Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Anormalidades motoras, posturais e alterações no tônus muscular, de modo que um movimento voluntário que normalmente é complexo, coordenado e variado torna-se descoordenado, estereotipado e limitado. Os distúrbios sensoriais, perceptivos e cognitivos associados podem envolver a visão, a audição, o tato, e a capacidade de interpretar as informações sensoriais e/ou cognitivas. - A paralisia cerebral descreve um grupo de desordens permanentes do desenvolvimento do movimento e postura atribuído a um distúrbio não progressivo que ocorre durante o desenvolvimento do cérebro fetal ou infantil, podendo contribuir para limitações no perfil de funcionalidade da pessoa. - A desordem motora na paralisia cerebral pode ser acompanhada por distúrbios sensoriais, perceptivos, cognitivos, de comunicação e comportamental, por epilepsia e por problemas musculoesqueléticos secundários. - Estes distúrbios nem sempre estão presentes, assim como não há correlação direta entre o repertório neuromotor e o repertório cognitivo, podendo ser minimizados com a utilização de tecnologia assistiva adequada à pessoa com paralisia cerebral. - O quadro clínico da PC é caracterizado por: Podem ser como consequência de distúrbios primários, atribuídos à própria paralisia cerebral ou a distúrbios secundários, como consequência das limitações de atividades que restringem o aprendizado e o desenvolvimento de experiências sensório-perceptuais e cognitivas A comunicação expressiva, receptiva e a habilidade de interação social podem estar afetadas na paralisia cerebral por distúrbios primários ou secundários. Entre as alterações comportamentais e mentais podem ocorrer distúrbios do sono, transtornos do humor e da ansiedade. É comum a presença de diversos tipos de crises convulsivas. Os problemas musculoesqueléticos secundários, contraturas musculares e tendíneas, rigidez articular, deslocamento de quadril, deformidade na coluna podem se desenvolver ao longo da vida e estão relacionados ao crescimento físico, à espasticidade muscular, entre outros Fatores de risco Herança simples; Síndrome pré-natal definida; Infecções pré-natais (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus); Malformações cerebrais; Dois ou mais abortos; Doenças maternas; Sangramento durante a gestação; Pré-eclâmpsia; Infartos da placenta; PIG (Pequena Idade Gestacional); Gestação gemelar; Exposição ao raio-X nos primeiros meses de gravides; Incompatibilidade entre Rh da mãe e do pai. Asfixia; Hemorragia cerebral; Ablação da placenta; Hipóxia; Hiperbilirrubinemia; Infecções do SNC (meningite); Traumatismos no parto. Infecções do SNC (meningites e encefalites); Traumatismo cranioencefálico; Hipóxia cerebral grave; Febre prolongada e muito alta; Envenenamento por gás, por chumbo (utilizado no esmalte cerâmico, nos pesticidas agrícolas ou outros venenos). - PRÉ - NATAL - PERI - NATAL - PÓS - NATAL - Os fatores de risco mais frequentes em lactentes para paralisia cerebral são: a infecção congênita (15%), a infecção do sistema nervoso central (10,6%) e o estado de mal convulsivo (22,5%). A prematuridade esteve associada a esses fatores de risco em 50% dos lactentes. - As evidências mais atuais indicam que a paralisia cerebral resulta de uma associação de fatores incluindo a predisposição genética e os desencadeantes ambientais intra e extrauterinos classificação - O tipo de alteração do movimento observado está relacionado com a localização da lesão no cérebro e a gravidade das alterações dependem da extensão da lesão. maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce TETRAPLÉGICOS: As crianças com envolvimento dos braços, das pernas, tronco e cabeça (envolvimento total) têm tetraplegia espástica e são mais dependentes da ajuda de outras pessoas para a alimentação, higiene e locomoção. A tetraplegia está geralmente relacionada com problemas que determinam sofrimento cerebral difuso grave (infecções, hipóxia e traumas) ou com malformações cerebrais graves. DIPLÉGICOS: Quando a lesão atinge principalmente a porção do trato piramidal responsável pelos movimentos das pernas, localizada em uma área mais próxima dos ventrículos, a forma clínica é a diplegia espástica, na qual o envolvimento dos membros inferiores (MMII) é maior do que dos membros superiores (MMSS). A região periventricular é muito vascularizada e os prematuros, por causa da imaturidade cerebral, com muita frequência apresentam hemorragia nesta área. Por este motivo, a diplegia espástica é quase sempre relacionada com prematuridade. Esta forma é menos grave do que a tetraplegia e a grande maioria das crianças adquire marcha independente antes dos oito anos de idade. HEMIPLÉGICOS: Na hemiplegia espástica, são observadas alterações do movimento em um lado do corpo, como por exemplo, perna e braços - A paralisia cerebral espástica caracteriza-se pela presença de tônus elevado (aumento dos reflexos miotáticos, clônus, reflexo cutâneo plantar em extensão – sinal de Babinski) e é ocasionada por uma lesão no sistema piramidal. - A espasticidade predomina em determinados grupos musculares, geralmente