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Recreação unidade I

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Unidade I
1 - O LAZER E A RECREAÇÃO NA HISTÓRIA: Antes da industrialização, no meio rural, o trabalho era longo e cansativo, mas ainda assim respeitavam-se os ritmos naturais do ser humano de acordo com os ciclos e eventos da natureza, como o dia e a noite, as condições do clima e as estações do ano. As famílias permaneciam unidas também no trabalho, pois moravam próximo ao local de trabalho e muitas trabalhavam juntas. Ao longo do dia, o descanso acontecia por motivos naturais relacionados ao cansaço, à mudança de tempo ou outro fator da natureza que impedia prosseguir o trabalho. Além disso, era costume o descanso aos domingos e em feriados religiosos. Nas entressafras, quando não era tempo de plantação ou de colheita, acontecia o descanso imposto pela falta de ter em que trabalhar. Então, na era rural, as práticas de lazer aconteciam de forma natural e o descanso e a contemplação eram a forma mais comum de lazer.
Quanto à recreação, podemos dizer que elas apareciam ao longo do dia, nas músicas assobiadas pelos trabalhadores, nas rodas de conversa, nas brincadeiras das crianças, nas festas tradicionais para comemorar a colheita ou em festejos religiosos. Nos centros urbanos, onde a indústria proliferou, o trabalho também mudou. A jornada de trabalho passou a ser longa, assim como na era rural, porém o trabalhador da indústria estava distante da natureza, da família, do “seu tempo” e do “seu espaço”, num ambiente artificial, hostil e bem diferente do hábitat natural e da vida da roça. O trabalho, geralmente na linha de montagem, exigia esforço físico contínuo e repetitivo, além de atenção constante. Uma mera distração poderia prejudicar todo o trabalho dos outros e comprometer a produtividade. O sono também ficou comprometido com as longas jornadas de trabalho e a possibilidade do uso da energia elétrica nos períodos noturnos. Trabalhava-se 5.000 horas por ano, o que significava jornada diária de 16 horas, de segunda a domingo, quase todos os dias do ano.
Funções do lazer:
- Diversão: Toda a atividade que diverte e entretém o indivíduo de forma ativa ou passiva, por exemplo, assistir a uma partida de futebol ou jogar uma partida de tênis. 
- Descanso: Toda a atividade que promova o relaxamento, a recuperação física e mental, por exemplo, ouvir música, meditar, contemplar uma paisagem ou conversar com amigos.
- Desenvolvimento: Toda a atividade que desenvolva os talentos e amplie o acervo cultural do indivíduo, por exemplo, aprender a tocar violão, visitar um museu ou ir ao cinema.
1.1 A Carta Internacional de Educação para o Lazer: Associação Mundial de Lazer e Recreação (WLRA). “Recreação é a resposta pessoal para as atividades que podem ser feitas no Tempo Livre, proporcionando satisfação pessoal, regeneração e prazer.” (WLRA, 1998) Direito das pessoas a certos períodos de tempo.
Artigo 1: Lazer é um direito básico do ser humano.
Artigo 2: Recreação é um serviço social tão importante quanto Saúde e Educação. 
Artigo 3: Em princípio, o próprio indivíduo é a sua melhor fonte de Recreação e Lazer. 
Artigo 4: As oportunidades de Recreação e Lazer devem enfatizar a satisfação pessoal, o desenvolvimento das relações interpessoais, a integração familiar e social, o entendimento e a cooperação internacionais, além do fortalecimento das identidades culturais. Ênfase especial deve ser dada à manutenção da qualidade do meio ambiente e à preservação desse potencial para a recreação.
Artigo 5: A formação de líderes, animadores de Recreação e Lazer, incluindo experiências pessoais e coletivas, deve ser assegurada onde for possível. 
Artigo 6: A grande variedade de fenômenos de Recreação e Lazer, incluindo experiências pessoais e coletivas, devem ser objetos de pesquisa sistemática e investigações acadêmicas.
