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USG e Ressonância

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Aula 3 – Sócrates
Tipos de transdutores de Ultrassom
Os principais transdutores do ultrassom são 3: endocavitário (pra introduzir nas cavidades naturais), o linear e o convexo. “esses dois são semelhantes, mas porque que isso interessa? Porque se você pegar um exame, você já sabe o tipo de aparelho que foi usado; por ex. se você receber uma mama feita por esse transdutor (???? Inaudível); você vai ver que o colega está equivocado, e aí o colega vai examinar um órgão que seria pra ser examinado por esse transdutor e usou na verdade esse outro e vice-versa”.
Transdutor linear
O transdutor do tipo linear tem uma frequência muito alta, e quanto maior a frequência, melhor a definição da imagem, mas o som não consegue penetrar muito dentro do corpo; então com tireoide, com uma glândula salivar, com uma mama, esse aparelho vai muito bem.
Transdutor convexo
 O transdutor convexo tem uma frequência menor, com isso ele consegue penetrar mais o corpo (o som vai mais pra dentro do corpo), e faz a reflexão e a gente tem a imagem. Lembrando que o ultrassom, a ecografia nada mais são do que a reflexão do som que bate na estrutura que a gente quer examinar e volta, quando volta transforma impulso elétrico, que vai mostrar um ponto luminoso no monitor. É indicado para examinar abdome.
Então o transdutor convexo consegue penetrar mais ondas sonoras no corpo examinado, então sua profundidade é maior; e o transdutor linear consegue penetrar menos ondas, então sua profundidade é menor.
Transdutor endocavitário
O transdutor endocavitário parte desses mesmos princípios, “mas qual é a grande vantagem desse aparelho?” Quando você introduz o transdutor na cavidade, você fica mais perto da estrutura que você quer examinar, então por ex. você quer examinar uma próstata, quando você examina ela por via transabdominal, aqui por cima, por via transpélvica, você tem uma distância muito grande da próstata; mas quando você introduz no reto, você fica encostando o aparelho na próstata, então você tem todas as estruturas que estariam no caminho eliminadas, com isso você tem uma cuidagem (?) de imagem melhor. Para examinar um útero, ou para examinar a pelve, é muito bom você usar um transdutor endocavitário, porque você fica encostado no útero, então você reduz o espaço e melhora a sua (?) de imagem.
“E como é que eu vou ver isso aqui no dia a dia do meu consultório?” É simples, a imagem que aparecer retinha é feita pelo transdutor linear; a imagem que aparecer côncava (OBS: acho que se a imagem aparecer convexa também, professor não deixou claro) é feita pelo transdutor convexo; e a imagem que aparecer convexa pequenininha é feita pelo transdutor endocavitário. Assim a gente verifica o tipo de transdutor usado nos exames. “Porque que isso interessa?” Como falamos, você sabe o tipo de órgão em que deve ser usado cada transdutor, e pode identificar um erro cometido no exame; mas ATENÇÃO, em medicina nada é “sempre” nem “jamais”, então pode ser que o tipo de transdutor tenha que ser mudado para a avaliação de um órgão em determinada ocasião, por ex. você pode ter um bócio mergulhante enorme que você iria normalmente ver com o transdutor linear (por ser na tireoide), mas devido a dimensão do bócio, você só conseguirá chegar ao fim dele com um transdutor onde as ondas penetrem mais, ou seja, com o transdutor convexo. Mas de forma geral, o melhor transdutor para a tireoide é o linear, e para o abdome é o convexo.
Formação da imagem
Os impulsos elétricos chegam no transdutor, o transdutor emite um ultrassom, que penetra no corpo, é refletido pelas estruturas do corpo/tecidos corporais, e essa reflexão do som (que é o ECO, por isso esses exames ultrassons também são chamados de ecografias) voltam até o transdutor e quando chegam no transdutor são transformados de ECO para eletricidade, essa eletricidade vai pro computador e mostra um ponto luminoso na tela. Isso é importante para compreender como se forma a imagem. Esse fenômeno é baseado no efeito piezoelétrico.
“Entendam assim, a tomografia e o raio-x falam em densidade das estruturas. É bom lembrar, que a formação do raio-x depende de densidade e volume. A ressonância magnética vai falar de intensidade de sinal. E o ultrassom vai falar de ecogeneicidade. Isso é bom pra não ficar falando ‘aquela imagem mais branquinha, aquela imagem mais pretinha’, esses termos são usadas para falar com o paciente, mas com os colegas de profissão, se usa os termos de ecogeneicidade.” 
