Buscar

E-book pacote anticrime II

Prévia do material em texto

PACOTE ANTICRIME 
E-BOOK 
 
PARTE II 
 
LEGISLAÇÃO ESPECIAL 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
Instagram: @professorfelipenovaes 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
1 - Lei 7210/84 – Lei de Execução Penal: 
 
1.1 – alterações no recolhimento de material genético do condenado, criação de falta 
grave para preso que se recusa a colher o material. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 9o-A. Os condenados por 
crime praticado, dolosamente, com 
violência de natureza grave contra 
pessoa, ou por qualquer dos crimes 
previstos no art. 1o da Lei no 8.072, 
de 25 de julho de 1990, serão 
submetidos, obrigatoriamente, à 
identificação do perfil genético, 
mediante extração de DNA - ácido 
desoxirribonucleico, por técnica 
adequada e indolor. (Incluído 
pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 1o A identificação do perfil 
genético será armazenada em banco 
de dados sigiloso, conforme 
regulamento a ser expedido pelo 
Poder Executivo. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 2o A autoridade policial, 
federal ou estadual, poderá requerer 
ao juiz competente, no caso de 
inquérito instaurado, o acesso ao 
banco de dados de identificação de 
perfil genético. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012) 
 
Art. 9º-A. (VETADO). 
................................................................
........................................... 
§ 1º-A. A regulamentação deverá fazer 
constar garantias mínimas de proteção de 
dados genéticos, observando as melhores 
práticas da genética forense. 
................................................................
........................................... 
§ 3º Deve ser viabilizado ao titular de 
dados genéticos o acesso aos seus dados 
constantes nos bancos de perfis genéticos, 
bem como a todos os documentos da cadeia 
de custódia que gerou esse dado, de maneira 
que possa ser contraditado pela defesa. 
§ 4º O condenado pelos crimes 
previstos no caput deste artigo que não tiver 
sido submetido à identificação do perfil 
genético por ocasião do ingresso no 
estabelecimento prisional deverá ser 
submetido ao procedimento durante o 
cumprimento da pena. 
§ 5º (VETADO). 
§ 6º (VETADO). 
§ 7º (VETADO). 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
§ 8º Constitui falta grave a recusa do 
condenado em submeter-se ao procedimento 
de identificação do perfil genético.” (NR) 
 
 
 
Comentários: trata-se de modificação realizada no sistema de identificação criminal por 
meio de recolhimento de material genético do preso. Os tribunais superiores vem 
admitindo o recolhimento de material genético com a finalidade de compor o sistema 
de identificação criminal de criminosos, presos provisórios ou condenados, entretanto 
vem impondo limites para o uso de tais informações com um caráter probatório, ou seja, 
que tais dados sejam utilizados para determinar a autoria de crimes posteriores, em 
outros processos criminais. A modificação realizada no art. 9º - A, teve a alteração do 
caput vetada, permanecendo o texto anterior, foram criados dois parágrafos que 
deixam claro o caráter probatório de tais elementos em processos por outros crimes, o 
que nos parece ferir o direito de não produzir provas contra si, assegurado na 
Convenção Americana de Direitos Humanos, o Pacto de São José da Costa Rica, pois o 
detento terá seu material genético, que foi coletado sob a alegação de cadastro de 
identificação criminal utilizado para comprovar a autoria em outras infrações penais. 
 
Além disso o paragrafo oitavo, incluído pelo pacote anticrime, passou a prever falta 
grave consistente na recusa em recolher material genético. O que se ratifica na inclusão 
desta modalidade de falta grave no art. 50, da LEP. 
 
 
1.2 – Criação de nova falta disciplinar grave: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 50. Comete falta grave o 
condenado à pena privativa de 
liberdade que: 
I - incitar ou participar de 
movimento para subverter a 
ordem ou a disciplina; 
II - fugir; 
III - possuir, indevidamente, 
instrumento capaz de ofender a 
integridade física de outrem; 
Art. 50. 
..............................................................................
.............. 
....................................................................
...................................... 
VIII - recusar submeter-se ao 
procedimento de identificação do perfil 
genético. 
....................................................................
............................” (NR) 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
IV - provocar acidente de 
trabalho; 
V - descumprir, no regime 
aberto, as condições impostas; 
VI - inobservar os deveres 
previstos nos incisos II e V, do 
artigo 39, desta Lei. 
 
 
 
Comentários: foi criada uma nova falta disciplinar grave para o preso que se recusar 
submeter-se ao procedimento de identificação do perfil genético. Coadunando com o 
disposto no novo §8º, do art. 9º A, da lei 7210/84 – Lei de Execução Penal. 
 
 
1.3 – Alterações no RDD – regime disciplinar diferenciado. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 52. A prática de fato previsto 
como crime doloso constitui falta grave e, 
quando ocasione subversão da ordem ou 
disciplina internas, sujeita o preso 
provisório, ou condenado, sem prejuízo 
da sanção penal, ao regime disciplinar 
diferenciado, com as seguintes 
características: (Redação dada pela 
Lei nº 10.792, de 2003) 
 
 I - duração máxima de trezentos e 
sessenta dias, sem prejuízo de repetição 
da sanção por nova falta grave de mesma 
espécie, até o limite de um sexto da pena 
aplicada; (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
II - recolhimento em cela 
individual; (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
Art. 52. A prática de fato previsto 
como crime doloso constitui falta grave e, 
quando ocasionar subversão da ordem ou 
disciplina internas, sujeitará o preso 
provisório, ou condenado, nacional ou 
estrangeiro, sem prejuízo da sanção 
penal, ao regime disciplinar diferenciado, 
com as seguintes características: 
I - duração máxima de até 2 (dois) 
anos, sem prejuízo de repetição da 
sanção por nova falta grave de mesma 
espécie; 
II - recolhimento em cela individual; 
III - visitas quinzenais, de 2 (duas) 
pessoas por vez, a serem realizadas em 
instalações equipadas para impedir o 
contato físico e a passagem de objetos, 
por pessoa da família ou, no caso de 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
III - visitas semanais de duas 
pessoas, sem contar as crianças, com 
duração de duas horas; (Incluído 
pela Lei nº 10.792, de 2003) 
IV - o preso terá direito à saída da 
cela por 2 horas diárias para banho de 
sol. (Incluído pela Lei nº 10.792, de 
2003) 
 
 
 
 
 
 
 
§ 1o O regime disciplinar 
diferenciado também poderá abrigar 
presos provisórios ou condenados, 
nacionais ou estrangeiros, que 
apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou 
da sociedade. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
§ 2o Estará igualmente sujeito ao 
regime disciplinar diferenciado o preso 
provisório ou o condenado sob o qual 
recaiam fundadas suspeitas de 
envolvimento ou participação, a qualquer 
título, em organizações criminosas, 
quadrilha ou bando. (Incluído pela Lei nº 
10.792, de 2003) 
 
 
terceiro, autorizado judicialmente, com 
duração de 2 (duas) horas; 
IV - direito do preso à saída da cela 
por 2 (duas) horas diárias para banho de 
sol, em grupos de até 4 (quatro) presos, 
desde que não haja contato com presos 
do mesmo grupo criminoso; 
V - entrevistas sempre 
monitoradas, exceto aquelas com seu 
defensor, em instalações equipadas para 
impedir o contato físico e a passagem de 
objetos, salvo expressa autorização 
judicial em contrário;VI - fiscalização do conteúdo da 
correspondência; 
VII - participação em audiências 
judiciais preferencialmente por 
videoconferência, garantindo-se a 
participação do defensor no mesmo 
ambiente do preso. 
§ 1º O regime disciplinar 
diferenciado também será aplicado aos 
presos provisórios ou condenados, 
nacionais ou estrangeiros: 
I - que apresentem alto risco para a 
ordem e a segurança do estabelecimento 
penal ou da sociedade; 
II - sob os quais recaiam fundadas 
suspeitas de envolvimento ou 
participação, a qualquer título, em 
organização criminosa, associação 
criminosa ou milícia privada, 
independentemente da prática de falta 
grave. 
§ 2º (Revogado). 
§ 3º Existindo indícios de que o 
preso exerce liderança em organização 
criminosa, associação criminosa ou 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
milícia privada, ou que tenha atuação 
criminosa em 2 (dois) ou mais Estados da 
Federação, o regime disciplinar 
diferenciado será obrigatoriamente 
cumprido em estabelecimento prisional 
federal. 
§ 4º Na hipótese dos parágrafos 
anteriores, o regime disciplinar 
diferenciado poderá ser prorrogado 
sucessivamente, por períodos de 1 (um) 
ano, existindo indícios de que o preso: 
I - continua apresentando alto risco 
para a ordem e a segurança do 
estabelecimento penal de origem ou da 
sociedade; 
II - mantém os vínculos com 
organização criminosa, associação 
criminosa ou milícia privada, 
considerados também o perfil criminal e 
a função desempenhada por ele no grupo 
criminoso, a operação duradoura do 
grupo, a superveniência de novos 
processos criminais e os resultados do 
tratamento penitenciário. 
§ 5º Na hipótese prevista no § 3º 
deste artigo, o regime disciplinar 
diferenciado deverá contar com alta 
segurança interna e externa, 
principalmente no que diz respeito à 
necessidade de se evitar contato do preso 
com membros de sua organização 
criminosa, associação criminosa ou 
milícia privada, ou de grupos rivais. 
§ 6º A visita de que trata o inciso III 
do caput deste artigo será gravada em 
sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, 
com autorização judicial, fiscalizada por 
agente penitenciário. 
§ 7º Após os primeiros 6 (seis) 
meses de regime disciplinar diferenciado, 
o preso que não receber a visita de que 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
trata o inciso III do caput deste artigo 
poderá, após prévio agendamento, ter 
contato telefônico, que será gravado, 
com uma pessoa da família, 2 (duas) 
vezes por mês e por 10 (dez) minutos.” 
(NR) 
 
