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Imersão em Prática Trabalhista
Por: Carollina Velasco
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MODELO DE RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
EXMO. SR. JUIZ DO TRABALHO DA __º VARA DO TRABALHO DE
NITERÓI/RJ. (ATENÇÃO NO ENDEREÇAMENTO É NO LOCAL DA
PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, CUIDADO NA HORA DE DISTRIBUIR O
PROCESSO)
QUALIFICAÇÃO COMPLETA, (ESTADO CIVIL, PROFISSÃO, SE ESTÁ
EMPREGADA OU DESEMPREGADA, NÚMERO DA CTPS, NÚMERO DO
PIS, ENDEREÇO, E-MAIL DO CLIENTE) filiação (NOME DA MÃE), por
intermédio de sua advogada adiante assinada, (ENDEREÇO COMPLETO E E-MAIL)
vem, respeitosamente a presença de V. Exa., com fulcro no art. 840, §1ª da CLT, propor
a presente:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA PELO RITO SUMARISSIMO (PARA
ESCOLHER O RITO, VERIFIQUE O VALOR DA CAUSA)
QUALIFICAÇÃO COMPLETA RECLAMADA (CNPJ, ENDEREÇO, E-MAIL E
TELEFONE SE TIVER) pelas razões de fato e de direito a seguir expostas:
I – DOS FATOS E DO CONTRATO DE TRABALHO (CONTAR OS FATOS
MAIS IMPORTANTES QUE TERÃO NEXO COM OS PEDIDOS E PONTOS
MAIS IMPORTANTES DO CONTRATO DE TRABALHO )
1. A Reclamante foi admitida no dia 12/01/2019, na função de operadora de vendas e
serviços, tendo como último salário o valor de R$ 1.238,86 (hum mil duzentos e trinta e
oito reais e oitenta e seis centavos).
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2- A reclamante recebeu aviso prévio no dia 04/11/2021.
3- Após 3 meses na função de operadora de vendas, a reclamante substituiu sua colega
de trabalho, a obreira xxx.
4- A trabalhadora passou a ocupar o cargo de AUXILIAR ADMINISTRATIVO –
BACKOFFICE, em que realizava atividades de RH (admissão, demissão, controle de
ponto e toda rotina do RH) e também exercia a função de CAIXA GERAL,
(desempenhava atividades financeiras, como fechamento de caixa, lançamento de
valores em sistema, entrega de valores ao carro forte e inúmeras outras tarefas), e não
recebeu nenhum valor à mais.
5- A obreira laborou 26 meses no cargo de auxiliar administrativo e depois foi
transferida para o cargo de vendedor de comércio e varejista, onde permaneceu até o dia
da sua dispensa.
6- A reclamante teve como último salário o valor de R$ 1.238,86 (hum mil duzentos e
trinta e oito reais e oitenta e seis centavos).
II - DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA (SE FOR O CASO, PEDIR A JUSTIÇA
GRATUITA E JUNTAR OS DOCUMENTOS QUE COMPREVEM QUE O SEU
CLIENTE FAZ JUS A ESTE BENEFICIO)
A reclamante não possui condições de arcar com as despesas processuais sem
prejudicar seu sustento e o de sua família, visto que se encontra desempregada. Diante
do exposto, requer a concessão da justiça gratuita nos termos do art. 790 § 3º da CLT.
III- DA DIFERENÇA SALARIAL (TÓPICOS DO MÉRITO)
A reclamante fora contratada para a função de operadora de vendas e serviços,
recebendo como salário o valor de R$ 1.238,86 (hum mil duzentos e trinta e oito reais e
oitenta e seis centavos).
Ocorre que, três meses após sua contratação, a reclamante substituiu sua
superior, a senhora xxxx.
A reclamante laborou 26 meses no cargo de AUXILIAR ADMINISTRATIVO –
BACKOFFICE, substituindo a senhora _____, a qual recebia em média 1.900,00.
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Esta substituição pode ser comprovada por testemunhas, bem como os acessos
que a obreira possuía ao sistema administrativo da reclamada, quais sejam: Ponto de
Funcionários, TMF (onde os chamados eram abertos), Gente Online (sistema do RH),
SOC (onde realizava os cadastros dos funcionários para atestados e cadastro para
retirada do ASO), cujo código era ____, e ao e-mail ___, os quais outros vendedores /
varejistas não possuíam e, também por conversas de WhatsApp em anexo.
De acordo com a súmula 159, item I do TST, enquanto perdurar a substituição
que não tenha caráter meramente eventual, inclusive nas férias, o empregado substituto
fará jus ao salário contratual do substituído.
Vale ressaltar que, a substituição não foi efetiva, pois, após 26 meses
substituindo sua superior, a obreira retornou para a função de varejista e, assim
permaneceu até sua dispensa, conforme indicado nos documentos anexados.
Desta forma, segue o entendimento acerca do tema explanado:
Diante do exposto requer, o pagamento da diferença salarial enquanto a
reclamante substituiu sua superior, totalizando o importe de R$ 17.186,64 (dezessete
mil cento e oitenta e seis reais e sessenta e quatro centavos).
IV- DO ACÚMULO DE FUNÇÕES
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Configura-se acúmulo de função quando o trabalhador, além de exercer sua
função, exercer outras funções de outros cargos, de forma habitual, funções estas, que
não foram previstas no contrato de trabalho.
Conforme exposto anteriormente, a reclamante trabalhava com acúmulo de
funções, pois apesar de ter sido contratada para exercer a função de vendedora de
varejo, também exercia outras funções como de admissão e demissão de funcionários,
organização de registro de ponto, fechamento do caixa geral d aloja, controle de gastos
da reclamada, era responsável por marcar os exames admissionais e demissionais, além
de realizar suas atividades de vendedora.
Ora, a reclamante fora contratada especificamente para ser vendedora de varejo,
pois, frise-se, teve sua CTPS anotada unicamente com esta função. A CTPS é prova do
contrato individual de trabalho, conforme preceitua o caput do art. 456 da CLT,
cabendo, nesse caso, o adicional pelo acúmulo de funções, conforme a jurisprudência
pátria dominante:
ACÚMULO DE FUNÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. DIFERENÇAS
SALARIAIS DEVIDAS. Para configuração do acúmulo de função, as
funções descritas na inicial devem ser incompatíveis com aquela para
a qual foi contratado o trabalhador. Evidenciando-se pelo conjunto
probatório coligido ao feito que a autora exerceu atribuições diversas
daquelas previstas no cargo para o qual foi contratada, com o
desequilíbrio quantitativo e qualitativo em relação aos serviços
originariamente pactuados entre as partes, são devidas as diferenças
salariais a título de acúmulo de função (TRT da 3.ª Região; PJe:
0010363-12.2020.5.03.0107 (RO); Disponibilização: 24/09/2021;
Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Convocado Marcio Toledo
Goncalves).
Assim, pleiteia a reclamante o adicional por acúmulo de função no valor de
10% (dez por cento) sobre o seu salário durante todo o período laborado, de acordo
com a jurisprudência da Justiça do Trabalho:
EMPREGADO VENDEDOR. REALIZAÇÃO DE INSPEÇÃO E
FISCALIZAÇÃO DE PRODUTOS DA EMPRESA. ADICIONAL
LEGAL. Nos termos do art. 8º da Lei n. 3.207/1957, o empregado
vendedor, que realiza inspeção e fiscalização dos produtos da
empresa, faz jus ao adicional de 1/10 de sua remuneração (TRT da 3.ª
Região; PJe: 0010426-90.2016.5.03.0167 (RO); Disponibilização:
24/09/2021; Órgão Julgador: Oitava Turma; Relator: Sérgio Oliveira
de Alencar).
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Requer ainda que o d. magistrado considere o valor de R$ 1.900,00 (mil e
novecentos reais) como base de cálculo de todas as demais verbas. Ou seja, requer o
reclamante o recebimento dos reflexos do adicional de função pleiteado, no importe
total aproximado de R$ 6.460,00, também nas demais verbas de cunho salarial devidas.
V - DOS DANOS MORAIS
Inicialmente mister se faz uma breve digressão acerca da responsabilidade civil.
É consabido que a responsabilidade civil pode deter natureza subjetiva ou objetiva. Em
apertada síntese, a natureza subjetiva se verifica quando o dever de indenizar se originar
face ao comportamento do sujeito que causa danos a terceiros, por dolo ou culpa.
Na responsabilidade objetiva, necessário somente a existência do dano e o nexo
de causalidade para emergir a obrigação de indenizar. Portanto, sem relevância a conduta
culposa ou nãodo agente causador. Mesmo assim, a Reclamante cuidará de demonstrar a
culpa da Reclamada.
 