1.2 Promoção da recreação na comunidade: A Carta Internacional de Educação para o Lazer atenta sobre a necessidade da promoção de atividades recreativas na sociedade. Do micro ao macro, essas atividades proporcionam benefícios à saúde e à qualidade de vida no contexto individual e coletivo. Para que isso aconteça, as atividades devem ser significativas àqueles que a praticam e devem sempre proporcionar o bem estar. As relações sociais são mediadas por esses três elementos:
 • Valores: Os valores estão impressos na conduta moral particular, no modo de lidar com sentimentos, pensamentos e ações pessoais e interpessoais. Eles estão relacionados com o comportamento individual.
• Normas: As normas envolvem as regras de conduta necessárias para viver e conviver em sociedade.
• Símbolos: Os símbolos são formas de representação de um grupo social que nos permite identificá-lo e diferenciá-lo de outros grupos
De um modo geral, nos países desenvolvidos ou em desenvolvimento, a recreação é promovida por diversos agentes, conforme veremos a seguir.
· Poder Público por meio de entidades governamentais nas instâncias federal, estadual e municipal.
· Voluntários De iniciativa particular, constituída por pessoas da comunidade, que se associam para esse fim, para colaborar com a recreação da sua comunidade.
· Entidades fechadas Constituídas por clubes sociais que promovem a recreação para os seus associados
· Empresas comerciais e industriais Promovem a recreação para seus funcionários.
· Recreação comercializada São empresas que se estruturam, juridicamente, para comercializar exclusivamente atividades recreativas.
· Família e escola Essas duas instituições são preponderantes na promoção da recreação e ambas se completam.
1.3 Espaços e equipamentos de lazer e recreação: os espaços e equipamentos são componentes dinâmicos. Esses equipamentos podem ser específicos (locais preparados exclusivamente para a prática do lazer) ou não específicos (locais não destinados à pratica do lazer, mas que podem ser usados para este fim). São exemplos de equipamentos específicos as praças, os parques, as academias ao ar livre, as quadras de esportes, os clubes, os teatros, os cinemas, dentre outros; dentre os equipamentos não específicos está a escola (ótimo equipamento, pois possui quadra, pátios, salas, biblioteca, dentre outros espaços adequados ao lazer).
2 HOMO LUDENS 
2.1 Atividades lúdicas e recreação: O ser humano tem recebido várias designações: 
• Homo sapiens, na sua capacidade de raciocinar para aprender e conhecer o mundo.
 • Homo faber, porque é capaz de fabricar objetos e utensílios. 
• Homo ludens, porque é capaz de dedicar-se à atividade lúdica, ao jogo / A denominação homo ludens revela a capacidade inata do homem de se dedicar à atividade lúdica, ao jogo. Portanto, as pessoas já possuem dentro de si a motivação para atividades recreativas, basta que nós, os agentes promotores das atividades lúdicas, em primeiro lugar, acreditemos nesse potencial humano
Além da promoção da saúde, a disciplina de Educação Física também deve estar preocupada com a educação para o lazer, oferecendo oportunidades de práticas que ensinem o valor da atividade motora na promoção e melhoria da qualidade de vida. O homem é muito mais do que uma máquina e suas necessidades envolvem o conhecer, o descobrir, o aventurar-se e o desafiar-se.
As atividades recreativas, segundo Fritzen, servem para:
• Integrar a pessoa no meio social. 
• Desenvolver o conhecimento mútuo e a participação grupal.
• A busca da convivência com colegas da mesma idade. 
• Desenvolver ocupação para o tempo ocioso. 
• Adquirir hábitos de relações interpessoais.
• Desinibir e desbloquear. 
• Desenvolver a comunicação verbal e não verbal. 
• Descobrir habilidades lúdicas. 
• Desenvolver adaptação emocional. 
• Descobrir sistemas de valores. 
• Dar evasão ao excesso de energia e aumentar a capacidade mental.
O Brincar: Podemos dizer que o brincar é um alimento para a criança, sem ele o seu desenvolvimento fica comprometido. 
· O ato de brincar faz com que a criança se expresse de forma espontânea. 