os adutores e flexores. Quando intenso leva a posturas viciosas que podem se transformar em deformidades fixas. - Características clínicas: hipertonia, hiperreflexia e persistência anormal dos reflexos neonatais, pernas em tesoura, posturas anormais dos membros e contraturas, dificuldade de deglutição e salivação excessiva. - A espasticidade é predominante em crianças cuja paralisia cerebral é consequente do nascimento pré- termo. Os quadros de espasticidade devem ser classificados também quanto à distribuição anatômica: - A PC é classificada de acordo com a alteração de movimento que predomina, mas formas mistas são também observadas. PC espástica As causas mais frequentes são alguns tipos de malformação cerebral, acidentes vasculares ocorridos ainda na vida intrauterina e traumatismos crânio- encefálicos. As crianças com este tipo de envolvimento apresentam bom prognóstico motor e adquirem marcha independente. Algumas apresentam um tipo de distúrbio sensorial que impede ou dificulta o reconhecimento de formas e texturas com a mão do lado da hemiplegia. Estas crianças têm muito mais dificuldade para usar a mão > Postura do hemiplégico: Inclinação lateral da cabeça para o lado lesado e face virada para o lado são; Retração e depressão da escápula e do úmero; Contração dos flexores laterais do tronco do lado afetado; Rotação interna do braço no ombro; Flexão com pronação do cotovelo e do punho; Mão em desvio ulnar; Dedos fletidos e aduzidos; Rotação para trás (báscula anterior) e tração para cima (elevação do quadril) da pelve no lado afetado; Rotação externa do fêmur ou rotação interna do fêmur; Extensão de quadril e joelho; Extensão com inversão do tornozelo; Flexão plantar dos artelhos. PC discinética - Caracteriza-se por movimentos atípicos mais evidentes quando o paciente inicia um movimento voluntário produzindo movimentos e posturas atípicos. As discinesias são geralmente evidentes com o paciente em repouso e frequentemente intensificado pela atividade, desaparecendo durante o sono. - Nesta forma de PC, o tipo de prejuízo motor, à vezes, somente se torna mais claro por volta dos dois ou três anos de idade, sendo que até esta idade a criança pode se apresentar com atraso motor e hipotonia. Os movimentos involuntários irão tornar-se mais evidentes progressivamente com o passar dos meses e podem se associar com perdas auditivas. Causas: hiperbilirrubinemia neonatal, quadros graves de anóxia. - Engloba a distonia (tônus muscular muito variável desencadeado pelo movimento) e a coreoatetose (tônus instável, com apresença de movimentos involuntários e movimentação associada) - É ocasionada por uma lesão do sistema extrapiramidal, principalmente nos núcleos da base (corpo estriado – striatum e globo pálido, substância negra e núcleo subtalâmico) - Os movimentos involuntários podem ser leves ou acentuados e são raramente observados durante o primeiro ano de vida. Nas formas graves, antes desta idade a criança apresenta hipotonia e o desenvolvimento motor é bastante atrasado maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce - Muitas crianças não são capazes de falar, andar ou realizar movimentos voluntários funcionais e são, portanto, dependentes para a alimentação, locomoção e higiene. - Características clínicas: hipotonia na primeira infância. O sinal diagnóstico precoce é a postura anormal da mão quando a criança tenta atingir um objeto. Presença de movimento involuntários anormais. PC atáxica - Caracterizada por diminuição da tonicidade muscular, incoordenação dos movimentos e equilíbrio deficiente, devido a lesões no cerebelo ou das vias cerebelares. - Como a função principal do cerebelo é controlar o equilíbrio e coordenar os movimentos, as crianças com lesão cerebelar apresentam ataxia, ou seja, marcha cambaleante por causa da deficiência de equilíbrio, e apresentam, ainda, incoordenação dos movimentos com incapacidade para realizar movimentos alternados rápidos e dificuldade para atingir um alvo - Quando a lesão é muito extensa, o atraso do desenvolvimento motor é importante e é possível que a criança nunca seja capaz de andar sem apoio. - Assim como nas formas extrapiramidais de PC, durante o primeiro ano de vida, a alteração observada é a hipotonia. A alteração mais frequentemente encontrada é ataxia associada a sinais piramidais (tônus muscular aumentado e reflexos tendinosos exacerbados). Ataxia pura em crianças com PC é rara. - Características clínicas: hipotonia e incapacidade motora. PC mista - Podem aparecer formas mistas com diferentes sintomas, o que torna difícil a avaliação. - O mais comum é o tipo espástico que apresenta algumas posturas e movimentos coreoatetóide. POP EBSERH, 2020 Diretrizes de de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral, 2013. maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce - Desenvolvidos para classificar objetivamente crianças e adolescentes com paralisia cerebral (PC) para fins de comunicação eficaz, estabelecendo objetivos, informando decisões sobre serviços e intervenções e aplicando os resultados da pesquisa à prática. Sistema de classificação da função motora bruta