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Aula Degradacao de Pastagem

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DEGRADAÇÃO DE PASTAGENS 
É o processo evolutivo de perda de vigor, de produtividade, de capacidade de 
recuperação natural das pastagens para sustentar os níveis de produção e qualidade 
exigida pelos animais, assim como o de superar os efeitos nocivos de pragas, doenças e 
invasoras, culminando com a degradação avançada dos recursos naturais, em razão de 
manejos inadequados. Os solos apresentam compactados, com baixos níveis de pH, 
baixos teores de Fósforo, Potássio, Cálcio, Magnésio e Matéria Orgânica, e altos níveis 
de alumínio, Ferro e Manganês. 
 
Figura 1: Representação gráfica simplificada do processo de degradação de pastagens cultivadas em 
suas diferentes etapas no tempo. 
A pastagem é um sistema biológico, com perdas e exportações de energia (produtos) 
para outros organismos. Dada a precariedade, o desconhecimento ou a incapacidade 
de adoção de determinados pacotes tecnológicos, é natural que se instale o processo 
de degradação da pastagem, variando apenas a precocidade e velocidade de declínio e 
produção, conforme o solo e o clima. Portanto, e necessário conhecer as forrageiras 
que se adaptam às condições edafoclimáticas da região, manter os níveis de nutrientes 
de acordo com as exigências nutricionais da planta, bem como avaliar a capacidade de 
suporte das pastagens para utilizar o manejo mais adequado. Sabe-se que os 
componentes clima-solo-planta estão intrinsecamente ligados, sujeitos aos erros de 
manejo. A degradação ocorre quando há a quebra do equilíbrio das interações. 
Estima-se que 80% das áreas destinadas às pastagens no Brasil apresentam algum 
estágio de degradação. 
1 – Causas da degradação 
 Fatores ligados a estabelecimento da forrageira e de manejo. 
 Plantio de espécies forrageiras não adaptadas às condições edafoclimáticas da 
região 
 Má formação inicial: Causada pela ausência ou mau uso de alguns itens 
 Práticas de conservação do solo 
 Correção da acidez ou adubação 
 Escolha inadequada da espécie 
 Sistemas e métodos de plantio 
 Manejo animal na fase de formação 
 Baixo vigor e valor cultural das sementes 
 Época de semeadura inadequada 
 Manejo e práticas culturais 
 Uso de fogo como rotina 
 Método, épocas e excesso de roçagem 
 Ausência ou uso inadequado de adubação de manutenção 
 Ocorrência de pragas, doenças e plantas invasoras; a falta de diversidade 
provoca o desenvolvimento rápido de pragas das pastagens (p.ex.: 
cigarrinha das pastagens) 
 Manejo animal 
 Excesso de lotação 
 Manejo inapropriado de pastejo 
 Ausência ou aplicação incorreta de práticas de conservação do solo após o uso 
relativo ou uso prolongado de pastejo 
 Incompatibilidade de espécies consorciadas 
 Cultivo de pastagens em solos com baixa fertilidade natural ou em solos antes 
férteis, mas esgotados. 
1.1 – Intensidade de utilização das pastagens: sub e superpastejo 
O numero de animais por hectare que a pastagem pode suportar por unidade de 
tempo é basicamente função da produção de forragem, que será condicionada pelos 
fatores edafoclimáticas e da planta forrageira. O consumo de forragem é fortemente 
determinado pela qualidade e oferta que, para a mesma pastagem em determinado 
momento, varia inversamente com a taxa de lotação. Portanto, a taxa de lotação 
influencia a disponibilidade de pasto, isto é, a pressão de pastejo a que a pastagem é 
submetida. 
O estabelecimento de sistemas de pastagens deve estar relacionado com as 
características morfofisiológicas das espécies forrageiras. É muito importante a adoção 
de práticas de manejo que permitam rápida rebrotação das plantas, após o corte ou 
pastejo. Portanto, é preciso conjugar os componentes, intervalo entre cortes ou 
pastejo e altura do corte ou pastejo, sempre com o objetivo de obter a persistência da 
forrageira, associada a produção e qualidade da forragem. 
 
