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RESUMO - KANT

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CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 1 
 
KANT 
1) Contextualização 
. Kant formará uma geração que ficou conhecida como a geração que revoluciona a 
Filosofia geral e também a Filosofia do Direito. 
. Se constituiu a partir dele o que se chama de Filosofia Moderna, justamente 
porque, a partir dele, se tem um conjunto de pensadores impulsionados pela 
Filosofia Kantiana, que passam a pensar as ações humanas a partir da referência da 
racionalidade, quer dizer, a partir da noção de que a premissa da reflexão e 
pensamento humano está na sua própria razão e não mais em elementos supra-
humanos. 
 . Isso já não existia nos contratualistas? Sim. Mas, os contratualistas estavam 
mais voltados em discutir o Estado, e não um estudo voltado a discutir as liberdades 
humanas, razão humana, questões filosóficas inclusive presentes desde os gregos. 
. É um filósofo que estrutura uma teoria: difícil se falar de teoria pois estamos 
falando de Filosofia, mas ele estrutura um sistema filosófico todo voltado a pensar 
a questão humana em suas várias faces. – Talvez por esse motivo, junto a Hegel, 
sejam considerados a base da Filosofia Moderna. 
. Nasceu e morreu numa cidade da Alemanha, uma vida que embora tardia foi 
sempre voltada ao estudo. 
. Um sujeito extremamente metódico, considerado até mesmo o relógio da cidade 
já que tinha toda uma rotina diária estruturada. – Isso se reflete no modo como ele 
pensa a sua Filosofia, um pensamento formalista, um pensamento que tenta explicar 
e justificar a moral humana a partir de formas, sobretudo a forma do Imperativo 
Categórico. 
. Kant inicia os seus escritos filosóficos muito tardiamente, ele tinha uma espécie de 
máxima que só depois dos 40 anos o homem seria maduro o suficiente para pensar 
e refletir. – Sua primeira obra, considerada o marco definitivo do jusnaturalismo 
racionalista, “A crítica da razão pura”, ele irá escrever em 1781, com 57 anos, o que 
para o tempo dele era um idoso, diante de uma expectativa baixa naquela época. 
. Todas outras obras kantianas escritas numa época dele bem mais maduro. 
. Recoloca a ideia da vontade humana voltada para o sujeito e não mais para o 
objeto. – Pensa o INDIVÍDUO dotado de razão. 
. Razão como algo da pessoa humana, do sujeito. 
. Uma filosofia que vinha sendo até então trabalhada em cima de paradigmas 
teológicos (por mais que já se tivessem os contratualistas, mas a igreja tinha força) 
 CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 2 
 
e que foi rompido por esse sistema filosófico de Kant todo voltado para pensar o 
homem como sujeito do conhecimento. 
. Homem como personagem central desse sistema filosófico. 
. Filosofia Kantiana ao redor desse homem como ser racional. 
2) Referenciais 
. Kant desenvolve seu sistema filosófico a partir, principalmente, de uma crítica aos 
dogmatistas e ao David Hume, um filósofo inglês. 
. O Dogmatismo vai ser objeto de crítica de Kant porque ele entende que não havia 
mais espaço para ideias pré-concebidas, fixas e de certa forma inatacáveis. 
 . Mais a frente, a que critique essa postura dele, afirmando ser o Imperativo 
Categórico também uma espécie de dogma. 
. David Hume era um filósofo inglês, que entre outras coisas tinha escrito obras que 
são entendidas como obras céticas, porque ele descreve a Filosofia como algo que 
trabalha em ciclos, há uma espécie de retroalimentação de ideias e que não 
produziria nada finalístico. Haveria um reposicionamento de ideias, uma 
repaginação de ideias, que o levava a crer na descrença da Filosofia. 
 . Kant diz que foi essa filosofia de Hume que movimentou ele a pensar um 
sistema filosófico e a refletir uma filosofia voltada ao indivíduo. 
. A base da filosofia kantiana é a RAZÃO HUMANA. E, a partir dessa sua razão, dotar 
a capacidade de interferir no mundo. 
3) Ética Kantiana – razão pura prática 
. Kant vai afirmar que existe uma razão que antecede a própria experiência, que é 
inata e carregamos como pessoas humanas. E, que toda discussão em torno das 
questões morais deve se centrar nessa “razão pura, que antecede a própria 
experiência. 
. Na sua visão, a razão humana não se define no modo como externalizo a minha 
ação, mas sim do modo como uso minha razão e isso se reflete na minha ação. 
. Exemplo: uma sala, onde um dos alunos levanta e deixa cair uma nota de 100,00 
reais no chão, e Natália pega e devolve. – Na concepção Kantiana eu agi de maneira 
moral não pelo ato de devolução, mas sim no fato de ao se deparar com a situação 
ela se dirigir a sua razão pura para o ato correto. 
. A definição de moral não se dá no plano a experiência. 
. A experiência é decorrência/consequência dessa razão pura anterior. 
. A razão pura que antecede a sensibilidade e a experiência. 
 CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 3 
 
