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Reclamação Trabalhista- Pejotização - descaracterização de contratos de PJ e reconhecimento de vínculo empregatício

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Prévia do material em texto

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA ÚNICA VARA DO TRABALHO DA CIDADE DE BATURITÉ CE.
 
 
 
 
 
 
 
          Procedimento Ordinário  
 
 
             RAYNE ARAÚJO LIMA, brasileiro, em união estável, vendedor, inscrito no RG nº 99098166424 e CPF/MF sob o número 023.915.093-75. Falecido em 06/05/2020, conforme cópia do atestado de óbito em anexo, nesta representado pela Senhora FRANCISCA ROGÉRIA DA SILVA BARBOSA, brasileira, companheira do “de cujus”, professora, inscrita no RG nº 98097166635 e CPF/MF sob o nº 968. 806.513-72, e, também representante do menor impúbere, ROGER BENJAMIM BARBOSA ARAÚJO, RG não posssui, CPF, nº. 097.308.013-20, ora autor desta demanda; ambos residentes e domiciliados na Itamaracá, nº 94, Bairro Vila Nova, Cidade de Baturité, Estado do Ceará, CEP 62.750-000, neste ato representados por seu advogado que esta subscreve ADRIANO CAÚLA DA SILVA, Brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/CE nº. 42.626, com endereço profissional, sito a Rua Coronel Jucá, nº 855, Aldeota, Fortaleza – CE, CEP 60.170-320, endereço eletrônico: adrianocaula@yahoo.com.br. Com fundamento no art. 840, § 1º da CLT, como no artigo 319 do CPC, este de aplicação subsidiária ao processo do trabalho, conforme artigo 769, da CLT, propor a presente 
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Em desfavor de DISTRIBUIDORA MAIA DE MATERIAL DE CONSTRUÇÃO LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF sob o nº. 35.065.903/0001-35, sediada na Rua N (Lot Parque Montenegro II) n. 326, Bairro Prefeito José Walter, Fortaleza/CE. E, ainda, em obediência à diretriz fixada no art. art. 287, caput, do CPC, indica-o para as intimações que se fizerem necessárias, comparece, com o devido respeito à presença de Vossa Excelência, para ajuizar, sob o Rito Ordinário, a apresente, em razão das justificativas de ordem fática e de direito, tudo abaixo delineado.
 
I - DA JUSTIÇA GRATUITA
A Reclamante, pessoa pobre, na acepção jurídica da expressão, informa não poder demandar em juízo sem prejuízo de seu próprio sustento e de sua família, em especial no caso concreto, pois encontra-se desempregada. Assim, necessário que lhe sejam concedidos os benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal, in verbis:
Art. 5º - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIV – O Estado prestará assistência jurídica integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
 (...)
A própria Legislação trabalhista (CLT), em seu artigo 790, §3º, prescreve que:
Art. 790 – Nas varas do Trabalho, nos Juízos de Direito, nos Tribunais e no Tribunal Superior do Trabalho, a forma de pagamento das custas e emolumentos obedecerá as instruções que serão expedidas pelo Tribunal superior do Trabalho.
(...)
§ 3º É facultado aos Juízes, órgãos julgadores e presidentes dos tribunais do trabalho de qualquer instância conceder, a requerimento ou de ofício, o benefício da justiça gratuita, inclusive quanto a translados e instrumentos, àqueles que operceberem salário igual ou inferior a 40% (quarenta por cento) do limite máximo dos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. 
O Código de Processo Civil tratou de forma concisa a possibilidade da concessão da gratuidade processual aos necessitados, vejamos os excertos abaixo:
Art. 98º - A pessoa natural ou jurídica, brasileira ou estrangeira, com insuficiência de recursos para pagar as custas, as despesas processuais e os honorários advocatícios tem direito à gratuidade da justiça, na forma da lei.
(...)
Art. 99º - O pedido de gratuidade da justiça pode ser formulado na petição inicial na contestação, na petição para ingresso de terceiro no processo ou em recurso.
(...)
§ 3º Presume-se verdadeira a alegação de insuficiência deduzida exclusivamente por pessoa natural.
Os ditames mencionados anteriormente se amoldam perfeitamente ao caso em apreço, isto posto, não há a possibilidade da parte autora buscar a tutela jurisdicional, sem que dita medida repercuta de forma negativa o cotidiano financeiro familiar, o que é vedado pelo ordenamento jurídico vigente.
A Reclamante não dispõe de recursos para custear as despesas processuais, em razão da insuficiência financeira que a impossibilita de arcar com o valor das custas.
Mister se faz informar que a autora encontra-se desempregada, e que seus rendimentos atuais apenas servem para manter sua própria subsistência e o de sua família.
Em vista da hipossuficiência da Autora requer os beneplácitos da gratuidade da justiça.
 
1 – Dos fatos 	
CLT, art. 840, § 1º
O Representado (de cujus) foi admitido pela Reclamada no dia 06 (seis) de julho de 2015 (dois mil e quinze), ocasião em que, unicamente com o propósito de para mascarar o vínculo de emprego, essa impôs àquele a celebração de Contrato de Representação Comercial, o qual ora acostamos. (doc. 01) Verifica-se, nesse azo, que esta querela contorna elementos de afastar manobra ardilosa perpetrada à Consolidação das Leis do Trabalho.
          Por todo o trato laboral o Representado (de cujus) atuou unicamente na venda de materiais de construção, hidráulico e elétrico da Reclamada em todo o maciço de Baturité e adjacências.
           Como forma de remuneração de seu labor, o Representado (de cujus) percebia o equivalente a 3% (três por cento) sobre o valor de suas vendas mensais, no que versasse sobre os produtos (qualquer louças sanitárias. Mangueiras de irrigação e telhas de fobrocimento) e alíquota de 5% (cinco por cento) sobre as vendas de (todos os outros produtos da tabela); alíquota de 5% (cinco por cento de comissão por clientes de carteira do ora Reclamante e alíquota de 5% (cinco por cento) por forma de pagamento consoante reza os anexos 02 do contrato em análise. A Representante afirma ainda, que a média salarial recebida pelas devidas venda versassa em um quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais) mês; requer portanto, que a empresa demandada apresente as devidas notas fiscais de venda efetuadas pelo colaborador, visto ser ela a parte que tem total acesso a tais documentos, sob pena de se concretizar verdadeiro o que ora se alega.
             O Representado (de cujus), de outro importe, trabalhava pessoalmente para a Reclamada de segunda-feira a sábado, no horário das 08:00h às 18:00h, sem, contudo, não haver horário e intervalos para refeição. Não houvera, ademais, pagamento de horas extraordinárias laboradas.
 
