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Fundamentos da Educação UNIDADE 2 1 DISCIPLINA : FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO PROFESSOR COTEUDISTA: FRANCISCO MARCELO G. FERREIRA INTRODUÇÃO Caro cursista, na primeira unidade foi realizado uma panorama geral do conceito de Educação , bem como o de Pedagogia. Para tanto, buscamos na historicização desses conceitos , a chave para o entendimento da origem do fenômeno educacional. Analisando diversos contextos em di- versas localidades, visualizamos o quão é ampla essa temática , assim como suas características, contradições e semelhanças são diversas. Traçado esse arcabouço teórico, veremos na Unidade 2 , como se fundamentou a educação na chamada era moderna. Na incumbência de tornar inteligível esse momento tão importante para o fenômeno da educação, buscaremos em alguns autores clássicos como Rousseau, Kant e Marx, a relevância de suas ideias em prol desse tema. Posteriormente, a análise de algumas disciplinas como a psicologia, filosofia e sociologia , nos auxiliarão a entender a força da educação dessa época até a nossa atualidade. É necessário relembrar, para você caro aluno, acessar e realizar a leitura do Livro texto , bem como dos vídeos e textos complementares que serão inseridos nesse guia. Realizadas essas dicas, o entendimento dessa e das próximas unidades será cada vez mais profícuo. Vamos em frente ! EDUCAÇÃO E MODERNIDADE: EDUCAÇÃO PARA A MODERNIDADE Para se ter uma melhor ideia a respeito do panorama educacional na modernidade , a análise do pen- samento iluminista apresenta-se como divisor de águas para os processos de mudanças que passaram a ocorrer nesta época. O indivíduo deixou de vivenciar o chamado período das trevas , para chegar no período das luzes. Nesse contexto, a busca pela liberdade do pensamento , passa a ser o carro chefe do conhecimento iluminista , em contraposição ao poder que a religiosidade possuira na época anterior, seja da educação, seja na sociedade ou na política. Buscando a valorização da Ciência e da Razão , os humanistas começaram a propor reformas educacionais, bem como um novo perfil do homem intelectual. Dentre as principais demandas, estava a busca por uma educação gratuita, obrigatória e laica, temas que você caro leitor irá também estudar nas próximas unidades dessa disciplina. Para uma análise mais aprofundada a respeito da influência do pensamento iluminista nas políticas educacionais, realize a leitura do texto: “A influência do iluminismo nas políticas edu- cacionais: em pauta a cidadania”, de Andreza Marques de Castro Leão . Em seu artigo, a autora põe em cheque a reflexão sobre o surgimento do pensamento iluminista, que teve como contexto principal o momento histórico da Revolução francesa. As ideologia pregadas por essa revolução favorecem em muito não só mudanças sociais, mas também educativas. Não obstante, o iluminismo compactuou como a formação de uma educação burguesa, em que a burguesia tinha na edu- cação uma forma de perpetuar o poder, uma educação portanto restrita, que impossibilitava os indivíduos poderem pensar a ordem vigente. http://www.ufpi.br/subsiteFiles/parnaiba/arquivos/files/rded2ano1_artigo04_Andreza_Leao.PDF 2 Dentre os autores que mais se destacaram nesse período , está o filosofo genebreano Jean-Jacques_Rousseau, o mesmo chama atenção com seus pensamentos sobre educação, principal- mente no que diz respeito a infância. Para Rousseau, a infância seria o momento em que o ser humano teria o seu melhor, porque ainda não entraria em contato com o social, nem com o mundo corruptivo . Era na infância onde estariam os seus melhores furtos, se visualizaria a natureza do homem. A infância seria também o espaço por excelência o qual a sua criatividade se manifestaria de sua maneira mais plena, isto é, a capacidade de não aceitar o convencional, o social. Para mais detalhes sobre o pensamento de infância em Rousseau , analise o capítulo III Infância do livro de Paulo Ghiraldelli Jr: O Que é Pedagogia. Em