Andador de apoio corporal – um dispositivo de mobilidade que apóia a pelve e o tronco. A criança/jovem é fisicamente posicionada (o) no andador por outra pessoa. Dispositivo de mobilidade manual – bengalas, muletas e andadores anteriores e posteriores que não apóiam o tronco durante a marcha. Assistência física - Outra pessoa ajuda manualmente a criança/o jovem a se mover. Mobilidade motorizada – A criança/o jovem controla ativamente o joystick ou o interruptor elétrico que permite uma mobilidade independente. A base de mobilidade pode ser uma cadeira de rodas, um scooter ou outro tipo de dispositivo de mobilidade motorizado. Cadeira de rodas manual de auto-propulsão– a criança/o jovem utiliza os braços e as mãos ou os pés ativamente para impulsionar as rodas e se mover. Transportado – Uma pessoa manualmente empurra o dispositivo de mobilidade (por exemplo, cadeira de rodas, carrinho de bebê ou de passeio) para mover a criança/ jovem de um lugar ao outro. - Baseado no movimento auto-iniciado, com ênfase na posição sentada, nas transferências e na mobilidade. - Ao definir um sistema de classificação de cinco níveis, nosso principal critério é que as distinções entre os níveis devem ser significativas na vida diária. - As distinções baseiam-se nas limitações funcionais, na necessidade de dispositivos de mobilidade manuais (como andadores, muletas ou bengalas) ou na mobilidade sobre rodas e, em muito menor grau, na qualidade do movimento. - A ênfase deve estar no desempenho habitual em casa, na escola e nos ambientes comunitários (ou seja, no que eles fazem), ao invés de ser no que se sabe que eles são capazes de fazer melhor (capacidade). - O GMFCS foi desenvolvido para crianças com PC com 12 anos ou menos 1 e subsequentemente expandido para incluir uma faixa etária de 12 a 18 anos DEFINIÇÕES OPERACIONAIS: Andar – A menos que especificado de outra maneira, indica nenhuma ajuda física de outra pessoa, ou uso de qualquer dispositivo de mobilidade manual. Uma órtese (ou seja, uma braçadeira ou tala) pode ser usada. Mobilidade sobre rodas – Refere-se a qualquer tipo de dispositivo com rodas que permite movimento (por exemplo, carrinho, cadeira de rodas manual ou motorizada). Distinções entre os níveis I e II – crianças e jovens do nível II, quando comparados às crianças e jovens do nível I, têm limitações para andar por longas distâncias e equilibrar-se; podem precisar de um dispositivo manual de mobilidade ao aprender a andar; podem utilizar um dispositivo com rodas quando caminham por longas distâncias em espaços externos e na comunidade; requerem o uso de corrimão para subir e descer escadas; e não são capazes de correr e pular. Distinções entre os níveis II e III – As crianças e os jovens no nível II são capazes de andar sem um dispositivo manual de mobilidade depois dos quatro anos de idade (embora possam optar por utilizá-lo às vezes). As crianças e os jovens do nível III precisam de um dispositivo manual de mobilidade para andar em espaços internos e o uso de mobilidade sobre rodas fora de casa e na comunidade. Distinções entre os níveis III e IV – as crianças e jovens que estão no nível III sentam-se sozinhos ou requerem no máximo um apoio externo limitado para sentar-se; eles são mais independentes nas transferências para a postura em pé e andam com um dispositivo manual de mobilidade. As crianças e jovens no nível IV sentam-se (geralmente apoiados), mas a autolocomoção é limitada. É mais provável que as crianças e jovens no Nível IV sejam transportadas em uma cadeira de rodas manual ou que utilizem a mobilidade motorizada. Distinções entre os Níveis IV e V – As crianças e jovens no Nível V têm graves limitações no controle CARACTERÍSTICAS GERAIS DE CADA NÍVEL: NÍVEL I – Anda sem limitações NÍVEL II – Anda com limitações NÍVEL III – Anda utilizando um dispositivo manual de mobilidade NÍVEL IV – Auto-mobilidade com limitações; pode utilizar mobilidade motorizada. NÍVEL V – Transportado em uma cadeira de rodas manual. DISTINÇÃO ENTRE OS NÍVEIS: https://onlinelibrary.wiley.com/doi/full/10.1111/dmcn.13903#dmcn13903-bib-0001 maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce e tronco e requerem tecnologia assistiva ampla e ajuda física. A autolocomoção é conseguida apenas se a criança/ jovem pode aprender como operar uma cadeira de rodas motorizada. Sistema de Classificação da Habilidade Manual (macs) - Consiste em um sistema de classificação da função manual de crianças e adolescentes com PC de 4 a 18 anos sem mantero foco no lado afetado, ou no tipo de preensão manual e, sim, no desempenho bimanual durante as atividades de vida diária em sua casa, na escola, ou na comunidade. - Os objetos referidos são aqueles relevantes e apropriados à idade da criança, usados em tarefas como comer, vestir-se, brincar, desenhar ou escrever. Trata-se de objetos que estão dentro do espaço pessoal das crianças, excluindo-se aqueles que estão fora do seu alcance. Objetos usados em atividades avançadas que requerem habilidades especiais como tocar um instrumento não estão incluídas nestas considerações. - Quando atribuir o nível da criança no MACS, escolha