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O sétimo selo (resenha)

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FACULDADE DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE UNAÍ-MG 
 
 
 
DALMIR JOSÉ VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
FILME: O SÉTIMO SELO 
RESENHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNAÍ – MG/2017 
 
 
 
DALMIR JOSÉ VIEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
FILME: O SÉTIMO SELO 
RESENHA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado como requisito 
parcial para aprovação na disciplina 
Optativa tanato. 
Orientador: Professor Me. Vinícius de 
Alencar Vieira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
UNAÍ-MG/2020 
3 
 
RESENHA DO FIME: O SÉTIMO SELO 
 
VIEIRA, Dalmir José1 
VIEIRA, Vinícius de Alencar2 
 
Palavras-chave: Morte. Tragédia. Poesia. felicidade. Vida eterna. 
 
O Sétimo Selo é um filme produzido em preto e branco, tendo a Idade Média, 
período da Europa medieval, especificamente no século XIII como pano de fundo. 
Dirigido e produzido por Ingmar Bergman no ano de 1957, e estrelado por Antonius 
Block. A obra traz uma visão que o homem tem da morte, visto na época o mundo 
viver em constante guerra, como também assolado pela peste negra, fazendo que 
predominasse o assunto, morte. É importante ressaltar que é um filme que não se 
trata de uma ficção. Baseado em um versículo Bíblico, do livro de apocalipse, que diz 
“...E os sete anjos que tinham sete trombetas cada, prepararam-se para tocá-las. 
Frase esta que também começa o filme. 
O filme narra a história de Antonius Block, um cavaleiro que está voltando para 
casa depois de passar dez anos batalhando nas Cruzadas. Um dado dia, em uma 
praia, o cavaleiro se depara com a morte que veio buscá-lo, mas Antonius não está 
preparado para partir, e por isso ele aposta sua vida desafiando a morte numa partida 
de xadrez. Só que o jogo não acaba naquele momento, pelo contrário a morte permite 
que Block siga sua viagem. O Cavaleiro e seu Escudeiro, conhecem outros 
personagens em sua jornada; um grupo de atores, um madeireiro alcoólatra, traído, 
com sua esposa adúltera como também uma silenciosa camponesa. 
Os dias vão passando e a partida de xadrez com a morte vai avançado, só que, 
se Block tem alguma esperança que pode escapar de sua ruína, no final ele vai ver 
que é impossível fugir dela (a morte). O Cavaleiro finalmente chega em sua casa com 
os amigos ao encontrar a esposa vê que a morte se apresenta como uma convidada 
indesejada. Em seguida o filme Corta para o final, e Josefem olha lá longe e vê uma 
cena inesquecível, a morte levando o Cavaleiro e seus amigos, todos enfileirados e 
de mãos dadas. Tendo como música de fundo; “Procesion Scene”. Que dizia em um 
de seus refrães: “O sol era negro, a lua estava vermelha, as estrelas foram caindo, A 
 
1 Acadêmico do 9º período do curso de Psicologia: Dalmir José Vieira 
2 Professor da disciplina Optativa: Tanatologia: Vinícius de Alencar Vieira 
4 
 