Se o tecido/estrutura que está sendo examinada refletiu muito eco, essa imagem é muito ecogênica, chamada hiperecóica/hiperecogênica; se refletir pouco eco, será hipoecóica/hipoecogênica; se refletir eco semelhante à vizinha, isoecóica/isoecogênica; e se não refletir nada, não voltar som nenhum, anecóica (característico das coleções líquidas; nelas o som não reflete, ele passa direto; se ele passa direto, não volta nada e o ponto luminoso fica preto).
Fenômenos acústicos posteriores às imagens
Reforço acústico
Um cisto é uma coleção líquida em algum órgão; e ele vai possuir as mesmas características em todos os órgãos. Independente do conteúdo desse líquido, ele não vai emitir eco nenhum, ele não vai fazer a reflexão do som; e o que não reflete som, fica preto. Então, um cisto é visto como preto.
Abaixo da imagem que se forma no cisto, tem um fenômeno físico que é visto como uma “sombra branca”, uma área branca que é chamada de reforço acústico. O reforço acústico não é específico dos líquidos, mas é característico. Quando você tem uma coleção líquida (cisto), você tem um reforço acústico. Então o que caracteriza os líquidos, é o reforço acústico; e sendo um cisto uma coleção líquida, essa é a característica dos cistos, uma imagem anecóica com reforço acústico.
“Isso é um cisto de quê? Não se sabe. Por um acaso está no quadrante inferior externo da mama esquerda, mas se eu escrever ‘tireoide lobo esquerdo’ no lugar de mama esquerda, isso vai ser um cisto de tireoide; se eu tirar ‘mama esquerda’ e colocar ‘fígado lobo esquerdo’ vai ser um cisto no fígado, e assim por diante; porque essa é a imagem clássica do cisto.”
Sombra acústica
Como já foi dito nas aulas anteriores, o ultrassom tem 3 obstáculos importantes: ar, gordura e osso. Imagine agora uma estrutura calcificada, por ex. o osso; existe o ultrassom músculo-esquelético, e você vê o osso, mas apenas a superfície do osso, não é possível ver o interior do osso, porque o ultrassom não consegue entrar na estrutura óssea; então se tiver um tumor na superfície do osso, indo pra fora dele, você consegue ver o tumor; mas se tiver um tumor dentro do osso, na cavidade medular por ex. você não consegue ver. 
“O que acontece quando o ultrassom bate no osso?” ele reflete tudo, se ele reflete tudo, a imagem fica branca. Vamos imaginar uma estrutura calcificada, como os cálculos (existem exceções, pois têm cálculos de diversas naturezas, que não incluem cálcio, mas uma grande parte dos cálculos têm cálcio na sua estrutura; “mas por enquanto vamos pensar assim cálculo → cálcio → calcificação → osso → branco, só para facilitar”). “O que vai acontecer com a calcificação?” Ela vai refletir/voltar todo o som, e, assim, vai formar uma imagem branca; mas ele voltou tanto, que uma área abaixo dele ficou sem som/ultrassom “ele bateu e voltou”, ele teve uma atenuação muito forte desse som, e com isso, ele deixou um rastro preto embaixo, que se chama sombra acústica.
Isso não é específico, é característico dos cálculos (e das calcificações).
Então supondo que a imagem acima tenha sido observada na vesícula e não na mama esquerda, iremos pensar em um cálculo na vesícula; se vermos isso dentro de um rim, pensamos em um cálculo no rim; agora se eu ver isso dentro de uma mama, eu penso em uma calcificação, visto que mama não tem cálculo; “e se for no fígado?” aí complica, porque o fígado tem cálculo e calcificação, “e agora?” se for um cálculo, ele tem que estar dentro das vias biliares; se estiver no parênquima, vai ser calcificação; “mas isso não é tarefa de vocês que tão recebendo o exame,isso é tarefa de quem tá fazendo o exame, mas se vocês receberem um cálculo no parênquima, vocês vão dizer ‘êpa, o cara tá viajando’, e tomem cuidado, porque tem muita gente que está viajando por aí.”
Recaptulando:
Uma coleção líquida é caracterizada por uma imagem sem eco (anecóica) com reforço acústico posterior.
