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Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará A HAS é a elevação persistente da PA para números acima dos valores considerados normais. Estratificação de risco no paciente hipertenso de acordo com fatores de risco adicionais, presença de lesão em órgão alvo e de doença cardiovascular ou renal: Fluxograma para estimativa do risco cardiovascular global: Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Variação circadiana da PA: A HAS é uma doença crônica, não transmissível, de natureza multifatorial, assintomática na maioria dos casos que compreende fundamentalmente o equilíbrio dos mecanismos vasodilatadores e vasoconstritores, levando a um aumento da tensão sanguínea nos vasos, capaz de comprometer a irrigação tecidual e provocar danos aos órgãos por eles irrigados. ✓ Nova diretriz: HA é a condição clínica multifatorial caracterizada por elevação sustentada dos níveis pressóricos maior ou igual a 140x90mmHg. Frequentemente se associa a distúrbios metabólicos, alterações funcionais e ou estruturais de órgãos-alvo, sendo agravada pela presença de outros fatores de risco como dislipidemia, obesidade abdominal intolerância a glicose e diabetes melito. Mantem associação independente com eventos como morte súbita, AVC, IAM, IC, DAP e DRC. ▪Hipertensão leve: PA diastólica 90-104 mmHg ▪Hipertensão moderada: PA diastólica 105-114 mmHg ▪Hipertensão grave: PA diastólica acima de 114 mmHg ●Hipertensão essencial: 90% dos casos; sem causa conhecida. ●Hipertensão Arterial: 10% dos casos; patologias renais; suprarrenais. → Causas identificáveis: ✓ Apneia do sono ✓ Induzida por drogas ✓ DRC ✓ Aldosteronismo primário ✓ Doença renovascular ✓ Síndrome de Cushing ✓ Feocromocitoma ✓ Coarctação da aorta ✓ Doença tireoidiana ou paratireoidiana ● AINES: não é recomendando seu uso para pessoas com HA, em uso ou não de anti-hipertensivo. Os AINES aumentam a pressão, pois reduzem a produção de prostaglandinas renais, o que compromete a vasodilatação renal mediada por essas prostaglandinas. Corticoides, AIES (aldosterona), atua no SRAA, causando vasoconstrição, reabsorvendo Na+ e aumento a PA. Corticoide inibe COX-2 (inibe PGs e fosfolipaseA2) Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Fatores predisponentes: hereditariedade, raça (negros mais propensos), idade, obesidade, álcool, sedentarismo, sal em excesso, tabagismo. Causas de maior ocorrência em HÁ em negros: Determinantes da PA: DC = (PAM-PAD) / RPT DC = PAM / RPT PAM = DC X RVT. • PAM: Pressão Arterial Média; DC: débito cardíaco; RPT: resistências periféricas totais, RVT: resistência vascular total. Medicamento inotrópico: aumento da força da contratilidade (digoxicina, por exemplo). Medicamento cronotrópico: aumente frequência cardíaca. Ao aumentar o DC, aumenta também a PA. Ao aumentar a Resistência Vascular Periférica, também aumenta a PA. Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Controle da PA: ✓Reflexo baroceptor que aumenta a atividade simpática: aumento da FC, contratilidade e DC (beta-1), para diminuir então, utilizaria betabloqueadores beta-1. A constrição das arteríolas e aumento de RPT é realizado por alfa-1, então para reduzir: antagonista alfa-1. ✓Capilares: diuréticos reduzem absorção de agua e Na+: reduz PA. ✓SRAA: angiotensinogênio convertido em angiotensina I pela renina, angiotensina I é convertida em angiotensina II pela ECA, atuando em receptores AT1, aumentando PA. Medicamentos para redução da PA: inibidores da ECA, inibidores da AT-1 (losartana, valsartana, candesartana, ibersartana...), antagonista de receptor da angiotenisa (ARA II), BRA (bloqueadores de receptores de angiotensina, é errado falar assim, mas falam k k), inibidores diretos de renina (alisquireno). Antihipertensivos de atuação central, de ação simpática, vasodilatadores, atuação SRAA e diuréticos. Mecanismos