o nível que melhor descreve o desempenho global típico em casa, na escola ou na comunidade. A motivação e a habilidade cognitiva da criança também afetam a capacidade de manipular objetos e, consequentemente, influenciam o nível do MACS. Para obter informações acerca de como a criança manipula vários objetos no diaa-dia é necessário perguntar a alguém que conhece bem a criança. O MACS visa classificar o que as crianças rotineiramente fazem e não seu melhor desempenho em uma situação específica de Manual Ability Classification System Sistema de Classificação da Habilidade teste. I- Manipula objetos facilmente e com sucesso: No máximo, limitações na facilidade de realizar tarefas manuais que requerem velocidade e precisão. Porém, quaisquer limitações nas habilidades manuais não restringem a independência nas atividades diárias. II- Manipula a maioria dos objetos mas com a qualidade e/ou velocidades da realização um pouco reduzida: Certas atividades podem ser evitadas ou serem realizadas com alguma dificuldade; maneiras alternativas de realização poderiam ser utilizadas, mas as habilidades manuais geralmente não restringem a independência nas atividades diárias. III- Manipula objetos com dificuldade; necessita de ajuda para preparar e/ ou modificar as atividades: O desempenho é lento e obtido com sucesso limitado em relação à qualidade e quantidade. Atividades são realizadas independentemente se elas tiverem sido organizadas ou adaptadas. IV- Manipula uma variedade limitada de objetos facilmente manipuláveis em situações adaptadas: Desempenham parte das atividades com esforço e com sucesso limitado. Requer suporte e assistência contínuos e/ ou equipamento adaptado, para mesmo assim realizar parcialmente a atividade. V - Não manipula objetos e tem habilidade severamente limitada para desempenhar até mesmo ações simples: Requer assistência total. Distinções entre os níveis I e II: As crianças no nível I podem ter limitações para manipular objetos muito pequenos, pesados ou frágeis, o que requer controle motor fino minucisoso, ou coordenação eficaz entre as mãos. Limitações também podem envolver desempenho em situações novas e não familiares. As crianças no nível II desempenham quase as mesmas atividades que as crianças do nível I, mas a qualidade do desempenho é menor ou o desempenho é mais lento. Diferenças funcionais entre as mãos podem limitar a eficácia do desempenho. Crianças no nível II geralmente tentam simplificar a manipulação dos objetos, por exemplo, utilizando uma superfície de suporte ao invés de - O MACS é uma descrição funcional que pode ser usada como complemento do diagnóstico de paralisia cerebral e seus subtipos. - Contudo, cada nível inclui crianças com funções relativamente variadas. É improvável que o MACS classifica como as crianças com paralisia cerebral usam suas mãos para manipular objetos em atividades diárias. NÍVEIS: -DISTINÇÃO ENTRE OS NÍVEIS: maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce Distinções entre os níveis II e III: As crianças do nível II manipulam a maioria dos objetos, embora lentamente ou com reduzida qualidade no desempenho. Crianças no nível III geralmente necessitam de ajuda para preparar a atividade e / ou requerem que sejam qualidade e / ou velocidade da realização um pouco reduzida ou requerem que sejam feitos ajustes no ambiente já que sua habilidade em alcançar ou manipular objetos é limitada. Elas não conseguem desempenhar certas atividades e seu grau de independência está relacionado ao grau de apoio oferecido pelo contexto ambiental. Distinções entre os níveis III e IV: As crianças do nível III podem desempenhar atividades selecionadas se a situação é pré-estabelecida e se tiverem supervisão e tempo suficiente. As crianças no nível IV necessitam de ajuda contínua durante a atividade e podem, na melhor das hipóteses, participar significativamente somente em partes de uma atividade. Distinções entre os níveis IV e V: As crianças do nível IV desempenham parte de uma atividade, porém, necessitam de ajuda contínua. As crianças do nível V podem, quando muito, participar com um simples movimento em situações especiais, por exemplo, equipamento adaptado, para mesmo assim realizar parcialmente a atividade, apertar um simples botão ou ocasionalmente pegar objetos que são fáceis de segurar. manipular objetos com as duas mãos. - Itens específicos do exame neurológico mostram maior correlação com o desfecho neurológico negativo e são estes o Reflexo de Moro, as reações palmoplantares e o reflexo tônico cervical assimétrico alterados ou persistentes, assim como o não aparecimento da reação de Paraquedas por volta dos 8 meses. Estes são marcadores especialmente sensíveis ao desenvolvimento posterior de paralisia cerebral. - Avaliação do General Movements Assessment criado por Hans Prechtl como método ouro no diagnóstico precoce de PC, guardando 98% de especificidade aos 3 meses de vida e 95% de sensibilidade. - O método Prechtl baseia-se na análise qualitativa dos movimentos espontâneos do bebê em 3 momentos de vida: o período pré-termo a partir da 26ª semana; o período de termo em torno da 