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Patologia do Estômago

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24/08/2020 FISIOPATOLOGIA II Aula 6 – Dr.Rafael Sanches 
Patologia do Estômago 
Os distúrbios do estômago são causa frequente de doenças clínicas, em que lesões inflamatórias e 
neoplásicas são particularmente comuns. Nos Estados Unidos, as doenças relacionadas ao ácido gástrico são 
responsáveis por quase um terço de todos os cuidados médicos gastos com doenças GI. Além disso, a despeito 
de uma incidência decrescente em certas localidades como os Estados Unidos, o câncer gástrico permanece 
como uma das principais causas de morte pelo mundo. 
O estômago é dividido em quatro regiões 
anatômicas principais: a cárdia, o fundo, o corpo 
e o antro. A cárdia e o antro são revestidos 
principalmente por células foveolares secretoras 
de mucina que formam as pequenas glândulas. 
As glândulas antrais são similares, mas também 
contém células endócrinas, tais como as células 
G, que liberam gastrina para estimular a secreção 
luminal de ácido pelas células parietais dentro do 
fundo e do corpo gástricos. As glândulas bem 
desenvolvidas do corpo e do fundo também 
contêm células principais que produzem e 
secretam enzimas digestivas, tal como a 
pepsina. 
Doenças do estômago > Inflamatórias > 
Neoplásicas 
Frequência elevada na população. 
Sistema de saúde > PS/ Ambulatório/ 
Exames de Imagem 
Irrigação sanguínea deriva do Tronco 
Celíaco e seus ramos. 
Circulação Esplâncnica. 
Secreção de HCl 
Luz gástrica (pH ácido) – enzima 
pépticas > digestão (dipeptídeos, tripeptídeos e aminoácidos) – fatores protetores da mucosa. 
Caso Clínico 
Mulher 50 anos, comerciante, procedente de Osasco 
QD: Dor abdominal há 2 meses 
HMA: paciente com quadro de dor abdominal em região epigástrica há 2 meses em queimação associado a 
eructações e pirose retroesternal. Refere uso frequente de antiácidos e omeprazol com melhora parcial do 
quadro. 
Antecedente Pessoais 
o Hérnia de Disco→Uso frequente de diclofenaco de sódio para dor lombar 
o Tabagista 25 anos/maço. Etilismo aos finais de semana (4 latas de cerveja) 
o Pai falecido por Câncer Gástrico 
Exame Físico 
Anti-inflamatório queimação 
2 
o PA 130X80mmHg, FC 84 bpm, FR 18 irpm, Temp Axilar 36,5oC 
o Abdome plano, ruídos hidroaéreos presentes, timpânico a percussão e dor a palpação 
profunda da região epigástrica 
Qual diagnóstico sindrômico mais provável do caso apresentado? 
A) Gastrite Aguda 
B) Síndrome Metabólica 
C) Pancreatite Aguda 
D) Síndrome Dispéptica 
Qual exame 
complementar ajudaria no 
diagnóstico etiológico? 
A) Ultrassom de 
Abdome Total 
B) Endoscopia Digestiva 
Alta 
C) Tomografia 
Computadorizada de 
Abdome 
D) Hemograma 
Completo 
Esôfago 
o Esôfago 
com calibre 
normal e trajeto sem alterações. 
o Mucosa encontra-se íntegra e de aspecto normal em todo o órgão. 
o Transição esofagogástrica encontra-se junto ao pinçamento diafragmático. 
o Não observamos hérnia hiatal, varizes, 
úlcera, neoplasia ou processo 
infeccioso. 
Estômago 
o Estômago com boa expansibilidade à 
insuflação e anatomia preservada. 
o Lago mucoso límpido, sem restos 
alimentares. Pregueado mucoso trófico. 
o Mucosa encontra-se com discreto 
enantema na região antral. 
o Visibiliza-se em parede anterior de 
corpo, pólipo séssil com superfície lisa, 
medindo 0,2 cm Polipectomia. 
o Piloro centrado, com diâmetro normal. 
Duodeno 
o Bulbo duodenal apresenta-se sem 
deformidade, com mucosa de aspecto 
normal. 
o Segunda porção encontra-se sem 
alterações. 
o Obs.: teste de urease para pesquisa de 
Helicobacter pylori (corpo e antro) - negativo. colhido material para exame 
Obs.: teste de uréase para pesquisa de Helicobacter pylori (corpo e antro) – negativo colhido material para 
exame anatopatológico. 
