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Metodo do Ensino de EF un05

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FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO 
ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física – Profª. Ms. Aline Sommerhalder, Prof. 
Dr. Fernando Donizete Alves e Prof. Ms. Edson Renato Nardi 
Meu nome é Aline Sommerhalder. Sou pedagoga pela UNESP, campus de 
Rio Claro/SP, mestre em Pedagogia da Motricidade Humana também por 
essa universidade e, atualmente, doutoranda em Educação Escolar pela FCL 
– UNESP, campus de Araraquara/SP. Atuo como docente no Centro Univer-
sitário Claretiano de Batatais, nos cursos de Graduação em Pedagogia (pre-
sencial) e Filosofia (presencial) e nas disciplinas de Didática e Fundamentos 
da Educação Infantil. Já lecionei, também, as disciplinas Fundamentos e 
Métodos do Ensino da Educação Física, Prática de Ensino, Metodologia do 
Ensino Fundamental e Médio e Didática do Ensino Superior, essa última 
nos cursos de Pós-graduação (Especialização) em Educação. Coordeno, ainda, o Laboratório de 
Estudos Lúdicos – Brinquedoteca Claretiana. 
e-mail: sommeraline@hotmail.com
Meu nome é Fernando Donizete Alves. Sou formado em Licenciatura em 
Educação Física pela UNESP, campus de Rio Claro/SP, mestre em Pedagogia 
da Motricidade Humana também por essa universidade e doutor em Educa-
ção Escolar pela FCL – UNESP, campus de Araraquara/SP. Atuo como docente 
no Centro Universitário Claretiano de Batatais, nos cursos de Graduação em 
Pedagogia (presencial) e Educação Física e nas disciplinas de Fundamentos 
e Métodos do Ensino da Educação Física, Crescimento e Desenvolvimento e 
Introdução à Teoria da Educação Física. Nesta Instituição, coordeno o curso 
de Pós-graduação (Especialização) em Recreação e Lazer e também sou co-
ordenador geral da Coordenadoria Geral de Pesquisa e Iniciação Científica. 
e-mail: alvesfd@hotmail.com
Meu nome é Edson Renato Nardi, Filósofo e Educador Físico, Mestre (2010) 
em Educação pela Universidade do Estado de São Paulo - Araraquara. Especia-
lista em Violência Doméstica contra Crianças e Adolescentes pela Universidade 
de São Paulo – São Paulo. Atualmente é professor do Centro Universitário Cla-
retiano onde atua como docente (regime CLT), no curso de Licenciatura em Fi-
losofia, Pedagogia e Educação Física. Atua também como professor efetivo na 
rede pública de ensino do estado de São Paulo nas disciplinas de Educação Físi-
ca e Filosofia. Tem experiência na área de Ensino Fundamental e Médio. Exerci 
durante 8 anos a função de Professor Coordenador das Oficinas Pedagógicas 
(PCOP) na disciplina de Educação Física e atuou também em grupos de estudo organizados pela Co-
ordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas (CENP) voltados para a implementação da proposta 
curricular de Educação Física Escolar na rede pública do estado de São Paulo. 
e-mail: vitabreve@hotmail.com
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
FUNDAMENTOS E MÉTODOS DO 
ENSINO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Caderno de Referência de Conteúdo
Aline Sommerhalder
Fernando Donizete Alves
Edson Renato Nardi
Batatais
Claretiano
2013
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
© Ação Educacional Claretiana, 2011 – Batatais (SP)
Versão: dez./2013
372.86 S679f 
 Sommerhalder, Aline 
 Fundamentos e métodos do ensino da educação física / Aline Sommerhalder, 
 Edson Renato Nardi, Fernando Donizete Alves – Batatais, SP : Claretiano, 2013. 
 112 p. 
 ISBN: 978-85-67425-99-3 
 
 1. Educação Física no contexto escolar: dimensão histórica, papel na atualidade 
 e objetivos de formação. 2. Conteúdos de ensino para a Educação Física na escola 
 de Ensino Fundamental: dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais. 
 3. Abordagens de ensino da Educação Física. 4. Avaliação da aprendizagem em 
 Educação Física. I. Nardi, Edson Renato. II. Alves, Fernando Donizete. III. 
 Fundamentos e métodos do ensino da educação física. 
 
 CDD 372.86 
Corpo Técnico Editorial do Material Didático Mediacional
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação 
Aline de Fátima Guedes
Camila Maria Nardi Matos 
Carolina de Andrade Baviera
Cátia Aparecida Ribeiro
Dandara Louise Vieira Matavelli
Elaine Aparecida de Lima Moraes
Josiane Marchiori Martins
Lidiane Maria Magalini
Luciana A. Mani Adami
Luciana dos Santos Sançana de Melo
Luis Henrique de Souza
Patrícia Alves Veronez Montera
Raquel Baptista Meneses Frata
Rosemeire Cristina Astolphi Buzzelli
Simone Rodrigues de Oliveira
Bibliotecária 
Ana Carolina Guimarães – CRB7: 64/11
Revisão
Cecília Beatriz Alves Teixeira
Felipe Aleixo
Filipi Andrade de Deus Silveira
Paulo Roberto F. M. Sposati Ortiz
Rafael Antonio Morotti
Rodrigo Ferreira Daverni
Sônia Galindo Melo
Talita Cristina Bartolomeu
Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa 
Eduardo de Oliveira Azevedo
Joice Cristina Micai 
Lúcia Maria de Sousa Ferrão
Luis Antônio Guimarães Toloi 
Raphael Fantacini de Oliveira
Tamires Botta Murakami de Souza
Wagner Segato dos Santos
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição na 
web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito do 
autor e da Ação Educacional Claretiana.
Claretiano - Centro Universitário
Rua Dom Bosco, 466 - Bairro: Castelo – Batatais SP – CEP 14.300-000
cead@claretiano.edu.br
Fone: (16) 3660-1777 – Fax: (16) 3660-1780 – 0800 941 0006
www.claretianobt.com.br
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 8
UNIDADE 1 – A EDUCAÇÃO FÍSICA NO CENÁRIO ESCOLAR BRASILEIRO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 27
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 27
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 28
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 29
5 EDUCAÇÃO: SIGNIFICADOS E SENTIDOS ........................................................ 29
6 EDUCAÇÃO FÍSICA: HISTÓRIA, PAPEL SOCIAL E FUNÇÃO NA ESCOLA ......... 36
7 EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: INTEGRAÇÃO À PROPOSTA PEDAGÓGICA 
DA UNIDADE ESCOLAR E OBJETIVOS DE FORMAÇÃO ................................... 40
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 48
9 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 49
10 E-REFERÊNCIA ................................................................................................. 49
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 50
UNIDADE 2 – CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 51
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 51
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 52
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 53
5 CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA E CULTURA CORPORAL DE MOVIMENTO ....53
6 CONTEÚDOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA EM SUAS TRÊS DIMENSÕES: 
CONCEITUAIS, PROCEDIMENTAISE ATITUDINAIS ......................................... 71
7 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 73
8 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 74
UNIDADE 3 – EDUCAÇÃO FÍSICA E SUAS ABORDAGENS DE ENSINO- 
-APRENDIZAGEM
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 77
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 77
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 78
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 79
5 PSICOMOTRICIDADE ........................................................................................ 80
6 DESENVOLVIMENTISTA .................................................................................... 83
7 CONSTRUTIVISMO ........................................................................................... 86
8 CRÍTICO-SUPERADORA .................................................................................... 89
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 91
10 CONSIDERAÇÕES ............................................................................................ 92
11 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 92
UNIDADE 4 – AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 93
2 CONTEÚDO ....................................................................................................... 93
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 94
4 INTRODUÇÃO À UNIDADE ............................................................................... 95
5 AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ......... 96
6 PRÁTICA DA AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA .......................................... 103
7 CRITÉRIOS AVALIATIVOS EM EDUCAÇÃO FÍSICA NO CONTEXTO DOS 
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS DO ENSINO FUNDAMENTAL ... 108
8 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 109
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 110
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..................................................................... 111
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
Ementa –––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
Educação Física no contexto escolar: dimensão histórica, papel na atualidade e 
objetivos de formação. Conteúdos de ensino para a Educação Física na escola 
de Ensino Fundamental: dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais. 
Abordagens de ensino da Educação Física. Avaliação da aprendizagem em Edu-
cação Física. 
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
1. INTRODUÇÃO 
O estudo de Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação 
Física proporcionará a você contato com as principais ideias teóri-
cas e práticas ligadas à atividade do orientador educacional.
Para tanto, faremos um breve passeio pela história da Edu-
cação Física na escola para que você conheça os fundamentos que 
orientaram a prática de ensino dessa área de conhecimento.
Além disso, analisaremos os objetivos e as várias abordagens 
do ensino da Educação Física, bem como os conteúdos de ensino, 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física8
considerando a Cultura Corporal de Movimento e as três dimen-
sões de conteúdo: conceituais, procedimentais e atitudinais.