 
Comentários: 
 
- a alteração feita no caput do art. 52 tornou possível a inclusão do preso estrangeiro no 
regime disciplinar diferenciado. O RDD é cabível quando ocorrer a prática de fato 
previsto como crime doloso constitui falta grave e, quando ocasionar subversão da 
ordem ou disciplina internas, hipótese descrita no caput do art. 52. O §1º dispõe que o 
regime disciplinar diferenciado também será aplicado aos presos provisórios ou 
condenados, nacionais ou estrangeiros, que apresentem alto risco para a ordem e a 
segurança do estabelecimento penal ou da sociedade, bem como para aqueles sob os 
quais recaiam fundadas suspeitas de envolvimento ou participação, a qualquer título, 
em organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, independentemente 
da prática de falta grave. 
 
- também foi alterada a regra para a duração da permanecia no RDD, anteriormente era 
de 365 dias, podendo ser prorrogada até o limite de 1/6 da pena, com a nova redação a 
duração pode ser de 2 anos, prorrogáveis em caso de repetição da falta grave. O RDD 
deve ser cumprido com recolhimento em cela individual. 
 
- são permitidas visitas quinzenais com duração de 2 (duas) horas, na redação anterior 
eram semanais, de 2 (duas) pessoas por vez, a serem realizadas em instalações 
equipadas para impedir o contato físico e a passagem de objetos, por pessoa da família. 
No caso de visitas de terceiro, que não sejam da família do preso, é necessária 
autorização judicial. A visita será gravada em sistema de áudio ou de áudio e vídeo e, 
com autorização judicial, fiscalizada por agente penitenciário, conforme disposto no §6º 
do art. 52. Caso após os primeiros 6 meses de regime disciplinar diferenciado, prevê o § 
7º, a possibilidade do preso que não receber a visita poderá, após prévio agendamento, 
ter contato telefônico, que será gravado, com uma pessoa da família, 2 (duas) vezes por 
mês e por 10 (dez) minutos. 
 
- o preso tem o direito à saída da cela por 2 (duas) horas diárias para banho de sol, em 
grupos de até 4 (quatro) presos, desde que não haja contato com presos do mesmo 
grupo criminoso, na redação anterior o banho de sol era individual, não podendo haver 
contato com outros presos. 
 
- com a intenção de evitar que o preso envie ordens aos comparsas soltos, mantendo 
sai atividade criminosa, mesmo estando preso, a nova redação prevê que as entrevistas 
serão sempre monitoradas, exceto aquelas com seu defensor, em instalações equipadas 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
para impedir o contato físico e a passagem de objetos, salvo expressa autorização 
judicial em contrário. Além de prever a fiscalização do conteúdo da correspondência. 
 
- Outro ponto incluído pela nova lei é a participação em audiências judiciais 
preferencialmente por videoconferência, garantindo-se a participação do defensor no 
mesmo ambiente do preso. 
 
- A princípio o RDD deve ser cumprido em estabelecimentos prisionais estaduais, 
entretanto o §3º prevê que existindo indícios de que o preso exerce liderança em 
organização criminosa (art. 1º da lei 12850/2013), associação criminosa (art. 288 do CP) 
ou milícia privada (art. 288-A, do CP), ou que tenha atuação criminosa em dois ou mais 
Estados da Federação, o regime disciplinar diferenciado será obrigatoriamente 
cumprido em estabelecimento prisional federal, com alta segurança interna e externa, 
principalmente no que diz respeito à necessidade de se evitar contato do preso com 
membros de sua organização criminosa, associação criminosa ou milícia privada, ou de 
grupos rivais. 
 
- o §4º prevê a hipótese de prorrogação do RDD, nas hipóteses dos parágrafos 
anteriores, por períodos de 1 ano, existindo indícios de que o preso continua 
apresentando alto risco para a ordem e a segurança do estabelecimento penal de 
origem ou da sociedade ou de que mantém os vínculos com organização criminosa, 
associação criminosa ou milícia privada, considerados também o perfil criminal e a 
função desempenhada por ele no grupo criminoso, a operação duradoura do grupo, a 
superveniência de novos processos criminais e os resultados do tratamento 
penitenciário. 
 
- Entendo que as alterações no RDD são imediatamente aplicáveis, mesmo para crimes 
anteriores a modificação, devendo ser levada em conta a data da falta disciplinar. Por 
tratar-se de norma processual inerente ao processo de execução da pena. 
 
1.4 – Modificações na progressão de regime, passa a ter 9 hipóteses, de acordo com a 
primariedade ou reincidência, violência ou grave ameaça, hediondez: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 112. A pena privativa de 
liberdade será executada em forma 
progressiva com a transferência para 
regime menos rigoroso, a ser 
determinada pelo juiz, quando o 
preso tiver cumprido ao menos um 
sexto da pena no regime anterior e 
ostentar bom comportamento 
carcerário, comprovado pelo diretor 
do estabelecimento, respeitadas as 
normas que vedam a progressão. 
“Art. 112. A pena privativa de liberdade será 
executada em forma progressiva com a transferência 
para regime menos rigoroso, a ser determinada pelo 
juiz, quando o preso tiver cumprido ao menos: 
I - 16% (dezesseis por cento) da pena, se o 
apenado for primário e o crime tiver sido cometido 
sem violência à pessoa ou grave ameaça; 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
2003) 
 
§ 1o A decisão será sempre motivada 
e precedida de manifestação do 
Ministério Público e do defensor. 
(Redação dada pela Lei nº 10.792, de 
2003) 
 
§ 2o Idêntico procedimento será 
adotado na concessão de livramento 
condicional, indulto e comutação de 
penas, respeitados os prazos 
previstos nas normas vigentes. 
(Incluído pela Lei nº 10.792, de 2003) 
 
 
 
 
 
 
§ 3º No caso de mulher gestante ou 
que for mãe ou responsável por 
crianças ou pessoas com deficiência, 
os requisitos para progressão de 
regime são, cumulativamente: 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
I - não ter cometido crime com 
violência ou grave ameaça a pessoa; 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
II - não ter cometido o crime contra 
seu filho ou dependente; 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um 
oitavo) da pena no regime anterior; 
(Incluído pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
IV - ser primária e ter bom 
comportamento carcerário, 
comprovado pelo diretor do 
estabelecimento; (Incluído 
pela Lei nº 13.769, de 2018) 
 
II - 20% (vinte por cento) da pena, se o apenado 
for reincidente em crime cometido sem violência à 
pessoa ou grave ameaça; 
III - 25% (vinte e cinco por cento) da pena, se o 
apenado for primário e o crime tiver sido cometido 
com violência à pessoa ou grave ameaça; 
IV - 30% (trinta por cento) da pena, se o apenado 
for reincidente em crime cometido com violência à 
pessoa ou grave ameaça; 
V - 40% (quarenta por cento) da pena, se o 
apenado for condenado pela prática de crime 
hediondo ou equiparado, se for primário; 
 
 
VI - 50% (cinquenta por cento) da pena, se o 
apenado for: 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou 
equiparado, com resultado morte, se for primário, 
vedado o livramento condicional; 
b) condenado por exercer o comando, individual 
ou coletivo, de organização criminosa estruturada para 
a prática de crime hediondo ou equiparado; ou 
c) condenado pela prática do crime de 
constituição de milícia privada; 
VII - 60% (sessenta por cento) da pena, se o 
apenado for reincidente na prática de crime hediondo 
ou equiparado; 
VIII - 70% (setenta por cento) da pena, se o 
apenado for reincidente em crime hediondo 
ou equiparado com resultado morte, vedado o 
livramento condicional. 
§ 1º Em todos os casos, o apenado só terá direito 
à progressão de regime se ostentar boa conduta 
carcerária, comprovada pelo diretor do 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
V - não ter integrado organização 
criminosa. (Incluído pela Lei 
nº 13.769, de 2018) 
 
§ 4º O cometimento de novo crime 
doloso ou falta grave implicará a 
revogação do benefício previsto no § 
3º deste artigo. 
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a 
progressão. 
§ 2º A decisão do juiz que determinar a 
progressão de regime será sempre motivada e 
precedida de manifestação do Ministério Público e do 
defensor, procedimento que também será adotado na 
concessão de livramento condicional, indulto e 
comutação de penas, respeitados os prazos previstos 
nas normas vigentes. 
..............................................................................
............... 
§ 5º Não se considera hediondo ou equiparado, 
para os fins deste artigo, o crime de tráfico de drogas 
previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343, de 23 de 
agosto de 2006. 
§ 6º O cometimento de falta grave durante a 
execução da pena privativa de liberdade interrompe o 
prazo para a obtenção da progressão no regime de 
cumprimento da pena, caso em que o reinício da 
contagem do requisito objetivo terá como base a pena 
remanescente. 
§ 7º (VETADO).” (NR) 
 
 
Comentários: 
 
A progressão de regime foi completamente alterada. Na redação anterior do art. 112, 
da Lei de Execução Penal, lei 7210/84, e do art. 2º, §2º da Lei de Crimes Hediondos, lei 
8072/90, estavam previstas as seguintes hipóteses: 
 
- crimes comuns (não hediondos) progressão com 1/6 da pena para todos os crimes, 
sem qualquer diferenciação para casos de violência ou grave ameaça, bem como 
independentemente da reincidência ou primariedade do condenado. 
 