terra estava tremendo (...) Carregando flores, gritou (...) “E quando o cordeiro abriu o 
sétimo selo, o Silêncio cobriu o céu de escuridão” embalados pela dança macabra. 
Assim é a metáfora proposta pelo filme. 
Ao relatar o final do filme “O sétimo selo”, também quero especificar a esse 
plano aqui atual que vivemos em nossa atualidade. Essa espécie de procissão entrou 
para a história, não como relata o filme, algo cinematográfico. Mas sim, um rito 
macabro, ao levar o morto para o cemitério. Esse é um trecho que realmente impactou 
no filme. É também uma representação que ficou popularmente conhecida na arte 
europeia medieval, expostos em afrescos na grande maioria das catedrais, “A dança 
macabra”. As danças macabras mostravam a morte, ou diversos mortos dançando 
como seres humanos. Para representar justamente o momento em que a morte nos 
leva embora. Essas pinturas se tornaram comuns na Idade Média. Foi um período de 
intensa dominação da igreja sobre a população. 
O catolicismo trabalhava incansavelmente com o conceito de lembrar 
constantemente a morte. Exatamente essa é a ideia, porque ao lembrar a população 
de que todos vão morrer, a igreja dava ênfase na eternidade divina. Relembrando 
sempre, “se ninguém pode escapar da morte, é melhor não se apegar aos prazeres 
mundanos”. Em vez disso, é melhor rezar e cultivar a alma para que, quando a morte 
chegar, você possa ser levado aos céus e se juntar a Deus. Ou seja, o medo sendo 
usado para manter os fiéis apegados aos dogmas da igreja. 
Num certo momento, o escudeiro de Block conhece um pintor de uma capela e 
indaga-o. 
–O que é que vemos o artista pintar? 
–A dança da morte, responde o artista. 
–Esta é a morte? Pergunta o escudeiro. 
–Sim, ela dança com eles. 
–E para que desenhar isto? 
–Para fazer o povo se lembrar da morte. 
E ao analisar a pintura O Escudeiro entende na hora o objetivo da dança 
macabra. 
 –Se você os assustar… Eles pensarão... eles pensarão e ficarão com ainda 
mais medo. E então cairão nos braços dos Padres. Disse o pintor. 
A estratégia da igreja claramente é funcional. Afinal, vemos que a peste negra 
espalhou matando milhares de pessoas, relembrando constantemente a população, 
5 
 
de que a morte paira sobre todos eles e com essa sombria perspectiva o povo entra 
em pânico e se refugia na crença religiosa. Na atualidade pandêmica da covide 19 
pode ser visto muita coisa semente por aí. 
Até mesmo para o Block que passou o filme inteiro em angústia por achar que 
não acreditava mais em Deus, acaba apelando para oração, quando vê que sua hora 
de morrer de fato chegar. Disse... 
–Deus, tu que estás em algum lugar... que deve estar em algum lugar... tende 
piedade de nós. 
É mais uma afirmativa, que na hora da morte, o indivíduo apela pra todas as 
crenças disponíveis. 
Outro detalhe importante de ser visto nas danças macabras, é que elas 
costumavam representar a morte levando de uma só vez pessoas de diferentes 
hierarquias. O papa, o rei, um trabalhador, uma criança. A mensagem então era bem 
clara, não importa quem você seja, não importa sua classe ou a sua notoriedade. A 
morte vem buscar todo mundo. A morte une todas as pessoas. E mais uma vez, me 
refiro às mortes de nosso tempo. 
Acima dessa fascinante intelectualidade de Ingmar Bergman, a cena da dança 
da morte, foi a que mais me chamou atenção, acredito ser por causa do Impacto 
emocional. Essa é uma imagem poderosa, porque ela tem variados significados. 
Embora seja uma cena de apenas vinte segundos, observo sentimentos que parecem 
conflitantes. A princípio a ideia de que a morte tá levando os personagens, deveria ser 
algo aterrorizante, enquanto vejo uma verdadeira dicotomia entre arte e sentimento. 
Apesar dessa ideia horrenda de morte, ao fundo temos a voz de Josefem, trazendo 
uma descrição do que ele enxerga. Transformando essa visão em algo mais bonito e 
poético. 
–À frente vai o rígido mestre... com a foice e a ampulheta, mas o tolo vem no 
final com seu alaúde. 
Mesmo diante dessa multiplicidade da visão de morte não é possível 
desvencilhar do que está sendo visto. É a dança da morte, um conceito que parece 
ser intuitivamente contraditório. Como pode haver ali arte numa dança, em que os 
dançarinos estão sendo levados para seu fim? O diretor Ingmar Bergman nos deixa 
ainda mais perplexos, quando nos planta dúvidas, ao escolher fazer uma imagem de 
longe com os personagens pequenos em forma de silhuetas. Pois, assim não 
conseguimos ver com total clareza o que está acontecendo. 
6 
 
