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Aula8_DOPING

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DOPING
GENÉTICO E ÉTICA
Discussão ética
A relação da genética com o desempenho esportivo tem ganhado cada vez mais enfoque dentro
do campo científico→ genes candidatos à performance humana
Dentro de um período de tempo relativamente curto, será possível mapear os genes de um
recém-nascido e saber em quais modalidades ele teria mais chance de se desenvolver.
Seria possível, portanto, selecionar ou até 
mesmo criar campeões? 
Discussão ética
• Fatores genéticos contribuem para um melhor desempenho físico/esportivo, porém a
identificação de genes específicos ou contribuição genética nessa área ainda está em estágios
iniciais, de modo que a venda de testes estaria muito mais relacionada ao marketing genético do
que à ciência
• Contribuição genética ao esporte é muito complexa, não associada a apenas um ou dois fatores,
e não facilmente adaptada a testes genéticos “diretos para o consumidor”.
• Mesmo que o conhecimento na área da genética evolua progressivamente, auxiliando na
investigação de diferentes genes que estejam associados ao desempenho de alto rendimento,
essa forma de identificação jamais deverá ser utilizada de forma única para seleção, formação e
detecção de talentos.
• Ela poderá, sim, dar melhores direções para o sucesso ou fracasso em determinada
modalidade, mas jamais deverá tirar o poder de escolha do praticante ou desconsiderar os
demais aspectos necessários para o sucesso
Doping genético
• Desvalorização da ética esportiva
• Doping genético ou terapia gênica
• COI (2001) - declarou que a terapia gênica, além da sua importância no tratamento e
prevenção de doenças, tem grande potencial para uso indevido nos esportes, e que formas
de detecção do doping genético devem ser desenvolvidas e aplicada
• 2003 – o doping genético entrou para a lista dos métodos proibidos
World Anti-Doping Agency: doping genético é o uso não
terapêutico de células, genes e elementos gênicos, ou a 
modulação da expressão gênica, que tenham a capacidade de 
aumentar o desempenho esportivo
Doping genético
• Lesões decorrentes da prática esportiva constituem um dos principais fatores de abandono
precoce da carreira esportiva, de afastamento prolongado de treinos e competições, e de queda
no rendimento, podendo até mesmo acarretar em limitações funcionais em idades mais
avançadas
→ terapia gênica → reconstituição de tecidos lesionados
conjunto de técnicas que permitem a 
inserção e expressão de um gene 
terapêutico em células-alvo que apresentam 
algum tipo de desordem de origem genética 
(não necessariamente hereditária), 
possibilitando a correção dos produtos 
gênicos inadequados que causam doenças
Um atleta que pratica o doping genético incorpora um gene 
extra em sua quantidade de informação genética (DNA ou 
RNA), por meio de procedimentos gene-terapêuticos. 
Caso a informação genética inserida seja o DNA, ele é 
chamado DNA transgênico (DNAt) e serve como um 
modelo para produzir uma proteína dentro do corpo do 
atleta.
Doping genético
• Considerando que a terapia gênica está apenas em estágio inicial de desenvolvimento e que,
teoricamente, os atletas ainda não fazem uso desse tipo de estratégia ergogênica, pode-se apenas
comentar sobre os genes que são candidatos importantes ao uso indevido no meio esportivo
- Eritropoietina
- Bloqueadores da miostatina (folistatina e outros)
- Fator de crescimento do endotélio vascular (VEFG)
- Ator de crescimento semelhante à insulina tipo 1(IGF-1)
- Hormônio do crescimento (GH)
- Leptina
- Endorfinas e encefalinas
- Receptores ativados por proliferadores de peroxissoma delta (PPARδ)
Eritropoietina (EPO)
• A eritropoietina (EPO) é o principal regulador da produção de glóbulos vermelhos, suas principais funções
são promover a diferenciação eritróide e iniciar a síntese de hemoglobina
• Devido à sua capacidade de estimular a produção de glóbulos vermelhos e consequentemente aumentar o
aporte de oxigênio para os tecidos, a utilização da EPO no esporte foi proibida pelo Comitê Olímpico
Internacional (COI) a partir de 1987
• uso de EPO e de seus análogos como casos de doping sanguíneo por administração exógena de hormônio peptídico
- 2004 - hormônio eritropoietina (EPO) em macacos por via intramuscular utilizando vetores de vírus →
desenvolveram níveis suprafisiológicos de EPO e policitemia, no entanto, houve anemia grave verificada em 
alguns animais, devido a uma resposta auto-imune ao transgene EPO
- 2009 - Pesquisas com ratos e macacos conseguiram com sucesso transferir uma cópia adicional do gene da 
eritropoietina
◦ hematócrito dos animais subiu para valores próximos de 80% e permaneceu nesse nível durante quatro meses
◦ risco sério: comprometimento da função cardiovascular, incluindo dificuldade de manutenção do débito cardíaco e da 
perfusão tecidual, devido ao substancial aumento da viscosidade sanguínea
Fator de crescimento vascular endotelial
• Fator de crescimento vascular endotelial 8 (VEGF 8): pode ser usado para ajudar no crescimento
de novos vasos sanguíneos→ tratamento de pacientes com doença isquêmica do coração
• Atletas: Angiogênese - adaptação ao exercício aeróbio que aumenta o número de capilares no
músculo esquelético → superfonte de oxigênio e outros nutrientes para os tecidos,
destacando-se músculos, pulmões, coração e outros órgãos
• Principais preocupações: Risco aumentado de doença neoplásica e malignização, agravamento
da doença aterosclerótica, ou retinopatia e o efeito adverso mais comum de angiogênese
terapêutica tem sido edema local
Sistema muscular-esquelético
• Hormônio de crescimento GH, também chamado de somatotropina, é o peptídeo produzido em maior 
quantidade pela hipófise anterior, e exerce um papel de destaque no crescimento ósseo e dos tecidos moles, 
particularmente no período pós-natal
-Efeitos biológicos são em grande parte mediados pela produção do fator de crescimento semelhante à 
insulina-I (IGF1) no fígado e em tecidos periféricos
- As ações diretas do GH são antagonistas aos efeitos provocados pela insulina → hormônio "diabetogênico”
- IGF - é importante para o desenvolvimento e progressão do câncer
promover a síntese do DNA
Aplicação de GH eleva a quantidade sérica de IGF-1 
cerca de 50 vezes mais do que injetar o próprio IGF-1
Possíveis métodos de detecção do 
doping genético
• A ameaça do doping genético decorre do fato de que seria possível produzir praticamente 
qualquer proteína que pode agir como uma substância ergogênica. 
