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05/04/2018 1 Cinesioterapia Ft. Me. Victor Felice E-mail: victor.garcia@baraodemaua.br Exercícios Terapêuticos Conceito Exercício Terapêutico é o treinamento sistemático e planejado de movimentos corporais, posturas ou atividades físicas com a intenção de proporcionar ao paciente: • Tratamento ou prevenção de comprometimentos • Melhora, restauração ou aumento a função física • Redução dos fatores de risco relacionados à saúde • Otimização do estado de saúde geral, do preparo físico e da sensação de bem estar Kisner e Colby, 2007 Individualização Adaptar o exercício à individualidade do paciente, e não o contrário! PacienteCliente X Artigo 4º- O fisioterapeuta presta assistência ao ser humano, tanto no plano individual quanto coletivo, participando da promoção da saúde, prevenção de agravos, tratamento e recuperação da sua saúde e cuidados paliativos, sempre tendo em vista a qualidade de vida, sem discriminação de qualquer forma ou pretexto, segundo os princípios do sistema de saúde vigente no Brasil. Paciente Ativo Quem possui a “cura”? Os clínicos devem considerar (1) exercícios de moderada a alta intensidade para pacientes com dor lombar crônica sem dor generalizada e (2) incorporar exercícios de baixa intensidade para e de resistência para o tratamento da dor e promoção da saúde em pacientes com dor crônica lombar com dor generalizada. Paciente Ativo O que significa ser agente ativo do tratamento? Níveis de Atividade 05/04/2018 2 Movimento Como o movimento ocorre? Movimento Sistema Nervoso Central Integridade Estrutural ARTICULAÇÃO Tecidos Moles Integridade e Flexibilidade Contráteis Não Contráteis Músculos Cápsulas Tendões Ligamentos Fáscias Nervos. Quantidade de Movimento Movimento Quantidade de Movimento Amplitude de Movimento (ADM) ▪ Muitos fatores afetam a ADM! Nervos, tecidos contráteis, tecidos não contráteis: Como pensar? Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Amplitude de Movimento (ADM) Articular Muscular Excursão Funcional Movimento Articular (em °) Distância que o músculo é capaz de encurtar após ter sido alongado ao máximo = Uniarticulares Bi ou Multiarticulares Dependente do Movimento Articular Insuficiência Ativa Insuficiência Passiva ADM Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Músculos Uniarticulares Músculos Limitados pela articulação que cruzam Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Bi ou Multiarticulares Insuficiência Passiva Além dos limites de uma articulação em particular. Somam-se os movimentos. Músculos Palavra-chave: Alongamento Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 05/04/2018 3 Bi ou Multiarticulares Insuficiência Passiva Além dos limites de uma articulação em particular. Somam-se os movimentos. Palavra-chave: Alongamento passivo/ Incapacidade de movimento Músculos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Insuficiência Passiva Há benefícios? Músculos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Insuficiência Ativa Bi ou Multiarticulares Além dos limites de uma articulação em particular. Somam-se os movimentos. Músculos Palavra-chave: Encurtamento Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Músculos Relação Comprimento/Tensão Bi ou Multiarticulares Estes músculos funcionam geralmente em uma porção média de sua excursão funcional, onde há uma relação comprimento-tensão ideal. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 60 70 80 90 100 110 120 130 90° 80° 75° 60° 45° 30° 15° 5° Torque Máximo ? Torque Interno Pergunta 05/04/2018 4 Movimento Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 4 edição. Pag. 34 Imobilidade Movimento Músculos ADAPTAÇÕES DO TECIDO MOLE CONTRÁTIL Propriedades dos Tecidos Estrutura do Tecido Muscular Epimísio Perimisio Endomisio Fibra Muscular Unidade Funcional Linha Z Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Filamentos Grossos ou filamentos de miosina Filamentos Fino ou filamentos de Actina Banda A Banda I Zona H Fisiologia Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Fisiologia 05/04/2018 5 Fisiologia 1 – O comando sai do SNC através dos nervos periféricos e vai até as terminações nas fibras musculares. 