- crimes hediondos e assemelhados tinham duas frações de pena independentes, 2/5 
para o condenado primário e 3/5 para o reincidente, tendo o STJ entendido que essa 
reincidência era comum, bastando o crime atual ser hediondo, ainda que o primeiro 
crime fosse comum. 
 
- condenadas mulheres gestantes, mães ou responsáveis legais por crianças ou pessoas 
com deficiência, conforme previsto no art. 122, §3º, tinham direito a progressão com a 
fração de 1/8 da pena, além de outros requisitos específicos. Essa progressão especial 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
era cabível para qualquer crime, hediondo ou não, desde que atendidos os seus 
requisitos. 
 
Com a nova redação, a lei passou a prever 9 hipóteses de progressão diferentes que, na 
verdade, se desdobram em muitas outras. Para os crimes não hediondos, o legislador 
levou em conta a primariedade ou a reincidência do agente, bem como o meio utilizado 
com ou sem violência e grave ameaça. Resultando em quatro hipóteses: 
 
- 16% (dezesseis por cento) da pena, o que equivale a fração de 1/6 prevista 
anteriormente, mas agora será apenas quando o apenado for primário e o crime 
tiver sido cometido sem violência à pessoa ou grave ameaça, nessa hipótese não há 
alteração do percentual. 
 
- 20% (vinte por cento) da pena, o que equivale a 1/5, fração mais severa do que a 
anteriormente prevista, quando o apenado for reincidente em crime cometido sem 
violência à pessoa ou grave ameaça, nessa hipótese a lei mudou para pior, novatio 
legis in pejus, não podendo retroagir aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
- 25% (vinte e cinco por cento) da pena, equivale a fração de 1/4, quando o 
condenado for primário e o crime tiver sido cometido com violência à pessoa ou 
grave ameaça, novatio legis in pejus, não podendo retroagir aos crimes anteriores 
ao pacote anticrime. 
 
- 30% (trinta por cento) da pena, o que equivale a uma fração de aproximadamente 
1/3,33 da pena, quando o apenado for reincidente em crime cometido com 
violência à pessoa ou grave ameaça, novatio legis in pejus, não podendo retroagir 
aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
Para os crimes hediondos ou equiparados, o legislador levou em conta a primariedade 
ou a reincidência específica, o resultado morte, bem como outros fatores, gerando 
várias hipóteses: 
 
- 40% (quarenta por cento) da pena, o que equivale aos 2/5 previstos anteriormente, 
quando o apenado for condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, se for 
primário, hipótese idêntica a prevista anteriormente pelo art. 2º, §2º da Lei 807/90, Lei 
de Crimes Hediondos. 
 
- 50% (cinquenta por cento) da pena, fração de 1/2 da pena, quando o condenado for: 
 
a) condenado pela prática de crime hediondo ou equiparado, com resultado morte, se 
for primário, antes da modificação está hipótese seria de progressão com 2/5 da pena 
(40%), trata-se de novatio legis in pejus, não podendo retroagir aos crimes anteriores ao 
pacote anticrime. 
O novo dispositivo ainda prevê que, neste caso, é vedado o livramento condicional, tal 
vedação, nos parece, inconstitucional por violar o princípio da individualização da pena, 
uma vez que vincula a impossibilidade de livramento a características do crime e não do 
agente. 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
b) condenado por exercer o comando, individual ou coletivo, de organização criminosa 
estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado. O pacote anticrime 
transformou o crime de organização criminosa, previsto no art. 2º, da Lei 12850/13 em 
crime hediondo, quando se tratar de organização criminosa que tenha a finalidade de 
praticarcrimes hediondos. Aqui é preciso ter atenção às possibilidades, lembrando que 
na organização criminosa, em si, não há violência ou grave ameaça: 
 
b.1) crime de organização criminosa que não visa crimes hediondos, condenado 
primário, a progressão será com 16%. 
 
b.2) crime de organização criminosa que não visa crimes hediondos, condenado 
reincidente, a progressão será com 20%, novatio legis in pejus, não podendo 
retroagir aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
b.3) crime de organização criminosa (crime hediondo) que visa crimes hediondos 
ou equiparados, condenados primários que não lideravam a organização, a 
progressão será com 40% da pena, novatio legis in pejus, não podendo retroagir 
aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
b.4) crime de organização criminosa (crime hediondo) que visa crimes hediondos 
ou equiparados, sendo o condenado primário que era líder da organização, a 
progressão será com 50% da pena, novatio legis in pejus, não podendo retroagir 
aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
b.5) crime de organização criminosa (crime hediondo) que visa crimes hediondos 
ou equiparado, condenado reincidente específico em crimes hediondos ou 
equiparados, seja ou não líder, progressão com 60% da pena, novatio legis in 
pejus, não podendo retroagir aos crimes anteriores ao pacote anticrime. 
 
 
c) condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada, tal hipótese está 
mal localizado, uma vez que o crime do art. 288-A do CP, não foi considerado como 
crime hediondo, demonstrando falta de proporcionalidade incluí-lo nessa hipótese de 
progressão, novatio legis in pejus, não podendo retroagir aos crimes anteriores ao 
pacote anticrime. 
 
 
- 60% (sessenta por cento) da pena, o que equivale a 3/5 da pena, se o apenado for 
reincidente na prática de crime hediondo ou equiparado, tal fração de 3/5 era prevista, 
na legislação anterior, para os condenados por crimes hediondos, que fossem 
reincidentes, independentemente do crime anterior ser ou não hediondo, ou seja, não 
era reincidência específica, segundo entendimento do STJ. Assim, quando se tratar de 
condenados por crimes hediondos, que sejam reincidentes, precisamos dividir em duas 
hipóteses: 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
a) o crime anterior não era hediondo ou equiparado, reincidente comum, a 
progressão será com 40% ou com 50%, nos incisos anteriores, sendo novatio 
legis in mellius, retroagindo para todos. 
b) O crime anterior era hediondo ou equiparado, reincidente específico nesse tipo 
de crime, a progressão será com 60%, sem alteração frente a situação anterior. 
 
 
- 70% (setenta por cento) da pena, se o apenado for reincidente em crime hediondo ou 
equiparado com resultado morte, trata-se de novatio legis in pejus, não podendo 
retroagir aos crimes anteriores ao pacote anticrime. O novo dispositivo ainda prevê que, 
neste caso, é vedado o livramento condicional, tal vedação, nos parece, inconstitucional 
por violar o princípio da individualização da pena, uma vez que vincula a impossibilidade 
de livramento a características do crime e não do agente. Cuidado: 
 
a) Se o condenado por crime hediondo com resultado morte, for reincidente 
comum (primeiro crime não hediondo) a progressão será com 50% da pena. 
b) Se o condenado por crime hediondo com resultado morte, for reincidente 
específico em crime hediondo ou equiparado, aplica-se o novo percentual de 
70%. 
 
- por último, ainda há a hipótese de progressão prevista no art. 112, §3º, para mulher 
gestante ou que for mãe ou responsável por crianças ou pessoas com deficiência, 
incluída pela Lei 13.769/18, válida para qualquer crime, independente de primariedade 
ou reincidência, de ser hediondo ou não, de ter violência e grave ameaça ou não, desde 
de que satisfeitos os seguintes requisitos cumulativos: 
I - não ter cometido crime com violência ou grave ameaça a pessoa; 
II - não ter cometido o crime contra seu filho ou dependente; 
III - ter cumprido ao menos 1/8 (um oitavo) da pena no regime anterior; 
IV - ser primária e ter bom comportamento carcerário, comprovado pelo diretor 
do estabelecimento; 
V - não ter integrado organização criminosa. 
 
Além dos percentuais de pena necessários, requisitos de natureza objetiva, o § 1º prevê 
que em todos os casos, o apenado só terá direito à progressão de regime se ostentar 
boa conduta carcerária, requisito subjetivo, comprovada pelo diretor do 
estabelecimento, respeitadas as normas que vedam a progressão. Atualmente não há 
normas vedando a progressão. 
 
O § 2º dispõe que a decisão do juiz que determinar a progressão de regime será sempre 
motivada e precedida de manifestação do Ministério Público e do defensor, 
procedimento que também será adotado na concessão de livramento condicional, 
indulto e comutação de penas, respeitados os prazos previstos nas normas vigentes. 
 
O § 5º, meio mal localizado, melhor seria a inclusão na Lei de Drogas, prevê que não se 
considera hediondo ou equiparado, para os fins deste artigo, o crime de tráfico de 
drogas previsto no § 4º do art. 33 da Lei nº 11.343/06. Esse já era o entendimento 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
consolidado na doutrina e na jurisprudência, inclusive com o cancelamento da Súmula 
512 do STJ, que afirmava o contrário. 
 