Gastrite X Gastropatia 
Gastrite 
o Processo Inflamatório da Mucosa Gástrica 
o Lesão primária – limitasse à muscoa; quando associada a doenças inflamatórias sistêmicas, 
infecciosas ou não, o processo pode estender-se às demais camadas do órgão. 
o Presença de neutrófilos → GASTRITE AGUDA 
 - Pode haver processo patológico de destruição de células epiteliais, as células tronco presentes se diferenciam e 
substituem essas células. Se for uma destruição mais crônica e profunda, pode não conseguir fazer essa regeneração 
3 
 Gastropatia 
o Afecções gástricas de evolução aguda ou crônica sem componente inflamatório evidente, 
representado por fenômenos degenerativos e regenerativos do epitélio, secundário a agressões 
químicas. 
o Fenômenos degenerativos e regenerativos secundário a agressões químicas. 
o De início, as observações sobre esse grupo de lesões foram feitas em pacientes gastrectomizados, 
a partir de estudos endoscópico e histológico da mucosa gástrica de boca anastomótica em 
contato com refluxo biliar; algum tempo depois, tais lesões foram descritas também em 
estômagos intactos, passando a ser chamadas gastrite de refluxo. 
o As gastropatias podem ser agudas, quando predominam lesões degenerativas, ou crônicas, 
quando prevalecem alterações regenerativas. As gastropatias crônicas associadas a agressão 
química são ainda pouco conhecidas. 
Morfologia 
o Lâmina própria 
o Edema moderado e 
congestão vascular leve; 
o Epitélio superficial intacto > 
hiperplasia das células 
foveolares (muco); 
o Proliferação epitelial 
o Neutrófilos > 
Gastrite Aguda 
A gastrite aguda é um processo 
inflamatório da mucosa transitória, que 
pode ser assintomático ou causar graus 
variáveis de dor epigástrica, náusea e 
vômito. Em muitos casos graves pode haver erosão da mucosa, ulceração, hemorragia, hematêmese, melena 
ou, raramente, perda sanguínea massiva. 
Patogenia. O lúmen gástrico é fortemente acídico com um pH próximo de 1, mais do que um milhão de 
vezes mais ácido do que o sangue. Esse ambiente hostil contribui para a digestão, mas também tem o 
potencial de danificar a mucosa gástrica. Múltiplos mecanismos têm evoluído para proteger a mucosa gástrica. 
A mucina secretada pelas células foveolares da superfície forma uma camada fina de muco que evita que 
partículas grandes de comida toquem diretamente o 
epitélio. A camada de muco também promove a 
formação de uma camada “inerte” de fluido sobre o 
epitélio que protege a mucosa e tem pH neutro como 
resultado da secreção do íon bicarbonato pelas células 
epiteliais da superfície. Finalmente, o rico suprimento 
vascular da mucosa gástrica libera oxigênio, bicarbonato 
e nutrientes enquanto remove o ácido que foi difundido 
de volta para a lâmina própria. A gastrite aguda ou 
crônica pode ocorrer como consequência do 
rompimento de um desses mecanismos protetores. Por 
exemplo, a síntese reduzida de mucina nos idosos foi 
sugerida como um dos fatores que podem explicar sua susceptibilidade aumentada à gastrite. As drogas anti- 
inflamatórias não esteroidais (DAINEs) podem interferir na citoproteção normalmente fornecida pelas 
prostaglandinas ou reduzir a secreção de bicarbonato, qualquer um dos quais aumenta a susceptibilidade da 
mucosa gástrica à injúria. Similarmente, a injúria gástrica que ocorre nos pacientes urêmicos e naqueles 
infectados com H. pylori secretora de uréase pode ser decorrente da inibição dos transportadores gástricos de 
bicarbonato pelos íons amônio. A ingestão de químicos agressivos, particularmente ácidos ou bases, tanto 
acidentalmente quanto por uma tentativa de suicídio, também resulta em injúria gástrica grave, 
predominantemente como resultado da injúria direta da mucosa epitelial e das células estromais. A injúria 
celular direta também é implicada na gastrite em função de consumo excessivo de álcool, DAINEs, terapia 
radioativa e quimioterapia. Já que toda a superfície da mucosa gástrica é substituída a cada 2 a 6 dias, 
inibidores mitóticos, incluindo aqueles usados na quimioterapia do câncer, causam danos generalizados à 
mucosa em razão da regeneração epitelial insuficiente. Finalmente, a liberação de oxigênio diminuída pode 
explicar a incidência aumentada de gastrite aguda em altas atitudes. 
4 
Morfologia.Histologicamente, gastrite aguda leve 
pode ser difícil de reconhecer, já que a lâmina 
própria apresenta apenas um edema moderado e 
uma congestão vascular leve. A superfície epitelial 
fica intacta, embora neutrófilos espalhados possam 
estar presentes entre as células epiteliais ou dentro 
das glândulas mucosas. Em contraste, uma 
abundância de linfócitos ou de plasmócitos sugere 
uma doença crônica. A presença de neutrófilos 
acima da membrana basal em contato direto com 
células epiteliais é anormal em todas as partes do 
trato GI e significa uma inflamação ativa. Este 
termo é preferido à inflamação aguda, já que a 
inflamação ativa pode estar presente tanto nos 
estados agudo ou crônico da doença. Com danos mucosos mais graves, erosões e hemorragia se desenvolvem. 