           Na data de 06/05/2020 ocorreu o evento morte do Representado “de cujus”, conforme atestado de óbito anexado nesta exordial. E, na data 05 (cinco) de junho de 2020 (dois mil e vinte) a Peticionante (representante), a chamado da Reclamada compareceu à sede da Empresa Requerida para por fim ao pacto estabelecido entre as partes (de cujus e a empresa Reclamada). 
 
          Nesse diapasão, tem-se claramente uma fraude patronal, uma vez que constatados todos os pressupostos para caracterização de contrato de trabalho entre o Representado (de cujus) e a empresa ora demandada, não havendo, todavia, sobretudo, o pagamento das verbas trabalhistas pertinentes.
 2  -  No mérito
2.1. Do vínculo empregatício
(CLT, arts. 2º e 3º) 
 
          Extrai-se do art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho que “considera-se empregado toda e qualquer pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário. “
 
       Como consabido, desse conceito surgem os requisitos que devem estar concomitantemente presentes para a caracterização do contrato de trabalho, quais sejam: continuidade, subordinação jurídica, onerosidade e pessoalidade.     
       No caso em tela, o Representado (de cujus), como destacado nas linhas fáticas antes descritas, fora instado pela Reclamada a constituir uma situação de MEI (Microempreendedor Individual – Rayne Araújo Lima, CNPJ nº21.447819/0001/71 da qual aquele consta comosócio-gerente. O objetivo da empresa, como se percebe do contrato, era o de promotor de vendas, independente (promoção de vendas) de produtos de terceiros, mas conhecido como Representante Comercial.
       Todavia, o contrato de trabalho é um contrato-realidade, o que significa que seus efeitos são extraídos da forma pela qual se realiza a prestação de serviços. Assim, não importa a “fachada” que a Reclamada queira nominar o Reclamante.
        Delineando considerações acerca do princípio da primazia da realidade, o inesquecível professor Américo Plá Rodrigues, em sua consagrada obra Princípios de Direito do Trabalho, destaca que:
 E depois de explicar o alcance dessa concepção, acrescenta: ‘A existência de uma relação de trabalho depende, em consequência, não do que as partes tiveram pactuado, mas da situação real em que o trabalhador se ache colocado, porque, como diz Scelle, a aplicação do Direito do Trabalho depende cada vez menos de uma relação jurídica subjetiva do que uma situação objetiva, cuja existência é independente do ato que condiciona seu nascimento. Donde resulta errôneo pretender julgar a natureza de uma relação de acordo com o que as partes tiverem pactuado, uma vez que, se as estipulações consignadas no contrato não correspondem à realidade, carecerão de qualquer valor.’
Em razão do exposto é que o contrato de trabalho foi denominado de contrato-realidade, posto que existe não no acordo abstrato de vontades, mas na realidade da prestação do serviço, e que é esta e não aquele acordo que determina sua existência...
( ... )
       Nessa mesma linha de racicíonio, ainda, a Representante pede vênia para transcrever as lapidares explanações feitas por Francisco Rossal de Araújo, que trilha o mesmo pensar, ao asseverar que:
 
O desajuste entre fatos e documentos pode ocorrer de várias formas, incluindo-se dentro da abrangência dos vícios de vontade, já que normalmente expressam uma declaração de vontade a respeito de determinada prestação ou condição contratual. Os vícios podem resultar da intenção deliberada de simular uma situação jurídica, de dolo, de erro, de coação e de fraude contra terceiros. Pode, ainda, derivar da própria falta de organização do empregador, que mantém registros atrasados, ou não atualizados, ou, ainda, descumpre certos requisitos formais estabelecidos em lei. No âmbito processual, o princípio da primazia da realidade deve ser compreendido no contexto do princípio inquisitório, peculiar ao Processo do Trabalho, e do princípio da busca da verdade real pelo julgador...
( ... )
 
       Em que pese o pacto ter sido firmado com a situação de MEI (Microempreendedor Individual), urge asseverar que, em verdade, atuava como verdadeiro empregado da Reclamada, maiormente quando se configurou a pessoalidade na prestação dos serviços acertados e subordinação jurídica à empresa Reclamada, conforme normas ditadas pela reclamada banstante claro no próprio contrato em análise; como se observa na Cláusula quinta do referido contrato em discussão: “salvo autorização expressa, a empresa REPRESENTANTE não poderá conceder abatimento ou descontos, nem agir em desacordo com as instruções da REPRESENTADA”.
	E, tais ordens, instruções e subordinações estão sempre presente em todo o contrato, senão vejamos o que ordena a Clausula seguinte; (Cláusula Sexta):
“É de responsabilidade da Representada a aprovação dos negócios apresentados pela empresa REPRESENTANTE, reservando-se no direito de recusar o seu atendimento, quando julgar conveniente, segundo seus critérios de classificação de riscos, sem gerar qualquer direito ao percebimento da comissão ajustada no anexo 2”.
Ora, Nobre Julgador! Que autonomia dispunha a pessoa do colaborador dentro deste pacto laboral? Visto, está o trabalhador sempre sob as ordens e subordinações da Reclamada. 
E, por esta mesma trilha de ordens e subordinações, encontra-se configurado todo o contrato em questão.
       No enfoque do tema acima abordado, faz-se mister trazer à colação o entendimento da professora Alice Monteiro de Barros que preconiza, in verbis:
 
