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Direitos Humanos

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CENTRO UNIVERSITÁRIO U:VERSE
 
 CURSO DE DIREITO 5° ANO
RAIANA CRISTINI GADELHA SOUZA
LEONICE MOURA DOS ANJOS DA SILVA
Análise do Filme “O Poço”
 Orientador: Rivamar Guedes
Rio Branco/AC
2020
RAIANA CRISTINI GADELHA SOUZA
LEONICE MOURA DOS ANJOS DA SILVA
Análise do Filme “ O Poço”
Trabalho apresentado como pré-requisito para a composição obtenção da nota parcial da 1°NPC da Disciplina de Direitos Humanos do Curso de Direito do Centro Universitário U-verse, na cidade de Rio Branco/AC, no ano de 2020.
 Rio Branco/AC
 2020
 A análise em tela refere-se ao filme chamado “ O Poço” que é uma estrutura verticalizada chamada de centro vertical de autogestão com vários andares em cada um com duas pessoas. Faz-se necessário analisar que o filme traz uma alegoria muito curiosa sobre como funciona a nossa organização social, inclusive divido em patamares, ou seja, em classes sociais, porém diferentemente do mundo que nós vivemos hoje em que a mobilidade a ascensão é um pouco mais difícil, é evidente que na prisão a mobilidade entre os patamares é mais flexibilizada, pois a cada mês as pessoas do presídio mudam de andares. Dessa forma, podemos perceber que isso é uma crítica a questão da meritocracia que pressupõe que sua conquista vem do seu próprio esforço. Nesse passo no centro Vertical de autogestão do Poço a meritocracia não se encaixa, pois, a ascensão lá não segue essa regra do esforço, é sim segue mais uma questão espontânea, ou seja, aleatória. 
 Nesse raciocínio, além disso o filme também traz um conteúdo muito curioso em relação ao capitalismo, a crítica feita é bem visível, pois no primeiro andar do presídio a refeição que desce no elevador serve para todos as pessoas dos andares desse poço para se alimentarem, porém o que acontece que as pessoas comem demasiadamente e à medida que esse elevador vai descendo o patamar, e assim os indivíduos que estão nos andares inferiores vão ficando com os restos até não sobrar mais nada lá em baixo. A demais, faça-se constar que a gente pode pensar que seja uma crítica a distribuição de alimentos que o capitalismo proporciona, trazendo para o contexto brasileiro, o Brasil é uns dos grandes países produtores de alimentos, mesmo assim existem pessoas que comem as sobras ou pouco comem no contexto que estamos, dessa forma o filme possui uma crítica muito implícita ao sistema capitalista. 
 Assinalo, ainda que o filme possui também uma crítica ao sistema socialista, em determinado momento do filme o Goreng (personagem principal) é um homem muito idealista, pode ser perceber que na obra há um conflito muito grande entre idealismo e realismo. Demais disso, o personagem mencionado anteriormente tem a seguinte ideia de convencer as outras pessoas mais abaixo, com esse propósito de conscientizar os indivíduos de uma melhor distribuição de alimentos. Saliente-se que os alimentos no presidio serve para todas pessoas dos andares. 
 Todavia quando Goreng vai para os andares inferiores para poder conscientizar as pessoas, acaba ocorrendo muitas mortes, ou seja, é uma crítica ao socialismo que nessa tentativa de distribuir melhor a situação, muitas pessoas acabam morrendo, ou seja, é uma crítica muito velada ao sistema. Assim sendo o filme vem revelar uma degradação do ser humano, podemos pensar nos filósofos humanistas valorizando a dignidade do ser humano e essa reflexão sobre a valorização da humidade se encaixa muito bem nos dias de hoje. Necessário lembrar que quando foi declarado a quarentena devido ao Covid-19 as pessoas começaram a correr para ir aos supermercados e estocando alimentos em grandes quantidades e enquanto outras pessoas não possuíam dinheiro naquele dia para ir ao supermercado, e assim acabarão ficando sem e bem verdade que essa questão de valorização da humanidade fica muito evidente e faz muito sentido nos dias atuais. 
 Mister se faz ressaltar em relação as interpretações filosóficas, primeira coisa que ocorre no terceiro mês em que o Goreng tem como colega de andar uma ex-funcionária da administração que gerenciava esse poço e ela tenta implantar algo que eles vão chamar de solidariedade espontânea com intuito de convencer outras pessoas sobre essa questão de ajudar o próximo ou seja buscar uma consciência coletiva e ficando clara a dificuldade que se tem para poder implantar uma consciência coletiva na sociedade em que vivemos. Porém, a colega de andar do personagem Goreng começa se desencantar com a ideia dela, foi o que autor Jean-Paul Sart falou “ O inferno são os outros”, ou seja quando começa a perceber o outro, você se reconhece no outro, ela percebendo que não conseguiria convencer todo mundo ela se implica. 
 Outrossim, podemos analisar que essa questão da consciência individual é muito forte, a partir disso levanta-se outro ponto filosófico, que o estado de natureza para Thomas hobbies, onde as pessoas estavam lá no contexto em que todas lutavam pela sua sobrevivência, a busca pela autopreservação que é muito grande que levava uma espécie de guerra civil e é isso que o filme trata, as pessoas lutando pela própria sobrevivência no Estado muito primitivo, nos faz refletir se o estado é necessário nessas horas? Tem hora que o Estado é importante para poder colocar ordem, fornecer segurança para as pessoas. É sobremodo importante assinalar que autor Thomas hobbes diz: “ O Homem é o lobo do Homem”, observar-se que o personagem Goreng chegou todo idealista, no segundo mês começa a matar outras pessoas, pois a sobrevivência fala mais alto. Então em virtude dessas considerações nesse ponto, a teoria contratualista de Hobbes faz muito sentido, pois em um Estado de Natureza em que ausência de uma Estado-Maior tanto que chama de autogestão em que as pessoas regulam a si mesmo.
 Entretanto, antes do encerramento dessa análise, devemos observar o desfecho do filme em que os personagens principais encontram uma criança, de acordo com o filosofo Nietzsche que nessa busca de evolução do espirito nós temos que nos tornarmos como crianças, porque as crianças elas estão além do bem e do mal, sendo capazes de criar novos valores e isso fica muito visível no filme que a criança é a portadora de uma mensagem de salvação naquela sociedade degradada.

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