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A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS SURDAS: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO BILINGUE

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A ALFABETIZAÇÃO DE CRIANÇAS SURDAS: A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO BILINGUE
Acadêmicos:
Janessa Rios Figueiredo Neves de Lima
Jhennifer Karol Lima de Souza
Kaik de Lima Sousa
Walewska Nunes Conceição 
Professor-Tutor Externo: Ronise Nóia de Oliveira
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Polo Goianésia do Pará
Curso de Pedagogia (PED2163) – Prática Interdisciplinar I
21/12/2017
RESUMO
O objetivo geral deste trabalho bibliográfico é mostrar a importância da educação bilíngüe e ressaltar que a criança surda precisa tanto da instituição familiar quanto da instituição educacional para o processo de desenvolvimento dentro da sociedade através do bilingüismo, uma ferramenta essencial para o processo de alfabetização de alunos surdos. A família como parte fundamental no processo de alfabetização de crianças surda, a importância de docentes preparados e de estrutura escolar.
 Palavras-chave: Família. Escola. Bilinguismo. 
1 INTRODUÇÃO
A educação inclusiva se configura na diversidade inerente a espécie humana, buscando perceber e entender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em sala de aula comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos. 
Uma das modalidades dentro desse sistema regular de ensino é a educação BILINGUE, segundo o MEC (2006), consiste na aquisição de duas línguas: a língua brasileira de sinais (LIBRAS) e a língua portuguesa na modalidade oral e escrita. 
Em um mundo cada vez mais globalizado, falar uma segunda língua tornou-se imperativo para o sucesso pessoal e profissional. Estudos realizados em universidades de vários países confirmam a importância da educação bilíngue para o engajamento dos alunos no processo de aprendizagem, propiciando uma experiência que promove a alta performance na aquisição de conhecimento.
No Brasil um dos desafios e a formação de professores bilíngue.
“A formação de professores é de suma importância para a renovação do sistema educativo em relação à inclusão (LENA; SULIÃO, 2016)” Em Dezembro de 2005 o ex-presidente da republica Luiz Inácio Lula da Silva decretou a inclusão da LIBRAS como disciplina curricular obrigatória nos cursos de formação de professores para o exercício do magistério e fonoaudiólogo. 
O decreto de N° 5.626 referente ao artigo 3°que diz que a LIBRAS passa a ser obrigatória sendo inserida como disciplina curricular na formação de professores do magistério, no ensino médio, no ensino superior e nos cursos de fonoaudiologia, tanto nas instituições de ensino privada ou publica. Mesmo mediante o decreto os profissionais da educação enfrentam desvalorização profissional por não encontrar parceria familiar, assim esbarram em dificuldades diárias na realidade escolar (PACHECO, 2007). 
2 DESENVOLVIMENTO
A família e fundamental no processo de alfabetização de crianças surdas, pois parte dela conduzir o portador de deficiência auditiva ao aprendizado, a socialização e a comunicação. 
Os pais são os principais associados no tocante as necessidades educativas especiais de seus filhos, e a eles deveria competir, na medida do possível, a escolha do tipo de educação que desejam seja dado aos seus filhos. (Declaração de Salamanca, Art.60, Pg.43). 
A família enfrenta vários desafios por não conter o conhecimento de como proceder com a comunicação de crianças portadoras de deficiência auditiva, por meio da LIBRAS, a maioria das famílias de pessoas surdas no Brasil falam português, logo, os deficientes auditivos que pertence a essas famílias não terão acesso a LIBRAS, e é na escola que a criança surda terá acesso a língua, com docentes que dominem a área e com um trabalho pedagógico que atenda a todos sem exceção. Neste contexto observamos que a família não e a única instituição de fundamental importância na vida da criança, a escola também entra como parte fundamental, porém, as escolas do Brasil enfrentam alguns desafios também, como a falta de preparo dos docentes, essas são algumas dificuldades como afirma Goldfeld (1997, p.42): 
Em relação à educação pública, é muito raro encontrarmos escolas que utilizem a língua de sinais em sala de aula. O que ocorre em muitos casos é que os alunos conversam entre si através da língua de sinais, mas as aulas são ministradas em português, por professores ouvintes que não dominem a LIBRAS, o que praticamente impossibilita a compreensão por parte dos alunos. Mas a pior realidade é que grande parte dos surdos brasileiros e seus familiares nem sequer conhecem a língua de sinais. Muitas crianças, adolescentes e até adultos surdos não participam da comunidade surda, não utilizam a língua de sinais e também não dominam a língua oral.