Empregado pode ser conceituado como a pessoa física que presta serviço de natureza não eventual a empregador mediante salário e subordinação jurídica. Esses serviços podem ser de natureza técnica, intelectual ou manual, integrantes das mais diversas categorias profissionais ou diferenciadas.
[ ... ]
1.1. O pressuposto da pessoalidade exige que o empregado execute suas atividades pessoalmente, sem se fazer substituir, a não ser em caráter esporádico, com a aquiescência do empregador. É exatamente o fato de a atividade humana ser inseparável da pessoa do empregado que provoca a intervenção do Estado na edição de normas imperativas destinadas a proteger sua liberdade e personalidade. Resulta daí que empregado é sempre pessoa física.
[ ... ]
Por fim, o critério mais aceito tanto pela doutrina como pela jurisprudência é o da subordinação jurídica.
a) Conceito
Paul Colin define a subordinação jurídica como ‘um estado de dependência real criado pelo direito de empregador comandar, dar ordens’, donde nasce a obrigação de correspondente para o empregado de se submeter a essas ordens. Por essa razão, chamou-se essa subordinação de jurídica. Esse poder de comando do empregador não precisa ser exercido de forma constante, tampouco torna-se necessária a vigilância técnica contínua dos trabalhos efetuados, mesmo porque, em relação aos trabalhadores intelectuais, ela é difícil de ocorrer. O importante é que haja a possibilidade de o empregador dar ordens, comandar, dirigir e fiscalizar a atividade do empregado. Em linhas gerais, o que interessa é a possibilidade que assiste ao empregador de intervir na atividade do empregado...
( ... )
 
      No tocante aos pressupostos delineados acima, as circunstâncias fáticas em que se deu a ralação havida entre as partes são incontroversas.
 
      A pessoalidade da relação havida entre as partes é inquestionável.
É mister esclerecer Excelência, que O representado (De cujus), trabalhava sob supervisão, diariamente (supervisor BRUNO ALVES), conforme será comprovado mediante conversas de Whatsahpp, (Docs em anexo) e, ainda sob uma total pressão. 
	Tinha a pessoa do De cujus ter de trabalhar por diversas vezes doente, as vendas tinham que ser efetuadas e as referidas metas tinham de ser atingidas. 
Ora Nobre Julgador, não há que se duvidar quanto a situação de subordinação da parte do trabalhor, pois, ser Representante comercial; atuar como um vendedor desvinculado do corpo de funcionário de uma empresa é atuar de maneira autõnoma, não tendo que está subordinado e exposto ao que a pessoa do trabalhador em questão vinha sendo condicionado. 
O Representado (de cujus) era obrigado, diariamente, a apresentar-se à Reclamada e prestar contas de suas vendas nas áreas correspondentes. Frise-se, ainda sendo-lhe ordenado a “bater” metas; conforme determinada a Cláusula Décima Quarta, Parágrafo Único:
Clásula 14º. P. Único “ Serão estabelecidas metas, de comum acordo entre as partes, constantes no anexo 3, que passa a ser parte integrante desta avença, podendo ser rescindido o presente contrato ou alterada a Região Territorial estabelecida no anexo 1 para atuação da empresa REPRESENTANTE, a critério da REPRESENTADA, na hipótese de descumprimento das metas estabelecidas”. 
Ele, pessoalmente, de outro compasso, tinha como dever fazer pesquisa de mercado, apresentar relatório à Reclamada neste sentido, visto que semanalmente era obrigado apresentar-se na empresa onde seria apresentado tais relatórios.
 De outro modo, Nobre Julgador todas as comunicações feitas pela Reclamada ao Representado (de cujus) sempre eram destinadas à pessoa natural, não para a pessoa jurídica, a qual, como dito, criada para disfarçar o liame empregatício. o que, obviamente, por si só, denota o requisito da pessoalidade.
  Já quanto à subordinação jurídica, de igual forma restou caracterizada na hipótese em análise.
 O Representado (de cujus) recebia diretamente da Reclamada ordem imperativas. Ademais, todosos pedidos extraídos por aquele eram feitos em um programa instalado em seu aparelho celular, programa esse frise-se de uso vinculado à empresa da Reclamada, no qual todas as informações lá adicionadas eram repassadas diretamente para a empresa Peticionada por exigência interna dessa, configurando, no mínimo, ingerência desta aos préstimos do Representado “de cujus”.
 
Era, portanto, uma obrigação funcional. Outrossim, os préstimos do Representado (de cujus) eram acompanhados pelo Supervisor de Área. Existiam cotas mínimas de vendas e, mais, a obrigação de cobrar dos clientes que deixassem de honrar os títulos emitidos em face das vendas. E, em caso de inadimplemento das referidas venda pelos clientes, o Representado “de cujus”, ficava com todo o ônus de adimplemento frente à empresa Reclamada, em ato continuo, as rotas de vendas eram estipuladas pela Reclamada; conforme reza o pactuado entre as partes.
 	O trabalho autônomo, muito ao contrário, só se configura quando há inteira liberdade de ação, ou seja, quando o trabalhador atua como patrão de si mesmo, situação em que anda longe se ser observado no caso em tela.
 	E é justamente da análise destes dois requisitos, pessoalidade e subordinação jurídica, que se destaca a fronteira entre uma relação civil/comercial e a empregatícia.
 	 A corroborar o exposto acima, insta transcrever o pensamento de Maurício Godinho Delgado:
Duas grandes pesquisas sobrelevam-se nesse contexto: a pesquisa sobre a existência (ou não) da pessoalidade e a pesquisa sobre a existência (ou não) da subordinação. 
[ ... ]
Tipifica a pessoalidade a circunstância de a prestação do trabalho concretizar-se através de atos e condutas estritamente individuais do trabalhador mesmo. O prestador laboral não pode, em síntese, cumprir contrato mediante interposta pessoa, devendo fazê-lo pessoalmente.
[ ... ]
 A subordinação, por sua vez, é elemento de mais difícil aferição no plano concreto desse tipo de relação entre as partes. Ela tipifica-se pela intensidade, repetição e continuidade de ordens do tomador de serviços com respeito ao obreiro. Se houver continuidade, repetição e intensidade de ordens do tomador de serviços com relação à maneira pela qual o trabalhador deve desempenhar suas funções, está-se diante da figura trabalhista do vendedor empregado (art. 2 e 3, caput, CLT; Lei n. 3207, de 1957) ...
( ... ) 
 
