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Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Hipertensão arterial: - Definida como doença crônica não- transmissível caracterizada por elevação persistente dos níveis tensionais acima dos valores normais na circulação. • Quais seriam essas valores normais? 120 x 80 mmHg. • Existem variabilidades que depende da idade, do peso… • Começamos a nos preocupar quando a PA começa a sub i r 130 x 85 mmHg (bordeline, pré hipertenso, temos que investigar). • HA estágio III sempre associar um diurético. - HA é uma doença multifatorial: ela é idiopática, não conseguimos definir a sua causa primária. • Determinantes sociais: - Riqueza e renda. - Educação. - Ocupação/ emprego. - Acesso ao sistema de saúde. • Ambiente: - Dieta não saudável (aumento sódio e diminui potássio). - Sedentarismo. - Sobrepeso/ obesidade. • Genética/ epigenética: - Múltiplos alelos com poucos efeitos. - Interação gene/ gene. - Mecanismos epigenéticas. - Programação fetal. 6 Anti hipertensivos 1 Elizabeth - DATA: 05/04 - A mortalidade em indivíduos hipertensos é alta - preocupante. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Quem tem mais risco de ficar hipertenso? • Consumo de muita bebida alcoólica. • Hipertenso na família: “hipertensos espontâneos”. • Excesso de peso/ obesidade. • Tabagistas. • Muito sal na alimentação. • Diabético. • N ã o t e m a l i m e n t a ç ã o s a u d á v e l / sedentarismo. • Idade. • Estresse/ qualidade de visa. • Raça negra. Fatores de risco: - Modificáveis: HA, ingestão de álcool, DM, tabagismo, sedentar ismo, estresse , obesidade, colesterol elevado. - Não modificáveis: idade (envelhecimento), hereditariedade, sexo, raça. Tipos de hipertensão: - 90% = HA primária ou essencial: indefinida, multifatorial, e altamente complexa. - 10% = HA secundária: doença conhecida. • Causa renal (ex: aumento da secreção de renina), da hipófise… Como tratar a hipertensão? - Temos vários níveis de HA, as vezes apenas uma mudança de rotina (direta, atividade física, diminuir álcool e tabagismo) podem ser uma primeira opção. - Tratamento não medicamentoso: menos sal na alimentação, maior qualidade de vida, atividade física, cessar tabagismo, diminuir ingesta de álcool, alimentação mais saudável - Tratamento medicamentoso: se o paciente não conseguir baixar a pressão. • Hipertensão leve (estágio I): único fármaco (monoterapia). • Hipertensão severa: vários fármacos. - Estágio III: entramos com diurético. - Pacientes refratários: tentativas de 3 classes farmacológicas (inclusive diuréticos) e o paciente não responde. • Existem outros tipos de tratamentos para esses pacientes: exemplo denervação renal que desativa o SRAA (diminui estímulo simpático = diminui a PA). Classes farmacológicas dos anti- hipertensivos: 3. Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA). 4. Antagonistas dos receptores de angiotensina II. 5. Inibidores da renina. 6. Simpatolíticos centrais. 7. Bloqueadores alfa adrenérgico. 8. Beta bloqueadores. 9. Antagonistas dos canais de sódio. 10. Diuréticos. 11. Vasodilatadores diretos. - Precisamos entender o mecanismo de ação deles, e para isso retomamos a fisiologia. 7 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Pressão arterial: - É a força exercida pelo sangue contra a parede do vaso arterial. • Quando maior essa força, quanto mais ele distende esse Vado, maior vai ser a PA. • Existem barorreceptores que detectam aumento de PA e regulam ela. • Ao longo do dia nossa PA varia, e é então controlada por esses barorreceptores. - Mecanismos que regulam a PA: neurais, renais/ locais e hormonais. • Mecanismos neurais regulam mais r a p i d a m e n t e a PA ( a t r a v é s d o s barorreceptores) - segundos/ minutos (ex: quando levantamos rapidamente é esse mecanismo que regula a PA). • Já a resposta hormonal depende da produção de hormônios (angiotensina II, renina, vasopressina), portanto demoram mais para regular a PA - horas/ semanas. • E as respostas renais/ locais pode ser pela função renal através da diurese (consumir bastante água para eliminar sódio pela diurese e baixar a PA). ➡ PA = DC x RVP: • DC = VS (quanto sangue chega no coração, é o RV) x FC (comando simpático e vago - autorregulada). - DC é diretamente proporcional a PA. - Simpático: aumenta a PA, entro em um paciente com HA temos que inibir o simpático (receptores adrenérgicos). • RVP :depende da le i de poiseui l le (comprimento, viscosidade, raio). - O raio é o mais importante, e elevado a 4ª potência = pequenas modificações no raio geram grandes alterações na RVP (pois o raio é elevado à 4). - Se eu aumento meu raio, diminui a RVP. - Comando simpático (fatores locais, hormonais). • Volemia: hormônios e função renal. - Resistência vascular periférica: • Artéria aorta é um regime de alta pressão (que expende e retrai muito, devido à fibras elásticas). A medida que ela vai se distanciando do coração, ela vai perdendo essas fibras elásticas e ficam só a camada de músculo liso que é responsivo a hormônios e a medida que se afasta do coração, vai diminuindo o raio e aumentando a resistência. • A maior resistência ao fluxo reside nas artérias e nas arteríolas (pois os capilares possuem baixa resistência ao fluxo – possuem grande área de secção transversal). • Arteríolas - são vasos de resistência, capazes de regular a perfusão tecidual graças a sua camada muscular e a sua responsividade a substâncias vasoativas. 8 - Comprimento e viscosidade são mais estáveis no sistema cardiovascular. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Capilares (vasos de troca): tem raio pequeno e resistência baixa, por conta da disposição desses vasos. - Dispostos em paralelos = diminuir resistência para ocorrer as trocas gasosas e nutrientes. - Onde há maior velocidade sanguínea, onde o fluxo passa mais rápido? Nas artérias (vasos de alto fluxo). • A velocidade sanguínea tem a ver com a área de secção transversa (AST). • A velocidade é inversamente proporcional à AST. • No nosso organismo temos mais capilares que artérias, portanto temos mais AST em capilares, portanto, menor a velocidade de condução do sangue. Sistema nervoso autônomo: - A regulação de PA é feita pelo SNA. • O SNA simpático tem mais efeito sob nossa PA. • Estimulação simpática nunca é zero (existe um tons simpático continuamente). - Sempre vai ter ativação simpática. - O SNA é independente do controle do SNC. - As fibras deles saem da medula. - Dependendo da região de onde saem esses neurônio, chama-se de simpático ou parassimpático. - Dividimos a medula em: cervical, torácica, lombar e sacral. • Fibras do SNA simpático saem da região torácica e lombar. - Neurônio pré ganglionar curta e NT é Ach. - Neurônio pós ganglionar longa e NT é noradrenalina. - Ativação do simpático: • No coração: nó sinusal, nó AV, ventrículo. - R e c e p t o r a d r e n é r g i c o B 1 (taquicardia). - E x i s t e u m a c l a s s e d e medicamentos beta bloqueadores (bloqueia esses receptores). • Nos vasos sanguíneos. - R e c e p t o r a l f a 1 ( e x i s t e m antagonistas dos receptores alfa 1). • Fibras do SNA parassimpático saem da região cervical e sacral. - O mais importante para o sistema CV é o nervo vago. - O NT é a Ach. - Inerva nó sinusal, nó AV e pequena no ventrículo = diminui a Fc e diminui moderadamente a força de contração. 