Figura 2: Relação entre pressão de pastejo, ganho de peso por animal e ganho de peso por unidade de 
área. 
Subpastejo: Taxa de lotação baixa em relação a capacidade de suporte da pastagem. A 
oferta de forragem é alta, e o animal efetua o pastejo seletivamente, podendo atingir a 
máxima ingestão de forragem, conforme seu valor nutritivo e suas características do 
relvado. Entretanto, a produção por hectare é comprometida. Ocorre perda de 
forragem (excedente não consumido) e perda no valor nutritivo, com menor 
digestibilidade. 
Superpastejo: O elevado número de animais por área implica menor oferta de 
forragem por animal, propiciando dessa forma uma dieta com menor qualidade e 
comprometimento da produção animal. Em condições de superpastejo permanente, 
pode ocorrer abertura da comunidade vegetal, provocando compactação excessiva, 
favorecendo a erosão e reduzindo a fertilidade. 
Essa relação de super e sub pastejo interfere também na qualidade e composição 
botânica da forragem. Assim, em condições de superpastejo, onde ocorrem cortes 
frequentes, a quantidade de folhas deixadas para captação de luz e realização de 
fotossíntese é frequentemente pequena, levando a morte em casos extremos se tal 
condição permanecer ao longo do tempo. 
 
Figura 4: Efeito da pressão de pastejo na composição botânica e proporção relativa de plantas 
palatáveis, não-palatáveis e invasoras. 
Naturalmente, o principal efeito causado pelos animais é a desfolhação, pois reduz a 
área foliar com consequências sobre os carboidratos de reserva, perfilhamento, 
crescimento de raízes, crescimento de novas folhas. 
1.2 – Deficiências de nutrientes 
Umas das principais causas da degradação de pastagens é a redução da fertilidade do 
solo em razão dos nutrientes perdidos por processos de produtivos, exportação, 
erosão, lixiviação, volatilização, fixação e acúmulo de malhadores. A demanda por 
nutrientes pelas plantas forrageiras está em função do tipo de solo, níveis de 
adubação, espécie utilizada e intensidade de uso das pastagens. Dessa forma, a queda 
de vigor e disponibilidade de forragem pode ser fruto do esgotamento de, 
principalmente: fósforo, potássio e nitrogênio, que foram exportados da pastagem 
através de produtos animais e pela ação do tempo. 
Tabela 1: Percentagem de perdas de nutrientes extraídos por uma pastagem que podem ocorrer 
anualmente. 
DISCRIMINAÇÃO 
NUTRIENTES 
N P K 
Retido no corpo do animal 9 10 1 
Acúmulo no malhador 11 12 13 
Erosão superficial 3 15 3 
Volatilização 15 0 0 
Fixação em argila e matéria 
orgânica 
0 19 0 
Lixiviação 5 0 0 
Total de perdas 43 56 17 
 
