𝜔 é a rotação em rpm, qwBEP é a vazão de água no BEP em bdp, 𝜈 é a viscosidade cinemática do fluido em cSt e Hw BEP é a altura de elevação com água no BEP em ft. Posteriormente, apresentou expressões analíticas para os coeficientes de correção viscoso no BEP de elevação e vazão, as quais são dadas pela Equação (2.35) e (2.36), respectivamente. 0,3677690,033823Re 1 evdocia BEP BEP vis H BEP w H C e H (2.35) 1,5 1,5 BEP BEP BEP BEP vis vis Q H BEP BEP w w q H C C q H (2.36) BEP BEP vis BEP w C (2.37) Gülich (GÜLICH, 1999a, 1999b, 2008) desenvolveu dois métodos para estimar o desempenho de uma bomba centrífuga operando com fluidos viscosos, o primeiro, baseado 40 em uma análise de perdas hidráulicas e de fricção do disco no rotor e difusor da bomba. Este método é de aplicação complexa e requer dados geométricos específicos que, às vezes, não são disponibilizados pelos fabricantes, porém oferece bons resultados e se aplica a qualquer tipo de bomba. Posteriormente, no ano 2008 propôs um modelo empírico baseado no modelo de perdas de 1999 e resultados de testes disponíveis na literatura. O autor conclui que as perdas hidráulicas e a eficiência da bomba estão em função do número de Reynolds Re e da velocidade específica NS, e propõe um novo número de Reynolds modificado Remod apresentado a seguir: 1,5 0,75 modRe Re S qN f (2.38) Sendo: 2 2Re r (2.39) Onde fq pode ser 1 ou 2 quando a bomba é de sucção simples ou dupla, respectivamente, 𝜔 é a rotação da bomba em rad/s, 𝑟2 é o raio externo do impelidor em m, 𝜈 é a viscosidade cinemática em m²/s. Os fatores de correção de elevação e eficiência previstos pelo modelo de perdas 1999 foram plotados em relação ao número de Reynolds modificado para, finalmente, mediante um ajuste de dados experimentais obter novas correlações de fatores de correção definidas pelas equações (2.40) e (2.41), respectivamente. mod 0,705 mod 19 Re sendo Re yC f y (2.40) , mod 0,735 mod6,7 Re sendo Re BEP x H H optC f x (2.41) O coeficiente de elevação para outros pontos além do BEP é: 0,75 * *1 1 sendo BEPH H H BEP q C f C q q q (2.42) O coeficiente de vazão é: , BEP Q Q H opt HC f f C (2.43) O coeficiente de potência é: Q H Q H P C C f f C C f (2.44) A metodologia empírica proposta por Gülich no ano de 2008 é mais simples e direta do que a metodologia semiempírica proposta em 1999, no entanto deve ser enfatizado 41 que a metodologia semiempíricas de análise de perdas produz resultados mais precisos, porém nem sempre podemos contar com dados geométricos detalhados da bomba. A metodologia empírica pode ser aplicada nos seguintes intervalos de dados: 250 < Remod < 10 7 ou 1500 < Re < 108; 0.140 < d2 < 0.510 m; 1 < ν < 4000x10 6 m²/s. Monte Verde (MONTE VERDE, 2016), realizou testes com a bomba GN5200, série 540 de 3 estágios, bomba usada normalmente na indústria de petróleo. O autor observou elevados desvios entre os fatores de correção experimentais e os previstos pelos principais métodos da literatura, então, com os dados experimentais da bomba mencionada, propôs novos coeficientes de correção baseados na metodologia de Gülich (GÜLICH, 2008). A metodologia de Monte Verde é de cálculo direto, usa como referência a água, fornece resultados apenas para o BEP e é aplicável para os intervalos 6x10² < Remod < 10 6 e 1800 < ω < 3500 rpm. A seguir, apresentam-se os coeficientes de correção modificados para BCSS GN5200: mod 1,139 mod 145,965 Re sendo Re BEP x HC x (2.45) mod 0,688 mod 41,651 Re sendo Re BEP yC y (2.46) mod 0,610 mod 9,257 Re sendo Re BEP z QC z (2.47) Posteriormente, os parâmetros de desempenho corrigidos são calculados pelas Equações (2.35) a (2.37). 2.2.1.2 Trabalhos realizados com base nos ábacos da Hydraulic Institute Por outro lado, a Hydraulic Insitute (HYDRAULIC INSTITUTE, 1955) dirigiu em 1955 um amplo projeto experimental com o propósito de testar bombas centrífugas convencionais de simples estágio, bombeando fluidos de diversas viscosidades, e construir ábacos (ver Figura 2.5), para corrigir o desempenho das bombas mediante a aplicação de fatores de correção de vazão CQ, elevação CH e eficiência Cη. A vantagem deste procedimento é que o ábaco fornece o fator de correção de elevação para quatro vazões diferentes, ou seja, 0,6; 0,8; 1,0; 1,2 vezes a vazão do BEP, corrigindo assim a curva completa de desempenho da bomba centrífuga. Posteriormente, (TURZO; TAKACS; ZSUGA, 2000) viram que havia uma demanda de banco de dados digitalizados para serem inclusos em programas computacionais 42 de seleção ou avaliação de bombas centrífugas. Deste modo, os autores decidiram trabalhar com os dados da HI pela ampla faixa de viscosidade e por ter resultados mais detalhados