9 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Controle autonômico do leito vascular: • Alfa 1 (nos vasos): vasoconstrição periférica = aumenta RVP e aumenta PA. • Beta 1 (no coração): aumenta DC (taquicardia). • Beta 2 (músculo esquelético, ex: pulmões): vasodilatação no músculo esquelético. - SNS é o grande responsável pelo tono vasomotor: mesmo numa condição basal, existe uma atividadenervosa simpática para a vasculatura que mantém o tono vascular. - S i s t e m a p a ra s s i m p á t i c o : c o n t ro l e autonômico do coração. • Receptores M2: diminui FC, diminui força de contração (atrial) - inibição da condução AV. Controle da PA: - O sistema nervos simpático tem controle sobre o DC (no coração) e RVP (nos vasos) pelos receptores. - Além disso, a RVP também é controlada pelo SRAA que constringe os vasos e libera aldosterona, que retém Na para aumentar a PA. - Existem vários fármacos que interferem em diferentes partes dessas vias: Sistema renina angiotensina aldosterona: - Renina é uma enzima produzida no rim pelo aparelho justa glomerular por estímulo da q u e d a d a P A d e t e c t a d a p e l o s barorreceptores. - Na circulação ela cliva a molécula de angiotensinogênio (peptídeo) produzido no fígado, formando angiotensina I. - A angiotensina I não tem função biológica para nós no sistema CV. - A enzima conversora de angiotensina (ECA) está aderida nas células endoteliais do vaso, e cliva a angiotensina I em angiotensina II, que é um vaso c o n s t r i t o r e estimulador do c ó r t e x d a a d re n a l p a ra p ro d u ç ã o d e a l d o s t e r o n a (retém sódio e água). 10 - Sempre temos um tonus vasomotor simpático, que se for inibido causa vasodilatação mas se for mais ativado gera vasoconstrição. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - A angiotensina II : mecanismos que aumentam a PA. I. É vaso constritora, diminui a RVP. II. Age no bulbo, aumentando a atividade simpática. III. No hipotálamo aumenta ADH e sede (aumenta volemia = aumenta PA). IV. Age no córtex da adrenal, aumentando produção de aldorestorna. • Se reduz i rmos a ang iotens ina I I , conseguimos reduzir a PA do nosso paciente. - Funções normais da ECA: ✓ C o n v e r t e r a a n g i o t e n s i n a I e m angiotensina II (sistema SRAA). ✓ Influi no metabolismo da bradicinina (processo inflamatório). - A ECA promove degradação da bradicinina em peptídeos inativos. Drogas que atuam sobre o SRAA: 1) Inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA): - Mecanismo de ação: • Inibe a conversão de Angiotensina I em Angiotensina II. • Influencia no metabolismo da Bradicinina (inibe a degradação da bradicinina). - Farmacocinética: • Absorção adequada no TGI. • Distribuição ampla pelo corpo. • Metabolismo hepático/ pró fármacos. - Exceto captopril e lisinopril. • Excreção renal ou fezes. - Farmacoterapia: uso clínico. • Tratamento da pressão arterial instável. • Insuficiência cardíaca. • Tratamento pós infarto. 11 Sufixo “pril”. - A maioria são pró fármacos (precisa de efeito de 1ª passagem hepática para se tornar ativo). - Lisinopril e Captopril são os únicos que não necessitam de ativação hepática. - Via de administração é a mesma. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Interações: cuidado. • Aumentam efeito hipotensor das drogas utilizadas na hipertensão (ex: se usar vários fármacos) • Aumentam o nível sérico do lítio: efeito tóxico. • Associados poupadores de potássio: risco de hipercalemia. - Reações adversas : cefaleia, fadiga, angioedema (principalmente na língua), reações no TGI, hipercalemia, alterações na ureia, alterações na creatinina. - IECAS aumentam nível de bradicinina = leva a processo inflamatório (aumento de PGL e leucotrienos). • Captopril : proteinúria, leucopenia, erupção cutânea, hipotensão, reação alérgica, tosse seca (pigarro). - Lembre-se: • Hipotensão de primeira dose , em hipovolêmicos com renina elevada. • Tosse seca (10 a 30%). • Erupções cutâneas (2 a 3%). • Efeitos teratogênicos: anormalidades ósseas do feto, insuficiência renal neonatal e morte, principalmente no 2o e 3o trimestre. - Existem outros fármacos indicados para gestante. 2) Antagonistas dos receptores de angiotensina II (ARA): - Receptor AT1 de angiotensina: principal receptor no vaso, promove…aumento da PA. • Vasoconstrição. • Reabsorção de sódio e água. • P r o l i f e r a ç ã o e crescimento celular (hipertrofia). • Ativação simpática. • L i b e r a ç ã o d e aldosterona. - S e q u e re m o s re d u z i r a PA v a m o s antagonizar esses receptores para a angiotensina II não se ligar e promover seus efeitos. - Mecanismo de ação: antagonistas de receptores de angiotensina II. • Inibe a ligação da angiotensina II em seu receptor. • Vai ter vasodilatação, excretar água e sódio, diminui volume sanguíneo, diminui hipertrofia celular, diminui a PA. - Indicações: mesmas indicações dos IECAs. 