O STJ já havia Sumulado, no enunciado 534, esse entendimento, que derivava de uma 
interpretação do art. 118 da LEP, a inclusão do § 6º, no art. 112, torna legal o 
entendimento jurisprudencial consolidado, dispondo que o cometimento de falta grave 
durante a execução da pena privativa de liberdade interrompe o prazo para a obtenção 
da progressão no regime de cumprimento da pena, caso em que o reinício da contagem 
do requisito objetivo terá como base a pena remanescente. 
 
1.5 - proibição das saída temporária nos crimes hediondos. 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 122. Os condenados que 
cumprem pena em regime semi-
aberto poderão obter autorização 
para saída temporária do 
estabelecimento, sem vigilância 
direta, nos seguintes casos: 
I - visita à família; 
II - frequência a curso supletivo 
profissionalizante, bem como de 
instrução do 2º grau ou superior, na 
Comarca do Juízo da Execução; 
III - participação em atividades 
que concorram para o retorno ao 
convívio social. 
Parágrafo único. A ausência de 
vigilância direta não impede a 
utilização de equipamento de 
monitoração eletrônica pelo 
condenado, quando assim 
determinar o juiz da execução. 
 
 
“Art. 122. 
..................................................................... 
§ 1º 
............................................................. 
§ 2º Não terá direito à saída temporária 
a que se refere o caput deste artigo o 
condenado que cumpre pena por praticar 
crime hediondo com resultado morte.” (NR) 
 
 
 
Comentários: O dispositivo faz vedação à saída temporária para os condenados que 
cumprem pena por praticar crime hediondo com resultado morte. Vedação sem muito 
efeito prático, passível de algumas críticas. Primeiro, porque o preso já está em regime 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
semiaberto o que permite a autorização para sair para trabalhar, na forma do art. 37 da 
LEP, benefício que não sofreu qualquer restrição, sendo inócuo proibir a autorização de 
saída prevista no art. 122. Outrossim, a proibição de benefícios de execução penal de 
forma objetiva, levando em conta o tipo de crime praticado, já foi considerada 
inconstitucional em diversas oportunidades pelo STF, como na progressão de regime 
nos crimes hediondos, a pena restritiva de direitos e a suspensão condicional da pena 
nos crimes da lei de drogas, entre outros exemplos. Parece-nos que esse será o destino 
de tal vedação, caso chegue ao STF. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAESINSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
2 - Lei 8072/90 – Lei de Crimes Hediondos: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 1o São considerados 
hediondos os seguintes crimes, todos 
tipificados no Decreto-Lei no 2.848, de 
7 de dezembro de 1940 - Código Penal, 
consumados ou tentados: 
I – homicídio (art. 121), quando 
praticado em atividade típica de grupo 
de extermínio, ainda que cometido por 
um só agente, e homicídio qualificado 
(art. 121, § 2o, incisos I, II, III, IV, V, VI e 
VII); 
I-A – lesão corporal dolosa de 
natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e 
lesão corporal seguida de morte (art. 
129, § 3o), quando praticadas contra 
autoridade ou agente descrito 
nos arts. 142 e 144 da Constituição 
Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de 
Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou 
contra seu cônjuge, companheiro ou 
parente consanguíneo até terceiro 
grau, em razão dessa condição; 
II - latrocínio (art. 157, § 3o, in 
fine); 
III - extorsão qualificada pela 
morte (art. 158, § 2o); 
IV - extorsão mediante seqüestro 
e na forma qualificada (art. 159, caput, 
e §§ lo, 2o e 3o); 
V - estupro (art. 213, caput e §§ 
1o e 2o); 
Art. 1º 
.......................................................................
............................ 
I - homicídio (art. 121), quando 
praticado em atividade típica de grupo de 
extermínio, ainda que cometido por um só 
agente, e homicídio qualificado (art. 121, § 
2º, incisos I, II, III, IV, V, VI, VII e VIII); 
.............................................................
.................................................. 
II - roubo: 
a) circunstanciado pela restrição de 
liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V); 
b) circunstanciado pelo emprego de 
arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou 
pelo emprego de arma de fogo de uso 
proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B); 
c) qualificado pelo resultado lesão 
corporal grave ou morte (art. 157, § 3º); 
III - extorsão qualificada pela restrição 
da liberdade da vítima, ocorrência de lesão 
corporal ou morte (art. 158, § 3º); 
.............................................................
................................................ 
IX - furto qualificado pelo emprego de 
explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum (art. 155, § 4º-A). 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
VI - estupro de vulnerável (art. 
217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 
4o); 
VII - epidemia com resultado 
morte (art. 267, § 1o). 
VII-A – (VETADO) 
VII-B - falsificação, corrupção, 
adulteração ou alteração de produto 
destinado a fins terapêuticos ou 
medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-
A e § 1o-B, com a redação dada pela Lei 
no 9.677, de 2 de julho de 1998). 
VIII - favorecimento da 
prostituição ou de outra forma de 
exploração sexual de criança ou 
adolescente ou de vulnerável (art. 
218-B, caput, e §§ 1º e 2º). 
Parágrafo único. Consideram-se 
também hediondos o crime de 
genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 
3o da Lei no 2.889, de 1o de outubro de 
1956, e o de posse ou porte ilegal de 
arma de fogo de uso restrito, previsto 
no art. 16 da Lei no 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003, todos tentados ou 
consumados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Parágrafo único. Consideram-se 
também hediondos, tentados ou 
consumados: 
I - o crime de genocídio, previsto nos 
arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889, de 1º de 
outubro de 1956; 
II - o crime de posse ou porte ilegal de 
arma de fogo de uso proibido, previsto no 
art. 16 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro 
de 2003; 
III - o crime de comércio ilegal de 
armas de fogo, previsto no art. 17 da Lei nº 
10.826, de 22 de dezembro de 2003; 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
IV - o crime de tráfico internacional de 
arma de fogo, acessório ou munição, 
previsto no art. 18 da Lei nº 10.826, de 22 de 
dezembro de 2003; 
V - o crime de organização criminosa, 
quando direcionado à prática de crime 
hediondo ou equiparado.” (NR) 
 
 
Comentários: O art. 1º da lei de crimes hediondos foi alterado para que alguns novos 
crimes fossem incluídos no rol da hediondez. Comentaremos cada uma das alterações 
abaixo: 
 
2.1 – Homicídio qualificado pelo uso de arma e fogo de uso restrito ou proibido - O art. 
1º, §1º, foi alterado para incluir o inciso VIII, do §2º, do art. 121, entre as hipóteses de 
crime hediondo. Esse seria um novo homicídio qualificado pelo uso de arma de fogo de 
uso restrito ou proibido, entretanto o Presidente da República vetou a inclusão da nova 
qualificadora, sendo irrelevante a modificação realizada na lei de crimes hediondo, 
incluindo entre os crimes hediondo um dispositivo legal que não existe. Nada muda. 
 
2.2 – Roubo – o crime de roubo era considerado hediondo apenas quando resultasse 
em morte, o denominado latrocínio, previsto no art. 157, §3º, II, do CP. Com a alteração, 
mais modalidades de roubo foram incluídas no rol da hediondez, com exceção do 
latrocínio, todas são hipóteses de novatio legis in pejus, portanto irretroativas, são elas: 
 
- roubo com aumento de pena (majorado ou circunstanciado) em razão da privação 
da liberdade, previsto no art. 157, §2º, V, do CP. 
- roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo de uso permitido, previsto no 
art. 157, § 2º-A, I e o roubo circunstanciado pelo emprego de arma de fogo de uso 
proibido ou restrito, previsto no art. 157, § 2º-B. 
- roubo qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º, I e 
II). 
 
 
2.3 - extorsão – a alteração realizada no art. 1º, IV da Lei de Crimes Hediondos, talvez 
seja um dos pontos mais inexplicáveis do pacote anticrime. Precisamos fazer um 
histórico breve, o crime de extorsão foi considerado hediondo apenas quando resultasse 
em morte, tendo a versão original da lei de crimes hediondos, citado o art. 158, §2º, na 
sua redação de 1990. No ano de 2009 o Código Penal sofreu um alteração no crime de 
extorsão, com o objetivo de incluir uma modalidade qualificada pela restrição da 
liberdade, motivada pelo crescente número de sequestros relâmpagos, com essa 
finalidade foi incluído o §3º, qualificando o crime quando houvesse a restrição da 
liberdade e criando duas qualificadoras internas, quando dessa modalidade qualificada, 
resultasse lesão grave ou morte. Assim o crime de extorsão passou a ter duas 
modalidades qualificadas pela lesão grave e pela morte. No §2º, para a extorsão comum, 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
cuja violência levasse a lesão grave ou morte, e outras, mais graves, no §3º para a 
extorsão qualificada pela restrição da liberdade que culminasse em lesão grave ou 
morte. Quando desta alteração, em 2009, o legislador não alterou, provavelmente por 
esquecimento, a lei de crimes hediondos, que permaneceu prevendo como crime 
hediondo a extorsão qualificada pela morte apenas no art. 158, §2º, do CP. Apesar da 
discussão doutrinária inaugurada na época, foi essa a posição que prevaleceu. 
Agora o legislador, que poderia ter corrigido tal situação apenas incluindo o §3º do art. 
158 no rol da hediondez, fez uma alteração completamente inexplicável, prevendo 
como crime hediondo as extorsões qualificadas pela restrição da liberdade da vítima, 
ocorrência de lesão corporal ou morte, exatamente assim, péssima redação por sinal, 
mas que podemos entender como sendo a previsão da extorsão qualificada pela 
privação da liberdade (sequestro relâmpago, a extorsão qualificada pela restrição da 
liberdade que resulte em lesão grave ou em morte, uma vez que o dispositivo legal 
citado ao lado da previsão foi apenas o art. 158, § 3º, do CP, modalidades novas de 
crimes hediondos, que não podemretroagir. Não foi mantido o art.158, §2º, previsto na 
redação anterior, caracterizando uma mudança benéfica, retroativa para todos os casos 
anteriores. Parece-nos inexplicável. 
 
