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Tópicos de atuação profissional - pedagogia - unidade 2

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Maria Luiza

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5 EDUCAÇÃO SOCIAL
5.1 Breve histórico
Ao pensarmos em educação, podemos compreendê-la pelas mais variadas concepções. Desta forma, 
escolhemos a de Maturana (1999), para quem a educação é um processo de interação que ocorre o 
tempo todo, ou seja, o conviver em sociedade é o que permite a troca entre o educando e o educador. 
Vista por esse ângulo, a educação não pode acontecer apenas em instituições escolares, mas em espaços 
não escolares.
Partindo desse conceito, a educação é um processo que sofre interferências subjetivas como 
questões culturais e históricas, que permeiam nossa vida. Essa ideia passou a ser nomeada como 
educação social que, segundo Paulo Freire (2008), é um processo de formação humana, ou de 
humanização. As ideias centrais de Paulo Freire dizem respeito à necessidade de se construir uma 
educação prioritariamente democrática, que seja capaz de levar o educando de uma consciência 
ingênua à consciência crítica. Para que isso se torne possível, os métodos pedagógicos devem 
proporcionar ao educando a compreensão crítica dos problemas que envolvem seu bairro, seu país e 
mundo.
Freire não propõe apenas a mudança de concepções de educação, mas a modificação do 
espaço físico: se, na educação formal, as salas de aula com carteiras enfileiradas são condições 
para o aprendizado, para o autor, a educação social pode construir-se em espaços não escolares, 
organizados em círculos para o debate de temas socialmente relevantes entre educadores e 
educandos.
A origem latino-americana, a nacionalidade brasileira, a regionalidade nordestina e a experiência 
empírica desenvolvida no Estado do Rio Grande do Norte fazem-nos optar por um estudo mais 
aprofundado do legado de Paulo Freire para a compreensão mais ampliada da educação social. Os 
motivos que julgamos centrais para essa escolha são: sua contribuição no plano do contato efetivo 
com a realidade local dos excluídos no contexto imediato que nos cerca e seu caráter crítico, reflexivo e 
pesquisador da teoria desenvolvida. Assim, é inquestionável a importância dos estudos de Freire como 
marco teórico para compreensão e reflexão sobre a Pedagogia Social nos contextos não escolares de 
educação social.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Figura 23 – Paulo Freire
Para compreender a Pedagogia Social, é preciso entender também o contexto histórico em 
que ela surge. A educação formal sempre foi privilégio das classes mais abastadas, ou seja, 
das detentoras do poder, mas durante os séculos XX e XXI, percebeu-se que as classes menos 
favorecidas recebiam educação de pouca qualidade, isso gerava uma exclusão daqueles que já 
estavam nessa situação.
 Observação
Paulo Freire atuou também em cargos políticos: de 1 de janeiro de 1989 
a 27 de maio de 1991 foi Secretário da Educação da Cidade de São Paulo.
5.1.1 A iniciativa das ONGs
Na tentativa de reinserir ou inserir socialmente aqueles que foram excluídos, foram criadas as 
iniciativas de Organizações Não Governamentais (ONGs), bem como de instituições públicas a fim de 
desenvolverem políticas compensatórias de formação dos excluídos que compõem a massa das classes 
populares.
Na sua maioria, esses projetos referenciam uma educação voltada à 
cidadania, não mais no sentido da garantia da participação e organização da 
população civil, na luta contra o regime militar, tal como ocorria no período 
dos anos 1970 e 1980, mas no sentido de uma cidadania ressignificada para 
o exercício da civilidade, da responsabilidade e para a responsabilização 
social de todos (MOURA apud MAKARENKO, 1989, p. 229).
A partir de 1990, as ONGs difundiram-se país afora. O projeto de educação social no Brasil deslocou-
se para a esfera de organizações que geram recursos próprios e lutam na perspectiva lucrativa por 
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acesso aos fundos públicos. Com isso, a economia informal, ou terceiro setor, passou a ser um dos 
principais espaços de realização da educação social. Diante do crescente aumento das ONGs, nasceu a 
necessidade de qualificação de seus quadros de educadores sociais.
O Banco Mundial, a partir dos anos 1990, como agência financiadora da educação em países em 
desenvolvimento, estabeleceu diálogos e parcerias com as ONGs. Diante desse incentivo, o terceiro 
setor passou a se caracterizar como o novo setor favorável no plano da economia social. Com sua 
expansão, o desenvolvimento sustentável criou e desenvolveu frentes de trabalho, estruturou-se 
como uma empresa que se autodenominou cidadã e que tornou-se o foco inicial de contestação 
dos educadores sociais progressistas. O eixo articulatório que passou a fundamentar a participação 
na educação social nos anos 1990 é dado pelo princípio da lucratividade e da economia. Causas 
humanitárias também passaram a agregar valor às entidades, como organização pela paz, contra 
fome, contra violência, entre outros temas. Esta nova era econômica, política e social, na qual os 
conflitos sociais não são apenas pela distribuição de trabalho e renda, mas também de ordem de 
interpretação sobre o sentido de justiça, confere um importante papel a todos os processos de gestão 
social e política.
Conforme Moacir Gadotti:
A integração entre formação e trabalho constitui-se na maneira de sair da 
alienação crescente, reunificando o homem com a sociedade. Essa unidade, 
segundo Marx, deve dar-se desde a infância. O tripé básico da educação 
para todos é o ensino intelectual (cultura geral), desenvolvimento físico 
(ginástica e esporte) e o aprendizado profissional polivalente (técnico e 
científico) (GADOTTI, 1984, p. 54-55).
Os educadores sociais buscam recriar alternativas pedagógicas repensando a realidade que os 
cercam, ou seja, a comunidade em que estão inseridos, pois conhecem a necessidade de formação. 
Já os educandos, por sua vez, são percebidos como responsáveis por todos os trabalhos e saberes 
que devem ser elevados, devendo relacionar-se diretamente à sua sobrevivência. Os acolhidos em 
contexto de educação social participam, constroem e implementam a composição dessa ideia de 
educação.
A educação social deve realizar-se em todos os contextos nos quais se desenvolve a vida do 
ser humano, dentro e fora da instituição escolar, por exemplo. Apesar de sua larga contribuição 
nos espaços não formais de educação, reconhecemos que não se pode definir exclusivamente por 
opção praxiológica para espaços não escolares. Concordamos com Ortega (1999), ao assinalar que 
pensar assim implica em uma redução das possibilidades de extensão dela. Portanto, entendemos 
que é necessário que mesmo os educadores que veicularão seu trabalho em espaços escolares 
tomem ciência desse referencial teórico, tão necessário no enfrentamento dos contextos de 
exclusão social.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Figura 24 – Escola solidária
5.2 Pedagogia Social
A sociedade de hoje é pedagógica. Há muito mais educação fora do que dentro do sistema escolar, 
essa noção é reforçada quando nos lembramos do objetivo da educação “ao longo da vida” propugnado 
no Relatório Delores. Nesses tempos, a educação social deve, antes de tudo, mediar uma aprendizagem 
para o “ser” e para o “conviver” em comunidade. O objetivo maior que persegue a educação social pode 
sintetizar-se como um contributo para que o indivíduo se associe no meio social com capacidade crítica 
para melhorá-lo e transformá-lo(Ortega, 1999).
A Pedagogia Social encoraja os grupos marginalizados e as comunidades 
marginalizadas a construir alianças políticas umas com as outras e, dessa 
forma, erradicar a homogeneidade cultural, interpretando e reconstruindo sua 
própria história. Como parte de um esforço planejado de luta anticapitalista, 
a Pedagogia Social procura estabelecer a igualdade social e econômica em 
contraste com a ideologia conservadora e liberal de oportunidade igual, que 
mascara a distribuição desigual existente de poder e de riqueza (McLAREN, 
2002, p. 106).
O fortalecimento do debate da educação social tem se dado pela interlocução desenvolvida com 
a Pedagogia Social, como teoria e como prática de intervenção educativa, que tem impulsionado a 
oferta de uma formação acadêmica específica, concomitante com a consolidação do campo de atuação 
profissional.
O significado científico, disciplinar e intervencionista da Pedagogia Social apresenta conceitos 
diversificados, acumulados no tempo em função dos contextos em que se tem desenvolvido, tal como 
ocorre com a Pedagogia na perspectiva ampliada. Portanto, torna-se necessário conhecer o processo 
epistemológico do pensamento sobre a Pedagogia Social para se estabelecer diálogos e fronteiras com 
a educação não escolar, muitas vezes, nomeada de sociocomunitária.
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A Pedagogia Social vem com o propósito de melhorar a vida das pessoas que enfrentam dificuldades 
pela exclusão social, visando a promover o pleno exercício da cidadania. Na assistência social, existem 
âmbitos que desenvolvem projetos para a educação de adultos, educação de jovens para a inclusão 
social, a orientação escolar dos alunos atingidos por condicionamentos sociais (pobreza, exclusão social, 
desagregação e trabalho familiar). Considerando a diversidade de práticas pertencentes à Pedagogia 
Social, Soares aponta que:
O âmbito referencial da Pedagogia Social está formado por todos os 
processos educativos que compartilham no mínimo, dois ou três dos 
seguintes atributos: dirigem-se prioritariamente ao desenvolvimento da 
sociabilidade dos sujeitos; têm como destinatários privilegiados indivíduos 
ou grupos em situações de conflito social; têm lugar em contextos ou por 
meios educativos não formais (SOARES, 2003, p. 121).
Atividades coletivas, que são organizadas na própria comunidade, podem favorecer os educandos a 
interagir socialmente, bem como reconhecer que o conhecimento se dá em relação ao outro por meio 
da participação social.
5.2.1 Pedagogia Social e espaços não escolares
Se, no passado, a escola era o único espaço que poderia ser considerado como fonte de formação e 
informação, atualmente essa ideia já não é mais aceitável, pois se entende que a educação ultrapassou os 
muros escolares. O espaço de aprendizagem se ampliou, ultrapassou os limites das instituições escolares 
formais, passou a incluir instituições não escolares (empresas, sindicatos, meios de comunicação) e 
também os movimentos sociais organizados.
No século XXI, um novo panorama educacional se anuncia sobre a educação para o profissional 
que se insere no mercado de trabalho, sob diversas abrangências. Atualmente, muito se discute sobre 
globalização, neoliberalismo, terceiro setor, educação on-line, em função da nova estrutura social 
firmada, que exige profissionais cada vez mais qualificados, flexíveis e preparados para atuarem neste 
cenário ampliado e competitivo.
Em consequência da atual realidade em que se encontra a sociedade, a educação transformou-se 
no foco principal para enfrentar os desafios gerados pela globalização e pelo avanço tecnológico, a tão 
inovadora e desafiadora Era da Informação. Também tem sido entendida pelas políticas assistenciais 
como foco para transformar a situação de miséria, tanto intelectual quanto econômica, política e social 
do povo, promovendo acesso à sociedade daqueles que são vistos como excluídos.
O modelo da educação assistencial é uma forma de caracterizar a exclusão 
com face de inclusão, pela benevolência do Estado frente à “carência dos 
indivíduos”. Essa se dá também nas políticas sociais das sociedades capitalistas 
desenvolvidas, uma vez que, no limite, o conflito capital trabalho permanece 
mantendo a desigualdade social. Mesmo ampliando-se a qualidade e 
quantidade do usufruto de bens e serviços pela força do trabalho, o Estado 
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burguês permanece pautado na “distributividade” das soluções nos limites 
dos interesses do capital (SPOSATI apud GADOTTI, 2000, p. 31).
Assim, as políticas sociais têm se pautado no modelo de sociedade, isto é, a construção política é 
marcada e modificada por valores culturais e princípios que são adotados em cada sociedade, por isso 
suas possibilidades de transformação. Diante disso, Maria da Glória Gohn explica:
Os efeitos da crise econômica globalizada e a rapidez das mudanças na era 
da informação levaram a questão social para o primeiro plano, e com ela o 
processo da exclusão social, que já não se limita à categoria das camadas 
populares, possibilitando o debate para a transformação da sociedade numa 
sociedade mais justa e igualitária (GOHN, 2001, p. 9).
No contexto atual, a educação sofre mudanças em seu conceito, pois deixa de ser restrita ao 
processo de ensino-aprendizagem em espaços escolares formais, transpondo-se dos muros da escola 
para diferentes e diversos segmentos como: ONGs, família, trabalho, lazer, igreja, sindicatos, clubes etc. 
Abre-se assim um novo espaço para a educação: o campo da educação não formal, ou melhor, para 
educação não escolar.
Apesar de os problemas da educação escolar estarem relacionados a questões tão antigas quanto 
à própria escola, os motivos geradores das questões atuais são muito mais amplos e diversificados. 
Talvez mais do que em qualquer outra época, as referências à crise da educação no contexto atual 
remetem para condicionantes econômicos, sociais, político e ideológicos muito diversificados e, 
consequentemente, as explicações produzidas e divulgadas são hoje mais heterogêneas e contraditórias 
(Afonso, 2001).
Não podemos esquecer que a crise da educação, para ser compreendida, precisa levar em consideração 
alguns pontos decisivos: as condições atuais de expansão e internacionalização da economia capitalista 
num contexto de hegemonia ideológica neoliberal, a emergência do “capitalismo informacional”, as 
mutações aceleradas nas formas de organização do trabalho e a inevitabilidade, ideologicamente 
construída, do desemprego estrutural, afetam, sobretudo, as novas gerações.
A crise da educação a permeabilidade e vulnerabilidade em função das pressões sociais, pressões que 
permitem que os espaços educativos, quase sempre passivamente tornam-se o “bode expiatório” para 
as crises econômicas cada vez mais frequentes. Os discursos da teoria do capital humano que induzem 
os cidadãos a pensar que a falta de emprego é devida a não qualificação dos indivíduos, sendo essa, por 
sua vez, acriticamente atribuída à incapacidade estrutural das propostas educativas para preparar os 
estudantes em função das (supostas) necessidades da economia (Afonso, 2001).
Um dos grandes problemas da educação encontra-se na grande desvalorização da sociedade em 
relação à educação, pois não se acredita que por meio da educação o indivíduo possa assegurar uma 
colocação no mercado de trabalho. Dessa forma, a educação precisa assumir novos rumos à medida que 
os problemas sociais aumentam, diversificam-se e tornam-se mais complexos.
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É indiscutível que a educação social tenha se popularizado, pois com a vida moderna, o tempo 
escasso e o advento da internet, novos espaços para a aprendizagem tornaram-se necessários. Como 
exemplo disso, a emergência dos novos lugares imateriais e virtuais de educação não escolar que 
configuram o ciberespaço, ou os contextos, não menos fluidos e de fronteiras também instáveis, que 
se relacionam demasiadamente com a chamada sociedade cognitiva (Brandão, 1986). Razão pela qual 
temos que refletir mais aprofundadamente sobre os dilemas e os desafios futuros que derivam do fato 
de o campo da educação não escolar ser disputado por muitos e diferentes interesses, contraditórios às 
racionalidades políticas e pedagógicas.
A regulamentação dos espaços não escolares acontece com as diretrizes curriculares, a partir de 2005, 
em que o curso de Pedagogia aborda necessária a formação de profissionais para a Educação Infantil e 
nos anos iniciais do Ensino Fundamental, formação de professores, bem como uma formação voltada 
para o planejamento, gestão e avaliação escolar e ainda, planejar, executar, coordenar, acompanhar e 
avaliar projetos e experiências educativas não escolares.
5.2.2 O pedagogo em programas assistenciais
Segundo as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso de Pedagogia, por meio da Resolução 
do Conselho Nacional de Educação, o profissional de Pedagogia deve ser capaz de trabalhar em 
espaços escolares e não escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do 
desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo educativo. Além disso, o 
estágio curricular deverá contemplar a experiência de exercício profissional em ambientes escolares e 
não escolares. (BRASIL, 2006).
A formação integral do pedagogo exige, sobretudo, uma avaliação sobre a situação de vulnerabilidade 
e análise sobre as necessidades, identificando e agrupando as demandas como subsídios para a construção 
da proposta de intervenção sociopedagógica, de modo a não ser reduzido a uma recomendação para o 
espontaneísmo individual e solitário de alguns profissionais.
O conceito formação é geralmente associado a alguma atividade, sempre 
que se trata de formação para algo. Assim, a formação pode ser entendida 
como função social de transmissão de saberes, de saber fazer ou de saber-
ser que se exerce em benefício do sistema socioeconômico, ou da cultura 
dominante. A formação pode também ser entendida como um processo de 
desenvolvimento e de estruturação da pessoa que se realiza com um duplo 
efeito de uma maturação interna e de possibilidades de aprendizagem, de 
experiências dos sujeitos. Por último, é possível falar-se de formação como 
instituição, quando nos referimos à estrutura organizacional que planifica 
e desenvolve as atividades de formação. A formação pode adotar diferentes 
aspectos conforme se considera o ponto de vista do objeto, ou do sujeito 
(GARCIA, 1999, p. 19).
O autor afirma ainda que se pressuponha engajamento, vontade e desejo do profissional 
em relação à formação. O indivíduo é o responsável último pela ativação e desenvolvimento 
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
dos processos formativos, o que não significa dizer que ele seja autônoma, mas dependente 
fundamentalmente do querer ser e estar no espaço de formação e atuação como docente para que 
a práxis seja significativa.