12 Sufixo “Ana”. - Maioria sofre metabolização hepática pelo CIP2C9. - E a maioria são metabólitos ativos. - Losartana: • 50-100mg em 1 a 2 doses. • Meia vida 2 horas (6 a 9 para metabólito ativo). • Metabolismo hepático, principalmente via CIP2C9. • Tem metabolismo ativo. • Urina: via de eliminação predominante. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Efeitos sinérgicos com os IECAs. • Alternativos dos IECAs. - Efeitos adversos: • Teratogênese. - Contraindicado pra gestantes. • Hipotensão ortostática. • Hipercalemia. • Reações cutâneas. 3) Inibidores de renina: - Exemplos: alisquireno (Rasilez e Tekturna). - Mecanismo de ação: alisquireno inibe a renina ao se ligar com alta afinidade ao sítio catalítico da enzima, bloqueando dessa maneira o s istema renina- angiotensina no seu ponto inicial de ativação. - Farmacocinética: • Baixa biodisponibilidade oral (~ 2,5%), interação com alimentos. • Meia vida 24h. • 81% é el iminado de maneira não modificada pela bile. - Efeitos adversos: diarreia e angioedema. Drogas que atuam sobre o SNA simpático: 4) Simpatolíticos centrais: - Exemplos: alfa-metildopa, clonidina, moxonidina. - Mecanismo de ação: • Inibem ou bloqueiam o SNS. • Agonista de receptores alfa2 adrenérgico. • Capacidade de reduzir a pressão arterial (PA). - RECEPTORES ALFA 2: ficam nos neurônios pré sinápticos (produz o NT que vai ser liberado na fenda sináptica): • Receptores alfa 2 (adrenérgicos) promovem a receptação de NOR, diminuindo o efluxo do SNS vasos e coração = função do receptor alfa 2 é receptar a NOR da fenda (e diminuir sua ação simpática). - Agonista alfa 2: reduz a quantidade de NOR na fenda sináptica, portanto diminui ação do SNA simpático. • Agonista receptores alfa 2 adrenérgico diminui efluxo para musculatura lisa dos vasos: - Vasodilatação (diminui RPT). - Diminui PA. - Reações adversas: • Acompanhadas por ansiedade, tremores, cefaleia, sudorese, dor abdominal e taquicardia (evidencia de atividade excessiva do SNC) - casos raros em que ocorre o oposto, ativa outras vias do SNC. • Sonolência e sedação (pois diminui fluxo simpático). • Retenção de volume. METILDOPA: - Mais prescrito para gestantes. - Ações: ✓ Reduz PA por diminuir RVP. • Causa vasodilatação. ✓ Pouco efeito sobre DC e FC. ✓ In ibe a secreção de renina (sem importância para diminuir PA). ✓ Causa redução da resistência vascular renal em pacientes com insuficiência renal. • Bom para pacientes com IR por causar essa vasodiltação. ✓ Pouca hipotensão postural. ✓ “Pseudotolerância”: retenção de sais e líquidos. • Quando se associa com diuréticos. ✓ Fazer associação com diurético. - Farmacologia: • Boa absorção VO: transporte ativo no intestino. • Concentração plasmática máxima em 2-3 horas. • Meia vida ~ 2 horas. 13 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Efeito máximo em 6-8 horas persistindo por até 24 horas. • Acesso ao SNC por transporte ativo. • E xc re t a d a p e l o r i m ( c o n j u g a d o ) : insuficiência renal X meia vida. • Eficácia máxima reduzida dependendo da dose. - Toxicidade e efeitos colaterais: • Sedação, depressão. • Redução acuidade mental / esquecimento. • Distúrbiosdo sono. • Cefaleia. • Impotência, diarreia, visão embaçada. • Bradicardia. • Hipersensibilidade do seio carotídeo. • Anemia hemolítica (raramente). CLONIDINA: - Ações: ela não reduz a RVP, ela reduz a FC (reduz o DC e a PA). ✓ Redução da PA decorre de: - Diminuição FC. - R e l a x a m e n t o d e v a s o s d e capacitância (veias). - Diminuição RVP principalmente na posição ereta. ✓ Fluxo sanguíneo renal é mantido. ✓ Há retenção de sais e líquidos —> associar diurético. - Farmacocinética: • Boa absorção VO: altamente lipossolúvel. • Concentração plasmática e efei to hipotensor máx 1-3 horas (VO). • Meia vida ~ 12 horas. • Doses iniciais baixas com elevação gradual. • Emplastros de liberação transdérmica. - Toxicidade e efeitos colaterais: • Sedação, depressão. • Disfunção sexual. • Bradicardia. • Dermatite de contato. • Interação com antidepressivos tricíclicos (bloq. Alfa). • Crise hipertensiva na suspensão abrupta. 