Pode-se perceber que o 1° ponto está “mais esbranquiçado”, então ele não reflete 100% das características de cisto, ele possui um som dentro; logo, eu não tenho certeza se isso é um cisto. O 2° ponto é anecóico (não reflete nada), totalmente preto, não tem som dentro e ainda tem o reforço acústico; logo, eu posso ter a certeza que se trata de um cisto. Nesse caso, o 1° ponto pode se tratar de um líquido de conteúdo espesso, enquanto o 2° apenas de líquido mesmo. “Mas como é que você sai disso? Não sei, pode ser cisto de conteúdo espesso ou nódulo sólido; ‘mas você manda isso pro colega?’ mando isso sim, porque eu não sei e nem ele vai saber. Aí tem dois recursos: 1 – mete uma agulha dentro e tenta aspirar; se sair um líquido de conteúdo espesso, era um cisto de conteúdo espesso, ‘um cisto complicado’; 2 – mandar pra ressonância magnética (caro, mas vai dizer se é cisto ou se é sólido)”.
“Professor, e o que é essa linha preta do lado do reforço acústico?” é uma sombra acústica. Mas isso aí é física, não interessa muito; mas a título de curiosidade, quando o ultrassom bate no cisto, ele sofre os mecanismos que a luz sofre, e um deles (que forma imagem) é a reflexão, que significa que a luz bateu e voltou (que no som é o eco); o outro mecanismo que o som sofre é a refração, que significa que a luz entra num ângulo e quando encontra uma estrutura de ecogeneicidade (no caso do som)/densidade (no caso da luz) diferente, a luz muda de posição, muda de trajetória/ângulo; então quando a luz entra ela faz refração pra lados opostos, deixando uma área no centro sem eco, como mostra a imagem abaixo.
 
“Professor, tanto um cisto quanto uma coleção anecóica podem dar o reforço acústico?” em princípio sim, vamos supor que você tem um ducto cheio de líquido (falando de mama por exemplo”, se você cortá-lo em corte transversal, o que você verá vai ser igual a um cisto, inclusive com reforço acústico. Mas lembrando, que uma imagem anecóica com reforço acústico é característico do cisto, mas não específico; inclusive, uma imagem sólida pode reforço acústico. Então se você ver uma imagem sem som (anecóica) com reforço acústico na parótida, trata-se de um cisto de parótida; na tireóide, é um cisto de tireóide; na mama, é um cisto de mama; no fígado, é um cisto de fígado; no rim, é um cisto de rim... Agora se esse cisto tiver conteúdo como pus e sangue, ele pode formar imagens dentro dele (como na imagem acima).
Na imagem acima temos um nódulo com alo mal definido, mas a ecogeneicidade é muito parecida com a ecogeneicidade do nódulo; se eu tenho uma imagem que é muito semelhante a ecogeneicidade das estruturas vizinhas, eu tenho uma imagem de mesma ecogeneicidade, chamada de isoecóica ou isoecogênica.
Na imagem acima temos um lobo da tireoide com um nódulo dentro dele, esse nódulo é mais “branquinho” que o resto da tireoide, então essa imagem é hiperecóica/hiperecogênica.
Às vezes pode acontecer como no exame acima, onde se tem uma coleção líquida, com seu respectivo reforço acústico embaixo dela, e dentro dela há uma parte sólida (mostrada pela seta).
Agora voltando pra essa imagem que está acima, existe uma regra que diz que de modo geral (não é lei), esses cistos que têm a parede bem lisinha, que não têm nada na parede (seja na parótida, na tireoide, na mama, no fígado, no rim, no ovário...), indicam alterações benignas (que às vezes podem até trazer complicações, por ex. você tem um cisto benigno no fígado, mas que está comprimindo os ductos hepáticos, dando um congestionamento da circulação da bile; ou um cisto benigno no rim que cresceu tanto que passou a comprimir a saída do ureter..., mas de modo geral, não indicam NADA).
E de modo geral, um cisto que tem uma vegetação na parede ou algo na parede, como o da imagem abaixo, não é bom; tendo que ser estudado. Não importa se está no ovário, no fígado, na mama... se tem vegetação sólida, investigue.
Muitas vezes a “vegetação” como a que está na imagem acima, nem é vegetação de fato, pode ser por ex. proteínas que estavam no líquido do cisto e essas proteínas coagularam, e na imagem ficou parecendo uma estrutura sólida (e muitas vezes não é); para isso tem que ter o recurso do doppler. Coloca-se o doppler nessa região para ver se tem fluxo, se tiver fluxo tem que ser investigado, independente de onde seja.