No decorrer deste estudo, você conhecerá a prática da ava-
liação da aprendizagem em Educação Física no contexto da Escola 
Básica, especialmente no Ensino Fundamental, e, também, algumas 
propostas de atividades relacionadas aos conteúdos de ensino que 
podem ser desenvolvidas na Educação Infantil e no Ensino Funda-
mental, além de discutir o papel dessa disciplina como colaboradora 
de uma formação para a cidadania e para a inclusão social. 
Esperamos que este Caderno de Referência de Conteúdo 
possa colaborar com sua formação como professor da Educação 
Básica e promover subsídios para as ações docentes em relação à 
área da Educação Física.
Mas, para que isso efetivamente aconteça, você deve parti-
cipar, ativamente, deste estudo, colaborando com os debates das 
questões propostas nos Fóruns e realizando as atividades previstas 
para a ferramenta Portfólio. 
Desejamos um ótimo estudo a você e esperamos que este 
Caderno de Referência de Conteúdo possa enriquecer sua forma-
ção como educador.
Após essa introdução aos conceitos principais deste estudo 
apresentaremos, a seguir, no Tópico Orientações para estudo, al-
gumas orientações de caráter motivacional, dicas e estratégias de 
aprendizagem que poderão facilitar o seu estudo.
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Prof. Ms. Engels Câmara
Neste tópico, apresenta-se uma visão geral do que será estu-
dado neste Caderno de Referência de Conteúdo. Aqui, você entrará 
em contato com os assuntos principais deste conteúdo de forma 
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
breve e geral e terá a oportunidade de aprofundar essas questões 
no estudo de cada unidade. 
Desse modo, esta Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhe-
cimento básico necessário a partir do qual você possa construir um 
referencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, 
no futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social. Iniciaremos nossa aventu-
ra pela apresentação das ideias e dos princípios básicos que funda-
mentam este Caderno de Referência de Conteúdo. 
Primeiras reflexões
Neste nosso primeiro contato, é importante levantar algu-
mas questões que possam auxiliá-lo (a) na reflexão sobre suas fu-
turas práticas profissionais.
É importante que você não entenda essas colocações como 
verdades, mas apenas como pensamentos que podem servir de 
referência para a construção dos seus próprios conhecimentos.
Inicialmente, gostaríamos de levantar alguns questionamen-
tos: Em seu entendimento, para que serve a Educação Física na es-
cola? Quais são seus objetivos? Na condição de professores, pais e 
alunos, quando a observamos, que pensamentos nos vêm à cabeça?
Pois bem. É comum considerarmos a Educação Física como 
uma disciplina importante. Nas falas de alguns professores, essa 
importância também é explicitada e, por vezes, supervalorizada. 
São poucos aqueles que afirmam ser desnecessário aos alunos 
terem Educação Física na escola, e, quando questionados sobre 
o real motivo dessa importância, alguns desses professores asso-
ciam as aulas dessa disciplina ao aprendizado de alguma prática 
esportiva ou atividade recreativa; outros atribuem a ela a tarefa de 
possibilitar às crianças o desenvolvimento de competências mo-
toras, afetivas, sociais e cognitivas próprias do desenvolvimento 
infantil, mas de maneira desvinculada das demais áreas.
Agora façamos uma provocação. Supondo que você tivesse 
de escolher entre a disciplina de Educação Física e a de Biologia ou 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física10
entre ensinar Educação Física ou Ciências, quais seriam suas esco-
lhas? E por quais motivos?
Vamos piorar a situação. Se você tivesse de escolher entre 
alfabetizar um aluno ou deixá-lo frequentar as aulas de Educação 
Física, qual escolha faria?
A resposta, é claro, parte da valorização dada às respectivas 
áreas, e essa resposta não é, necessariamente, importante nesse 
momento, mas, sim, esse processo de reflexão que nos possibilita 
pensar qual a função da Educação Física na escola. Será que ela é 
uma disciplina ou área como todas as outras? E, caso seja,como 
ela pode auxiliar na formação do aluno? 
 Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 
9394/1996, a Educação Física passa a ser compreendida, pelo me-
nos na letra da lei, como uma disciplina tão importante quanto as 
outras. Assim, devemos ressaltar uma parte desse artigo para que 
possamos seguir com nossa reflexão.
A lei diz que a Educação Física, integrada à proposta peda-
gógica da escola, é componente curricular da Educação Básica 
(BRASIL, 1996). A Educação Física deve, portanto, estar integrada 
ao Projeto Político-Pedagógico da escola e trabalhar no sentido de 
formar o aluno no perfil descrito nesse projeto.
Como foi dito, nossa intenção não é discutir se a Educação 
Física é ou não mais importante que as outras disciplinas. Nosso 
interesse está em pensar como ela pode auxiliar a instituição esco-
lar a cumprir o que determina o Projeto Político-Pedagógico.
Em nosso entendimento, esta é a função de todas as discipli-
nas: cada qual deve utilizar um conhecimento específico para for-
mar o indivíduo. A Educação Física tem, pois, de se responsabilizar 
por parte desse processo. 
De acordo com Bernstein (apud GÓMES, 2000, p. 47): 
A escola deve transformar-se numa comunidade de vida e, a edu-
cação deve ser concebida como uma contínua reconstrução da 
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
experiência. Comunidade de vida democrática e reconstrução da 
experiência baseadas no diálogo, na comparação e no respeito real 
pelas diferenças individuais, sobre cuja aceitação pode se assentar 
um entendimento mútuo, o acordo e os projetos solidários. 
Sacristán e Gómez (1998, p. 22) descrevem como função 
educativa da escola, entre outras coisas, a preparação dos alunos 
“[...] para pensar criticamente e agir democraticamente numa so-
ciedade não democrática”.
Podemos compreender que, de acordo com essa função, a 
formação do aluno deve ocorrer em uma perspectiva de cidadania 
crítica. Nesse sentido, a metodologia do professor deve ser elabo-
rada de maneira que dê conta dessa formação no Ensino Básico, 
cada qual com suas especificidades e respeitando as possibilida-
des dos alunos.
Desse modo, como trabalhar com a Educação Física de ma-
neira que esta, em conjunto com os demais membros da comuni-
dade escolar, consiga cumprir o que é proposto no Projeto Político-
-Pedagógico?
Em primeiro lugar, é preciso pensar que tal área possui con-
teúdos específicos a serem desenvolvidos. Não cabe a ela ensinar 
os conteúdos de outras disciplinas, como, por exemplo, Matemá-
tica ou História.
Que conteúdos são esses então? Quais atividades a Educa-
ção Física deve realizar?
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física, 
encontramos o conceito de cultura corporal, que pode ser enten-
dido como:
inúmeros conhecimentos e representações que se transformaram 
ao longo do tempo, tendo ressignificadas as suas intencionalidades 
e formas de expressão. Dentre as produções dessa cultura corporal, 
algumas foram incorporadas pela Educação Física em seus conteú-
dos, são elas o jogo, o esporte, a dança, a ginástica e a luta (BRASIL, 
2000).
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física12
Tais atividades compreendem uma gama de conteúdos que 
podem e devem ser trabalhados nas aulas de Educação Física. Po-
demos priorizar algumas em detrimento de outras, mesmo porque 
teremos de escolher entre tantas existentes. Essa escolha pode 
ocorrer por inúmeros motivos, a saber: por afinidade pessoal, 
pelo desejo dos alunos, pela facilidade em atingir os objetivos com 
determinadas atividades ou pela combinação desse último e de 
outros motivos.
Podemos utilizar, por exemplo, o futebol como conteúdo 
para atingir vários objetivos. Isso não significa que devemos pe-
gar várias bolas e ir para uma quadra solicitando aos alunos que 
realizem alguma atividade com bola. Na condição de professor, 
você pode e deve utilizar o futebol com várias metodologias para 
atingir seus objetivos. Além disso, um texto sobre o assunto pode 
auxiliar o aluno a interpretar e a criticar; um filme pode possibili-
tar reflexões sobre o esporte; um desenho sobre o tema auxiliaria 
uma criança a expressar-se. E, por que não, um jogo de futebol 
na quadra? Este ajudaria no desenvolvimento dessas e de outras 
competências.
Trabalhar o conteúdo específico da Educação Física não sig-
nifica apenas formar ou treinar futuros atletas, pois é preciso mui-
to mais que preparar as crianças para uma vida saudável e ativa; 
significa apresentar um conhecimento constituído historicamente 
e que merece ser tratado em sua plenitude no cotidiano da vida 
escolar.
Agora surge um problema. Os exemplos que descrevemos 
ficam fáceis com o futebol; afinal todos o conhecem e alguns até 
já o praticaram. Mas como fazer com um elemento da cultura cor-
poral que não se tem ideia do que seja ou de como ensinar? Como 
você faria, por exemplo, para ensinar dança de rua? Vamos no-
vamente piorar um pouquinho a situação. Como você faria para 
trabalhar com polo aquático? Parece loucura, não é mesmo? Mas 
será que conseguiria?
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
A questão não é se você conseguiria que seus alunos se tor-
nassem jogadores de polo aquático, já que, possivelmente, não 
será esse o objetivo, mas se você conseguiria discutir, minimamen-
te, esse conteúdo.