A responsabilidade objetiva, também denominada de teoria do risco da
atividade. Assim, parte-se da premissa de que todo aquele que lucra com uma
determinada situação, deve responder pelo risco ou pelas desvantagens dela decorrentes.
Por esse ângulo, a doutrina e jurisprudência trabalhista é unânime em destacar a
responsabilidade civil objetiva do empregador, em que, nesse pensar, seguem as linhas
de Francisco Antônio de Oliveira, in verbis:
 
Como fundamento da responsabilidade civil, o legislador admite a
chamada ‘teoria do risco’ como fundamento de responsabilidade por
dano causado. A teoria do risco traduz meio põe qual a pessoa, cujo
empreendimento coloca em riscos terceiros, seja obrigado a indenizar.
Não há que se perquirir sobre a existência ou não de culpa. O próprio
empreendimento levado a cabo pelo indivíduo ou pela empresa já tem
contido no seu núcleo operacional o risco contra todos. O nexo de
causalidade e os riscos caminham juntos. Nesse caso, não haverá
necessidade de provar-se a existência de culpa para dar suporte à
indenização. [ ... ]
 
 Urge considerar que não há quem duvide, na atualidade, do direito do
trabalhador a um ambiente de trabalho seguro e adequado, capaz de salvaguardar
sua saúde e segurança.
 
