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1 Material de apoio SLHTJ 3- Ficha 1 Licenciatura Em Direito Ano lectivo 2020 Docente: Natália Viti A Semiologia e o seu modelo linguístico A teoria linguística, que se dedica à análise da linguagem, tem como objectivo formular o modelo de descrição da linguagem por meio da qual o ser humano enforma os seus actos, vontades, sentimentos, emoções e projectos. Ao apresentar-se a linguagem como um dos fundamentos das sociedades humanas, a teoria linguística acabaria por ser solicitada dar conta do que viria ocorrer nos demais campos, sustentados por uma matriz fundamental: o campo da arte, da arquitectura, da sociologia, do cinema e do teatro, da psicanálise, entre outros. Para que essa mudança pudesse ocorrer, foi necessário que a teoria da linguagem passasse por vários estádios de desenvolvimento: I. A teoria linguística apresentava-se como gramática tal como foi proposta pelos gregos (uma gramática desprovida de visão científica). II. A teoria linguística surge como filologia. III. Uma outra etapa foi marcada pelos estudos de filologia comparativa ou gramática comparada. IV. IV. A quarta corrente da teoria linguística é do último quarto do século XIX. Tem no grupo alemão dos Neogramáticos um dos seus pilares. Objectivos dos estádios da teoria da linguagem Estádio 1 - Tem como objectivo ditar as regras pelas quais era possível distinguir entre o certo e o errado. 2 Estádio 2 – Comentar os textos e compará-los consoante as diversas épocas, determinando a língua de cada autor ou explicando inscrições em línguas arcaicas. Estádio 3 – A abordagem das relações entre uma língua e outra, explicar uma língua por meio de outra. Nessa sua actuação, deixou de efectuar aquilo que poderia caracterizá-la como verdadeira ciência: a determinação da natureza do seu objecto de estudo, a proposta de um método. Estádio 4 – Não aceita a ideia de que a língua é uma entidade fechada, ressaltando que ela só existe nos sujeitos falantes. Recusava, com isso, a noção de a língua ter vida e de ela poder realizar alguma coisa, insistindo em adoptar uma perspectiva histórica, a única capaz de explicar a língua como produto colectivo dos vários grupos de falantes Apesar de se considerar que a linguística surgiu dos conceitos elaborados neste quarto estádio de desenvolvimento, é com Ferdinand de Saussure que ela assumiu o carácter geral que lhe permitiu sair do círculo fechado do estudo das línguas naturais e aplicar-se aos mais variados domínios da comunicação/da actividade humana. Neste âmbito, o linguista referido acima teve a antevisão de uma disciplina que iria estudar os signos no meio da vida social, validando com isso o transporte dessa teoria para outros campos. Esta ciência geral de todos os sistemas de signos através dos quais se estabelece a comunicação entre os homens, foi designada, por ele, Semiologia. Tendo como objecto de estudo todos os sistemas de signos, a Semiologia ocupar-se-ia ainda das linguagens, sendo considerado género de que a linguística é espécie. Espécie privilegiada, para muitos, na medida em que forneceria um modelo aplicável aos demais sectores cobertos pela Semiologia. Esta condição da linguística levou a duvidar-se da existência de sistemas de signos que não recaíssem no domínio da linguagem. Em consequência, Luís Pietro passa a apresentar a linguística geral como uma semiologia da comunicação. Roland Barthes, por sua vez, levanta a possibilidade de um dia poder-se inverter a proposta de Saussure, apresentando-se a semiologia como uma parte da linguística.
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