5) Bloqueadores alfa adrenérgico: - Mecanismo de ação: • Bloqueio dos receptores a l fa 1 adrenérgico (nos vasos) levando ao relaxamento da musculatura lisa dos vasos e vasodilatação (por redução da RVP). • Diminui a PA. - Efeitos adversos: • S N C ( t o n t u ra , c e f a l e i a , f a d i g a e sonolência). • Hipotensão ortostática. • Edema periférico. • Palpitação. • Síncope. 14 Sufixo “ina”. - Mais usado: prazosina. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB 6) Beta bloqueadores: - Receptores beta: - Exemplos de beta bloqueadores: - Mecanismo de ação: • Antagonizam de forma específica, competitiva e reversível a ação das catecolaminas endógenas ou exógenas nos receptores beta-adrenérgicos. - Efeitos adversos: • Broncoconstrição para os não seletivos. • Bradicardia excessiva. • Mascara sintomas de hipoglicemia. - Sintomas de hipoglicemia: sudorese, t remor , taquicard ia (e fe i tos de estimularão do simpático). • Fadiga. • Sintomas gastrointestinais: cólica, diarreia, obstipação, dor epigástrica, flatulência em < 10%. - Obs: não devem ser usados em idosos com HA. Os beta bloqueadores são os fármacos de última escolha. Ele sozinho não deve ser prescrito como anti hipertensivo, são mais usados em jovens. Caso clínico: - Gustavo, 90 Kg, 39 anos, negro, fuma e consome 20 unidades de álcool por semana há 18 anos. Além disso, ele não possu i d ieta saudáve l e apresenta colesterol total de 210 mg/dL e colesterol HDL de 19,8 mg/dL. Apresenta pressão arterial clínica de 151/95 mmHg, sem histórico médico de doença cardiovascular, renal e/ou diabetes. Exames clínicos e ambulatoriais não revelam causas secundárias da hipertensão , porém Gustavo apresentou hipertrofia ventricular esquerda e evidência de relaxamento 15 - No coração inervação simpática em receptores beta 1 = aumenta Fc e aumenta PA. - Usamos um beta bloqueador para inibir esses beta 1 no coração. - Cuidado com beta bloqueadores não seletivos: bloqueiam vários recuperes betas em várias partes do organismo. ‣ BETA 1: coração. ‣ BETA 2: musculatura lisa. Sufixo “nolol”. - Propanolol: bloqueadores beta 1 e beta 2 adrenérgicos (inespecífico). • Não podemos prescrever para paciente asmático, pois ao bloquear receptor beta 2 (vasodilatação) vai constringir mais ainda os brônquios.. - Atenolol: bloqueadores beta 1 seletivo. - Carvedilol: antagonista de receptor alfa 1 e beta 1. Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB diastólico prejudicado no ecocardiograma. Iniciou o tratamento com enalapril e propranolol. ‣ Nosso paciente se enquadra no estágio I da HA. ‣ Fatores de risco: sobrepeso, ração negra, tabagista, etilismo, colesterol alto, sem causa secundária de hipertensão. ‣ Considerada HA essencial/ primária. ‣ Esses 2 fármacos não tem o mesmo mecanismo de ação. ‣ P r o p a n o l o l é b e t a b l o q u e a d o r inespecífico. ‣ Enalapril tem a ver com SRAA: faz parte dos IECA. Questões: 1) Paciente do sexo masculino, 50 anos de idade. Chegou ao PS com dificuldade respiratória, além de um histórico clínico de hipertensão arterial. Relata que começou a fazer uso de medicações prescritas pelo médico do SUS, após ter apresentado por dias níveis pressóricos de 140 x 95 mmHg. A terapia medicamentosa deste pac iente baseava-se em: ( i ) Losartana: 2 comprimidos de 100 mg ao dia; (ii) Carvedilol: 25mg 2 vezes ao dia. Pergunta-se: - Qual o mecanismo de ação desses dois fármacos? - Quais os efeitos adversos de cada um deles? - 2) Américo