Convém ressaltar também as lições de Rubens Requião, quando, sobre o tema, leciona que:
 
 Algumas empresas menos escrupulosas, para se furtarem ao ônus da Legislação Trabalhista, como aviso prévio, férias, indenização, e etc, exigem de seus empregados, viajantes ou pracistas, o registro na Junta Comercial, como firma individual, e, em seguida, no Conselho Regional, como Representantes Comerciais. Iludem, assim certas de que ludibriaram a lei. Mas, provada a relação de emprego, sobretudo pela subordinação hierárquica, de nada valerá o odioso artifício. O artigo 9o. da Consolidação das Leis do Trabalho, que convém não perder de vista, em tais casos dispõe que "serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a apuração dos preceitos contidos na presente Consolidação [ ... ]                                                                                  
                       
Imperioso é destacarmos, outrossim, que na relação jurídica em análise sempre existiram as figuras da onerosidade subjetiva e habitualidade.  
 Sobre tais aspectos, merece ser trazido à baila o excelente magistério de Vólia Bomfim Cassar, quando professa que:
 “Onerosidade significa vantagens recíprocas. O patrão recebe serviços e, o empregado, o respectivo pagamento. A toda prestação de trabalho corresponde uma contraprestação pecuniária ou in natura. Não há contrato de emprego gratuito, isto é, efetuado apenas em virtude da fé, do altruísmo, da caridade, ideologia, reabilitação, finalidade social, sem qualquer vantagem para o trabalhador.
            A onerosidade do contrato de trabalho é traduzida pelo pagamento de salário em pecúnia ou em utilidade.
( . . . )
            A expressão não eventual referida no art. 3º da CLT deve ser interpretada sob a ótica do empregador, isto é, se a necessidade daquele tipo de serviço ou mão de obra para a empresa é permanente ou acidental. Não se deve empregar a interpretação literal do referido dispositivo legal, pois conduz à falsa ilação de que o que é episódico e fortuito é o trabalho daquele empregado em relação àquele tomador.
( . . . )
            Nossa legislação preferiu o enquadramento do trabalho eventual de acordo com a atividade do empregador.
A necessidade daquele tipo de serviço pode ser permanente (de forma contínua ou intermitente) ou acidental, fortuita, rara. Assim, o vocábulo não eventual caracteriza-se quando o tipo de trabalho desenvolvido pelo obreiro, em relação ao seu tomador, é de necessidade permanente para o empreendimento [ ... ]
 	A jurisprudência trabalhista pátria é assente nesse sentido, da qual se depreende que:
 
VÍNCULO DE EMPREGO. REPRESENTANTE COMERCIAL. VENDEDOR.
O principal ponto de distinção é a subordinação existente na relação de emprego e ausente na relação de representação comercial. Tendo em vista que as reclamadas reconhecem a prestação de serviços, é delas o ônus de comprovar que o reclamante prestou serviços de forma autônoma, como representante comercial, nos termos do art. 818 da CLT e art. 373, II do CPC, especialmente diante da inexistência de contrato escrito nos autos e de eventual registro do autor no CORE. O conjunto da prova produzida, documental e testemunhal, autoriza o reconhecimento do vínculo empregatício requerido na inicial. Hipótese em que as reclamadas não cumprem com o ônus previsto no art. 373, II, do CPC, concluindo-se pela existência de subordinação no trabalho prestado. Recurso do reclamante provido [ ... ]
 
2.2. Verbas rescisórias
(decorrentes do vínculo empregatício)
 
Ante o que fora exposto, impõe-se a conclusão de que o Representado “de cujus”, em verdade, na condição de comissionista puro. Considerando, pois, o reconhecimento do vínculo empregatício e a inexistência de comprovante de quitação das parcelas salariais e rescisórias, a Reclamada deve ser condenada nas parcelas abaixo requeridas.
 
2.2.1. Saldo de salário
Tendo-se em conta que a pessoa do “de cujus) laborou até o dia 04 de maio de 2020, o que faz provas por meios de notas fiscais emitadas pelo Representado (de cujus) anexadas a esta exordial; a Reclamada deve ser condenada a pagar os salários decorrentes deste período, uma vez que não foram pagos.
O que totalizam um quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais).
 	Referido montante (salário variável), para fins rescisórios, na hipótese (comissionista puro), deverá ser apurado à luz da média dos últimos doze meses trabalhados (CLT, art. 487, § 3º). Essa média salarial antes deverá ser atualizada monetariamente (OJ nº 181 da SDI – I do TST), para feitos de compor o cálculo de férias, décimo terceiro salário e verbas rescisórias.
                                              