40ª semana em idade corrigida e o de lactente, as 12 semanas de vida calculadas a partir da 40ª semana. - Cada um destes momentos apresenta padrões normais de movimentação espontânea relacionados à integridade do sistema nervoso e estes padrões se alteram com as lesões sem que ainda haja os indicativos clássicos das síndromes motoras A técnica é muito simples e requer a filmagem da movimentação espontânea do bebê por 3 a 5 minutos, que deverá ser avaliada por observador treinado formalmente no método - A idade média de diagnóstico é entre 18 e 24 meses de vida. -Este é, sem dúvida, um dos nossos maiores limitantes na eficácia de intervenções, uma vez que nestes dois primeiros anos de vida ocorre o período mais adequado do ponto de vista da neuroplasticidade e muitas crianças perdem justamente esta janela preciosa de intervenção. - Sinais precoces devem ser ativamente procurados nas avaliações pediátricas e de seguimento e a incapacidade de alcançar adequadamente um marco do desenvolvimento deve ser encarada com preocupação e jamais negligenciada ou minimizada -Mesmo antes de marcos motores maiores serem esperados, o comportamento da criança, seja muito irritado ou dócil, a presença de reflexos primitivos exaltados e posturas inadequadas como o opistótono, dificuldade de alimentação e de ganho ponderal são indicadores precoces de disfunção. PALISANO, Robert J. et al. Estabilidade do sistema de classificação da função motora grossa, sistema de classificação de habilidade manual e sistema de classificação da função de comunicação. Developmental Medicine & Child Neurology , v. 60, n. 10, pág. 1026-1032, 2018. PEREIRA, Heloisa Viscaino. Paralisia Cerebral. Sociedade Brasileira de Pediatria. 2018. Diretrizes de de Atenção à Pessoa com Paralisia Cerebral, 2013. maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce 23% para umaintervenção de 8 semanas com jovens (idade: 14,2 ± 1,9 anos) nos níveis I e II do GMFCS 24 18% para intervenção de 3 meses com aqueles (idade: 15,9 ± 1,5 anos) nos níveis II e III do GMFCS 25 9% para intervenção de 3 meses com adultos jovens (idade: 20 ± 3,0 anos) classificados no GMFCS I – IV 28 41% para uma intervenção de 8 meses com crianças (idade: 12,1 ± 2,6 anos) nos níveis I e II do GMFCS 27 26% para uma intervenção de 9 meses com aqueles (idade: 9,2 ± 1,4 anos) nos níveis I – III do GMFCS e possivelmente até mesmo no nível IV (o estudo é anterior ao uso do GMFCS). - Muitas crianças, adolescentes e adultos com paralisia cerebral (PC) têm reduzida resistência cardiorrespiratória (a capacidade do corpo para realizar atividades físicas que depende principalmente dos sistemas de energia aeróbica ou que requerem oxigênio), força muscular e participação na atividade física habitual (AF) . - Pacientes com PC apresentam maior risco de desenvolver doenças metabólicas e cardiovasculares. Isso foi demonstrado pelo aumento dos fatores de risco cardiometabólico, incluindo hipertensão, colesterol, HDL-C, tecido adiposo visceral e obesidade em adultos com PC. - Globalmente, é necessário incentivar uma maior participação na AF, de acordo com as diretrizes, a fim de atingir níveis mais elevados de aptidão, diminuir os fatores de risco da doença e reduzir as complicações secundárias, como a perda funcional precoce. - Nestes estudos, os participantes exercidas pelo menos 2-4 vezes por semana, durante um mínimo de 20 minutos, e a uma intensidade moderada de taxa de cerca de 60-75%, no máximo coração, 40-80% da frequência cardíaca de reserva, ou 50- Consumo de oxigênio de pico de 65%. - Três estudos relataram resultados em resistência cardiorrespiratória. Os outros estudos relataram resultados no desempenho aeróbio, medido com um teste de manivela / ciclo do braço,26 e teste de funcionamento do shuttle. - O treinamento cardiorrespiratório pode efetivamente aumentar a resistência cardiorrespiratória em crianças e adultos jovens com PC. - Os terapeutas que trabalham com crianças com paralisia cerebral hemiplégica estimulam o movimento do membro afetado pela prática repetitiva de atividades unilaterais e bimanuais. A terapia de movimento induzido por restrição (CIMT) visa superar o 'não uso aprendido' pela prática intensiva e direcionada com o membro mais afetado durante a contenção do membro menos afetado. - O efeito foi benéfico em termos de atividade e participação, sugerindo que a atividade melhorada dos membros superiores foi transferida para o que as crianças realmente faziam na vida real com seus membros superiores. - A terapia de movimento induzido por restrição é uma forma eficaz de melhorar a função dos membros superiores, mas desde que uma grande quantidade de prática seja realizada, independentemente de se conseguir com ou sem restrição, esse benefício pode ser esperado. - Incorporar a dança como uma forma de arte na reabilitação tem a capacidade de transcender as barreiras tradicionais na terapia que focam diferencialmente em deficiências e limitações. - A dança possibilita oportunidades para o envolvimento em uma atividade social, ao mesmo tempo que fornece benefícios terapêuticos. - Evidências mostram que a dança tem potencial para impactar a propriocepção, equilíbrio, função sensório- motora, postura, tempo motor, memória de trabalho e de procedimento, ensaio, cópia, espelhamento e expressão e apreciação estética. - Posturas e gestos discretos usados na dança constituem os elementos mais simples de um vocabulário de movimento que pode ser usado para compor sequências de movimento significativo. Essas sequências de movimento podem ser transferidas para a mobilidade funcional diária, proporcionando, assim, um benefício potencial de reabilitação. Chiu HC, Ada L. Constraint-induced movement therapy improves upper limb activity and participation in hemiplegic cerebral palsy: a systematic review. J Physiother. 