• Essa proteína seria bastante semelhante à endógena, produzida normalmente. 
Como será possível diferenciar duas proteínas com a mesma função e estrutura, produzidas no 
mesmo local pela mesma maquinaria celular?
• Há necessidade de se realizar uma biópsia intramuscular exatamente no tecido manipulado
geneticamente e as proteínas investigadas serem exatamente as alteradas
Detecção de doping genético
• Cientista russo-australiana Anna Baotina - Natural Measurement Institute Australian
• desenvolvimento do teste, que usa apenas uma amostra de sangue
•A Wada se preocupava em detectar o doping genético desde 2003, quando foi oficialmente banido, e a
partir de 2011 passou a financiar, junto com o governo australiano, estudos para apontá-lo
• Primeiro gene: EPO
• Técnica: PCR
•Há mais de 20 anos os laboratórios produzem EPO de forma artificial. Como num remédio para
prevenir anemia em pacientes com insuficiência renal, por exemplo
- Um dos maiores exemplos foi do ciclista Lance Armstrong, que perdeu os sete títulos conquistados no
Tour de France e a medalha de bronze em Sydney depois de ter sido pego no antidoping por ter tomado
EPO sintético em toda a sua carreira.
Evolução do Dooping Genético
•O dooping genético não será mais por terapia gênica, mas por edição gênica
• CRISPR - Repetições Palindrômicas Curtas Agrupadas e Regularmente Interespaçadas
Detectar o aumento da expressão de EPO devido à inserção de um agente externo é uma 
coisa. Detectar esse mesmo aumento pela produção orgânica do maquinário da própriacélula é um desafio completamente diferente.
CRISPR
•Frequentemente usado como um termo geral para se referir à edição genômica (um tipo
de engenharia genética em que o DNA é inserido, substituído, ou removido de um genoma
utilizando nucleases modificadas artificialmente, ou “tesoura molecular“)
•Sistema Cas9 + CRISPR→ deleção seletiva do DNA
•As aplicações de CRISPR abrangem quase todos os setores envolvendo sistemas biológicos.
- Danisco (DuPont) foi um dos pioneiros na utilização comercial da tecnologia CRISPR para aumentar a
imunidade viral em bactérias utilizadas para a produção de iogurtes e queijos
FIM DA MALÁRIA
Um projeto já conseguiu dar
o pontapé inicial para o fim
da malária. A estratégia
consiste em ‘vacinar’
mosquitos, editando seus
genes e modificando o
padrão de herança de modo
a provocar esterilidade. A
taxa de transmissão para as
gerações seguintes ficou
entre 91,4% e 99,6%
CURA DA AIDS
Um dos recentes achados
promete ter impacto no
tratamento da Aids e de
outras doenças virais.
Usando o Crispr-Cas9,
cientistas conseguiram
extirpar o material genético
do HIV de dentro de células
brancas do sangue –onde o
vírus costuma se esconder
SUPERBEBÊS
Escolher tipo físico, aptidão 
musical e cor dos olhos é só 
o começo do que uma 
técnica que eficientemente 
edita o genoma é capaz de 
fazer. Humanos transgênicos 
são uma possibilidade real e 
os cientistas estão até 
propondo um período de 
‘trégua’ para uma discussão 
do ponto de vista ético
Evolução do Dooping Genético
• Isso já fez com que em outubro de 2017 a Agência Mundial Anti-Doping incluísse a edição de
genes na lista negra do esporte.
• Porém, ainda não está completamente claro como isso será fiscalizado.
• Existem relatos de que a Agência Mundial Anti-Doping já considerou realizar um
cadastramento genético de todos os atletas.
→Dessa forma eles realizariam análises ao longo dos anos para verificar se ocorreu algum tipo
de edição.
→Porém, essa abordagem também tem seus próprios riscos e questionamentos éticos.
Obrigada!
BONS ESTUDOS!!

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