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33 Incidência da pneumonia associada à ventilação mecânica em unidade de terapia intensiva

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CORRESPONDÊNCIA:
Écila C. Mota
Escola de Enfermagem da UFMG.
Av. Alfredo Balena 190, sala 200, Santa Efigênia.
CEP: 30130100. - Belo Horizonte, MG.
Recebido em 08/01/2016
Aprovado em 04/10/2016
1. Enfermeira, Doutoranda em Enfermagem, Universidade Fe-
deral de Minas Gerais (UFMG), Belo Horizonte, Brasil.
2. Enfermeira, Universidade Estadual de Montes Claros
(UNIMONTES). Montes Claros, MG, Brasil.
3. Enfermeira, Mestre em Saúde Pública, UNIMONTES
4. Enfermeiro, especialista em Saúde da Família, UNIMONTES
5. Enfermeira, Doutora. Professor Associado da Escola de En-
fermagem, UFMG.
Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(1):39-46 http://dx.doi.org/10.11606/issn.2176-7262.v50i1p39-46
Artigo Original
Incidência da pneumonia associada à ventilação
mecânica em unidade de terapia intensiva
Incidence of ventilator-associated pneumonia in intensive care unit
Écila C. Mota1; Silvânia P. Oliveira2; Beatriz R. M. Silveira3; Patrick L. N. Silva4; Adriana C. Oliveira5
RESUMO
Objetivo: avaliar a incidência da pneumonia associada à ventilação mecânica em unidade de terapia
intensiva (UTI). Método: trata-se de um estudo de coorte retrospectivo desenvolvido em um hospital
universitário. Análises univariadas foram realizadas por meio do teste Qui-quadrado ou teste exato de
Fisher para variáveis categóricas e teste não paramétrico de Mann-Whitney para variáveis numéricas.
Resultados: Durante 24 meses foram admitidos 190 pacientes na UTI, desses, 90,5% utilizaram Ven-
tilação Mecânica (VM). A incidência de pneumonia associada à VM foi de 23,2%, sendo notificada em
100% dos pacientes que utilizaram VM; a densidade de incidência foi de 32,4/1000 ventiladores/dia e a
taxa de mortalidade global dos pacientes com pneumonia foi de 72,7%. Houve associação positiva entre
a ocorrência de pneumonia e o tempo de internação >15 dias (RR: 7,29), o tempo de VM >10 dias (RR:
11,33) e reintubação (RR: 6,31). Conclusão: a pneumonia foi considerada como uma doença de alta
morbidade na Unidade de Terapia Intensiva. Torna-se necessário a implantação de medidas efetivas
para qualidade e segurança no cuidado de pacientes críticos.
Palavras-chave: Pneumonia Associada à Ventilação Mecânica. Unidades de Terapia Intensiva. Infecção
Hospitalar. Segurança do Paciente.
ABSTRACT
Objective: To evaluate the incidence of ventilator-associated pneumonia in intensive care unit (ICU).
Method: A retrospective cohort study, was carried in a university hospital. Univariate analyzes were
performed using the chi-square test or Fisher’s exact test for categorical variables, and nonparametric
Mann-Whitney test for numerical variables. Results: In a period of 24 months, 190 patients were
admitted in the ICU, and 90.5% of them used mechanical ventilation. The incidence of ventilator-
associated pneumonia (VAP) was 23.2%, being notified in 100% of the patients who used the mechani-
cal ventilation; the incidence density of VAP was 32.4/1000 ventilator days and the overall mortality
associated with VAP was 72.7%. There was a positive association between the occurrence of pneumonia
and the period of hospitalization in the intensive care unit > 15 days (RR: 7.29), time of mechanical
ventilation > 10 days (RR: 11.33), and reintubation (RR: 6.31). Conclusion: pneumonia is considered
a high morbidity condition in the intensive care unit. Thus, it is necessary to implement effective meas-
ures for quality and safety on the care of critically ill patients.
Key-words: Pneumonia, Ventilator-Associated. Intensive Care Units. Cross Infection. Patient safety.