2.2.2. Décimo terceiro salário
Uma vez que a cessão da relação de emprego se deu a partir do recebimento dos já mencionados valores de comissões, a pessoa da representada do “de cujus” faz jus ao décimo terceiro salário, na forma integral e proporcional (CF, art. 7º, inc. VIII c/c Lei nº 4090/62, art. 3º).
E, como já descrito anteriormente, a reclamada não efetuou os pagamentos referente ao 13º salário dos anos de 2015 a 2020.
O direito ao 13º salário está previsto no artigo 7º, inciso VIII da Constituição Federal, vejamos:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social:
(...)
VIII - décimo terceiro salário com base na remuneração integral ou no valor da aposentadoria;
Nessa vertente, clarividencia-se que a autora (representante) faz jus ao recebimento de 05/12 avos de 2015 no valor R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais ), 12/12 avos de 2016 num quantum de R$ 3.000,00 (Três milreais), 12/12 avos de 2017 num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais), 12/12 avos de 2018 no valor de R$ 3.000,00 (Três mil reais), 12/12 de 2019 somando R$ 3.000,00 (Três mil reais) e 5/12 avos de 01/01/20 a 05/06/20 num quantum de R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais)
Pelo exposto, conforme artigo 7º, inciso VIII da Constituição Federal, requer o pagamento do 13 º Salário de 05/12 avos de 2015 no valor R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais ), 12/12 avos de 2016 num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais), 12/12 avos de 2017 num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais), 12/12 avos de 2018 no valor de R$ 3.000,00 (Três mil reais), 12/12 de 2019 somando R$ 3.000,00 (Três mil reais) e 5/12 avos de 01/01/20 a 05/06/20 num quantum de R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais). O que na sua somatória totaliza-se um quantum de R$ 14.500,00 (quatorze mil e quinhentos reais).
   Deverá ser tomado como base de cálculo as comissões (salário variável) mais horas extras (Súmula 45, do TST), devidamente atualizadas (OJ nº 181 da SDI – I do TST e Súmula 376, inc. II, do TST), apurado na forma do que dispõe o Regulamento da Gratificação Natalina. (Decreto 57.155/65, art. 2º).
2.2.3. Férias
 Considerando ainda o reconhecimento da relação de emprego, impõe-se a condenação da Reclamada ao pagamento de férias, e calculadas sobre a média de vendas do período aquisitivo (Súmula 149, do TST), estas dobradas (CLT, art. 137, caput c/c Súmula 81, do TST), simples (CLT, art. 134, caput) e proporcionais (CLT, art. 146, parágrafo único c/c art. 147; Súmula 171, do TST), todas acrescidas do terço constitucional. (CF, art. 7º, XVII; CLT, art. 129 e segs.; Súmula 328, do TST).
Desde modo o Colaborador trabalhou para a reclamada de 06/07/2015 até 05/06/2020, portanto, a mesma tem direito ao recebimento do período aquisitivo de férias, acrescido do terço constitucional, bem como do período incompleto mais 1/3 constitucional em conformidade com o artigo 146, parágrafo único da CLT e Artigo 7º, XVII da CF.
Desta feita, a relação de emprego compreende-se de 06/07/2015 até 05/06/2020. Portanto, a Reclamante (Representante) faz jus ao recebimento de 12/12 avos referente ao período aquisitivo de 06/07/2015 à 05/06/2016; 12/12 avos referente ao período aquisitivo de 06/07/2016 à 05/06/2017; 12/12 avos do período de 06/07/2017 à 05/06/2018; 12/12 avos referente ao período aquisitivo de 06/07/2018 à 05/06/2019 e de 11/12 referente ao período de 06/07/2019 à 05/06/2020 acrescidos do terço constitucional, o que somam um valor de 19.666,63 (Dezenove mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e três centavos)
Sendo assim, requer o pagamento de Férias integrais e Proporcionais, acrescidas do terço constitucional, no valor de R$ 19.666,63 (Dezenove mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e três centavos).
2.2.4. Horas Extras
Como já descrito anteriormente, o Representado (de cujus) sempre trabalhou de Segunda à Sábado das 08:00 às 18:00 no total de 10 horas diárias, sem intervalo para alimentação e descanso.
O artigo 71 da CLT, dispõe:
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
Na mesma linha de racíocinio, o § 4º do mesmo Artigo estabelece:
§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Mesmo diante da não concessão do intervalo intrajornada, a reclamada nunca efetuou o pagamento da indenização devida.
Assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da indenização devida, correspondente a (duas) horas diárias, com acréscimo de 50% sobre o valor da remuneração da hora normal de trabalho, de segunda a sábado, o que somam um quantum de 2.634 (duas mil, seiscentos e trinta e quatro) Horas Extras ao longo de todo o contrato de trabalho, perfazendo tudo em um valor de R$ 53.852,08 (Cinquenta e três mil, oitocentos e cinquenta e dois reais e oito centavos).
O Representado (de cujus), como defendido nas linhas iniciais, era sujeito a controle de horário; pois, mesmo trabalhando externamente, este, trabalhava sob supervisão conforme já discorrido anteriormente, e, mais, trabalhou em horário extraordinário. Dessa maneira, faz jus ao adicional de horas extras, calculado sobre o valor-hora das comissões recebidas no mês. (Súmula 340, do TST)
 Ressalte-se, mais, que o adicional de horas extras deve compor o cálculo do FGTS (Súmula 63, do TST), férias (CLT, art. 142, § 5º), décimo terceiro (Súmula 45, do TST) e Descanso Semanal Remunerado (Súmula 172, do TST).
  Necessário ser tomado como base de cálculo as comissões (salário variável) mais horas extras (CLT, art. 142, § 5º), devidamente atualizadas (OJ nº 181 da SDI – I do TST e Súmula 376, inc. II, do TST).
2.2.5. Descanso Semanal Remunerado
 
  Importa ressaltar, outrossim, que é devido ao Reclamante, ainda que na qualidade de comissionista puro, a remuneração do Repouso Semanal Remunerado (Súmula 27, do TST), uma vez que o valor das comissões integra o salário para todos os fins. (CF, art. 7º, inc. XV; Lei nº 605/49; CLT, art. 457, § 1º)
 