A primeira imagem isoecóica mostrada na aula estava mais fácil de ser observada, porque o nódulo tinha um alo. Já na imagem acima, o nódulo é isoecóico e não possui alo, o que torna muito difícil sua visualização.
Existem ainda imagens como a acima, da tireoide, que possui 3 tipos diferentes de ecogeneicidade (OBS: eu quem coloquei esses X, Y e Z pra ficar mais fácil de ver), esse tipo de imagem é chamada de imagem heterogênea.
Efeito Doppler
Uma coisa fantástica do ultrassom é que ele consegue pegar líquidos em movimento, através de um efeito sonoro chamado Efeito Doppler.
“Johann Doppler, um físico austríaco, estava num navio e percebeu que pela som produzido pera sirene de um outro navio, ele poderia perceber mais ou menos a distância em que o navio se encontrava. O mesmo é visto em ambulâncias, por ex.”
Isso também é usado em líquidos se deslocando; em líquidos em movimento. Isso é muito positivo porque pode ser usado em exames de vascularização; sendo os vasos sanguíneos muito bem estudados graças ao Efeito Doppler.
 
As imagens acima mostram nódulos que têm vascularização na periferia e no seu interior, respectivamente; sendo isso visto pelo Doppler.
É muito interessante porque como eu consigo medir essas correntes líquidas, eu consigo estudar muito bem o coração. A Ecocardiografia é um exame importantíssimo e não invasivo que demonstra muito bem como está a circulação intracardíaca e dos grandes vasos da base.
Como já dito anteriormente, a imagem acima mostra um cisto com uma vegetação. Mas como eu provo que uma imagem sólida é uma vegetação? Eu tenho que mostrar vasos dentro da imagem sólida; se houver vaso, pode-se dizer sem dúvidas que isso é uma vegetação sólida na parede do cisto. Essa é a fora de afirmar com certeza que isso é sólido. “Professor, isso pode ser uma calcificação?” Poderia até acontecer, mas nesse caso, sabemos que não é, porque se fosse uma calcificação seria formada uma imagem bem mais branca. Agora uma observação: existem cistos com um conteúdo proteico muito grande, e a proteína pode coagular (assim como o leite coagula e vira a coalhada, o queijo...), e para diferir uma coagulação de uma vegetação, eu posso mexer o paciente, se eu movimentá-lo e isso não for uma vegetação, e for uma coagulação, isso vai provavelmente rolar, vai sair do lugar (isso não é 100% das vezes, mas na maioria), outra questão é que a coagulação não possui fluxo sanguíneo. 
Essa questão da movimentação é interessante porque pode ajudar no diagnóstico durante um exame em que em que se tem dúvida se o material analisado é uma pedra ou um pólipo. Por ex. no exame de uma vesícula que está cheia de pedras, você muda o paciente de lado e as pedras vão se movimentando conforme o paciente se locomove. Agora se a imagem não se movimenta, você pensa que não é pedra.
Essa técnica de movimentação às vezes funciona, mas o que é realmente preciso para determinar uma vegetação é mostrar que há fluxo sanguíneo dentro da imagem sólida. Mas às vezes esses vasos possuem um fluxo muito pequeno, e aí o aparelho não consegue detectar que há fluxo dentro daquela vegetação, mas não é que não tenha fluxo, apenas o aparelho não possui a sensibilidade para detectar isso.
Curiosidade: Cristina Chammas é uma brasileira, respeitada no mundo inteiro, que faz exame de tireoide. Ela tem uma classificação de tireoide usada em várias partes do mundo com base em umestudo feito por Lagalla. Lagalla fez um trabalho sobre as vascularizações dos nódulos da tireóide e começou a mostrar a vascularização dos nódulos da tireoide; onde analisou que tinham nódulos da tireoide que não tinham vascularização, tinham nódulos da tireoide que tinham vascularização na periferia, e tinham nódulos de tireoide que tinham vascularização no interior. Cristina Chammas pegou esse trabalho e o refez, mostrando que existiam nódulos da tireoide que não tinham vascularização; tinham nódulos de tireoide que tinham vascularização periférica; tinham nódulos da tireoide que tinham vascularização periférica e central, mas mais predominante na periferia; tinham nódulos de tireoide que tinham vascularização periférica e central, mas predominantemente central; e tinham nódulos de tireoide que tinham apenas a vascularização central. Associando essas observações com as biopsias desses nódulos, ela mostrou matematicamente que um nódulo sem vascularização normalmente é benigno, com vascularização na periferia também é normalmente benigno, e conforme a vascularização for se centralizando, vai se suspeitando da malignidade do nódulo.
