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DISCIPLINA: FUNDAMENTOS SOCIO-ANTROPOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO O INDIVÍDUO E A SOCIEDADE - CONCEITOS 1. A SOCIABILIDADE capacidade natural da espécie humana para viver em sociedade – desenvolve-se pelo processo de socialização. Pela Socialização o indivíduo se integra ao grupo em que nasceu, assimilando o conjunto de hábitos e costumes característicos daquele grupo. Participando da vida em sociedade, aprendendo suas normas, seus valores e costumes, o indivíduo está se socializando. Quanto mais adequada a socialização do indivíduo, mais sociável ele poderá se tornar. FONTE: OLIVEIRA. Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. Ed. Ática. 2010. 2. SOCIALIZAÇÃO Processos sociais pelos quais as crianças desenvolvem uma consciência da existência de normas e valores sociais e alcançam uma noção própria de eu social. Embora os processos de socialização sejam particularmente significativos durante a infância e a adolescência, continuam, até certo ponto, presentes durante o resto da vida. Nenhum indivíduo está imune às influências de outros à sua volta, modificando constantemente o seu comportamento durante todas as fases da sua vida. FONTE: GIDDENS, Anthony. Introdução à sociologia, Artmed, Rio Grande do Sul,2013. 3. ISOLAMENTO SOCIAL A ausência de contatos sociais é denominada de isolamento social. O isolamento pode ser compreendido como a falta de contato ou de comunicação entre grupos ou indivíduos. Nos dias de hoje, praticamente não existe isolamento absoluto. Mas existem comunidades isoladas, que mantêm pouco contato com outras comunidades. FONTE: https://www.educabras.com/enem/materia/sociologia/aulas/processos_sociais 4. CONTATOS SOCIAIS Ao dar uma aula, o professor entra em contato com seus alunos. O cliente e o vendedor de uma loja estabelecem contato na hora da venda de uma mercadoria. Duas pessoas conversando também estabelecem um contato social. A convivência humana pressupõe uma verdadeira de formas de contatos sociais. Você mesmo pode relacionar diversas formas, a começar pela maneira como adquiriu este livro ou pelas relações ou contatos sociais que manteve para chegar até esta etapa de sua educação formal. O contato social é à base da vida social. É o primeiro passo para que ocorra qualquer associação humana. Podemos considerar que existem dois tipos de contatos sociais: primários e secundários. -Contatos Sociais Primários: São os contatos pessoais, diretos e que têm uma forte base emocional, pois as pessoas envolvidas compartilham suas experiências individuais. São exemplos característicos de contatos sociais primários: os familiares (que ocorrem entre pais e filhos, entre irmãos, entre marido e mulher); os de vizinhança (entre amigos, grupos de brincadeira e lazer); as relações sociais na escola, no clube, etc. Assim, as primeiras experiências do indivíduo se fazem com base em contatos sociais primários. -Contatos Sociais Secundários: São os contatos impessoais, calculados, formais. Trata-se mais de um meio para atingir determinado fim. Dois exemplos: o contato do passageiro com o cobrador do ônibus, apenas para pagar a passagem; o contato do cliente com o caixa do banco, para descontar um cheque. São também considerados contatos secundários os contatos mantidos através de carta, telefone, telegrama, e-mail,etc. https://www.educabras.com/enem/materia/sociologia/aulas/processos_sociais Importante: As pessoas que têm uma vida baseada mais em contatos primários desenvolvem uma personalidade diferente daquelas que têm uma vida com predominância de contatos secundários. Um lavrador, por exemplo, apresenta uma personalidade bastante diversa da de um executivo. Com a industrialização e a consequente urbanização diminuíram os grupos de contatos primários, pois a cidade é a área em que há mais grupos nos quais predominam os contatos secundários. As relações humanas nas grandes cidades podem ser mais fragmentadas e impessoais, caracterizando uma tendência aos contatos sociais secundários e ao individualismo, pois aproximadamente física não significa necessariamente proximidade afetiva. A vida nas metrópoles, por exemplo, facilita os conflitos. Um exemplo de individualismo cultivado nas grandes cidades são as brigas no trânsito, cada vez mais frequentes, muitas com desfecho violento. FONTE: OLIVEIRA. Pérsio Santos. Introdução à Sociologia. Ed. Ática. 