da PA: Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Reflexo barorreceptor: SRAA: Tratamento não farmacológico: redução de peso, aumento de atividade física, moderação na ingestão de álcool, restrição de sódio na dieta, manutenção no consumo de cálcio e potássio, prática de exercícios físicos, redução do consumo de café e tabaco (parar). Tratamento farmacológico: ✓ Agonista alfa-2 de ação central ✓Bloqueadores beta-adrenérgicos Bloqueadores α1 adrenérgicos ✓ Inibidores da ECA Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará ✓ Antagonistas de canais de cálcio ✓ Vasodilatadores diretos ✓ Antagonistas da Angiotensina II ✓ IDR ✓ Diuréticos MEV (mudança de estilo de vida versus redução da PA): Principais determinantes para adesão terapêutica: Situações especiais: Afrodescentes: boa eficácia dos diuréticos Idosos: diuréticos, bloqueadores do canal de cálcio, IECA Gravidez: metildopa Obesidade: IECA (aumentam a sensibilidade a insulina) Diabetes melitus: IECA, diurético em baixas doses Cardiopatia isquêmica: propranolol IC: diuréticos, IECA. Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Às vezes é necessário usar mais de uma classe de anti-hipertensivo para compensar os reflexos compensatórios do organismo. O que deve ser considerado quando se utiliza um anti-hipertensivo? Condições socioeconômicas; redução da morbidade e mortalidade; características do fármaco; características individuais. Características ideias de um A-H: eficaz V.O; seguro ou risco benefício adequado; administração em pequena frequência; reduzir mortalidade por eventos CV. Diretriz tratamento: Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Possíveis combinações de A.H.: Fármacos anti-hipertensivos: Fármacos de ação central: clonidina metildopa, guanabenzo e guanfacina Fármacos que diminuem a transm. adrenérgica: guanetidina e reserpina Bloqueadores ganglionares: Trimetafam Simpatolíticos: guanetidina, reserpina, bloqueadores e • DROGAS DE AÇÃO CENTRAL: →METILDOPA: é uma droga de ação central, princípio ativo do Aldomet. É a droga de escolha para tratamento de eclampsia e pré-eclâmpsia. ▪Farmacocinética: biodisponibilidade variada por via oral. Penetre no SNC por um transportador de aminoácidos. Possui efeito máximo em 4-6h, com duração de 24h. ▪Usos: hipertensão leve a moderadamente grave (inclui ação sobre o SNC). ▪Farmacodinâmica: forma um falso neurotransmissor: alfa-metilnoradrenalina ao invés de formar NA. Então a pressão não sobe, pois diminui o efluxo simpático, diminui RVP, diminui a secreção de renina e quase não altera o DC e FC. ▪Toxicidade: sedação, cansaço mental, depressão mental, hipotensão postural (- frequente), pode ocorrer aumento da secreção de prolactina (porque inibe produção de dopamina), teste de Coombs positivo (incomum). Indivíduos com IS são mais sensíveis aos efeitos de hipotensores. →CLONIDINA: agonista parcial alfa-2 adrenérgico (menos NA é liberada). ▪Farmacocinética: boa biodisponibilidade, efeito máximo em 1-3h, meia vida de 6-20h, possibilidade de uso transdérmico com efeito prolongado. Guanabenzo e guanficina são semelhantes. ▪Farmacodinâmica: agonistas de receptores alfa-2, inibe liberação central de NA. ▪Usos: hipertensão, geralmente em associação com diuréticos. Associados com vasodilatadores para diminuir o reflexo simpático. ▪Toxicidade: xerostomia e sedação, risco de depressão mental, disfunção sexual, o efeito hipotensor é antagonizado pelos antidepressivos tricíclicos (aumentam a NA nafenda sináptica); síndrome de abstinência: cefaleia, tremores, sudorese, taquicardia e hipertensão. • DROGAS REDUTORAS DA TRANSMISSÃO ADRENÉRGICAS – SIMPATOLÍTICOS São drogas que mimetizam ação do simpático. →GUANETIDINA (pouco usada na clínica, praticamente não mais usada, aplicabilidade clínica limitada). ▪Farmacodinâmica: inibe liberação de NA na vesícula. No início ocorre diminuição