e, por meio da regressão dos dados, ajustaram equações analíticas das curvas de desempenho testadas pela HI. Figura 2.5 - Ábaco para correção de fatores afetados pela viscosidade em Bombas Centrífugas de 2 a 8” (HYDRAULIC INSTITUTE, 1955). A Hydraulic Institute (HYDRAULIC INSTITUTE, 2010), elaborou uma nova metodologia de cálculo de parâmetros de desempenho de bomba centrifuga em formato de norma, chamada ANSI-HI 9.6.7. Essa metodologia, está baseada em dados experimentais fornecidos pelos fabricantes, que inclui dessa vez testes com bombas de simples e múltiplos estágios, com impelidores de diversas geometrias, vazão e elevação por estágio no ponto de 43 melhor eficiência com água de 3 a 410 m³/h, e 6 a 130 m, respectivamente, e viscosidades cinemáticas de 1 a 3000 cSt. O modelo empírico proposto corrige o desempenho por meio dos coeficientes de vazão CQ, elevação CH e eficiência Cη, que, por sua vez, são função do parâmetro B que são definidos a seguir: vis Q w q C q (2.48) vis H w H C H (2.49) vis w C (2.50) 0,0625 0,5 0,375 0,25 16,5 BEP w BEP w H B q (2.51) onde 𝜈 é a viscosidade cinemática em cSt, 𝐻𝑤BEP é a altura de elevação com água no BEP em metros, q𝑤BEP é a vazão de água no BEP em m³/h e 𝜔 é a rotação em rpm. Se 1 < B < 40, os coeficientes são: 3,150,165 2,71 Log BBEP Q HC C (2.52) 0,75 1 1 BEP wH H BEP w q C C q (2.53) 0,690,0547 BC B (2.54) Para valores de B < 1, os coeficientes de correção são unitários, para B > 40 o procedimento não pode ser aplicado. As conclusões que obtemos da revisão bibliográfica realizada para o escoamento monofásico viscoso em bombas centrífugas são: A maioria das pesquisas realizadas para investigar a degradação da eficiência pelo efeito da viscosidade são empíricas, devido à dificuldade de modelar matematicamente à geometria complexa da bomba; Existem dois tipos de abordagens empíricos estudados nesta revisão, os trabalhos que modificam o número de Reynolds para calcular o desempenho da bomba com escoamento monofásico viscosos, dos quais foram destacados: o 44 trabalho do Stepanoff (1949), Tualp (2006), Gülich (2008) e Monte Verde (2016), e os trabalhos que utilizam os ábacos da HI para realizar a correção, dos quais destacamos: Hydraulic Institute (1955), Turzo et al. (2000) e ANSI HI 9.6.7 (2010), ambos casos são de rápida aplicação; As abordagens semiempíricas estudadas nesta revisão, são baseadas nas dissipações de energia no interior do impelidor, para aplicar esses modelos é necessário conhecer os parâmetros geométricos da bomba, essas abordagens oferecem bons resultados, e neste trabalho será utilizado principalmente o modelo de Biazussi (2014); A maioria dos estudos de desempenho viscoso foi realizado utilizando bombas centrifugas convencionais, as quais diferem em tamanho e geometria das bombas utilizadas na indústria de petróleo. 2.2.2 Escoamento Bifásico de Fluidos Viscosos em Bombas Centrífugas Os estudos experimentais pioneiros com relação ao impacto do gás livre no interior de uma bomba centrifuga, foram realizados por Murakami e Minemura, em 1974 (MURAKAMI; MINEMURA, 1974a, 1974b). Empregando uma bomba de impulsor semiaberta com um revestimento transparente, observaram experimentalmente o comportamento das bolhas de ar arrastadas. A diminuição da capacidade de elevação total da bomba causada pela admissão de ar, o trabalho consumido e a mudança de padrões de escoamento foram descritos. Desde então, os pesquisadores realizaram mais medições experimentais e modelagem matemática sobre o desempenho da bomba centrífuga sob condições de escoamento gasoso. Pode-se afirmar que uma ampla gama experimental de condições de escoamento bifásico em bombas centrífugas submersas já foi coberta por pesquisas realizadas por autores como: Lea e Bearden (LEA; BEARDEN, 1982) que realizaram testes paralelos com BCS operando com água e diesel e observaram instabilidades que denominaram surging e gas locking; Cirilo (CIRILO, 1998) que comparou o desempenho do escoamento bifásico em três BCSS diferentes; Pessoa (PESSOA, 2001) que mediu o incremento de pressão estágio por estágio de uma BCS; Beltur (BELTUR, 2003) que investigou a pressão de surging e efeitos no desempenho segundo a posição dos estágios; Duran (DURAN, 2003) que apresentou correlações com base nos dados experimentais para modelar diferentes padrões de escoamento; Zapata (ZAPATA, 2003) que estudou os efeitos da velocidade rotacional no 45 desempenho de BCS; Estevam (ESTEVAM, 2002) que, baseado na visualização experimental, propôs um primeiro mapa de desempenho em BCS e o adimensional Indicador de Surging; Barrios (BARRIOS, 2007) que visualizou
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