Uma erosão denota perda do epitélio superficial, gerando um defeito na mucosa que é limitado à lâmina 
própria. Esta é acompanhada por um infiltrado neutrofílico pronunciado dentro da mucosa e um exsudato 
purulento contendo fibrina no lúmen. A hemorragia pode ocorrer e causar pontos escuros na mucosa 
anteriormente hiperêmica. A erosão e a hemorragia simultâneas são chamadas de gastrite hemorrágica 
erosiva aguda. Grandes áreas da superfície gástrica podem estar desnudas, embora o envolvimento seja 
tipicamente superficial. Quando as erosões se estendem profundamente, elas podem progredir para úlceras. 
Gastrite Crônica 
Em contraste à gastrite aguda, os sintomas associados à gastrite crônica são tipicamente menos graves, 
porém mais persistentes. Náusea e desconforto abdominal superior podem ocorrer, algumas vezes com 
vômito, mas a hematêmese é incomum. A causa mais comum de gastrite crônica é a infecção com o bacilo 
Helicobacter pylori. Antes da aceitação do papel central da infecção por H. pylori na gastrite crônica, outros 
irritantes crônicos, incluindo estresse psicológico, cafeína e o uso de álcool e tabaco foram considerados as 
principais causas de gastrite. A gastrite autoimune, causa mais comum de gastrite atrófica, representa menos 
de 10% dos casos de gastrite crônica em pacientes sem infecção por H. pylori. Etiologias menos comuns 
incluem injúria por radiação, refluxo biliar crônico, injúria mecânica e envolvimento por doença sistêmica, tais 
como a doença de Crohn, amiloidose ou doença do enxerto-versus-hospedeiro. 
o Processo inflamatórios da mucosa gástrica com infiltrados de leucócitos mono e 
polimorfonucleares. 
o Proporção e intensidade variável; 
o Podem ser classificadas pela morfologia, topografia ou 
etiologia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Gastrite por H.Pylori 
Estes bacilos espiralados ou curvados estão presentes nas amostras de biópsias 
gástricas de quase todos os pacientes com úlceras duodenais e na maioria dos 
indivíduos com úlceras gástricas e gastrite crônica. A infecção aguda por H. pylori não 
produz sintomas suficientes a ponto de requerer a atenção médica na maioria dos 
casos; é a gastrite crônica que, por fim, leva o indivíduo a buscar tratamento. Os 
organismos H. pylori estão presentes em 90% dos indivíduos com gastrite crônica 
afetando o antro. Além disso, o H. pylori tem papéis importantes em outras doenças 
gástricas e duodenais. Por exemplo, a secreção aumentada de ácido que ocorre na 
gastrite por H. pylori pode resultar em doença da úlcera péptica, e a infecção por H. 
pylori também confere um risco aumentado de câncer gástrico. 
Epidemiologia. Nos Estados Unidos, a infecção por H. pylori está associada a 
pobreza, superpopulação doméstica, educação limitada, etnia afro-americana ou 
méxico-americana, residência em áreas rurais e nascimento fora dos Estados Unidos. 
Em áreas com alta prevalência, a infecção é adquirida na infância e persiste por décadas, explicando a 
correlação direta entre a taxa de colonização e a idade do paciente. 
O modo de transmissão do H. pylori não está bem definido, mas os humanos são os únicos hospedeiros 
conhecidos, tornando as vias oral-oral, fecal-oral e de espalhamento pelo ambiente as rotas de infecção mais 
prováveis. O organismo relacionado Helicobacter heilmannii causa uma doença similar e tem reservatórios em 
gatos, porcos e primatas não humanos. Enquanto as diferenças morfológicas entre os organismos H. pylori e H. 
heilmannii são sutis, o reconhecimento da infecção por H. heilmannii pode ser importante, já que isso pode 
incitar o tratamento de animais domésticos para prevenir uma reinfecção do companheiro humano. 
Patogenia. A infecção por H. pylori é a causa mais comum da gastrite crônica. A doença se apresenta mais 
frequentemente como uma gastrite predominantemente antral com alta produção de ácido, a despeito da 
hipogastrinemia. O risco da úlcera duodenal é aumentado nesses pacientes e, na maioria, a gastrite é limitada 
ao antro, com envolvimento ocasional da cárdia. Em um subgrupo de pacientes, a gastrite progride para 
envolver o corpo gástrico e o fundo. Esta pangastrite está associada a atrofia mucosa multifocal, secreção 
reduzida de ácido, metaplasia intestinal e risco aumentado de adenocarcinoma gástrico. 