sua obra Ghilraldlli chama atenção para o fato de como o conceito de infância passou a complexificado, bem como a ideia de tratar a criança como um individuo. Além de se apoiar numa análise de alguns ensinamentos e proposições efetivadas por Rousseau , o autor propõe a análise de autores posteriores que ampliaram não só o conceito de infância mas também de educação. Para alguns autores, o próprio conceito de infância seria caracterizado como um fenômeno burguês, e isso explicaria a intima relação entre público e privado nessa época. Responderia portanto o porque das regras internas de alguns colégios passaram a influenciar de modo de- cisivo as regaras externas, até mesmo regras na vida das cidades. Mas o pensamento de Rousseau não se resume somente ao estudo da infância, acima de tudo o mesmo tentava pensar o ser humano diante da sociedade, e a função da educação no caminhar deste. Para esse autor, o homem é bom por natureza, e deveria ao máximo tentar se livrar da sociedade que, para ele , seria corruptora. Um outro tema importante para Rousseau, era a questão da liberdade. Liberdade humana que muitas ve- zes a educação elitista daquela época e de nossa época não dava ao indivíduo. A palavra que seria sinôni- mo de liberdade seria a democracia. Nesse sentido, mais que instruir, a educação deveria se preocupar com a formação moral e política. Era essa a afirmativa que sua obra magna “Emílio: ou da educação”, apresentava enquanto tese principal. Metaforicamente, Emílio, seria um aluno ensinado por seu mestre e que seus hábitos naturais seriam valorizados durante o processo educativo. Sua visão naturalista a respeito da educação o permitia pensar ela como algo reformador e democrático , ao mesmo tempo que teceria uma severa critica a educação catequista , na qual era excludente e conservadora naquela época. Assista ao vídeo! Para um melhor entendimento sobre a principal obra de Rousseau no que concerne a educação, visualize o vídeo com duração de 08:54s “ Rousseau vida e obra (O Emílio)”: www.youtube.com/emilio+e+a+educação+rousseau. Nesse vídeo é apresentado uma biografia de Rous- seau , bem como um síntese de sua principal obra Emílio ou da Educação. Em Emílio, política, educação e ética caminhariam juntos. Existiriam na vida do individuo 5 estágios prin- cipais: lactância, infância, adolescência, mocidade e finalmente vida adulta. Assim como também existiria dois tipos de educação. Uma educação primeira, onde as qualidades naturais dos indivíduos seriam valo- rizadas. Uma educação negativa, onde o educador interferiria o mínimo possível na educação da criança. O que seria importante para Rousseau não seria a razão a racionalidade e sim o sentimento , o exercer os sentidos. Em suma, as características acima apontadas sobre Rousseau , o coloca no espaço de precursor do pro- jeto educativo denominado Escola Nova , que além da tentativa de uma revolução social no sistema http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean-Jacques_Rousseau https://pt.scribd.com/doc/31343912/Paulo-Ghiraldelli-O-que-e-Pedagogia https://www.youtube.com/results?q=emilio+e+a+educa%C3%A7%C3%A3o+rousseau 3 escolar, pleiteava o projeto de denuncia de uma burguesia que preparava o mínimo de instrução para a classe trabalhadora, buscando assim uma consciência de classe. Outro filosofo iluminista que merece destaque na educação , é o alemão Immanuel Kant. Com sua obra “Sobre a Educação”, o mesmo aponta a educação como fundante do processo de moralidade do sujeito, assim como a pedagogia além do viés prático e , metodológico , possuiria também um viés filosófico. Nesse sentido, para o autor, o sujeito não nasce moral ele torna-se moral, e portanto essas duas ciências iriam auxiliar o individuo nessa incumbência. Ambas seriam portanto fomentadoras da moral humana, fariam com que o mesmo saísse do estado de animalidade e passasse parao estado de humanidade. Outro viés importante na obra de Kant, é o conceito de autonomia. Pensada como a forma que indivíduo analisa seus