   Como se observa da Carta Magna (art. 7º, inc. XV) e da Lei nº. 605/49, a previsão do direito ao Descanso Semanal Remunerado não exclui os empregados que recebem salário variável, que o caso em liça.
Assim, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da indenização devida, correspondente a todo o perido laborativo no tocante o Repouso Semanal Remunerado o que somam um quantum de 18.910,43 (dezoito mil novecentos e dez reais e quarenta e três centavos).
2.2.6. Depósito e saque do FGTS
 
Do quadro fático delimitado, verifica-se que o Representado (de cujus), tem todos os direitos inerentes aos devidos depósitos de FGTS. Nesse diapasão, reconhecido o vínculo de trabalho em debate, o Representado (de cujus) merece o pagamento do FGTS do período trabalhado, (CF, art. 7º, inc. III )
 Essa deverá incidir sobre todas as parcelas de caráter remuneratório, inclusive o adicional de horas extras e adicionais eventuais. (CLT, art. 457, § 1º; c/c Súmulas 63, do TST).                                              
Levando-se em conta que os valores do FGTS decorrerão de condenação judicial, não incidirá, na hipótese, a correção (administrativa) nos moldes previstos no art. 17, da Lei nº. 13.932/19. Assim sendo, haja visto que a sentença judicial tem caráter trabalhista, os valores em liça serão atualizados pela forma prevista na Lei nº. 8.177/91(art. 39), ou seja, Taxa de Referência (TR) mais 1%(um por cento) de juros ao mês. (OJ 302, SDI – I, do TST).
Ante o exposto, requer a condenação da Ré ao pagamento dos depósitos do FGTS referente a todo o periodo laborativo de 8% sobre a remuneração, sendo: de 07/2015 à 06/2020 num quantum de R$ 9.840,00 (nove mil oitocentos e quarenta reais). 
O caso em análise é daqueles onde a Lei 13.932/11/19 (nova Lei do FGTS), em seu artigo 4º, §§ 4º, 4º-A e 5º permite o saque pelos seus dependentes ou sucessores do empregado falecido, Desse modo, a Representante (peticionante) pede a condenação da Reclamada a pagar diretamente àquele as quantias devidas pelo período que deixou de depositar o FGTS, com os acréscimos legais antes ventilados. 
2.2.7. Recolhimentos previdenciários
                       
Reconhecido o vínculo, espera-se o recolhimento das contribuições previdenciárias das partes envoltas nesta querela trabalhista.
Todavia, requer-se seja excluída, quanto ao Representado (de cujus), a incidência deste encargo as parcelas de natureza indenizatórias, sobretudo FGTS, salário-família, abono de férias, (CLT, art. 457, § 2º)e férias indenizadas, essa última na ótica de entendimento da OJ nº. 195 SDI – I, do TST.
2.2.8. Anotação e baixa da CTPS
 
Pede-se, por outro norte, seja reconhecido o vínculo empregatício do período de 06 de julho de 2015 (admissão) a 06 de junho de 2020 (demissão), com as datas respectivas anotadas na CTPS, sendo a data de saída aquela correspondente a data do óbito. E, em ato contínuo pugna-se pela multa da não anotação na CTPS do Obreiro, no termos dos artigos 41, 47 e 634-A, inciso II ambos da CLT.
2.2.9. Da multa pela falta de registro
Como mencionado, a Reclamada jamais registrou o Representado (de cujus), deixando de realizar as devidas anotações na CTPS do obreiro.
O Art. 41 da CLT é claro ao afirmar que todo empregador deve registrar os respectivos trabalhadores, anotando todos os dados relativos a relação de emprego.
Nesse sentido, o Art. 47 da CLT estabelece a aplicação da multa prevista no inciso II do caput do Art. 634-A da CLT ao empregador que mantiver empregado não registrado nos termos do Art. 41 da CLT.
Desta feita, diante da infração de natureza grave praticada pela Reclamada, requer a condenação da mesma ao pagamento da multa prevista no inciso II, “c’’, do Art. 634-A da CLT em favor do Representado (de cujus), num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais) ou conforme entendimento de Vossa Excelência.
2.2.10. Atualização monetária
 
Em que pese o teor da Súmula 211 do TST, o Reclamante pede que valores apurados nessa demanda sejam corrigidos monetariamente a partir de seu vencimento (Súmula 381, do TST) e, empós disso, aplicados, sobre o capital atualizado (Súmula 220, do TST), os juros moratórios (Lei nº. 8177/91, art. 39) à razão de 1% (um por cento) ao mês, esses contados a partir do ajuizamento desta ação. (CLT, art. 883)
2.2.11. Honorários advocatícios
 
De mais a mais, haja vista que este processo é ajuizado após a entrada em vigor da Lei nº. 13.467/17 (Reforma Trabalhista), imperiosa a imposição de honorários advocatícios sucumbenciais, sobremodo à luz do que dispõe o art. 791-A, da CLT, bem assim em obediência ao princípio da causalidade.
2.2.12. Multa do art. 477, § 8°, da CLT
 