2016 Jul;62(3):130-7. doi: 10.1016/j.jphys.2016.05.013. Epub 2016 Jun 17. PMID: 27323932. López-Ortiz C, Gaebler-Spira DJ, Mckeeman SN, Mcnish RN, Green D. Dance and rehabilitation in cerebral palsy: a systematic search and review. Dev Med Child Neurol. 2019 Apr;61(4):393-398. doi: 10.1111/dmcn.14064. Epub 2018 Oct 23. PMID: 30350851. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4942358/#R24 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4942358/#R25 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4942358/#R28 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4942358/#R27 https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4942358/#R26 maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce maria Realce - O principal objetivo da avaliação é identificar as habilidades funcionais e potenciais da criança, determinar as deficiências primárias e secundárias (compensações usadas por causa de deficiências primárias) e descobrir os objetivos funcionais desejados pela criança e/ou familiares. - Para tanto, ao avaliar uma criança, deve-se respeitar a fase do desenvolvimento motor correspondente a sua idade cronológica, para não correr o risco de subestimar seu desempenho motor. - E na anamnese que são identificados o histórico da criança e da patologia atual, bem como as principais queixas dela e/ ou de seus familiares. A anamnese com os pais e/ ou cuidadores fornece informações a respeito da personalidade da criança, facilitando a elaboração de estratégias para a sua abordagem. - O exame físico deve ser completo e detalhado, levando-se em conta o estado geral da criança, o nível de consciência e o nível de cooperação por comandos simples, tendo em vista sua idade e seu desenvolvimento neurológico. - Deve-se considerar toda e qualquer alteração física observada, como anormalidades e deformidades esqueléticas, edemas, feridas, cicatrizes (que possam indicar algum procedimento cirúrgico), posturas anormais, entre outros. avaliação musculoesquelética - Observar a amplitude de movimento (ADM) articular e a força muscular (FM), que são os dois aspectos importantes que interferem na manutenção de uma postura adequada e na realização de movimentos necessários para as diversas atividades motoras. - Nas patologias de origem neurológica em pediatria, normalmente ocorre um desequilíbrio muscular importante nas diversas articulações - consequência da alteração do tônus muscular e do não acompanhamento proporcional do sistema muscular em relação ao crescimento ósseo, o que leva a diminuições significativas de ADM. - A presença de espasmos musculares prolongados e persistentes podem levar também a um encurtamento adaptativo de ligamentos e cápsulas articulares, além da contratura muscular, acarretando o aparecimento de deformidades osteomusculares, principalmente em crianças com aumento anormal do tônus muscular. - Crianças com hipotonia também podem apresentar deformidades do sistema musculoesquelético, pois, ao adotarem posturas mais altas como sentar e ficar em pé, estão sob a ação da gravidade; por não terem uma boa FM sobre as articulações (para dar estabilidade), há possibilidade de evoluir com deformidades osteomusculares, como a escoliose e o pé chato. - Na avaliação das ADM, o movimento articular deve ser realizado de forma passiva nas diversas articulações, conforme seus respectivos movimentos possíveis, graduando a amplitude observada em normal (sem alteração), grau I (diminuição de até 25 °/o), grau II (diminuição de até SO o/o) e grau III (diminuição de até 75 o/o). - A avaliação da FM pode ser realizada tanto pela observação qualitativa, sobre como a criança brinca e desempenha suas atividades em relação a suas posturas e movimentos, bem como quantitativamente, com a graduação numérica da escala de força muscular do Medical Research Council (MRC) em situações específicas No primeiro momento, classifica-se a força muscularem plégica, quando não se realiza nenhum movimento; e parética, o movimento ocorre com uma intensidade de força menor nos membros e no tronco - O tônus muscular pode ser avaliado pela observação, palpação e movimentação passiva. A observação inicial do paciente pode revelar a presença de movimentos ou de posturas anormais dos membros. - Os padrões motores estereotipados e a manutenção de posturas em posições fixas antigravitacionais, principalmente de regiões distais, são sugestivos da presença de anormalidades do tônus. - A