atos (sua moral) , o autor aponta que ao realizar esse tipo de prática, o indivíduo automati- camente estaria construindo uma ação autônoma ao cuidar dele mesmo, sem ter mais a necessidade de alguém para educá-lo. Nesse sentido, autonomia seria sinônimo de liberdade, conceito que também foi relevante na obra de Kant. Sobre a relação entre autonomia e educação, verificar o texto de Filício Mulina- ri “ Considerações sobre a pedagogia de Kant: uma educação para a autonomia” http://www.uvanet.br/helius/index.php/. Basicamente o texto de Mulinari irá aprofundar as fundamentações ditas acima. A conclusão que Mulinari chega , é que para Kant o projeto educacional de sua época deveria estar baseado na formação de um sujeito autônomo e moralmente ético. A educação faria a ponte entre natureza e moral. Para Kant entre as diversas descobertas humanas existiram duas dificuldades: a primeira seria a arte de governar, e a segunda a arte da educação. Nesse sentido, a prima- zia do sistema educacional iria além da mecanicidade ou treinamento. A criança deveria então aprender a pensar por si mesmo. Auguste_Comte apresenta-se como terceiro autor iluminista no qual suas ideias também irão interferir na educação. Adepto do paradigma positivista, pregara que as ciências humanas deveriam ter o mesmo valor que as ciência naturais, portanto seria uma ciência positiva. Segundo o positivismo a sociedade de- veria ser pensada a partir dos fatos sociais, ou seja , a mesma neutralidade existente em outras ciências também existiria ao pensar o social. Apesar de ser critico ferrenho ao sistema religioso, Comte pregara a existência de uma chamada “religião da humanidade”. No caso da educação ,essa deveria favorecer as necessidades dos indivíduos. Depois de Comte , o tam- bém francês Émile_Durkheim dá uma maior destaque para suas ideias. Para o mesmo, a sociedade pas- saria por três estágios (teológico, metafisico e positivo). No que diz respeito a educação , para Durkheim, um homem teria uma tendência a nascer egoísta, o que o tornaria solidário seria a educação. O ultimo a elencar esse quadro de pensadores que analisam a sociedade , e ao mesmo tempo a influência da educação no social é Karl_Marx . Para entender o seu pensamento, é primordial analisar o contexto his- tórico da revolução industrial , o capitalismo em sua alta potência , bem como o surgimento de duas classes sociais: proletário e burguesia. As re- lações de trabalho passam a ser portanto o norte principal desse filosofo alemão. A exploração do trabalho bem como as formas dos indivíduos saírem do chamado processo de alienação movimentam os argumentos de Marx. Sua filosofia passa a se diferenciar da filosofia clássica, na me- dida em que o autor afirma que antes o filósofos só se conformavam em contemplar o mundo, quando na realidade eles deveriam mesmo eram http://pt.wikipedia.org/wiki/Immanuel_Kant http://www.uvanet.br/helius/index.php/helius/article/view/36 http://pt.wikipedia.org/wiki/Auguste_Comte http://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%89mile_Durkheim http://pt.wikipedia.org/wiki/Karl_Marx 4 fazer esforços epistemológicos pra mudar o mundo. Com base nisso , o modo de fazer filosofia em Marx passa a ser guiado pela práxis, ou seja pela prática. Assim, a teoria só possuiria um sentido se ela trouxer uma referência para a prática, isto é, conhecer para reformar. E ai você caro aluno se pergunta: e onde está a educação nisso tudo? Apesar de trabalhar pouco com esse tema, a educação estaria sempre implícita do pensamento marxista, uma vez que ela faria parte da dinâmica política. Como você aluno pode visualizar no vídeo de Antônio Joaquim Severino “Marx e a educação” , vídeo de 14:20s www.youtube.com/watch?v=LvQB3fqENDc: o papel da educação não é o desenvolvimento individual, mas o de colaborar para transformação da sociedade, em suas dimensões política e econômica. Segundo Marx, não seria um individuo bom que geraria a sociedade como afirmava Rousseau, mas sim, uma sociedade boa que gerava um