40 http://www.revistas.usp.br/rmrp / http://revista.fmrp.usp.br
Mota EC, Oliveira SP, Silveira BRM, Silva PLN, Oliveira AC.
sonda nasogástrica (SNG) ou sonda nasoentérica
(SNE), uso de dieta enteral, aspiração de conteúdo
gástrico, uso prévio de antimicrobianos, e a per-
manência em posição supina.1
A PAVM é uma infecção comum na UTI, mas
seu diagnóstico permanece desafiador. O diagnós-
tico é feito quando o paciente desenvolve um novo
infiltrado pulmonar ao exame de imagem acompa-
nhado pela presença de febre, leucocitose e secre-
ção traqueal purulenta. A utilização desses critéri-
os para diagnosticar a PAVM apresenta alta sensibi-
lidade, porém baixa especificidade, pois a febre pode
ser causada por reação medicamentosa ou outra
infecção extrapulmonar, e os infiltrados pulmona-
res podem ser decorrentes de derrame não infecta-
do, aspiração química, ou outras causas. Diante dis-
so, torna-se necessário a execução dos exames
microbiológicos por meio da coleta de amostras de
material do trato respiratório inferior, com a reali-
zação de culturas quantitativas no intuito de esta-
belecer um diagnóstico mais preciso.9
Nessa perspectiva, diante da relevância do
tema no contexto das IRAS e sua importância epi-
demiológica, este estudo propõe investigar a se-
guinte questão de pesquisa: Qual a incidência de
PAVM em uma UTI de um hospital universitário no
norte de Minas Gerais (MG)?
Objetivou-se determinar a incidência de
PAVM, bem como seus fatores de risco, agentes
etiológicos e evolução dos pacientes em uma UTI
de um hospital universitário no norte de Minas Ge-
rais (MG).
Métodos
Trata-se de um estudo de coorte retrospecti-
vo, desenvolvido em um Hospital Universitário no
norte de Minas Gerais (MG) que possui 186 leitos,
exclusivamente conveniados ao Sistema Único de
Saúde (SUS), sendo desses seis de UTI adulto. A
unidade é classificada como geral, atende tanto
pacientes clínicos como cirúrgicos e possui taxa de
ocupação de 90%. O hospital possui Serviço de
Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) atuante e
não utiliza o pacote de medidas (bundles) para pre-
venção da PAVM. Os dados foram coletados por meio
de um instrumento semiestruturado, adaptado e
testado pelo protocolo de PAVM do SCIH da insti-
tuição, contendo variáveis relacionadas ao sexo,
Introdução
A pneumonia hospitalar é definida como aque-
la que ocorre a partir de 48 horas da admissão do
paciente1 e a segunda principal Infecção Relaciona-
da à Assistência à Saúde (IRAS) em Unidade de
Terapia Intensiva (UTI). Frequentemente estar as-
sociada ao uso da ventilação mecânica (VM) sendo
denominada Pneumonia Associada à Ventilação
Mecânica (PAVM). Trata-se assim da complicação
infecciosa mais prevalente em terapia intensiva, com
taxas que variam de 9% a 40% das IRAS adquiri-
das nessa unidade. A PAVM está associada a um
aumento no período de hospitalização e descrevem-
se índices de mortalidade que podem variar de 24%
a 76%, repercutindo de maneira significativa nos
custos hospitalares.1,2,3
A tecnologia altamente especializada e com-
plexa utilizada em UTI incrementa a sobrevida dos
pacientes críticos nas mais diversas situações, em
contrapartida aumenta os fatores de riscos predis-
ponentes que levam os pacientes internados a ad-
quirirem IRAS, principalmente a PAVM. Dentre os
fatores de risco, são reportados o uso indiscriminado
de antimicrobiano prévio, a gravidade da doença de
base, tempo de permanência prévio do paciente em
outras unidades, ou em outras instituições de saú-
de, o tempo de permanência na UTI, os procedi-
mentos invasivos a que são submetidos, como cate-
teres venosos centrais, cateterismo vesical e VM.4,5
A presença de tubo endotraqueal é apontada
como um importante fator de risco para PAVM, es-