De acordo com Ryynannen (2009), pesquisadora finlandesa, o Brasil está em fase crescente de 
estudos sobre Pedagogia Social. Segundo esta autora:
Posso afirmar que o Brasil está em fase de sistematização da Pedagogia 
Social como área de formação. Isso não significa que a Pedagogia Social 
já não exista no país, muito pelo contrário. Ressalta-se que no Brasil a 
história das abordagens que podem ser classificadas como sociopedagógico 
é longa e a tradição sociopedagógica é forte, incluindo, por exemplo, o 
movimento da Educação Social de Rua (ESR), O Movimento Nacional de 
Meninos e Meninas de Rua (MNMMR), e os Centros de Defesa da Criança e 
do Adolescente (RYYNANNEN, 2009, p. 24).
Dessa forma, a educação, em relação às ações sociais, representa um processo de descoberta e tomada 
de consciência desses usuários sobre as suas responsabilidades no exercício de direitos, cumprimento 
de deveres e na organização social por novas conquistas, baseando-se no referencial histórico e cultural 
do povo brasileiro.
A educação para transformação encontra-se além dos muros das creches, escolas e universidades, 
ou seja, está na capacidade de organizar, refletir e produzir conhecimentos que possam ser aplicados 
em espaços coletivos que reconheçam as potencialidades dos indivíduos e a capacidade coletiva de (re)
criar o mundo a partir da inclusão social.
A contribuição da educação para a fundamentação da abordagem nas ações na Pedagogia Social está 
relacionada à base teórica que o pedagogo traz para a reflexão sobre a importância da participação ativa 
das pessoas no processo de aprendizagem e vivências, que consolida a educação para a transformação. 
Contudo, é preciso considerar as diferenças de cada ator social envolvido e, ao mesmo tempo, buscar 
uma linha de atuação que marque as abordagens sob uma lógica comum, evitando, assim, problemas de 
interpretação que gerem conflitos desnecessários e ameacem o trabalho coletivo.
A importância do pedagogo para o exercício da cidadania é na estruturação de um espaço que 
promova a reflexão e/ou ações que acolha conflitos, dificuldades e potencialidades, produzindo 
coletivamente ideias e estimulando novas vivências. Portanto, o trabalho pedagógico em espaços 
não escolares é fruto das exigências expressas pelo mundo contemporâneo no sentido de refletir 
sobre como se alteram as condições de regulação social/desigualdade/poder; ou ainda está atrelada 
à ampliação do campo profissional em virtude da necessidade social. Consequentemente, como foi 
possível notar, a atuação do pedagogo na área da Pedagogia Social deve estar pautada na reflexão, 
no uso de estratégias lúdicas que assegure o direito à educação e permeie o processo de inclusão. 
Assim, o profissional de Pedagogia poderá estabelecer metas, objetivos, estratégias para articulação 
de projetos assistenciais.
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6 PEDAGOGIA EMPRESARIAL
Não há uma forma nem um único modelo de educação; a escola não é o 
único lugar em que ela acontece..., o ensino escolar não é a única prática, 
e o professor profissional não é o seu único praticante. Em casa, na rua, 
na igreja ou na escola, de um modo ou de muitos, todos nós envolvemos 
pedaços da vida com ela: para aprender, para ensinar, para conviver, todos 
os dias misturamos a vida à educação.
Carlos Brandão
Atualmente, a Pedagogia não é apenas um curso de licenciatura, de formação de professores como 
na sua origem. Segundo Santos (2004, p. 4), “a Pedagogia moderna, entre outras coisas, visa a preparar 
o pedagogo para uma atuação junto às empresas de vários ramos”. Essa tem sido a perspectiva de um 
novo e amplo campo de trabalho para pessoas que desejam trilhar uma nova carreira em uma empresa, 
sem a necessidade de graduar-se na área administrativa e econômica.
A Pedagogia Empresarial busca utilizar técnicas diferenciadas, que são aplicadas de acordo com a 
necessidade do setor ou das pessoas em análise. Segundo Libâneo (1997, p. 132) “a Pedagogia é uma 
área do conhecimento que investiga a realidade educativa no geral e no particular, em que a ciência 
pedagógica pode postular para si”, ou seja, ramos de estudos particulares dedicados aos vários âmbitos 
da prática educativa, complementados com a contribuição das demaisciências ligadas à educação. Por 
outro lado, a atuação do pedagogo vai além de aplicação de técnicas que apenas visam a estabelecer 
políticas educacionais dentro da escola. O conhecimento não deve ser direcionado à Educação Infantil, 
Ensino Fundamental ou outras modalidades da educação como tradicionalmente muitos acreditam que 
deve ser a atuação de um pedagogo.
6.1 Histórico e base legal
O surgimento de qualquer profissão dentro de uma sociedade está ligado a um contexto relacionado 
com a época, com as demandas dentro da realidade na qual está inserida. A atuação do pedagogo nas 
empresas surge na década de 1970 em meio às inovações tecnológicas e organizacionais que tornaram 
possível a reestruturação da produção e a reorganização dos mercados interno e externo. Com o processo 
de globalização, as mudanças no consumo e o comportamento dos consumidores, os processos de 
produção sofreram uma reestruturação que causou a necessidade de desenvolver pessoas capacitadas 
na área da educação para atuar nas empresas.
No Brasil, a Pedagogia Empresarial surgiu vinculada à ideia da necessidade de preparação e formação 
dos Recursos Humanos nas empresas, tido como um fator essencial para o êxito empresarial. Esse 
personagem surge nas empresas com o apoio da Lei nº 6.297 de incentivos fiscais do treinamento. 
Para compreender essa relação de interesse e necessidade das empresas na formação e capacitação do 
trabalhador, é necessário um entendimento sobre a lei que abre caminhos no Brasil para a atuação do 
pedagogo neste ambiente.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
Lei nº 6.297 - de 15 de dezembro de 1975
Dispõe sobre a dedução do lucro tributável, para fins de imposto sobre a 
renda das pessoas jurídicas, do dobro das despesas realizadas em projetos de 
formação profissional, e dá outras providências.
O Presidente da República, faço saber que o Congresso Nacional decreta e 
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º. As pessoas jurídicas poderão deduzir do lucro tributável, para fins do 
imposto sobre a renda, o dobro das despesas comprovadamente realizadas, 
no período-base, em projetos de formação profissional, previamente 
aprovados pelo Ministério do Trabalho.
Parágrafo único. A dedução a que se refere o caput deste artigo não deverá 
exceder, em cada exercício financeiro, a 10% (dez por cento) do lucro 
tributável, podendo as despesas não deduzidas no exercício financeiro 
correspondente serem transferidas para dedução nos três exercícios 
financeiros subsequentes.
Art. 2º. Considera-se formação profissional, para os efeitos desta Lei, 
as atividades realizadas em território nacional, pelas pessoas jurídicas 
beneficiárias da dedução estabelecida no Art. 1º que objetivam a preparação 
imediata para o trabalho de indivíduos, menores ou maiores, através da 
aprendizagem metódica, da qualificação profissional e do aperfeiçoamento 
e especialização técnica, em todos os níveis.
§ 1º. As despesas realizadas na construção ou instalação de centros de 
formação profissional, inclusive a aquisição de equipamentos, bem como as 
de custeio do ensino de 1º grau para fins de aprendizagem e de formação 
supletiva, do 2º grau e de nível superior, poderão, desde que constantes dos 
programas de formação profissional das pessoas jurídicas beneficiárias, ser 
consideradas para efeitos de dedução.
§ 2º. As despesas efetuadas pelas pessoas jurídicas beneficiárias com os 
aprendizes matriculados nos cursos de aprendizagem a que se referem o Art. 
429 da Consolidação das Leis do Trabalho e o Decreto-lei n.º 8.622, de 10 de 
janeiro de 1946, poderão também ser consideradas para efeitos de dedução.
Art. 3º. As isenções da contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizagem 
Industrial – Senai – previstas no Art. 5º do Decreto-lei n.º 4.048, de 22 de 
janeiro de 1942; Art. 5º do Decreto-lei n.º 4.936, de 7 de novembro de 1942 
e Art. 4º do Decreto-lei número 6.246, de 5 de fevereiro de 1944, bem como 
as isenções da contribuição ao Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial 
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– Senac – previstas no Art. 6º do Decreto-lei n.º 8.621, de 10 de janeiro de 
1946, não poderão ser concedidas cumulativamente com a dedução de que 
trata o Art. 1º desta Lei.
Art. 4º. O Poder Executivo estabelecerá as condições que deverão ser 
observadas pelas entidades gestoras de contribuições de natureza parafiscal, 
compulsoriamente arrecadadas, nos termos da legislação vigente, para fins 
de formação profissional.
Art. 5º. O Poder Executivo regulamentará a presente Lei no prazo de 60 
(sessenta) dias, contados a partir da data de sua publicação.
Art. 6º. Esta Lei entrará em vigor a 1º de janeiro de 1976, revogadas as 
disposições em contrário.
Brasília, 15 de dezembro de 1975; 154º da Independência e 87º da República. 
(BRASIL, 1975).
Com o apoio da lei, o surgimento do sindicalismo independente e o fato da escola formal não 
atender às expectativas do mercado, a formação profissional passou a ser adquirida no próprio local de 
trabalho e com grande demanda para a formação imediata de profissionais.
6.1.1 O papel do pedagogo
O pedagogo passa a ser o profissional capacitado para atuar dentro dessa realidade, conforme cita 
Urt e Lindquist:
O pedagogo começou a ser chamado para atuar na empresa no final da 
década de sessenta, início de setenta. Os princípios de racionalidade, 
eficiência e produtividade foram transportados da economia para a educação, 
de modo conciliatório com a política desenvolvimentista. A concepção de 
educação que predominava trazia consigo a ideologia desenvolvimentista, 
fundamentada nas teorias do Capital Humano, muito presente no cenário 
nacional, respaldando políticas e ações que visavam ao aperfeiçoamento do 
sistema industrial e econômico capitalista. Na década de 1970, observou-se 
uma crescente automação do processo de trabalho, de novas tecnologias. 
No entanto, a classe trabalhadora encontrava-se totalmente despreparada 
para o estágio de desenvolvimento industrial. O mercado de trabalho passou, 
então, a reclamar a profissionalização dos trabalhadores para acompanhar 
as mutações que estavam ocorrendo no mundo do trabalho, decorrentes 
de transformações tecnológicas. A escola encontrava-se despreparada para 
oferecer contribuições na profissionalização dos trabalhadores para que 
atendessem as perspectivas de desenvolvimento industrial. Sendo assim, 
buscaram-se outros mecanismos situados fora da escola formal para formar 
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o trabalhador viável àquele momento. A formação profissional passou 
a ter seu âmbito cada vez mais definido no local de trabalho ou através 
de treinamentos intensivos, coordenados por instituições ou pela própria 
empresa. (URT; LINDQUIST, 2004, s/n).
Em princípio, o foco da Pedagogia Empresarial era o treinamento e desenvolvimento de pessoal 
nas empresas. As ações realizadas em treinamentos, planejamentos e programação tinham um 
caráter didático e referiam-se à estruturação dos cursos, à formulação dos objetivos, à seleção de 
conteúdo, recursos instrucionais e métodos de avaliação, assim como à seleção de treinadores e 
instrutores. Nesse contexto, o pedagogo treinava e avaliava o avanço dos indivíduos, normalmente 
com baixa escolaridade. Suas intervenções pouco contribuíam para ascensão pessoal e profissional 
desses indivíduos.
O termo Pedagogia Empresarial foi cunhado pela professora Maria Luiza Marins Holtz (2006) na 
década de 1980 para designar todas as atividades que envolviam cursos, projetose programas de 
treinamento e desenvolvimento. Assim, a atuação do pedagogo nas empresas seria de estruturação e 
reestruturação do trabalho e do profissional em uma determinada área problemática, sem esquecer a 
importância de se conhecer e respeitar o homem. Morgan (1996) já avaliava que quando a organização 
é vista por alguém de fora, essa pessoa tem a percepção de uma realidade diferente da atual, e quando 
a situação é trabalhada de forma combinada e em conjunto, o resultado será uma produção totalmente 
diferente, com novas descobertas e interpretações entre pessoas e máquinas. Visualizar o problema e 
buscar soluções para ele é mais fácil quando se está observando de fora, como em qualquer situação e 
local. Verificar e compreender as relações do empregado e empregador é melhor quando se está fora da 
situação/problema, pois se obtém uma visão diferenciada.
6.2 O conhecimento e o mundo atual
Se a inserção do pedagogo deu-se no contexto das revoluções tecnológicas e rapidez nas informações 
e sua necessidade provém de compreender e adequar-se à nova realidade, precisamos compreender sob 
que aspecto é visto o conhecimento no mundo atual.
Figura 25 – Exposição às informações
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Vivemos em um mundo em que o atual processo de globalização tornou tudo muito mais rápido. 
Com a revolução nas comunicações, as informações circulam rapidamente e o conhecimento está 
em constante mudança, com uma velocidade imensurável. Esse fenômeno atingiu o mercado e vem 
demandando um profissional mais qualificado que, para competir no mercado de trabalho, precisa se 
destacar, ter um diferencial, estar em constante atualização do conhecimento. E o capital intelectual é 
esse diferencial no mercado de hoje.
De acordo com Isolda Lopes, Ana Beatriz Trindade e Márcia Alvim Cadinha (2009), a obsolescência 
intelectual talvez seja o maior risco de qualquer profissional em todos os ramos de negócios atualmente. 
À medida que mais empresas investem no capital intelectual de seus funcionários, assegura-se 
a manutenção e retenção do seu quadro de profissionais, elevando seus padrões de qualidade e 
desempenho no mercado. Segundo Gilberto Dimenstein, “trata-se de um novo conceito no mercado 
de trabalho resultante da rápida obsolescência dos conhecimentos técnicos devido aos constantes 
avanços em áreas como computação, engenharia genética, administração [...]” (DIMENSTEIN, 2003, 
p. 10).
Fazer com que seus funcionários não se acomodem com os conhecimentos adquiridos é um desafio 
para as empresas que buscam motivar o crescimento, aprimoramento e desenvolvimento intelectual 
de seus funcionários partindo do conceito de aprendizagem permanente. Assim, no mundo atual, é 
necessário adotar o hábito da aprendizagem permanente para manter-se no mercado de trabalho e 
acompanhar todas as suas mudanças.
Figura 26 – Aprendizagem permanente
Há alguns anos, as empresas buscavam desenvolver em seus profissionais competências e habilidades 
específicas para o desempenho de suas atividades dentro da organização. Atualmente, não basta só 
possuir tais competências e habilidades, é importante desenvolver a atitude, é fundamental querer 
investir no conhecimento no qual somente o indivíduo é capaz de mudar sua situação no mercado de 
trabalho e crescer profissionalmente.
Para uma maior compreensão do que viria a ser esse querer do indivíduo voltado para a ampliação 
dos seus conhecimentos e melhoria de sua capacidade profissional, é válido citar um artigo com o título 
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de “Prazer é a alma do negócio”, retirado do livro Aprendiz do futuro: cidadania hoje e amanhã, do autor 
Gilberto Dimenstein, 2003.
Prazer é a alma do negócio
Apesar dos 72 anos, Herbert Spirer professor da Universidade de Columbia, em Nova 
York, sentiu a necessidade de estudar espanhol. “Estou começando do zero” diz, animado.
Quem já passou pelo desafio de aprender uma língua depois de adulto conhece o 
tormento. Tormento e, para quem vai morar no exterior, não raro constrangimento; em 
poucos meses, os pais recebem pitos (em público, claro) dos filhos pequenos pelos erros de 
pronúncia.
Spirer teve de abrir brecha na sua carregada agenda. Professor de administração de 
empresas, dá um curso disputadíssimo, com filas de espera. Ensina a detectar fraudes, 
manipulações e distorções estatísticas. Prepara novo livro e coleta casos de deformações 
por todos os cantos do mundo – entre eles, o número de meninos de rua no Brasil, que, 
de milhões, passou para milhares, depois de simples contagens pelas praças e esquinas. 
Chegou à conclusão de que o esforço de aprender outra língua valeria a pena, ajudaria nas 
pesquisas, enriquecendo os livros e aulas.
Essa lição é valiosa. Pesquisa realizada nos Estados Unidos vê um especial significado no 
gesto do professor às voltas com o aprendizado de novo idioma – é a chave para qualquer 
indivíduo sobreviver no próximo século.
A associação dos Diretores de Escola dos Estados Unidos encomendou pesquisa com 55 
respeitados psicólogos, empresários, administradores de empresas, especialistas em recursos 
humanos e demógrafos. Eles deveriam dizer quais as características necessárias para um 
profissional sobreviver, no século XXI, levando em consideração fatores como velocidade 
das descobertas tecnológicas e competição provocada pela globalização.
Saiu um relatório de 74 páginas que mistura dicas sobre tipo de conhecimento necessário 
e comportamento. Exemplo de dica: mesmo o trabalhador comum deve ser educado a 
acompanhar tendências internacionais, entendendo a diversidade cultural. Tanto no Brasil 
como nos Estados Unidos, só por acidente um operário lê matérias sobre política exterior 
ou finanças internacionais.
Uma palavra-chave transmitida por todos os entrevistados da pesquisa é a matriz de 
todas as dicas e explica o significado que está por trás das aulas de espanhol do professor 
Spirer: lifelong learning. Tradução: aprendizagem permanente.