individuo bom. Aqui a educação passaria a ter duas tare- fas primordiais. A primeira seria denunciar e diagnosticar as formas de alienação as quais os in- divíduos estão submetidos: a mídia é uma delas , como esta demonstrada na charge a seguir: http://questoessociologicas.blogspot.com.br. A mesma demonstra o homem alienado sendo manipulado pela Tv como uma fantoche sem autonomia e sem liberdade. Daí a importância de colocar ciências como a história a economia e a ciência política , como maneiras precisas de se diagnosticar esse processo alienante. Já a segunda tarefa, seria então propor uma nova realidade social, na medida em que seria buscada uma educação igual para todos, na qual estudantes poderiam participar da organização e gestão da escola, e uma escola que fosse também contra o elitismo: escola única , critica e criativa. Contudo , a influência de Marx pode ser verificada hoje principalmente em reuniões de sindicatos, associações de trabalhadores e de outros movimentos sociais, onde suas teorias estão sendo constantemente estudadas , significadas e re-siguinificadas . EDUCAÇÃO E OUTRAS CIÊNCIAS No tópico anterior, você aluno, visualizou algumas pontuações as respeito de que deixaram suas contribuições para as construção do pensamento da educação, dano à ela desde o inicio uma caráter transversal e transdisciplinar. O que é importante frisar, é que os autores que ajudaram com suas ideias o pensamento educativo, faziam parte de disciplinas, escolas, bem como paradigmas (modelo teóricos) diferentes . Nesse sentido, é importante você agora saber um pouco mais sobre algu- mas disciplinas que auxiliaram, através de suas fundamentações teóricas, na analise de uma maneira mais plural , mas não menos cientifica, o fenômeno da educação. A ciências sociológicas e antropológicas se apresentam como a primeiras disciplinas aqui, a ganharem destaque no sentido de produzir um diálogo com a educação. O grande objeto de estudo da antropologia e que até hoje ela tenta transpor para a educação é a questão da alteridade. Como você verificou caro aluno na unidade 1, a alteridade consiste em entender o outro, o diferente. O esforço de relativismo de conheci- mento sobre o outro não requer necessariamente transforma-se no outro. Ou seja, para você pesquisar ou entender mais uma pouco sobre a questão os grupos indígenas no Brasil ou em outro lugar do mundo, não necessariamente você enquanto um pesquisador terá que se transformar em um indígena para analisar cientificamente essas comunidades. https://www.youtube.com/watch?v=LvQB3fqENDc http://questoessociologicas.blogspot.com.br/2012/09/questoes-midiaealienacao.html 5 A alteridade ou entendimento da diferença sempre se manifestou enquanto objeto de interesse tanto das ciências antropológicas quanto da ciência pedagógica. A busca por pesquisa termos como raças, etnias, gêneros e sexualidade por exemplo , demonstram bem uma certa sintonia entre ambas as ciências no que diz respeito a estudar objetos da pesquisa semelhantes. De uma modo geral , quando realizamos uma analise panorâmica no que concerne a relação entre an- tropologia e educação, é notório uma série de semelhanças e contradições entre elas. Por exemplo, dos anos 20 aos 50 houve uma certa celeuma entre os antropólogos, no que diz respeitos as ideias propagadas por Piaget e Freud sobre a educação No entanto, no anos 30 e 40 , antropólogos exerceram uma atuação super relevante na reforma curricular do ensino nos E.U.A. Nessa mesma época, uma das grandes preocupações do reverenciado antropólogo Franz_Boas era com os riscos de nossa sociedade não desenvolver mecanismosdemocráticos perante a diversidade social e cultural. Outro fator que era consenso entre essas disciplinas, era o de que a Educação serviu em determinados contextos para o controle sobre a existência social. Esses e outros temas demonstram a simbiose e diver- gência entre a antropologia e a educação, fatos esses que não são atualmente devidamente vislumbrados pelos estudantes de pedagogia e