No Brasil, a primeira instituição especializada para surdos surge em 1857, a convite do Imperador D. Pedro II, com a criação do Instituto Nacional dos Surdos, o INES.
Portanto, ao se falar em educação dos surdos tem-se por base a educação especial, que visa o assistencialismo, primeiramente com deficiências sensoriais, surdo e cego. Com o decorrer do tempo é que se chega á educação inclusiva, que visa o respeito ás diferenças através da interação e adaptação ás necessidades.
 A escola especial deve funcionar em horário integral, e priorizar o ensino da Língua Portuguesa (falada/escrita) para os alunos surdos, a fim de prepará-los para a classe comum, para que tenhamdomínio dessa língua, se possível, receptiva e expressiva, de forma que consigam incluir-se verdadeiramente no sistema regular de ensino.
   	Considerando que a grande maioria das pessoas surdas apresenta muitas dificuldades em todos os níveis da Língua Portuguesa (fonológico ou sonoro, semântico ou interpretativo, sintático ou estrutural e pragmático ou funcional) é enorme a responsabilidade da escola especial em fazê-las superar tais dificuldades que as tornem capazes de conversar, ler, escrever, ou seja, utilizar a língua de forma funcional e produtiva. Assim sendo, é dever da escola especial oferecer cursos de Português instrumental, funcional, além dos conteúdos da disciplina, oferecida regularmente. Além dessa função, cabe à escola especial estudar e possibilitar o uso da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS), por todos da comunidade escolar, como instrumento de ensino, apresentando as semelhanças e diferenças entre essas duas línguas.
  	 A escola especial deve se empenhar, também, a promover cursos para a capacitação de professores, e proporcionar estudos e pesquisas na área da surdez, linguagem e educação, desenvolvendo teorias e técnicas para auxiliar o trabalho de outros profissionais, sensibilizando os familiares e a população em geral para que respeite às potencialidades dos surdos, objetivando a integração plena dos seus alunos.
A filosofia Bilíngüe foi implantada nas escolas na década de 90. Segundo (QUADROS, 1997) o bilingüismo divide-se em duas partes de educar a criança surda. A primeira defende que a criança deve aprender a línguas de sinais e a língua oficial de seu país juntas e a segunda defende que a criança deve aprender primeiro a língua de sinais e depois aprender a língua portuguesa na modalidade escrita.
Danielle Bouvet (1990) também contribuiu com seu pensamento sobre bilingüismo, em sua obra: O Caminho do Ensino Bilíngüe para crianças surdas, defendendo que a criança surda deve aprender primeiro a LIBRAS e depois a língua portuguesa.
No Brasil é utilizada a Libras (língua brasileira de sinais) que é a língua oficial dos surdos. conforme a lei federal 10. 436 de 2002. Esta lei compreende que libras não substitui a língua portuguesa na modalidade escrita (SALLES et al, 2004), portanto a criança surda deve aprender a língua portuguesa na modalidade escrita e leitura.
A educação bilíngue de surdos no Brasil está amparada pela lei e é recomendada pelo ministério nacional da educação (MEC), como sendo uma proposta valida e eficaz para o ensino das duas línguas reconhecidas pelo país, língua portuguesa e língua brasileira de sinais (LIBRAS), necessárias para a inclusão social efetiva desses sujeitos.
Segundo (NOVAES, 2010 p.73) O Decreto n° 5.626 de 22/12/2005, que regulamenta a Lei n° 10.436/2002, em seu capítulo VI, artigo 22 determina que se organize, para a inclusão escolar:
¨I – escolas e classes de educação bilíngue, abertas a alunos surdos e ouvintes, com professores bilíngues, na educação infantil e nos anos iniciais do ensino fundamental;
¨II – escolas bilíngues ou escolas comuns da rede regular de ensino, abertas a alunos surdos e ouvintes , para os anos finais do ensino fundamental, ensino médio ou educação profissional, com docentes de diferentes áreas do conhecimento, cientes da singularidade linguística dos alunos surdos, bem como a presença de tradutores e intérpretes de Libras – Língua portuguesa.¨
 A LIBRAS é considerada língua natural, conforme Quadros (1997, p.47):
 Tais línguas são naturais internamente e externamente, pois refletem a capacidade psicobiológica humana para a linguagem e porque surgiram da mesma forma que as línguas orais – da necessidade especifica e natural dos seres humanos de usarem um sistema linguístico para expressar ideias, sentimentos e ações. As línguas de sinais são sistemas linguísticos que passaram de geração em geração de pessoas surdas. São línguas que não se derivam das línguas orais, mas fluíram de uma necessidade natural de comunicação entre pessoas que não utilizam o canal espaço-visual como modalidade linguística.