Até agora, essa postura de aprendizagem permanente estava restrita aos intelectuais, 
professores, pesquisadores, técnicos de alto nível, gente que nunca para de estudar. Com 
a competição feroz dos novos tempos, sem fronteiras, agora é exigência para qualquer 
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trabalhador. Aprendiz permanente é o curioso permanente, movido pelo prazer da descoberta 
e pela coragem de descartar antigas fórmulas. Soa ridículo falar em prazer da descoberta 
no Brasil, onde um trabalhador tem, em média, apenas quatro anos de estudo. Menos que 
no Paraguai.
DIMENSTEIN, 2003, p. 10.
Refletindo a partir desse artigo, podemos concluir que o que há de mais valioso nas empresas é o 
capital intelectual de seus profissionais. E, ao profissional, é importante que vise, além do resultado, à 
qualidade de sua produção, que seja polivalente, atuando e intervindo na empresa, dotado de uma visão 
crítica, audacioso e criativo. Necessita “querer” para se desenvolver. É nesse ponto que atualmente a 
Pedagogia Empresarial procura intervir para favorecer uma aprendizagem significativa e aperfeiçoamento 
do capital intelectual dos funcionários.
Figura 27 – Conhecimento é atemporal
6.2.1 Capital intelectual
Capital: sm (lat capitale) 1 Posses, quer em dinheiro, quer em propriedades, 
possuídas ou empregadas em uma empresa comercial ou industrial por um 
indivíduo, firma, corporação etc. 2 Importância que se põe a render juros; 
principal. 3 Cabedal em dinheiro para uma empresa. 4 Qualquer coisa que 
sirva de meio de ação ou utilidadepermanente. 5 Econ polít Riqueza ou 
valores acumulados, destinados à produção de novos valores. 6 Riqueza. 7 
Numerário. (DICIONÁRIO MICHAELIS, 2012).
A partir da definição dos dicionários, podemos dizer que capital é toda riqueza capaz de produzir 
renda. Um item de extrema importância quando se abre uma empresa é o capital, pois é ele que 
inicialmente constitui e forma essa nova empresa. Se associarmos à palavra intelectual ao conceito 
de capital, podemos dizer que são recursos gerados pelas empresas através do intelecto das pessoas. 
Porém, a definição de capital intelectual abrange vários elementos intangíveis, além do próprio capital 
humano. Assim, o capital intelectual pode ser definido como o conjunto de informações e conhecimentos 
encontrados nas organizações, que agregam ao produto e/ou serviços valores mediante à aplicação da 
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inteligência e não do capital monetário. Quando não subestimado e usado de forma eficiente, pode 
trazer à empresa bons negócios e melhor rentabilidade.
Figura 28 – Capital intelectual
Atualmente, com a evolução empreendedorismo, incluem-se no capital da empresa insumos invisíveis 
como a inteligência, a criatividade, a intuição, que está relacionada ao feeling. E o capital intelectual é 
a riqueza “invisível” que inclui, além dos insumos citados, conhecimento acumulados por indivíduos por 
meio de livros, cursos, congressos, seminários, vivências, dinâmicos encontros para troca de experiências.
O capital de uma empresa pode ser composto de capital de terceiros – quando constitui a parte da 
empresa que deve a terceiros – e capital próprio – que pode ser originado de duas fontes: recursos do 
proprietário (capital inicial) e o capital proveniente do crescimento da empresa (os lucros). Futuramente, 
esses lucros seriam transformados em reservas.
Figura 29 – Tempo pode gerar capital
Segundo Edvinsson e Malone (1998, p. 9), para que seja produzido o capital intelectual, precisamos 
de três fatores ocultos, que são: 1) o capital humano, composto pelo conhecimento, expertise, poder 
de inovação e habilidade dos empregados, além dos valores, cultura e a filosofia da empresa; 2) o 
capital estrutural, que inclui equipamentos de informática, softwares, banco de dados, patentes, marcas 
registradas e tudo o mais que apoia a produtividade dos empregados; 3) o capital de clientes, que 
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envolve o relacionamento com clientes e tudo o mais que agregue valor para os clientes da organização. 
Para esses autores, o capital intelectual representa uma lacuna entre o valor de mercado e o valor 
contábil, sendo a junção do capital humano e o capital estrutural.
Edvinsson e Malone apoiaram os primeiros movimentos que fomentaram o capital Intelectual e 
explica esse conceito a partir do desenho de uma árvore.
Figura 30 – Representação figurativa do conceito de capital intelectual
Em que, segundo eles:
As partes visíveis da árvore, tronco, galhos e folhas, representam a 
empresa conforme é conhecida pelo mercado e expressa pelo processo 
contábil. O fruto produzido por essa árvore representa os lucros e os 
produtos da empresa. As raízes, massa que está abaixo da superfície, 
representa o valor oculto. Para que a árvore floresça e produza bons 
frutos, ela precisa ser alimentada por raízes fortes e sadias. (EDVINSSON; 
MALONE, 1998, p. 28.)
O capital intelectual é um recurso obtido exclusivamente pelos seres humanos que desenvolvem 
seu potencial, gerando conhecimento e inovando os objetivos das organizações, transformando-os 
em benefícios para as empresas. Assim, o papel da educação nesse novo cenário está ligado a um 
novo modelo de racionalização dos processos produtivos, requalificação profissional, reorganização do 
trabalho, desenvolvimento de novas competências, entre outros.
E é justamente com esses aspectos que atua o pedagogo empresarial, um profissional que 
contribuirá no desenvolvimento dos seus funcionários em todos os seus aspectos: intelectual 
(conhecimentos e habilidades), social e afetivo (atitudes). Itens que denominam o CHA da 
competência, que é um dos modelos mais atuais com o quais as melhores empresas trabalham 
para avaliar seus colaboradores. O “C” significa conhecimento sobre um determinado assunto, o 
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“H” significa habilidade para produzir resultados com o conhecimento que se possui, o “A” significa 
atitude assertiva e proativa, iniciativa.
Para construir tais competências, o profissional necessita desenvolver algumas competências básicas 
que, segundo Lopes, Trindade e Cadinha, são:
Espírito de liderança: sujeito capaz de orientar, conduzir sua equipe para 
alcançar resultados. Acreditar nas habilidades e no discernimento das 
pessoas; ser flexível, acessível e ter carisma.
Orientação para o cliente: saber identificar as necessidades do cliente; 
conhecer seu perfil; direcionar suas atividades de forma que o satisfaçam.
Orientação para resultados: busca incessante para alcançar os objetivos.
Comunicação clara e objetiva: ter pensamentos ordenados e claros para 
haver comunicação eficaz e eficiente.
Flexibilidade e adaptabilidade: adaptar-se às inovações, ter a capacidade de 
modificar, em um curto espaço de tempo, a produção ou os produtos em 
função de variações no ambiente externo, buscando atender de forma ágil 
às flutuações do mercado.
Criatividade e produtividade: ser inovador, ousado, usar do poder da 
criatividade para fazer a diferença nos resultados.
Iniciativa e proatividade: ser ágil, ter ação, antecipar fatos, os resultados.
Aprendizagem contínua: buscar sempre superar seus próprios conhecimentos, 
acompanhar as inovações, atualizar-se sempre, questionar-se (LOPES; 
TRINDADE; CADINHA, 2009, p. 31).
Devido às novas exigências do mercado de trabalho, a Pedagogia Empresarial é responsável por ligar 
o desenvolvimento do indivíduo às estratégias organizacionais, visto que a Pedagogia é a ciência que 
estuda o fenômeno educativo e faz uso de ferramentas que possibilitam isso.
7 O PEDAGOGO NAS EMPRESAS
O campo de atuação do profissional formado em Pedagogia é tão vasto 
quanto são as práticas educativas na sociedade. Em todo lugar onde 
houver uma prática educativa com caráter de intencionalidade, há aí uma 
Pedagogia.
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Como já vimos, várias são as áreas de atuação do pedagogo. Elas vão além do ambiente escolar, 
onde o pedagogo atua como professor, gestor, planejador, coordenador, orientador ou supervisor de 
ensino. Fora desse ambiente, o pedagogo desenvolve atividades pedagógicas não escolares em empresas 
privadas, órgãos públicos – em setores como da saúde, alimentação, cultura, promoção social –, ONGs, 
entre outros.
O pedagogo é um especialista em aprendizagem e é capaz de conduzir o comportamento das pessoas, 
buscando uma mudança: a aprendizagem. Como especialista em aprendizagem e educação, na sua ação 
educativa em qualquer ambiente, procura resolver questões educacionais. Para isso, tem necessidade de 
conhecer os aspectos que envolvem o ser humano e toda a sua complexidade, desenvolvendo condições 
de orientá-lo eficazmente e encontrar soluções práticas para os problemas que o aflige, tanto de ordem 
individual, social e espiritual.
Dentro das empresas, o pedagogo enfrenta o desafio de contrabalançar os efeitos desequilibradores 
da especializaçãoprofissional, limitante e muitas vezes castradora, usando atividades recriadoras e 
motivação.
Figura 31 – Pedagogo nas empresas
Sua atenção é voltada à educação integral, isto é, ao processo de influenciar e sugestionar 
positivamente os funcionários em todos os aspectos da sua personalidade, propiciando o desenvolvimento 
da produtividade pessoal nas mais diversas atividades. O pedagogo atuando nas empresas precisa fazer 
com que o empresário, ou grupo gestor, perceba que o seu ideal de vida, suas aspirações e objetivos 
pessoais correspondem a uma questão ética e social na empresa.
Sendo assim, o pedagogo estuda e aplica doutrinas e princípios para um programa de ação, com os 
meios mais eficientes de formação, aperfeiçoamento e estímulo das faculdades da personalidade humana, 
para que o sujeito aproprie-se dos conhecimentos produzidos pela humanidade e continue a produzir 
novos saberes, novos conhecimentos, novas formas de cultura, evoluindo, refletindo, questionando e 
analisando conhecimentos anteriores para assim modificá-los e reconstruir novos conhecimentos.
Então, a Pedagogia Empresarial também busca agir na realização de ideais e objetivos definidos, 
provocar mudanças no comportamento das pessoas, adequando-as às necessidades das empresa para 
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que alcance os resultados desejados. Para isso, o pedagogo trabalha as relações no ambiente de trabalho, 
visto que a empresa é o local onde o empregado passa grande parte do seu dia. A empresa tem de 
respeitar o profissional, pois ele é um fator extrema importância no seu desenvolvimento e permanência 
no mercado.
Para que uma empresa progrida, é importante a construção de uma missão, visão e objetivos baseados 
no crescimento do seu maior bem: o profissional e o capital intelectual que ele possui. Um profissional 
valorizado produz mais e sente-se motivado a aprender mais também. O homem não é uma máquina: 
tem necessidades, sejam elas físicas ou pessoais.
 Saiba mais
Um bom exemplo para compreensão de que o homem não serve apenas 
para apertar parafusos e tampouco é uma máquina é o filme Tempos 
Modernos (1936), do diretor Charles Chaplin.
O filme focaliza a vida na sociedade industrial caracterizada pela 
produção com base no sistema de linha de montagem e especialização 
do trabalho. É uma crítica à “modernidade” e ao capitalismo representado 
pelo modelo de industrialização, onde o operário é engolido pelo poder do 
capital e perseguido por suas ideias “subversivas”.
7.1 Atuação do pedagogo nas empresas
No seu trabalho nas empresas, o pedagogo pode atuar na universidade corporativa, que tem como 
objetivo oferecer cursos técnicos específicos para os colaboradores, estruturando os cursos exatamente 
de acordo com as políticas e estratégias das empresas, o que reduz custos do treinamento convencional, 
além da rapidez na formação da mão de obra.
Figura 32 – Atuação do pedagogo
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A seleção de pessoal pode ser definida como a escolha do profissional mais adequado aos cargos 
existentes na empresa visando à manutenção ou ao aumento da eficiência e do desempenho. Deve 
compreender que as diferenças em cada ser, tanto no plano físico como no plano psicológico, levam a 
comportamentos e percepções diferentes e, consequentemente, a desempenhos diferentes nas empresas. 
E cabe ao pedagogo identificar as diferenças e adaptá-las à missão da empresa. No treinamento 
de pessoal é onde se oferece oportunidades para que as pessoas possam refletir, criticar, estudar e 
profissionalizar-se. É uma espécie de investimento sob medida que atende às necessidades da empresa.
Treinamento é o processo educacional de curto prazo, aplicado de 
maneira sistemática e organizada, através do qual as pessoas aprendem 
conhecimentos, habilidades e competências função de objetivos definidos 
(CHIAVENATO, 2004, p. 402).
Para a execução do treinamento, é necessário ter bem claro quem precisa ser treinado e o que 
necessita ser aprendido. Isso envolve as seguintes etapas:
• O diagnóstico, que nada mais é que o levantamento das necessidades de treinamento.
• A programação e elaboração do treinamento para atender às necessidades levantadas no 
diagnóstico.
• A execução do treinamento.
• A avaliação dos resultados.
Outra forma de atuação mais recente está ligada à elaboração de projetos de responsabilidade 
social das empresas, que se dá quando cumpridas as prescrições de leis e de contratos. Essa atividade 
constitui uma resposta da empresa às necessidades da sociedade, respondendo ao que se espera da 
organização no mundo globalizado e ligada também à sustentabilidade, cada vez mais discutida 
atualmente.
A responsabilidade social volta-se para a atitude e o comportamento da empresa frente às exigências 
sociais em consequência das suas atividades.
Responsabilidade social significa a atração responsável socialmente de seus 
membros, as atividades de beneficência e os compromissos da organização 
com a sociedade em geral e de forma mais intensa com aqueles grupos ou 
parte da sociedade com a qual está mais em contato (CHIAVENATO, 2004, 
p. 483).
Outra forma de atuação desse profissional é organização da liderança e formação de equipe. Para 
isso, é preciso que ele compreenda os aspectos que envolvem o conceito de liderança, como um bom 
líder de equipe deve compartilhá-la com outros membros, estimulando, elevando a autoestima e a 
satisfação pessoal daqueles que assumem compromissos com a equipe, assim como também o aumento 
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da busca pelo aperfeiçoamento e por novos conhecimentos e competências.
Ribeiro fornece algumas dicas para formação de um líder e para o trabalho de formação de 
equipes.
1. As pessoas gostam de se sentir especiais... dê-lhes elogio;
2. As pessoas buscam um futuro melhor... dê-lhes esperança;
3. As pessoas precisam ser entendidas... dê-lhes ouvido;
4. As pessoas têm falta de sentido na vida... dê-lhes direção (RIBEIRO, 
2006, p. 4).
De acordo com Pascoal (2007), as competências de um pedagogo dentro da empresa se articulam 
em cinco campos: atividades pedagógicas, técnicas, sociais, burocráticas e administrativas:
• Conceber, planejar, desenvolver e administrar atividades relacionadas 
à educação na empresa.
• Diagnosticar a realidade institucional.
• Elaborar e desenvolver projetos, buscando o conhecimento também 
em outras áreas profissionais.
• Coordenar a atualização em serviço dos profissionais da empresa.
• Planejar, controlar e avaliar o desempenho profissional dos 
funcionários da empresa.
• Assessorar as empresas no que se refere ao entendimento dos assuntos 
pedagógicos atuais (PASCOAL, 2007, p. 190).
Então, a função da Pedagogia Empresarial é mostrar como agir de maneira mais construtiva 
e produtiva para si, para os outros e para a sociedade. A Pedagogia apresenta atividades práticas 
que levam a atingir a um objetivo determinado, além de conhecer e encontrar as soluções 
práticas para as questões que envolvem a otimização da produtividade das pessoas – o objetivo 
de toda empresa.
Almeida define essa atuação:
A atuação do profissional de Pedagogia nas organizações será importante e 
positiva à medida que elas não estejam visualizando apenas a manutenção 
de políticas de RH clientelistas, mas sim estejam preocupadas com o 
desenvolvimento humano de forma efetiva voltadas para a potencialização 
da inteligência de cada um individualmente e da organização como um 
todo (ALMEIDA, 2006,p. 130).
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Figura 33 – O pedagogo preocupa-se com o desenvolvimento humano
O artigo a seguir, de Roselene N. M. Lindquist e Sonia da Cunha, contribui para uma melhor 
compreensão do papel do pedagogo nas empresas e, portanto, é aqui reproduzido na íntegra.
O pedagogo na empresa: um “novo” personagem nas novas formas de sociabilidade 
do trabalho?
Esta investigação teve como propósito buscar o entendimento sobre por que, em 
determinado momento histórico, as organizações empresariais passaram a absorver 
o pedagogo, e a que interesses eles foram chamados a atender. Procura-se também 
compreender como as mudanças no mercado de trabalho, os novos perfis exigidos pelas 
empresas contribuíram para a inserção desse profissional no meio empresarial.
Mota (1987) afirma que, para se apreender o surgimento de uma profissão, é necessário 
examinar o próprio movimento da sociedade, identificando não somente as necessidades 
existentes como também o seu processo de criação e apropriação pelos agentes no interior da 
correlação de forças de classes. Vejamos primeiro como se deu historicamente a aproximação 
desse profissional nas organizações. O pedagogo começou a ser chamado para atuar na 
empresa no final da década de 1960, início de 1970. Esse período foi muito influenciado 
pela tecnocracia. Nesse momento, o papel da educação era contribuir para a aceleração do 
desenvolvimento econômico e do progresso social. Os princípios da racionalidade, eficiência 
e produtividade foram transportados da economia para a educação, de modo conciliatório 
com a política desenvolvimentista. A concepção de educação que predominava trazia 
consigo a ideologia desenvolvimentista, fundamentada nos princípios da Teoria do Capital 
Humano, muito presente no cenário nacional, respaldando políticas e ações que visavam ao 
aperfeiçoamento do sistema industrial e econômico capitalista.