ciências sociais. Para um melhor entendimento de como se deu essas intrínsecas e as vezes extrínsecas rela- ções entre educação e antropologia , observe atentamente o artigo da antropóloga Neusa Maria Mendes de Gusmão : “ Antropologia e Educação : origens de um diálogo” http://www.scielo.br/ scielo.php?script. Nele a autora traça um panorama históricos dessas relações de “amor e ódio” entre essas disciplinas, tomando como pano de fundo a existência e comunidades indígenas existentes em algumas partes do mundo. Na sociologia a figura no sociólogo Émille Durkhiem aparece como maior destaque. Para ele a educação deveria ser pensada como um fato social. A educação seria uma forma de socializar o jovem para a vida adulta, o homem não seria formador das sociedades e sim produto desta. Buscando uma perspectiva mais estruturalista na forma de pensar o fenômeno educativo, essa intelectual nutria a ideia de que a educação desenvolveria estados físicos e morais. A maneira como Durkheim ver a educação caro aluno, se assemelha a de alguns filósofos acima supracita- dos , ou seja a educação seria uma instrumento de adaptação do individuo a sociedade. Tal adaptação te- ria um conotação moral no sentido que seria uma forma do homem ser sapiente das regras e normas que regem a vida dos indivíduos. Apesar de ser um tanto estruturalista a forma de Durkheim ver a educação e a sociedade, o mesmo atesta que o social acontece de forma diferente de acordo com o seu contexto. Cada período histórico teria uma caráter particular, o que inviabilizaria a aplicação de um mesmo modelo pedagógico para todas as sociedade, uma vez que a educação seria um reflexo de casa sociedade em especifico. Voltando a questão moral e porque não dizer ética no individuo na obra de Durkheim, o mesmo afirma que quando o individuo deseja melhorar a sociedade, ele automaticamente melhoraria a si próprio. Isto é, caberia a educação mostrar como deveria ser o comportamento moral do cidadão. Defende também um educação pública como outro autores. Assim como Rousseau e outro autores, Durkheim também defendia o conceito de autonomia: quando o indivíduos tivesse consciência de seus atos morais e de seu estar no mundo ele poderia viver livremente em sociedade. Enquanto criança, caberia entender esse individuo como um “ser de falta” , ou seja , tirar ao máximo as relações de subjetividade e dar a elas o máximo entendimento sobre as normas, bem como fazer ele desejar as regaras e a disciplina. http://pt.wikipedia.org/wiki/Jean_Piagetee http://pt.wikipedia.org/wiki/Sigmund_Freud http://pt.wikipedia.org/wiki/Franz_Boas http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621997000200002 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-32621997000200002 6 Para um pequena síntese da relação entre Durkhiem e a Educação, visuali- ze o vídeo de aproximadamente 3:17s: “Sociedade e Educação: Émile Durkheim . www.youtube.com/watch?v=vBBPmOay6uU. Num primeiro resumo, vimos o quão profícua foi a contribuição da sociologia a antropologia para a educação. Apesar dos contrates e divergências entre essas três disciplinas, foi visualizado que a indivi- dualidade delas favoreceu e interferiu e muito na formação do conhecimento de uma com relação a outra, tornando assim mais forte e mais legitimo cada um dos seus respectivo conhecimentos. Você sabia? Além da antropologia e da sociologia, a psicologia também foi uma ciência que objetivou ten- tativas de diálogos com a educação. As primeiras aproximações que aconteceram entre essas duas disciplinas, ocorreram em meados do século XX. A psicologia até então vinha de um longo caminho de debates realizados pela filosofia Grega, e seu impulso sobre a questão da educação nasce justamente no momento em que a psicologia começa a se definir como disciplina cientifica. Dentre os autores que se destacaram nessa tentativa de diálogo como a suas disciplinas podemos dizer que Jonh Dewey começou a fazer uma ponte identitária e metodológica entre a psicologia e a prática educativa. Mais