· Ao observarmos uma criança brincando, podemos colher informações elementares a respeito da criança, como: de que forma se relaciona com os amigos, suas emoções; suas capacidadese habilidades motoras; seu estágio de desenvolvimento; seu nível de comunicação; e sua formação moral quanto aos valores humanos.
O tempo e o espaço do brincar: O tempo e o espaço são elementos que se apresentam como parte de um conjunto de regras, que são estabelecidas e, sem estas, não podemos nos referir ao jogo o qual estamos tratando. Cumprir regras também faz parte da vida em sociedade, portanto, esse elemento nos mostra a importância do jogo em um contexto social.
- O tempo: o tempo está ficando cada vez mais escasso. 
· Na escola: pouco tempo para o recreio, para as brincadeiras. 
· No período fora da escola: compromissos e contratempos. As crianças têm um elenco de ofertas de jogos eletrônicos que também invadem o tempo da brincadeira compartilhada, provocando um isolamento, podendo prejudicar o desenvolvimento infantil. Cabe ao adulto saber dosar o tempo das atividades infantis e estimular a criança nas atividades lúdicas espontâneas e compartilhadas.
- O espaço: Onde brincar?????? Nos grandes centros urbanos, as crianças enfrentam muito mais dificuldade se compararmos às crianças que moram nas periferias, em relação aos espaços do brincar. O local de jogo, aquele que deve ser respeitado pelos jogadores e que sem ele não é possível a sua realização.
O brincar – como meio e fim: O brincar é um meio quando se torna um instrumento de aprendizado. Isto é, ele está sendo usado como ferramenta que motiva o aprendizado. O brincar é um fim sempre que se brinca só por diversão, entretenimento, passatempo.
Importante: O ato de jogar é tão antigo quanto o homem, pois este sempre manifestou uma tendência lúdica, um impulso para o jogo. Alguns autores afirmam que o jogo não se limita apenas à humanidade, seria anterior, inclusive, ao próprio homem, pois já era praticado pelos animais.
Observação A criança pode brincar com um barquinho de papel só para vê-lo navegar pelo rio. Com certeza é uma brincadeira muito divertida, que nesse caso é um fim em si mesma. Mas o professor pode ensinar a fazer um barquinho de papel para que os alunos entendam as diversas formas geométricas que se formam durante a construção do barquinho; ou ainda para ensiná-los sobre a geografia das marés em uma vivência prática, soltando os barquinhos em um rio. Isso tornaria o brincar um meio de aprendizado.
3 MOTIVAÇÕES PARA DIVERSÃO E INTERESSES CULTURAIS 
3.1 Fantasia, vertigem, aventura e competição: se refere à motivação como causa de um comportamento, e ainda define motivação como alguma força interior, impulso ou uma intenção que leva uma pessoa a fazer algo ou agir de certa forma. Ao entendermos a denominação homo ludens, percebemos que a diversão está atrelada às atividades lúdicas, ao jogo. Caillois (1990) estudou o jogo e apontou quatro categorias do lúdico, ou seja, as quatro grandes motivações para a diversão: a fantasia, a vertigem, a aventura e a competição.
· Fantasia: A nossa imaginação é fruto do pensamento que permite sermos diferentes, sermos o outro, e de estarmos em qualquer lugar que a nossa mente puder nos levar. O poder da imaginação se manifesta logo na segunda infância. As crianças com mais de dois anos são motivadas pela fantasia, pelo faz de conta. Estão sempre querendo imitar, fantasiar-se. Com isso, vão aprendendo mais sobre o mundo. Porém, em todas as fases da vida, a fantasia pode ser uma motivação para a diversão. As pessoas motivadas pela fantasia estão sempre exercitando o pensamento imaginário, desenvolvendo sua criatividade imaginativa. A fantasia, portanto, é um ótimo meio de se trabalhar o desenvolvimento cognitivo em todas as idades.