 
2.4- O art. 1º passa a ter um novo inciso, o inciso IX, prevendo como crime hediondo o 
crime de furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause 
perigo comum, previsto no art. 155, § 4º-A. Essa inclusão é completamente incoerente 
por várias razões. Primeiro, todos os crimes hediondos são crimes que de alguma forma 
expõe pessoas a lesão ou perigo de lesão grave, enquanto o furto é um crime que recai 
apenas sobre a coisa. Há completa falta de proporcionalidade, uma vez que o roubo com 
aumento de pena pelo uso de explosivos, mais grave, não foi considerado hediondo, 
enquanto o furto, menos grave, sim. O crime de explosão, previsto no art. 251, do CP, 
quando há dolo de expor a coletividade a perigo por meio de uma explosão, não foi 
considerado hediondo. Entre outros argumentos que poderiam ser utilizados. 
Entendemos que os tribunais devem considerar a inclusão do furto no rol de crimes 
hediondos, por ofender o princípio da proporcionalidade, inconstitucional. 
 
O parágrafo único do art. 1º, que prevê crimes hediondos não previstos no Código Penal, 
também foi alterado, na redação anterior eram previstos como crimes hediondos o 
crime de genocídio previsto nos arts. 1o, 2o e 3o da Lei no 2.889/56, desde a primeira 
redação da lei em 1990. Em 2017 foi incluído o crime de posse ou porte ilegal de arma 
de fogo de uso restrito, que englobava tanto as de uso restrito, quanto as de uso 
proibido, previsto no art. 16 da Lei 10.826/2003, Estatuto do Desarmamento, entendia-
se que todo o artigo, tanto o caput, quanto o paragrafo único, eram hediondos. A 
modificação no dispositivo passa a prever como hediondos, tentados ou consumados: 
 
- O inciso I prevê o crime de genocídio, previsto nos arts. 1º, 2º e 3º da Lei nº 2.889/56, 
neste ponto nada foi alterado. 
 
- O inciso II prevê o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido, 
previsto no art. 16 da Lei nº 10.826/03, aqui temos um problema, a versão anterior 
previa o crime de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito, nome do art. 16 do 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
Estatuto do Desarmamento, que englobava armas de uso restrito e proibido. 
Entretanto, tal dispositivo foi alterado e as armas de uso proibido passaram a ter 
modalidade específica no art. 16, §2º, do Estatuto. Com a nova redação do dispositivo 
em análise, a alteração passa a considerar como hediondo apenas o crime do posse ou 
porte de uso POIBIDO, deixando de ser hediondo o crime quando se tratar de armas de 
uso restrito, neste ponto há novatio legis in mellius, retroagindo em benefício de todos. 
 
- O inciso III, incluiu o crime de comércio ilegal de armas de fogo, previsto no art. 17 da 
Lei nº 10.826/03, novo crime hediondo, consistindo em novatio legis in pejus, não sendo 
possível retroagi-la aos crimes anteriores. 
 
- o inciso IV definiu como hediondo o crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
acessório ou munição, previsto no art. 18 da Lei nº 10.826/03, novo crime hediondo, 
consistindo em novatio legis in pejus, não sendo possível retroagi-la aos crimes 
anteriores. Os incisos III e IV vieram corrigir um problema de proporcionalidade, criada 
em 2017, quando o crime de posse ou porte de arma de fogo de uso restrito foi incluído 
nas hipóteses de hediondez e os crimes de comércio ilegal de armas e de tráfico ilegal 
de armas, crimes mais graves, não eram hediondos. 
 
- o inciso V prevê o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de 
crime hediondo ou equiparado, neste dispositivo o legislador esqueceu de incluir o 
dispositivo legal pertinente, entendemos que seja o art. 2º, da Lei 12850/13. Mais uma 
hipótese de crime hediondo condicionado, ou seja, o crime não é em regra hediondo, 
mas será quando a condição prevista no dispositivo legal for atendida, qual seja, a 
destinação da organização criminosa à pratica de crimes hediondos ou equiparados. 
Como o dispositivo utilizou a denominação organização criminosa, entendemos que não 
é possível utilizar analogia para considerar a associação criminosa destinada a crimes 
hediondos, prevista no art. 288, do CP, combinado com art. 8º, da Lei de crimes 
hediondos, nem mesmo o crime de associação para o tráfico de drogas, prevista no art. 
35, da Lei de Drogas, como crimes hediondos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
3 – Alteração na Lei nº 8.429/92, Lei de Improbidade Administrativa: 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 17. A ação principal, que terá o rito 
ordinário, será proposta pelo Ministério 
Público ou pela pessoa jurídica 
interessada, dentro de trinta dias da 
efetivação da medida cautelar. 
 
§ 1º É vedada a transação, acordo ou 
conciliação nas ações de que trata o 
caput. 
 
§ 2º A Fazenda Pública, quando for o 
caso, promoverá as ações necessárias à 
complementação do ressarcimento do 
patrimônio público. 
 
§ 3o No caso de a ação principal ter sido 
proposta pelo Ministério Público, aplica-
se, no que couber, o disposto no § 3o do 
art. 6o da Lei no 4.717, de 29 de junho de 
1965. 
§ 4º O Ministério Público, se não 
intervir no processo como parte, atuará 
obrigatoriamente, como fiscal da lei, 
sob pena de nulidade. 
§ 5o A propositura da ação 
prevenirá a jurisdição do juízo para 
todas as ações posteriormente 
intentadas que possuam a mesma causa 
de pedir ou o mesmo objeto. 
§ 6o A ação será instruída com 
documentos ou justificação que 
contenham indícios suficientes da 
existência do ato de improbidade ou 
com razões fundamentadas da 
impossibilidade de apresentação de 
qualquer dessas provas, observada a 
“Art. 17. .... 
....................................................
................ 
§ 1º As ações de que trata este 
artigo admitem a celebração de 
acordo de não persecução cível, nos 
termos desta Lei. 
....................................................
................... 
§ 10-A. Havendo a possibilidade 
de solução consensual, poderão as 
partes requerer ao juiz a interrupção 
do prazo para a contestação, por prazo 
não superior a 90 (noventa) dias. 
....................................................
...........................................” (NR) 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
legislação vigente, inclusive as 
disposições inscritas nos arts. 16 a 18 do 
Código de Processo Civil 
§ 7o Estando a inicial em devida 
forma, o juiz mandará autuá-la e 
ordenará a notificação do requerido, 
para oferecer manifestação por escrito, 
que poderá ser instruída com 
documentos e justificações, dentro do 
prazo de quinze dias 
§ 8o Recebida a manifestação, o 
juiz, no prazo de trinta dias, em decisão 
fundamentada, rejeitará a ação, se 
convencido da inexistência do ato de 
improbidade, da improcedência da ação 
ou da inadequação da via eleita 
§ 9o Recebida a petição inicial, será 
o réu citado para apresentar 
contestação 
§ 10. Da decisão que receber a 
petição inicial, caberá agravo de 
instrumento 
§ 11. Em qualquer fase do 
processo, reconhecida a inadequação 
da ação de improbidade, o juiz 
extinguirá o processo sem julgamento 
do mérito 
§ 12. Aplica-se aos depoimentos 
ou inquirições realizadas nos processos 
regidos por esta Lei o disposto no art. 
221, caput e § 1o, do Código de Processo 
Penal 
§ 13. Para os efeitos deste artigo, 
também se considera pessoa jurídica 
interessada o ente tributante que 
figurar no polo ativo da obrigação 
tributária de que tratam o § 4º do art. 
3º e o art. 8º-A da Lei Complementar nº 
116, de 31 de julho de 2003. 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
Comentários: Estranha presença no pacote anticrime, que visa aperfeiçoar alegislação 
penal, de alterações no âmbito da lei de improbidade administrativa, ante a sua 
natureza de ilícito administrativo e não de ilícito penal. A alteração visa a inclusão da 
possibilidade de realização de acordo de não persecução civil nos casos de improbidade, 
a redação anterior do §1º, do art. 17, vedava a possiblidade de acordo, a nova redação 
passou a prever tal possiblidade, dispondo que as ações de improbidade admitem a 
celebração de acordo de não persecução cível, nos termos desta Lei. Foi incluído 
também o § 10-A, dispondo que em havendo a possibilidade de solução consensual, 
poderão as partes requerer ao juiz a interrupção do prazo para a contestação, por prazo 
não superior a 90 (noventa) dias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
4 - Lei 9296/96 – Interceptação telefônica: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Não havia dispositivo 
anterior. Art. 8º-A. Para investigação ou instrução criminal, 
poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade 
policial ou do Ministério Público, a captação ambiental de 
sinais eletromagnéticos, ópticos ou acústicos, quando: 
I - a prova não puder ser feita por outros meios 
disponíveis e igualmente eficazes; e 
II - houver elementos probatórios razoáveis de autoria e 
participação em infrações criminais cujas penas máximas 
sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais 
conexas. 
§ 1º O requerimento deverá descrever 
circunstanciadamente o local e a forma de instalação do 
dispositivo de captação ambiental. 
§ 2º (VETADO). 
§ 3º A captação ambiental não poderá exceder o prazo 
de 15 (quinze) dias, renovável por decisão judicial por iguais 
períodos, se comprovada a indispensabilidade do meio de 
prova e quando presente atividade criminal permanente, 
habitual ou continuada. 
§ 4º (VETADO). 
§ 5º Aplicam-se subsidiariamente à captação ambiental 
as regras previstas na legislação específica para a 
interceptação telefônica e telemática. 
 