palpação, apesar de subjetiva, pode trazer informações sobre o estado de repouso dos músculos, como a consistência e a firmeza destes. A resposta ao toque também deve ser considerada. - Na movimentação passiva, verifica-se que lOOo/o dos RN até o final do primeiro mês de vida apresentam aumento do tônus flexor generalizado, com maior resistência em MMII, principalmente na região dos adutores, do que em MMSS. - Essa flexão fisiológica generalizada contrasta com a hipotonia da musculatura paravertebral, que tende a diminuir a partir do quarto mês de vida. - Reflexos miotáticos e superficiais devem ser avaliados na criança. Os mais utilizados são os reflexos miotáticos bicipital, tricipital e patelar e o reflexo superficial plantar. - Sinais de hiperreflexia podem indicar aumento do tônus muscular, enquanto a diminuição e a ausência de resposta dos reflexos miotáticos podem sugerir hipotonia. - A medida de ângulos também auxilia na avaliação do tônus muscular, principalmente nos RN e em crianças menores de 1 ano de idade. Além de fornecer informações sobre o tônus, a medida de ângulos pode ser utilizada para a verificação da idade gestacional (IG) do RN. - Os principais ângulos a serem avaliados, segundo Amiel-Tison apud Funayama: • ângulo punho-mão: O a 30º no RN, 70º até o final do 1° ano de vida; • ângulo punho-ombro: O no RN, 40º até o final do 1 º ano de vida; • ângulo poplíteo: 90 a 120º no RN, 180º no 6° mês; • ângulo dos adutores da coxa: 70 a 120º no RN, 150 a 170º no 6º mês; • ângulo pé-perna: O a 10º no RN, 60º com 1 ano de idade. - Outro método utilizado para a avaliação do tônus é o teste de queda ou teste de posicionamento, que verifica a integridade das reações proprioceptivas automáticas dos membros. o braço e ou a perna) da criança é elevado pelo terapeuta, até uma posição antigravitacional, e deixado cair subitamente. Um membro com tônus normal cai normalmente, em seguida é contido e mantém a posição porque os proprioceptores intactos reagem no intuito de impedir que o membro avaliado caia. Membros hipertônicos são resistentes ao estímulo de alongamento e demonstram um retardo no movimento descendente. Membros hipotônicos caem abruptamente. - A criança com disfunção motora frequentemente apresenta limitação na flexão cervical, na extensão torácica, na flexão lateral e na flexão lombar. Deve-se estar atento a qualquer desvio anormal da curvatura da coluna, como escoliose, cifose e hiperlordose, e se as curvaturas são estruturais e funcionais. - A mobilidade da cintura escapular e dos MMSS também pode estar prejudicada em crianças com alterações motoras, já que elas geralmente apresentam uma excessiva extensão axial combinada a uma importante fraqueza dos músculos flexores de cabeça e abdominais, o que leva a uma limitação na movimentação da cintura escapular. - A articulação do quadril deve ser cautelosamente avaliada pelo terapeuta, na tentativa de identificar contraturas e alterações osteomusculares que prejudiquem o desenvolvimento da mobilidade infantil. - Outra avaliação importante a ser feita pelo fisioterapeuta é a articulação do joelho, já que a criança com disfunção motora geralmente apresenta limitações na flexão ou na extensão dele, como resultado de um comprimento inadequado do quadríceps ou dos músculos posteriores da coxa. - A articulação do tornozelo é outro segmento que frequentemente apresenta limitações em crianças com disfunções motoras, principalmente naquelas com aumento do tônus em função da espasticidade dos flexores plantares, sobretudo os gastrocnêmios. - A deformidade mais comum nos pés relacionada alterações motoras é o pé equino, que resulta de um desequilíbrio muscular entre flexores plantares e dorsais, principalmente pela hipertonia do tríceps sural. - O pé valgo é outra deformidade encontrada em crianças com alterações motoras e inclui eversão, flexão plantar e inclinação do calcâneo com abdução da porção anterior do pé. Tal posição leva ao aparecimento de uma proeminência medial do tálus, que é frequentemente acompanhada pela formação de calosidades na pele. avaliação musculoesquelética - A avaliação do sistema sensorial também é importante na avaliação infantil, pois fornece informações sobre quais sistemas sensoriais estão íntegros, alterados ou lesados, possibilitando determinar as vias de acesso de aprendizado e controle motora da criança. - No RN, as sensibilidades superficial, tátil, de temperatura e de dor encontram-se bem amadurecidas. Entretanto, sua avaliação ocorre qualitativamente apenas nas reações motoras até os 5 anos de idade, quando a criança começa a fornecer informações mais fidedignas. O mesmo ocorre na avaliação da sensibilidade proprioceptiva. - Dor é um mecanismo de proteção, pois informa ao organismo que ele está sofrendo algum tipo de agressão. A integridade desse mecanismo é importante tanto para proteger o organismo de eventos externos quanto para indicar complicações de um tratamento inadequado. - Deve-se ficar atento às expressões apresentadas pela criança durante a intervenção sensório-motora, pois, muitas vezes, ela não é capaz de expressar verbalmente um estímulo