Por um lado, os personagens parecem dançar como se tivessem bêbados e 
contentes na frente de um sujeito que toca um instrumento no final da fila, mas por 
outro lado também podemos perfeitamente entender essa imagem como que se 
estivessem sendo arrastados contra sua vontade. A dúvida paira entre essas duas 
perspectivas. Será que a morte é um fenômeno tão poderoso e enigmático que ela é 
capaz de mudar essas pessoas de um estado de medo para um estado de euforia? 
Ou ainda será uma Procissão de pessoas sendo levadas à força? Afinal, estejam eles 
felizes ou sendo levados contra a vontade, em ambas as perspectivas,estamos vendo 
algo trágico acontecer. Conforme uma minuta da narrativa do filme esclarece. 
–E o rígido mestre, a morte, ordena que eles dancem. Ela quer que fiquem de 
mãos dadas... E que dancem formando uma longa fila. 
 Esse Filme me proporcionou um conflito de emoções, principalmente em seu 
final. Embora retrata a morte de forma brilhante, reflete também, perfeitamente o 
discurso que O sétimo selo faz sobre as diferentes reações que temos em relação à 
morte. Vi que, por um lado, a morte é extremamente temida por todos os personagens, 
por significar o fim dessa vida terrena, mas também vi, que existe ali um discurso da 
igreja reforçando. Na verdade, a morte é apenas uma etapa no caminho para 
conseguirmos a salvação ao lado de Deus. 
Também tenho uma terceira ideia sobre a morte dentro dessa perspectiva. Num 
certo ponto da trama, Block percebe de fato que ele vai morrer. Aquele momento 
inspira-o aproveitar a vida que lhe resta e apreciar a felicidade que as pequenas coisas 
o podem oferecer. Por exemplo; como relata em um de seus diálogos com o casal de 
amigos no trailer que também é a casa dos atores que se separou do grupo graças a 
uma percepção de perigo de morte que tiveram. 
–...Vou me lembrar deste momento de paz. Destes morangos, desta tigela de 
leite... 
Ou seja, em O sétimo selo, a morte, é ao mesmo tempo uma tragédia, uma 
porta para uma vida eterna e uma motivação para viver alegremente. E, se a morte 
pode ter todos esses significados, faz sentido que na dança macabra, tenhamos de 
uma só vez, sentimentos de tragédia, de poesia e de felicidade. 
 
 
 
 
7 
 
Referência 
 
 
MCBETH, W. F. The Seventh Seal Procession Scene. 1957. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=xF6IyVowE4k&list=PLRDBCacyWri2KXjVnTSA-
U3go1vd3PexG&index=55>. Acesso em: 02 set, 2020. 
 
 
O SÉTIMO SELO (filme). Det Sjunde Inseglet (título original). Diretor, Ingmar 
Bergman. Produção: Svensk Filmindustri (S.F.). Interpretes: Max von Sydow, 
Personagem: Antonius Block. Gunnar Björnstrand, Personagem: Jons, Squire. 
Bengt Ekerot, Personagem: Morte. Bibi Andersson, Personagem: Mia. Gunnel 
Lindblom, Personagem: Jovem mulher. Inga Landgré, Personagem: Karin. 
Anders Ek, Personagem: Seminarista. Ake Fridell, Personagem: Blacksmith 
Plog. Raval, Bertil Anderberg. Albertus Pictor, Gunnar Olsson. Música: The 
Seventh Seal Procession. Estúdio: SVENSK FILMINDUSTRI, (Suécia) 1957. (100 
min), son, color. Youtube. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=A-
rBzHIvoVA>. Acesso em: 02 nov 2020.

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