1.3 – Escolha da espécie forrageira inadequada 
A escolha inadequada da espécie pode levar a degradação de pastagens, 
especialmente quando não se leva em consideração suas exigências de fertilidade, 
clima, hábito de crescimento, facilidade de propagação, entre outras características. 
Desta forma, pode-se dizer que não existe forrageiras ruins e sim, para cada tipo de 
clima, solo, nível de tecnologia a ser utilizada e produtividade potencial esperada, 
existe uma espécie ou cultivar mais indicada. 
Para a escolha adequada, deve-se tomar por base o diagnostico feito com informações 
como: histórico da área e condições de clima e solo. Uma vez escolhida a espécie 
forrageira, o passo seguinte é a uma boa formação de pastagem. 
Tabela: Espécies de gramíneas recomendadas para diferentes condições edafoclimáticas. 
CLIMA/SOLO Fértil Médio Fraco 
Tropical Úmido 
Colonião Jaraguá B. Decumbens 
Elefante B. Decumbens B. Humidicula 
Jaraguá B. Brizanta Setária 
Estrela B. ruziziensis Pangola 
Rhodes - Gordura 
Croast – Cross - - 
Tropical Seco 
Guiné Guiná Buffel 
Sempre-Verde Setária Andropogon 
Estrela Setária Gordura 
Subtropical Úmido 
Croast-Cross Pangola Azevém anual 
Rhodes Green Hemátria 
Festuca Gatton - 
Subtropical Seco - - Andropogon 
Fonte: Alcântara (1985) 
1.4 – Plantas invasoras 
As plantas invasoras devem ser vistas mais como uma consequência da degradação do 
que uma causa, uma vez que, devido aoseu comportamento oportunista, ocupam 
espaços deixados pelas forrageiras. Devido à alta eficiência que a maioria dessas 
plantas apresentam em translocar nutrientes durante a senescência das folhas, e em 
concentrar P na matéria seca, quando comparadas com algumas gramíneas 
forrageiras, essas espécies podem desempenhar um importante papel em sequestrar o 
P do solo, ajudando assim a diminuir sua disponibilidade para as plantas forrageiras. 
O problema da invasão de plantas daninhas está ligado diretamente à grande 
capacidade que estas têm para competir com as gramíneas cultivadas como pastagem. 
Apresentam maior propagação de sementes; maior crescimento de plântulas e 
desenvolvimento do sistema radicular, o que gera melhor aproveitamento na extração 
de água e nutrientes; maior adaptabilidade a diferentes condições de clima e solo. 
1.5 – Clima 
A temperatura, precipitação pluviométrica e a radiação solar são os três fatores 
climáticos que interagem sobre o germoplasma forrageiro. Para o Brasil tropical e 
subtropical, as forrageiras tropicais apresentam distribuição estacional da produção de 
matéria seca, durante o ano, paralelamente aos gradientes de temperatura e de 
precipitação pluviométrica. 
AVALIAÇÃO DO GRAU DE DEGRADAÇÃO 
1 – Critérios para avaliação do grau de degradação 
Degradação de pastagem é um fenômeno relativamente comum em ecossistemas 
tropicais e sua caracterização como degradada ou em degradação pode estar 
relacionada a aspectos bem particulares, relativos à região ou nível tecnológico da 
propriedade rural, isto é, relativa à produtividade que se considera ideal para aquela 
região e pastagem em particular. 
Figura 5: Representação simplificada do conceito de degradação de pastagem. 
 
