25 pág.

Pré-visualização | Página 2 de 4
as vias podem ser classificadas em federais, estaduais e municipais, sendo os órgãos, respectivamente: ● Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre — DNIT; ● Departamentos de Estradas e Rodagens — DER's; ● Departamentos Municipais. 2.3. NOÇÕES DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO Define-se a Engenharia de Tráfego como sendo a ciência que estabelece as metodologias para se determinar as quantidades de veículos em uma determinada via de circulação (estradas, ruas), bem como o estudo das leis básicas relativas ao fluxo de tráfego e sua origem, da aplicação destes parâmetros no planejamento, projeto e operação dos sistemas de trafego. Como premissa básica, idealiza-se que o sistema de tráfego seja seguro, confortável e eficiente, garantindo o deslocamento de cargas e de passageiros. As pesquisas de tráfego são procedimentos que se realizam com a finalidade de se determinar o número de veículos que circulam em um determinado segmento de uma via, em determinada unidade de tempo, nas condições atuais, em um sentido ou em ambos, de forma a possibilitar o cálculo da projeção do número de veículos que passará a circular, neste mesmo segmento, em condições futuras, ou seja, após a implantação de melhoramentos ou a construção de uma rodovia ou via urbana. As pesquisas básicas de tráfego podem ser diferenciadas em dois tipos: 2.3.1. Contagens Volumétricas Tem por objetivo identificar a quantidade de veículos que circulam em um determinado segmento de uma das vias, em uma determinada unidade de tempo, em um único sentido de deslocamento (ou em ambos), diferenciando cada tipo de veículo. 2.3.2. Pesquisas de Origem e Destino Além de identificar todos os elementos que se obtém em uma contagem volumétrica, as pesquisas de origem e destino permitem definir as características dos veículos tais como o tipo, fator de utilização e principalmente as origens e destinos de percurso. 2.3.3. Capacidade e Nível de Serviço Capacidade é definida como sendo o máximo número de veículos por unidade de tempo com condições razoáveis de trafegar por um determinado trecho de uma rodovia, sob as condições existentes de tráfego e da rodovia, sendo expressa pelo volume de tráfego horário máximo que a estrada comporta. O nível de serviço é uma medida qualitativa de influência de diversos fatores sobre a qualidade da via e conforto do usuário, entre eles: velocidade e o tempo de percurso, frequência das interrupções de tráfego, liberdade de manobras, segurança, comodidade em dirigir e custos de operação. A cada nível de serviço corresponde um volume de tráfego de serviço que é o número máximo de veículos que podem trafegar em um determinado trecho da rodovia. ● Nível A — Fluxo Livre: Condição de escoamento livre, acompanhada por baixos volumes e altas velocidades. A densidade do tráfego é baixa, com velocidade controlada pelo motorista dentro dos limites de velocidade e condições físicas da via. Não há restrições devido à presença de outros veículos. FIGURA 3.4 — NÍVEL DE SERVIÇO A ● Nível B — Fluxo Estável: Fluxo estável, com velocidades de operação a serem restringidas pelas condições de tráfego. Os motoristas possuem razoável liberdade de escolha da velocidade e ainda têm condições de ultrapassagem. FIGURA 3.5 — NÍVEL DE SERVIÇO B ● Nível C — Fluxo Estável: Fluxo ainda estável, porém as velocidades e as ultrapassagens já são controladas pelo alto volume de tráfego. Portanto, muitos dos motoristas não têm liberdade de escolher faixa e velocidade. Fixado como Nível de Serviço Econômico para projetos de rodovias situadas em regiões planas ou onduladas. FIGURA 3.6 — NÍVEL DE SERVIÇO C ● Nível D — Fluxo Próximo a Situação Instável: Fluxo aproximando-se da situação instável com velocidades de operação toleráveis e afetadas pelas condições de operação, cujas flutuações no volume e as restrições temporárias podem causar quedas substanciais na velocidade de operação. Pouca liberdade para o motorista. Aceitável por curtos períodos de tempo. Fixado como Nível de Serviço Econômico para projetos de rodovias situadas em regiões montanhosas. FIGURA 3.7 — NÍVEL DE SERVIÇO D ● Nível E — Fluxo Instável: A via trabalha a plena carga e o fluxo é instável sem condições de ultrapassagem, sendo que a velocidade é controlada pelo tráfego (40 ou 50 km/h). Essa condição permite o máximo volume de tráfego, ou seja, a capacidade. Portanto, o volume de tráfego correspondente ao Nível de Serviço E é igual à Capacidade da rodovia. FIGURA 3.8 — NÍVEL DE SERVIÇO E ● Nível F — Fluxo Forçado: Descreve o escoamento forçado, com velocidades baixas e com volumes acima da capacidade da via. Formam se extensas filas e impossibilita a manobra. Em situações extremas, velocidade e fluxo podem reduzir-se a zero. FIGURA 3.9 — NÍVEL DE SERVIÇO F 2.4. CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL Tem por objetivo agrupar em sistemas e classes as rodovias da Rede Rodoviária Nacional, de acordo com a mobilidade de tráfego e do acesso que cada rodovia exerce sobre a malha, representando uma posição hierárquica decorrente da função exercida. 2.4.1. Sistema Arterial Possuem a função principal de proporcionar um alto nível de mobilidade e controle de acesso, para grandes volumes de tráfego, tráfego de longa distância e só ocasionalmente tráfego local. ● Arterial Principal: Rodovias utilizadas para viagens internacionais e inter- regionais; conexão entre cidades com mais de 150.000 habitantes; ● Arterial Primário: Para viagens interregionais e interestaduais; conexão entre cidades com mais de 50.000 habitantes; ● Arterial Secundário: Para viagens intra-estaduais e intermunicipais; conexão entre cidades com mais de 10.000 habitantes. 2.4.2. Sistema Coletor Atendem a centros populacionais ou centros geradores de tráfego de menor volume, não servidos pelo sistema arterial; ligação de áreas rurais com centros municipais e malha arterial; velocidade de operação inferior as das arteriais; combina mobilidade e acesso. ● Coletor Primário: Rodovias que atendem ao tráfego intermunicipal, sendo alimentadoras do sistema arterial; conexão entre cidades com mais de5.000 habitantes; ● Coletor Secundário: Rodovias que devem proporcionar mobilidade e especialmente o acesso as áreas dentro de um mesmo estado; conexão entre cidades com mais de 2.000 habitantes. 2.4.3. Sistema Local Composto por rodovias de pequena extensão destinadas essencialmente a proporcionar acesso ao tráfego intramunicipal de áreas rurais e de pequenas localidades até as rodovias de nível superior pertencentes, em geral, ao sistema coletor secundário. Caracteriza-se por apresentar baixo volume de tráfego e fácil acesso. 2.5. CONDICIONANTES PARA A CLASSIFICAÇÃO TÉCNICA O Projeto Geométrico de uma rodovia é condicionado principalmente pelo tráfego previsto para nela circular, permitindo o estabelecimento da Classes de Projetos das Rodovias e o adequado dimensionamento de todos os seus elementos relacionados diretamente com a operação do tráfego (velocidades, rampas,