pecialmente por prejudicar as defesas do hospedei-
ro e permitir que partículas inaladas tenham acesso
direto às vias aéreas inferiores. Além disso, a micro-
biota da cavidade bucal é uma ameaça aos pacien-
tes em VM, pois a presença do tubo endotraqueal e
o estado de inconsciência do paciente comprome-
tem a realização da higiene bucal, favorecendo, ain-
da mais, a proliferação microbiana.6-9
Os fatores de risco para o desenvolvimento
de pneumonia hospitalar podem ser classificados
em modificáveis ou não-modificáveis. Os fatores
não-modificáveis são: idade elevada, maior escore
de gravidade do paciente no momento da interna-
ção, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC),
doença neurológica, trauma e cirurgia. Poroutro
lado, os fatores modificáveis incluem o tempo de
duração da VM, reintubação, traqueostomia, uso de
Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(1): 39-46 41
Pneumonia associada à ventilação mecânica
idade, clínica de internação prévia, utilização e tem-
po de VM, reintubação, diagnóstico de outras infec-
ções, tempo de internação na UTI, resultados de
culturas e antibiogramas e evolução/desfecho do
paciente (alta, óbito ou transferência).
A coleta de dados foi realizada por meio da
análise dos prontuários de todos os pacientes in-
ternados na UTI, disponibilizados pelo Serviço de
Arquivo Médico e Estatístico (SAME). Utilizou-se
também, as fichas de notificações de IRAS do SCIH
para conferência dos dados. Foram incluídos na
pesquisa 190 pacientes adultos internados na UTI,
no período de janeiro de 2011 a dezembro de 2012.
Os dados e a lista referentes ao total de pacientes
internados foram fornecidos pelo SAME do hospital.
Não houve perda da população, todos os prontuá-
rios foram analisados desde a admissão até a alta.
A variável dependente foi à ocorrência de PAVM e,
como variáveis independentes dados referentes ao
sexo, idade, diagnóstico na admissão, uso e tempo
de VM, reintubação, dieta enteral, antibioticotera-
pia prévia, resultados de cultura, germes, topogra-
fia de IRAS e evolução/desfecho do paciente.
Os critérios utilizados para definição da PAVM
foram os estabelecidos pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (ANVISA), e os mesmos são
utilizados pelo SCIH do referido hospital. Foram
considerados critérios radiológicos como: exame de
imagem com infiltrado, opacificação, cavitação; Clí-
nicos: febre, definida como temperatura axilar aci-
ma de 37,8°C, surgimento e/ou aumento de secre-
ção purulenta; e critérios laboratoriais: leucopenia
ou leucocitose, hemograma com hemocultura e cul-
tura do líquido pleural positiva, lavado broncoal-
veolar maior ou igual a 104 UFC/ml ou aspirado
traqueal com contagem de colônias maior ou igual
a 106 UFC/ml.
Inicialmente foi feita uma análise descritiva
de todas as variáveis do estudo apresentadas por
meio de tabelas com distribuição de frequência e
medidas de tendência central e variabilidade. Na
análise univariada, foi realizado o teste Qui-qua-
drado de Pearson ou teste exato de Fisher na com-
paração das variáveis categóricas. Para as variá-
veis numéricas optou-se pelo teste não-paramétrico
de Mann-Whitney devido ao caráter assimétrico das
variáveis testadas. A força de associação entre as
variáveis independentes e a dependente foi expressa
em estimativas de Risco Relativo (RR). Em todas as
análises considerou-se um nível de significância de
5% e foi utilizado o software estatístico Statistical
Package for Social Sciences (SPSS) versão 18.0.
A pesquisa obedeceu às normas da Resolu-
ção 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde,10 que
regulamenta pesquisas com seres humanos e foi
aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Uni-
versidade Estadual de Montes Claros (CEP
UNIMONTES), sob parecer nº 276.240.
