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Medicina Nuclear em Neurologia e Psiquiatria · Medicina Nuclear · A medicina nuclear faz uso de fontes de radiação não seladas para diagnóstico e tratamento · A fonte de radiação é o paciente: o fóton gama (radioativo) vai ser captado pela gama-câmara, sendo transformado num microssinal elétrico, que será colocado num eixo (x, y e z) para formar a imagem · A resolução espacial (capacidade de diferenciar dois pontos no espaço) não é muito boa · A imagem demora cerca de 12 minutos para ser feita · O estudo é do metabolismo, ao contrário da radiologia, que não terá diferença em um indivíduo vivo ou morto · As doenças começam no nível molecular, portanto, a MN é mais precoce (depois, que vai para os níveis celular e tissular, sendo possível enxergar na imagem da radiologia) · A resolução anatômica de TC e RM é 4x maior: para superar isso, faz-se imagens híbridas · É usado um equipamento com uma câmara de cintilação na frente e um tomógrafo de alta resolução atrás · PET/CT: estudo do metabolismo cerebral · Também existe o PET/RM, mas é muito caro e não há evidência de custo-benefício; de toda forma, é possível realizar a fusão via software com a RM · FDG-F18: fluordesoxiglicose; substitui um radical hidroxila/oxidrila da glicose por um flúor radioativo · A glicose, ao ser metabolizada no ciclo de Krebs, transforma-se rapidamente em CO2 e H2O, mas o FDG não entra no ciclo de Krebs, portanto, fica dentro da célula, permitindo formação da imagem · A substância branca é visível, embora possua menor metabolismo · Melhor qualidade de imagem que o SPECT · Alzheimer: diminuição do metabolismo na região parietal posterior (melhor definição dos sulcos e giros no PET, mas também visto no SPECT) OBS: o raio gama se origina no núcleo do átomo; o raio X, na eletrosfera. · SPECT: estudo da perfusão cerebral; com HMPAO-Tc99m (oxima) ou ECD-Tc99m (etil cisteína) · Substância lipossolúvel, atravessa a BHE e entra no neurônio (só vê substância cinzenta, não vê s. branca) OBS: ambos PET e SPECT avaliam a mesma coisa, porque sempre que há alteração metabólica, há alteração perfusional existente e vice-versa. · Ambos têm valores de referência de acordo com idade e sexo, isso permite que a análise seja similar mesmo com observadores diferentes. · Indicações: · Diagnóstico diferencial das demências · Doença cerebrovascular, epilepsia, tumores · Morte cerebral, estudo dos neurotransmissores · Dinâmica do LCR, alterações psiquiátricas · Doença de Alzheimer · Geralmente, diagnóstico fundamentalmente clínico, mas de sensibilidade (65%) e especificidade (75%) intermediária · O uso de métodos complementares pode aumentar a acurácia do diagnóstico clínico (a sensibilidade já era próxima de 90% há muitos anos atrás) · Beta Amilóide: pode fazer um tipo de PET mais moderno que detecta presença de placas beta-amilóide · Nem todo mundo que tem beta amiloide no cérebro tem Alzheimer; contudo, todos com Alzheimer tem · As diferentes síndromes demenciais possuem padrões característicos de alterações do metabolismo glicolítico e da perfusão cerebral. · Doença de Pick: demência frontotemporal; inicialmente, atinge só o lobo frontal · Demência por múltiplos infartos · Existe diferença entre Alzheimer, possível Alzheimer e transtornos cognitivos leves (que podem ou não evoluir para Alzheimer): o PET e SPECT cerebrais são excelentes para isso · Demência por Corpos de Lewy: mesmo padrão da de Alzheimer (parietal posterior), mas acomete também o córtex visual (diferencial: preservado no Alzheimer) · Pseudodemência depressiva: hipoperfusão frontal, sem extensão para o lobo temporal · Alucinação auditiva: córtex auditivo hipercaptante · SPECT de Perfusão Cerebral: doença cerebrovascular · Sensibilidade de 90 a 100% para alterações no fluxo sanguíneo · Áreas de hipoperfusão focais ou difusas; · Diagnóstico de ataques isquêmicos transitórios (AIT): pacientes com insuficiência vascular que não perderam o parênquima cerebral ainda (seria tipo uma angina no cérebro) · No AVE, há persistência da hipoperfusão · Teste de estresse cerebral com acetazolamida: gera vasodilatação transitória, se houver obstrução, determinada área terá fluxo reduzido ↳ diferença do estudo basal: já se detectava hipoperfusão, mas fica mais evidente ↳ possível ver área acometida e área em risco, se paciente sofrer novo AVC OBS: na fase aguda, a tomografia só é positiva no AVC hemorrágico, não no isquêmico. · Comparação CT e SPECT: no AVC hemorrágico em fase aguda, na CT pode ver a área que foi perdida, enquanto que no SPECT dá pra ver a área que já foi perdida e a que está em risco de ser perdida se não for tratado · Epilepsia: SPECT indicado na epilepsia parcial complexa que necessite de cirurgia · A detecção de foco epileptogênico pode ser feita também pela RM, mas fazer SPECT quando a RM for normal ou discordante do EEG · A sensibilidade é de 97 a 100% quando se injeta o radiofármaco na fase ictal (durante a crise epiléptica) porque nesse momento há um aumento importante do metabolismo e do fluxo cerebral · Na fase inter-ictal (sensibilidade de 100%), é o contrário: há diminuição do metabolismo e do fluxo cerebral, é como se o cérebro tentasse isolar aquela área para diminuir os impulsos elétricos aberrantes OBS: é preciso de uma enfermeira treinada para injetar na hora da crise, além de laboratório de vídeo-eletroencefalografia. · Morte Encefálica: dentro dos exames para sua determinação, há o SPECT de perfusão cerebral · Traçadores não conseguem perfundir o encéfalo · Angiografia radioisotópica (não atravessam a BHE intacta) · Na imagem de perfusão, observa-se “crânio vazio” · PET/CT oncológico (tumores do SNC): · Avaliação da viabilidade tumoral · PET com FDG-F18 não é o indicado porque o cérebro normal capta muito, assim como o tumor (não há muita diferenciação) · Indicado para avaliação pós-tratamento: na RM é difícil diferenciar necrose de viabilidade tumoral, coisa que o PET consegue fazer · Especificidade e sensibilidade de 100%: diferencia tumor de fibrose, etc · Aminoácido não atravessa BHE íntegra, só no local do tumor · Diferenciação: Doença de Parkinson x Tremores Essenciais · É possível medir o potencial de ligação dos receptores de dopamina MEDICINA UFPE – ANOTAÇÕES DA AULA DO PROFº PAULO
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