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Na década de 1970, observou-se uma crescente automação do processo de trabalho, 
de novas tecnologias. No entanto, a classe trabalhadora encontrava-se totalmente 
despreparada para o estágio de desenvolvimento industrial. O mercado de trabalho passou, 
então, a reclamar a profissionalização dos trabalhadores para acompanhar as mutações que 
estavam ocorrendo no mundo do trabalho, decorrentes de transformações tecnológicas. 
A escola encontrava-se despreparada para oferecer contribuições na profissionalização 
dos trabalhadores para que atendessem às perspectivas de desenvolvimento industrial. 
Sendo assim, buscaram-se outros mecanismos situados fora da escola formal para formar o 
trabalhador viável àquele momento. A formação profissional passou a ter seu âmbito cada 
vez mais definido no local de trabalho ou por meio de treinamentos intensivos, coordenados 
por instituições ou pela própria empresa.
No momento de sua chegada, o pedagogo encontrou uma empresa com características 
tayloristas-fordistas, com trabalhadores com pouca escolaridade. O seu papel então voltou-se 
quase exclusivamente para a área de treinamento. Ele era a pessoa que fazia o levantamento 
das necessidades, planejava, ministrava os treinamentos, avaliava e ainda conduzia alguns 
processos de escolarização que ocorriam dentro da organização. Em um primeiro momento, 
o pedagogo era contratado para atuar nos famosos Centros de Treinamento das Empresas. 
Esses espaços eram específicos para treinar o funcionário nas diversas tarefas que eles teriam 
de realizar no seu trabalho, os cursos funcionavam quase como um adestramento. Nesse 
contextos, os pedagogos definiam horários, métodos de ensino, avaliação e orientavam 
os instrutores operacionais leigos em didática como “treinar”. A eficácia era o quanto os 
funcionários sabiam fazer a tarefa, com rapidez e qualidade.
A preocupação da empresa naquele momento era a de ter um trabalhador que tivesse 
uma escolaridade básica, o conhecimento técnico da atividade que iria desenvolver e que 
não promovesse conflitos. Por isso, dentro da área de treinamento, existia a preocupação 
com a adaptação pacífica do empregado ao posto de trabalho. Dessa forma, dentro do 
processo de treinamento, estavam os cursos de relações humanas, que na maioria das vezes 
eram ministrados pelo pedagogo em parceria com o psicólogo.
No primeiro momento da presença do pedagogo na empresa, a sua atuação estava 
voltada para a coordenação de programas educativos, como: a viabilização de programas 
de ensino normal que proporcionassem a escolaridade básica aos empregados que não 
tinham, a condução dos programas de treinamentos, o planejamento, a organização, a 
avaliação dos treinamentos e a formação de instrutores. Além disso, ministrava cursos de 
relações humanas, motivação, liderança etc. A ênfase da sua prática estava no pedagógico, 
no sentido de trabalhar com o processo de aprendizagem dentro dos programas de ensino 
formal e dos treinamentos. Para atender às suas necessidades, a empresa tinha de possuir 
um trabalhador que soubesse ler, escrever, contar e ser especialista em determinada função. 
Essa forma de atuação atendia aos interesses do modelo produtivo com características 
taylorista/fordista, que centrava as ações de formação na construção de um saber técnico, 
no saber fazer. Nesse período (década de 1970), em função de uma crescente automação 
do processo de trabalho e de a escola formal não atender às expectativas imediatistas 
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do mercado, a formação profissional no local de trabalho passou a ter grande ênfase, 
proporcionando uma demanda grande de treinamentos.
As metamorfoses do mercado de trabalho, as inovações tecnológicas, os novos perfis de 
trabalhador repercutiram muito na prática do pedagogo na empresa. Um fator significativo 
foi a suspensão da Lei 6297/75, em 12 de abril de 1990, eliminando o apoio financeiro do 
governo às empresas, o que enfraqueceu o processo de treinamento nas organizações e, 
como consequência, muitos centros de treinamento foram desativados. As empresas que 
tinham um número grande de pedagogos passaram a ficar somente com o psicólogo e um 
pedagogo. Esse último, que antes se envolvia em todo o processo de treinamento, passa a 
ser o articulador, o que contrata e avalia a processo de treinamento. Porém, as mudanças 
nas formas de organização do trabalho exigiram desse profissional mudanças no seu perfil 
e prática.
Partindo do pressuposto de que a presença do pedagogo na empresa é histórica e que 
ocorreu em um momento de expansão do capital para atender as novas necessidades sociais, 
pretendemos discutir a inserção do pedagogo no meio empresarial. Realizamos a coleta dos 
dados da pesquisa empírica na cidade de São Paulo, em 06 (seis) empresas das quais duas 
pertenciam ao ramo da indústria, setores de alumínio e cosméticos; duas do comércio, setor 
varejista e duas de serviços, setor bancário e de informação. Dessas empresas, entrevistamos 
pedagogos e os gerentes de recursos humanos.
Uma das pedagogas entrevistadas sintetizou a necessidade de transformação na prática 
do pedagogo: “Com o passar dos anos, com a própria automação industrial e informatização 
dos processos, o manuseio operacional dos equipamentos deixou de ser tão fundamental 
e, com isso, o Centro de Treinamento também. Contudo, em contrapartida, as empresas 
tomaram a consciência de que seu sucesso não estava na utilização dos braços e mãos, 
mas na capacidade inventiva e dedutiva dos seus funcionários. Os ambientes de constantes 
mudanças exigiram dos homens uma grandehabilidade de aprender rapidamente e aplicar 
novos conceitos, quebrando paradigmas. A gestão do “capital intelectual”, como ficou 
conhecida, é estratégica para as organizações no mercado e para sua própria sobrevivência. 
Nesse contexto, o pedagogo é útil em atuar na produção, disseminação e gestão de 
conhecimento. Além disso, tem de ter o domínio das ferramentas mais modernas que 
existem, porque as pessoas as utilizam. Um exemplo disso são as metodologias ‘e-learning’ ”.
O modelo flexível, atual paradigma do setor produtivo, exige um novo perfil de 
trabalhador, no qual as capacidades subjetivas do indivíduo são essenciais. Esse modelo 
apresenta outra lógica de utilização da força de trabalho: divisão menos acentuada do 
trabalho e integração mais pronunciada de funções. Palagana & Bianchetti (1995) destacam 
que as exigências intelectuais são maiores e distintas das que predominavam durante o 
modelo taylorista–fordista. Em função da prática produtiva, da automação e flexibilização, 
há uma apelação para o saber fazer, principalmente para a capacidade de dominar vários 
segmentos de uma linha produtiva, sendo a palavra de ordem a polivalência da mão de obra: 
maior versatilidade na ocupação do posto de trabalho, formação geral ampliada, formação 
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técnica, envolvimento com a qualidade e atenuação de barreiras entre diferentes categorias 
de trabalhadores.
Num momento em que a capacidade manual não é mais imprescindível, mas a capacidade 
cognitiva e emocional são fatores de desenvolvimento e produtividade, a empresa reivindica 
a “mente e o coração” do indivíduo; essa captura exige uma ação pedagógica muito 
contundente com vistas ao controle do trabalhador e do processo de trabalho.
No quadro da empresa atual, sob o modelo da Qualidade Total, da flexibilização, o 
pedagogo tem um espaço predominantemente “pedagógico”. A formação do trabalhador 
dentro das expectativas do mercado atual exige o reforço da equipe de recursos humanos, 
uma vez que são grandes as expectativas de um “novo trabalhador”, como se percebe na 
fala da gerente de recursos humanos: “Em função de toda a mudança, tem que ser uma 
pessoa muito mais crítica, muito mais capaz de se adaptar à mudança, muito mais flexível, 
muito mais curativo, que contribua efetivamente para o processo. Então, a grande mudança 
que eu percebo nesse sistema é que você hoje não quer mais pessoas que simplesmente 
façam, tem que ser pessoas que façam, mas que melhorem continuamente o processo, que 
contribuam efetivamente com sugestão, ideias, iniciativa. Em linhas gerais, esse é o nosso 
perfil para ser operacional; no nível administrativo, é lógico que a gente tem outro nível 
de exigências em termos de formação, que está associado à área de atuação, mas que tem 
todo esses pontos também, criatividade, inovação... A gente tem todo um perfil que está 
baseado no mapeamento de competências para as pessoas administrativas nos vários níveis 
da organização. A gente divide em dois grupos: 1) as competências comportamentais, que 
são iguais para a organização como um todo. Quando a gente fala de áreas administrativas, 
cada competência tem comportamentos diferentes associados, e tem uma mudança a 
partir do nível gerencial; assim, algumas competências são diferentes. E 2) as competências 
técnicas, que são focadas na atividade de cada área. Aí sim, a área de treinamento tem um 
conjunto de competências técnicas diferente da área de remuneração, diferente da área de 
administração de pessoal”.
O modelo das competências é o principal parâmetro atual com relação ao perfil 
de trabalhador almejado. Esse modelo valoriza, além do conhecimento técnico, o 
comportamento, as atitudes e as posturas do trabalhador na solução dos problemas do 
trabalho. Os elementos subjetivos são essenciais para a adaptação do trabalhador às novas 
práticas produtivas. O modelo das competências, associado ao conceito de empregabilidade, 
expressa as modernas formas de controle que se busca exercer sobre o trabalhador, que 
precisa controlar a si mesmo para se enquadrar dentro dos parâmetros exigidos. Esse modelo 
possui um caráter extremamente individualizante porque tira o foco do posto de trabalho, 
da categoria, passando para o indivíduo, transfere a responsabilidade da não contratação 
ou demissão para o trabalhador.
O pedagogo é o agente educacional da empresa, sua função é a concretização da 
educação dentro dos interesses empresariais de cada momento específico. Sendo assim, 
é dentro do contexto da empresa flexível, dos programas de controle do processo de 
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trabalho, do modelo das competências que o pedagogo se estabelece na empresa como 
um profissional que agrega valores, pois juntamente com outros profissionais como o 
psicólogo, o administrador, o assistente social, a equipe de recursos humanos, educa e forma 
o trabalhador dentro das perspectivas empresariais atuais.
Nas empresas, esses profissionais atuam na área de recursos humanos em setores como: 
desenvolvimento e treinamento, recrutamento e seleção e desenvolvimento gerenciado. 
Eles não têm uma função específica de pedagogo. Embora se afirme que, devido à sua 
formação, o seu forte seja treinamento, ele atua em várias frentes, como recrutamento, 
seleção e contratação. De forma geral, é denominado de analista de recursos humanos ou 
consultor de recursos humanos, fazendo parte de um grupo, dentro de recursos humanos, 
do qual fazem parte também, o psicólogo e o administrador.
Geralmente, os pedagogos são responsáveis pelo programa de integração de novos 
funcionários, ou seja, eles têm a responsabilidade de veicular, nos primeiros momentos do 
empregado novo na empresa, todas as informações que precisam saber sobre a organização 
e sobre a atividade que desenvolverá. O momento da integração é fundamental para a 
empresa porque é nesse momento que, além de se transmitirem informações sobre a 
instituição, informações técnicas, burocráticas, passa-se a ideologia da organização, 
a cultura, a missão, os valores e as expectativas com relação ao trabalhador que está 
entrando na organização. Praticamente todas as empresas que pesquisamos desenvolvem 
o “programa de integração”, e, em todas, o pedagogo é o responsável por esse processo. Ou 
seja, o pedagogo começa a exercer poder e influência a partir do primeiro momento em que 
o trabalhador coloca os pés na empresa, é ele que “mostra a cara” da empresa. O pedagogo 
segue todo o desenvolvimento profissional do funcionário, acompanhando a performance, 
viabilizando cursos internos e externos, técnicos ou comportamentais, palestras, cursos de 
idiomas e acompanha o processo de avaliação de desempenho desse profissional. Sendo 
assim, a proximidade e o acesso a todos os funcionários é constante, o que dá condição a 
esse profissional de exercer um papel significativo no desenvolvimento dos empregados.
Alguns entrevistados afirmaram que a empresa não está prioritariamente interessada no 
pedagogo, ela quer um profissional de recursos humanos que agregue valor à organização. 
No parecer dos responsáveis pelos Recursos Humanos, o pedagogo é um dos profissionais 
de humanas que tem um know how (saber) que agrega valor à instituição, mas o título não 
é o fundamental, e sim a postura, a atitude e o perfil.
Na visão da empresa, parece que o pedagogo detém um saber que lhe é interessante. 
E esse saber está ligado ao conhecimento do processo de aprendizagem, de técnicas, de 
recursos, de formas para que o processo de aprendizagem dentro da organização se dê da 
melhor forma possível. Hoje é imprescindível para as organizações o controle do processode conhecimento. A organização precisa encontrar métodos para que esse processo seja 
eficiente, pois desse processo depende seu sucesso ou fracasso. O empregado precisa estar 
apto para aprender a lidar com as novas tecnologias, a nova versão do software, novo 
modelo organizacional e, principalmente, ter uma estrutura emocional que lhe dê condições 
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de suportar as incertezas, as exigências por metas e resultados, as novas formas de relações, 
a instabilidade e o risco. E o pedagogo é visto pela empresa como um dos profissionais de 
recursos humanos mais aptos para lidar com esse processo, embora não seja exclusividade 
desse profissional, uma vez que a maioria das empresas se posicionaram de forma não 
restritiva com relação à formação acadêmica.
Formar o trabalhador polivalente, flexível, dinâmico, criativo, que se envolva com os 
projetos da empresa, que dê resultados, esse é o grande desafio para o modelo empresarial. E 
como afirma Moraes (1999), é um novo um desafio para o próprio trabalhador que, no limite, 
é visto como um colaborador. E, nesse sentido, a participação, o interesse e o envolvimento 
sinalizam o aumento da produção e constituem fatores importantes para a manutenção 
do emprego e ascensão na carreira. São esses objetivos que fazem da área de recursos 
humanos das organizações a área mais estratégica, que agrega valor, porque está voltada 
para o desenvolvimento das pessoas, para o preparo de trabalhadores motivados, envolvidos 
e qualificados. Esse é, na visão da administração moderna, o maior patrimônio de uma 
organização, visão esta que se fundamenta nos princípios da teoria do capital humano, que 
em uma nova roupagem credita à educação a solução de problemas econômicos e sociais. 
Dentro desse princípio, a educação/ treinamento são considerados grandes investimentos, e 
o trabalhador, dono de seu “capital humano”, deve vendê-lo no mercado competitivo.
A habilidade do pedagogo em lidar com a comunicação, com a aprendizagem, faz dele 
uma figura importantíssima no processo mais abrangente de pedagogização do trabalhador. 
Como declarou uma das pedagogas entrevistadas: “O pedagogo contribui na questão da 
formação das pessoas, no aprimoramento, no aperfeiçoamento, para elas acompanharem as 
mudanças que as próprias empresas passam. A gente está em sala falando de comportamento, 
falando de atitudes, de postura, ajudando a pessoa a mudar as ações, mudar as atitudes”. 
Ou seja, o pedagogo vai “moldando” o trabalhador de acordo com os interesses da empresa, 
desenvolvendo um papel de “mediador” como declarou uma das pedagogas entrevistadas: 
“Eu acho que o pedagogo consegue o efeito mediador, o que a empresa quer do funcionário, 
ele medeia. Então, a empresa passa o que os profissionais precisam aprender, e eu vou 
trabalhar em cima, utilizando ferramentas para estar transmitindo esse conteúdo, para 
estar formando as pessoas, então eu acho que ele faz esse link entre empresa e profissional”.
Os desafios lançados sobre o pedagogo são grandes. A empresa flexível não o quer 
somente para coordenar os treinamentos, para elaborar planos didáticos, avaliar, ministrar 
cursos de relações humanas. Ela quer muito mais! Ela quer um aliado, um parceiro, um 
representante, alguém que lhe entenda e ajude a alcançar os seus objetivos. Alguém que 
forme, que “controle”, mas também que alivie as dores do trabalhador.
A empresa “humanizada” é a que não está mais interessada em robôs, em músculos, mas no 
coração, nos pensamentos, na vontade, na adesão do trabalhador. Afirma que o trabalhador 
é importante, que está preocupada com o bem-estar dele, que quer estar próximo de seus 
familiares, que são parceiros, que todos ganham, e alguém precisa convencer o trabalhador 
de tudo isso. Um desafio difícil porque os fatos muitas vezes contradizem o discurso. A 
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pressão por resultados, as demissões, a queda dos salários, o controle contradizem todo o 
“amor” que o patrão diz ter pelo trabalhador. O trabalhador é chamado de “colaborador”. 
Tenta-se iludi-lo afirmando que não é um subalterno, um subserviente, e sim colaborador.
