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Aula 2. Direito Tributário Questões: 1. Que é tributo? Quais acepções da palavra segundo Paulo de Barros Carvalho? Explique-as Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. O vocábulo "tributo" experimenta nada menos do que seis significa¡;5es diversas, quando utilizado nos textos do direito positivo, nas lições da doutrina e nas manifestações da jurisprudência. São elas: a) "tributo" como quantia em dinheiro: b) "tributo" como prestação correspondente ao dever jurídico do sujeito passivo: c) "tributo" como direito subjetivo de que é titular o sujeito ativo: d) "tributo" como sinónimo de relação jurídica tributária: e) "tributo" como norma jurídica tributária; "tributo" como norma, fato e relação jurídica. 2. Identifique e explique cada uma das características definitórias de tributo segundo o art. 3º. do CTN. As características definitórias segundo o art. 3 do CTN são: a) Tributo é uma prestação pecuniária compulsória: Prestação pecuniária compulsória quer dizer o comportamento obrigatório de uma prestação em dinheiro, no qual se afasta qualquer cogitação inerente às prestações voluntários (que receberiam o influxo de outro modal – o permitido). b) Em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir: um equívoco do legislador ao colocar em moeda sendo que já se trata de uma prestação pecuniária e ‘’ou cujo valor nela possa se exprimir’’ de modo que ampliou exageradamente o âmbito das prestações tributárias. c) Que não constitua sanção de ato ilícito: importante ponto em que se determina a feição de licitude para o fato que desencadeia o nascimento da obrigação tributária. d) Instituída em lei: ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, senão em virtude de lei, é o cânone da legalidade, inscrito peremptoriamente no art. 5º, II, da CF. De modo que os tributos também não podem ser aumentados sem que lei o estabeleça (princípio da estrita legalidade). e) E cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada: última condição estatuída pelo legislador com o escopo de definir ‘’tributo’’. Devemos entende-la sem o exagero que deflui do texto. Se é verdade que ato s importantes do procedimento de arrecadação tributária pertencem a classe dos vinculados, outros muitos existem, dentro da mesma atividade, em que o administrador está autorizado, pela lei, a integrar com sua vontade ou juízo a norma jurídica, diante do caso concreto, operando com critérios subjetivos próprios, a fim de dar satisfação aos objetivos consagrados no sistema legal 3. Identifique se tais cobranças são ou não tributo, justificando: a) seguro obrigatório de veículos; b) multa decorrente de atraso no IPTU; c) FGTS; d) aluguel de imóvel público; e) prestação de serviço eleitoral; f) imposto sobre a renda auferida por meio de atividade ilícita (ex. contrabando) a) O seguro obrigatório de veículos (DPVAT) passa a ser considerado tributo por preencher o rol de tributos a partir de 15.02.2019. b) Multa decorrente de atraso no pagamento de IPTU, é uma sanção, que não o define como tributo, nos termos do artigo 3º do CTN. c) Para o STF, está na Constituição Federal como um “direito do trabalhador” (inciso III do art. 7º) e não de “crédito tributário ou contribuições a tributo equiparáveis” d) Aluguel de imóvel público nunca poderia ser um tributo e) Prestação de serviço eleitoral, nunca poderia ser um tributo, pois, nos termos do artigo 3º do CTN, o tributo deve ser expresso em dinheiro ou em valor que se possa exprimir. Pedágio tem natureza jurídica de preço público. Alguns entendem que é uma espécie de taxa. f) É possível a tributação sobre rendimentos auferidos de atividades ilícitas, seja de natureza civil ou penal; o pagamento de tributo não é uma sanção, mas uma arrecadação, decorrente de renda ou lucro percebidos, mesmo que obtidos de forma ilícita 4. O desconto de IPVA concedido para contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito é uma utilização do tributo como “sanção de ato ilícito”? E a progressividade do IPTU e do ITR em razão da função social da propriedade? O desconto no IPVA concedido para aqueles contribuintes que não incorreram em infrações de trânsito não é sanção de ato ilícito, pois conceder referido desconto não implica em majoração do tributo. A progressividade do IPTU e do ITR configura sanção de ato ilícito, pois não conceder uma função social à propriedade fere uma sanção. A substituição da majoração do tributo com a multa administrativa, pois tributo e multa possuem naturezas jurídicas divergentes.
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