é hipertenso e obeso e com hiperglicemia no último exame bioquímico. Usa vários fármacos durante o dia (captopril , losartana e antes usava propranolol), em horários estipulados pelo médico, porém os níveis pressóricos permanecem sem controle. Com relação relação aos anti-hipertensivos analise as frases: I. Os inibidores da ECA são úteis na hipertensão, pois reduzem a produção de angiotensina 2. II. Se fosse utilizada a metildopa como anti- hipertensivo ocorreria o bloqueio de receptores alfa 1; III. Quando Américo começou a apresentar h iperg l i cemia o médico re t i rou o p ro p ra n o l o l e s u b s t i t u i u p o r u m vasodilatador indireto (captopril), o que foi um procedimento correto; IV. Se estivesse tomando o captopril com o café da manhã teria uma melhor resposta medicamentosa; V. O losartan é um agonista da angiotensina. 3) Complete a tabela a baixo: 16 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Caso clínico: - Sra JRS, 46 anos, mulher, branca, casada, aposentada devido a cardiopatia, natural e procedente de Sorocaba. Paciente com história de hipertensão arterial severa sob controle medicamentoso, necessitando de visitas periódicas ao Posto de Saúde para adequação de medicação e controle da pressão arterial, sendo utilizada hoje como tratamento da hipertensão Anlodipino, Hidralazina e Hidroclorotiazida associada a Espironolactona. 1. Quais tratamentos farmacológicos poderiam ser utilizados na terapêutica da HA da paciente do caso clínico? • IECA, bloqueadores de canais de calcio e diuréticos. 2. Qual a c lasse farmacológ ica do Anlodipino? • Bloqueador do canal de cálcio. 3. Q u a l o m e c a n i s m o d e a ç ã o d o Anlodipino? • E x e r c e u m e f e i t o v a s o d i l a t a d o r predominante com mínimo efeito na Fc era função sistólica. 4. Quais são as reações adversas do Anlodipino? • Cefaleia, tontura, rubor facial e edema periférico. 5. Qual a classe farmacológica pertence a hidralazina? • Vasodilatador direto. 6. Qual o mecanismo de ação da hidrazina? • Relaxam a musculatura lisa arterial, levando a redução da resistência periférica total. 7. Quais os feitos adverso da hidralazina? • Cefaleia pulsatil severa. 8. Qual tipo de diuréticos hidrocloratiazida é? • Diurético tiazídico. 9. Por que a hidrocloratiazida foi associada a espironolactona? • M i n i m i z a r o e f e i t o c o l a t e r a l d a hipopotassemia da hidrocloritiazida. Antagonistas dos canais de cálcio: - Classes: • Diidropirimidinas: sufixo “DIPINO”. - Nifedipino (Adalat®, Procardia®), anlodipino, nicardipino, felodipino, m a n i d i p i n o , l e v a n l o d i p i n o , lercanidipino, lacidipino. • Não diidropirimidinas: - Fenialquilaminas: Verapamil (Calan®, Isoptin®) - B e n z o t i a z e p í n i c o s : D i l t i a z e m (Cardizem®). - Mecanismo de ação: • O íon cálcio é um importante transdutor celular. • Participa da excitação e contração do miocárdio e da musculatura lisa vascular. • O influxo de cálcio é requerido para a atividade marcapasso do nódulo sinoatrial e para a condução AV. • A passagem de cálcio para o interior da célula ocorre pela abertura de canais seletivos, o que permite a difusão passiva d o c á l c i o a t ra v é s d a m e m b ra n a plasmática. ➡ Inibem a entrada de cálcio, ligando-se a o s c a n a is l e n t o s v o l t a g e m dependente na membrana celular. - Nestes canais existem sítios de ligação específicos (subunidade alfa1), onde se ligam estes fármacos. 