Agora voltando ao assunto das vegetações, se for uma vegetação tem que ter vascularização porque é o jeito desse tipo de nódulo sobreviver. Quando o nódulo é pequeno, ele recebe alimentação das estruturas/interstício que está em volta dele. Quando ele cresce (2mm/3mm), ele precisa de uma vascularização própria. É essa a grande jogada da curva de contraste da ressonância magnética, quando você tem um vaso tumoral muito bem formado, a curva da ressonância magnética vai subindo mais (são 3 tipos de curva), porque essse vaso deixa passar muito pouco liquido pelas suas células do interticio, sua permeabilidade é baixa, porque é um vaso muito bem formado, diferente de um vaso neoformado, que muitas vezes nem possui todas as camadas da parede de um vaso. O vaso bem formado a curva fica em platô, e o vaso mal formado passa e recolhe o contraste muito rápido, então ele cora a lesão muito rápido e absorve esse contraste muito rápido. (obs: também não entendi direito o que ele quis dizer, ele disse exatamente assim kkk, acho que ele vai explicar melhor mais afrente nessa aula quando tiver falando de ressonância).
Ressonância nuclear magnética
Vamos entender os princípios físicos da ressonância magnética: A Terra é um ambiente magnetizado, para conferir isso é só pegar uma agulha ferro-magnética, colocar numa superfície que ela consiga boiar, e ela vai apontar para o norte; isso acontece porque o polo norte é o polo de maior magnetismo, e é a isso que é associado às bússolas. Nós vivemos em um ambiente da Terra que tem uma variação de magnetismo de 0,3 a 0,7 gauss, é um magnetismo pequeno, mas ainda assim é um campo magnético. A Terra toda tem um magnetismo em torno de 0,5 gauss.
A ressonância magnética usa campos magnéticos com ondas de radiofrequência/ondas eletromagnéticas/ondas de radio (o raio-x, a luz, o telefone, e a rádio AM/FM... são ondas/radiações eletromagnéticas) dentro de um campo magnético para formar a imagem. Ou seja, ela usa um grande campo magnético com ondas eletromagnéticas (ondas de rádio) para formar imagens construídas matematicamente.
A imagem por ressonância nuclear magnética não utiliza radiação ionizante; não possui riscos conhecidos para a saúde; as imagens não são degradadas por ar, osso ou gordura; possui contraste de partes moles superior a todos os métodos de imagem; e as imagens são obtidas em múltiplos planos.
“Qual o melhor exame de imagem?” Depende do que você quer ver; por ex. pulmão é péssimo para ser visto por ressonância magnética, mas se você quiser ver SNC, o melhor exame é ressonância magnética. E nós vamos entender porque ele é o melhor exame de imagem para ver partes moles.
Você pode cortar a ressonância magnética no ângulo que você quiser e do jeito que você quiser, no plano oblíquo, coronal, sagital, axial... e você obtém imagem.
Para entendermos os princípios físicos da ressonância magnética precisamos entender a estrutura dos átomos.
Um átomo é uma estrutura elementar eletricamente equilibrada que tem uma periferia que tem os elétrons, onde estão as propriedades químicas; e uma parte central que é o núcleo onde estão as propriedade físicas.
Todo o processo de formação de imagens da ressonância magnética vai se basear no núcleo do átomo. Eu posso ter imagem de ressonância magnética de átomos de carbono, de sódio, de fósforo... mas ninguém usa, a não ser em laboratório. O que nós usamos é o átomo de hidrogênio, e usamos ele porque ele é o átomo mais simples que tem, possuindo apenas um próton, e porque ele é o átomo mais abundante na natureza. A maior parte de nós é água, H₂O, ou seja, dois átomos de hidrogênio.
Vamos entender esse mecanismo... Nós vivemos na Terra, que é um campo magnético, e o polo norte é o porte de maior ecogeneicidade magnética, sendo que esse magnetismo vai de 0,3 gauss a 0,7 gauss, que é um magnetismo pequeno. Quando eu estou falando de ressonância magnética, eu estou falando de um campo que vai magnetizar o corpo/estrutura que eu vou examinar, por isso tem que estar em um campo de altíssimo magnetismo. Então por isso eu não uso o gauss, eu uso o tesla. O magnetismo das ressonâncias magnéticas são medidas em tesla, que é uma unidade de magnetismo, de campo magnético. O tesla é um magnetismo 10.000x maior que o do campo da Terra.