. Razão Pura Prática x Razão Pura Teórica: 
 . Razão Pura Teórica seria dirigida a um fim. Enquanto que a Razão Pura Prática 
é dirigida a um fim, mas não externo ao homem e sim a sua própria razão. 
 . A moralidade está no foro íntimo, numa lei aprioristicamente definida, inerente 
à racionalidade humana universal. 
. A ação é consequência. 
. Pensar as questões morais apenas no plano da racionalidade, e tentar a partir de 
uma dimensão conceitual, isolar o campo da experiência. 
 . No contexto histórico que ele estava, isso foi fundamental para sepultar as 
relações entre Filosofia e religião. -Isolar uma visão de interferência religiosa. 
4) Imperativo Categórico 
. Kant se vale desse conceito para dar uma forma a racionalidade ou a essa tentativa de 
definição da racionalidade voltada para o bem. 
. Categoria conceitual a partir da qual ele define uma forma específica que deveria ser 
alcançada/seguida pelos sujeitos para a concretização desse ideal de moral humana. 
. Uma espécie de lei moral interior, que o indivíduo assume consigo com sua própria 
razão, que teria uma pretensão de garantir um critério universal igualitário para se 
discutir as questões da razão e da moral humana. 
 . Moral no plano da razão pura e a consequência está no plano da experiência. 
 . Necessário se estabelecer um critério para se discutir sobre isso de maneira 
equânime, o mesmo critério para todos os indivíduos, e universal, um autor 
jusnaturalista e suas concepções universalistas de reflexões e pensamentos. 
. Ele entendia com isso conseguir dar um formato para manusear os conceitos e 
reflexões e, também acreditava criar um conceito/categoria conceitual que permitia 
enxergar de maneira igualitária todos os indivíduos (que poderiam tomar o Imperativo 
Categórico como sua própria lei). 
 . Se você é um ser racional você está apto a assumir o Imperativo Categórico 
como sua própria lei. 
 . Conceito que não dependia de diferenças. 
. “Age só, segundo uma máxima tal, que possas querer, ao mesmo tempo, que se torne 
lei universal”. 
 . Traduzindo simplificadamente: sempre diante do momento de dirigir a minha 
razão pura, devo pensar que só irei praticar aquilo que eu possa querer que se torne lei 
universal e que, portanto, possa acontecer com relação a mim. – TENTATIVA de conduzir 
a racionalidade humana a assumir uma lei própria/interior, onde o homem fosse levado 
 CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 4 
 
a refletir se sua ação poderia se tornar lei universal, ou seja, poderia se voltar contra si 
próprio. 
 . o Imperativo Categórico é uma máxima que devia ser assumida por todo e 
qualquer indivíduo. 
. Kant ainda distingue esse Imperativo Categórico de Imperativo Hipotético. 
 . Imperativo Categórico funciona na razão pura porque é a noção da ação boa 
por ser boa – bondade pela bondade, e não ser assim para que os outros enxerguem 
assim. – AÇÃO BOA EM SI. 
 .Imperativo Hipotético já é uma ação boa como meio para alguma coisa – “Irei 
agir de uma determinada forma porque isso gera uma consequência específica”. 7 
. O Imperativo Categórico se desdobra em 3 outras máximas: 
 . Age como se a máxima da sua ação devesse ser erigida em lei universal. 
 . Age de forma que trate a humanidade, tanto na tua pessoa como na de outrem, 
sempre com um fim e não com um meio. – PRINCÍPIO DA HUMANIDADE, onde Kant traz 
essa noção do homem dever ser sempre tratado como fim e nunca como meio, pessoa 
humana como prioridade/fim útil – marco definitivo do jusnaturalismo racionalista, do 
antropocentrismo, da ruptura de Deus em primeiro lugar. – Bases para a dignidade da 
pessoa humana (recolocação do homem como fim primeiro). 
 . Age como se a máxima da tua ação devesse servir de lei para todos os seres 
racionais. 
. O sujeito moral em Kant faz o bem porque o toma como seu PRINCÍPIO MORAL 
INTERIOR, e não porque está motivado a um fim. 
. Kant fala ainda no conceito de “boa vontade” – não tem a ver com bondade (ideia 
pregada pela religião), mas sim com a ideia de uma vontade que é boa em si. Quando 
você diante da sua capacidade de uso da sua vontade, dirige essa vontade para o bem. 
5) Liberdade para Kant 
. Está diretamente associada à autonomia da vontade. O sujeito que é livre pode usar 
para seguir ou não conforme o imperativo categórico. 
 . Homem livre é aquele que tem autonomia para dirigir as suas escolhas – está 
na capacidade humana de agir ou não conforme o Imperativo Categórico. 
 . Liberdade formalista, porque atrela o conceito de liberdade ao conceito de 
imperativo categórico, colocando liberdade relacionada a autonomia. 
 . LIBERDADE= AUTONOMIA = SER ÉTICO DA VONTADE P/ AGIR CONFORME O 
IMPERATIVO CATEGÓRICO. 
 CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
NATÁLIA OLIVEIRA RODRIGUES 5 
 