2010. 5. RELAÇÕES SOCIAIS Em Ciências Sociais, relação social refere-se ao relacionamento entre indivíduos ou no interior de um grupo social. As relações sociais formam a base da estrutura social. Nesse sentido, as relações sociais são o objeto básico da análise das Ciências Sociais. Investigações fundamentais sobre a natureza das relações sociais são encontradas nos trabalhos da sociologia clássica, tais como a teoria da ação social de Max Weber. Segundo Weber, A relação social diz respeito à conduta de múltiplos agentes que se orientam reciprocamente em conformidade com um conteúdo específico do próprio sentido das suas ações. Na ação social. a conduta do agente está orientada significativamente pela conduta de outro ou outros, ao passo que na relação social a conduta de cada qual entre múltiplos agentes envolvidos (que tanto podem ser apenas dois e em presença direta quanto um grande número e sem contato direto entre si no momento da ação) orienta-se por um conteúdo de sentido reciprocamente compartilhado (Conh, Gabriel. Weber: Sociologia. São Paulo: Ática, 1997, p. 30.) Assim, em Weber, relação social seria uma conduta de vários indivíduos, reciprocamente orientada e dotada de sentido partilhado pelos diversos agentes de determinada sociedade. FONTE: www.totalidade.blogspot.com.br FONTE: www.portaleducacao.com.br 6. PROCESSOS SOCIAIS: ASSOCIATIVOS E DISSOCIATIVOS Ao trabalharmos instituições sociais, vimos que ao conjunto de regras e de procedimentos padronizados socialmente, eles possuem uma interdependência com o momento histórico daquela Sociedade. Ao analisarmos o caso da escravidão no Brasil, até 1888, percebemos diferentes relações sociais. Por um lado, havia escravos que cumpriam a lei e seguiam confinados nas fazendas, e de outro lado, a história relata diversos casos de escravos fugitivos. Os contatos sociais dos escravos fugitivos com seus comparsas anteriores ou ulteriores, por meio da interação social, causava, normalmente, uma mudança no pensar e agir desses grupos. Quando a interação social provoca mudanças sociais, ocorre o que denominamos de Processos Sociais. Os principais Processos Sociais Associativos são: COOPERAÇÃO é uma forma de interação social na qual diferentes pessoas, grupos ou comunidades trabalham juntas para um mesmo fim: “SOLIDARIEDE”. ACOMODAÇÂO – o indivíduo ou o grupo social se ajusta a uma situação ou ao modo de vida de um grupo dominante para não gerar conflitos. Ex.: Escravos do período colonial brasileiro. Estes nunca aceitaram a situação de servidão, apenas se acomodaram à dominação e sempre que podiam se rebelavam. ASSIMILAÇÃO – trata-se do processo social de ajustamento pelo qual indivíduo ou grupos diferentes tornam-se semelhantes. Difere-se da Acomodação, porque implica transformações internas nos indivíduos ou grupos na maneira de pensar, de sentir e de agir. Os principais Processos Sociais Dissociativos são: COMPETIÇÃO Nas Ciências da Natureza, especialmente na Biologia, competição é: “relação de desarmônica”, na qual, pelo menos uma das espécies envolvidas é prejudicada. Nas Ciências Humanas, a competição pode levar os indivíduos a agirem uns contra os outros em busca de uma melhor situação. CONFLITO – O conflito social é um processo social, pois provoca mudanças na sociedade. Tomemos