O prazo para pagamento das verbas rescisórias oriundas de uma rescisão contratual que tenha como causa o falecimento do empregado será de 10 dias corridos a contar da data do óbito, tendo em vista a inexistência de aviso prévio e aplicação, por analogia, do § 6º do art. 477 da CLT.
Deste modo a inobservância do prazo anteriormente citado sujeitará o infrator à multa, salvo quando comprovadamente o dependente e/ou sucessor do trabalhador der causa a mora, não sendo devida multa pelo atraso no pagamento, o que não se observa no caso em tela.
Caberá a empresa, caso não ocorra a homologação por falta da apresentação da documentação necessária, solicitar ao agente homologador que seja feita ressalva no TRCT para que, posteriormente, seja marcada nova data.
Logo, não prospera qualquer entendimento contrário ao descabimento da aplicação da multa prevista no art. 477, § 8°, da CLT, mesmo que decorrente do reconhecimento de vínculo de emprego em juízo.
Em verdade, urge asseverar que, ao reconhecer-se o vínculo empregatício em juízo, a sentença, declaratória, tão somente revela uma situação fática pré-existente. Sentença declaratória, pois; não constitutiva, ao invés disso.
 Ademais, vê-se, com nitidez, que a regra em comento afasta a incisão da multa, por exceção, caso o empregado der causa à mora. Não é caso, obviamente.    
Deste modo, requer a condenação da Reclamada ao pagamento da referida multa no correspondente a 3.936.00 (três mil novecentos e trinta e seis reais).
2.2.13. Dano moral
 
De mais a mais, necessário se faz, além disso, condenar a Reclamada em danos morais, agora motivada pela falta de anotação da CTPS e, ainda, o não pagamento das verbas rescisórias.
A ausência desse registro traz inconteste prejuízo. Nesse passo, trata-se de dano moral in re ipsa. A contratação, dolosa, de obreiro, sem a anotação da CTPS, traz à lume esse dano. Afinal de contas, seus direitos, por isso, são sonegados, sobremaneira o regular depósito do FGTS e recolhimento de parcelas previdenciárias.
Não é preciso se alongar para descrever que esse proceder demonstrar, máxime, sua capacidade de pagamento. Desse modo, há indisfarçável reflexo na sobrevivência adequada em sociedade, eis que o consumo, via de regra, apega-se à aptidão financeira. Afeta, sim, a inclusão social.
Nesse compasso, ofendeu, sem dúvida, o direito da personalidade do Representado (de cujus); sua honra, sua dignidade como pessoa.
Significativo o magistério de Jouberto Quadros e Jorge Neto. Em suas palavras:
Será que a ausência do registro na CTPS do trabalhador pode implicar dano moral para o empregador?
É inegável que o trabalhador é prejudicado pela ausência de um contrato de trabalho na sua CTPS.
A anotação representa a efetiva participação do trabalhador no mercado formal de trabalho, além da indicação das suas qualidades de profissional e da vinculação a um determinado ofício ou atividade econômica, como também da sua participação em várias áreas da vida social e jurídica, tais como: abertura de conta bancária; obtenção de crédito junto à instituição financeira e no comércio em geral; participação junto ao FGTS e à Seguridade Social etc. Por tais motivos, o empregado tem direito à percepção de uma indenização a título de danos morais [ ... ]
 