2 – Em cada terminação, o nervo secreta acetilcolina, um neurotransmissor que irá se comunicar com o músculo. 3 – A Aceltilcolina age na membrana da fibra muscular para abrir canais. 4 – A abertura dos canais permite a entrada de sódio para o lado de dentro da membrana da fibra 5 – Isso gera um potencial elétrico, ou potencial de ação, que corre pela membrana. 6 – O potencial despolariza a membrana e flui para o centro da fibra muscular 7 – Esta despolarização faz com que o retículo sarcoplasmático libere o cálcio armazenado em seu interior. 8 – O cálcio se liga à troponina C e move a “trava” proporcionada pela troponina e tropomiosina, liberando o contato entre actina e miosina. A CONTRAÇÃO OCORRE. 9 - O Cálcio é bombeado de volta para o retículo e a contração cessa. Fisiologia Fisiologia P A R A L E L O + F I N O Fisiologia Área de Secção Transversa Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 05/04/2018 6 EM SÉRIE + CURTO Fisiologia X Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Resposta do Tecido à Imobilização Propriedades dos Tecidos Declínio de proteínas contráteis Redução da síntese proteica Diminuição de Miofibrilas Redução do número de Mitocôndrias • Diminuição do tamanho das fibras • Alt. comprimento do músculo em repouso • Redução do Peso do Músculo • Aumento do tempo de contração • Redução da Tensão Produzida • Redução Mais rápida do ATP ao exercício • Aumento do lactato • Perda acentuada de fibras lentas Alguns dias a 1 semana Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Fibras do Tipo I -Sistema de energia utilizado: AERÓBIO; - Contração muscular lenta - Capacidade oxidativa (utiliza o oxigênio como principal fonte de energia); - Coloração: Vermelha (devido ao grande número de mioglobina e mitocôndrias); - São altamente resistentes à fadiga; - São mais apropriadas para exercícios de longa duração; - Predomina em atividade aeróbicas de longa duração como natação, corrida. FIBRAS DE CONTRAÇÃO RÁPIDA (Tipo IIB) - Sistema de energia utilizado: ANAERÓBICO; - Alta capacidade para contrair rapidamente (a velocidade de contração e tensão gerada é 3 a 5 vezes maior comparada às fibras lentas); - Capacidade glicolítica (utiliza a fosfocreatina e glicose); - Coloração: Branca; - Fadigam rapidamente; - Gera movimentos rápidos; Fibras do Tipo IIA Intermediárias (Entre I e IIB) 05/04/2018 7 Tempo de duração Tipo de Fibras • A partir de 2 horas mudanças iniciais • Mais rapidamente nos primeiros dias • As fibras reduzem de tamanho (não de número) por volta de 14 a 17% após 72 horas • Após 5 a 7 dias a perda absoluta se reduz • Após 6 semanas de imobilização gessada pode existir uma redução de mais de 40% da força muscular (IDOSOS) • Fibras do tipo I (lentas) e II (rápidas) atrofiam • As fibras do tipo I parecem sofrem atrofia primeiro (RELEVÂNCIA CLÍNICA) Junção Miotendínea • Alterações mecânicas • A área de contato entre células musculares e fibras colágenas é reduzida em 50% • A matriz extracelular se altera Propriedades dos Tecidos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Propriedades dos Tecidos O que eu perco quando minha massa muscular, minha força muscular e meu controle neuromuscular se reduzem? O músculo influencia nos outros sistemas? Alteração Seletiva de Músculos Monoarticulares X Propriedades dos Tecidos + Atrofia Monoarticulares - AtrofiaBi ou multi articulares Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Ângulo de Imobilização • Comprimento das Fibras aumenta e há deposito de sarcômeros em série • Mantem-se melhor a forma e peso muscular bem como área de secção transversa • O fuso se adapta a nova posição e, portanto, dispara menos. • Comprimento