O desafio do pedagogo é a atuação nesse campo ideológico. Ele precisa convencer 
o trabalhador dos desígnios do mercado, que o desemprego é uma realidade natural e, 
que se ele não se esforçar para se enquadrar, muitos candidatos estão esperando para 
substituí-lo, que a política salarial é essa mesma, os salários estão diminuindo, que todos 
precisam se adaptar ao perfil caso não queiram ser excluídos do mercado. Precisa convencer 
os trabalhadores dos desígnios da empresa, de que o encaminhamento que a empresa dá 
para as questões que envolve o trabalhador é o melhor. Mas por que esse convencimento 
todo? Por que as empresas perceberam a importância de se ter o trabalhador integralmente, 
totalmente envolvido com a organização, como demonstra o depoimento da gerente de 
recursos humanos?
De acordo com uma das pedagogas entrevistadas: “Hoje, a grande mudança de recursos 
humanos é a gente estar cada vez mais junto do negócio, porque o negócio começa a 
perceber que faz diferença a pessoa comprometida, a pessoa motivada, a pessoa treinada; a 
pessoa envolvida gera resultados. Então, se está buscando muito isso, e a gente ajuda nesse 
processo”.
Juntamente com o convencimento e a conquista da adesão dos empregados aos ideais 
da empresa, há a função de potencializar todas as capacidades do indivíduo e enquadrá-las 
no atual modelo exigido do capital, o que não é uma tarefa muito fácil. Trabalhar a 
subjetividade do indivíduo, o conhecimento, as experiências que esse indivíduo tem, para 
que venha a ter as competências requeridas no momento atual.
Realmente parece que o encargo do pedagogo na empresa é árduo, pela responsabilidade 
em formar e desenvolver o trabalhador dentro das perspectivas do mercado atual, de ser 
mediador, de minimizar conflitos, em um momento extremamente complexo, em que 
agudas crises atingem o mundo do trabalho. Um momento em que o trabalhador se vê 
sendo substituído pela máquina, tendo que mudar sua forma de ser, tendo que flexibilizar 
a sua vida, correr riscos, tendo que lutar pela sobrevivência de forma solitária, pois como 
coloca Antunes (1999), as transformações e a crise atingiram diretamente a subjetividade 
do trabalhador, sua consciência de classe, afetando seus organismos de representação, dos 
quais os sindicatos e os partidos são expressão.
O desafio é muito maior para o pedagogo consciente, aquele que percebe a contradição, 
que enxerga as artimanhas do capital, o caráter excludente e, às vezes, até cruel das 
exigências lançadas sobre os trabalhadores. E, na maioria das vezes, sua atuação precisa se 
restringir a reforçar, acomodar e a solidificar as propostas do capital.
Acreditamos que, mais do que nunca, é importante pensar nesse profissional, que a 
nosso ver, de certa forma, foi ignorado, poderíamos até dizer, discriminado. A preocupação 
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com o profissional pedagogo, de uma forma geral, sempre foi remetida às questões de 
âmbito escolar, sejam elas técnicas ou pedagógicas. Mas a indiferença diante dessa prática, 
nos dias atuais, é impossível. Na chamada sociedade do conhecimento (Drucker), da 
tecnologia da informação, das organizações da aprendizagem (Senge), as ações educativas 
se tornam cada vez mais necessárias e valorizadas. E o pedagogo poderá ser cada vez mais 
requisitado para atuar nas várias esferas do mundo empresarial, aindaque essa requisição 
vise à conformação às novas exigências do capital.
Nos momentos finais deste estudo, cabe-nos questionar: Estaria esse profissional 
fadado somente ao papel de “servo” do capital? Não sabemos exatamente quais são essas 
possibilidades que deverão ser construídas. Assim como o psicólogo e o assistente social, 
que enquanto categoria profissional têm buscado outras possibilidades como alternativas 
de desvencilhamento do determinismo histórico que marca as profissões, de construção de 
novas referências e novas práticas na defesa do trabalhador, o pedagogo parece também 
poder, a partir de dados objetivos sobre a sua prática, enquanto categoria, discutir os limites 
e possibilidades de uma prática que esteja voltada para atendimento das necessidades do 
“patrão” e não dos companheiros de classe.
Pensamos que as alternativas para construção de novas práticas e nova consciência 
profissional passam primordialmente por uma boa formação, uma formação que contemple 
de uma forma crítica fundamentos históricos, psicológicos, sociológicos e pedagógicos, com 
muita discussão sobre as relações de trabalho e esclarecimentos sobre as possibilidades que 
a profissão do pedagogo representa na sociedade atual.
O propósito de nosso trabalho não foi de discutir se o pedagogo deve ou não estar na 
empresa, mesmo porque ele já está presente na empresa. Essa é uma questão que está posta. 
Existem os pedagogos que têm o compromisso com a socialização dos saberes pela escola, 
com ensino público e gratuito, que lutam por uma educação democrática e de qualidade, 
que se preocupam com a formação de futuros cidadãos, e que estão na escola, mas a escola 
não é o único espaço do pedagogo. A indagação que fica é: devemos virar as costas para 
os profissionais da empresa? Devemos negar a existência dessa prática? Acreditamos que 
não. Acreditamos que devemos discutir essa questão. Buscar seriamente dados sobre essa 
prática, conhecer quem é o pedagogo na empresa, o que pensa, o que faz, como faz e como 
ele é visto e desejado pela empresa.
LINDQUIST; CUNHA, 2004, p. 1-14 (adaptado).
 Observação
Algumas empresas atualmente abrigam em seu interior creches ou 
locais específicos para os filhos de funcionários. Essas creches também 
compõe o campo de atuação do pedagogo.
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7.2 Terceiro setor
A educação é um processo social, é desenvolvimento.
Não é a preparação para a vida, é a própria vida.
John Dewey
Figura 34 – Terceiro setor
O termo “terceiro setor” foi cunhado nos EUA, em 1978, por John Rockfeller III para designar o 
espaço em que atuam as organizações da sociedade civil, como igrejas, hospitais, museus, bibliotecas, 
universidades e organizações de assistência social de diversos tipos. Segundo Fischer (1998), as 
organizações pertencentes ao terceiro setor desenvolvem atividades que estão situadas entre os deveres 
do Estado, como a promoção da saúde pública, educação e assistência social, e os agentes sociais e 
econômicos, que geram emprego e renda e auxiliam na formação e no desenvolvimento profissional.
 Lembrete
Terceiro setor é aquele que reúne as organizações que, embora 
prestem serviços públicos, produzam e comercializem bens e serviços, 
não são estatais, nem visam ao lucro financeiro com os empreendimentos 
efetivados, estando incluídas aqui, portanto, as associações, sociedades 
sem fins lucrativos e fundações.
Apesar do mesmo sentido, as ONGs têm sido mais vinculadas às 
organizações que tenham suas finalidades direcionadas a questões que 
atingem mais genericamente a coletividade (meio ambiente, questões 
sociais, doenças etc.).
O terceiro setor surgiu com a deficiência do Estado em atender questões sociais nos mais diversos 
segmentos, sejam eles culturais, recreativos, científicos, de preservação do meio ambiente, filantrópicos 
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entre outros. O terceiro setor é constituído por organizações sem fins lucrativos, não governamentais, 
gerando serviços de caráter público. Compreende-se por terceiro setor, já que o primeiro setor é o 
governo, em que a atuação é regulamentada pela política social do governo federal, orientada pelos 
artigos 203 e 204 da Constituição da República Federativa do Brasil (1988) que se refere à assistência 
social:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, 
independentemente de contribuição à seguridade social e tem por objetivos:
I. a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II. o amparo às crianças e aos adolescentes carentes;
III. a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV. a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a 
promoção de sua integração à vida comunitária;
V. a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora 
de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à 
própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser 
a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão 
realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no 
art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes 
diretrizes:
I. descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as 
normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos 
programas às esferas estadual e municipal, bem como a entidades 
beneficentes e de assistência social;
II. participação da população, por meio de organizações representativas, na 
formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a 
programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por 
cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no 
pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19 dez. 2003)
I. despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 42, de 19 dez. 2003)
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II. serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19 dez. 
2003)
III. qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos 
investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 
42, de 19 dez. 2003). (BRASIL, 1988).
Tais ações são realizadas com recursos de Seguridade Social e financiada por toda a sociedade de 
forma indireta ou direta, mediante a recursos provenientes do orçamento da União, dos Estados, Distrito 
Federal e Municípios por meio das contribuições sociais sobre folha de salários, faturamento e lucro 
dos empregadores, dos trabalhadores e da receita apurada em concurso prognósticos. Enfim, significa 
dinheiro público empregado para fins públicos.
O segundo setor são as empresas privadas que investe o dinheiro nas suas próprias atividades que 
visa ao lucro.
O terceiro setor está representado por organizações da sociedade civil sem fins lucrativos. É o 
atendimento das necessidades coletivas públicas. Esse termo é mais abrangente e representativo da 
diversidade que caracteriza esse universo organizacional e pode ser dividido em dois grupos de acordo 
com sua finalidade: 1) temos as organizações que atendem os interesses de seus membros, como os 
sindicatos, associações de bairro etc. E 2) as organizações que atendem aos interesses públicos ou 
coletivos como as entidades, instituições e órgãos de proteção ao meio ambiente.
O terceiro setor compõe-se de várias organizações e de acordocom Salamon e Anheier (1997). A 
estrutura organizacional do terceiro setor divide-se em:
• formais: realizam encontros regulares e possuem regras de procedimento;
• privadas: não fazem parte do governo e nem são dirigidas, exclusivamente, por membros do 
governo;
• não distributiva de lucro: podem gerar lucros, mas não podem dividi-lo entre os membros. Esses 
devem ser investidos na missão da organização;
• autônomas: possuem procedimentos administrativos próprios, não devendo ser controladas por 
entidades externas;
• voluntárias: deve-se existir algum grau de participação voluntária. A questão do fim público é um 
pré-requisito para a obtenção da legalidade e das isenções fiscais, federais, estaduais e municipais. 
Para uma organização ser considerada parte do terceiro setor, ela deve se enquadrar em pelo 
menos um dos cinco critérios citados.
Segundo Rubem César Fernandes:
O terceiro setor é composto de organizações sem fins lucrativos, 
criadas e mantidas pela ênfase na participação voluntária, num âmbito 
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não governamental, que dão continuidade às práticas tradicionais de 
caridade, de filantropia e do mecenato e expandem o seu sentido 
para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito 
de cidadania e de suas múltiplas manifestações da sociedade civil 
(FERNANDES, 194, p. 127).
7.2.1 Organização do terceiro setor
Para compreender melhor o funcionamento de uma organização do terceiro setor, O’Neill (apud 
FALCONER, 1999), cita alguns elementos que têm influência no modo de gestão dessas organizações:
I) Missão: é o fornecimento de um bem ou serviço sem fins lucrativos.
II) Valores: ocupam o âmago das missões organizacionais e orientam a sua 
ação.
III) Resultados: a mensuração dos resultados não segue as práticas 
empresariais. É uma tarefa difícil medir os impactos sociais.
IV) Trabalhadores (perfil): eles podem ou não ser remunerados. O uso de 
voluntários requer o desafio de mantê-los ativos, motivados e comprometidos 
com a missão.
V) Legalização: possui particularidades na legislação, no que tange a 
aplicação de recursos e tributação.
VI) Governança: as pessoas não têm poder com base em influências 
financeiras. O poder se estrutura nos conselhos das organizações, que devem 
ser formados por voluntários.
VII) Aquisição de recursos: geralmente possuem várias fontes de recursos, 
que podem ser doações individuais e institucionais, verbas internacionais, 
verbas de outras organizações do terceiro setor, recursos governamentais e 
empresariais e venda de bens ou serviços, entre outras. Os financiamentos 
podem ser, devido à dependência, irregulares e incertos, exigindo uma 
capacitação para angariar os recursos.
VIII) Complexidade organizacional: a complexidade organizacional se dá 
devido à variedade de serviços prestados, de fontes de recursos financeiros e 
dos públicos assistidos (O’NEILL apud FALCONER, 1999, p. 49).
O terceiro setor organiza-se a partir da Lei 9.790, de 23 de março de 1999, que dispõe sobre a 
qualificação de pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, institui e disciplina o Termo de Parceria, dá outras providências e cria um 
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certificado para as entidades. Por ser importante para o pedagogo conhecer as leis que fundamentam e 
regulamentam esse certificado, a lei é reproduzida a seguir.
CAPÍTULO I
DA QUALIFICAÇÃO COMO ORGANIZAÇÃO DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE 
PÚBLICO
Art. 1º. Podem qualificar-se como Organizações da Sociedade Civil de 
Interesse Público as pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, 
desde que os respectivos objetivos sociais e normas estatutárias atendam 
aos requisitos instituídos por esta Lei.
§ 1º. Para os efeitos desta Lei, considera-se sem fins lucrativos a pessoa 
jurídica de direito privado que não distribui, entre os seus sócios ou 
associados, conselheiros, diretores, empregados ou doadores, eventuais 
excedentes operacionais, brutos ou líquidos, dividendos, bonificações, 
participações ou parcelas do seu patrimônio, auferidos mediante o exercício 
de suas atividades, e que os aplica integralmente na consecução do 
respectivo objeto social.
§ 2º. A outorga da qualificação prevista neste artigo é ato vinculado ao 
cumprimento dos requisitos instituídos por esta Lei.
Art. 2º. Não são passíveis de qualificação como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público, ainda que se dediquem de qualquer forma às 
atividades descritas no art. 3º desta Lei:
I . as sociedades comerciais;
II. os sindicatos, as associações de classe ou de representação de categoria 
profissional;
III. as instituições religiosas ou voltadas para a disseminação de credos, 
cultos, práticas e visões devocionais e confessionais;
IV. as organizações partidárias e assemelhadas, inclusive suas fundações;
V. as entidades de benefício mútuo destinadas a proporcionar bens ou 
serviços a um círculo restrito de associados ou sócios;
VI. as entidades e empresas que comercializam planos de saúde e 
assemelhados;
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VII. as instituições hospitalares privadas não gratuitas e suas 
mantenedoras;
VIII. as escolas privadas dedicadas ao ensino formal não gratuito e suas 
mantenedoras;
IX. as organizações sociais;
X. as cooperativas;
XI. as fundações públicas;
XII. as fundações, sociedades civis ou associações de direito privado criadas 
por órgão público ou por fundações públicas;
XIII. as organizações creditícias que tenham quaisquer tipo de vinculação 
com o sistema financeiro nacional a que se refere o art. 192 da Constituição 
Federal.
Art. 3º. A qualificação instituída por esta Lei, observado em qualquer caso, o 
princípio da universalização dos serviços, no respectivo âmbito de atuação 
das Organizações, somente será conferida às pessoas jurídicas de direito 
privado, sem fins lucrativos, cujos objetivos sociais tenham pelo menos uma 
das seguintes finalidades:
I. promoção da assistência social;
II. promoção da cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e 
artístico;
III. promoção gratuita da educação, observando-se a forma complementar 
de participação das organizações de que trata esta Lei;
IV. promoção gratuita da saúde, observando-se a forma complementar de 
participação das organizações de que trata esta Lei;
V. promoção da segurança alimentar e nutricional;
VI. defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do 
desenvolvimento sustentável;
VII. promoção do voluntariado;
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VIII. promoção do desenvolvimento econômico e social e combate à pobreza;
IX. experimentação, não lucrativa, de novos modelos socioprodutivos e de 
sistemas alternativos de produção, comércio, emprego e crédito;
X. promoção de direitos estabelecidos, construção de novos direitos e 
assessoria jurídica gratuita de interesse suplementar;
XI. promoção da ética, da paz, da cidadania, dos direitos humanos, da 
democracia e de outros valores universais;
XII. estudos e pesquisas, desenvolvimento de tecnologias alternativas, 
produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos 
e científicos que digam respeito às atividades mencionadas neste 
artigo.
Parágrafo único. Para os fins deste artigo, a dedicação às atividadesnele 
previstas configura-se mediante a execução direta de projetos, programas, 
planos de ações correlatas, por meio da doação de recursos físicos, humanos 
e financeiros, ou ainda pela prestação de serviços intermediários de apoio 
a outras organizações sem fins lucrativos e a órgãos do setor público que 
atuem em áreas afins.
Art. 4º. Atendido o disposto no art. 3º, exige-se ainda, para qualificarem-
se como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, que as 
pessoas jurídicas interessadas sejam regidas por estatutos cujas normas 
expressamente disponham sobre:
I. a observância dos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, 
publicidade, economicidade e da eficiência;
II. a adoção de práticas de gestão administrativa, necessárias e suficientes 
a coibir a obtenção, de forma individual ou coletiva, de benefícios ou 
vantagens pessoais, em decorrência da participação no respectivo processo 
decisório;
III. a constituição de conselho fiscal ou órgão equivalente, dotado de 
competência para opinar sobre os relatórios de desempenho financeiro e 
contábil, e sobre as operações patrimoniais realizadas, emitindo pareceres 
para os organismos superiores da entidade;
IV. a previsão de que, em caso de dissolução da entidade, o respectivo 
patrimônio líquido será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos 
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termos desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social da 
extinta;
V. a previsão de que, na hipótese de a pessoa jurídica perder a qualificação 
instituída por esta Lei, o respectivo acervo patrimonial disponível, adquirido 
com recursos públicos durante o período em que perdurou aquela 
qualificação, será transferido a outra pessoa jurídica qualificada nos termos 
desta Lei, preferencialmente que tenha o mesmo objeto social;
VI. a possibilidade de se instituir remuneração para os dirigentes da 
entidade que atuem efetivamente na gestão executiva e para aqueles 
que a ela prestam serviços específicos, respeitados, em ambos os casos, os 
valores praticados pelo mercado, na região correspondente a sua área de 
atuação;
VII. as normas de prestação de contas a serem observadas pela entidade, que 
determinarão, no mínimo:
a) a observância dos princípios fundamentais de contabilidade e das Normas 
Brasileiras de Contabilidade;
b) que se dê publicidade por qualquer meio eficaz, no encerramento 
do exercício fiscal, ao relatório de atividades e das demonstrações 
financeiras da entidade, incluindo-se as certidões negativas de débitos 
junto ao INSS e ao FGTS, colocando-os à disposição para exame de 
qualquer cidadão;
c) a realização de auditoria, inclusive por auditores externos independentes 
se for o caso, da aplicação dos eventuais recursos objeto do termo de 
parceria conforme previsto em regulamento;
d) a prestação de contas de todos os recursos e bens de origem pública 
recebidos pelas Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público será 
feita conforme determina o parágrafo único do art. 70 da Constituição 
Federal.
