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distribuição dos fármacos CAROLINE CARNEIRO- MED UNC · · Após administrado e absorvido, o fármaco é distribuído, ou seja, é transportado pelo sangue e outros fluidos para todos os tecidos do corpo. · Apesar de ser um todo funcional, o organismo divide-se em diferentes compartimentos, bem delimitados pelas membranas biológicas. · O estudo da distribuição procura conhecer os fatores que condicionam esse movimento do fármaco de um compartimento para o outro. · Vai antes para os locais com mais perusão (coração, pulmões e fígado) e com o tempo circulando começa a ser distribuído para o corpo todo. Significância: · A ação farmacológica de um fármaco depende da sua concentração no local de ação, portanto, a distribuição exerce papel importante sobre: · O início de ação do fármaco. · Intensidade da ação fármaco. · Duração da ação do fármaco. · Os princípios e propriedades de que depende a absorção são também aplicáveis à distribuição. · · · A análise da distribuição inicia-se a partir do momento em que o fármaco chega ao sangue, e então são estudados: · A permeabilidade do endotélio capilar, · A ligação do fármaco às proteínas plasmáticas, · A concentração plasmática do fármaco e a biodisponibilidade, · O volume de distribuição do fármaco. ligação do fármaco às proteínas plasmáticas · No sangue, quase todos os fármacos se subdividem em duas partes: · Fármaco livre: dissolvida no plasma · Fármaco ligado às proteínas plasmáticas: o fármaco e a proteínas formam um complexo reversível. Ligação ocorre especialmente à fração albumínica. · Somente a parte livre pode ser distribuída, atravessar o endotélio vascular e atingir o compartimento extravascular. · Forma-se no sangue um equilíbrio entre a parte livre e a parte ligada do fármaco. · À medida que a parte livre é utilizada pelo organismo, a parte ligada vai se desligando para substituir aquela parte livre que é distribuída, acumulada, metabolizada e excretada. · Lipoproteínas: Transportam ativamente lipídeos no plasma. Varia com a idade, sexo, dieta e presença de distúrbios. Ex.: o Clorpromazina: anti-psicótico. o Imipramina: anti-depressivo. · β-Globulina: Ligam-se a esteroides androgênicos e estrogênicos. · Glicoproteínas (α1-glicoproteína ácida): transporte de fármacos de caráter básico. Proteína de fase aguda. · Propranolol: antagonista de receptores β-adrenérgicos (antihipertensivo e antiarritmico). · Eritrócitos: várias bases orgânicas, dependendo do grau de ionização e da lipossolubilidade do fármaco. · Ex.: Clorpromazina e Imipramina. · Albumina: É a proteína plasmática mais importante quantitativamente. De forma geral fármacos ácidos costumam ligar-se à albumina. · A relação entre as partes livre influi na ação terapêutica. · Ex.: A fenilbutazona, por exemplo, liga-se na proporção de 95% da quantidade administrada. Logo, nesse exemplo, apenas 5% é utilizada farmacologicamente. · O grau da ligação protéica das drogas depende de: · Afinidade entre drogas e proteínas plasmáticas. · Concentração sanguínea da droga. · Concentração das proteínas sanguíneas afinidade do fármaco pela proteína fatores patológicos que alteram as concentrações de proteínas plasmáticas · Distúrbios Hepáticos: · O fígado é o principal local de síntese de proteínas como a albumina, portanto, patologias hepáticas podem influenciar essa síntese. · Redução da Biossíntese proteica · Síntese de proteínas com alterações conformacionais. · Alterações nas atividades enzimáticas. · Variações na bilirrubinemia. · Cirrose hepática, hepatite viral · Distúrbios renais: · Afetam de forma variável a relação fármaco- proteína plasmática. Síndrome nefrótica: ↑ na excreção de proteínas. · Na vigência de distúrbios renais os fármacos de natureza ácida têm sua união às proteínas diminuídas, enquanto os fármacos básicos apresentam grau de união