informações sobre Dewey John_Dewey. Em 1918, a disciplina Psicologia da Educação ganha inúmeros avanços em suas várias áreas, dentre elas os testes de avaliação de Binet http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dewey, que por sua vez conseguiu adotar coeficientes de inteligentes enquanto medidores de uma maturidade intelectual. Na década de 40 a psicologia da educação fica em decadência, somente retomando sua força nas décadas de 60 e 70, onde tentar ganhar força enquanto ciência, tendo como argumento o fato de estar numa posição mais avançada que as outras ciências, seja pelo exercício da profissão ou pelas categorias de autores estudados. A grosso moço, a relação entre psicologia e educação estaria sintetizada nos processos e consequências psíquicas que intervém numa situação educativa. Seria um consenso em ambas, que a situação educativa se dividiria em situações: a educativa formal ( pré-escola, ensino fundamental etc) e situação educativa informal (família, clubes , casa de amigos). Seria portanto, a busca por ajudar a compreender melhor o processo de ensino e aprendizagem. Para Edward_Thorndike, considerado um dos primeiros intelectuais a cunhar o termo psicologia da educa- ção, todo o conhecimento da psicologia que fosse qualificado, poderia ser aplicado para a educação. Para ele e para outros autores, a psicologia deveria ter a finalidade de dar a pedagogia um caráter eminente- mente cientifico. Forneceria então subsídios para que o ato educativo alcance seus objetivos. A psicologia da educação também possuiria uma utilidade pratica. A mesma serviria para explicar pro- blemas enfrentados pelos professores em sala de aula, problemas estes que só poderiam ser compreen- didos, como resultantes de fatores estruturais mais amplos. Voltando-nos mais agora para o lado da psicologia , competiria também a psicologia da educação a anali- se da chamada natureza individual do homem , e nesse ínterim , analisar também que seria função dessa disciplina conhecer os traços universais desses indivíduos. Nesse sentido , percebe-se que as contribuições e intercâmbios entre essas disciplinas foram relevantes, principalmente no que concerne a explicar o comportamento dos alunos. Por isso, vemos atualmente ter- mos e categorias como o aluno tem inibição, bloqueios, é portador de imaturidade, agressividade, termos que demonstram esse diálogo entre psicologia e educação. ??? https://www.youtube.com/watch?v=vBBPmOay6uU http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dewey http://pt.wikipedia.org/wiki/John_Dewey http://en.wikipedia.org/wiki/Edward_Thorndike 7 Para mais detalhes a respeito da relações entres essas disciplinas, realize você aluno a leitura do artigo de Marcos Vinicius da Cunha : “A psicologia na educação: dos paradigmas científicos às finalidades edu- cacionais www.scielo.br/scielo.php?pid=, no qual o autor tentar transpor as contribuições da psicologia para educação, tendo como pano de fundo as mudanças de paradigmas do processo de formação da ciência moderna, bem como a busca pelo entendimento das finalidades educacionais. Para finalizar essa analise sobre o conjunto de disciplinas que contribuíram teoricamente e metodologica- mente para educação, apresentamos a filosofia, considerada a mãe de todas as ciências. A filosofia con- siste na busca pelo conhecimento. Sua relevância para o mundo foi justamente por dar inicio ao processo deconstrução e legitimação do conhecimento no mundo todo. Se hoje temos disciplinas como matemá- tica, história , física , dentre outras, é porque foi nessa matriz que se deu inicio a todas essas forma de conhecimento. Com os Gregos, a racionalidade é posta em relevância, em detrimento de teses religiosas e sobrenaturais para explicar o mundo e as coisas. Nesse sentido ela torna-se não só importante para a educação, mas para a formação das disciplinas e das formas de conhecimento como um todo. Dentre as mais importantes contribuições que a filosofia pode oferecer para a educação, está justamente a