Parágrafo único. É permitida a participação de servidores públicos na 
composição de conselho de Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público, vedada a percepção de remuneração ou subsídio, a qualquer título. 
(Incluído pela Lei nº 10.539, de 2002)
Art. 5º. Cumpridos os requisitos dos artigos 3º e 4º desta Lei, a pessoa 
jurídica de direito privado sem fins lucrativos, interessada em obter 
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a qualificação instituída por esta Lei, deverá formular requerimento 
escrito ao Ministério da Justiça, instruído com cópias autenticadas dos 
seguintes documentos:
I. estatuto registrado em cartório;
II. ata de eleição de sua atual diretoria;
III. balanço patrimonial e demonstração do resultado do exercício;
IV. declaração de isenção do imposto de renda;
V. inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes.
Art. 6º. Recebido o requerimento previsto no artigo anterior, o 
Ministério da Justiça decidirá, no prazo de trinta dias, deferindo ou 
não o pedido.
§ 1º. No caso de deferimento, o Ministério da Justiça emitirá, no prazo de 
quinze dias da decisão, certificado de qualificação da requerente como 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público.
§ 2º. Indeferido o pedido, o Ministério da Justiça, no prazo do § 1º., dará 
ciência da decisão, mediante publicação no Diário Oficial.
§ 3º. O pedido de qualificação somente será indeferido quando:
I. a requerente enquadrar-se nas hipóteses previstas no art. 2º desta Lei;
II. a requerente não atender aos requisitos descritos nos artigos 3º e 4º desta 
Lei;
III. a documentação apresentada estiver incompleta.
Art. 7º. Perde-se a qualificação de Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público, a pedido ou mediante decisão proferida em processo administrativo 
ou judicial, de iniciativa popular ou do Ministério Público, no qual serão 
assegurados, ampla defesa e o devido contraditório.
Art. 8. Vedado o anonimato, e desde que amparado por fundadas evidências de 
erro ou fraude, qualquer cidadão, respeitadas as prerrogativas do Ministério 
Público, é parte legítima para requerer, judicial ou administrativamente, a 
perda da qualificação instituída por esta Lei.
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CAPÍTULO II
DO TERMO DE PARCERIA
Art. 9. Fica instituído o Termo de Parceria, assim considerado o 
instrumento passível de ser firmado entre o Poder Público e as entidades 
qualificadas como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público 
destinado à formação de vínculo de cooperação entre as partes, para o 
fomento e a execução das atividades de interesse público previstas no 
art. 3º desta Lei.
Art. 10. O Termo de Parceria firmado de comum acordo entre o Poder Público 
e as Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público discriminará 
direitos, responsabilidades e obrigações das partes signatárias.
§ 1º. A celebração do Termo de Parceria será precedida de consulta aos 
Conselhos de Políticas Públicas das áreas correspondentes de atuação 
existentes, nos respectivos níveis de governo.
§ 2º. São cláusulas essenciais do Termo de Parceria:
I. a do objeto, que conterá a especificação do programa de trabalho proposto 
pela Organização da Sociedade Civil de Interesse Público;
II. a de estipulação das metas e dos resultados a serem atingidos e os 
respectivos prazos de execução ou cronograma;
III. a de previsão expressa dos critérios objetivos de avaliação de desempenho 
a serem utilizados, mediante indicadores de resultado;
IV. a de previsão de receitas e despesas a serem realizadas em seu 
cumprimento, estipulando item por item as categorias contábeis usadas pela 
organização e o detalhamento das remunerações e benefícios de pessoal a 
serem pagos, com recursos oriundos ou vinculados ao Termo de Parceria, a 
seus diretores, empregados e consultores;
V. a que estabelece as obrigações da Sociedade Civil de Interesse Público, 
entre as quais a de apresentar ao Poder Público, ao término de cada 
exercício, relatório sobre a execução do objeto do Termo de Parceria, 
contendo comparativo específico das metas propostas com os resultados 
alcançados, acompanhado de prestação de contas dos gastos e receitas 
efetivamente realizados, independente das previsões mencionadas no 
inciso IV;
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VI. a de publicação, na imprensaoficial do Município, do Estado ou da União, 
conforme o alcance das atividades celebradas entre o órgão parceiro e a 
Organização da Sociedade Civil de Interesse Público, de extrato do Termo de 
Parceria e de demonstrativo da sua execução física e financeira, conforme 
modelo simplificado estabelecido no regulamento desta Lei, contendo os 
dados principais da documentação obrigatória do inciso V, sob pena de não 
liberação dos recursos previstos no Termo de Parceria.
Art. 11. A execução do objeto do Termo de Parceria será acompanhada 
e fiscalizada por órgão do Poder Público da área de atuação 
correspondente à atividade fomentada, e pelos Conselhos de Políticas 
Públicas das áreas correspondentes de atuação existentes, em cada 
nível de governo.
§ 1º. Os resultados atingidos com a execução do Termo de Parceria devem 
ser analisados por comissão de avaliação, composta de comum acordo 
entre o órgão parceiro e a Organização da Sociedade Civil de Interesse 
Público.
§ 2º. A comissão encaminhará à autoridade competente relatório conclusivo 
sobre a avaliação procedida.
§ 3º. Os Termos de Parceria destinados ao fomento de atividades nas áreas 
de que trata esta Lei estarão sujeitos aos mecanismos de controle social 
previstos na legislação.
Art. 12. Os responsáveis pela fiscalização do Termo de Parceria, ao tomarem 
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade na utilização 
de recursos ou bens de origem pública pela organização parceira, darão 
imediata ciência ao Tribunal de Contas respectivo e ao Ministério Público, 
sob pena de responsabilidade solidária.
Art. 13. Sem prejuízo da medida a que se refere o art. 12 desta Lei, havendo 
indícios fundados de malversação de bens ou recursos de origem pública, 
os responsáveis pela fiscalização representarão ao Ministério Público, à 
Advocacia-Geral da União, para que requeiram ao juízo competente a 
decretação da indisponibilidade dos bens da entidade e o sequestro dos bens 
dos seus dirigentes, bem como de agente público ou terceiro, que possam 
ter enriquecido ilicitamente ou causado dano ao patrimônio público, além 
de outras medidas consubstanciadas na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992, 
e na Lei Complementar no 64, de 18 de maio de 1990.
§ 1º. O pedido de sequestro será processado de acordo com o disposto nos 
artigos 822 e 825 do Código de Processo Civil.
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§ 2º. Quando for o caso, o pedido incluirá a investigação, o exame e o 
bloqueio de bens, contas bancárias e aplicações mantidas pelo demandado 
no País e no exterior, nos termos da lei e dos tratados internacionais.
§ 3º. Até o término da ação, o Poder Público permanecerá como depositário 
e gestor dos bens e valores sequestrados ou indisponíveis e velará pela 
continuidade das atividades sociais da organização parceira.
Art. 14. A organização parceira fará publicar, no prazo máximo de trinta dias, 
contado da assinatura do Termo de Parceria, regulamento próprio contendo 
os procedimentos que adotará para a contratação de obras e serviços, bem 
como para compras com emprego de recursos provenientes do Poder Público, 
observados os princípios estabelecidos no inciso I do art. 4º desta Lei.
Art. 15. Caso a organização adquira bem imóvel com recursos provenientes 
da celebração do Termo de Parceria, este será gravado com cláusula de 
inalienabilidade.
CAPÍTULO III
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 16. É vedada às entidades qualificadas como Organizações da Sociedade 
Civil de Interesse Público a participação em campanhas de interesse político-
partidário ou eleitorais, sob quaisquer meios ou formas.
Art. 17. O Ministério da Justiça permitirá, mediante requerimento dos 
interessados, livre acesso público a todas as informações pertinentes às 
Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público.
Art. 18. As pessoas jurídicas de direito privado sem fins lucrativos, qualificadas 
com base em outros diplomas legais, poderão qualificar-se como Organizações 
da Sociedade Civil de Interesse Público, desde que atendidos aos requisitos 
para tanto exigidos, sendo-lhes assegurada a manutenção simultânea dessas 
qualificações, até cinco anos contados da data de vigência desta Lei. (Redação 
dada pela Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
§ 1º. Findo o prazo de cinco anos, a pessoa jurídica interessada em manter 
a qualificação prevista nesta Lei deverá por ela optar, fato que implicará a 
renúncia automática de suas qualificações anteriores. (Redação dada pela 
Medida Provisória nº 2.216-37, de 2001)
§ 2º. Caso não seja feita a opção prevista no parágrafo anterior, a pessoa 
jurídica perderá automaticamente a qualificação obtida nos termos desta Lei.
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Art. 19. O Poder Executivo regulamentará esta Lei no prazo de trinta dias.
Art. 20. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação (BRASIL, 1999).
 Observação
O terceiro setor tem crescido cada vez mais no Brasil, dando origem à 
disciplinas específicas em cursos de Administração de Empresas e afins, por 
conta da urgência do tema.
7.2.2 Organizações não governamentais
No Brasil, as décadas de 1970 e 1980 foram marcadas pelo surgimento das organizações não 
governamentais (ONGs), que possuem características formadoras dispostas entre o assistencialismo e 
as preocupações sociais e políticas, conforme suas origens que as ligavam aos setores conservadores da 
sociedade ou às assessorias dos movimentos populares urbanos (Fernandes, 1997; Gohn, 1997; Thompson, 
1997). Logo, assumem um papel de intermediadoras das ações que o Estado, devido a sua “ausência”, 
não consegue suprir, ou seja, as necessidades e carências sociais da população. E o rápido crescimento 
das demandas sociais acabam por obrigar essas organizações a buscar fontes de financiamento para as 
suas ações visto a diminuição da capacidade de financiamento do Estado. Diante desse cenário é que as 
empresas privadas aparecem como interessadas em torna-se fontes financiadoras das ONGs, buscando 
um diferencial competitivo no mercado e, por ações de investimento em responsabilidade social, serem 
bem vistas.
É importante compreender as organizações não governamentais como instituições que não foram 
criadas pelo governo e que não são parte dele, além de abrangerem diversas entidades como: sindicatos, 
igrejas, partidos políticos, grupos de bairro, institutos de pesquisa, entre outros. Entretanto, há algumas 
características específicas distinguem essas organizações, como a solidariedade, em que não existe 
trocas materiais. As ligações entre a sociedade e as organizações se dão por meio de laços de confiança 
mútua e atos altruísticos. Existe um sentimento de parceria entre a sociedade e essas organizações que, 
segundo Landim (1993), no âmago das ONGs existem “lucros” e relações sociais, que reestruturam a 
confiança e o altruísmo entre os indivíduos, impossíveis serem estabelecidas em instituições públicas ou 
privadas.
Há também a atuação política na qual as ONGs visam, além das tomadas de medidas emergenciais, 
à mudança social dada por meio da influência política e da conscientização. Sua atuação se dá em 
participações na elaboração de projetos de políticas públicas, conseguindo absorver as necessidades 
reais da sociedade por estarem em contato mais direto com os movimentos sociais do que o próprio 
Estado. De acordo com Wils, “as ONGs brasileiras trabalham mais a nível político do que qualquer outra 
coisa. Ao longo da história do desenvolvimento das ONGs, elas deixaram de possuir apenas um caráter 
assistencialista, passando a atuarem politicamente” (WILS, 1991, p. 87).
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 Lembrete
Uma ONG podem ser definida como um grupo social pertencente a uma 
esfera privada da sociedade civil que possuem uma estrutura formal, não persegue 
fins lucrativos, possui maior autonomia, está ligadas à sociedade através de atos 
de solidariedade e possue uma função sociopolítica em sua sociedade.
 Saiba mais
Um filme que levanta uma discussão sobre a estruturação e atuação 
das ONGs sob um olhar mais critico é o Quanto vale ou é por quilo?, do 
diretor Sérgio Bianchi.
O filme faz uma analogia entre o antigo comércio de escravos e a atual 
exploração da miséria pelo marketing social, que forma uma solidariedade 
de fachada.
As ONGs atuam em vários setores da necessidades sociais, com diferentes missões e modos de 
execução de seus ideais. Como exemplos, podemos citar as seguintes:
• Leia Brasil
Organização de promoção da leitura. Bibliotecas volantes, eventos culturais e publicações são 
algumas das ferramentas de incentivo a leitura.
• Viva Rio
A Viva Rio tem sede no Rio de Janeiro e é engajada no trabalho de campo, na pesquisa e na formulação 
de políticas públicas com o objetivo de promover a cultura de paz e o desenvolvimento social.
• Criança Segura
A Criança Segura é uma organização que tem como missão promover a prevenção de acidentes com 
crianças e adolescentes de até 14 anos.
• Greenpeace
Associação que busca proteger a diversidade da vida em todas as suas formas, combater a destruição 
e o uso predatório dos oceanos, do solo, do ar e das fontes de água doce da Terra, pôr um fim à ameaça 
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nuclear, promovendo o desarmamento e a não violência e construir uma vida saudável e segura para as 
gerações futuras.
 Saiba mais
A Abong (Associação Brasileira de Organizações não Governamentais) reúne 
todas as ONGs atuantes no Brasil e traz informações e acesso a cada uma delas.
<http://www.abong.org.br/>. Acesso em 2 abr. 2012.
8 EDUCAÇÃO NÃO FORMAL
O trabalho educacional nas ONGs é tratado como educação não formal, ou seja, aquela fora da 
escola. E, atualmente, com as demandas socioeducacionais que emergem no mundo moderno, acabam 
por criar a necessidade de se viabilizar a formação de profissionais da educação especializados para 
o atendimento das questões socioculturais. Tal organização se dá por meio da Pedagogia Social, que 
apresenta conceitos diversificados, acumulados no tempo em função do contexto fora da escola 
em que se tem desenvolvido. Portanto, torna-se necessário conhecer o processo epistemológico do 
pensamento sobre a Pedagogia Social para se estabelecer diálogos e fronteiras com a educação não 
formal e sociocomunitária.
8.1 Pedagogia Social
Segundo Aoyama (2005) é preciso mencionar a relevância que a educação não formal representa 
enquanto possibilidade de aprendizagem. Ao mesmo tempo, o ambiente diferenciado da sala de aula 
pode ser enriquecedor e pode, de fato, contribuir para o processo de aprendizagem, uma vez que busca 
oferecer, além de um espaço diferenciado, uma proposta pedagógica também diferenciada, que envolva 
atividades não participativas do currículo escolar. Como observa Gohn (1999), a relevância da educação 
não formal está na possibilidade de criação de novos conhecimentos. Nesse sentido, é valida uma breve 
observação sobre a construção histórica da Pedagogia Social, considerando-se que a conceitualização, 
os paradigmas e as áreas de intervenção socioeducativa propicia referencial para se compreender as 
perspectivas atuais.
8.1.1 Construção histórica da Pedagogia Social
Podemos considerar alguns filósofos como Platão e Pestalozzi como pensadores e precursores da 
Pedagogia Social. Comenius foi o primeiro educador a formular uma concepção pedagógico-social 
de caráter místico-humanitário, e Pestalozzi é apontado como o fundador da educação autônoma, 
rompendo com a subordinação a teologia e, consequentemente, à Igreja, nas atividades educativas, 
características na Idade Média (Luzuriaga,1993).
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O conceito de Pedagogia Social foi usado pela primeira vez em 1850 pelo pedagogo alemão 
Diesterweg, que fez uso da expressão “educação social”, referindo-se a educação popular. 
Porém, o termo Pedagogia Social já havia sido utilizado por Magwer em 1844, na “Pädagogische 
Revue”, uma publicação alemã, segundo Fermoso (1994). A primeira obra que sistematiza 
a Pedagogia Social é publicada em 1898, escrita por Paul Natorp, filósofo neokantiano, e 
intitula-se “Pedagogia Social”, na qual o autor defende, como um dos conceitos básicos, a 
comunidade, contrapondo-se ao individualismo, que considera origem e causa dos conflitos 
sociopolíticos da Alemanha. Assim, a educação vincula-se à comunidade e não aos indivíduos. 
Procura elaborar uma teoria sobre a educação social, concebendo a Pedagogia Social como 
saber prático e como saber teórico (Quintana,1997). Paul Gerhard Natorp é reconhecido como 
o fundador da Pedagogia Social, sendo criador uma tendência a de Pedagogia Sociológica 
como uma ciência com múltiplas concepções.