das fibras se reduz pela absorção causada para adaptação fisiológica • Há aumento do tecido conjuntivo • Há redução da extensibilidade dos tecidos • O fuso neuromuscular se adapta à nova posição e, portanto, fica mais sensível ao alongamento. Encurtado Alongado Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 REDUÇÃO DOS SARCÔMEROS EM SÉRIE REDUÇÃO DOS SARCÔMEROS EM PARALELO MAIOR DEPÓSITO DE TECIDO CONJUNTIVO Propriedades dos Tecidos Situação Normal Após o Desuso Propriedades dos Tecidos Propriedades Neurofisiológicas do Músculo Fuso Neuromuscular Órgão Tendinoso de Golgi Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 05/04/2018 8 Fuso Neuromuscular Propriedades dos Tecidos Músculo Contraído Músculo Relaxado Músculo Alongado Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Órgão Tendinoso de Golgi Propriedades dos Tecidos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 E o que eu tenho a ver com isso? Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 ADAPTAÇÕES DO TECIDO MOLE NÃO CONTRÁTIL Tecido Conjuntivo Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Tendão Fáscia Cápsula + Memb. Sin. Ligamentos Tecido Conjuntivo Regular Irregular Irregular Regular Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 05/04/2018 9 Propriedades dos Tecidos Propriedades mecânicas do tecido mole não contrátil Colágeno Elastina Reticulina Resistem à deformação tensiva. São responsáveis por dar rigidez e força ao tecido. Fornecem extensibilidade. Alongam-se consideravelmente, porém, se rompem com cargas maiores. Dão volume ao tecido. Subst. Fundamental Amorfa Proteoglicanas e Glicoproteinas atraem a água (60/70%),hidratam e estabilizam o colágeno e resistem muito bem à compressão. Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Propriedades dos Tecidos Consequências da Imobilização • Redução do conteúdo de água e GAG • Redução da matriz extracelular • Redução da lubrificação dos cruzamentos entre as fibras • Redução da massa do colágeno • Aumento dos cruzamentos anormais entre as fibras • Aumento de células sintetizadoras de colágeno • Deficiência na degradação do colágeno • Deposito de tecido conjuntivo nos recessos articulares sobre forma de fibras gordurosas (posteriormente amadurecem e formam tecido cicatricial)C • Redução da mobilidade do tecido conjuntivo normal • Sinovite • Redução da mobilidade articular Imobilização Prolongada da articulação ou Trauma Articular FIBROSE Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Fibrose Ligações Cruzadas Ponto de Deslizamento Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 ADAPTAÇÕES ÓSSEAS • Protegem os órgãos vitais • Servem como alavancas aos músculos • Produz células sanguíneas • Serve de depósito de cálcio Principais Funções Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 05/04/2018 10 • Células Osteoprogenitoras • Osteócitos • Osteoblastos • Osteoclastos • Matriz extracelular Tecido Ósseo Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Redução da Carga e das Contrações Musculares Perda Óssea Efeitos da Redução da Carga Redução da Dureza Óssea (55 a 60% em 12 semanas (5 a 20x mais rápido que em DM) Redução da Elasticidade 2 semanas após o início da imobilidade Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 A causa primária da osteoporose por imobilismo parece ser a subcarga mecânica, que pode ser a responsável pela inibição da formação óssea. DEVE-SE EVITAR AO MÁXIMO A AUSÊNCIA DE CARGA EM UMA EXTREMIDADE Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Influência das Cargas ▪ Lei de Wolf: A remodelação óssea é influenciada e modulada pelo estresse mecânico. + + + + + + + - - - - - - http://www.artesmedicas.com/piezoeletricidade.htm Fukata, et al., 1957 ADAPTAÇÕES DA CARTILAGEM • Suporte de tecidos moles • Crescimento de ossos longos • Revestimento articular • Deslizamento das Superfícies • Resistência à compressão • Distribuição de cargas Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 