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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E NATURAIS ANTROPOLOGIA FILOSÓFICA LUANA DA SILVA FERREIRA RESENHA: LIVRO “A MORTE DE IVAN ILITCH” VITÓRIA 2019 LUANA DA SILVA FERREIRA RESENHA: LIVRO “A MORTE DE IVAN ILITCH” Trabalho de Antropologia Filosófica apresentado ao curso de Enfermagem e Obstetrícia da Universidade Federal do Espírito Santo, como requisito parcial para avaliação do primeiro período. Orientador: Prof. Dr. Gilmar Francisco Bonamigo. VITÓRIA 2019 O livro “A morte de Ivan Ilitch” do autor Lev Tolstói, lançado pela editoria 34 em 2009, é um dos mais geniais, e com uma perfeita reflexão, sobre a morte. A história parte do enterro de Ivan Ilitch, caminhando para a descrição do que fora sua vida de magistrado, marido, homem “do bem” tendo em relação ao que a sociedade julga como do bem e correto. Uma das frases do livro que me marcou foi: “A história de vida de Ivan Ilitch foi das mais simples, das mais comuns e, portanto, das mais terríveis.” O livro nos leva a refletir sobre o que todos julgam como uma vida boa a ser vivida, onde a pessoa se forma, casa, e geralmente tem filhos, pode não ser a “correta”, a que te faz feliz. No fundo, a grande pergunta que fica é “qual vida vale a pena ser vivida?”. Os questionamentos sobre a vida e a forma como a levamos é uma constante ao longo das páginas. A cada capítulo, pensamos sobre o sentido da vida, se deve mesmo haver algum significado para o que fazemos enquanto estamos nesta terra. Sem poder fazer muito diante de sua triste realidade, Ivan Ilitch questiona a si mesmo, e passa sua vida em revista, tentando encontrar nas suas lembranças, os momentos que a tenham feito valer a pena. Ivan se vê sozinho, abandonado, despedaçado, enquanto o mundo ao seu redor continua a girar sem sua presença, ou melhor, sem se importar com sua ausência. Tolstói nos mostra como tratamos a morte com artificialidade. Não sabemos lidar com a morte. Não sabemos lidar com quem está morrendo. Mente-se. Finge-se. Essa questão fica evidente no trecho “Aquilo que mais o atormentava era a mentira, aquela mentira que por qualquer razão era aceite por todos, segundo a qual ele estava apenas doente e não estava a morrer…”. Talvez por serem questões que nos afetam a todos como humanos. A morte é a certeza que temos e algo pelo qual todos passaremos um dia. É interessante poder refletir sobre ela – e por que não, sobre a nossa vida, na pele de alguém que não soube muito bem como passar nem por uma, nem pela outra. Por fim, esse livro me impactou muito, pois eu me questiono bastante se a vida que eu vivo, as coisas que eu faço, realmente é o que eu quero, se me faz feliz de fato. Com isso, a frase que mais me impactou e que mais me identifiquei no livro foi “E se na verdade toda minha vida tiver sido errada?”.