o exemplo dos negros norte-americanos. Depois de violentos choques com a polícia durante os anos 1960, eles conseguiram ver reconhecidos seus direitos civis. Passados mais de trinta anos, embora certas formas de racismoe discriminação ainda persistam nos Estados Unidos, o negro integrou-se, pelo menos em parte, à sociedade norte-americana, permitindo, inclusive a primeira eleição de um presidente negro americano. Outro exemplo mais recente foi a mudança do governo no Egito graças à pressão popular. FONTE: OLIVEIRA, Pérsio dos Santos. Introdução à Sociologia.São Paulo: Vozes, 2001. 7. INSTITUIÇÕES SOCIAIS Podemos conceituar instituição social como “uma estrutura relativamente permanente de padrões, papéis e relações que os indivíduos realizam segundo determinadas formas sancionadas e unificadas, com o objetivo de satisfazer necessidades sociais básicas”, de acordo com Fichter (apud LAKATOS, 1997, p. 74). As instituições têm como finalidade a satisfação das necessidades dos indivíduos e dos grupos sociais. Estabelecem padrões, papéis e relações entre os indivíduos da mesma cultura na satisfação destas necessidades. Este padrão de comportamento dá coesão aos componentes de uma cultura ou grupo social através dos valores estabelecidos, os quais determinam um código de conduta. Toda instituição cumpre uma função na sociedade. Persegue metas no cumprimento de uma missão ou propósito de interesse do grupo social. Para tanto, se faz necessária uma estrutura composta de pessoal (elementos humanos); equipamentos (aparelhamento material ou imaterial); organização (disposição do pessoal e equipamentos); comportamento (normas que regulam a conduta e a atitude dos indivíduos). Veja como exemplo, no quadro a seguir, a estrutura das principais instituições sociais Quadro: Estrutura das instituições sociais. Fonte: Lakatos, 1997, p. 75. As instituições sociais acompanham-nos desde a nossa inserção no mundo dividido em sociedades. Podemos elencá-las desta forma: 7.1. Família: é a primeira instituição com a qual temos contato. Ela ensina as primeiras regras que devemos seguir e guia-nos para os primeiros passos esperados pela sociedade. Essa instituição baseia-se na afetividade para o ensinamento de regras que devemos absorver e levar para o convívio social. 7.2. Igreja: é a segunda instituição com a qual a maioria da população tem contato. As religiões apontam as normas sociais e morais que devem ser seguidas pela população de uma determinada cultura, tornando-se, assim, muito importantes. Como as regras dessa instituição saem do convívio familiar e tornam-se mais gerais, ela é considerada uma instituição de socialização secundária. 7.3. Escola: é a instituição de socialização secundária por excelência. Ela é responsável por introjetar no indivíduo as normas sociais, legais e de comportamento que ele deve levar para o resto da vida, além de prepará-lo para as duas etapas sociais seguintes, o trabalho e o Estado. 7.4. Trabalho: é a instituição social para qual todos os indivíduos são preparados na sociedade capitalista. Ele consiste num conjunto de normas e regras que devem ser desempenhadas pelo indivíduo para que haja o correto funcionamento da sociedade, na visão de Durkheim. Essa etapa da vida consiste na maior e mais importante fase da convivência em sociedade, sendo que ela necessita da aplicação de tudo aquilo que foi aprendido nas etapas anteriores de socialização. 