Os organismos H. pylori se adaptaram ao nicho ecológico fornecido pelo muco gástrico. Embora o H. pylori 
possa invadir a mucosa gástrica, isso não está evidente histologicamente, e a contribuição da invasão para a 
doença não é conhecida. Quatro características estão ligadas à virulência do H. pylori: 
o Flagelos, os quais permitem que a bactéria seja móvel no muco viscoso. 
o Urease, a qual gera amônia da ureia endógena e assim eleva o pH gástrico local. 
o Adesinas que acentuam sua aderência bacteriana à superfície das células foveolares. 
o Toxinas, tais como a citotoxina de associação com o gene A (CagA), que pode estar envolvida no 
desenvolvimento de úlcera ou câncer por mecanismos fracamente definidos. 
Embora os mecanismos pelos quais o H. pylori causa gastrite não sejam completamente entendidos, está 
claro que a infecção resulta na produção aumentada de ácido e na ruptura dos mecanismos de proteção das 
mucosas gástrica e duodenal normais. A gastrite por H. pylori é, portanto, o resultado de um desequilíbrio 
entre as defesas das mucosas gastroduodenais e forças danificadoras que se superam essas defesas. 
Ao longo do tempo, a gastrite antral crônica por H. pylori pode progredir para uma pangastrite, resultando 
em gastrite atrófica multifocal. Os mecanismos subjacentes que contribuem para essa progressão não estão 
claros, mas as interações entre o hospedeiro e a bactéria parecem ser críticas. Por exemplo, os polimorfismo 
particulares no gene que codifica a citocina pró-inflamatória interleucina-1β (IL-1β) se correlacionam com o 
desenvolvimento da pangastrite após a infecção por H. pylori. Os polimorfismos no TNF e em uma variedade 
de outros genes associados à resposta inflamatória também influenciam o resultado clínico na infecção por H. 
pylori. A gravidade da doença também pode ser influenciada pela variação genética entre as linhagens de H. 
pylori. Por exemplo, o gene CagA, um marcador para a ilha de patogenicidade de aproximadamente 20 genes, 
está presente em 50% de todos os isolados de H. pylori, mas em 90% dos isolados de H. pylori encontrados em 
populações com risco de câncer gástrico elevado. 
Morfologia. As amostras de biópsias gástricas geralmente demonstram o H. pylori em indivíduos 
infectados. O organismo está concentrado no muco superficial que recobre as células epiteliais nas regiões da 
superfície e do colo. A distribuição pode ser irregular, com áreas de colonização pesada adjacentes àquelas 
com poucos organismos. Em casos extremos, os organismos formam um tapete nas superfícies luminais das 
células foveolares e mucosas do colo, e podem até mesmo se estender para dentro das criptas gástricas. Os 
organismos são mais facilmente demonstrados com uma variedade de colorações especiais. O H. pylori mostra 
um tropismo pelo epitélio gástrico e geralmente não é encontrado em associação com a metaplasia intestinal 
6 
gástrica ou com o epitélio duodenal.No entanto, o H. pylori pode estar 
presente nos focos de metaplasia pilórica no duodeno cronicamente 
injuriado ou na mucosa do tipo gástrica no esôfago de Barrett. 
Dentro do estômago, os H. pylori são geralmente encontrados no 
antro. Embora haja uma boa concordância entre a colonização do antro 
e da cárdia, a infecção da cárdia ocorre em baixas taxas. Os H. pylori são 
incomuns na mucosa oxíntica (produtora de ácido) do fundo e do 
corpo, exceto na colonização pesada. Logo, uma biópsia antral é 
preferida para a avaliação da gastrite por H. pylori. Quando vista 
endoscopicamente, a mucosa antral infectada por H. pylori é 
geralmente eritematosa e tem uma aparência grosseira ou mesmo 
nodular. O infiltrado inflamatório geralmente inclui números variáveis 
de neutrófilos dentro da lâmina própria, incluindo alguns que cruzam a 
membrana basal para assumir uma localização intraepitelial e se 
acumulam no lúmen das criptas gástricas para criar os abscessos das 
criptas. Além disso, a lâmina própria superficial inclui um grande 
número plasmócitos, frequentemente em grupos ou lâminas, e número 
aumentado de linfócitos e macrófagos. Neutrófilos intraepiteliais e 
plasmócitos subepiteliais são características da gastrite por H. pylori. 
Quando intensos, os infiltrados inflamatórios podem criar pregas 
rugosas espessadas, que mimetizam as lesões infiltrativas iniciais. Uma 
gastrite por H. pylori com longa duração pode se estender e envolver o 
corpo e o fundo, e a mucosa pode se tornar atrófica. Os agregados 
linfoides, alguns com centros germinativos, estão frequentemente 
presentes e representam uma forma induzida de tecido linfoide 
associado à mucosa, ou TLAM, que tem um potencial de se transformar 
em linfoma. 