doloroso, mas indica por meio do choro ou da expressão facial e motora que algo está inadequado. - Para a avaliação da dor, pode-se aplicar um estímulo nociceptivo (pontual e localizado) ao longo da superfície corporal da criança, relacionando-o com os dermátomos para verificar qual a raiz nervosa comprometida. - A sensibilidade proprioceptiva pode ser avaliada, em parte, pela marcha espontânea, observando-se a forma como a criança apoia os pés no chão ao dar os passos. - A avaliação tátil fornece noções de limite do corpo, além de permitir a descrição das características táteis dos objetos. Associado ao estímulo proprioceptivo, que dá a noção de tamanho e forma, é possível, por meio do sistema tátil, reconhecer um objeto sem o ver (estereognosia). - Ao aplicar um estímulo tátil leve, como algodão, sobre a pele da criança, com os olhos fechados, ela deve ser capaz de mapear os locais estimulados e definir suas alterações de intensidade e percepção. Em caso de lesão medular, os dermátomos ajudam a definir o nível de lesão. - O sistema visual também é sensorial e permite alinhar a cabeça em relação ao horizonte, auxiliando nas reações de endireitamento e equilíbrio; e reconhecer o ambiente em que a criança se encontra, ajudando na percepção de distância e de profundidade. - O sistema vestibular deve ser avaliado na criança com algum tipo de comprometimento neurológico, pois fornece informações sobre o alinhamento da cabeça em relação ao corpo. Essa informação sensorial pode ser observada e testada pelas reações de endireitamento, quando a criança mantém a cabeça alinhada ao corpo. - O sistema auditivo é fundamental na avaliação neurológica infantil, pois é por ele que os comandos verbais podem ser compreendidos e executados, tornando a interação com a criança mais efetiva. Sua avaliação pode ser realizada pelo teste de reação audiocefálica, no qual o fisioterapeuta realiza o estímulo auditivo de um local onde a criança não o veja e verifica se ela vira a cabeça para o lado do estímulo. - A avaliação os reflexos primitivos fornece informações como: se os reflexos estão de acordo com a idade; se a sua presença (além da idade) está gerando problemas funcionais e se a sua ausência é sinal de agravo do SNC. As reações de endireitamento são respostas automáticas que permitem que a criança assuma a posição verticalnormal e mantenha a estabilidade quando muda de posição. São divididas em cinco reações: visual, labiríntica, da cabeça sobre o corpo, do corpo sobre a cabeça e do corpo sobre o corpo. A ausência de uma delas dificulta ou impossibilita a aquisição de posturas, como sedestação e bipedestação, e a realização de trocas posturais, como o rolar com dissociação de cinturas. As reações de endireitamento aparecem por volta do 6° mês de vida. As reações de equilíbrio mantêm e recuperam o equilíbrio do corpo em resposta a alterações no centro de gravidade e/ ou na base de sustentação corporal. Podem resultar em mudanças do tônus, ou em casos de grandes deslocamentos, em movimentos opostos com amplitudes variadas. São testadas em uma superfície móvel que altera a base da sustentação, com relação ao centro de gravidade, ou ainda pela modificação da posição da criança por movimentos voluntários ou deslocamento manual. Em qualquer das situações, o centro de gravidade fica alterado em relação à base de sustentação, e a criança é forçada a realizar ajustes automáticos para manter o equilíbrio. Reação de equilíbrio inicia-se por volta dos 6 meses em DV, 7 a 8 meses em DD e sentado, 9 a 12 meses em gato e, 12 a 21 meses em pé. As reações de proteção são a última etapa de defesa do SNC e consistem em movimentos. - Reflexos como sucção, de Moro, palmar, RTCA, marcha automática, entre outros devem ser pesquisados na avaliação dessas crianças. - A persistência do RTCA é um indicativo de atraso na maturação do sistema nervoso, principalmente após o 7º mês de vida, impedindo que a cabeça se movimente para o lado oposto a que estiver rodada, impossibilitando, assim, a aquisição das coordenações sensório-motoras primárias, tais como a visuocefálica, a audiocefálica e a mão-mão. - A presença do reflexo tônico labiríntico (RTL), independentemente da fase em que apareça, também é sinal de alerta por ser um reflexo anormal observado em criança com encefalopatia grave. O RTL é caracterizado pela hipertonia extensora de pescoço e tronco, identificado por uma postura com hiperextensão de tronco, cabeça e membros (opistótono). REAÇÕES DE ENDIREITAMENTO: REAÇÕES DE EQUILÍBRIO: REAÇÕES DE PROTEÇÃO: Permitem a estabilização e a sustentação do corpo, em resposta a um estímulo de deslocamento, em que o centro de gravidade excede a base de sustentação ou quando a velocidade de deslocamento é alta. Os MMSS ou MMII estendem-se na tentativa de sustentar o peso corporal à medida que o corpo desaba da superfície de sustentação. Elas podem ser observadas com 6 meses em DV, 7 a 8 meses em DD e sentado, postura de gato com 9 a 12 meses e em pé com 12 a 21 meses. As reações de proteção podem ser: anterior (6 meses), lateral (8 meses) e posterior (10 meses). Prado e Vale, 2012
Compartilhar