Vejamos um exemplo. 
Há alguns dias, em uma revista do segmento educacional, 
uma reportagem descrevia uma aula de esgrima elaborada por um 
professor de Educação Física do 9º ano do Ensino Fundamental. 
Ele utilizou espadas de papel, protetores de caixa de pizza e tinta 
para marcar os acertos. A questão é que, provavelmente, esse pro-
fessor não aprendeu, em sua graduação, como ensinar esgrima. 
Então, quais estratégias ele deve ter utilizado para montar essa 
aula? Pesquisou? Conversou com outras pessoas? Matriculou-se 
em aulas de esgrima? Arriscou? Errou bastante? Não há como sa-
ber quais dessas estratégias foram utilizadas; o importante é que 
ele conseguiu, e, se ele conseguiu, você também será capaz de 
realizar esse tipo de atividade com seus alunos.. 
É claro que não bastará simplesmente desenvolver determi-
nado conteúdo. É preciso que este seja tratado como instrumento 
de trabalho para atingir as finalidades propostas; uma delas é a 
própria vivência desse conteúdo, mas não é a única. Para isso, você 
estudará as dimensões conceituais, procedimentais e atitudinais, 
que devem ser trabalhadas com os conteúdos e que estão dire-
tamente relacionadas aos objetivos. O que são exatamente essas 
dimensões? No material, elas são resumidas da seguinte maneira:
• a dimensão conceitual é o que se deve saber;
• a dimensão procedimental é o que se deve saber fazer;
• a dimensão atitudinal diz respeito a como se deve ser.
Na Educação Física, tem-se supervalorizado a dimensão pro-
cedimental, ou seja, o como fazer. Isso se deve ao caráter prático 
dado historicamente a essa área, o qual sempre a remeteu a um 
segundo plano de importância, já que o pensar sempre foi mais va-
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física14
lorizado que o fazer (como se fosse possível essa desvinculação!). 
No entanto, é possível e necessário abordar os conteúdos a partir 
das três dimensões apresentadas; caso contrário, recairemos em 
um equívoco que ainda encontramos na Educação Física: o ensino 
da atividade tendo como fim a própria atividade. Muitas vezes, os 
professores planejam suas aulas tendo como objetivo o aprendiza-
do das diversas modalidades esportivas.
Nesse sentido, levantamos outra questão: O professor deve 
ensinar o conteúdo ou utilizá-lo como instrumento de trabalho ou 
as duas coisas?
Como já foi dito, existe um conhecimento constituído histo-
ricamente que deve ser desenvolvido nas aulas de Educação Física 
e que deve ser trabalhado em suas três dimensões para que pos-
samos atingir os objetivos necessários. Ao fazer isso, caminhamos 
no sentido de superar essa visão procedimentaldo ensino dessa 
disciplina.
Essa superação, no entanto, nos leva a outra questão: a da 
avaliação em Educação Física. Quando avaliamos na dimensão 
procedimental, ou seja, o saber fazer, podemos, de certa maneira, 
mensurar o quanto o aluno sabe realizar determinada atividade; 
além disso, verificamos sua performance, quantificamo-la e atri-
buímos uma nota. 
Mas pensar a avaliação não significa necessariamente pen-
sar em quantificação. Veremos isso a seguir.
Avaliação em Educação Física
Pensar a avaliação não necessariamente significa pensar em 
quantificação, e isso deve ser considerado nas aulas de Educação 
Física. Mas vejamos: Como podemos pensar a avaliação em Educa-
ção Física? Qual sua função na proposta de ensino dessa disciplina? 
Avaliar pode ser considerado um processo contínuo de diag-
nóstico da situação, contando com a participação coletiva de pro-
fessores, alunos e equipe pedagógica. Isso significa que a avaliação 
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
é uma atividade que tem como função a reestruturação do pro-
cesso ensino-aprendizagem pensando nas ações futuras que serão 
mantidas ou modificadas de acordo com os resultados. Portanto, 
avaliamos para avançar nesse processo. 
Não podemos mais conceber a avaliação como maneira de 
classificar os alunos em uma escala de notas. Para muitos professo-
res, parece impossível realizar uma avaliação sem a atribuição de 
notas para a produção do aluno; em muitos casos, elas se tornam 
o único objetivo a ser alcançado. Se você quiser ver um pai ou uma 
mãe feliz, é só lhes dizer que o filho tirou uma nota 10; entende-se 
que ela representa quem é o aluno. Lembra da expressão “aluno 
nota 10”? Pois é. Mas o pior disso tudo é o outro lado da moeda. O 
aluno que não tira notas boas é rotulado um aluno ruim.
O que fazer, então, com a nota e, principalmente, com a ava-
liação?
É importante perceber que nossas aulas têm como objetivo 
a formação do aluno no perfil descrito no Projeto Político- Pedagó-
gico. Lembra do início desta apresentação?
Nesse sentido, a avaliação deve buscar auxiliar nessa forma-
ção. Ao realizar esse diagnóstico, podemos perceber até que ponto 
estamos atingindo o objetivo de nossas aulas e propor mudanças 
na metodologia destas, a tempo de corrigir possíveis equívocos.
Agora que instrumento de avaliação devemos utilizar? Como 
exemplo, gostaríamos de lembrar de algumas aulas apresentadas 
por alunos de um curso de Educação Física nas quais eles deveriam 
avaliar se os objetivos propostos foram atingidos. O único instru-
mento utilizado por todos os grupos foi a observação. Não que 
esse instrumento não deva ser utilizado, mas será que ele, sozi-
nho, dá conta de verificar o que se pretende?
Que outros instrumentos podemos utilizar? Textos? Discus-
sões? Portfólios? Você terá liberdade para construir vários instru-
mentos que melhor atendam às necessidades dos alunos, mas 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física16
devemos lembrar que esse momento do processo ensino-apren-
dizagem é importantíssimo, podendo auxiliar, diretamente, na 
aprendizagem deles.
Pensemos agora em aulas de Educação Física que tenham 
como base a formação da criança na perspectiva da cidadania críti-
ca. Quais competências e habilidades ela precisa desenvolver para 
ter esse perfil?
As crianças devem conseguir compreender, entre outras coi-
sas, a importância de seus direitos e deveres; como educadores, 
devemos pensar em aulas que auxiliem nessa compreensão. Cien-
tes disso, tentaremos esboçar uma aula com essa proposta.
Sabemos que a Educação Física possui um conhecimento 
próprio da área, ou seja, a cultura corporal; com isso, escolhere-
mos algum conteúdo para relacioná-lo com a fase de desenvol-
vimento das crianças para as quais queremos planejar essa aula. 
Como sugestão, que tal uma aula para crianças de 6 anos, que es-
tão no 1º ano do Ensino Fundamental?
Como foi dito, nosso objetivo é que os alunos consigam com-
preender a importância de seus direitos e deveres. Nesse sentido, 
é preciso possibilitar a eles vivências e reflexões que os auxiliem 
nessa compreensão. Que conteúdo ou atividade podemos esco-
lher para alcançar tal objetivo?
Essa escolha, como já comentamos, pode se dar por inúme-
ros motivos. Utilizaremos para esse exemplo uma sugestão dada 
por alunos: um jogo chamado pega-pega na linha. A descrição exa-
ta deste pode ser encontrada na internet ou em livros sobre o as-
sunto. Vamos à aula?
Inicialmente, é feita a exposição para as crianças de como o 
jogo deve acontecer, partindo da explicação das regras. Na quadra, 
existem inúmeras linhas pintadas que serão utilizadas para o jogo 
(caso não tenhamos uma quadra, podemos adaptar alguns espa-
ços nos quais encontramos linhas no chão, como as divisões no 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
concreto do pátio da escola). As crianças deverão caminhar pelas 
linhas sem correr, e haverá um pegador que também deverá se-
guir essa orientação. Quem for pego deverá se sentar na linha blo-
queando a passagem das demais crianças, que deverão caminhar 
por outras linhas. A vantagem do pegador é que ele será o único 
que poderá pular as crianças sentadas. O jogo termina quando to-
dos forem pegos.
Inúmeras intervenções podem ser feitas pelo professor du-
rante essa aula; uma delas é desenvolver uma discussão sobre o 
que são regras e a importância de existirem no jogo e em nosso co-
tidiano. Caso algum aluno descumpra alguma regra, teremos um 
momento oportuno para essa discussão. Outra temática relacio-
nada é discutir como elas são elaboradas. Quem é o responsável 
por essa elaboração? O grupo poderia apresentar novas regras ou 
alterações nas existentes? 
Nessa aula, conseguimos trabalhar o conteúdo, no caso, um 
jogo, nas três dimensões propostas pelos PCNs. Ao ensinar como 
realizar o jogo, utilizamos a dimensão procedimental; quando dis-
cutimos sobre o conceito de regra ou de jogo, abordamos o con-
teúdo na sua dimensão conceitual; e, ao auxiliarmos os alunos a 
refletirem sobre a importância das regras no jogo ou no cotidiano, 
remetemos à dimensão atitudinal.