Características Clínicas. Além da identificação histológica dos 
organismos, diversos testes diagnósticos têm sido desenvolvidos, inclusive testes sorológicos não invasivos 
para anticorpos para H. pylori, detecção bacteriana fecal e o teste da respiração de ureia baseado na geração 
de amônia pela urease bacteriana. As amostras de biópsia gástrica também podem ser analisadas pelo teste 
rápido da urease, cultura bacteriana ou detecção de DNA bacteriano por PCR. 
Tratamentos eficazes para a infecção por H. pylori incluem combinações de antibióticos e inibidores de 
bombas de prótons. Indivíduos com gastrite por H. pylori geralmente melhoram após o tratamento, embora 
possam ocorrer reincidências após a erradicação incompleta ou a reinfecção. O desenvolvimento de vacinas 
profiláticas e terapêuticas ainda está no estágio inicial de desenvolvimento. A doença da úlcera péptica, uma 
complicação da gastrite crônica por H. pylori. 
 
 
 
 
 
 
Gastrite Autoimune 
A gastrite autoimune é responsável por menos de 10% dos casos de gastrite crônica. 
Em contraste ao que é causado pelo H. pylori, a gastrite autoimune tipicamente poupa o 
antro e inclui uma hipergastrinemia. A gastrite autoimune é caracterizada por: 
o Anticorpos para células parietais e fatores intrínsecos que podem ser 
detectados no soro e nas secreções gástricas. 
o Concentração sérica de pepsinogênio I reduzida. 
o Hiperplasia de células endócrinas antrais. 
o Deficiência de vitamina B12. 
o Secreção defeituosa de ácido gástrico (aclorídria). 
Patogenia. A gastrite autoimune está associada a perda de células parietais, as quais 
são responsáveis pela secreção de ácido gástrico e fator intrínseco. A ausência da 
produção de ácido estimula a liberação de gastrina, resultando na hipergastrinemia e 
hiperplasia das células G antrais produtoras de gastrina. A falta do fator intrínseco 
Gastrite Crônica de Antro 
o Aumento secreção de ácido gástrico local 
o Risco para formação de ulcera gástrica em antro e duodeno 
Gastrite Atrófica Multifocal 
o Gastrite atrófica multifocal→redução células parietais→diminuição secreção ácido →metaplasia 
intestinal→risco adenocarcinoma gástrico 
 
7 
desabilita a absorção ileal de vitamina B12, levando à deficiência de B12 e à anemia megaloblástica de início 
lento (anemia perniciosa). A concentração sérica de pepsinogênio I reduzida resulta da destruição de células 
principais. Em contraste, embora o H. pylori possa causar hipoclorídria, ele não está associado a aclorídria ou 
anemia perniciosa, porque os danos das células parietais e principais não são tão graves como na gastrite 
autoimune. 
Inicialmente pensou-se que os anticorpos para componentes das células parietais, mas 
predominantemente a H+,K+-ATPase, ou bomba de prótons, e o fator intrínseco estivessem envolvidos na 
patogenia da gastrite autoimune. No entanto, isso é improvável, porque nem o fator intrínseco secretado nem 
a bomba de prótons orientada para o lúmen estão acessíveis aos anticorpos circulantes, e a transferência 
passiva destes anticorpos não produz gastrite em animais experimentais. É mais provável que as células T 
CD4+ direcionadas contra os componentes das células parietais, incluindo a H+,K+-ATPase, sejam os principais 
agentes da injúria. Isso é fundamental pela observação de que a transferência das células T CD4+ reativas para 
H+,K+-ATPase em camundongos normais resulta em gastrite e produção de anticorpos contra H+,K+-ATPase. 
Não há evidência de uma reação autoimune às células principais, sugerindo que estas tenham sido perdidas 
em virtude da destruição das glândulas gástricas durante o ataque autoimune às células parietais. Se a 
destruição autoimune for controlada pela imunossupressão, as glândulas podem repovoar, demonstrando que 
as células-tronco gástricas sobrevivem e são capazes de se diferenciar em células parietais e principais. 
Morfologia. A gastrite autoimune é caracterizada por dano mucoso difuso da mucosa oxíntica (produtora 
de ácido) dentro do corpo e do fundo. Geralmente não há danos ao antro e à cárdia ou são danos leves. Com 
atrofia difusa, a mucosa oxíntica do corpo e do fundo se apresenta notavelmente reduzida, e as pregas 
rugosas são perdidas. Se a deficiência de vitamina B12 for grave, ocorre hipertrofia nuclear (mudança 
megaloblástica) nas células epiteliais. Os neutrófilos podem estar presentes, mas o infiltrado inflamatório é 
mais frequentemente composto de linfócitos, macrófagos 
e plasmócitos. Agregados linfoides podem estar presentes. 