A Pedagogia Social surge no final do século XIX na Alemanha com a crise econômico-industrial 
acentuada e acabou tornando-se um referencial, isto porque coincidiu com o crescimento e a consolidação 
das Ciências Sociais, com a racionalização e análise objetiva da vida social. Refletia também os efeitos da 
Revolução Industrial e da Francesa, com o reconhecimento dos movimentos populares que reivindicam 
liberdade e direitos humanos. O que levou a Pedagogia, naquele momento, a atender as necessidades 
de intervenção socioeducacional, em que os educadores ampliam suas ações práticas e conceituam a 
Pedagogia Social.
A Pedagogia Social atende a situações contraditórias, tendo tanto o sentido de impulsionar a 
renovação social por intermédio da educação como o de reduzir os conflitos políticos de socialistas e 
comunistas, enfatizando o atendimento a problemas públicos da sociedade da época, relacionados à 
infância abandonada, a jovens não adaptados à sociedade ou delinquentes, a grupos marginalizados, a 
terceira idade, a animação sociocultural, à educação permanente. O objetivo era a melhoria da qualidade 
de vida da população com leis de apoio a infância e a juventude. Para Nohl, Pedagogia Social não se 
refere a toda a Pedagogia, mas à parte relacionada à educação popular. Visa a atender a necessidades 
concretas do período após a Primeira Guerra e centra sua proposta na prevenção como forma de 
solucionar os problemas sociais.
Atualmente, o termo de Pedagogia Social vem se vinculando com a educação fora da família e da 
escola, compreendida como tarefa educativa social e estatal, e defende uma educação para democracia, 
liberdade e igualdade.
 Saiba mais
Um bom recurso e caminho para o aprofundamento acerca da Pedagogia 
Social é o site <http://www.pedagogiasocial.com.br>. Lá, o internauta 
encontra informações importantes e ações relacionadas ao tema.
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Figura 35 – Pedagogia social
8.2 O curso de Pedagogia
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia, aprovadas em dezembro de 2005, 
apontam a finalidade do curso de Pedagogia e destacam que a educação do pedagogo deve propiciar 
estudos de vários campos do conhecimento, tais como: o filosófico, o histórico, o antropológico, o 
ambiental-ecológico, o psicológico, o linguístico, o sociológico, o político, o econômicoe o cultural, para 
nortear a observação, análise, execução e avaliação do ato docente e de suas repercussões ou não em 
aprendizagens, bem como orientar práticas de gestão de processos educativos escolares e não escolares, 
além da organização, funcionamento e avaliação de sistemas e de estabelecimento de ensino. O mesmo 
documento ressalta que o perfil do graduado em Pedagogia deverá contemplar consistentemente a 
formação teórica, diversidade de conhecimentos e de práticas, que se articulam ao longo do curso.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Pedagogia ressaltam que:
[...] a gestão educacional, entendida numa perspectiva democrática, que 
integre as diversas atuações e funções do trabalho pedagógico e de processos 
educativos escolares e não escolares, especialmente no que se refere ao 
planejamento, à administração, à coordenação, ao acompanhamento, 
à avaliação de planos e de projetos pedagógicos, bem como análise, 
formulação, implementação, acompanhamento e avaliação de políticas 
públicas e institucionais na área de educação.
[...] atuar com ética e compromisso com vistas à construção de uma 
sociedade justa, equânime, igualitária; trabalhar, em espaços escolares e não 
escolares, na promoção da aprendizagem de sujeitos em diferentes fases do 
desenvolvimento humano, em diversos níveis e modalidades do processo 
educativo; identificar problemas socioculturais e educacionais com postura 
investigativa, integrativa e propositiva em face de realidades complexas, 
com vistas a contribuir para superação de exclusões sociais, étnico-raciais, 
econômicas, culturais, religiosas, políticas e outras; demonstrar consciência 
da diversidade, respeitando as diferenças de natureza ambiental-ecológica, 
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
étnico-racial, de gêneros, faixas geracionais, classes sociais, religiões, 
necessidades especiais, escolhas sexuais, entre outras; desenvolver trabalho 
em equipe, estabelecendo diálogo entre a área educacional e as demais 
áreas do conhecimento; participar da gestão das instituições em que atuem 
planejando, executando, acompanhando e avaliando projetos e programas 
educacionais, em ambientes escolares e não escolares; realizar pesquisas 
que proporcionem conhecimentos, entre outros: sobre seus alunos e alunas 
e a realidade sociocultural em que estes desenvolvem suas experiências não 
escolares; sobre processos de ensinar e de aprender, em diferentes meios 
ambiental-ecológicos; sobre propostas curriculares; e sobre a organização 
do trabalho educativo e práticas pedagógicas (BRASIL, 1999b).
 Saiba mais
Em seu livro Pedagogia do Oprimido, Paulo Freire mostra o papel da 
conscientização em uma educação realmente libertadora.
Outro livro que trata da educação sob várias perspectivas é O que é 
educação, de Carlos Rodrigues Brandão.
As indicações completas constam nas Referências.
8.3 O pedagogo nas ONGs
A “Educação” é uma palavra forte: “Utilização de meios que permitem 
assegurar a formação e o desenvolvimento de um ser humano (...)”. O termo 
“formação”, com suas conotações de moldagem e conformação, tem o 
defeito de ignorar que a missão do didatismo é encorajar o autodidatismo, 
despertando, provocando, favorecendo a autonomia do espírito. O ensino, 
arte ou ação de transmitir os conhecimentos a um aluno, de modo que 
ele os compreenda e assimile, tem um sentido mais restrito, porque apenas 
cognitivo. A bem dizer, a palavra ensino não me basta, mas a palavra 
educação comporta um excesso e uma carência. (MORIN, 2001, p. 10).
As organizações não governamentais ligadas à educação têm como missão o desenvolvimento de 
projetos voltados para educação, buscando a melhoria da qualidade da educação pública e fomentando 
as ações complementares à escola, para assegurar o ingresso, o regresso, a permanência e o sucesso de 
crianças e jovens matriculados na escola pública.
Esse trabalho implica em pensar nas políticas educacionais do Brasil, visando à responsabilidade 
e ao comprometimento com a qualidade social, cidadania e inclusão. Para a atuação nas ONGs, recai 
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ao profissional as funções mais diversificadas, em especial na área de projetos, seja na elaboração 
ou coordenação. São amplas as possibilidades e vamos aqui explicitar os principais cargos e funções 
preenchidos por pedagogos nessas organizações.
8.3.1 Atuação como orientador educacional
Referindo-se ao papel do orientador educacional, Alzira Tenfen da Silva (2004), relaciona, a partir da 
posição de diversos autores, alguns dos papéis atribuídos, tais como:
• Especialista: prioridade ao aconselhamento psicopedagógico.
• Generalista: orientação de grupo, registro de alunos, sessões de aula, aplicação de testes, 
organização de classes, fichas cumulativas etc.
• Monitor: orientação centrada no aluno.
• Assessor: orientação centrada no contexto.
• Consultor e assessor: assessoramento de pessoas e pequenos grupos, consultando professores, 
diretores, pais e outros.
• Agente de mudança: revisão crítica.
• Profissional de ajuda: ajuda, assessoramento.
• Catalisador: o indivíduo realizando seu próprio papel.
• Conselheiro e guia pessoal do aluno.
• Agente de informações sobre oportunidades educacionais e ocupacionais.
• Orientador da vocação do aluno.
• Mediador entre comunidade escolar e familiar.
• Membro do grupo profissional.
Atualmente, o cargo de orientador educacional vem crescendo nas ONGs que estreitam as relações 
com a comunidade escolar. Essa função é regulamentada pela Lei 5.564, de 21 de dezembro de 1968, 
sob o Decreto 72.846. Faz-se necessário conhecer alguns aspectos que regulamentam essa profissão e a 
“diferem” da função como pedagogo.
Art. 1º. Constitui o objeto da orientação educacional a assistência ao 
educando, individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º 
e 2º graus, visando ao desenvolvimento integral e harmonioso de sua 
personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência 
em sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.
Art. 2º. O exercício da profissão de Orientador Educacional é privativo:
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
I. Dos licenciados em Pedagogia, habilitados em Orientação Educacional, 
possuidores de diplomas expedidos por estabelecimentos de Ensino Superior 
oficiais ou reconhecidos.
II. Dos portadores de diplomas ou certificados de Orientador Educacional 
obtidos em cursos de pós-graduação, ministrados por estabelecimentos 
oficiais ou reconhecidos, devidamente credenciados pelo Conselho Federal 
de Educação.
III. Dos diplomados em Orientação Educacional por escolas estrangeiras, 
cujos títulos sejam revalidados na forma da lei em vigor.
Art. 3º. É assegurado ainda o direito de exercer a profissão de Orientador 
Educacional:
I. Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei 
nº 5692/71, na forma do art. 63, da Lei nº 4024, de 20 de setembro de 1961, 
até a 4ª série do ensino de 1º e 2º graus.
II. Aos formandos que tenham ingressado no curso antes da vigência da Lei 
nº 5692/71, na forma do art. 64, da Lei 4024, de 20 de setembro de 1961, até 
a 4ª série do ensino de 1º grau.
Art. 4º. Os profissionais de que tratam os artigos anteriores, somente poderão 
exercer a profissão após satisfazer os seguintes requisitos:
I. Registro dos diplomas ou certificados no Ministério da Educação e Cultura.
II. Registro profissional no órgão competente do Ministério da Educação e 
Cultura.
Art.5º. A profissão de Orientador Educacional, observadas as condições 
previstas neste regulamento, se exerce, na órbita pública ou privada, por 
meio de planejamento, coordenação, supervisão, execução, aconselhamento 
e acompanhamento relativo às atividades de Orientação Educacional, bem 
como por meio de estudos, pesquisas, análises, pareceres compreendidos no 
seu campo profissional.
Art. 6º. Os documentos referentes ao campo de ação profissional de que 
trata o artigo anterior só terão validade quando assinados por Orientador 
Educacional, devidamente registrado na forma desse regulamento.
Art. 7º. É obrigatório à citação do número de registro de Orientação 
Educacional em todos os documentos que levam sua assinatura.
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Art. 8º. São atribuições privativas do Orientador Educacional:
a) Planejar e coordenar a implantação e funcionamento do Serviço de 
Orientação Educacional em nível de: Escola e Comunidade.
b) Planejar e coordenar a implantação do Serviço de Orientação Educacional 
dos órgãos do Serviço Público Federal, Estadual, Municipal e Autárquico; das 
Sociedades de Economia Mista, Empresas Estatais, Paraestatais e Privadas.
c) Coordenar a orientação vocacional do educando, incorporando-o ao 
processo educativo global.
d) Coordenar o processo de sondagem de interesses, aptidões e habilidades 
do educando.
e) Coordenar o processo de informação profissional e educacional com 
vistas à orientação vocacional.
f) Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao 
conhecimento global do educando.
g) Sistematizar o processo de acompanhamento dos alunos, encaminhando 
a outros especialistas aqueles que exigirem assistência especial.
h) Coordenar o acompanhamento pós-escolar.
i) Ministrar disciplinas de Teoria e Prática da Orientação Educacional, 
satisfeitas as exigências da legislação específica de ensino.
j) Supervisionar estágios na área da Orientação Educacional.
k) Emitir pareceres sobre matéria concernente à Orientação Educacional.
Art. 9º. Competem, ainda, ao Orientador Educacional as seguintes atribuições:
a) Participar no processo de identificação das características básicas da 
comunidade.
b) Participar no processo de caracterização da clientela escolar.
c) Participar no processo de elaboração do currículo pleno da escola.
d) Participar na composição, caracterização e acompanhamento de turmas 
e grupos.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
e) Participar do processo de avaliação e recuperação dos alunos.
f) Participar do processo de encaminhamento e acompanhamento dos 
alunos estagiários.
g) Participar no processo de integração escola-família-comunidade.
h) Realizar estudos e pesquisas na área da Orientação Educacional.
Art. 10º. No preenchimento de cargos públicos, para os quais se faz mister 
qualificação de Orientador Educacional, requer-se, como condição essencial, 
que os candidatos hajam satisfeito, previamente, as exigências da Lei nº 
5564, de 21 de dezembro de 1968 e deste regulamento.
Art. 11º. Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas 
as disposições em contrário.
A Lei 9394/96 mantém as propostas anteriores. (BRASIL, 1968).
8.3.2 Atuação junto à elaboração e/ou coordenação de projetos
Segundo Nogueira, “um projeto, na verdade, é, a princípio, uma irrealidade que vai se tornando 
real, conforme começa a ganhar corpo a partir da realização de ações e, consequentemente, das 
articulações desta” (NOGUEIRA, 2001, p. 90). Assim, os projetos precisam ter como missão contribuir na 
construção de uma sociedade justa, humana e igualitária, por meio de atividades socioeducativas que 
visam à melhoria da qualidade de vida e ao pleno exercício da cidadania das famílias em situação de 
vulnerabilidade, exclusão ou risco social e pessoal.
De acordo com Hernández (1998), os projetos não podem ser considerados como um modelo pronto 
e acabado, como metodologia didática, ou separados de sua dimensão política. Trabalhar com projetos 
significa dar novo sentido ao processo do aprender e do ensinar. Eles devem estar voltados para uma 
ação concreta, partindo da necessidade dos educandos de resolver problemas da sua realidade, para 
uma prática social que pode ser adaptada a um contexto.
A ideia de projeto envolve a antecipação de algo que se deseja e que ainda não foi realizado, é 
pensar em uma realidade que ainda não aconteceu. O processo de projetar implica analisar o presente 
como fonte de possibilidades futuras (Freire; Prado, 1999). Tal como vários autores colocam, a origem da 
palavra “projeto” deriva do latim projectus, que significa algo lançado para frente. A ideia de projeto é 
própria da atividade humana, da sua forma de pensar em algo que deseja tornar real, portanto, o projeto 
é inseparável do sentido da ação (Almeida, 2006). Neste sentido Barbier (apud Machado, 2000) salienta: 
“(...) o projeto não é uma simples representação do futuro, do amanhã, do possível, de uma ideia; é o 
futuro a fazer, um amanhã a concretizar, um possível a transformar em real, uma ideia a transformar em 
ato” (BARBIER apud MACHADO, 2000, p. 64).
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É necessário compreender que, no trabalho por meio de projetos, as pessoas envolvidas precisam 
descobrir ou produzir algo novo, procurar respostas para questões ou problemas reais. De acordo com 
Nílson José Machado, “Não se faz projeto quando se têm certezas, ou quando se está imobilizado por 
dúvidas” (MACHADO, 2000, p. 7). Todo projeto parte de uma problemática e, portanto, quando se conhece, 
a priori, todos os passos para solucionar o problema. Esse processo constitui-se num exercício de aplicação 
do que já se sabe (Almeida, 2002). Projeto não pode ser confundido com um conjunto de atividades em 
que o pedagogo propõe para que as pessoas realizem a partir de um tema dado. Segundo Almeida (2002):
“(...) o projeto rompe com as fronteiras disciplinares, tornando-as permeáveis 
na ação de articular diferentes áreas de conhecimento, mobilizadas na 
investigação de problemáticas e situações da realidade. Isso não significa 
abandonar as disciplinas, mas integrá-las no desenvolvimento das 
investigações, aprofundando-as verticalmente em sua própria identidade, 
ao mesmo tempo que estabelecem articulações horizontais numa relação 
de reciprocidade entre elas, a qual tem como pano de fundo a unicidade do 
conhecimento em construção” (ALMEIDA, 2006, p. 58).
O trabalho por meio de projetos possibilita transformações sociais, desenvolve as múltiplas habilidades 
e competências.
 Saiba mais
Um bom livro sobre o assunto é o livro Pedagogia dos projetos: 
uma jornada interdisciplinar rumo ao desenvolvimento das múltiplas 
inteligências, de Nilbo Ribeiro Nogueira.
Nessa obra, ele pretende evitar a visão simplista e reducionista com a 
qual os projetos estão sendo encarados no ambiente escolar. Para isso, leva 
em consideração as questões dos conteúdos, os problemas de aprendizagem, 
a postura do professor enquanto mediador, as novas tecnologias etc., para 
só então, nesse cenário contextualizado, apresentar a dinâmica de trabalho 
com projetos.
8.3.3 Atuação como coordenador pedagógico
O coordenador de pedagógico atua junto a sua equipe, visando à valorização do profissional e a 
qualidade na educação. Suas ações devem sustentar um bom trabalho em equipe e uma gestão que 
priorize a formação docente, contribuindo para um processo administrativo de qualidade. Conforme 
Chiavenato, “não se trata mais de administrar pessoas, masde administrar com as pessoas. As 
organizações cada vez mais precisam de pessoas proativas, responsáveis, dinâmicas, inteligentes, com 
habilidades para resolver problemas, tomar decisões” (CHIAVENATO, 1997, p. 101).
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Sob esse olhar, o coordenador precisa identificar as necessidades dos educadores, auxiliar e encontrar 
soluções que priorizem um trabalho educacional de qualidade, acompanhando os resultados e refletindo 
sobre sua própria prática, o que exige desse profissional um olhar além do conhecimento teórico visando 
a estimular sua equipe. Isso requer percepção e sensibilidade para identificar as necessidades dos alunos 
e educadores, tendo de se manter sempre atualizado, buscando fontes de informação e refletindo sobre 
sua prática. Como nos fala Novoa, “a experiência não é nem formadora nem produtora. É a reflexão 
sobre a experiência que pode provocar a produção do saber e a formação” (NOVOA, 2001, p. 42). Diante 
dessa afirmação, é necessário ressaltar que o trabalho deve contar com a colaboração de todos. Assim, o 
coordenador precisa estar preparado para mudanças e sempre pronto a motivar sua equipe.