24 Anti Hipertensivos II Beth - DATA: 12/04 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Diminuição do cálcio na musculatura lisa dos vasos e redução da resistência vascular periférica. • Diidropiridínicos: efeito vasodilatador predominante. - Mínima interferência na FC e na função sistólica. - Mais frequente usado como anti hipertensivo. • Não diidropiridínicos (difenilalquilaminas ( ve rapami la ) e as benzoKazep inas (dilKazem): menor efeito vasodilatador e agem na musculatura e no sistema de condução cardíaco = reduzem a FC. - Efeitos antiarrítmicos podem deprimir a função sistólica, principalmente nos pacientes que já tenham disfunção miocárdica, devendo ser evitados nessa condição. - Eficácia: • Diminuem níveis da HA leve e moderada. • Diminuem a morbo-mortalidade CV em idosos. • Menos eficientes que outros ant i h i p e r t e n s i v o s n a r e d u ç ã o d a hospitalização por ICC e IAM. - Lembrar: • Todos dilatam as arteríolas coronárias e reduzem a pós-carga, mas cada classe tem diferentes efeitos na frequência e contratilidade cardíacas: - Verapamil e diltazem têm efeitos inotrópico, cronotrópico e dromotrópico negativos diretos. - Nifedipina (O) tem efeitos diretos cardíacos sem valor, mas pode causar resposta simpática reflexa por diminuir a PA. • Todos são ativos oralmente. • Exibem alto metabolismo de 1ª passagem e alta ligação à proteínas plasmáticas. • Após administração oral agem dentro de 30 min e têm meia-vida plasmática de algumas horas. ANLODIPINO: - É um derivado di-hidropiridínico de terceira geração que apresenta maior seletividade para o tecido vascular e maior duração de ação. - Apresenta início de ação lento e, com uma a d m i n i s t ra ç ã o d i á r i a ( 5 a 1 0 m g ) , proporciona efetivo controle da pressão arterial por 24 horas. LERCANIDIPINO: - Altamente lipofílico , este similar ao anlodipino tem um início de ação lenta, mas com duração prolongada. - É para os vasos, apresentando atividade i n o t r ó p i c a n e g a t i v a m e n o r q u e o nitrendipino e o felodipino. - Nas doses utilizadas para o tratamento da hipertensão arterial (5 a 40 mg/dia), o lercanidipino não interfere na excitação e na condução cardíaca - Reações adversas: • Mais comuns: cefaleia, tontura, rubor facial, edema periférico. • Mais raros: hipertrofia gengival. • Diidropirimidínicos de curta duração podem causar estimulação simpática reflexa. • Verapamil e Diltiazem podem deprimir a contratilidade e produzir bloqueio AV em pacientes recebendo beta-bloqueadores. Vasodilatadores diretos: - Exemplos: hidralazina (Apresolina®; N e p re s o l ® ) , m i n ox i d i l ( L o n i t e n ® ) , nitroprussiato de sódio (Nipride®). - Como promover vasodilatação? • Liberando NO (menos cálcio relaxa o músculo liso periférico). - NO = fator relaxante do endotélio. 25 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • A b r i n d o c a n a i s d e p o t á s s i o (hiperpolariza a célula e relaxa o músculo liso vascular). • Bloqueando canais de cálcio (menos cálcio relaxa a musculatura lisa do vaso). - Mecanismo de ação: • Relaxam a musculatura lisa artéria, levando a redução da RVP total. - Farmacocinética: NITROPRUSSIATO DE SÓDIO (Nipride): - Usado em emergências hipertensivas. - Vasodilatador arterial e venoso = diminui pré e pós carga. • Vasodilatação venosa: - Diminui RV. - Diminui VS. - Diminui força de contração. - Diminui a PA. - Dose: 0,3 a 10 mcg/Kg/min. NITROGLICERINA (Tridil): - Emergências hipertensivas: • Venodilatador. • Metabolismo hepático. • Pico de ação em 2 a 5 minutos. • Dose: 5 a 10 mcg/min até 100 a 200mcg/ min. • Contraindicação com uso de drogas para disfunção erétil. • Causa resistência e tolerância. • Monitorizar cefaleia: pode causar hipotensão e taquicardia reflexa. Diuréticos: - São fármacos que aumentam o fluxo urinário e a excreção de sódio para ajustar o volume e/ou a composição dos líquidos corporais. • Promovem diurese = aumento da excreção de água (débito urinário), produzida nos rins. - Unidade funcional dos rins: NÉFRONS. • 1,3 milhões em cada rim. • 2 a 4cm de comprimento. 1. Corpúsculo renal (capilar glomerular e cápsula de Bowman). 2. Túbulo contorcido proximal. 3. Alça de Henle (ramo descendente fino, ramo ascendente fino, ramo ascendente grosso). 4. Túbulo contorcido distal. 5. Ducto coletor medular. 