http://www.artesmedicas.com/piezoeletricidade.htm 05/04/2018 11 • Colágeno em forma de rede • GAG’s muito hidratadas (70% água) • Condrócitos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 • Diminuição do tamanho do condrócito • Redução da capacidade de sintetizar proteoglicanas • Amolecimento da cartilagem articular • Diminuição da espessura articular • Aderência de tecido conjuntivo fibrogorduroso nas superfícies da cartilagem • Necrose de pressão nos pontos de contato cartilagem-cartilagem Redução da resistência à cargas compressivas Redução da distribuição da carga Redução da Carga e Descarga de Peso e mobilidade articular Redução da Nutrição da Cartilagem Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 X MMII sofrem mais por suportarem carga! MMSS sofrem menos Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 X Em flexão a cartilagem sofre mais porque a pressão dentro da articulação é maior Em extensão a cartilagem sofre menos porque a pressão dentro da articulação é menor Exercícios Terapêuticos – Fundamentos e Técnicas. 6 edição. Pag. 78 Paciente, 22 anos, vítima de colisão carro x moto, com hipótese diagnóstica de Fratura de Platô Tibial Schatzker V, em PO imediato de fixação com placas e parafusos. Encontra-se já no leito, alerta e comunicativo. Relata pouca dor e não apresenta sinais de alerta. A evolução médica pede carga toque até a oitava semana para exame radiológico e possível indicação de aumento de carga. 05/04/2018 12 Remobilização Acoplamento mecânico Comunicação célula-célula Resposta efetora “Em um levantamento realizado a nível internacional, descobrimos que a mecanotransdução não era ensinada como conteúdo básico nos cursos de graduação de fisioterapia” Acoplamento mecânico Uma carga mecânica provoca uma deformação física na células teciduais. Comunicação célula-célula Em resposta à deformação uma ampla gama de respostas é desencadeada (sinais químicos) que, passam de célula a célula. Resposta Efetora Em resposta à deformação e à sinalização, os núcleos celulares são estimulados e novas proteínas são formadas, levando à síntese de novos componentes para a matriz extracelular Resposta Efetora Em resposta à deformação e à sinalização, os núcleos celulares são estimulados e novas proteínas são formadas, levando à síntese de novos componentes para a matriz extracelular 05/04/2018 13 Mecanoterapia: Primeiramente definida, em 1890, como “o emprego de meios mecânicos com objetivo de curar patologias” (Oxford English Dictionary) Mecanoterapia: Sua nova e mais específica definição é: O emprego da mecanotransdução para estimulação do reparo tecidual e remodelamento. “A BASE DA PRESCRIÇÃO DO EXERCÍCIO SE TORNA A RESPOSTA CELULAR E, RECONHECEMOS QUE TECIDOS LESIONADOS PODEM RESPONDER A DIFERENTES CARGAS MECÂNICAS” Remobilização As forças físicas fornecem estímulos importantes aos tecidos para o desenvolvimento e manutenção da homeostasia Mobilização precoce Carga e descarga parcial Preservação Tecidual Redução de edema Redução do uso de analgésicos Recuperação da ADM Redução da Atrofia Estimulação da Contração Músculo A sobrecarga deve ser aplicada de formaprogressiva As contrações musculares controladas e a estimulação elétrica parecem ser favoráveis para prevenir e recuperar os danos causados pelo imobilismo Exercícios inicialmente com contrações musculares e, posteriormente com descarga Recuperação mais rápida Tecido Conjuntivo Movimento mantém a lubrificação entre as fibras e evita-se a formação de pontes cruzadas anormais Osso Reversível de acordo com a gravidade Recuperação é mais longa que a degradação Exercícios inicialmente com contrações musculares e, posteriormente com descarga Cartilagem Reversível até 90 dias Tempo para recuperação muito maior que o para degradação (50 para 11) Estresse Controlado Atividade Extenuante causa mais danos à cartilagem
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