7.5. Estado: consiste na formação de um conglomerado de normas e regras sociais que compõem as instituições sociais anteriores. O Estado é a última e mais complexa instituição social, pois ele necessita da socialização primária promovida pelas famílias e de todas as outras etapas descritas. O Estado é constituído por normas e regras regidas por um corpo de leis. É no Estado que encontramos a maior impessoalidade e um modo de agir mais técnico em sociedades civilizadas. Vale salientar que há entre as instituições um mecanismo de interdependência, ou seja, uma instituição não existe isolada das outras. Entre elas há uma relação tão complexa de tal forma que qualquer alteração em uma determinada instituição pode acarretar mudança nas outras. Podemos citar como exemplo as mudanças na configuração familiar no século XXI (não centrada em Pai + Mãe + filho). Essa alteração institucional familiar tem acarretado em reorganizações dos sistemas de outras instituições como a escola, a Igreja, a justiça, etc. A maioria das escolas hoje já não mais celebram as famosas datas comemorativas (Dia dos Pais, das Mães) mas sim, o Dia da Família, uma forma de se adequarem a essa nova realidade sociofamiliar dos seus educandos. APROFUNDAMENTOS SOBRE A FAMÍLIA: primeiro corpo social no qual os indivíduos convivem. Esta instituição sofreu algumas variações ao longo de sua existência no tempo e no espaço, no que se refere ao número de casamentos, as formas de casamento e os tipos de famílias. Quanto ao número de casamentos, uma família pode ser monogâmica: -Família Monogâmica: cada marido e cada mulher tem apenas um cônjuge (indissolúvel ou divorcial). -Família Poligâmica: cada esposo pode ter dois ou mais cônjuges. Quando se trata do casamento de uma mulher com dois ou mais homens, chama-se poliandria. Quando de um casamento de um homem com várias mulheres, chama-se poliginia. As formas de casamentos: No que se refere às formas de casamentos podemos ter: -Endogamia: casamento permitido apenas dentro do mesmo grupo social ou tribo. -Exogamia: casamento permitido com alguém de fora do grupo social, religião, raça ou classe social diferente. Os tipos de famílias: Fala-se basicamente em dois tipos de famílias: a família conjugal / nuclear, ou seja, aquela formada por um esposo, uma mulher e os filhos; a família consanguinea / extensa / ampliada, que engloba, além do casal e seus filhos, outros parentes como avós, netos, genros, noras, sogros, primos e sobrinho; família monoparental, que se constitui da relação de apenas dois integrantes, mãe e filho, avó e neto, pai e filho... As principais funções da família: Não raro, um rapaz e uma moça decidem constituir família, movidos apenas pelo sentimento de nutrem um pelo outro, mas sem ter a devida clareza de quais as responsabilidades implicadas nesta decisão. Por isso, é sempre oportuno lembrar quais as principais funções da família nuclear ou conjugal. -Função sexual ou reprodutiva: garante a satisfação dos impulsos sexuais dos cônjuges e perpetua a espécie humana com o nascimento dos filhos; -Função econômica: deve assegurar os meios de subsistência e bem–estar de seus membros; -Função educacional: a família é responsável pela transmissão à criança dos valores e padrões comportamentais e culturais da sociedade. FONTE: PORFíRIO, Francisco. "Instituições sociais"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/sociologia/instituicoes-sociais.htm. Acesso em 31 de maio de 2020. FONTE:http://arquivos.eadadm.ufsc.br/EaDADM/UAB_2011_1/Modulo_1/Sociologia/material_didatico/textos_complementares/As%20Instituicoes%20Sociais.p df FONTE: http://marcelocoruja.blogspot.com/2017/04/sociologia-importancia-dos-grupos-e-das.html FONTE: http://filosofiaprofrodrigues.blogspot.com/2011/03/as-instituicoes-sociais.html http://arquivos.eadadm.ufsc.br/EaDADM/UAB_2011_1/Modulo_1/Sociologia/material_didatico/textos_complementares/As%20Instituicoes%20Sociais.pdf http://arquivos.eadadm.ufsc.br/EaDADM/UAB_2011_1/Modulo_1/Sociologia/material_didatico/textos_complementares/As%20Instituicoes%20Sociais.pdf http://marcelocoruja.blogspot.com/2017/04/sociologia-importancia-dos-grupos-e-das.html http://filosofiaprofrodrigues.blogspot.com/2011/03/as-instituicoes-sociais.html
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