Degradação agrícola: Causada pela presença de plantas invasoras. Não ocorre 
degradação das características físico-químicas do solo, que em certos casos, podem 
ate melhorar, devido ao aumento da cobertura vegetal. Nesta situação, ocorre perda 
de produtividade da gramínea relacionada a competitividade de recursos, causando, 
portanto, queda acentuada na capacidade de suporte das pastagens. 
Em outro extremo, a degradação da pastagem pode ser caracterizada pela intensa 
diminuição da vegetação da área pela degradação do solo que, por diversas razões de 
natureza química (perda de nutrientes e acidificação), física (erosão e compactação) ou 
biológica (perdas da Matéria Orgânica) estaria perdendo a capacidade de sustentar 
produção vegetal significativa, sendo classificada como degradação biológica. 
Em 1975, Sttodart et al. relataram que alguns estágios de degradação podem ser 
facilmente identificados e são característicos da maioria das pastagens degradadas: 
1) Distúrbio fisiológico da espécie dominante 
2) Mudança na composição botânica 
3) Invasão de novas espécies 
Esses três estágios são marcados pela redução da quantidade e qualidade do pasto. 
Em um estágio mais avançado, pode ocorrer o quase desaparecimento da espécie 
dominante e, posteriormente, o desaparecimento de invasoras. 
Primeiro estágio: Redução da população de forrageira e outras espécies menos 
preferidas pelos animais começam a surgir nas partes descobertas. Com o solo 
descoberto, inicia-se o processo de erosão. 
Segundo estágio: Outras forrageiras menos apreciadas pelos animais começam iniciam 
o domínio da área. 
Terceiro estágio: A pastagem é totalmente tomada pelas espécies invasoras e aumenta 
a perda de solo por erosão. 
No primeiro e segundo estágio, o pasto ainda pode ser recuperado, ou seja, pode-se 
trabalhar para que se restabeleça, sem a necessidade de que seja formado novamente. 
Recuperação implica em menor custo. 
Para ser considerada excelente, a pastagem deve possuir mais de 2500 kg/ha de 
matéria seca (MS) disponível, estar formada em mais de 75% da área com a forrageira 
implantada, estar com plantas de altura média de 40cm de altura e relação 
folha/colmo maior que 1. 
Para ser considerada uma boa pastagem, deve possuir de 1500 a 2500 kg/ha de MS. A 
forrageira deve ocupar de 50 a 75% da área cultivada, com altura de 40cm e relação 
folha/colmo próximo a 1. 
Um pastagem em estagio razoável, deve apresentar de 750 a 1500 kg/ha de MS, com 
ocupação da forrageira implantada de 25 a 50% da área e altura de 40 cm, 
apresentando relação folha/colmo menor que 1, já aparentando sinais de erosão. 
A pastagens é considerada pobre quando possui produção de forragem abaixo de 750 
kg/ha, ocupa menos de 25% da área, possui altura abaixo de 40cm e apresenta-se com 
sinais evidentes de erosão. 
Em síntese, as principais formas de degradação de pastagens e possíveis soluções 
estão associadas a baixa fertilidade do solo que diminui as reservas orgânicas da 
planta, diminuindo a capacidade de rebrota. Logo, reduz a área de fotossíntese ativa, 
ocasionando perdas de massa verde, o que diminui a população de plantas forrageiras. 
Essa diminuição favorece o aparecimento de plantas daninhas, permitindo que o 
espaço e a luminosidade sejam utilizados para o desenvolvimento de plantas 
invasoras. A falta de cobertura do solo, devido a diminuição da população de plantas 
forrageiras, provoca a erosão eólica e hídrica, ocasionando perda de solo, de matéria 
orgânica e nutrientes. 
RENOVAR OU RECUPERAR 
1 – Renovação e recuperação de pastagens degradadas 
É com base nos parâmetros de avaliação que se conclui quando se deve recuperar ou 
renovar uma pastagem. Propõe-se, principalmente, partir para a recuperação nos 
estágios iniciais de degradação, quando o manejo será mais fácil, o tempo, os riscos e 
os custos menores. O custo de formação de uma pastagem não é baixo, valendo a 
pena ter certeza da impossibilidade de recuperação. 
Recuperação: Restabelecimento da produção de forragem, de acordo com o interesse 
econômico, mantendo-se a mesma espécie ou cultivar. 