As plasmócitos da lâmina própria superficial da gastrite por 
H. pylori estão geralmente ausentes, e a reação 
inflamatória é geralmente mais profunda e centralizada 
nas glândulas gástricas. A perda de células parietais e 
principais pode ser extensiva. Quando a atrofia é 
incompleta, ilhas residuais da mucosa oxíntica podem dar a 
aparência de múltiplos pequenos pólipos ou nódulos. 
Pequenas elevações da superfície podem estar aparentes, 
e estas se correlacionam com áreas de metaplasia 
intestinal, caracterizada pela presença de células 
caliciformes e células absortivas colunares. A hiperplasia 
de células endócrinas antrais que se desenvolve na 
maioria dos pacientes pode ser difícil de avaliar nos cortes 
corados com H&E, já que as células endócrinas, também 
referidas como células semelhantes à enterocromafinas 
(CSE), não são facilmente reconhecidas. A hiperplasia corre 
paralelamente ao grau de atrofia mucosa e é uma resposta 
fisiológica à produção reduzida de ácido. Ao longo do 
tempo, a hipergastrinemia pode estimular a hiperplasia 
das células endócrinas no fundo e no corpo. Raramente, 
esta pode progredir até formar tumores pequenos, 
multicêntricos, neuroendócrinos de baixo grau ou 
carcinoides. 
Características Clínicas. Anticorpos para células parietais e fator intrínseco estão presentes no início do 
curso da doença. A progressão para atrofia gástrica provavelmente ocorre ao longo de duas a três décadas, e a 
anemia é vista somente em alguns poucos pacientes. Graças ao início lento e à progressão variável, os 
pacientes são geralmente diagnosticados somente após terem sido afetados por muitos anos. A idade média 
no diagnóstico é de 60 anos. As mulheres são levemente mais afetadas do que os homens.A anemia 
perniciosa e a gastrite autoimune estão geralmente associadas a outras doenças autoimunes, inclusive a 
tireoidite de Hashimoto, diabetes melito dependente de insulina (tipo I), doença de Addison, falha ovariana 
primária, hipoparatireoidismo primário, doença de Graves, vitiligo, miastenia grave e síndrome de Lambert-
Eaton. Essas associações, juntamente com a concordância em alguns gêmeos monozigóticos e o agrupamento 
de doenças em famílias, dão respaldo à predisposição genética. Geralmente, cerca de 20% dos parentes de 
indivíduos com anemia perniciosa também têm gastrite autoimune, embora eles possam ser assintomáticos. A 
8 
despeito da forte influência 
genética, a gastrite autoimune 
permanece à parte de outras 
doenças autoimunes, visto que 
há poucas evidências da ligação à 
alelos HLA específicos. 
A apresentação clínica pode 
estar ligada a sintomas de 
anemia. Além disso, a deficiecia 
de vitamina B12, pode causar 
glorsite atrófica, na qual a língua 
se torna lisa e fortemente 
vermelha, megaloblastose 
epitelial e diarreia de má 
absorção. A deficiência de 
vitamina B12 também pode 
causar neuropatia periférica, lesões da medula espinal e disfunção cerebral. Alterações neuropáticas incluem 
desmielinização, degeneração axonal e morte neuronal. As manifestações mais frequentes de neuropatia 
periférica são as parestesias e o entorpecimento. As lesões espinais também podem estar associadas a mistura 
de perda de sentido de vibração e posição, ataxia sensorial com sinal de Romberg positivo, fraqueza dos 
membros, espasticidade e respostas plantares extensoras. As manifestações cerebrais variam de alterações 
leves de personalidade e perda de memória até psicose. Contrariamente à anemia, as alterações neurológicas 
não são revertidas pela terapia de reposição de vitamina B12. 
Doença do Estresse da Mucosa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Doença Ulcerosa Péptica 
Está mais frequentemente associada à gastrite crônica hiperclorídrica induzida por H. pylori, a qual está 
presente em 85% a 100% dos indivíduos com úlceras duodenais e em 65% com úlceras gástricas. A presença 
da gastrite crônica pode ajudar a distinguir as úlceras pépticas da gastrite erosiva aguda ou úlceras de estresse, 
já que a mucosa adjacente à úlcera é geralmente normal nas duas últimas condições. A DUP pode ocorrer em 
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qualquer porção do trato GI exposto aos sucos acídicos 
gástricos, mas é mais comum no antro gástrico e na 
primeira porção do duodeno. A DUP pode ocorrer também 
no esôfago como resultado da DRGE ou da secreção de 
ácido gástrico pela mucosa gástrica ectópica. A mucosa 
gástrica no divertículo de Meckel pode resultar em 
ulceração péptica da mucosa adjacente. 