 
Comentários: A Constituição Federal prevê no art. 5º que, inciso X, são invioláveis a 
intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a 
indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação; e no inciso XII, que 
é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na 
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
penal. Apesar dessas proteções constitucionais a captação ambiental estava mal 
regulada na legislação brasileira, em especial pela lei 12850/13, Lei de Organização 
Criminosa, sendo objeto de muitas divergências doutrinárias e jurisprudenciais. O 
pacote anticrime incluiu na lei de interceptação telefônica o Art. 8º-A, regulando a 
interceptação ambiental, dispondo que para a investigação ou instrução criminal, 
poderá ser autorizada pelo juiz, a requerimento da autoridade policial ou do Ministério 
Público, nunca de ofício, resguardando a imparcialidade, a captação ambiental de sinais 
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos. No inciso I, adotou a concepção de 
subsidiariedade desse meio de prova, dispondo que só poderá ser autorizada quando a 
prova não puder ser feita por outros meios disponíveis e igualmente eficazes, desde que 
os requisitos previsto no inciso II sejam atendidos, ou seja, que existam elementos 
probatórios razoáveis de autoria e participação em infrações criminais cujas penas 
máximas sejam superiores a 4 (quatro) anos ou em infrações penais conexas. O § 1º 
determina a necessidade de especificar no requerimento circunstanciadamente o local 
e a forma de instalação do dispositivo de captação ambiental. 
O § 3º fixa que a captação ambiental não poderá exceder o prazo de 15 (quinze) dias, 
renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a indispensabilidade 
do meio de prova e quando presente atividade criminal permanente, habitual ou 
continuada. 
O § 5º, desnecessário, dispõe que se aplicam subsidiariamente à captação ambiental as 
regras previstas na legislação específica para a interceptação telefônica e telemática. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
 
“Art. 10-A. Realizar captação ambiental de sinais 
eletromagnéticos, ópticos ou acústicos para 
investigação ou instrução criminal sem autorização 
judicial, quando esta for exigida: 
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
§ 1º Não há crime se a captação é realizada por 
um dos interlocutores. 
§ 2º A pena será aplicada em dobro ao 
funcionário público que descumprir determinação de 
sigilo das investigações que envolvam a captação 
ambiental ou revelar o conteúdo das gravações 
enquanto mantido o sigilo judicial.” 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
Comentários: A partir da regulação da interceptação ambiental pelo art. 8-A, 
seguindo o mesmo modelo da interceptação telefônica, o legislador, previu um novo 
crime no art. 10-A para quem realizar captação ambiental de sinais eletromagnéticos, 
ópticos ou acústicos para investigação ou instrução criminal sem autorização judicial, 
quando esta for exigida. Diferente de parte da doutrina, discordamos da afirmação de 
que se trata de crime próprio de autoridades públicas, policiais ou MP, uma vez que o 
tipo penal dispõe que a captação ilegal ocorreu para fins de investigação ou instrução 
criminal, qualquer pessoa poderia realizar a interceptação com finalidade de 
investigação criminal, por exemplo a vítima, advogados, investigadores particulares, 
entre outras. Tanto que o §1º do art. 10-A, dispõe que não há crime se a gravação é feita 
pelos interlocutores. O §2º do art. 10-A, prevê modalidade especial do crime, com 
aumento de pena, dispondo que a pena será aplicada em dobro ao funcionário público 
que descumprir determinação de sigilo das investigações que envolvam a captação 
ambiental ou revelar o conteúdo das gravações enquanto mantido o sigilo judicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
5 – Alteração na Lei 9613/98 – Lavagem de dinheiro: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Não havia §6º no art. 1º 
anteriormente. “Art. 1º 
.........................................................................
......................... 
................................................................
............................................... 
§ 6º Para a apuração do crime de que 
trata este artigo, admite-se a utilização da 
ação controlada e da infiltração de agentes.” 
(NR) 
 
 
 
Comentários: Foi incluído o §6º no art. 1º, da Lei de Lavagem de Dinheiro, com o objetivo 
de autorizar a ação controlada e a infiltração de agentes como forma de investigação do 
crime de lavagem de dinheiro. A ação controlada consiste na possibilidade de retardar 
a intervenção pública, como por exemplo retardando uma prisão em flagrante, para ser 
realizada em momento que oportunize outras prisões ou a melhor elucidação dos 
crimes. Já a infiltração policial consiste na inclusão de um policial disfarçado no grupo 
criminoso, com o objetivo de apurar todos os detalhes da prática criminosa. A alteração 
passa a permitir tais meios de prova e investigação nos crimes de lavagem de dinheiro, 
mas não regulou como devem ser realizados, entendemos que devem ser aplicadas 
subsidiariamente as regras da lei de organização criminosa, Lei 12850/13, que regula de 
forma mais completa tais mecanismos investigativos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
 
6 – Alterações na Lei 10826/03 – Estatuto dodesarmamento: 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Posse ou porte ilegal de arma de fogo de 
uso restrito 
 Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, 
fornecer, receber, ter em depósito, 
transportar, ceder, ainda que 
gratuitamente, emprestar, remeter, 
empregar, manter sob sua guarda ou 
ocultar arma de fogo, acessório ou 
munição de uso proibido ou restrito, sem 
autorização e em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) 
anos, e multa. 
 Parágrafo único. Nas mesmas penas 
incorre quem: 
 I – suprimir ou alterar marca, 
numeração ou qualquer sinal de 
identificação de arma de fogo ou artefato; 
 II – modificar as características de 
arma de fogo, de forma a torná-la 
equivalente a arma de fogo de uso proibido 
ou restrito ou para fins de dificultar ou de 
qualquer modo induzir a erro autoridade 
policial, perito ou juiz; 
 III – possuir, detiver, fabricar ou 
empregar artefato explosivo ou 
incendiário, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou 
regulamentar; 
 IV – portar, possuir, adquirir, 
transportar ou fornecer arma de fogo com 
Posse ou porte ilegal de arma de 
fogo de uso restrito 
Art. 16. Possuir, deter, portar, 
adquirir, fornecer, receber, ter em 
depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, 
remeter, empregar, manter sob sua 
guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição de uso 
restrito, sem autorização e em 
desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
................................................
..................... 
....................................... 
§ 1º 
....................................................... 
..........................................
... 
§ 2º Se as condutas descritas 
no caput e no § 1º deste artigo 
envolverem arma de fogo de uso 
proibido, a pena é de reclusão, de 4 
(quatro) a 12 (doze) anos.” (NR) 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
numeração, marca ou qualquer outro sinal 
de identificação raspado, suprimido ou 
adulterado; 
 V – vender, entregar ou fornecer, 
ainda que gratuitamente, arma de fogo, 
acessório, munição ou explosivo a criança 
ou adolescente; e 
 VI – produzir, recarregar ou reciclar, 
sem autorização legal, ou adulterar, de 
qualquer forma, munição ou explosivo. 
 
 
Comentários: O crime de Posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito, previsto 
pelo art. 16, do Estatuto do Desarmamento, tratava das várias condutas descritas, em 
relação às armas de fogo, munições e acessórios tanto de uso restrito, quanto de uso 
proibido. A alteração realizada retirou as de uso proibido do caput e do §1º, criando 
uma modalidade qualificada específica, no §2º, para as armas de fogo, munições ou 
acessórios de uso proibido. Vale repisar a alteração feita na lei 8072/90, lei de crimes 
hediondos, que acarretou a exclusão do crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo 
de uso restrito do rol da hediondez, mantendo apenas o crime de posse ou porte de 
arma de fogo de uso proibido, atualmente previsto no art. 16, §2º, do Estatuto do 
Desarmamento. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
 Comércio ilegal de arma de fogo 
 Art. 17. Adquirir, alugar, receber, 
transportar, conduzir, ocultar, ter em 
depósito, desmontar, montar, remontar, 
adulterar, vender, expor à venda, ou de 
qualquer forma utilizar, em proveito próprio 
ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou 
em desacordo com determinação legal ou 
regulamentar: 
 Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) 
anos, e multa. 
Art. 17. 
........................................................ 
..................................... 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 
(doze) anos, e multa. 
§ 1º . 
.......................................................... 
......................................... 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 Parágrafo único. Equipara-se à 
atividade comercial ou industrial, para 
efeito deste artigo, qualquer forma de 
prestação de serviços, fabricação ou 
comércio irregular ou clandestino, inclusive 
o exercido em residência. 
 