Renovação: Utilização da área degradada para formação de uma nova pastagem com 
outra espécie forrageira, geralmente mais produtiva e adaptada às condições locais, 
com a adoção de praticas de melhoria das características físico-química do solo 
(descompactação , calagem, adubação de estabelecimento e de manutenção e uso 
mais racional da pastagem) 
É necessária uma análise criteriosa, considerando o grau de degradação; utilização da 
futura área recuperada/renovada; disponibilidade de máquinas; conhecimento de 
técnicas e capital disponível. 
Renovar ou recuperar pastagens é a única alternativa para aumento da produtividade 
pecuária sem a necessidade de expandir as áreas de pastagens. A recuperação e 
intensificação do uso de pastagens cultivadas devem ser preconizadas a fim de reduzir 
a expansão em áreas de florestas, propiciando benefícios de ordem ecológica 
(preservação da floresta), econômica (custo de formação de pastagem maior que 
recuperação) e social (necessidade de mão-de-obra) com vistas à sustentabilidade dos 
sistemas pastoris. 
SUSTENTABILIDADE: Manutenção da produção ao longo do tempo, sem que ocorra a 
degradação dos recursos naturais dos quais a produção é dependente. 
Bourland estima que em 2025 a população mundial demandará 62% a mais de 
alimentos, que deverão vir de tecnologias que aumentem a produtividade. A FAO 
estima que a oferta de carnes terá de ser elevada de 200 milhões de toneladas para 
470 milhões de toneladas em 2050. Nenhum outro segmento da sociedade brasileira 
tem um desafio comparável ao nosso. 
Outro fator importante na recuperação/renovação de pastagens, na área ambiental, é 
a mitigação de gases do efeito estufa. Maia et al (2009) verificaram o efeito do manejo 
da pastagem no sequestro de carbono pelo solo e concluíram que, em pastagens 
manejadas com moderada pressão de pastejo, rotação de piquetes, controle de 
plantas daninhas, entre outros, apresentaram, em média, acúmulo de 0,72 mg de 
c/ha/ano. Já em pastagens considerada degradadas, que tiveram superpastejo, baixo 
emprego de tecnologiae alta infestação de daninhas, houve emissão de 0,27mg 
c/ha/ano. 
METODOS DE RECUPERAÇÃO 
1 – Recuperação e renovação direta 
Entende-se por recuperação direta as práticas mecânicas e químicas aplicadas a 
pastagem com o intuito de revigora-la sem substituir a espécie existente. Incluem-se, 
nas operações mecânicas, a aplicação superficial a lanço de insumos, escarificação, 
subsolagem, gradagem e aração e nas opções químicas a calagem, a gessagem e a 
adubação. Quanto mais avançado, mas drástica deverá ser a ação mecânica. 
A renovação direta seria as ações relativas as praticas agronômicas aplicadas sobre 
pastagens degradadas no sentido de substituir a espécie presente e reverter o 
processo de degradação através da implantação de uma nova espécie forrageira. Essa 
alternativa apresenta, de forma geral, problemas de ordem práticas e econômicas, 
pois as espécies de forrageiras tropicais, mesmo quando a pastagem está em 
degradação, possuem elevado banco de sementes, no solo e taxas altas de 
crescimento relativo. Portanto, deve atentar-se para a possível competição entre as 
espécies forrageiras. 
O manejo correto do sistema solo-planta-animal é mais importante do que a simples 
troca de planta forrageira. Recuperar diretamente a pastagem através de calagem e 
adubação superficial chega a ser 1,5 a 7 vezes mais barato do que as alternativas que 
envolvem o preparo de solo e a mudança da planta forrageira. Os custos de renovação 
da pastagem de forma direta, em solos de baixa fertilidade natural ou já esgotados, 
varias de US$ 300 a US$350, enquanto recuperação direta de pastagens já implantadas 
pode ser feita com custos de US$ 50 a US$ 200/ha 
A recuperação direta, além de ser de menor custo, também é mais rápida e de menor 
risco. 
Tabela: Produção acumulada de matéria seca de pastes aéreas t/h de brach decumb, sob efeito de 
quatro tratamentos. Zimmer 1004 
TRATAMENTOS Produção Acumulada (t/ha) Estação Seca (t/ha) Águas (t/ha) 
Testemunha 8,3 1,1 7,2 
Macro/Micronutrientes 13,1 1,1 12,0 
Gradagem 7,3 0,9 6,4 
Gradagem + Macro/micronutrientes 8,5 1,0 7,5 
 
