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Aula 1 – Conceitos sobre fármacos
A palavra farmacologia vem da junção de duas palavras gregas que basicamente significam o estudo das drogas; e drogas não se refere apenas à substâncias que viciam (e, base, todo medicamento é capaz de viciar, pois todo medicamento é capaz de causar dependência/tolerância pelo organismo).
Droga é uma substância que age no organismo, ela causa algum mecanismo de ação. Droga pode ser dividida em: fármaco (quando tem ação benéfica no organismo, até certas doses), ou tóxico (quando tem ação danosa). Um fármaco pode se tornar um tóxico a depender da dose, por ex. o paracetamol pode causar insuficiência hepática se tomado em doses muito altas.
Então, a farmacologia estuda os fármacos, os tóxicos e os sistemas biológicos (em um organismo in vivo ou em um organismo in vitro).
*Questão de prova* “Quais os requisitos para o estudo ser considerado farmacológico?” Primeiro, o estudo da droga em si, levando em conta sua constituição (caracterização química); segundo, a aplicação dela num sistema in vivo ou in vitro. É importante saber isso, porque ao longo da disciplina serão lidos artigos nos quais serão necessário diferenciar os artigos de grupos de caracterização química dos artigos de estudo farmacológicos; ou seja, nem todo artigo que traz o estudo de uma droga é um artigo farmacológico.
Basicamente a farmacalogia vai estudar isso, as propriedades e os efeitos das drogas nos organismos vivos.
Droga, dentro da farmacologia, é definida como qualquer substância que interage com sistemas biológicos produzindo alterações funcionais e não induzindo o aparecimento de novas funções. Por ex. você não toma um fármaco pra dor de cabeça esperando que ele pare seus músculos; você também não toma um remédio para disfunção erétil esperando que ele cause sudorese.
Atualmente, a farmacologia vem entrando em um ramo bem interessante que é o da farmacologia gênica, daqui a uns anos, pode ser que se indique tal medicamento para um paciente de acordo com a sua genética. Hoje em dia, as indicações das doses dos medicamentos são feitas através de uma média que pessoas com genéticas diferentes possam tomar a mesma dose sem ter malefícios (dose segura), mas futuramente, pode ser que as terapias serão específicas (dose, tipo e tempo) de acordo com cada pessoa. Isso principalmente na parte hipertensiva e na parte de ansiolíticos (que são os que mais causam ?).
A farmacologia está inserida no meio da equipe farmacêutica (que engloba a química, bioquímica, biologia e microbiologia – muito atrelada a parte química para entender como as substâncias reagem em organismos, e, também, para entender como organismos conseguem produzir algumas substâncias) e da equipe de medicina intensiva (que engloba os estudos fisiológicos dos organismos para entender como essas drogas vão interagir dentro dos sistemas biológicos).
A farmacologia se divide em farmacocinética e farmacodinâmica. Quando nos fazemos um estudo farmacológico, nós precisamos ter um entendimento do que a droga vai fazer dentro do nosso organismo, mas também precisamos saber o que o nosso organismo vai fazer com a droga. E quando eu digo o organismo agir sobre a droga é em relação a desintegração, a absorção, a transporte e distribuição, ao metabolismo e a excreção; isso tudo está dentro da farmacocinética, que é o que o organismo faz com a droga. A farmacodinâmica engloba os mecanismos de ação das drogas, desde a parte de transportadores de canais até a inibição das ciclo-oxigenases.
Os princípios farmacodinâmicos informam a ação da droga sobre o organismo, não importando quanto tempo é levado para ela ser excretada, importando apenas o que ela faz. Já os princípios farmacocinéticos, englobam a ação do organismo quando entra em contato com essas drogas, como já dito, desde a parte da absorção, distribuição, biotransformação/metabolização e excreção/eliminação.
A farmacologia é dividida em:
· Farmacologia geral – engloba os conceitos básicos das drogas.
· Farmacologia clínica
· Toxicologia
“Como que surgiu a farmacologia? Desde que gente é gente, gente gosta de tomar remédio, mas porque isso?” Porque esses medicamentos eliminam podem prevenir, curar ou controlar estados patológicos. A cura nem sempre é alcançada, e aí que passamos a controlar, e quando entramos nesse controle, entramos em um quadros de dependência, como os anti-hipertensivos por ex., isso porque a pessoa sempre vai ter que tomar os medicamentos para controlar sua síndrome. 
Do ponto de vista fundamental, vem-se o desejo de controlar a qualidade de vida dos seres humanos, aliviar, ou, se possível, extinguir a dor, e prolongar a vida, mas nem sempre isso acontece. Como dizia Katzung, o objetivo da terapia medicamentosa é obter os efeitos médicos desejados com o mínimo de efeitos adversos. Hoje em dia esses efeitos adversos são cada vez menos observados.
Há uns anos foi observado que o Amazonas tinha um alto índice de esteatose hepática, e para se desenvolver essa condição, existem alguns “pré-requisitos”, que podem ser hábitos de vida não saudáveis (não faz atividade física), ou fatores genéticos (defeitos genéticos que acarretam o acúmulo de gordura no fígado), ou você come demais (aí não dá tempo do fígado metabolizar e a gordura acaba se acumulando), ou você está tomando alguma coisa que tá causando uma alteração no seu fígado, e aí ao invés dele eliminar esse excesso de gordura, ele está preocupado em metabolizar o excesso dessa substância que você está tomando. No Amazonas, os altos índices de esteatose hepática foram associados ao consumo de açaí, ao tucumã e às garrafadas (complexo de ervas amazônicas).
O primeiro povo a relatar o uso de terapia medicamentosa foi o povo egípcio, eles faziam terapias padronizadas, ou seja, eles entendiam de alguns métodos terapêuticos podiam ser aplicados a mais de uma pessoa, e foram criando protocolos de terapêutica. Além disso, desenvolveram algumas especialidades médicas, e desenvolveram medidas de saúde pública e saneamento. Uma dessas medidas foi o uso do mel.
Depois vieram os gregos, que não acreditavam que a saúde do homem estava relacionada ao uso de qualquer erva ou substância, mas sim que o destino dos homens estava nas mãos dos deuses. Aí veio Hipócrates e quebrou isso, dizendo que as doenças tinham causas naturais e não sobrenaturais, focando a medicina em bases científicas.
O primeiro registro de uso de produtos farmacológicos vem do Tratado de Pentissal (?) que era um tratado chinês sobre ervas, onde foi descrito várias ervas na região da China e os seus efeitos sobre algumas pessoas.
Depois veio o Código de Hamurabi que também descrevia algumas ervas e mencionou condições inadequadas e excessivas para (?).
Também tivemos o Papiro de Hargers (?).
E somente muitos anos depois, no século XVII, que François estabeleceu as bases experimentais para o estudo da farmacologia moderna, englobando os efeitos fisiológicos das subtâncias, foi nessa época também que se teve o estudo da fisiologia.
Até por volta de 1920, o que predominou foi o uso de produtos naturais, principalmente os de produtos de plantas, que foi denominado fitoterapia devido ao baixo poder de compra da população, que recorria aos curandeiros que receitavam ervas.
Dito isso, a farmacologia tem que ser fundamentada na reação da droga com o organismo; o que a droga faz com o organismo, e também o que o organismo faz com a droga. E, nessa relação, existem efeitos benéficos, em que essas substâncias podem ser nutrientes (quando nutrem o organismo, por ex. carboidratos) ou fármacos (quando elas têm ação no corpo alterando a fisiologia, e quando temos drogas de efeitos prejudicial, temos os tóxicos).
Livro: Farmacologia do reggae de.

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