Para que a alfabetização de crianças surdas seja feita da melhor forma, é necessária a presença de um professor bilíngüe que conheça fluentemente as duas línguas respeitando suas diferenças como afirmam Davies apud Quadros (1997), que o professor tenha preparação procurando realizar operações didáticas, que aprenda a língua de sinais e que procure estimular os seus alunos visualmente. Também é indicado que haja um instrutor surdo responsável por ensinar a LIBRAS, trabalhando em conjunto com o professor bilíngüe. 
Há várias formas de acontecer a interação com o professor e alunos surdo, com resultados de ensino-aprendizagem como nos mostra Guarinello (2007, p.84).
O educador/terapeuta deverá basear-se sempre no texto, mesmo com crianças pequenas, pois o uso de palavras e frases soltas não fará nenhum sentido para o aprendiz. O profissional poderá utilizar vários tipos de textos escritos, ler em conjunto, fazendo o aprendiz se interessar pelo objeto escrito, e depois pedir para que o surdo escreva. No início desse processo, o profissional poderá atuar como escriba do surdo, ou seja, o surdo conta uma historia, faz um relato e o mediador escreve, começará a reconhecer palavras e frases e escrever por si só.
 A educação bilíngue para alunos surdos é importante, pois envolve a família, os professores ensinando e educando, e equipes multidisciplinares nesse processo de inclusão e aprendizagem. Mas para obter êxito nesse processo, é necessário que a relação entre a instituição escolar e a família seja a mais próxima possível.
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o bilinguismo e uma ferramenta essencial para o processo de alfabetização de alunos surdos, pois o mesmo ajuda no desenvolvimento educacional e social dessas pessoas, assim melhoras a qualidade de vida tanto dos educadores, quanto dos portadores e dos familiares. Mas para isso e necessário que todas as pessoas que estão relacionadas com deficientes auditivos, estejam preparadas para lidar com suas limitações. 
A língua brasileira de sinais (LIBRAS) é o ponto de partida para uma aprendizagem de qualidade, porém ela não substitui a língua portuguesa na modalidade escrita. Mediante isso entrar a figura do professor que deve ser especializado e fluente, tendo conhecimento tanto da língua brasileira de sinais (LIBRAS) quanto da língua portuguesa, podendo contar também com a presença de um instrutor surdo, para que em conjunto possa realizar atividades didáticas tanto visualmente quanto na escrita. 
O apoio familiar estimula o desenvolvimento desde a infância, fazendo com que o deficiente auditivo busque conhecimento, não se limitando e quebrando barreiras de sua deficiência. 
REFERÊNCIAS
BOUVET, D. The path to language: bilingual education for deaf children, Cleveland: Multilingual Matters, 1990.
DECLARAÇÃO DE SALAMANCA. Salamanca-Espanha. 1994 
GOLDFELD, Marica. A criança surda: linguagem e cognição numa perspectiva sócio-interacionista. São Paulo: Plexus, 1997.
GUARINELLO, Ana Cristina. O papel do outro na escrita de sujeitos surdos. São Paulo: Plexus, 2007.
LUNA, B. S.; JULIÃO, D. E. A Educação Inclusiva e os alunos com surdez. In: Congresso de Pesquisa e Extensão, 9., Barbacena, 2016. Anais… Barbacena: UFMG, 2016, p. 01-10 (GT-14).
NOVAIS, E. C. Surdos: Educação, Direito e Cidadania. Rio de Janeiro: Wak, 2010.
PACHECO, J. et al. Caminhos para inclusão: um guia para o aprimoramento da equipe escolar. Porto Alegre: Artmed, 2007.
QUADROS, Ronice Müller de. Educação de surdos: a aquisição da linguagem. Porto Alegre: Artmed, 1997.
SALLES, H. M. M. L. et al. Ensino de Língua Portuguesa para Surdos: Caminhos para a Prática Pedagógica. Brasília: Programa Nacional de Apoio à Educação Surdos, 2004.

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