A avaliação, nessa aula, deve ir além da verificação do apren-
dizado do jogo, e o diagnóstico deve ser no sentido de perceber 
até que ponto os objetivos iniciais foram alcançados, ou seja, a 
compreensão, por parte dos alunos, sobre a importância dos direi-
tos e deveres de uma pessoa, seja no jogo ou no dia a dia.
Como poderíamos realizar esse diagnóstico? Que instru-
mentos poderíamos utilizar para isso? 
Talvez, uma discussão durante ou no final da aula que possi-
bilite aos alunos expressarem seus pensamentos sobre o assunto 
ajude a elucidar como foi ou está sendo o processo; um debate 
seguido da elaboração de uma história ou desenho consiga dar 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física18
conta de como as crianças estão lidando com tais questões; ade-
mais, questionamentos por parte do professor também auxiliam 
nessa análise.
É importante que o exemplo apresentado seja utilizado como 
referência não para reproduzi-lo, mas para pensar em novas aulas 
de Educação Física. Não cremos que seja importante apresentar 
uma dúzia de planos de aula prontos para serem apenas aplicados, 
pois o ideal é possibilitar reflexões, a fim de você construa suas 
próprias aulas. Com certeza, muitos equívocos acontecerão, mas 
estes fazem parte do nosso aprendizado, que não termina quando 
pegamos o diploma. Portanto, não tenha receio de errar na cons-
trução de suas aulas.
Deixamos essas reflexões para que você possa iniciar os estu-
dos deste Caderno de Referência de Conteúdo, porém, reiteramos 
que são somente proposições iniciais e que precisam ser aprofun-
dadas por você, na busca de uma melhor elucidação.
Este CRC deve auxiliá-lo nesse sentido. Lembre-se de que 
este material é apenas um referencial para seus estudos; portanto, 
é interessante que você busque outras fontes e consulte asrefe-
rências que constam na bibliografia de cada unidade.
Sabemos que se trata de uma empreitada grande, mas te-
mos certeza absoluta de que você conseguirá pensar a Educação 
Física em suas aulas de maneira que ela possa contribuir na forma-
ção do cidadão.
Bons estudos!
Glossário de Conceitos 
O Glossário de Conceitos permite uma consulta rápida e 
precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados em Fundamentos e Métodos do 
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Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Ensino da Educação Física. Veja, a seguir, a definição dos principais 
conceitos: 
1) Capitalismo: é um sistema econômico no qual os meios 
de produção e a indústria são privativamente administra-
dos e operados para um benefício privado. As decisões 
sobre demanda, preço, distribuição e investimentos são 
feitas por “atores” privados, que estão no mercado em 
detrimento de um planejamento central realizado pelo 
governo, e os benefícios são distribuídos aos proprietá-
rios que pagam salários aos trabalhadores empregados 
no processo de produção. 
2) Cidadania: nome dado à condição em que o indivíduo é 
cidadão de uma comunidade nacional, política ou parti-
cular. O status de cidadania realiza-se por intermédio de 
uma teoria de contrato social, e nessa teoria está pre-
sente uma série de direitos e responsabilidades aplica-
das ao indivíduo. Atualmente o exercício da cidadania se 
realiza por meio do acesso a vários direitos; dentre eles, 
destacamos os direitos civis, políticos e sociais.
3) Competência: o termo “competência” tem sido usado 
com vários significados e de diferentes formas. Hoje em 
dia esse termo é utilizado por Perrenaud (2000) para se 
referir às capacidades que temos para ativar os recursos 
necessários e dar uma resposta eficiente a uma situa-
ção complexa em um contexto particular. A competên-
cia envolve o processo mais apropriado de seleção de 
conhecimentos, habilidades e atitudes para a resolução 
de problemas complexos, fazendo uso da sabedoria e da 
capacidade de julgamento.
4) Cultura Corporal de Movimento: entende-se por cultura 
corporal do movimento todos os conhecimentos mate-
riais e não materiais que foram produzidos a partir dos 
fenômenos culturais do jogo, do esporte, da dança, da 
ginástica e da luta.
5) Esportivização: é um termo utilizado para identificar a 
ênfase no esporte, nas aulas de Educação Física. Para Jú-
nior (2008, p. 218) “a esportivização caracteriza-se por 
ser um neologismo que busca retratar o processo em 
cujos passatempos, divertimentos e jogos vão se con-
vertendo em práticas institucionalizadas, denominadas 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física20
desportos, no âmbito da sociedade inglesa do século 19, 
e, daí, exportadas em escala global, como avanço civi-
lizatório. Utilizamos o termo “esportivização” para de-
signar a substancial passagem do esporte, nas aulas de 
Educação Física, de conteúdo escolarizado a conteúdo 
exclusivo, sendo gerador de uma nova forma de organi-
zar o conhecimento, os espaços, os tempos e as relações 
sociais dentro e fora da escola.” 
6) Etnia: conceito utilizado para se referir a determinado 
agrupamento ou comunidade humana que esteja vincu-
lado por laços linguísticos, culturais, dentre outros. Há 
de se destacar que etnia é diferente de raça, porque, 
enquanto o conceito de etnia se refere, sobretudo, a 
elementos culturais, o conceito de raça refere-se a de-
terminadas características morfológicas do indivíduo 
(constituição física, cor da pele etc.).
7) Eugenia: “é uma ação que visa ao melhoramento genéti-
co da raça humana, utilizando-se, para tanto, de esterili-
zação de deficientes, exames pré-nupciais e proibição de 
casamentos consangüíneos” (BRASIL, 2000, p. 19). 
8) Folclore: termo utilizado para se referir às crenças tra-
dicionais, práticas, costumes, histórias, brincadeiras, 
músicas, e outras manifestações de um povo. Esses ele-
mentos pertencentes ao folclore são passados adiante, 
geração após geração, por intermédio de manifestações 
orais ou, ainda, por determinados comportamentos.
9) Higienismo: movimento médico europeu que influen-
ciou a Educação Física e se caracterizou pela prevenção 
de doenças e moléstias por meio da introdução de hábi-
tos de higiene na população. Esse modelo se amparava 
na Ciência e tinha no médico o seu maior referencial. 
Especificamente na Educação Física, esse movimento se 
caracterizou pela determinação da melhor forma que 
o indivíduo deveria utilizar para cuidar do seu corpo, a 
qual se manifestava nas mudanças de hábitos em rela-
ção a este (RABINBACH, 1992). 
10) Jogos pré-desportivos: caracterizam-se por exercitar 
movimentos que compõem a base motora de deter-
minada modalidade esportiva. Por meio desse tipo de 
jogo, é possível proporcionar ao educando alguns dos 
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
objetivos essenciais do esporte a ser desenvolvido ou, 
ainda, aspectos técnico-táticos presentes nesse mesmo 
esporte.
11) LDB: abreviatura da Lei de Diretrizes e Bases da Educa-
ção. A LDB refere-se às leis que buscam definir ou re-
gularizar a forma como se realiza o sistema educativo 
de nosso país, as quais estão previamente presentes em 
nossa Constituição. A mais recente Lei de Diretrizes e Ba-
ses da Educação promulgada em nosso país ocorreu em 
1996.
12) Marxismo: é o nome que se dá às teorias econômicas 
e políticas criadas por Karl Marx, com a colaboração de 
Friedrich Engels. A teoria marxista advoga que as ações 
humanas e as instituições são economicamente determi-
nadas, e que o conflito de classes é necessário para gerar 
uma mudança histórica que propicie o fim da opressão 
realizada pela burguesia existente no capitalismo e a 
consequente mudança para uma sociedade socialista.
13) PCN: os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) são 
um conjunto de documentos elaborados pelo MEC e por 
uma equipe de especialistas recrutados por essa institui-
ção, com o intuito de fornecer uma referência curricular 
para o ensino no Brasil, visando, em síntese, a concreti-
zação de uma Educação Básica de qualidade.
14) Projeto Político-Pedagógico: são muitas as definições 
a respeito do que vem a ser um Projeto Político-Peda-
gógico; com isso, elas sofrem influências das correntes 
políticas e filosóficas e de quem realiza essa definição. 
De forma sintética, encontramos em Veiga (2004, p. 25) 
uma definição abrangente e que pode vir a traçar os ele-
mentos centrais desse conceito. Para a autora, o Projeto 
Político-Pedagógico “[...] mais do que uma formalidade 
instituída: é uma reflexão sobre a Educação Superior (e 
em todos os níveis) sobre o ensino, a pesquisa e a ex-
tensão, a produção e a socialização dos conhecimentos, 
sobre o aluno e o professor e a prática pedagógica”. Dito 
de outro modo, o Projeto Político-Pedagógico é político, 
pois define qual cidadão queremos formar em determi-
nado tipo de sociedade, e é pedagógico em razão de que 
realiza essa intencionalidade dentro do espaço escolar.
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física22
Esquema dos Conceitos-chave 
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ou, até mesmo, o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções.