2 – Recuperação e Renovação indireta 
A recuperação indireta pode ser compreendida como aquela efetuada através de 
práticas mecânicas, químicas e culturais, utilizando-se umas pastagem anual (milheto, 
aveia) ou uma lavoura de grãos (milho, soja, arroz) por certo período de tempo, a fim 
de revigorar a espécie forrageira existente. 
Após a utilização do pasto anual ou colheita de grãos da lavoura, deixa-se a pastagem 
retornar através do banco de sementes existentes, ou procede-se a uma semeadura 
complementar para uniformizar a população de plantas. O objetivo principal e 
aproveitar a adubação residual empregada no pasto anual ou lavoura para recuperar a 
espécie de pastagem existente com menores custos. A produção de carne ou leite 
obtida com o pasto anual, de forma intensiva, ou a venda dos grãos da lavoura 
amortizam em partes os custos de recuperação e renovação da pastagem. 
A renovação indireta, por sua vez, pode ser entendida como aquela efetuada através 
de práticas mecânicas, químicas e culturais, utilizando-se de uma pastagem anual ou 
uma lavoura anual de grãos por certo período de tempo, a fim de substituir a espécie 
forrageira existente por outra de melhor valor nutritivo ou com diferentes 
características que as da espécie em degradação. 
Sistemas agroflorestais 
A utilização de sistemas agroflorestais tem sido, nas últimas décadas, bastante 
difundida como alternativa para recuperação de áreas degradadas, atribuindo-se à 
combinação de espécies arbóreas com culturas agrícolas e/ou animais a melhoria nas 
propriedades físico-químicas de solos degradados, bem como na atividade de 
microrganismos, considerando a possibilidade de um grande número de fontes de 
matéria orgânica. 
Estruturalmente e com base na natureza dos componentes, os SAF são classificados em: 
 Sistemas Agrissilviculturais - envolvem cultivos agrícolas e árvores, incluindo 
arbustos e (ou) trepadeiras; 
 Sistemas Silvipastoris - referem-se à associação de pastagens e (ou) animais e 
árvores; 
 Sistemas Agrissilvipastoris - combinam cultivos agrícolas, pastagens e (ou) 
animais e árvores. 
Em qualquer um desses sistemas a integração de seus componentes poderão se dar de 
forma simultânea ou seqüencial e em uma infinidade de combinações possíveis. 
Esses sistemas diminuem os impactos ambientais negativos, inerentes aos sistemas 
convencionais de criação de gado, por favorecerem a restauração ecológica de 
pastagens degradadas, diversificando a produção das propriedades rurais, gerando 
lucros e produtos adicionais, ajudando a depender menos de insumos externos (como 
adubos, postes e mourões), permitindo e intensificando o uso sustentável do solo, 
além de outros benefícios como incorporação de nutrientes e o incremento da 
atividade microbiana do solo, favorecida pela melhora do microclima proporcionado 
pela serapilheira, resultando na melhoria da fertilidade do solo; maior conforto 
térmico para os animais; e o aumento do valor nutritivo da forragem. 
MANEJO APÓS A RECUPERAÇÃO 
O sistema de pastejo, a intensidade (altura), a frequência de pastejo (dias de ocupação 
e de descanso), o ajuste do número de animais pela oferta de forragem e a utilização 
de fertilizantes são aspectos que devem ser considerados. 
Os métodos de pastejo não são o ponto chave para o sucesso do empreendimento 
com base em pastagens e sim uma alternativa de manejo. De forma geral, com 
qualquer método de pastejo, deve-se sempre buscar: Obter o máximo de produção de 
forragem de boa qualidade; obter boa distribuição da produção de forragem durante o 
na; manter a pastagem produtiva por muitos anos; e manter a espécie ou espécies em 
equilíbrio. Existe dois tipos básicos de pastejo, o rotacionado e contínuo, e suas 
variações. O objetivo do rotacionado, comparado com o continuo, é controlar a 
frequência de desfolhamento empreendido pelos animais, trazendo, como 
consequência, aumento no nível produtivo da pastagem. 
1 – Pastejo contínuo 
Prevê-se, teoricamente, a presença de animais na pastagem o ano todo, a qual é 
constituída de uma ou mais espécies forrageiras. Os custos de formação e manutenção 
é menor, em função da menor quantidade de cercas, cochos e bebedouros, menor 
manejo dos animais, possibilidade de se obter desempenho animais mais elevado em 
função da possibilidade de maior seletividade dos animais. Todavia, apresenta 
desvantagens como: pastejo seletivo é prejudicial às pastagens, ocasiona superpastejo 
das partes das plantas mais palatáveis; distribuição de dejetos irregulares; menor 
produção por área; favorece degradação de pastagem; número de UA relativamente 
baixo. 
2 – Pastejo Rotacionado 
A pastagem é subdividida em piquetes, que são ocupados periodicamente pelos 
animais e, em seguida, as áreas permanecem por certo tempo de descanso. Enquanto 
o rebanho pasteja em um piquete, vários outros estarão se recuperando. Quando a 
forrageira do piquete tiver sido consumida até a altura mínima, após o pastejo, 
transfere-se o rebanho para outro piquete que já tenha se recuperado. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Devemos classificar o nível de degradação para tomar a decisão sobre qual o método 
de recuperação ou renovação deverá ser escolhido. Considerar as condições das 
propriedades, partindo daí para os métodos diretos e indiretos de 
recuperação/renovação, envolvendo operações de preparo de solo somente se 
necessário. De modo geral, os métodos diretos são para as pastagens menos 
degradadas e os indiretos para pastagens mais degradadas. A recuperação efetiva das 
pastagens depende do manejo fisiológico adequado da planta forrageira, representado 
principalmente por período de descanso e ocupação dos pastos, acompanhados de 
resíduos de pastejo adequados e recomposição da fertilidade do solo. Uma vez 
recuperada, a pastagem submetida a manejoadequado tanto da planta quanto do 
solo, pode persistir durante décadas, sem necessidade de reforma. 
CÓDIGO FLORESTAL 
Por exigência legal, as propriedades rurais devem conservar a vegetação de ocorrência 
natural nas áreas definidas como de preservação permanente (APP) e de reserva legal 
(RL). 
As APPs são áreas estratégicas e de alta fragilidade ambiental que exercem papel 
importante na preservação de mananciais e recursos hídricos para garantir a 
estabilidade climática, hidrológica e geomorfológica, o fluxo gênico de fauna e flora e a 
proteção ao solo. As RLs são áreas designadas à conservação da biodiversidade e ao 
abrigo e proteção de fauna e flora nativas, e o uso sustentável dos recursos naturais 
são permitidos. Esta gama de serviços ambientais, proporcionada por essas áreas 
protegidas, é considerada fundamental para o bem-estar da sociedade e o 
desenvolvimento econômico sustentável. 
Estas determinações constam no Código Florestal Brasileiro (CFB) desde 1964. Um dos 
principais destaques no legislativo em 2012 foi a aprovação do Novo Código Florestal 
Brasileiro, Lei 12.651 de 25 de maio de 2012, onde ocorreu alterações nas dimensões de 
RL e APPs definidas no CFB. 
ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE 
1 – APP consolidada nas faixas marginais de qualquer curso de água natural (mata ciliar 
de beira de rio) 
 