do DC, com uso crônico Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará RVP diminui. As células efetoras tornam-se hipersensíveis as aminas simpatomiméticas. A debrisoquina, betanidina e o guanadrel são semelhantes. ▪Toxicidade: hipotensão postural e após exercício, diminuição da perfusão no miocárdio e cérebro em altas doses, disfunção sexual, diarréia grave. Deve se evitar uso com ADT, cocaína, aminas simpatomiméticas. →RESERPINA: ▪Farmacocinética: absorção e depuração pouco conhecidas. Penetra no SNC. Utilizada via oral. ▪Usos: hipertensão leve a moderada ▪Farmacodinâmica: inibe a captação de NA pela vesícula. Esse efeito também ocorre com a DA, 5HT e adrenalina (esta em menor grau), contribui pela causa de depressão. A inibição persiste por vários dias. Produz inibição no SNC. ▪Toxicidade: sedação, fadiga e depressão mental, hipotensão postural (- frequente), liberação extra- piramidal (rara), cólicas e diarreia e aumento da secreção gástrica (incomuns). • DROGAS ALFA E BETA BLOQUEADORES: →ANTAGONISTAS ALFA-ADRENÉRGICOS: ▪ Farmacocinética: boa absorção via oral, metabolismo razoável de primeira passagem. Meia vida 2-4h. ▪Toxicidade e efeitos colaterais: seletividade, efeito da primeira dose, tontura, cefaleia, lassidão, hipotensão postural. Taquicardia reflexa, bloqueio de alfa-2 pré-sináptico. Retenção de líquido: volemia. Impotência sexual (bloqueia ejaculação), obstrução nasal, diarreia (liberação de Ach). Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará →BETA-BLOQUEADORES: Cardioseletividade: seletivo para receptores beta-1. Ausência de broncoespasmo. Reações adversas: bradicardia, broncoconstrição, depressão, alucinações visuais e auditivas. ▪Suspensão brusca: aumento da sensibilidade dos receptores; taquicardia, ansiedade, hipertensão, infarto → EFEITO REBOTE. ▪Usos: hipertensão, arritmias, feocromocitoma... ▪Farmacodinâmica: bloqueio de receptores beta. - Não seletivos: propranolol, pindolol e nadolol. - Um pouco seletivo para beta-1: metoprolol - Seletivo para beta-1: atenolol. ▪Toxicidade e contraindicações: pacientes asmáticos e com IC (nestes usar com cautela), pacientes diabéticos insulino-dependentes. Insulino-dependentes: se o paciente usou insulina e usou beta-bloqueador, o beta-bloqueador diminui secreção do glucagon. A insulina mobilizará essa glicose toda para o fígado e músculo → CRISE HIPOGLICÊMICA. Beta-bloqueadores podem mascarar hipoglicemia induzida pela insulina. Quando o paciente começa a entrar em hipoglicemia, aumenta a FC, mas se usam beta-bloqueadores (seletivos ou não seletivos) isso não ocorre, mascarando taquicardia induzida por hipoglicemia. O uso de um beta-bloqueador não seletivo por insulino depente: hipoglicemia severa. ▪Toxicidade/interações: AINES: diminuem o efeito anti-hipertensivo, aumento de triglicerídeos, hipertensão de rebote. BLOQUEADORES DE CANAIS DE CÁLCIO (BBC): M O N A B I C H E →VASODILATADORES B.B.C – A.C.C. – INDIRETOS DIRETOS – NITRATOS ORGÂNICOS (fortemente vasodilatadores). Existes vasodilatadores diretos que agem em canais de K+ e não são nitratos. • Bloqueadores do Canais de Cálcio: O cálcio é um importante transdutor celular. Participa da excitação e contração do miocárdio e da musculatura lisa vascular. O influxo de cálcio é requerido para a atividade marcapasso do nódulo sinoatrial e para a condução A-V. A passagem de cálcio para o interior da célula ocorre pela abertura de canais seletivos, o que permite a difusão passiva do cálcio através da membrana plasmática. Agem nos locais de ligação N, V e D. na subunidade ALFA-1. Utilizando bloqueadores de canais de cálcio – impede vasconstrição do vaso. O BBC bloqueia a entrada de cálcio no endotélio. Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará As drogas de primeira geração variam muito o pico-vale, que é a máxima e mínimas concentrações. Isso é ruim. Bloqueadores de canais de cálcio – usos → angina, hipertensão, arritmias, taquicardias (verapamil e diltiazem), hemorragia cerebral (nimodipina). A eficácia é maior quando forem associados a IECA e metildopa. Nifedipina no PS para tratamento anti-hipertensivo – não é mais utilizado. • VASODILATADORES DIRETOS: Arteriais: Hidralazina, Minoxidil, Diazóxido. (Não entram nitratos). (drogas ligadas a canais de K+) Arteriais e venosos: nitroprussiato de sódio (precursores de nitritos funcionam melhor nas veias). → Nitratos e nitritos: Nitrito de Amila, Nitroglicerina (protótipo), Dinitrato de Isossorvida. Química: ésteres simples de ácido nítrico de poliálcoois. Ex: Isordil. Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Nitratos – farmacocinética: Cefaleia se dá devido a vasodilatação de vasos cerebrais. Com nitratos, com o passar do tempo, pode desenvolver tolerância, que é quando para de fazer efeito. MECANISMO DE AÇÃO NO RELAXAMENTO DO MUSCULO LISO: Nitrato convertido a oxido nitrico aumenta o GMPc, e esse GMPc é o elemento primordial para o relaxamento do vaso. O sidenafil (viagra) é um vasodilatador, podendo ser muito grave associado a outros vasosdilatadores (hipotensão, até óbito). Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará →HIDRALAZINA: (não tem relação com óxido nítrico). →MINOXIDIL →NITROPRUSSIATO DE SÓDIO (é convertido em NO) Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará →DIAZÓXIDO →FENOLDOPAM • INIBIDORES DA ECA (Enzima conversora de angiotensina) Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Angiotensina I em Angiotensina II Influi no metabolismo da BRADICININA Cliva cadeias do peptídeo natriurético Inibidores da ECA: 3 grupos: radical sulfidrila, carboxil e fosinil. Sulfidrila: captopril (aumenta muito a bradicina que chega ao pulmão e causa tosse). Carboxil: enalapril (pró-fármaco), lisinopil, perindopril, trandolapril, benazepril, ramipril, quinapril... FARMACODINÂMICA – IECA: Inibição da enzima conversora, levando a: inibição na formação de angiotensina II, inibição da metabolização da bradicina, não produzem resposta simpática reflexa (grande vantagem). Vantagens: não ocorre retenção de sal e água, baixo índice de hipotensão ortostática, e baixa incidência de taquicardia reflexa. Usos: Hipertensão; ICC; Nefropatia diabética; após infarto agudo do miocárdio; Agente inicial na hipertrofia ventricular esquerda; Bons resultados em indivíduos brancos jovens e de Meia idade TOXICIDADE: Hipotensão em pré-dispostos; Insuficiência renal aguda – em indivíduos com estenose da artéria renal ou com rim solitário Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Tosse seca e angioedema – devido à bradicinina e substância P Contra indicados na gravidez Os AINES podem diminuir o efeito hipotensor dos IECA (impedem síntese de PEs vasodilatadoras). • ANTAGONISTAS AT1 Losartana, vasaltarna... são antagonistas AT1. Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará ANTAGONISTAS RECEPTORES AT1: ▪ Losartan, valsartan, eprosartan, telmisartan ▪ Ativos por via oral ▪ Atuam bloqueando receptores AT 1 provocando: ✓ Vasodilatação✓ Maior excreção de sódio e água (impede secreção de aldosterona) ✓ Menor hipertrofia celular ▪ São utilizados em indivíduos intolerantes aos IECA ▪ O uso na ICC é uma possibilidade ▪ Efeitos adversos semelhantes aos IECA, com exceção da tosse e angioedema ▪ Devem ser evitados na gravidez e amamentação • INIBIDORES DIRETOS DA RENINA – IDR Diferentemente dos IECAs e dos BRas, inibidores da renina reduzem ANGIOTENSIONA I, ANGIOTENSINA II e a ATIVIDADE PLASMÁTICA DA RENINA. ALISQUIERNO Perfil farmacológico: Farmacoterapia I – Cardiovascular Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Wilson Malfará Desuso. O Alisquireno inibe a liberação da renina, não convertendo o angiotensiniogênio a angiotensina I.
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