É importante ressaltar que o propósito deste Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria da aprendizagem significativa, entende--se que, por meio da organização das ideias e dos princípios em 
esquemas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu co-
nhecimento de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pe-
dagógicos significativos no seu processo de ensino-aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem es-
colar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas 
em Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, 
na ideia fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que es-
tabelece que a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos 
conceitos e de proposições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, 
novas ideias e informações são aprendidas, uma vez que existem 
pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que “aprendizagem” não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
que, ao fixar esses conceitos em suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
 Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas e 
externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tornar 
significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhecimen-
to sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabelecendo 
uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com o que 
já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do site dis-
ponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/
utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2011). 
EDUCAÇÃO INFORMAL
FORMAL
LDB ‐ PCNs
DIRETRIZES 
CURRICULARES
DISCIPLINAS
MATEMÁTICA
PORTUGUÊS
GEOGRAFIA
EDUCAÇÃO FÍSICA
ARTES
HISTÓRIA
ETC.
CULTURA CORPORAL DO 
MOVIMENTO
DANÇAS JOGOS ESPORTES LUTASGINÁSTICAS
DIMENSÕES ATITUDINAIS, 
PROCEDIMENTAIS E CONCEITUAIS
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave do Caderno de Referência de Conteúdo Fundamentos 
e Métodos do Ensino da Educação Física. 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física24
Como você pode observar, esse Esquema dá a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes deste estudo. Ao segui-lo, você poderá transitar entre 
um e outro conceito e descobrir o caminho para construir o seu 
processo de ensino-aprendizagem. 
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambien-
te virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como 
àqueles relacionados às atividades didático-pedagógicas realiza-
das presencialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, 
deve valer-se da sua autonomia na construção de seu próprio co-
nhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino da Educação Física pode ser 
uma forma de você avaliar o seu conhecimento. Assim, median-
te a resolução de questões pertinentes ao assunto tratado, você 
estará se preparando para a avaliação final, que será dissertativa. 
Além disso, essa é uma maneira privilegiada de você testar seus 
conhecimentos e adquirir uma formação sólida para a sua prática 
profissional. 
As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no Tópico Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
25
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos deste Caderno de Referência de Conteúdo, pois relacionar 
aquilo que está no campo visual com o conceitual faz parte de uma 
boa formação intelectual. 
Dicas (motivacionais)
O estudo deste Caderno de Referência de Conteúdo convida 
você a olhar, de forma mais apurada, a Educação como processo de 
emancipação do ser humano. É importante que você se atente às 
explicações teóricas, práticas e científicas que estão presentes nos 
meios de comunicação, bem como partilhe suas descobertas com 
seus colegas, pois, ao compartilhar com outras pessoas aquilo que 
você observa, permite-se descobrir algo que ainda não se conhece, 
aprendendo a ver e a notar o que não havia sido percebido antes. 
Observar é, portanto, uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno dos cursos de Graduação na modalidade 
EaD, necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. 
Para isso, você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor 
presencial e, sobretudo, da interação com seus colegas. Sugeri-
mos, pois, que organize bem o seu tempo e realize as atividades 
nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote as suas reflexões em 
seu caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas pode-
rão ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produ-
ções científicas.
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física26
Leia os livros da bibliografia indicada para que você amplie 
seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material didático, discu-
ta a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoau-
las. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estes foram significativos 
para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa resenhas, 
pois esses procedimentos serão importantes para o seu amadure-
cimento intelectual.
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
este Caderno de Referência de Conteúdo, entre em contato com 
seu tutor. Ele estará pronto para ajudar você.
1
EA
D
A Educação Física no 
Cenário Escolar 
Brasileiro
1. OBJETIVOS
• Demonstrar o papel da Educação Física na escola como 
componente curricular obrigatório no Ensino Básico.
• Compreender e identificar a área da Educação Física Es-
colar como Cultura Corporal de Movimento e os objetivos 
dessa disciplina na escola. 
2. CONTEÚDOS
• Educação Física na Educação Básica atual:
- História da Educação Física na escola. 
- Papel e objetivos. 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física28
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
Antes de iniciar o estudo desta unidade, é importante que 
você leia as orientações a seguir:
1) Tenha sempre à mão o significado dos conceitos expli-
citados no Glossário de Conceitos e suas ligações pelo 
Esquema de Conceitos-chave para o estudo de todas as 
unidades deste CRC. Isso poderá facilitar sua aprendiza-
geme seu desempenho.
2) Perceba que, embora usemos o conceito de educação 
em nosso cotidiano, ele carrega uma série de peculia-
ridades e concepções que, muitas vezes, não nos aten-
tamos. É possível perceber esse fato verificando, nesta 
unidade, como esse conceito pode trazer uma série de 
interpretações, algumas delas, inclusive, antagônicas.
3) Ao ler alguns dos aspectos históricos que originaram 
a Educação Física Escolar, você perceberá que, em seu 
surgimento, ela atendeu a vários objetivos, que contem-
poraneamente seriam extremamente questionáveis; 
dentre eles, podemos citar as finalidades eugênicas 
(melhoria da raça) e o adestramento de corpos para a 
melhoria do desempenho físico no trabalho (finalidade 
capitalista).
4) Leia os livros da bibliografia indicada para que você am-
plie seus horizontes teóricos. Coteje-os com o material 
didático e discuta a unidade com seus colegas e com o 
tutor. Dentre os documentos apresentados nesta uni-
dade, consideramos importante que você se aprofunde 
nas informações apresentadas nos Parâmetros Curricu-
lares de Educação Física, pois esse documento traz uma 
série de inovações na proposta e nos objetivos do ensino 
da Educação Física Escolar.
5) Analise com atenção as nuances e a variedade de objeti-
vos apresentados pelos PCNs para o ensino da Educação 
Física no primeiro e segundo ciclos. Por meio dessa aná-
lise, você perceberá que esses objetivos vão muito além 
da estrita prática de atividades físicas. 
29
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
4. INTRODUÇÃO À UNIDADE
No estudo desta unidade, apresentaremos a você a história 
da Educação Física na escola, seu papel atual no cenário escolar 
brasileiro, suas especificidades como campo de conhecimento 
que trata da Cultura Corporal de Movimento e os objetivos para 
o trabalho com esse componente curricular na escola. Para tanto, 
é importante inicialmente compreender o conceito de educação 
que embasa nossos estudos em torno da área da Educação Física 
Escolar. É sobre isso que conversaremos no tópico a seguir. 
5. EDUCAÇÃO: SIGNIFICADOS E SENTIDOS
Você saberia dizer o que é educação? Qual é o papel da es-
cola? Essas perguntas se mostram fundamentais na formação de 
professores, especialmente na formação dos pedagogos. 
Entre os profissionais que atuam no campo educacional, 
têm havido entendimentos bastante diversos em relação ao termo 
“educação” e ao papel da escola na sociedade atual, os quais são, 
muitas vezes, parcializados. Essa parcialização na compreensão do 
significado da educação e da função da escola decorre da própria 
complexidade do fenômeno educativo, ou seja, de sua natureza, 
especificidades e funções, que podem ser estudadas e compreen-
didas sob vários ângulos, como o psicológico, o pedagógico, o so-
ciológico e o histórico. 
O profissional da educação, seja ele professor, gestor esco-
lar ou coordenador pedagógico, considera-se educador, porém, os 
sentidos que esse profissional dá ao termo “educação” se diferem 
de acordo com sua realidade de atuação.
Vejamos o exemplo:
Um professor tende a aprofundar-se nos estudos da educa-
ção como processo de escolarização, permeando suas indagações, 
o processo de ensinar e aprender, o planejamento do ensino, a 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física30
aquisição de conhecimentos, o processo avaliativo da aprendiza-
gem, dentre outros aspectos. Um gestor escolar, em contrapar-
tida, tende a preocupar-se muito mais com a escola como insti-
tuição social, aprofundando-se nas políticas educacionais e na 
organização e gestão do sistema de ensino. 
Portanto, as próprias áreas de conhecimento, assim como as 
representações, ideias e significados, além das práticas do senso 
comum, levam à ocorrência de compreensões parcializadas dos 
conceitos advindos das primeiras, das vivências da prática educati-
va e das instituições formadoras. É preciso lembrar que os proces-
sos educativos são complexos e multifacetados, o que nos impede 
de entendê-los sob um único ângulo ou reduzi-los apenas ao cam-
po escolar. 
Segundo Libâneo (2005), quando falamos em educação, 
lembramos de processo educativo, prática educativa, atividade 
educacional, além de pensarmos em educação escolar, educação 
rural, educação ambiental etc. Entretanto, será possível chegar a 
um conceito que defina características básicas em relação ao fe-
nômeno educativo? Esse mesmo autor nos apontará que é inte-
ressante partir do sentimento etimológico para a compreensão do 
conceito “educação”. 
Educare é a origem latina do termo “educação”, que significa 
alimentar, cuidar e criar. Encontramos, também, educere, que sig-
nifica tirar para fora, conduzir para, modificar um estado, desen-
volver e extrair. Nesse sentido, educere é uma atividade criadora 
que visa levar o ser humano a realizar as suas potencialidades físi-
cas, morais, espirituais e intelectuais (BRANDÃO, 2005).