§ 2º Incorre na mesma pena quem 
vende ou entrega arma de fogo, acessório 
ou munição, sem autorização ou em 
desacordo com a determinação legal ou 
regulamentar, a agente policial 
disfarçado, quando presentes elementos 
probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente.” (NR) 
 
 
Comentários: Alteração da pena do crime de comércio ilegal de arma de fogo, previsto 
no art. 17 do Estatuto do Desarmamento, a pena era de reclusão de 4 a 8 anos e multa, 
passou a ser reclusão de 6 a 12 anos e multa. Obviamente não pode retroagir aos casos 
anteriores, por tratar-se de novatio legis in pejus. Também foi incluído o § 2º, que prevê 
perigosa hipótese de prisão em flagrante, por se aproximar de uma situação de flagrante 
provocado, autorizada por lei, indo contra a Súmula 145 do STF e a teoria objetiva 
adotada no crime impossível, pelo art. 17,do CP, o dispositivo dispõe que pratica o crime 
quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, sem autorização ou em 
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, 
quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. A 
prisão em flagrante, nessa situação, só é possível pelas condutas preexistentes, por ser 
tipo misto alternativo, mas não pela conduta de vender a arma, acessório ou munição. 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
 Tráfico internacional de arma 
de fogo 
 Art. 18. Importar, 
exportar, favorecer a entrada 
ou saída do território nacional, 
a qualquer título, de arma de 
fogo, acessório ou munição, 
sem autorização da autoridade 
competente: 
 Pena – reclusão de 4 
(quatro) a 8 (oito) anos, e 
multa. 
 
Art. 18. . 
.......................................................................... 
................. 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) 
anos, e multa. 
Parágrafo único. Incorre na mesma pena 
quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou 
munição, em operação de importação, sem 
autorização da autoridade competente, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos 
probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente.” (NR) 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
Comentários: Alteração da pena do crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
previsto no art. 18 do Estatuto do Desarmamento, a pena era de reclusão de 4 a 8 anos 
e multa, passou a ser reclusão de 8 a 16 anos e multa. Obviamente não pode retroagir 
aos casos anteriores, por tratar-se de novatio legis in pejus. Também foi incluído o 
parágrafo único, que prevê perigosa hipótese de prisão em flagrante, por se aproximar 
de uma situação de flagrante provocado, autorizada por lei, indo contra a Súmula 145 
do STF e a teoria objetiva adotada no crime impossível, pelo art. 17,do CP, o dispositivo 
dispõe que pratica o crime quem vende ou entrega arma de fogo, acessório ou munição, 
sem autorização ou em desacordo com a determinação legal ou regulamentar, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos probatórios razoáveis de conduta 
criminal preexistente. A prisão em flagrante, nessa situação, só é possível pelas condutas 
preexistentes, por ser tipo misto alternativo, mas não pela conduta de vender a arma, 
acessório ou munição. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
 Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14, 
15, 16, 17 e 18, a pena é aumentada da 
metade se forem praticados por 
integrante dos órgãos e empresas 
referidas nos arts. 6o, 7o e 8odesta Lei. 
 
Art. 20. Nos crimes previstos nos 
arts. 14, 15,16, 17 e 18, a pena é 
aumentada da metade se: 
I - forem praticados por integrante 
dos órgãos e empresas referidas nos arts. 
6º, 7º e 8º desta Lei; ou 
II - o agente for reincidente 
específico em crimes dessa natureza.” 
(NR) 
 
 
Comentários: Nova causa de aumento de pena prevista no art. 20, II, para o agente 
reincidente específico nos crimes citados no caput. Não retroage a fatos anteriores, por 
ser modificação em prejuízo do agente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
7 - Lei 11343/06 – Lei de drogas: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 33. Importar, exportar, 
remeter, preparar, produzir, fabricar, 
adquirir, vender, expor à venda, 
oferecer, ter em depósito, 
transportar, trazer consigo, guardar, 
prescrever, ministrar, entregar a 
consumo ou fornecer drogas, ainda 
que gratuitamente, sem autorização 
ou em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão de 5 (cinco) a 15 
(quinze) anos e pagamento de 500 
(quinhentos) a 1.500 (mil e 
quinhentos) dias-multa. 
§ 1º Nas mesmas penas incorre 
quem: 
I - importa, exporta, remete, 
produz, fabrica, adquire, vende, 
expõe à venda, oferece, fornece, tem 
em depósito, transporta, traz consigo 
ou guarda, ainda que gratuitamente, 
sem autorização ou em desacordo 
com determinação legal ou 
regulamentar, matéria-prima, insumo 
ou produto químico destinado à 
preparação de drogas; 
II - semeia, cultiva ou faz a 
colheita, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou 
regulamentar, de plantas que se 
constituam em matéria-prima para a 
preparação de drogas; 
III - utiliza local ou bem de 
qualquer natureza de que tem a 
propriedade, posse, administração, 
Art. 33. . 
........................................................ 
§ 1º .......................... 
............................................................... 
............................................ 
IV - vende ou entrega drogas ou 
matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas, sem 
autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a 
agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta 
criminal preexistente. 
......................................................... 
.....................................” (NR) 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
guarda ou vigilância, ou consente que 
outrem dele se utilize, ainda que 
gratuitamente, sem autorização ou 
em desacordo com determinação 
legal ou regulamentar, para o tráfico 
ilícito de drogas. 
 
 
Comentários: foi incluído o inciso IV, no §1º, do art. 33, da Lei de Drogas, prevendo que 
pratica o crime vende ou entrega drogas ou matéria-prima, insumo ou produto químico 
destinado à preparação de drogas, sem autorização ou em desacordo com a 
determinação legal ou regulamentar, a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal preexistente. Perigosa hipótese 
de prisão em flagrante, por se aproximar de uma situação de flagrante provocado, 
autorizada por lei, indo contra a Súmula 145 do STF e a teoria objetiva adotada no crime 
impossível, pelo art. 17, do CP. A prisão em flagrante, nessa situação, só é possível pelas 
condutas preexistentes, por ser tipo misto alternativo, mas não pela conduta de vender 
a arma, acessório ou munição. 
 
Também cabe ressaltar, que a alteração realizada no art. 112 da LEP, A Lei de Execução 
Penal, com a inclusão do §5º, que expressamente afasta a hediondez do tráfico de 
drogas, quando incidir a diminuição de penal do art. 33, §4º, da Lei de Drogas. Tal 
entendimento já estava consolidado na doutrina e na jurisprudência, levando ao 
cancelamento da Súmula 512 do STJ. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
8- Lei 11671/2008 – Competência da Juízo de Execução Penal Federal: 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 2o A atividade jurisdicional de 
execução penal nos estabelecimentos 
penais federais será desenvolvida pelo 
juízo federal da seção ou subseção 
judiciária em que estiver localizado o 
estabelecimento penal federal de 
segurança máxima ao qual for recolhido o 
preso. 
 
Art. 2º 
.................................................................. 
Parágrafo único. O juízo federal de 
execução penal será competente para as 
ações de natureza penal que tenham por 
objeto fatos ou incidentes relacionados à 
execução da pena ou infrações penais 
ocorridas no estabelecimento penal 
federal.” (NR) 
 
 
Comentários: A competência criminal dos juízos federais, está disposta no art. 109, da 
CF/88, em especial no inciso IV, que fixa a competência federal nos casos onde exista 
interesse da União. Evidentemente os crimes praticados durante a execução penal em 
presídios federais, desperta o interesse da União, devendo o julgamento ocorrer na 
Justiça Federal, o novo dispositivo fixa a competência do próprio juízo responsável pela 
execução penal para julgar ações de natureza penal que tenham por objeto fatos ou 
incidentes relacionados à execução da pena ou infrações penais ocorridas no 
estabelecimento penal federal. 
 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
 
 
Art. 3o Serão recolhidos em 
estabelecimentos penais federais de 
segurança máxima aqueles cuja medida 
se justifique no interesse da segurança 
pública ou do próprio preso, condenado 
ou provisório. 
 