busca por um conhecimento baseado na razão, no raciocínio cientifico, fazendo como que esse profissio- nal se livre ao máximo dos argumentos e discursos ligados ao senso comum (conhecimento dito popular). Além disso, cabe também a filosofia o pressuposto de construir um conhecimento critico do aluno, na medida em que o mesmo irá realizar uma série de questionamentos sobre a sua função no mundo, bem como o agir na sociedade a qual faz parte (função ética). Essa auto reflexão critica nos dias atuais, faz-nos pensar até que ponto a filosofia possui uma serventia para a educação, no que diz respeito a ela mesmo ser uma forma radical e emancipadora de ver as pes- soas no mundo. Estamos falando de construir sujeitos ativos na sociedade , que questionam suas vidas e modos de viver. Durante muito tempo o pensamento ocidental e oriental estiveram baseado em formas dualistas de se ver o mundo. A pós-modernidade nos impele a analisar filosoficamente esse mundo que é cada vez mais plural,mas que ao mesmo tempo buscamos liberdades individuais, construções ativas no mundo, racionalidade e solidariedade . Se você caro aluno verificar a obra “A Nova Pedagogia da Educação” do filosofo Pau- lo Ghiraldelli ( para esse intento leia a resenha, Ronie Alexandre Telles da Silveira www.gtpragmatismo.com.br/redescricoes/) verás que esse autor coloca enquanto grande con- tribuição da filosofia em relação a educação o fato de que a filosofia tenta produzir uma “des- banalização” da banalização da educação. Ou seja, questões como ensino, o ato de educar e ter conhe- cimento e repassá-lo sempre foi banalizado como se isso fosse algo natural. Caberia, portanto a filosofia buscar um certo “estranhamento” nesses atos que até então seriam naturais , para poder ter uma maior complexidade do ato educacional. Vimos anteriormente que Rousseau , por exemplo, começou a produzir um estranhamento da educação de sua época. Em Emílio , o filosofo apontou a educação de sua época voltada somente para a memorização, e na qual o aluno era receptor de situações exteriores a ele. Da mesma forma, Karl Marx questionou até que ponto a educação poderia ser algo alienante ou revolucioná- rio para as pessoas, a partir do momento em que ele questiona as forma de dominação e hierarquias na sociedade , bem como a educação fazia parte disso. Por fim podemos citar Paulo Freire Paulo_Freire , quando o mesmo diz que a nossa forma de ensino está banalizada, ao dizer que o aluno só recebe o conhecimento, não tem senso critico, nem sabemos nada a respeito desse aluno. É ao estranhar essa educação. que esse autor conclui que todo nosso sistema de ensino está errado, buscando assim uma educação libertadora. Contudo, a filosofia da educação servirá hora para teorizar sobre a Pedagogia , hora para justificá-la, cabe a nós educadores sabermos diferenciar essa momento, e utilizá-los da melhor forma possível. http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-25551998000200004&script=sci_arttext http://www.gtpragmatismo.com.br/redescricoes/redescricoes/ano5_01/r_ronie.pdf http://pt.wikipedia.org/wiki/Paulo_Freire 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS Caro aluno, vimos nessa segunda unidade a importância de alguns autores em sua maioria filósofos no que diz respeito ao processo de formação da pedagogia enquanto ciência, e a importância desses pen- sadores para a formação do fenômeno educativo no passado e nos dias atuais. Também foi verificado a importância de algumas disciplinas como a sociologia, antropologia , psicologia e a proporia filosofia , e seus respectivo paradigmas na ajuda da amplitude do conhecimento sobre educação. Na próxima unidade iremos verificar como está fundamentada a educação da escola atualmente, quais são os problemas, as enfermidades e tentativas de solução para o enriquecimento educacional na con- temporaneidade. É importante reprisar a importância das leituras complementares no afã de melhorar mais ainda nosso diálogo.
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