Para Libâneo (2005), o termo educatio (educação) parece 
sintetizar os dois termos apresentados, ou seja, educare e educe-
re. Isso porque educatio representa criação, tratamento e cuida-
dos que se dirigem aos educandos com a intenção de adaptar seus 
comportamentos às expectativas e exigências de um determinado 
meio social. 
31
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
Seguindo essa linha de pensamento, encontramos, no co-
tidiano, falas que nos remetem ao entendimento desse sentido 
mais corrente para educação, dentre as quais, podemos destacar: 
“fulano não tem educação” ou “a educação é a ‘mola’ para o pro-
gresso”. 
Note que essas falas, conforme já mencionamos, nos reme-
tem a uma visão de educação como adaptação do indivíduo e dos 
grupos a determinadas exigências do contexto social. Assim, edu-
car significa: fazer que as pessoas repitam –manutenção de um 
comportamento aceito socialmente – ações sociais valorizadas pe-
los adultos, de tal forma que se constituam como imagem e seme-
lhança da sociedade em que vivem. 
Reconhecendo a educação com esse significado, assumi-
mos um posicionamento bastante conservador, no qual ela é vista 
como adaptação, como algo que se repete e reproduz, sendo sem-
pre idêntica e estática. 
Sua concepção de educação assemelha-se a esse significa-
do? Pense sobre isso e compare suas ideias com as informações 
que apresentaremos a seguir. Talvez, algo poderá mudar.
Para avançarmos na amplitude do significado do termo 
“educação”, não devemos excluir, na totalidade, esse sentido de 
adaptação, mas pensar além dele. Veja: 
A educação corresponde à ação e ao resultado de um pro-
cesso de formação dos sujeitos ao longo da vida para adquirirem 
capacidades e qualidades humanas, a fim de lidar com as exigên-
cias colocadas por determinado contexto social (LIBÂNEO, 2005). 
É em torno dessa ideia que se constituem as várias teorias educa-
cionais, com suas explicações sobre a natureza da educação, seus 
fins, modalidades e métodos. 
Dentre as definições de educação que encontramos – de 
acordo com suas correntes teóricas e autores –, consideramos 
oportuno expor as concepções apresentadas por Libâneo (2005): 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física32
a) Naturalista. 
b) Pragmática. 
c) Culturalista. 
d) Ambientalista. 
e) Interacionista. 
Essas definições se diferenciam, basicamente, em dois as-
pectos: se o processo educativo depende de disposições internas 
ou do ambiente ou, até, da ação de ambos e qual é a intenção ou 
finalidade que se busca. 
Vamos agora entender o significado de educação para cada 
uma dessas concepções, e, para isso, iremos nos basear nos estu-
dos de Libâneo (2005). 
Concepção naturalista 
Na concepção naturalista, conhecida, também, como ina-
tista, há grande valorização dos fatores biológicos do desenvol-
vimento, e a influência externa (fatores sociais e culturais) seria 
reguladora do ritmo e da manifestação dos processos inatos. 
Mas qual a ligação dessa concepção com a educação?A educação, nesse caminho, teria como finalidade se adap-
tar à natureza biológica e psicológica da criança e às tendências de 
seu desenvolvimento, vistas como prontas desde o seu nascimen-
to. Assim, o objetivo da educação seria “tirar para fora” o que já 
existe dentro do sujeito. 
Concepção pragmática
Já a concepção pragmática entende que a educação deve 
possibilitar a adaptação do sujeito ao meio social, e, por isso, edu-
car é desenvolver-se, é autoatividade provocada pelos interes-
ses do organismo, suscitados pelo ambiente físico e social. Des-
sa forma, pela experiência (interação entre organismo e meio), 
o indivíduo desenvolve suas funções cognitivas, e a finalidade da 
33
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
educação seria então confundida com o próprio processo de de-
senvolvimento do sujeito.
Concepção culturalista
Na concepção culturalista, a educação é uma atividade cul-
tural dirigida à formação dos sujeitos por meio da transmissão de 
bens culturais. Desse modo, apropriando-se dos valores culturais, 
o sujeito forma sua vida interior e sua personalidade, podendo 
criar mais cultura. 
Concepção ambientalista
O ambiente externo é o ponto de referência da concepção 
ambientalista. Esta aponta que ele é o responsável pela configu-
ração da conduta do sujeito às exigências sociais. Nesse caminho, 
temos autores como Durkheim e influências de behavioristas, os 
quais acreditam que o homem é um ser totalmente moldável e 
que suas características se desenvolvem por meio da ação do meio 
externo. Portanto, educar seria preparar ações estimuladoras para 
o controle do comportamento dos sujeitos, sem considerar seus 
desejos, fantasias, raciocínio e sentimentos. 
Concepção interacionista
Essa concepção evita a divisão entre ação educativa externa 
e atividade interna dos sujeitos. Para os interacionistas, o proces-
so educativo desenvolve-se tanto biológica quanto psiquicamen-
te, pela interação do sujeito com o ambiente. Dentre os intera-
cionistas, podemos destacar Piaget, Vygotski e Wallon, os quais 
apontam que a aprendizagem é um processo interativo em que os 
sujeitos constroem os conhecimentos por meio da interação com 
o ambiente e com outras pessoas, numa inter-relação constante, 
envolvendo fatores internos e externos. 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física34
Concepção histórico-social
Há, ainda, uma outra concepção que nos parece muito in-
teressante a respeito de educação: a concepção histórico-social. 
Nesta, compreende-se que o processo educativo é um fenômeno 
social que tem raízes nas lutas sociais, e isso é o que configura o 
ideal de formação humana. 
Para essa concepção, a educação é um produto do desen-
volvimento social, sendo determinada pelas relações sociais de 
uma sociedade. Assim, o vínculo entre educação e relações sociais 
permite que a primeira se encontre subordinada aos interesses de 
relações de grupos e classes sociais. 
Para Libâneo (2005), a educação torna-se, com isso, repre-
sentativa dos interesses dominantes e transmissora dos ideais que 
respondem a esses interesses. Logo, a prática educativa é sempre 
a expressão de uma determinada forma de organização das rela-
ções sociais na sociedade, lembrando que elas são constituídas 
por ações humanas que podem ser transformadas.
Numa tentativa de síntese, podemos dizer que a educação, 
nessa concepção, abrange um sentido amplo, compreendendo o 
conjunto dos processos formativos que ocorrem no meio social 
(tanto intencionais quanto não intencionais, sistematizados ou 
não, institucionalizados ou não). Em um sentido estrito, ela trata 
das formas intencionais de desenvolvimento individual e da inser-
ção social dos indivíduos. 
A educação, enquanto atividade intencionalizada, é uma prática 
social cunhada como influência do meio social sobre o desenvol-
vimento dos indivíduos na sua relação ativa com o meio natural e 
social, tendo em vista, precisamente, potencializar essa atividade 
humana para torná-la mais rica, mais produtiva, mais eficaz diante 
das tarefas da práxis social postas num dado sistema de relações 
sociais (LIBÂNEO, 2005, p. 82). 
Nesse contexto, a forma de propiciar esse desenvolvimento 
se faz pelos processos de transmissão e apropriação ativa de co-
35
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© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
nhecimentos, valores, habilidades e técnicas nos ambientes orga-
nizados para esse fim, como a escola. 
O que é possível apreendermos, após o estudo dessas con-
cepções, é que não há uma única definição de educação. Nesse 
sentido, Brandão (2005) afirma que diariamente misturamos nos-
sa vida com as educações, já que não há um único modelo de edu-
cação, mas vários. Também devemos reconhecer que a escola não 
é o único lugar onde ela acontece e se desenvolve, que o ensino 
escolar não é a única prática educativa, e que o professor não é o 
seu único praticante; isso porque a educação existe entre os gru-
pos sociais, em cada povo, em cada cultura. “A educação é, como 
outras, uma fração do modo de vida dos grupos sociais que a criam 
e recriam, entre tantas outras invenções de sua cultura, em sua 
sociedade” (BRANDÃO, 2005, p. 10).
Podemos compreender que, para Brandão (2005), a educa-
ção participa do processo de produção de crenças e ideias de um 
grupo social que envolve as trocas de símbolos, bens e poderes, 
que, em conjunto, constroem os vários tipos de sociedade. Ela 
existe no imaginário das pessoas e nos ideais dos grupos sociais, e 
espera-se que, independentemente da forma como é desenvolvi-
da, tenha como missão a transformação dos sujeitos e do mundo 
para melhor. É um processo contínuo, que se inicia nas origens 
do ser humano e se estende até a morte, tendo como conteúdos 
os conhecimentos, os valores, os procedimentos e as habilidades, 
conforme contextos definidos de espaço, tempo, cultura e rela-
ções sociais. 
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) nº 
9.394/96 afirma, em seu Artigo 1º, que: 
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem 
na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas institui-
ções de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações 
da sociedade civil e nas manifestações culturais (BRASIL, 1996). 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física36
Após a compreensão das diversas concepções de educa-
ção e do entendimento desta, de forma ampliada, como prática 
contínua, que tem como missão a transformação dos sujeitos e 
da sociedade para melhor, faz-se importante destacar a Educação 
Física no contexto da educação escolar, sua história, fundamentos 
e objetivos. 