Art. 3º Serão incluídos em 
estabelecimentos penais federais de 
segurança máxima aqueles para quem a 
medida se justifique no interesse da 
segurança pública ou do próprio preso, 
condenado ou provisório. 
§ 1º A inclusão em estabelecimento 
penal federal de segurança máxima, no 
atendimento do interesse da segurança 
pública, será em regime fechado de 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
segurança máxima, com as seguintes 
características: 
I - recolhimento em cela individual; 
II - visita do cônjuge, do 
companheiro, de parentes e de amigos 
somente em dias determinados, por meio 
virtual ou no parlatório, com o máximo de 
2 (duas) pessoas por vez, além de 
eventuais crianças, separados por vidro e 
comunicação por meio de interfone, com 
filmagem e gravações; 
III - banho de sol de até 2 (duas) 
horas diárias; e 
IV - monitoramento de todos os 
meios de comunicação, inclusive de 
correspondência escrita. 
§ 2º Os estabelecimentos penais 
federais de segurança máxima deverão 
dispor de monitoramento de áudio e 
vídeo no parlatório e nas áreas comuns, 
para fins de preservação da ordem 
interna e da segurança pública, vedado 
seu uso nas celas e no atendimento 
advocatício, salvo expressa autorização 
judicial em contrário. 
§ 3º As gravações das visitas não 
poderão ser utilizadas como meio de 
prova de infrações penais pretéritas ao 
ingresso do preso no estabelecimento. 
§ 4º Os diretores dos 
estabelecimentos penais federais de 
segurança máxima ou o Diretor do 
Sistema Penitenciário Federal poderão 
suspender e restringir o direito de visitas 
previsto no inciso II do § 1º deste artigo 
por meio de ato fundamentado. 
§ 5º Configura o crime do art. 325 
do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de 
dezembro de 1940 (Código Penal), a 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
violação ao disposto no § 2º deste artigo.” 
(NR) 
 
 
Comentários: Regula a inclusão de presos no sistema penitenciário federal. O 
caput do art. 3º prevê que serão incluídos em estabelecimentos penais federais de 
segurança máxima aqueles para quem a medida se justifique no interesse da segurança 
pública ou do próprio preso, condenado ou provisório. O §1º, dispõe sobre as 
características do cumprimento de pena nesses estabelecimentos, com um rigor maior 
do que nos estabelecimentos comuns incluindoo recolhimento em cela individual; a 
visita do cônjuge, do companheiro, de parentes e de amigos somente em dias 
determinados, por meio virtual ou no parlatório, com o máximo de 2 (duas) pessoas por 
vez, além de eventuais crianças, separados por vidro e comunicação por meio de 
interfone, com filmagem e gravações; a possibilidade de banho de sol de até 2 (duas) 
horas diárias; e o monitoramento de todos os meios de comunicação, inclusive de 
correspondência escrita. 
Os §§ 2º, 3º e 4º regulam o direito a visita e a forma como ela será monitorada dispondo 
que os estabelecimentos penais federais de segurança máxima deverão dispor de 
monitoramento de áudio e vídeo no parlatório e nas áreas comuns, para fins de 
preservação da ordem interna e da segurança pública, vedado seu uso nas celas e no 
atendimento advocatício, resguardando o sigilo da relação entre o cliente e o advogado, 
mas prevê a possibilidade expressa autorização judicial em contrário, o que nos parecer, 
a princípio inconstitucional. O direito de visita poderá ser restringido na forma do § 4º 
pelos diretores dos estabelecimentos penais federais de segurança máxima ou o Diretor 
do Sistema Penitenciário Federal. 
Dispõe o § 3º que as gravações das visitas não poderão ser utilizadas como meio de 
prova de infrações penais pretéritas ao ingresso do preso no estabelecimento, 
consagrando o direito a não autoincriminação. 
O § 5º tipifica como crime do art. 325, do CP, crime de violação de sigilo funcional, 
quando ocorrer a violação ao disposto no § 2º deste artigo. 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 10. A inclusão de preso em 
estabelecimento penal federal de 
segurança máxima será excepcional e por 
prazo determinado. 
Art. 10. 
..................................................................
. 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
§ 1o O período de permanência não 
poderá ser superior a 360 (trezentos e 
sessenta) dias, renovável, 
excepcionalmente, quando solicitado 
motivadamente pelo juízo de origem, 
observados os requisitos da 
transferência. 
§ 2o Decorrido o prazo, sem que 
seja feito, imediatamente após seu 
decurso, pedido de renovação da 
permanência do preso em 
estabelecimento penal federal de 
segurança máxima, ficará o juízo de 
origem obrigado a receber o preso no 
estabelecimento penal sob sua 
jurisdição. 
§ 3o Tendo havido pedido de 
renovação, o preso, recolhido no 
estabelecimento federal em que estiver, 
aguardará que o juízo federal profira 
decisão. 
§ 4o Aceita a renovação, o preso 
permanecerá no estabelecimento federal 
de segurança máxima em que estiver, 
retroagindo o termo inicial do prazo ao 
dia seguinte ao término do prazo 
anterior. 
§ 5o Rejeitada a renovação, o juízo 
de origem poderá suscitar o conflito de 
competência, que o tribunal apreciará em 
caráter prioritário. 
§ 6o Enquanto não decidido o 
conflito de competência em caso de 
renovação, o preso permanecerá no 
estabelecimento penal federal. 
 
§ 1º O período de permanência será 
de até 3 (três) anos, renovável por iguais 
períodos, quando solicitado 
motivadamente pelo juízo de origem, 
observados os requisitos da 
transferência, e se persistirem os motivos 
que a determinaram. 
.........................................................
..................” (NR) 
Art. 11-A. As decisões relativas à 
transferência ou à prorrogação da 
permanência do preso em 
estabelecimento penal federal de 
segurança máxima, à concessão ou à 
denegação de benefícios prisionais ou à 
imposição de sanções ao preso federal 
poderão ser tomadas por órgão colegiado 
de juízes, na forma das normas de 
organização interna dos tribunais.” 
“Art. 11-B. Os Estados e o Distrito 
Federal poderão construir 
estabelecimentos penais de segurança 
máxima, ou adaptar os já existentes, aos 
quais será aplicável, no que couber, o 
disposto nesta Lei.” 
 
 
 
Comentários: alterou a duração máxima de permanência de presos em presídios 
federais, dispondo que o período de permanência será de até 3 (três) anos, renovável 
por iguais períodos, quando solicitado motivadamente pelo juízo de origem, observados 
os requisitos da transferência, e se persistirem os motivos que a determinaram. 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
Com o objetivo de assegurar a imparcialidade e a segurança dos magistrados, o art. 11-
A prevê que as decisões relativas à transferência ou à prorrogação da permanência do 
preso em estabelecimento penal federal de segurança máxima, à concessão ou à 
denegação de benefícios prisionais ou à imposição de sanções ao preso federal poderão 
ser tomadas por órgão colegiado de juízes, o que depende de previsão nas normas de 
organização interna dos tribunais, para não ferir o princípio do juiz natural. 
 
O art. 11-B amplia a aplicação da lei quando os Estados e o Distrito Federal construirem 
estabelecimentos penais de segurança máxima, ou adaptarem os já existentes, que 
poderão seguir as regras nela contidas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
 
9 - Lei 12037/09 - identificação criminal do civilmente identificado 
 
Comparação dos Dispositivos: 
 
 
Dispositivo atual: Novo Dispositivo: 
Art. 7o-A. A exclusão dos perfis 
genéticos dos bancos de dados ocorrerá 
no término do prazo estabelecido em lei 
para a prescrição do delito. (Incluído pela 
Lei nº 12.654, de 2012) 
Art. 7o-B. A identificação do perfil 
genético será armazenada em banco de 
dados sigiloso, conforme regulamento a 
ser expedido pelo Poder 
Executivo. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 
2012) 
 
 
Art. 7º-A. A exclusão dos perfis 
genéticos dos bancos de dados ocorrerá: 
I - no caso de absolvição do 
acusado; ou 
II - no caso de condenação do 
acusado, mediante requerimento, após 
decorridos 20 (vinte) anos do 
cumprimento da pena.” (NR) 
“Art. 7º-C. Fica autorizada a criação, 
no Ministério da Justiça e Segurança 
Pública, do Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões 
Digitais. 
§ 1º A formação, a gestão e o acesso 
ao Banco Nacional Multibiométrico e de 
Impressões Digitais serão 
regulamentados em ato do Poder 
Executivo federal. 
§ 2º O Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões Digitais 
tem como objetivo armazenar dados de 
registros biométricos, de impressões 
digitais e, quando possível, de íris, face e 
voz, para subsidiar investigações 
criminais federais, estaduais ou distritais. 
§ 3º O Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões Digitais 
será integrado pelos registros 
biométricos, de impressões digitais, de 
íris, face e voz colhidos em investigações 
criminais ou por ocasião da identificação 
criminal. 
AUTOR: FELIPE VIEITES NOVAES 
INSTAGRAM: @PROFESSORFELIPENOVAES 
 
§ 4º Poderão ser colhidos os 
registros biométricos, de impressões 
digitais, de íris, face e voz dos presos 
provisórios ou definitivos quando não 
tiverem sido extraídos por ocasião da 
identificação criminal. 
§ 5º Poderão integrar o Banco 
Nacional Multibiométrico e de 
Impressões Digitais, ou com ele 
interoperar, os dados de registros 
constantes em quaisquer bancos de 
dados geridos por órgãos dos Poderes 
Executivo, Legislativo e Judiciário das 
esferas federal, estadual e distrital, 
inclusive pelo Tribunal Superior Eleitoral 
e pelos Institutos de Identificação Civil. 
§ 6º No caso de bancos de dados de 
identificação de natureza civil, 
administrativa ou eleitoral, a integração 
ou o compartilhamento dos registros do 
Banco Nacional Multibiométrico e de 
Impressões Digitais será limitado às 
impressões digitais e às informações 
necessárias para identificação do seu 
titular. 
§ 7º A integração ou a 
interoperação dos dados de registros 
multibiométricos constantes de outros 
bancos de dados com o Banco Nacional 
Multibiométrico e de Impressões Digitais 
ocorrerá por meio de acordo ou convênio 
com a unidade

Continue navegando