normal ou diminuído. · O plasma de indivíduos com insuficiência renal tem menor capacidade de unir fármacos do que o plasma de indivíduos normais, o que é atribuído em parte a alterações nas próprias proteínas ligantes. · Hemodiálise · Distúrbios na tireoide: · Hipertireoidismo: ↓ concentração de albumina. · Hipotireoidismo: ↓ diminui a ligação de propranolol às proteínas. · Distúrbios cardíacos: · Infarto agudo do miocárdio: ↑ proteínas plasmáticas de fase aguda. · Distúrbios alimentares: Desnutrição, anorexia · Distúrbios intestinais: Perda de absorção de aminoácidos. fatores fisiológicos que alteram as concentrações de proteínas plasmáticas · Idade: · De forma geral, a fração livre do fármaco aumenta com a idade. · Em recém-nascidos a fração livre também é aumentada: a) menor concentração plasmática de proteínas totais; b) presença de albumina fetal, a qual possui baixa afinidade por fármacos; c) pH sanguíneo ligeiramente mais baixo d) concentração de ácidos graxos livres pouco maior que o adulto; e) eventual presença de substâncias de origem materna que competem com os fármacos ao nível dos sítios de união das proteínas. · Gravidez: · A concentração de albumina flutua no primeiro mês de gravidez e a de ácidos graxos não essenciais se eleva a partir da 2ª metade da gravidez. · Quantidade de proteínas pode decrescer com o decorrer da gravidez. · Estado Hormonal: · Uso de anticoncepcionais diminui a síntese de α1-glicoproteínas ácida. Concentração de ácidos graxos livres: · Ácidos graxos livres podem se unir às proteínas. · ↑ Concentração de ácidos graxos livres, ↓ ligação fármaco proteínas. extração hepática x proteínas plasmáticas Alta extração hepática: · O fármaco que tem alta afinidade hepática pode estar ligado 98% com proteínas plasmáticas, porém, quando passa pelo fígado é extraído da proteína e sofre metabolização. Baixa extração hepática: · Fármaco com baixa afinidade hepática quando ligado à proteínas, passa pelo fígado mas não desliga da proteína plasmática. volume de distribuição de fármacos · Uma vez que o fármaco foi administrado, tende a seguir em direção do líquido intersticial e do meio intracelular. · Se conseguir atravessar o endotélio capilar de dentro para fora e sair da corrente sanguínea, o fármaco se distribuirá no líquido extracelular dos tecidos. · Velocidade e extensão desta distribuição dependerá: · Fluxo sanguíneo, · Propriedades físico-químicas do fármaco, · pH da região, · Demais fatores relacionados ao organismo. · Após certo intervalo de tempo, o fármaco poderá estar distribuído homogeneamente no volume do líquido extracelular (14L), ou seja, líquido intersticial ou plasma. · Após, poderá diluir-se pelo volume do líquido intracelular (28L), ou seja, por todo o líquido do organismo. · Teoricamente, um dado fármaco pode distribuir-se pela água total do organismo (42L). volume real de distribuição · Volume anatômico acessível ao fármaco. · Fármacos ionizados tem volume restrito ao líquido extracelular. · Fármacos lipossolúveis tem a possibilidade de se distribuírem pelos 42L totais. Esses fármacos tendem a exibir queda mais rápida no nível plasmático. volume aparente de distribuição · É o volume no qual o fármaco teria que se dissolver para que sua concentração se igualasse à do plasma. · Depois de um tempo, igualam-se as concentrações sanguínea e extracelular do fármaco tendem a entrar em equílibrio. · A distribuição dos fármacos é um processo contínuo, o fármaco movimenta-se tanto para dentro quanto para fora de todos os compartimentos simultaneamente. · Os fármacos ligam-se e desligam-se de seus receptores continuamente. · Barreira Hematoencefálica · Barreira Placentária · Os fármacos que atravessam ambas barreiras precisam ser lipofílicos, ter baixo peso molecular (< 1.000) e com alto volume de distribuição!
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