6. EDUCAÇÃO FÍSICA: HISTÓRIA, PAPEL SOCIAL E 
FUNÇÃO NA ESCOLA
O movimento em torno da Educação Física Moderna teve 
início na Europa do século 18 e no início do século 19 e foi as-
sociado a um contexto de mudanças de ordem socioeconômica e 
política pelo qual passava o Velho Continente. Tratava-se dos re-
flexos da Revolução Industrial e do fortalecimento do capitalismo. 
Assim, essa nova configuração colocou em cena a preocupação 
com a saúde e, ao mesmo tempo, com o condicionamento físico 
dos operários. 
Segundo Soares (et al., 1992), na Europa do século 19 (anos 
1800), o trabalho físico começou a despertar o interesse do Esta-
do, uma vez associado ao tema dos cuidados físicos com o corpo, 
os quais incluíam a formação de hábitos como tomar banho, es-
covar os dentes, lavar as mãos e, também, os exercícios físicos, 
vistos, exclusivamente, na ótica “higiênica”.
Nesse sentido, concluem:
Ora, cuidar do corpo significa também cuidar da nova sociedade 
em construção, uma vez que, como já se afirmou, a força de tra-
balho produzida e posta em ação pelo corpo é fonte de lucro. Cui-
dar do corpo, portanto, passa a ser uma necessidade concreta que 
devia ser respondida pela sociedade do século XIX (SOARES et al., 
1992, p. 51).
Desse modo, julgava-se que, por meio do exercício físico, seriapossível adquirir o corpo saudável, ágil e disciplinado exigido pela 
nova sociedade capitalista. Em outras palavras, para essa nova so-
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© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
ciedade (capitalista), era fundamental construir um novo homem: 
mais forte, mais ágil, mais empreendedor (SOARES et al., 1992). 
Inicialmente, a relação da Educação Física com a escola 
orienta-se por essas disposições socioeconômicas e políticas na 
Europa, principalmente no século 19. Desenvolver e fortalecer fí-
sica e moralmente os indivíduos era uma das funções da Educação 
Física no âmbito educacional nas escolas europeias.
A sistematização dos exercícios físicos dá forma à ginástica, 
de modo que surgem, então, os chamados Métodos Ginásticos, 
voltados ao desenvolvimento da aptidão física dos indivíduos 
(crianças e adolescentes) na escola. As aulas de Educação Física 
eram ministradas por instrutores físicos do exército e baseadas 
nos rígidos métodos militares de disciplina e hierarquia, bem como 
nos conhecimentos trazidos pelos médicos higienistas. 
No Brasil, a Educação Física começa a se constituir baseada 
nos preceitos teóricos e práticos vivenciados na Europa daquela 
época. Isso significa que, inicialmente, a Educação Física brasileira 
assume, do ponto de vista teórico, as características do modelo hi-
gienista, e do ponto de vista prático, os métodos ginásticos. Apoia-
das na ginástica, as aulas de Educação Física buscavam a educação 
do corpo, tendo como meta a “[...] constituição de um físico sau-
dável e equilibrado organicamente, menos suscetível a doenças” 
(BRASIL, 2000, p. 19). Cabe ressaltar que havia no pensamento po-
lítico e intelectual brasileiro da época uma forte preocupação com 
a eugenia.
No Brasil, a Educação Física foi oficialmente introduzida na es-
cola em 1851, com a Reforma Couto Ferraz, que tornou obrigatória 
a sua inclusão nas escolas do município da Corte. Além disso:
A Reforma Couto Ferraz [...] definia os requisitos necessários 
ao exercício do magistério primário: ser brasileiro, maior, ter 
moralidade e capacidade profissional. Com a finalidade de avaliar 
este último requisito instituía o exame escrito e oral, criando para 
tanto uma comissão de examinadores nomeados pelo Governo 
(MATTOS, 2011). 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física38
Anos mais tarde, em 1882, mais propriamente por ocasião 
da Reforma Leôncio de Carvalho, Rui Barbosa defendeu a inclusão 
da ginástica nas escolas em caráter de obrigatoriedade para am-
bos os sexos. No entanto, a implantação dessas leis ocorreu, de 
fato, apenas em parte do Rio de Janeiro e nas escolas militares, de 
modo que, somente a partir de 1920, os vários estados da federa-
ção começaram a realizar suas reformas educacionais, incluindo a 
Educação Física como atividade obrigatória (DARIDO, 2003).
De acordo com Soares (et al. 1992), nas quatro primeiras dé-
cadas do século 20, foi marcante a influência dos Métodos Ginás-
ticos e da Instituição Militar na Educação Física Escolar. Segundo 
Darido (2003, p. 1-2), “os métodos ginásticos procuravam capaci-
tar os indivíduos no sentido de contribuir com a indústria nascente 
e com a prosperidade da nação”; já no modelo militarista, “[...] os 
objetivos da Educação Física na escola eram vinculados à formação 
de uma geração capaz de suportar o combate, a luta, para atuar 
na guerra”. 
A partir da década de 1960, podemos observar um movi-
mento de expansão da presença do esporte nas aulas de Educa-
ção Física. O processo de esportivização dessa disciplina teve início 
com a introdução do Método Desportivo Generalizado, que signifi-
cou uma contraposição aos antigos métodos de ginástica (BRASIL, 
2000). 
Com a ascensão do Governo Militar, em 1964, o esporte ga-
nhou força e tornou-se o objetivo e o conteúdo da Educação Física 
Escolar. Como aponta Brasil (2000), a iniciação esportiva se tornou 
um dos eixos fundamentais do ensino, em que se buscava novos 
talentos para o esporte brasileiro de alto nível. Na década de 1980, 
esse modelo também foi seguido, mas, aos poucos, começou a so-
frer fortes críticas de profissionais da própria Educação Física.
Nessa perspectiva, a Educação Física, seja ela tomada como 
disciplina ou como área de conhecimento, é alvo de intensas dis-
cussões e debates, com o intuito de ampliar e melhorar as con-
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© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
dições de vivência das práticas corporais no interior das escolas. 
Como consequência, propõe-se que as aulas de Educação Física na 
escola primem pelo princípio da inclusão e da diversidade; com 
isso, vivenciar as atividades desenvolvidas nessas aulas passa a ser 
um direito de todos os alunos, sem distinção de credo, cor, etnia, 
habilidades, entre outros.
Desse modo, o esporte passa a ser um dos conteúdos da 
Educação Física Escolar, e não o único, como até então se observa-
va. Além do esporte, os jogos e as brincadeiras, a dança, as lutas, a 
ginástica e as atividades rítmicas e expressivas compõem o rol de 
conteúdos dessa disciplina, ou seja, práticas corporais que caracte-
rizam a Cultura Corporal de Movimento; esta se trata, portanto, de 
todas as manifestações corporais humanas geradas na dinâmica 
cultural (GALVÃO et al. in DARIDO; RANGEL, 2005). Dessa manei-
ra, a intervenção pedagógica na área da Educação Física discorre 
sobre o ser humano nas suas manifestações culturais relacionadas 
ao corpo e ao movimento. 
Portanto, a função da Educação Física Escolar é:
[...] introduzir e integrar os alunos na cultura corporal de movimen-
to, desde a Educação Infantil até o Ensino Médio, formando os cida-
dãos que irão usufruir, partilhar, produzir, reproduzir e transformar 
as manifestações que caracterizam essa área (GALVÃO et al. in DA-
RIDO; RANGEL, 2005, p. 34). 
Segundo Galvão (et al. in DARIDO; RANGEL, 2005), ao ele-
ger a cidadania como eixo norteador da Educação Física Escolar, 
pressupõe-se que ela seja responsável pela formação dos alunos, 
de modo que sejam capazes de: 
• participar de atividades corporais, adotando atitudes de 
respeito mútuo, dignidade e solidariedade; 
• adotar hábitos saudáveis e reconhecer o valor da ativida-
de física para a manutenção da saúde; 
• analisar, criticamente, os padrões divulgados pela mídia, 
entre tantas outras capacidades e competências. 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física40
7. EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESCOLA: INTEGRAÇÃO À 
PROPOSTA PEDAGÓGICA DA UNIDADE ESCOLAR E 
OBJETIVOS DE FORMAÇÃO
Para que possamos compreender a Educação Física na es-
cola, bem como seus papéis e objetivos, precisamos inicialmente 
entender como ela se inseriu no sistema escolar brasileiro.
Na primeira Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 
(LDBEN), promulgada em dezembro de 1961, a Educação Física já 
era obrigatória nos cursos de graus primário e médio, até 18 anos. 
Nessa época, tal área de conhecimento tinha como objetivo a pre-
paração física dos jovens para favorecer o ingresso destes no mer-
cado de trabalho de forma produtiva (CASTELLANI FILHO, 1998). 