· Vertigem: Esse é o tipo de motivação lúdica dos dias atuais. Aqui se exercita a capacidade de se deixar levar, de perder o controle, de correr riscos com segurança. O avanço dos esportes radicais, os parques de diversões com seus brinquedos simuladores, os cinemas 3D e 4D, os videogames e todas as novas tecnologias estimulam a vertigem
· Aventura: A aventura está relacionada à curiosidade, à descoberta, à revelação de um mistério e à novidade. Viajar para um lugar desconhecido é a plena atividade de aventura. Novos lugares, novos costumes, novas paisagens, novos alimentos, novos transportes, novas pessoas, enfim, são tantas novidades que motivam e divertem. A capacidade de se adaptar às novas informações e situações deixa a atividade mais divertida.
· Competição: “Para a criança, a motivação de participar de uma brincadeira só é menor do que a motivação de ser o primeiro a participar” (CAMARGO, 1998). É o desejo humano de ir cada vez mais longe nas suas conquistas que faz do homem um ser competitivo. Saber usar essa capacidade lúdica de competir e se divertir é o que motiva e dá prazer até nas pequenas conquistas, como a primeira vez em que a criança consegue andar sozinha.
3.2 Interesses físicos, manuais, artísticos, intelectuais, sociais e turísticos: Baseado no princípio do interesse cultural central de cada atividade recreativa, Joffre Dumazedier, o criador do que habitualmente se denomina a sociologia do lazer, as classifica em físicas, manuais, intelectuais, artísticas e sociais. Segundo Camargo (1998), a essa classificação, seria conveniente acrescentar mais uma área de interesse cultural no lazer, o turismo.
· Físicas: São as atividades que colocam o corpo em movimento, como caminhadas, corridas, ginásticas, esportes, jogos, danças, entre outros. Geralmente são desenvolvidas em grandes espaços e ao ar livre. Há pessoas que estão sempre dispostas e motivadas a se exercitarem, que sentem prazer em gastar energias por meio do movimento corporal. O homem foi feito para o movimento, não é à toa que temos articulações, músculos e tendões. Movimentos, como andar, correr, saltar, pular, saltar em um pé só, saltitar, galopar e deslizar, rolar, desviar escorregar, escalar, são considerados habilidades locomotoras fundamentais.
· Manuais: Nesse interesse cultural estão incluídas as atividades manipulativas, aquelas em que podemos tocar e transformar com as mãos. Algumas pessoas são motivadas a atividades, como: lavar o carro, cultivar plantas, consertar utensílios, cuidar de animais domésticos, fabricar ou transformar objetos e roupas, pintar móveis e utensílios, entre outros. Esses são alguns exemplos das atividades manuais recreativas. Para algumas pessoas, essas atividades não são tão prazerosas, então, nesse caso, não podemos considerá-las recreativas.
· Artísticas: As atividades artísticas são aquelas em que a cultura erudita está presente. São alimentadas pela emoção e pelo encantamento, pelo sonho, pelo belo, pelo faz de conta, pela fantasia e pela aventura. A essas atividades estão somados os valores culturais que estão na raiz dos povos, das comunidades, traduzidos pelas músicas, pelas artes cênicas, pelas artes plásticas, pela literatura, pelas festas, pelos enfeites, pelos trajes. São atividades que exercitam o imaginário, o faz de conta.
· Intelectuais: São interesses voltados à ciência e à informação, assim como ao conhecimento e à aprendizagem. A recreação intelectual parece, para alguns, um contrassenso, porém para muitas pessoas é divertido, prazeroso e motivante saber sobre coisas novas por meio de livros, filmes, computadores, TVs, rádio ou qualquer outra fonte de informação. Estar atualizado, informado, é sempre um fator motivacional.
· Sociais: Os interesses sociais ou associativos estão presentes em muitas atividades já citadas anteriormente. Para tornar mais clara a classificação, nessa categoria estão incluídas as atividades cujo principal eixo é o contato com outras pessoas, principalmente aquelas em que há qualquer tipo de afinidade.
· Turísticas: O interesse cultural central dos indivíduos que buscam este gênero de atividade é a mudança de paisagem, ritmo e estilo de vida. De todas as atividades recreativas de lazer, o turismo é certamente a que mais provoca ansiedade nos indivíduos. Conhecer novos lugares, novas formas de vida e, além de tudo, poder num curto período alterar a rotina cotidiana, utilizandoo tempo nobre de férias e fins de semana, tudo isso supõe um conjunto de atitudes que normalmente deveria merecer menos descaso por parte da sociedade.