Ocorre que, a reclamante no seu local de trabalho, devido ao acumulo de função,
tendo em vista que era obrigada a desempenhar diversas atividades de cargos diferentes,
sofreu um grande abalo psicológico, pois a reclamada fazia cobranças excessivas através
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das gerentes Rubia e Juliana, as quais colocaram a obreira em situações de extremo
estresse e transtorno psíquico.
Vale ressaltar que, a reclamante teve a esfera moral e material atingidas, visto
que substituiu sua superior hierárquica e nada recebeu por isto, além de ser diariamente
coagida e cobrada por atividades de outras funções as quais não eram de sua alçada.
O dano moral se configura como um aspecto de dor e de sofrimento, de perda
não material que alguém sofre por ato ou omissão, culposo ou doloso, praticado por
outrem, contrário ao direito.
E, efetivamente, o dano se traduz com uma consequência do ato ilício praticado
por outrem, lesionando um bem de vida material ou imaterial, este sem suas vertentes
corpóreas, moral ou intelectual.
Há indubitavelmente, configuração de dano patrimoniais ou materiais e dos não
patrimoniais e morais, a reclamante foi submetida a sofrimento e constrangimento pela
reclamada, e deve ser indenizada.
Diante da comprovação da responsabilidade civil da Reclamada, requer a sua
condenação ao pagamento de indenização por danos morais, no montante de R$
10.000,00 (dez mil reais), valor este proporcional às funções exercidas pela Reclamante,
e por todo dano causado na vida profissional e pessoal do trabalhador.
VI- DOS HONORÁRIOS ADVOCATICIOS
Com fulcro no art. 791-A da CLT, requer a condenação da reclamada ao
pagamento dos honorários sucumbenciais, fixados no importe de 15% sobre o valor que
resultar da liquidação da sentença, do proveito econômico obtido, ou não sendo possível
mensura-lo sobre o valor atualizado da causa, tendo como valor aproximado o importe
de R$ 5.046,99 (cinco mil e quarenta e seis reais e noventa e nove centavos).
XI- DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto e do que será provado nos autos, requer se digne Vossa
Excelência aos deferimentos de todos os pedidos da inicial:
1- Seja deferida a gratuidade de justiça para reclamante.
2- A condenação da Reclamada ao pagamento da diferença salarial enquanto a
reclamante substituiu sua superior, totalizando o importe de R$ 17.186,64 (dezessete
mil cento e oitenta e seis reais e sessenta e quatro centavos).
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3- A condenação da reclamada ao pagamento do adicional por acúmulo de função no
valor de 10% (dez por cento) sobre o seu salário durante todo o período laborado, no
importe de R$ 6.460,00.
4- A condenação da Reclamada pagamento de indenização por danos morais, no
montante de R$ 10.000,00 (dez mil reais),
5- A condenação da reclamada ao pagamento de honorários advocatícios no importe de
R$ 5.046,99.
6- Que sejam julgados procedentes os pedidos formulados nesta inicial e o pagamento
acrescido de juros e correção monetária em todos os valores relacionados nesta inicial,
nos termos do Enunciado da Súmula 381 do TST, bem como, seja a Reclamada
condenada ao pagamento das custas processuais;
XII- DOS REQUERIMENTOS FINAIS
a. A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos da Lei 1.060/50 c/c
Lei 7.115/83, conforme declaração em anexo;
b. A citação da Reclamada, para querendo apresentar a contestação da presente
Reclamação Trabalhista, sob pena de revelia e confissão quanto à matéria de fato;
c. Que a ré junte em audiência, além dos documentos que entender necessários,
contracheques salariais da Reclamante, livro de registro de empregados, comprovantes
de descontos realizados, comprovantes de pagamento sob pena de confissão.
XIII - DAS PROVAS
Protesta e requer provar o alegado por todos os meios de prova em direito
admitidos, tais como juntada de novos documentos, expedição de ofícios, depoimento
pessoal dos representantes legais da reclamada, sob pena de confissão (Enunciado 74 do
c. TST), oitiva de testemunhas e documentos novos (artigo 397 do CPC), bem como
qualquer outro meio que no curso e instrução do processo faça necessário.
Atribui à causa o valor de R$ 38.693,63 (trinta e oito mil novecentos e noventa e
três reais e sessenta e três centavos).
 
Nestes Termos,
Pede Deferimento.
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Niterói, 18 de janeiro de 2022.
ADVOGADO
OAB Nº
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