A imagem da ressonância magnética é formada através dos prótons dentro do núcleo do átomo de hidrogênio. Quando se está nesse magnetismo baixo da Terra, os átomos de hidrogênio estão em uma movimentação aleatória, eles não ficam ordenados, é uma grande confusão, funcionando como vetores, como um ninho, sem rumo certo.
Já quando eles são submetidos ao campo magnético alto do aparelho, os átomos ficam ordenados (atenção: eles não param, eles ficam ordenados, mas mexendo ao redor do seu próprio eixo, num movimento/eixo chamado spin); paralelos ao campo magnético colocado ali, sendo que esse eixo também tem o norte mais magnetizado, ou seja, o fluxo magnético desse campo acontece do sul para o norte, sempre a favor do norte; mas acontece que têm átomos que vão ficar contra o fluxo magnético; a maioria fica a favor do fluxo (pro norte), enquanto a minoria fica contra o fluxo (pro sul); quem está a favor do fluxo magnético gasta menos energia do que quem está contra o fluxo magnético.
Quem está contrário ao campo magnético é chamado antiparalelo, está em alta energia, e por isso em estado excitado. Quem está a favor do campo magnético é chamado paralelo, está em baixa energia, e por isso em estado básico.
Como foi falado, a ressonância magnética é uma imagem formada dentro de um campo magnético muito alto através de ondas de rádio e que matematicamente forma uma imagem.
Eu tinha um átomo de hidrogênio girando em torno do eixo em linhas pontilhadas, quando eu jogo uma onda de radiofrequência (uma onda de radiofrequência é uma radiação eletromagnética; uma radiação eletromagnética são pacotes de energia chamados fótons andando sobre forma de ondas; os fótons são o que caracterizam as radiações eletromagnética), ou seja, quando eu jogo pacotes de energia caminhando sobre forma de ondas dentro desse ambiente magnetizado (da imagem), eu desloco o eixo desse próton, e tiro ele do promo (? Ele quis dizer a linha reta pontilhada). Como dito anteriormente, existem dois tipos de alinhamento dos átomos nesse campo magnético, uns que estão no estado básico e outros que estão no estado excitado, quem tem mais energia são os que estão em estado excitado, “quem eu vou gastar mais energia para deslocar?” São os que estão em estado excitado. Se eu parar de mandar essa onda de rádio, os átomos voltam ao eixo da linha reta pontilhada; e a energia que antes tinha deslocado os átomos vai embora sobre a forma de radiofrequência, e é captada por uma antena (então pra isso eu tenho que ter uma antena; assim como no telefone, na radio AM/FM você precisa de uma antena para receber a onda, transformá-la em eletricidadee você receber o som), ou seja, a antena capta esses fótons/ondas, e o computador vai transformar isso em imagem.
Então a imagem da ressonância magnética vem do retorno desses átomos ao estado original que eles estavam (ou básico ou excitado, sendo que quem manda mais energia/ondas para dentro do sistema são os que estão excitados).
Então recapitulando, a antena capta as ondas e as transforma em imagem. Então a imagem da ressonância magnética vai ser dada por intensidade de sinal, quanto mais energia eu mandar para a antena, maior vai ser minha intensidade de sinal.
Então em ressonância magnética eu vou falar de sinal; então eu terei imagens de alto sinal e baixo sinal.
Quando o átomo de hidrogênio volta ao seu estado original, isso é chamado de relaxamento (“ao cessar o pulso de RF os prótons de hidrogênio liberam a energia absorvida com um sinal de rádio na mesma frequência e retornam ao seu alinhamento num processo chamado relaxamento”).
Em outras palavras, quando se joga o sinal sobre os átomos, eles deslocam, quando se tira o sinal, os átomos/prótons voltam para a posição inicial, e com isso eles mandam de volta o sinal; uma antena capta isso, e transforma isso em imagem.
Manda-se uma onda aos prótons/átomos → prótons/átomos são deslocados → retira-se a onda → prótons/átomos voltam a posição original → energia da onda é mandada de volta → uma antena capta essa energia → a imagem da ressonância magnética é formada.
Da energia que sai do relaxamento dos prótons é que é formada a imagem.
Os campos magnéticos usados na prática clínica variam de 0,15T a 3,0T (1.500G a 30.000G).

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