Resultados
A população foi constituída de 190 pacientes
adultos internados na UTI, no período de 24 me-
ses, janeiro de 2011 a dezembro de 2012. A média
de idade dos pacientes internados foi de 56,9 anos
(desvio padrão de ±18,6). O tempo médio de inter-
nação foi de 9,5 ±16 dias, o tempo de VM até o
diagnóstico de PAVM foi de 17,4 ±11.6 dias, a taxa
de pneumonia foi de 23,2% e a densidade foi de
32,4/1000 VM (Tabela 1).
Tabela 1. Características sócio-demográficas e clí-
nicas dos pacientes internados na UTI adulto. Mon-
tes Claros, 2011-2012
Variáveis n %
Sexo
Feminino 77 40,5
Masculino 113 59,5
Faixa etária
Menor que 60 anos 102 53,7
Maior que 60 anos 88 46,3
Tempo de internação
Menor que 15 dias 156 82,1
Maior que 15 dias 34 17,9
Paciente transferido de outro local
Sim 188 98,9
Não 2 1,1
Utilização de VM
Sim 172 90,5
Não 18 9,5
Tempo de VM
Menor que 10 dias 136 71,6
Maior que 10 dias 54 28,4
Diagnóstico de pneumonia hospitalar
Sim 44 23,2
Não 146 76,8
Outras infecções
Sim 18 9,5
Não 172 90,5
42 http://www.revistas.usp.br/rmrp / http://revista.fmrp.usp.br
Mota EC, Oliveira SP, Silveira BRM, Silva PLN, Oliveira AC.
Diante das análises clínicas e laboratoriais re-
lacionadas aos pacientes internados na UTI, obser-
vou-se uma taxa de reintubação de 12,6%. No que
diz respeito à terapia nutricional, 61,1% recebe-
ram dieta enteral. Para o diagnóstico de PAVM foi
realizada hemocultura e aspirado/lavado traqueal
em 48,4% dos pacientes, com resultado positivo
em 28,4%. Destaca-se que entre as culturas positi-
vas, 16 (29,6%) foram classificados como micror-
ganismos multirresistente segundo Manual Clinical
and Laboratory Standards Institute – CLSI, sendo
cinco (31,2%) Acinetobacter baumannii, quatro
(25%) Klesiella pneumoniae, quatro (25%)
Pseudomas aeruginosa, dois (12,5%) Staphylococ-
cus aureus e um (6,3%) Escherichia coli. Quanto à
antibioticoterapia, verificou-se que 26,3% dos pa-
cientes fizeram uso prévio de antimicrobianos. A
taxa de mortalidade geral na UTI foi de 84,7% (Ta-
bela 2).
A distribuição dos pacientes com ou sem di-
agnóstico de pneumonia estão apresentados na Ta-
bela 3. Aqueles com tempo de VM maior de dez
dias foram mais suscetíveis a desenvolver pneumo-
nia (RR: 11,33, p<0,001). Ainda, foi verificado como
fatores de risco para o desenvolvimento de pneu-
monia nosocomial o uso da VM (p<0,014); tempo
de internação maior que 15 dias (RR:7,29,
p<0,001), ocorrência de reintubação (RR: 6,31,
p<0,001) e diagnóstico de outras infecções (RR:
6,06, p<0,001).
Os resultados das variáveis idade, tempo de
internação e ventilação mecânica foram analisados
no formato contínuo. Houve diferença estatística
entre as médias (p<0,001) do tempo de internação
e VM dos pacientes que desenvolveram a pneumo-
nia comparado àqueles sem a doença. Não foi ob-
servada associação significativa entre as médias de
idades dos pacientes que desenvolveram pneumo-
nia, comparados àqueles sem a doença (p>0,05).
Discussão
A maioria dos pacientes deste estudo foram
do sexo masculino e não houve diferença estatísti-
ca significativa para PAVM entre gêneros e faixa
etária. Estudos realizados em UTI de Campo Gran-
de-MS e Rio Grande do Sul apontaram resultados
semelhantes ao do presente estudo com taxa da
população masculina de 55%.11,12
Tabela 2. Análise descritiva das variáveis clínicas
dos pacientes internados na UTI adulto. Montes
Claros, 2011-2012.