A DUP é comum e está classificada em quarto lugar 
tanto nas visitas médicas anuais quanto nos custos entre 
todas as doenças GI. Nos Estados Unidos, o risco de 
desenvolver úlcera durante a vida é de aproximadamente 
10% em homens e de 4% em mulheres, as ultimas são 
tipicamente afetadas durante ou após a mesopausa. 
Patogenia. Os desequilíbrios das defesas mucosas e as forças danificadoras que causam a gastrite crônica 
também são responsáveis pela DUP. Logo, a DUP geralmente se desenvolve em segundo plano em relação à 
gastrite crônica. 
A infecção por H. pylori e o uso de DAINEs são as principais causas subjacentes da DUP e ambos 
comprometem as defesas mucosas enquanto causam danos à mucosa. Embora mais de 70% dos indivíduos 
com DUP sejam infectados por H. pylori, pouco menos de 20% dos indivíduos infectados por H. pylori 
desenvolvem úlcera péptica. 
A hiperacidez gástrica que impulsiona a DUP pode ser causada por infecção por H. pylori, hiperplasia das 
células parietais, respostas secretórias excessivas ou inibição prejudicada de mecanismos estimulatórios, tal 
como a liberação de gastrina. Por exemplo, a síndrome de Zollinger-Ellison, na qual há múltiplas ulcerações 
pépticas no estômago, duodeno e mesmo no jejuno, é causada pela liberação descontrolada de gastrina por 
um tumor e a produção massiva de ácido resultante. Os cofatores mais comuns na ulcerogênese péptica 
incluem uso crônico de DAINEs, que causa irritação química direta enquanto suprime a síntese de 
prostaglandinas necessária para a proteção da mucosa; uso de cigarros, que prejudica o fluxo sanguíneo 
mucoso e a cicatrização; e altas doses de corticosteroides que suprimem a síntese de prostaglandinas e 
prejudicam a cicatrização. Úlceras duodenais são mais frequentes em indivíduos com cirrose alcoólica, doença 
obstrutiva pulmonar crônica, falência renal crônica e hiperparatireoidismo. Nas últimas duas condições, a 
hipercalcemia estimula a produção de gastrina e, portanto, aumenta a 
secreção de ácido. Finalmente, o estresse psicológico autoimposto ou 
exógeno pode aumentar a produção gástrica de ácido. 
 Morfologia. As úlceras pépticas são quatro vezes mais comuns no 
duodeno proximal do que no estômago. As úlceras duodenais 
geralmente ocorrem a poucos centímetros da valva pilórica e 
envolvem a parede duodenal anterior. As úlceras pépticas gástricas 
são predominantemente localizadas junto à curvatura menor próxima 
à interface do corpo e do antro. 
As úlceras pépticas são solitárias em mais de 80% dos pacientes. As 
lesões de menos de 0,3 cm de diâmetro tendem a ser superficiais, 
enquanto aquelas acima de 0,6 cm tendem a ser úlceras profundas. A 
úlcera péptica clássica é um defeito em saca-bocado, arredondado a 
oval. A margem da mucosa pode projetar a base levemente, 
particularmente no lado de cima, mas geralmente está nivelada com a 
mucosa circundante. Em contraste, margens proeminentes são mais 
características de cânceres. A profundidade das úlceras pode ser 
limitada pela espessa muscular própria gástrica ou pelo pâncreas 
aderente, pela gordura omental ou pelo fígado. Hemorragia e 
deposição de fibrina estão frequentemente presentes na serosa 
gástrica. A perfuração para a cavidade peritoneal é uma emergência 
cirúrgica que pode ser identificada pela presença de ar livre abaixo do 
diafragma nas radiografias verticais do abdome. 
A base das úlceras pépticas é lisa e limpa como resultado da 
digestão péptica do exsudato, e os vasos sanguíneos podem estar 
evidentes. Em úlceras ativas, a base pode ter uma fina camada de 
restos fibrinoides acima do infiltrado inflamatório 
predominantemente neutrofílico. Abaixo desta, um tecido de 
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granulação ativo infiltrado com leucócitos mononucleares e uma cicatriz fibrosa ou colagenosa formam a base 
da úlcera. As paredes dos vasos na área em cicatrização são tipicamente espessadas e estão ocasionalmente 
trombosadas. O sangramento progressivo na base da úlcera pode causar hemorragia com risco de vida. A 
cicatrização pode envolver a espessura inteira da parede e enrugar a mucosa circundante em pregas que se 
irradiam externamente. 