26 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB 99% do filtrado glomerular é reabsorvido pelo túbulo e volta para circulação. - Tipos de diurético: • Diuréticos de alça. • Diuréticos tiazídicos. • Diuréticos puxadores de potássio. DIURÉTICOS DE ALÇA: - Exemplos: • Furosemida (Lasix ®). • Bumetamina (Burinax®). • Piretanida (Arelix®). - Farmacocinética: ação de curta duração (natriurese aguda) usado 2x/ dia. • Bem absorvidos no TGI. • Rapidamente distribuídos. • Metabolismo hepático. • Meia vida de 3 a 4hrs. • Excreção renal. - Mecanismo de ação: atua na alça espessa de Henle (entra sódio, entra potássio). • Bloqueiam o co transportador Na-K-2Cl n o s e g m e n t o e s p e s s o d a a l ç a ascendente de Henle. • É o mais potente, pois excreta 15 a 25% do sódio presente no filtrado. - Inibindo o co transportador: • Reduz a reabsorção de sódio (aumenta excreção) = aumenta volemia = aumenta a PA. • Aumenta excreção de potássio (risco de hipopotassemia). - Reações adversas: • Hipopotassemia e hipovolemia. - O sódio que não foi reabsorvido na alça de Henle pela ação do diurético passa pelo TCD e chega ao ducto coletor (entra Na, saí K) que acaba sendo um pouco reabsorvido e mais potássio sendo excretado (pe las cé lu las principais) = hipopotassemia. • Ototoxicidade (furosemida) provoca lesão do ouvido interno. DIURÉTICOS TIAZÍDICOS: - Exemplos: • Hidroclorotiazida (Clorana®). • Clortalidona (Higroton®). • Indapamina. - Farmacocinética: ação mais lenta. • Absorção rápida e incompleta pelo TGI. • Distribuição ampla, atravessa placenta. • Metabolismo hepático. • Excreção renal e no leite. 27 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB - Mecanismo de ação: atua no TCD (entra sódio, entra cloreto). • Bloqueiam o co transportador NaCl no túbulo contorcido distal. • Aumenta excreção de sódio e água = diminui volemia = diminui DC e PA. - Efeitos adversos: • Hipopotassemia (mesmo mecanismo dos diuréticos de alça). • Impotência sexual. • Alcalose metabólica (perde cloreto junto). DIURÉTICOS POUPADORES DE POTÁSSIO: - Exemplos: • Espirolactona (Aldactone). • Eplerona. • Amilorida. • Triantereno. - Farmacocinética: • Administração apenas oral. • Bem absorvidos no TGI. • Metabolismo hepático. - Amilorida não sofre metabolismo hepático. • Excreção renal. - Mecanismo de ação: atua no ducto coletor (entra sódio, sai potássio), então se excreta sódio, aumenta potássio (hipercalemia). • Espironolactona: - Antagonista competitivo da aldosterona (na célula principal). - Aumenta a excreção de sódio, água e cloreto. • Amilorida e triantereno: - Bloqueia os canais de transporte de sódio = excreção. - Diminui a troca de Na/K. ‣ Deixam de reabsorver sódio e excretar postáss io = d iminu i ou rever te a hipopotassemia = usado em associação pois minimiza o efeito colateral (hipopotassemia) dos outros diuréticos. - Excretam sódio pelo ducto coletor, enato entra potássio (reverte efeito da hipopotassemia). - Efeitos adversos: • Distúrbios do TGI. • Letargia. • Confusão. • Hiperuricemia. • Hipercalcemia (excreta sódio, entra potássio). Combinação de fármacos: - Como combinar anti hipertensivos? 28 FarmacologiaATD2 Catarina Alipio XXIIB Questões: 1) Paciente do sexo masculino, 50 anos de idade, iniciou tratamento anti-hipertensivo. A sua queixa e de seus familiares, é que atualmente tem apresentado cefaleia persistentemente, as vezes relata que sente pulsações na cabeça, apesar de não haver sinais e sintomas de doença neurológica, segundo a observação. • Sugira um anti-hipertensivo que o paciente possa estar tomando e causando essas reações adversas. • Descreva mecanismo de ação do suposto medicamento anti-hipertensivo. 2) Doente de 40 anos, sexo feminino, com hipertensão arterial, desenvolveu edema dos membros inferiores após começo de tratamento com medicamentos anti- hipertensores. Qual dos seguintes fármacos terá mais provavelmente causado o efeito adverso? a. Hidrocloratiazida. b. Nifedipina. c. Captopril. d. Losartana. e. Atenolol. 3) Complete a tabela abaixo: 29
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