Variáveis n %
Reintubação na UTI
Sim 24 12,6
Não 166 87,4
Dieta enteral
Sim 116 61,1
Não 74 38,9
Cultura aspirado traqueal
ou hemocultura
Sim 92 48,4
Não 98 51,6
Material da cultura
Aspirado/Lavado traqueal 30 32,6
 Hemocultura 62 67,4
Resultado aspirado traqueal ou
hemocultura
Positivo 54 58,7
Sem crescimento de micro-organismo 38 41,3
Micro-organismo isolado de aspirado
 traqueal ou hemocultura
Staphylococcus aureus 25 46,3
Pseudomonas aeruginosa 9 16,6
Acinetobacter baumannii 7 13
Klebsiella pneumoniae 4 7,4
Enterobacter 3 5,5
Streptococcus sp 3 5,5
Escherichia Coli 2 3,8
Corynebacterium 1 1,9
Micro-orrganismo multirresistente
isolado de aspirado traqueal ou
hemocultura
Sim 16 29,6
Não 38 70,4
Antibioticoterapia prévia à cultura
Sim 50 26,3
Não 140 73,7
Evolução do paciente
Óbito 161 84,7
Transferência 29 15,3
Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(1): 39-46 43
Pneumonia associada à ventilação mecânica
Nesta investigação, a incidência de PAVM, de-
monstrou uma taxa de 23,2%, e todos os pacientes
diagnosticados com pneumonia, utilizaram VM. Es-
tudos realizados em hospital na Bahia, Santa
Catarina, e região norte do Irã, corroboraram com
os resultados dessa pesquisa, com taxa de incidên-
cia entre 22% a 26%.13,14,15 Por mais que pacientes
internados em UTI se beneficiem de cuidados multi-
profissionais intensivos e altas tecnologias, eles são
também submetidos a um elevado número de pro-
cedimentos e dispositivos invasivos, elevando assim
o risco de adquirir infecções hospitalares (IH).
Autores15,16 reconhecem que, embora essas
IH representemum desequilíbrio entre mecanismos
de defesa e microbiota normal, comumente obser-
vada em pacientes gravemente doentes, a mesma
pode também ser decorrente de determinadas con-
dições de saúde responsáveis pela internação, ou
procedimentos invasivos aplicados aos pacientes.
Quando os pacientes intubados são submetido à VM,
os mecanismos de defesa do pulmão estão altera-
dos com perda da proteção das vias aéreas supe-
riores e modificações da fisiologia normal respira-
tória o que contribui para o alto índice de morbida-
Tabela 3. Comparação da ocorrência de pneumonia hospitalar com os fatores sócio-demográficos e clíni-
cos dos pacientes internados na UTI adulto. Montes Claros, 2011-2012.
Pneumonia Hospitalar
Sim Não
 (n=44) (n=146) Risco Relativo
Variáveis n % n % [IC 95%] Valor-p
Sexo
Feminino 16 36,4 61 41,8 1,00
Masculino 28 63,6 85 58,2 1,19 [0,69-2,05]
0,521*
Faixa etária
Menor que 60 anos 22 50 80 54,8 1,00
Maior que 60 anos 22 50 66 45,2 1,16 [0,69-1,94]
0,576*
Tempo de internação
Menor que 15 dias 17 38,6 139 95,2 1,00
Maior que 15 dias 27 61,4 7 4,8 7,29 [4,51-11,78]
<0,001*
Utilização de VM
Sim 44 100 128 87,7 ND
0,014*
Não 0 0 18 12,3
Tempo de VM
Menor que 10 dias 8 5,9 128 94,1 1,00
Maior que 10 dias 36 66,7 18 33,3 11,33 [5,64-22,78]
<0,001*
Reintubação na UTI
Sim 21 87,5 3 12,5
Não 23 13,9 143 86,1
6,31 [4,20-9,50]
Não 27 15,7 145 84,3
1,00 <0,001*
Evolução do paciente
Óbito 32 72,7 129 88,4 2,08 [1,22-3,55]
0,012*
Transferência 12 27,3 17 11,6 1,00
*Teste Qui-Quadrado de Person
44 http://www.revistas.usp.br/rmrp / http://revista.fmrp.usp.br
Mota EC, Oliveira SP, Silveira BRM, Silva PLN, Oliveira AC.