 
 
2 – APP consolidada no entorno das nascentes e dos olhos de água perenes 
 
 
 
 
3 – APP consolidada no entorno dos lagos e lagoas naturais. 
 
 
4 – APP consolidada no entorno dos reservatórios d’água artificiais 
Para os reservatórios artificiais de água destinados à geração de energia ou 
abastecimento público, que foram registrados ou tiveram seus contratos de concessão 
ou autorização assinados anteriormente à Medida Provisória nº 2166/67 de 
24/08/2001, a faixa da Área de Preservação Permanente (APP) será a diferença entre 
estes dois níveis de água da represa: o nível máximo operativo normal e a cota máxima 
maximorum, que é o nível de água atingido pela represa nos casos de enchentes. Essas 
medidas, portanto, variam de acordo com o reservatório e com a declividade do 
terreno. 
5 – APP consolidada nas encostas ou em partes destas, topo de morros, montes, 
montanhas e serras 
Será admitida a manutenção de atividades florestais, culturas de espécies lenhosas, 
perenes ou de ciclo longo e infraestrutura de atividades agrossilvipastoris 
desenvolvidas em: „ Encostas ou parte destas com declividade superior a 45°. „ Em 
topo de morros, montes, montanhas com inclinação média maior que 25°. „ Em áreas 
com altitude superior a 1.800 metros qualquer que seja a vegetação. O pastoreio 
extensivo nos locais referidos deverá ficar restrito às áreas de vegetação campestre 
natural ou já convertidas para vegetação campestre, admitindo-se o consórcio com 
vegetação lenhosa perene ou de ciclo longo. Será admitida, ainda, a manutenção de 
atividades florestais, culturas de espécies lenhosas e infraestrutura de atividades 
agrossilvipastoris desenvolvidas nas APPs consolidadas de bordas de tabuleiros ou 
chapadas dos imóveis de até quatro módulos fiscais, desde que autorizadas pelo 
Conselho Estadual de Meio Ambiente. 
 
 
 
 
RESERVA LEGAL 
O tamanho da Reserva Legal varia dependendo do estado da Federação. 
Bioma Reserva legal 
Amazônia 80% 
Cerrado 35 – 20% 
Caatinga 20% 
Mata Atlântica 20% 
Pampa 20% 
 
Em síntese:

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