Sobre as atividades do coordenador pedagógico, destacamos:
• Elaborar o planejamento pedagógico baseado nos objetivos já diagnosticados.
• Assegurar a implantação e orientar a execução dos projetos, redimensionando os espaços de 
aprendizagem de acordo com as novas exigências observadas no mundo social e econômico.
• Esclarecer as normas legais que organizam e estruturam o funcionamento das ONGs.
• Contribuir para uma maior eficácia do trabalho pedagógico.
• Propiciar o desenvolvimento de propostas educacionais inclusivas que atendam a todos com 
qualidade.
• Compreender e identificar os limites de possibilidades de atuação de acordo com as condições 
reais da instituição.
• Proporcionar subsídios teóricos e práticos a sua equipe, propiciando a reflexão das ações, 
possibilitando tanto a elaboração como o redirecionamento dos projetos educacionais.
8.3.4 Atuação em assessoria educacional
O assessor educacional ou a consultor atua visando a melhorias. De acordo com o Instituto de 
Consultores de Organização do Reino Unido, a assessoria é definida como:
O serviço prestado por uma pessoa ou grupo de pessoas independentes 
e qualificadas para identificação e investigação de problemas que digam 
respeito à política, organização, procedimentos e métodos, de forma a 
recomendarem a ação adequada e proporcionarem auxílio na implementação 
dessas recomendações. (POPOVICH, 1995, p. 3).
Entre as atribuições, podemos destacar: a construção da missão da organização, a construção 
de projetos, a mobilização de grupos de estudo, o oferecimento de suporte pedagógico, a mediação 
das ações dos educadores, a articulação entre a teoria e a prática, o redimensionamento das ações 
pedagógicas, o estabelecimento de parcerias com a comunidade e empresas e o compromisso com 
a ética profissional. As funções do pedagogo em ONGs também englobam a gestão de negócios, 
formação de educadores, educação complementar desenvolvida no terceiro setor, educação 
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continuada, planejamento estratégico e metodologias para o desenvolvimento comunitário, gestão e 
empreendimento e gestão de projetos.
A reportagem a seguir trata do estreitamento nas relações entre ONGs que atuam com projetos na 
área da educação com as escolas no entorno de suas sedes. Como expõe essas relações, é reproduzido 
aqui na íntegra.
ONGs ajudam escolas a terem uma administração eficiente em sala e na rede
Um dos principais efeitos do trabalho das Organizações Não Governamentais – ONGs – é 
arejar as redes de ensino com novas práticas de gestão. Para quem está em sala, fazem uma 
ponte com as universidades e com outros espaços produtores de conhecimento. Para as 
equipes técnicas das Secretarias de Educação, ajudam a quebrar vícios e a criar procedimentos 
mais democráticos e menos burocráticos, enfatizando a importância do acompanhamento 
pedagógico. “Ensinamos uma forma diferente de analisar dados, obtidos no monitoramento 
e nas avaliações contínuas”, explica Viviane Senna, presidente do Instituto Ayrton Senna — 
IAS. “Informações puramente estatísticas tornam-se importantes instrumentos de gestão”, 
completa. O IAS atua há 13 anos com secretarias e unidades escolares, buscando influenciar 
políticas públicas ao desenvolver soluções educacionais. Com diferentes programas, está 
presente em 533 municípios de 24 Estados. “Nossa contribuição é uma nova cultura de 
gerenciamento, orientada para o sucesso do aluno na escola e na vida”, diz Viviane. Para 
Fernando Rossetti, Grupo de Institutos, Fundações e Empresas – Gife, essa contribuição é 
fundamental. “As escolas são em geral muito enxutas, consumidas por problemas internos, 
daí a importância de se aliarem a organizações que possam trazer essas novas estratégias”, 
argumenta.
A Escola Estadual XV de Novembro, em Tocantinópolis, no interior de Tocantins, é uma 
das escolas beneficiadas pela parceria da rede estadual com o Instituto Ayrton Senna. O 
trabalho contribuiu para a melhoria do índice de aprovação — de 1ª a 4ª série, subiu de 64% 
em 2002 para 83% em 2006 — e de evasão, que está zerada desde 2005. Seu desempenho 
também surpreendeu na Prova Brasil. Com notas mais de 30% acima da média nacional, 
a escola foi uma das 33 selecionadas por um estudo do Fundo das Nações Unidas para a 
Infância — Unicef — e do Ministério da Educação que buscava identificar os fatores de uma 
aprendizagem eficiente. A análise apontou os parceiros externos, entre eles as ONGs, como 
um dos aspectos.
Os resultados podem ser explicados pela atenção dada aos alunos com dificuldades 
específicas. Na opinião do diretor da escola, Dorismar Carvalho de Souza, a parceria com o 
instituto Ayrton Senna foi eficiente no acompanhamento do trabalho da equipe docente. “O 
coordenador pedagógico foi capacitado e hoje se reúne semanalmente com os professores 
para apoiá-los nas aulas”, conta. “Sinto-me bem mais assessorada”, diz Valdeni Cunha da 
Silva, que leciona para a 3ª série. Ela admite que não foi fácil incorporar à rotina tantas fichas 
de presença e desempenho dos alunos, propostas pela parceria com o IAS: “Dá resultado. 
Sendo acompanhado de perto, os alunos ficam mais motivados a vir para a escola”.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
O projeto aproximou a escola e diretoria de ensino. “Antes, víamos a visita do supervisor 
com desconfiança. Hoje sabemos que ele está aqui para apoiar o projeto”, garante Souza, 
diretor da escola. Para Maria Auxiliadora Seabra Rezende, secretária estadual de Educação 
e Cultura do estado de Tocantins, a parceria que envolveu a formação continuada e o 
monitoramento das práticas educativas, entre outros pontos, foi bastante produtiva. “A 
tecnologia adotada foi incorporada à prática da secretaria em outros projetos”.
EDUCAR PARA CRESCER, 2008.
 Resumo
A segunda unidade desse livro-texto teve por objetivo abordar as 
diversas áreas nas quais um pedagogo pode atuar. Esse é um conteúdo muito 
importante, uma vez que o mercado espera hoje, mais que em qualquer 
outro momento, um profissional dinâmico, flexível e apto a atuar nas mais 
diversas áreas. O educador não pode ficar restrito ao ambiente escolar e 
isso representa uma mudança de paradigma, posto que as licenciaturas 
tenham, via de regra, toda sua matriz curricular voltada para a prática 
escolar. Atuação em outras esferas é algo que começa a se descortinarmais 
recentemente.
O contexto da interdisciplinaridade que ora se impõe exige uma visão 
holística do profissional da educação; é necessário compreender que não 
apenas a atuação é variada como a formação deve ser ampla e voltada ao 
conhecimento global de mundo. Atuar na educação requer conhecimentos 
de inúmeras áreas e abertura para o conhecimento de forma geral.
A unidade aborda inicialmente o trabalho da pedagogia social, voltada 
para o atendimento a populações ou grupos menos favorecidos ou em 
situações de risco. Nota-se que há aqui um deslocamento da atividade 
puramente social e emergencial para uma ação intencionalmente 
educacional, com metodologia e prática pedagógica consistente. Essa 
atividade surge a partir das demandas existentes em várias vertentes, desde 
grupos levados ao risco por conta de fatores naturais e imprevisíveis ou 
inevitáveis, até grupos de risco permanente como detentos, pessoas em 
pobreza extrema etc.
Embora a forma como o profissional da educação vê o mundo não seja 
o foco principal desse livro-texto, por toda a sua extensão há a mensagem 
para que ampliemos essa forma de encarar o mundo. A educação é 
essencialmente política e o professor ou profissional de educação tem um 
grande potencial reprodutor de ideias. Dessa forma, há de se atentar às 
questões sociais que permeiam a sociedade e o contexto no qual atua.
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Uma vez compreendida essa vertente, a unidade aborda a educação 
em ONGs e no terceiro setor. Ressaltamos a diferença entre eles: ONGs 
são organizações não governamentais, sem fins lucrativos que atuam em 
condições ou situações nas quais há uma necessidade a ser suprida de 
ordem social, quer seja no âmbito da educação, saúde, lazer ou outros 
que possam ser dirigidos às populações ou grupos em vulnerabilidade. Por 
outro lado, terceiro setor é o ramo da economia ou área de atuação voltada 
à responsabilidade social ou a ações de sustentabilidade. Lembrando que 
todas as ações ou áreas citadas acima requerem capacitação e, para isso, a 
presença do profissional da educação é essencial.
Na sequência da unidade, ressaltou-se a importância do educador nas 
organizações empresariais. Essas, por sua vez, demandam cada vez mais a 
presença de pessoas especializadas na integração de novos funcionários, 
na capacitação do quadro funcional e no aprimoramento do seu trabalho 
de treinamento. O pedagogo empresarial tem sido um profissional bastante 
procurado e ainda é uma área relativamente carente por conta do viés 
excessivamente escolar que marca a formação do pedagogo.
Por fim, terminamos abordando a assessoria e orientação pedagógica que 
é escopo do trabalho do pedagogo. É importante compreender que o leque de 
atuação é amplo e exige uma formação continuada que extravasa o âmbito 
da escola. O profissional da educação de hoje deve estar apto a trabalhar na 
modalidade a distância, na elaboração de materiais didáticos, nas empresas 
de capital aberto ou não, em ONGs, enfim, trata-se de um profissional de 
amplo conhecimento, de flexibilidade e ampla visão de mundo.
 Exercícios
Questão 1. (Enade 2008) A dicotomia entre professores e especialistas marcou, ao longo da história, 
as discussões sobre a identidade do pedagogo. A partir dos anos 1990 uma determinada perspectiva 
sobre essa identidade foi fortalecida. Ela está nas Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em 
Pedagogia/Licenciatura, promulgadas em 2006.
Qual destas afirmações expressa essa concepção?
A) A docência é a base identitária do pedagogo, além da gestão escolar, de sistemas e de programas 
não escolares.
B) A identidade do pedagogo se afirma por sua condição de especialista.
C) O planejamento e a avaliação dos sistemas educacionais cabem aos administradores e a gestão 
escolar, aos pedagogos.
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TÓPICOS DE ATUAÇÃO PROFISSIONAL
D) A investigação educacional é tarefa das universidades e sua aplicação é papel dos pedagogos.
E) O pedagogo deve optar entre dedicar-se à docência das séries iniciais ou à gestão educacional.
Resposta correta: alternativa A.
Análise das alternativas
A) Alternativa correta.
Justificativa: a docência é o fulcro de articulação de diversos conhecimentos e recebe aportes 
teóricos da pedagogia e das Ciências da Educação, como se pode depreender dos primeiros artigos da 
Resolução para as Diretrizes Curriculares de Graduação em Pedagogia:
Art. 4º. – O curso de Licenciatura em pedagogia destina-se à formação de profissionais para exercer 
funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, nos Cursos de 
Ensino Médio, na modalidade Normal, de Educação profissional, na área de serviços e apoio escolar e em 
outras áreas nas quais sejam previstos conhecimentos pedagógicos.
Parágrafo único. As atividades docentes também compreendem participação na organização e 
gestão de sistemas e instituições de ensino, englobando:
I – planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de tarefas próprias do setor 
da Educação;
II – planejamento, execução, coordenação, acompanhamento e avaliação de projetos e experiências 
educativas não escolares;
III – produção e difusão do conhecimento científico-tecnlógico do campo educacional, em contextos 
escolares e não escolares.
B) Alternativa incorreta.
Justificativa: a identidade do pedagogo se afirmou por sua condição de especialista no modelo 
reducionista e tecnicista da ditadura militar. Na sociedade brasileira atual essa identidade se criou, 
bem ao contrário, articulando a docência à ideia de trabalho pedagógico, ou seja, a docência passou 
a ser compreendida como ação educativa, construída nas relações sociais, étnico-raciais e produtivas, 
as quais influenciam conceitos, objetivos e princípios da educação. Sob essa perspectiva, o trabalho 
docente implica uma articulação com o contexto mais amplo.
C) Alternativa incorreta.
Justificativa: os pedagogos devem estar envolvidos tanto no planejamento quanto na gestão dos 
sistemas educacionais.
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Unidade II
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D) Alternativa incorreta.
Justificativa: a investigação educacional não é papel apenas de pedagogos, mas dos pesquisadores 
das mais diversas áreas acadêmicas, já que a pedagogia é um saber que se constrói a partir do 
entroncamento de conhecimentos filosóficos, históricos, antropológicos, ambiental-ecológicos, 
psicológicos, sociológicos, linguísticos, políticos, econômicos e culturais.
E) Alternativa incorreta.
Justificativa: o texto da legislação é claro: a formação dos cursos de Pedagogia e de Licenciatura 
garante a habilitação para docência e gestão.
Questão 2. (Enade 2008) A relação entre educação escolar e desigualdade social vem sendo estudada 
pela Sociologia há mais de um século. Diferentes autores e diversas correntes de pensamento explicam 
os complexos mecanismos dessa relação. Mesmo considerando as grandes diferenças existentes entre 
países e épocas, a escolarização progressiva da população:
A) vem acompanhada de um aumento das exigências educacionais do mercado de trabalho.
B) garante empregabilidade compatível com o nível de instrução.
C) proporciona acesso ao mercado de trabalho devido à diminuição da competitividade.
D) está relacionada às crises econômicas e favorece o desemprego.
E) gera equanimidade entre segmentos sociais e diminuição de conflitos culturais.
Resolução desta questão na plataforma.
127
FIGURAS E ILUSTRAÇÕES
Figura 1
MLEJOVA, E. Bolivian dancer at the German carnival parede. Disponívelem: <http://openphoto.net/
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Figura 2
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display/229025>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 3
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item/2003677981/>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 4
HARRISON, K. Jamestownvakvh6.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details.
php?img=jamestownvakvh6.jpg>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 5
PREFEITURA DE SÃO BERNARDO DO CAMPO. Orquestra Sinfônica. Disponível em: <http://www.
saobernardo.sp.gov.br/comuns/pqt_container_r01.asp?srcpg=noticia_completa&ref=3631&qt1=0>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 6
DESANDIES, M. Powwow57.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details.
php?img=powwow57.jpg>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 7
MORGUEFILE. Video_game_001.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/
display/16828>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 8
MORGUEFILE. Pic1082345181.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/
display/14189>. Acesso em: 22 maio 2012.
128
Figura 9
MORGUEFILE. BHZ_slum_qurter_01.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/
display/59042>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 10
MINISTÉRIO DA CULTURA. Dia da diversidade cultural. Disponível em: <http://blogs.cultura.gov.br/
diversidadecultural/page/4/>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 11
IMAGEBASE. Beach leap. Disponível em: <http://imagebase.davidniblack.com/main.php?g2_
itemId=5477>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 12
HOSPITAL DO CÂNCER. Brinquedoteca. Disponível em: <http://www.hospitaldocancer.org.br/wikcms/
hospital-do-cancer>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 13
OCPS INSTRUCTION TELEVISION. Writing1.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details.
php?img=writing1.jpg>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 14
MORGUEFILE. X_014.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/542391>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 15
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br/cac/classe_hospitalar.asp>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 16
MORGUEFILE. Trabajando.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/85531>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 17
MORGUEFILE. Rainbow.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/797252>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
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Figura 18
FRITZ, B. 100_0007.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details.php?img=100_0007.
jpg>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 19
OCPS INSTRUCTION TELEVISION. Book1.jpg. Disponível em: <http://www.pics4learning.com/details.
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Figura 20
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Figura 22
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display/66705>. Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 27
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MORGUEFILE. BrainCN9902.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/67265>. 
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Figura 29
MORGUEFILE. Cohdratimemoney1.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/
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Figura 30
MORGUEFILE. Pict0877.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/31537>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 31
MORGUEFILE. Imgp6303.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/645113>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 32
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Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 33
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Acesso em: 22 maio 2012.
Figura 34
MORGUEFILE. Adscn7156.jpg. Disponível em: <http://www.morguefile.com/archive/display/698284>. 
Acesso em: 22 maio 2012.
131
Figura 35
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Acesso em: 22 maio 2012.
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Exercícios
Unidade I – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2008: Pedagogia. Questão 
16. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/download/Enade2008_RNP/PEDAGOGIA.pdf>. 
Acesso em: 24 abr. 2013.
Unidade I – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2005: Pedagogia. Questão 
33. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/download/enade/2005/provas/PEDAGOGIA.pdf>. 
Acesso em: 23 abr. 2013.
Unidade II – Questão 1: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2008: Pedagogia. Questão 
13. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/download/Enade2008_RNP/PEDAGOGIA.pdf>. 
Acesso em: 24 abr. 2013.
Unidade II – Questão 2: INSTITUTO NACIONAL DE ESTUDOS E PESQUISAS EDUCACIONAIS ANÍSIO 
TEIXEIRA (INEP). Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (ENADE) 2008: Pedagogia. Questão 
14. Disponível em: < http://download.inep.gov.br/download/Enade2008_RNP/PEDAGOGIA.pdf>. 
Acesso em: 24 abr. 2013.
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144
Informações:
www.sepi.unip.br ou 0800 010 9000

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