O tamanho e a localização não diferenciam úlceras benignas de malignas. No entanto, a aparência 
macroscópica das úlceras pépticas crônicas é, na prática, diagnós tica. A transformação maligna das úlceras 
pépticas é muito rara, e relatos da transformação provavelmente representam casos nos quais a lesão que se 
pensava ser benigna era na verdade um carcinoma ulcerado desde o início. 
Características Clínicas. As úlceras pépticas são notoriamente lesões crônicas, recorrentes com muito mais 
morbidade do que mortalidade. Elas podem se apresentar em jovens, mas são mais frequentemente 
diagnosticadas em adultos de meia idade ou mais velhos sem condições precipitantes óbvias. Após um período 
de semanas a meses de doença ativa, a cicatrização pode ocorrer com ou sem terapia, mas a tendência de se 
desenvolver úlcera péptica permanece. A maioria das úlceras pépticas chama a atenção clínica por causa da 
queimação epigástrica ou dor forte, embora uma fração significativa apresente complicações como anemia por 
deficiência de ferro, hemorragia franca ou perfuração. A dor tende a ocorrer de 1 a 3 horas após as refeições 
durante o dia, é pior à noitee é aliviada por álcalis ou alimentos. Náusea, vômito, inchaço, arrotos e perda de 
peso significativa são manifestação adicionais. Com úlceras penetrantes a dor é ocasionalmente referida às 
costas, o quadrante esquerdo superior, ou ao peito, onde pode ser interpretada erroneamente como tendo 
origem cardíaca. 
Gastrite Hipertrófica 
São doenças incomuns caracterizadas por hipertrofia cerebriforme gigante das pregas rugosas em função 
da hiperplasia epitelial sem inflamação. Como esperado, as gastropatias hipertróficas estão ligadas à liberação 
excessiva de fator de crescimento. Os dois exemplos mais bem entendidos são a doença de Ménétrier e a 
síndrome de Zollinger-Ellison. 
Síndrome de Zollinger-Ellison 
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É causada por tumores secretores de gastrina, os gastrinomas, que são mais comumente encontrados no 
intestino delgado e no pâncreas. Os pacientes se apresentam frequentemente com úlceras duodenais ou 
diarreia crônica. No estômago, a característica mais marcante é a duplicação da espessura da mucosa oxíntica 
em função do aumento de cinco vezes no número de células parietais. A gastrina também induz a hiperplasia 
das células mucosas do colo, a hiperprodução de mucinas e a proliferação das células endócrinas na mucosa 
oxíntica. Em alguns casos as células endócrinas podem formar pequenos nódulos displásicos ou, raramente, 
tumores carcinoides verdadeiros. 
O tratamento de indivíduos com a síndrome de Zollinger- Ellison 
inclui o bloqueio da hipersecreção de ácido, o qual é alcançado em 
quase todos os pacientes com inibidores de bombas de prótons ou 
altas doses de antagonistas do receptor de histamina H2. A 
supressão do ácido permite que as úlceras pépticas sarem e evita a 
perfuração gástrica, permitindo que o tratamento seja focado no 
gastrinoma, o qual se torna o principal determinante da 
sobrevivência de longo prazo. 
Doença de Ménétrier 
É um distúrbio raro causado pela secreção excessiva de fator de 
crescimento transformador a (TFG-𝛼). A doença é caracterizada pela 
hiperplasia difusa do epitélio foveolar do corpo e do fundo e pela 
hipoproteína devido à Enteropatia com perda de proteína. 
Os sintomas secundários, tais como perda de peso, diarreia e 
edema periférico, estão comumente presentes. Os sintomas e as 
características patológicas da doença de Ménétrier em crianças são 
similares aos dos adultos, mas a doença pediátrica é geralmente 
autolimitada e frequentemente ocorre em seguida a uma infecção 
respiratória. O risco gástrico de adenocarcinoma é maior em adultos 
com a doença de Ménétrier. 
Morfologia. eÉ caracterizada por hipertrofia irregular das rugas 
gástricas. Algumas áreas podem parecer polipoides. As rugas 
dilatadas estão presentes no corpo e no fundo, mas o antro 
geralmente é poupado. Histologicamente, o aspecto mais 
característico é a hiperplasia das células mucosas foveolares. As 
glândulas são alongadas e com uma aparência de saca-rolhas, e a 
dilatação cística é comum. A inflamação é, no geral, somente 
modesta, embora alguns casos mostrem uma linfocitose 
intraepitelial marcante. Uma atrofia glandular difusa ou em áreas, 
evidente como hipoplasia das células parietais e principais, é típica. 
 
 
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Referencias 
- R.TURNER, Jerrold. O trato gastrointestinal. In: KUMAR, Vinay. Robbins & Cotran - Patologia: bases 
patológicas das doenças. 8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier Editora Ltda., 2010. Cap. 17. p. 771- 840.

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