 . Liberdade se concretiza desde quando há no indivíduo autonomia da vontade, 
quer dizer, capacidade de escolha. 
 . Complementa que no uso dessa autonomia estaria, portanto, a possibilidade 
do indivíduo de agir ou não conforme o Imperativo Categórico. 
 . Conectando com sua filosofia moral, o conceito de liberdade. 
6) Direito e Moral 
. Kant dando seguimento a essa questão da autonomia, distingue a moral do direito, ao 
indicar a moral como tudo aquilo que é fruto/resultado da autonomia, do dever pelo 
dever. 
. Na moral está aquilo que é a escolha que faço espontaneamente independente de 
condicionantes externos. – Indivíduo para com sua própria condição existencial. 
. Enquanto que o direito é relacionado a um agir por fator externo, não somente pela 
lei, mas pelo temor da sanção. 
. HETERONORMATIVIDADE do Direito – é uma normatividade do diferente para o 
indivíduo. Quem seria o diferente nesse caso? O Estado. 
. Conceito essencial para a compreensão das concepções positivistas do Direito. 
 . Os positivistas, principalmente Kelsen (kantiano até a alma – o próprio conceito 
de norma hipotética fundamental é uma espécie de imperativo categórico do direito), 
bebem nessa noção de uma moral autônoma e um direito heterônomo. 
 . No campo da moral está tudo que resulta do exercício autônomo da vontade. 
 . Enquanto no Direito está tudo aquilo que é reflexo do exercício heterônomo da 
vontade, ou seja, a vontade condicionada por uma obrigação determinada do Estado. – 
Não pago o imposto porque acho ser o certo, mas porque se eu não pagar, o estado vai 
me acionar, etc. 
. Kant ainda vai dizer que o Direito é uma forma universal de coexistência de arbítrio dos 
simples. A liberdade que era natural, passa a estar limitada pela necessidade de 
coexistência de outras. 
 . O Direito é um instrumento necessário para a convivência de liberdades. 
 . Liberdade que antes era natural, passa a estar agora limitada pela necessidade 
de coexistência com outros. 
 . Instrumento necessário para convivermos com os outros. 
 . Para que minha autonomia da vontade coincida com a autonomia da vontade 
do outro é preciso que haja algum instrumento que possibilite essa coexistência de 
arbítrios. 
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. Kant também faz uma diferenciação entre Direito Natural e Direito Positivo: 
 . Direito natural: a própria razão pura, a obrigatoriedade a priori, que não está 
no plano da experiência, mas sim no compromisso do indivíduo para consigo. – Aquilo 
que nós carregamos a partir da própria condição humana, do fato de sermos seres 
humanos dotados de racionalidade já trazemos conosco uma noção de dever a priori 
independente do que faz parte do mundo externo. 
 . Direito positivo: relacionada/resultante da vontade do legislador (não ao 
sujeito); direito positivo como algo necessário a preservação da paz (pacificidade do 
convívio); Estado é o instrumento para realização dos direitos. 
 
7) Direito Internacional e paz 
. Trabalha a questão da paz universal. 
. Direito como instrumento necessário a manutenção da paz universal. 
 . Europa em plena transformação, no olho da turbulência, e isso representava a 
existência de uma série de conflitos, menores do que as guerras, mas que marcaram os 
povos daquele período e mudanças importantes da geografia política do continente 
europeu. Então, é natural que a filosofia dessa época se volte a pensar a questão da paz, 
como espécie de horizonte necessário. 
. Cosmopolitismo como Imperativo da Razão para a ordem internacional. 
 . Nós devemos pensar estados cosmopolitas, para pensar como uma espécie de 
Imperativo da Razão na ordem internacional. 
 . Estado cosmopolita: que pensa a convivência não só entre estados, mas entre 
povos. - Um direito para além das nações, um direito dos povos. – Isso, inclusive, é 
apontado por Habermas como um dos elementos inovadores da filosofia kantiana, 
porque se antecipa bastante em relação aos filósofos para discutir esse conceito de 
estado cosmopolita. 
 . Cosmopolitismo como uma espécie de regra. 
 
 
 
 
 
 
 
 CADERNO FILOSOFIA DO DIREITO – FBDG – 2020.1 – CLÁUDIA ALBAGLI 
 
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