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HABEAS CORPUS seção 1 penal

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DR. DES. PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO CEARÁ
Nome completo do advogado, Advogado, brasileiro, inscrito na OAB/CE, sob o nºXXXX, com endereço profissional na xxxxx, vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, com fulcro no artigo 5º, inciso LXVIII, da Constituição Federal, e nos artigos 647 3 648, inciso I, do Código de Processo Penal, impetrar
HABEAS CORPUS C/C PEDIDO LIMINAR
Em favor do paciente JOSE PERCIVAL DA SILVA, alcunha Zé da farmácia, brasileiro, estado civil, Presidente da Câmara dos Vereadores, residente e domiciliado na rua XXX, número XXX, bairro XXX, na cidade de Conceição do Agreste/CE, contra ato ilegal praticado pelo MM. Juiz da XX Vara Criminal da Comarca de Conceição do Agreste/CE, pelas razões de fato e fundamentos:
DOS FATOS
	O paciente foi cerceado de sua liberdade em 04 de fevereiro de 2018, ao ser indicado como suposto participante de um esquema de corrupção passiva, encontrando-se, atualmente, no presidio local.
	Durante uma sessão de concorrência pública, o paciente, que é Presidente da Câmara do Vereadores da cidade de Conceição do Agreste/CE, foi preso, após um flagrante preparado, ao ser supostamente participante de um esquema de corrupção passiva. 
	Após a prisão em flagrante, foi marcada audiência de custódia, qual foi determinada a prisão preventiva do paciente, qual se encontra até o momento no presídio local.
	Cabe ainda destacar a ausência de supressão de instância, uma vez que, nos termos do Artigo 654, §2º do CPP, “Os juízes e os tribunais têm competência para expedir de ofício ordem de habeas corpus, quando no curso de processo verificarem que alguém sofre ou está na iminência de sofrer coação ilegal”.
	Trata-se de nítida violência e coação em sua liberdade, por ilegalidade e abuso de poder praticado pelo MM. Juiz, motivando o presente pedido.
DO CABIMENTO DO HABEAS CORPUS
	Consoante dispõe a Constituição Federal, em seu artigo 5º, inciso LXVIII: 
“Conceder-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder”
No mesmo sentido, dispõe o artigo 647, do Código de Processo Penal:
“dar-se-á habeas corpus sempre que alguém sofrer ou se achar a iminência de sofrer violência ou coação ilegal na sua liberdade de ir e vir, salvo nos casos de punição disciplina”
Portanto, diante de ato coator cometido pela autoridade impetrada, consubstanciada em manifesta ilegalidade, tem-se por devido e cabível o presente pedido.
DO FLAGRANTE PREPARADO
	Conforme claro entendimento sumulado pelo Supremo Tribunal Federal: 
Súmula 145 – Não há crime, quando a preparação do flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação.
	Ao conceituar a matéria, a Ministra do STJ Maria Thereza de Assis Moura, esclarece que “o flagrante preparado apresenta-se quando existe a figura do provocador da ação dita por criminosa, que se realiza a partir da indução do fato.” (HC 290;663/SP)
	Guilherme de Souza Nucci ao lecionar sobre o tema, esclarece: 
“Trata-se de um arremedo de flagrante, ocorrendo quando um agente provocador induz ou instiga alguém a cometer uma infração penal, somente para assim poder prendê-la. Trata-se de crime impossível (artigo 17, CP), pois inviável a sua consumação. Ao mesmo tempo em que o provocador leva o provocado ao cometimento do delito, age em sentido oposto para evitar o resultado. Estando totalmente na mão do provocador, não há viabilidade para a constituição do crime.” (in Código de Processo Penal Comentado, 11º ed., São Paulo, Ed. Revista dos Tribunais, 2012, pág. 636).
Após breve conceituação, fica perfeitamente clara a caracterização de flagrante preparado o fato objeto do inquérito, uma vez que, se quer foi mencionado inicialmente o envolvimento do paciente anteriormente ao flagrante preparado, estando ele no local e horário do ocorrido por ser meramente o Presidente da Câmara dos Vereadores do município em questão, durante a Sessão da Comissão de Finanças e Contratos da Câmara, a fim de verificar a eficácia do serviço prestado.
Portanto, trata-se de crime impossível, uma vez que perfeitamente caracterizada a indução policial para a configuração do tipo penal. Assim, comprovada a ocorrência de flagrante preparado, resta demonstrada a ocorrência de crime impossível.
Diante do exposto, requer a imediata concessão da ordem com expedição do competente alvará de soltura.
DA LIMINAR
	Preenchidos os requisitos exigidos para a concessão liminar da ordem de habeas corpus, nos termos do art. 660, § 2º, do Código de Processo Penal, quais sejam: o fumus boni juris, presente na argumentação e documentos anexos e o periculum in mora, existente no constrangimento ilegal ensejado pelo conteúdo da decisão vergastada, cuja vigência está constrangendo a liberdade do paciente, sendo a concessão liminar da presente ordem medida salutar e urgente, requer-se a expedição de alvará de soltura em favor do paciente, para que possam ficar em liberdade imediatamente. E, quanto ao periculum in mora, não é menos evidente, sendo inerente à própria situação de constrangimento ilegal a que está submetido o Paciente a um período de mais de 03 (três) dias.
	Assim, suficientemente instruído o Habeas Corpus e presentes os requisitos legais, requer-se o deferimento de liminar para determinar a soltura imediata do Paciente, até decisão final.
Acaso não seja esse o entendimento do Eminente Relator, requer-se, ao se requisitar informações à autoridade coatora, seja solicitado o envio das peças que V. Exa. entender faltantes para o exame da liminar.
As razões do fato em si, serão analisadas oportunamente, no devido processo legal, não cabendo, neste momento, um julgamento prévio que comprometa sua inocência.
DOS BONS ANTECEDENTES, ENDEREÇO CERTO E EMPREGO FIXO
	Não obstante a preliminar arguida, importa destacar que o paciente é Vereador, trata-se de pessoa íntegra, de bons antecedentes e que jamais respondeu a qualquer processo crime conforme certidão negativa que junta em anexo.
	Possui ainda endereço certo na rua XXX, nº XXX, bairro XXX, na cidade de Conceição do Agreste/CE, conforme comprovação em anexo.
	
DO PEDIDO
À vista do exposto, requer-se a Vossa Excelência que seja concedida ao paciente a ordem, para:
a) Seja deferida a liminar rogada para determinar a imediata libertação do Paciente, expedindo-se o competente alvará de soltura;
b) Após requisitadas as informações da autoridade coatora e ouvida a Procuradoria-Geral de Justiça, seja concedida a ordem impetrada para revogar a prisão preventiva, confirmando-se a liminar. 
c) Em caso de Vossas Excelências entenderem por necessário, que sejam impostas outras medidas cautelares diversas da prisão (art. 319 do CPP).
Nestes termos,
Pede deferimento.
Conceição do Agreste/CE, 05 de fevereiro de 2018.
(Nome do Advogado)
OAB XXXXX
Assinado digitalmente

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