4 DOMÍNIOS DO DESENVOLVIMENTO: As atividades lúdicas, recreativas, como jogos, brincadeiras, cantorias, são excelentes instrumentos de desenvolvimento global do indivíduo. Ao analisarmos uma criança em situação de jogo, podemos extrair diversos benefícios para o seu desenvolvimento. As atividades recreativas podem servir como um meio de fixação de conteúdos multidisciplinares. Quando a criança brinca de amarelinha, por exemplo, ela está se desenvolvendo de forma global, ou seja, está estimulando os três domínios do desenvolvimento. • domínio físico-motor; • domínio cognitivo; • domínio socioafetivo. “O desenvolvimento, portanto, é uma equilibração progressiva, uma passagem contínua de um estado de menor equilíbrio para um estado de equilíbrio superior” (PIAGET, 1964 apud FRIEDMAN, 1996).
4.1 Físico-motor: Inclui tanto a estimulação e o desenvolvimento das capacidades físicas (força muscular, resistência muscular, resistência cardiorrespiratória e flexibilidade) e condição motora (velocidade, coordenação, agilidade, potência e equilíbrio). A aprendizagem das habilidades motoras diz respeito ao agrupamento das categorias de movimento (locomoção, manipulação e estabilização), por meio de selecionadas experiências de movimento que devem ser oferecidas nos primeiros anos de vida.
4.2 Cognitivo: Refere-se à capacidade de noções e percepções (corpo, espaço, direção, orientação espaço-tempo) e à aprendizagem, ou habilidades acadêmicas (conceitos, posições, dimensões, formas, relações). Muitas brincadeiras requerem da criança uma noção de espaço. A criança precisa se perceber no espaço e se adequar às condições de jogo. Ela precisa se colocar no espaço determinado para o jogo, ou seja, o lado do campo, dentro de seu campo, ou mesmo, no caso da amarelinha, pisar dentro dos espaços demarcados. Em uma simples brincadeira de saltar um obstáculo, o praticante precisa fazer um cálculo da distância necessária para o impulso, estimulando noções e percepções de tempo e espaço. Ao rebater uma bola, o jogador está desenvolvendo seu domínio cognitivo de orientação temporal. Quando a criança se arrisca a passar por um túnel de brinquedo, ela está desenvolvendo a noção espacial, percebendo seu corpo no espaço.
4.3 Domínio socioafetivo. Envolve sentimentos e emoções que são aplicados à própria pessoa ou nas relações com os outros. O comportamento socioafetivo é um conjunto do autoconceito (sentimento pessoal, autovalor) e das relações pessoais (agir, reagir, interagir).
Interatividade Na atividade que chamamos de Tempestade, podemos encontrar diversos benefícios para o desenvolvimento da criança. Trata-se da simulação de um barco à vela, que segue a orientação do comandante, em relação ao vento que sopra para os lados direito e esquerdo, provocando o deslocamento dos participante e, ao comando “tempestade”, todos devem trocar de lugar, enquanto isso, o comandante toma o lugar de outro participante que, por consequência, será o próximo comandante da atividade. Dentre os benefícios que esta atividade proporciona, podemos dizer que são trabalhados os domínios:
a) Cognitivo: atenção e lateralidade; Físico-motor: deslocamento, agilidade; Socioafetivo: tensão e desinibição. 
b) Cognitivo: criatividade e percepção do espaço; Físico-motor: lateralidade e atenção; Socioafetivo: socialização e amizade. 
c) Cognitivo: fantasia e emoção; Físico-motor: lateralidade, agilidade; Socioafetivo: criatividade e desinibição. 
d) Cognitivo: velocidade e controle tônico; Físico-motor: noção de espaço, percepção corporal; Socioafetivo: tensão, liderança.
e) Cognitivo: linguagem, faz de conta; Físico-motor: resistência e equilíbrio; Socioafetivo: Interação e criatividade.

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