de e mortalidade. De acordo com National
Healthcare Safety Network (NHSN) (do Center of
Disease Control and Prevention (CDC) Atlanta, USA,
a PAVM representa a causa mais comum de IRAS
em UTI.17 Essa afirmação vai ao encontro dos re-
sultados obtidos de trabalhos realizados nos anos
de 2011 e 2012 nos estados de Minas Gerais (MG)
e Rio Grande do Sul (RS) respectivamente.8,18
No presente estudo, verificou-se que o uso
de VM foi um fator desencadeante para a ocorrên-
cia de pneumonia hospitalar, pois o uso da VM foi
aplicado em 100% dos pacientes diagnosticados
com a doença. Resultados de pesquisa realizada na
UTI de Campo Grande demonstraram que 83,8%
dos pacientes que tiveram pneumonia hospitalar,
fizeram uso de VM, o que mostra a relação signifi-
cativa do uso de VM com a ocorrência de pneumo-
nia hospitalar.19 É uma luta incansável a busca pela
manutenção da vida dos pacientes críticos que ne-
cessitam de monitorização e suporte contínuo para
preservação de suas funções vitais, na qual a maio-
ria é submetida a procedimentos invasivos, como
tubo orotraqueal, traqueostomia e VM, tendo como
consequência a PAVM.7
Uma associação positiva foi identificada en-
tre aqueles pacientes que usaram VM por mais de
dez dias em relação à pneumonia (RR: 11,33). Re-
sultado semelhante foi observado em pesquisa re-
alizada no Rio de Janeiro, que demonstrou que a
presença de pneumonia com o tempo de VM foi fa-
tor de risco independente para o desenvolvimento
de pneumonia.20 Estratégias para redução do tem-
po de VM devem ser usadas para diminuir o risco
de PAVM, por isso é fundamental estabelecer em
todas as UTI, protocolos direcionados ao uso racio-
nal de sedação e desmame.
Como prevenção, tem sido bastante utilizada
os Pacotes de Cuidados ou bundle, os quais reúnem
um pequeno grupo de intervenções que, quando
implementadas em conjunto, resultam em melho-
rias substanciais na assistência em saúde, com pos-
sibilidade de redução da taxa de PAVM de 4,08 ca-
sos por 1000 ventilações dia para 1,6 casos por 1000
ventilações dia.21 O bundle constitui um conjunto
de práticas baseadas em evidências que, quando
executadas coletivamente melhoram os resultados
comparada ao uso de medidas individuais. O bundle
de prevenção da PAVM, abrange quatro principais
recomendações fundamentais: higiene das mãos e
higiene oral com clorexidina 0,12%; cabeceira ele-
vada 30-45°; pressão do cuff entre 20-30 cm H2O;
e cuidados com aspiração das secreções traqueais.5
No que se refere ao tempo de permanência
na UTI, a população objeto do estudo que desen-
volveu PAVM apresentou média de 26,2, semelhan-
te a outros achados na literatura que mostram uma
variação de 19,4 a 23,4 dias. Esses achados apon-
tam para a importância do tempo de permanência
na UTI, com maior risco para a ocorrência de infec-
ção hospitalar.8,15,22,23
A reintubação dos pacientes e ocorrência de
pneumonia também esteve associada (RR: 6,31) de
forma estatisticamente significativa. Trabalho reali-
zado em uma UTI do Hospital de Clínicas da Univer-
sidade Estadual de Campinas aponta uma associa-
ção entre pacientes em relação à reintubação e tem-
po prolongado de permanência na UTI e reintuba-
ção e fatores de risco associado à mortalidade.13
O conhecimento dos fatores de risco é de fun-
damental importância para a tomada de decisão do
controle e prevenção da doença. As Diretrizes Bra-
sileiras de Pneumonia e Tisiologia1 afirmam que tem-
po de internação e VM, assim como reintubação,
são fatores de risco para o desenvolvimento de
pneumonia hospitalar.