Segundo Castellani Filho (1998), com a reforma educacional 
que ocorreu em 1971 – LDBEN nº 5.692 –, tivemos a ampliação da 
Educação Física para todos os níveis de ensino, sendo facultada a 
participação dos alunos em condições de: incapacidade física, tra-
balho diário com mais de seis horas, estudo no período noturno e 
pessoas com mais de 30 anos e que estivessem prestando serviço 
militar. 
Nessa época, essa disciplina tinha como objetivo maior cons-
tituir-se em um instrumento de preparação do trabalhador e, além 
disso, era uma atividade extracurricular; por essa razão, foi vista, 
durante muito tempo, sem nenhum comprometimento formativo 
educacional. 
Apenas a partir da promulgação da LDBEN nº 9.394/96, a 
Educação Física tornou-se um componente curricular como qual-
quer outro. Essa legislação aponta, em seu Artigo 26, que a Edu-
cação Física, integradaà proposta pedagógica da escola, é compo-
nente curricular da Educação Básica, ajustando-se às faixas etárias 
e às condições da população escolar, sendo facultativa nos cursos 
noturnos (BRASIL, 1996). Como você já sabe, a Educação Básica 
compreende a Educação Infantil, o Ensino Fundamental e o Ensino 
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© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
Médio, e a LDBEN nº 9.394/96 esclarece que o objetivo da primei-
ra é o desenvolvimento do aluno, sua preparação para o exercício 
da cidadania e sua qualificação para o mercado de trabalho (BRA-
SIL, 1996).
Contudo, essa legislação não garantiu a presença das aulas 
de Educação Física em todas as etapas da Educação Básica; por 
isso, em 2001, foi aprovada uma alteração em seu Artigo 26, in-
cluindo a palavra “obrigatório” após o termo “componente curri-
cular”, o que também não assegurou grandes mudanças na prática 
(SILVA; VENÂNCIO in DARIDO; RANGEL, 2005). Entretanto, a LDBEN 
nº. 9.394/96 trouxe grandes mudanças para a área da Educação 
Física, uma vez que passou a ser considerada como componente 
curricular articulado ao Projeto Político-Pedagógico da escola, in-
tegrando a área de conhecimento ao cotidiano escolar, com seu 
próprio objetivo e importância.
O único ponto negativo da atual LDBEN (nº 9.394/96) para a 
Educação Física é tê-la colocado como facultativa no período notur-
no, uma vez que as pessoas que menos têm acesso à Cultura Corpo-
ral de Movimento ficam ainda mais privadas desse conhecimento. 
Com a intenção de modificar essa situação, a Lei nº 10.793, 
de 1º de dezembro de 2003, apontou que as aulas de Educação Fí-
sica não seriam mais facultativas para todos os alunos do período 
noturno, mas, sim, apenas para aqueles que, independentemente 
do período de estudo, estivessem sob as seguintes condições: mu-
lheres com prole, trabalhadores, militares e pessoas com mais de 
30 anos. Isso retomou, de certa forma, o que já havia sido conside-
rado pela LDBEN de 1971, abrindo possibilidades de exclusão das 
aulas de Educação Física a um número considerável de pessoas, 
que, certamente, se beneficiariam muito com a vivência delas (SIL-
VA; VENÂNCIO in DARIDO; RANGEL, 2005). 
A LDBEN nº 9.394/96 trouxe um outro grande avanço para 
as escolas, que foi a autonomia na construção do Projeto Político-
-Pedagógico. Vemos, também, a mudança na estrutura didática, a 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física42
autonomia das escolas aos sistemas de ensino (federal, estadual, 
municipal e privado) e a ênfase na formação do cidadão como avan-
ços da LDBEN atual (SILVA; VENÂNCIO in DARIDO; RANGEL, 2005).
Portanto, as escolas podem construir sua proposta pedagó-
gica de acordo com as várias realidades em que se encontrarem 
inseridas. Em relação à Educação Física, a escola tem autonomia 
para decidir, em seu Projeto Político-Pedagógico, se as aulas des-
se componente curricular serão oferecidas aos sábados, para os 
alunos do período noturno, garantindo, assim, a participação de 
todos, ou se os alunos do Ensino Fundamental terão essas aulas 
em período diverso das aulas das demais disciplinas. De toda for-
ma, essa autonomia na construção do Projeto Político-Pedagógico 
permite que as escolas se organizem pedagogicamente, de acordo 
com suas necessidades e com a realidade de seu contexto social.
O reconhecimento da Educação Física como componente 
curricular obrigatório na Educação Básica (LDBEN nº 9.394/96) 
permite que as escolas a reconheçam como um campo próprio 
de estudo e conhecimentos, estando articulada à proposta peda-
gógica da unidade escolar. Dessa forma, tanto a Educação Física 
quanto os demais componentes curriculares devem ser discutidos 
considerando o Projeto Político-Pedagógico da escola, por meio da 
reflexão coletiva dos profissionais da educação, garantindo um tra-
balho integrado entre esses componentes. 
Assim, para Silva e Venâncio (in DARIDO; RANGEL, 2005, p. 61): 
A prática educativa da Educação Física deve ir ao encontro dos 
objetivos definidos em cada proposta pedagógica; sem perder a 
especificidade da área, os conteúdos e as estratégias de avaliação 
que devem levar o aluno a refletir de maneira autônoma diante da 
cultura corporal de movimento. 
Essa especificidade da área, no caso da Educação Física, 
pode ser garantida por meio de seus objetivos. Cabe dizer que es-
tes, segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, são entendi-
dos como capacidades desenvolvidas nos alunos, não sendo estas 
estritamente cognitivas.
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© U1 - A Educação Física no Cenário Escolar Brasileiro
Os objetivos da Educação Física na escola perpassam um 
grande eixo norteador da educação escolar, que é a democratiza-
ção do acesso à Educação Básica, ou seja, a garantia de acesso e 
permanência a uma escola com qualidade, e que tenha a cidada-
nia como norte para a formação do sujeito. 
Nesse contexto, um dos objetivos da Educação Física na es-
cola é garantir o acesso às aulas para todos, como um direito do 
cidadão, promovendo a igualdade de oportunidade de vivência 
nessa disciplina . Logo, é responsabilidade do professor garantir 
esse acesso aos alunos, independentemente de cor, etnia, religião, 
gênero, idioma, idade etc. 
O princípio da inclusão (ou não exclusão), segundo o qual 
nenhum aluno pode ser excluído de qualquer aula, tem como fun-
damento garantir o acesso às atividades físicas a todos os alunos. 
O princípio da diversidade, por sua vez, propõe aulas de Educa-
ção Física diversificadas, não privilegiando, por exemplo, apenas as 
modalidades esportivas. No que se refere ao princípio da inclusão, 
indicamos alguns filmes, como Meninos não choram (EUA, 1999), 
Filhos do Paraíso (Irã, 1998), Nenhum a menos (China, 1998) e 
também indicamos o livro Como usar o cinema na sala de aula, do 
autor Marcos Napolitano.
De acordo com Rangel (et al. in DARIDO; RANGEL, 2005), 
cabe ao professor atentar-se à garantia de práticas educativas que 
assegurem a inclusão dos alunos, estendendo-as, também, àque-
les alunos portadores de necessidades educacionais especiais.
As vivências corporais nas aulas de Educação Física devem 
considerar as diversidades cultural, étnica, física e de gênero como 
elementos enriquecedores das relações escolares e da vida social. 
Dessa forma, a Educação Física estará contribuindo para a supera-
ção do discurso e de práticas hegemônicas historicamente construí-
das e ainda presentes no ambiente escolar, que é reservado para 
aqueles mais habilidosos e mais aptos (RANGEL et al. in DARIDO; 
RANGEL, 2005, p. 39). 
Outro objetivo da Educação Física na escola é a busca pela 
autonomia, conforme mencionamos. Segundo Rangel (et al. in 
© Fundamentos e Métodos do Ensino da Educação Física44
DARIDO; RANGEL, 2005), espera-se que o aluno seja autônomo 
em relação à cultura corporal, pois, após o período das aulas, ele 
deve ter condições de manter uma prática de atividade física regu-
lar, saber apreciar um jogo, posicionar-se criticamente em relação 
a qualquer tipo de violência e uso de substâncias, sem a necessida-
de da presença de um professor de Educação Física. 
Essa autonomia também pode ser encorajada quando o pro-
fessor estimula os alunos a escolherem seus times e grupos, quan-
do podem participar da modificação e construção das regras, da 
adequação dos materiais, ou seja, quando é criado um espaço nas 
aulas para que eles possam participar delas, tomando decisões 
oriundas de discussões e reflexões. 
O trabalho com a Educação Física na escola deve primar, 
também, pela formação de um aluno crítico, e, de acordo com 
Rangel (et al. in DARIDO; RANGEL, 2005), esse é mais um objetivo 
da Educação Física na escola. É preciso possibilitar ao aluno, então, 
uma postura crítica e reflexiva diante dos conhecimentos próprios 
dessa área, mas, para tanto, deve-se considerar alguns elementos 
importantes no processo ensino-aprendizagem, tais como: 
a) a valorização da história de vida dos alunos

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