A jurisprudência se encontra alicerçada nessa mesma esteira de entendimento:
RECURSO ORDINÁRIO DO RECLAMANTE. DANO MORAL. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DA CTPS.
A ausência de assinatura da CTPS do reclamante pela empregadora assegura-lhe o direito à indenização por danos morais. Recurso provido, no ponto. RECURSO ORDINÁRIO DA SEGUNDA RECLAMADA. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. A responsabilidade subsidiária do tomador de serviços repousa no risco empresarial objetivo da terceirização, nos deveres de cuidado na opção pela prestadora dos serviços e zelo quanto à correta execução do contrato, bem como em razão do benefício auferido com o labor prestado pelo trabalhador, circunstâncias estas que, não observadas pela empresa tomadora, resultaram em prejuízos ao trabalhador. Recurso não provido [ ... ]
 DANO MORAL. AUSÊNCIA DE ASSINATURA DO VINCULO DE EMPREGO NA CTPS. POSSIBILIDADE.
A conduta do empregador ao sonegar direitos básicos de grande repercussão na vida do empregado como a assinatura de sua CTPS demonstrou intolerável indiferença com as consequências daí advindas, impingindo sofrimento íntimo ao trabalhador, passível, portanto, de indenização por dano moral. Recurso Provido [ ... ]
Assim, requer a condenação da Reclamada em danos morais no equivalente a 30.000,00 (trinta mil reais), ou conforme o entendimento deste sábio e respeitável juizo, podendo ser minorado ou majorado.     
2.2.14. Das verbas rescisórias
Como já descrito, o representado (de cujus) teve como dispensa em detrimento de óbito em 05/06/2020 e não recebeu quaisquer verbas rescisórias. Logo, diante do Reconhecimento do vínculo empregatício requer o pagamento das seguintes Verbas:
a) Saldo salarial_____ R$ 3.000,00 (Três mil reais);
b) FGTS__________R$ 9.840,00 (Nove mil oitocentos e quarenta reias); 
c) Multa do artigo 477 CLT __________R$ 3.936,00 (Três milçnovecentos e trinta e seis reais);
d) 13º salário 05/12 avos de 2015 no valor R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais );
d.1) 13º salário 12/12 avos de 2016 num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais)
d.2) 13º salário 12/12 avos de 2017 num quantum de R$ 3.000,00 (Três mil reais);
d.3) 13º 12/12 avos de 2018 no valor de R$ 3.000,00 (Três mil reais)
d.4) 13º salário 12/12 de 2019 somando R$ 3.000,00 (Três mil reais)
d.5) 13º salário porporcional de 5/12 avos num quantum de R$ 1.250,00 (hum mil duzentos e cinquenta reais). O que na sua somatória totaliza-se um quantum de R$ 14.500,00 (quatorze mil e quinhentos reais).
e) Férias vencida e não gozadas de 06/07/2015 a 06/07/2016 (12/12 avos) + 1/3 constitucional, nos termo do artigo 130, I da CLT; o que totaliza um quantumde _______R$ 4.000,00 (Quatro mil reais);
e.1) Férias vencidas e não gozadas de 06/07/2016 a 06/07/2017 (12/12 avos) + 1/3 constitucional, nos moldes do artigo 130, I da CLT; o que perfazem um quantum de ______R$ 4.000,00 (Quatro mil reais);
e.2) Férias vencidas e não gozadas de 06/07/2017 a 06/07/2018 (12/12 avos)+1/3 constitucional; o que somam um quantum de _______R$ 4.000,00 (Quatro mil reais);
e.3) Férias vencidas e não gozadas de 06/07/2018 à 06/07/2019; num quantum de R$ 4.000,00 (Quatro mil reais);
e.4) Férias poroporcionais do período de 06/07/2019 à 05/06/2020; num quantum de R$ 3.666,63 (Três mil, seiscentos e sessenta e seis reias e sessenta e três centavos);
e.5) Totalizando assim todas as verbas relacionadas às férias um valor de R$ 19.666,63 (Dezenove mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e três centavos).
f) Horas extraordinárias, com os devidos acréscimos legais (50% dias normais e 100% aos domingo e feriados)________ 53.852,08 (Cinquenta e três mil, oitocentos e cinquenta e dois reais e oito centavos).
h) Multa do artigo 467
i) Multa pela ausência de anotação na CTPS da obreira, nos moldes do inciso II, “c’’, do Art. 634-A da CLT  ___________R$ 3.000,00 (Três mil reais), ou a critério deste respeitável Juízo.
 2  -  Dos Pedidos
Ante o exposto, requer:
1) A concessão dos auxílios da assistência judiciária gratuita nos termos do artigo 98, 99 e seguintes do Código de Processo Civil, uma vez que os rendimentos atuais da demandante (representante) apenas servem para a garantia de sua subsistência e de sua própria família, sendo demasiadamente gravoso serem impelidas a arcar com custas e pagamentos de honorários advocatícios sucumbenciais para poderem litigar em juízo, sendo necessário, portanto, a concessão da benesse.
2) A designação de audiência de conciliação;
3) A citação da requerida, para querendo venha contestar a presente ação, sob pena de revelia;
4) O reconhecimento do vínculo empregatício de 06/07/2015 a 05/06/2020, tendo como consequência o pagamento dos depósitos do FGTS e devidas anotações na CTPS;
5) Condenação da Reclamada ao pagamento da indenização devida, correspondente a todo o perido laborativo no tocante o Repouso Semanal Remunerado o que somam um quantum de 18.910,43 (dezoito mil novecentos e dez reais e quarenta e três centavos), nos termos da Súmula 27, do TST, uma vez que o valor das comissões integra o salário para todos os fins. (CF, art. 7º, inc. XV; Lei nº 605/49; CLT, art. 457, § 1º), bem como se observa da Carta Magna (art. 7º, inc. XV) e da Lei nº. 605/49, que a previsão do direito ao Descanso Semanal Remunerado não exclui os empregados que recebem salário variável, que o caso em comento.
6) Depósito do FGTS de 8% sobre a remuneração paga, perfazendo um valor de R$ 9.840,00 (nove mil oitocentos e quarenta reais), o que deverá ser pago diretamente à parte peticionante (representante), as devidas quantias pelo o período que deixou de depositar as devidas verbas fundiárias, com seus devidos acréscimos legais já anteriormente ventilados. 
6) O pagamento das seguintes verbas Rescisórias:
6.1 Saldo salarial________ Saldo salarial_____ R$ 3.000,00 (Três mil reais);
6.2 FGTS__________R$ 9.840,00 (Nove mil oitocentos e quarenta reias); 
6.3 Multa do artigo 477 CLT __________R$ 3.936,00 (Três milçnovecentos e trinta e seis reais);
6.4 13º salário total e porporcional de de todo o período laborativo (06/07/2015 -05/06/2020 que na sua somatória totaliza-se um quantum de R$ 14.500,00 (quatorze mil e quinhentos reais);
6.4 Férias totais e proporcionais vencidas e não gozadas; totalizando assim todas as verbas relacionadas às férias um valor de R$ 19.666,63 (Dezenove mil, seiscentos e sessenta e seis reais e sessenta e três centavos);
6.5 ) Horas extraordinárias, com os devidos acréscimos legais (50% dias normais e 100% aos domingo e feriados), somando um valor total de R$ 53.852,08 (Cinquenta e três mil, oitocentos e cinquenta e dois reais e oito centavos).
7) Multa do artigo 467
8) Multa pela ausência de anotação na CTPS da obreira, nos moldes do inciso II, “c’’, do Art. 634-A da CLT  ___________R$ 3.000,00 (Três mil reais), ou a critério deste respeitável Juízo.
9) As devidas atualizações monetárias;
10) A condenação da Reclamada ao recolhimento dos depósitos do INSS;
11) A condenação da Reclamada ao pagamento de honorários sucumbenciais no importe de 15% sobre o valor da condenação, nos termos do artigo 791-A da CLT;
12) A condenação da Reclamada ao pagamento das custas processuais;
13) Que todas as publicações e intimações sejam dadas em nome do advogado ADRIANO CAÚLA DA SILVA, Brasileiro, casado, advogado, inscrito na OAB/CE nº. 42.626, com endereço profissional, sito a Rua Coronel Jucá, nº 855, Aldeota, Fortaleza – CE, CEP 60.170-320, endereço eletrônico: adrianocaula@yahoo.com.br., sob pena de nulidade;
14) E ao final, a TOTAL PROCEDÊNCIA DOS PEDIDO.
XIII- DAS PROVAS
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, especialmente pelo documental, testemunhal, depoimento pessoal da Reclamada, sob pena de confesso.
Dá-se a causa o valor de R$ 126.705,14 (Cento e vinte e seis mil, setecentos e cinco reais e quatorze centavos).
Termos em que,
Pede deferimento.
Baturité, 20 de Setembro de 2020.
ADRIANO CAÚLA DA SILVA
 OAB/CE nº. 42.626

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