No presente estudo, o uso da dieta enteral
não foi relacionada ao risco para o diagnóstico de
pneumonia, embora tenha sido para refluxos
gastroesofágicos e aspiração de conteúdos coloni-
zados no estômago24, incrementando a possibilida-
de de PAVM de forma indireta.22
Além de critérios clínicos, os pacientes sob
suspeita de infecção devem se submeter a estudos
microbiológicos. Os principais microrganismos en-
volvidos com a etiologia da pneumonia foram os
gram-positivos seguidos pelas enterobactérias de
forma semelhantes aos observados em um estudo
no Rio de Janeiro.20 As PAVM, na maioria dos casos
são provocadas por bactérias e em menor frequên-
cia, por vírus ou fungos. No entanto, o agente
etiológico da PAVM depende do tipo de paciente,
tempo de hospitalização, método de diagnóstico
empregado e uso de terapia antimicrobiana.24
No tocante aos microrganismos isolados dos
casos de pneumonia desse estudo, 29,6% apresen-
taram um perfil de multirresistência antimicrobiana,
diferentemente do estudo desenvolvido no norte do
Brasil que detectou 54,5% de bactérias multirre-
Medicina (Ribeirão Preto, Online.) 2017;50(1): 39-46 45
Pneumonia associada à ventilação mecânica
sistentes.25 Em uma pesquisa realizada para deter-
minar o impacto dos microrganismos multirresis-
tentes na morbimortalidade de pacientes com PAVM,
o Staphylococcus aureus apareceu como o princi-
pal causador de PAVM, seguido do Pseudomonas
aeruginosa.26
O fenômeno da resistência bacteriana está
diretamente relacionado ao uso indiscriminado e
inadequado dos antimicrobianos, somado à baixa
adesão de protocolos e medidas de controle de in-
fecção.26 A exposição prévia do paciente aos agen-
tes antimicrobianos tem sido reconhecidamente
associada a sua colonização bem como facilitador
para o desenvolvimento da infecção.28 Reforçando
que as infecções causadas por bactérias resisten-
tes aos antibióticos nas UTI são precedidas pela
colonização, a qual pode resultar da aquisição de
microrganismo endógeno ou exógeno.29
Em relação à evolução do paciente verificou-
se que a maioria daqueles que desenvolveram PAVM
evoluíram para óbito ainda que não tenha sido ava-
liada a mortalidade direta atribuída a PAVM. Embo-
ra essa análise direta não tenha sido realizada tra-
balho semelhante em UTI evidenciou mortalidade
significativamente maior no grupo de pacientes com
pneumonia hospitalar, reafirmando a PAVM como
um fator de risco independente para a mortalidade
na UTI.20
Conclusão
Por meio deste estudo foi possível constatar
que a incidência de PAVM foi de 23,2%, como fato-
res de risco associado à sua ocorrência, identifica-
ram-se o tempo de permanência na UTI, o uso de
VM, o tempo de VM e a reintubação. Chamou aten-
ção a elevada mortalidade em pacientes que de-
senvolveram a PAVM na UTI, ainda que não tenha
sidoanalisada sua associação direta, no entanto não
se pode desconsiderar o possível reflexo do perfil
dos pacientes dessa unidade. Nesse contexto, me-
didas de prevenção de pneumonia em UTI devem
ser implementadas com avaliação continuada so-
bre a sua ocorrência e tais desfechos, como por
exemplo, a adoção de medidas, como o bundle, que
podem seguramente contribuir para redução de sua
incidência e promoção da qualidade e segurança no
cuidado ao paciente sob assistência ventilatória in-
vasiva.
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