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Página 1 de 5 2º ANO – FILOSOFIA – CAP. 04 – MUDANÇA NO PANORAMA ÉTICO DA MODERNIDADE: KANT PARTE 2 – TEORIA DOS IMPERATIVOS 1. (Uepg-pss 2 2019) Em relação às teorias éticas, assinale o que for correto. 01) A filosofia moral de Aristóteles remete à eudemonia. 02) A reflexão ética grega estava atrelada à política. 04) A filosofia moral de Aristóteles é uma eudemonia, pois se refere ao prazer como início e o fim de uma vida feliz e perfeita. 08) Na ética kantiana, o imperativo categórico é incondicional e está enraizado na razão. 2. (Unioeste 2017) Na obra Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant apresenta uma formulação do imperativo categórico: “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”. KANT, Immanuel. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Abril Cultural, 1980. p. 129 Em relação ao pensamento de Kant, é CORRETO afirmar. a) O propósito do imperativo categórico é o de permitir que o indivíduo decida suas ações sem que tenha que se preocupar com os demais. b) O imperativo categórico tem por objetivo desfazer o conflito entre a providência divina, relacionada à cidade de Deus, e o espaço terreno. c) O imperativo categórico vincula a conduta moral a uma norma universal. d) Para Kant, não é possível que o indivíduo constitua um fim em si mesmo. Por isso mesmo, ele precisa espelhar-se na ação dos demais para a sua ação. e) O imperativo categórico corresponde à condição do estado de natureza, que é anterior à instituição do Estado civil. 3. (Unesp 2017) É esse o sentido da famosa formulação do filósofo Kant sobre o imperativo categórico: “Aja unicamente de acordo com uma máxima tal que você possa querer que ela se torne uma lei universal”. Isso é agir de acordo com a humanidade, em vez de agir conforme o seu “euzinho querido”, e obedecer à razão em vez de obedecer às suas tendências ou aos seus interesses. Uma ação só é boa se o princípio a que se submete (sua “máxima”) puder valer, de direito, para todos: agir moralmente é agir de tal modo que você possa desejar, sem contradição, que todo indivíduo se submeta aos mesmos princípios que você. Não é porque Deus existe que devo agir bem; é porque devo agir bem que posso necessitar – não para ser virtuoso, mas para escapar do desespero – de crer em Deus. Mesmo se Deus não existir, mesmo se não houver nada depois da morte, isso não dispensará você de cumprir com o seu dever, em outras palavras, de agir humanamente. André Comte-Sponville. Apresentação da filosofia, 2002. Adaptado. O conceito filosófico de imperativo categórico é baseado no relativismo ou na universalidade moral? Justifique sua resposta. Explique o motivo pelo qual a ética kantiana dispensa justificativas de caráter religioso. 4. (Uel 2014) Leia o texto a seguir. Kant, mesmo que restrito à cidade de Königsberg, acompanhou os desdobramentos das Revoluções Americana e Francesa e foi levado a refletir sobre as convulsões da história mundial. Às incertezas da Europa plebeia, individualista e provinciana, contrapôs algumas certezas da razão capazes de restabelecer, ao menos no pensamento, a sociabilidade e a paz entre as nações com vista à constituição de uma federação de povos – sociedade cosmopolita. (Adaptado de: ANDRADE, R. C. “Kant: a liberdade, o indivíduo e a república”. In: WEFORT, F. C. (Org.). Clássicos da política. v.2. São Paulo: Ática, 2003. p.49-50.) Página 2 de 5 Com base nos conhecimentos sobre a Filosofia Política de Kant, assinale a alternativa correta. a) A incapacidade dos súditos de distinguir o útil do prejudicial torna imperativo um governo paternal para indicar a felicidade. b) É chamado cidadão aquele que habita a cidade, sendo considerados cidadãos ativos também as mulheres e os empregados. c) No Estado, há uma igualdade irrestrita entre os membros da comunidade e o chefe de Estado. d) Os súditos de um Estado Civil devem possuir igualdade de ação em conformidade com a lei universal da liberdade. e) Os súditos estão autorizados a transformar em violência o descontentamento e a oposição ao poder legislativo supremo. 5. (Uel 2013) Leia a tirinha e o texto a seguir. A visão de Kant sobre o Iluminismo articula-se com sua filosofia moral da seguinte forma: o propósito iluminista é abandonar a menoridade intelectual para se pensar autonomamente. Além disso, pensar por si mesmo não significa a rigor ceder aos desejos particulares. Portanto, o iluminista não defende uma anarquia de princípios e de ação; trata-se, sim, de elevar a moral ao nível da razão, como uma legisladora universal que decide sobre máximas que se aplicam a todos indistintamente. (BORGES, M. L.; DALL´AGNOL, D.; DUTRA, D. V. Ética. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. p.22- 23.) a) De acordo com a filosofia moral kantiana, explique a diferenciação entre autonomia e heteronomia. b) Explicite o significado do imperativo categórico de Kant e o relacione com a tirinha. 6. (Ufu 2013) Autonomia da vontade é aquela sua propriedade graças à qual ela é para si mesma a sua lei (independentemente da natureza dos objetos do querer). O princípio da Página 3 de 5 autonomia é, portanto: não escolher senão de modo a que as máximas da escolha estejam incluídas simultaneamente, no querer mesmo, como lei universal. KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Paulo Quintela. Lisboa: Edições 70, 1986, p. 85. De acordo com a doutrina ética de Kant: a) O Imperativo Categórico não se relaciona com a matéria da ação e com o que deve resultar dela, mas com a forma e o princípio de que ela mesma deriva. b) O Imperativo Categórico é um cânone que nos leva a agir por inclinação, vale dizer, tendo por objetivo a satisfação de paixões subjetivas. c) Inclinação é a independência da faculdade de apetição das sensações, que representa aspectos objetivos baseados em um julgamento universal. d) A boa vontade deve ser utilizada para satisfazer os desejos pessoais do homem. Trata-se de fundamento determinante do agir, para a satisfação das inclinações. 7. (Unioeste 2012) “Como toda lei prática representa uma ação possível como boa e por isso como necessária para um sujeito praticamente determinável pela razão, todos os imperativos são fórmulas da determinação da ação que é necessária segundo o princípio de uma vontade boa de qualquer maneira. No caso da ação ser apenas boa como meio para qualquer outra coisa, o imperativo é hipotético; se a ação é representada como boa em si, por conseguinte, como necessária numa vontade em si conforme à razão como princípio dessa vontade, então o imperativo é categórico”. Kant Considerando o pensamento ético de Kant e o texto acima, é correto afirmar que a) o imperativo hipotético representa a necessidade prática de uma ação como subjetivamente necessária para um ser determinável pelas inclinações. b) o imperativo categórico representa a necessidade prática de uma ação como meio para se atingir um fim possível ou real. c) os imperativos (hipotético e categórico) são fórmulas de determinação necessária, segundo o princípio de uma vontade que é boa em si mesma. d) o imperativo categórico representa a ação como boa em si mesma e como necessária para uma vontade em si conforme a razão. e) o imperativo hipotético declara a ação como objetivamente necessária independentemente de qualquer intenção ou finalidade da ação. 8. (Uel 2011) Leia o texto a seguir. Na Primeira Secção da Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Kant analisa dois conceitos fundamentais de sua teoria moral: o conceito de vontade boa e o de imperativo categórico. Esses dois conceitos traduzem as duas condições básicas do dever: o seu aspecto objetivo, a lei moral, e o seu aspecto subjetivo, o acatamento da lei pela subjetividade livre, comocondição necessária e suficiente da ação. (DUTRA, D. V. Kant e Habermas: a reformulação discursiva da moral kantiana. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2002. p. 29.) Com base no texto e nos conhecimentos sobre a teoria moral kantiana, é correto afirmar: a) A vontade boa, enquanto condição do dever, consiste em respeitar a lei moral, tendo como motivo da ação a simples conformidade à lei. b) O imperativo categórico incorre na contingência de um querer arbitrário cuja intencionalidade determina subjetivamente o valor moral da ação. c) Para que possa ser qualificada do ponto de vista moral, uma ação deve ter como condição necessária e suficiente uma vontade condicionada por interesses e inclinações sensíveis. d) A razão é capaz de guiar a vontade como meio para a satisfação de todas as necessidades e assim realizar seu verdadeiro destino prático: a felicidade. e) A razão, quando se torna livre das condições subjetivas que a coagem, é, em si, necessariamente conforme a vontade e somente por ela suficientemente determinada. Página 4 de 5 Gabarito: Resposta da questão 1: 01 + 02 + 08 = 11. Ao pensar as principais teorias éticas na perspectiva filosófica, o aluno deve identificar que, na ética aristotélica, a moral e a ética se relacionavam à eudemonia, que seria a finalidade de todas as ações humanas e se referia à ideia da justa medida como caminho para o bem viver. A eudemonia, portanto, estava diretamente ligada à conduta dos indivíduos. Na Grécia Antiga, a reflexão filosófica tinha fortes relações com a vida política, haja vista que a gestão e a participação na vida coletiva eram elementos centrais no cotidiano dos indivíduos, o que se refletia na produção intelectual. Já na ética kantiana, a conduta moral dos indivíduos está atrelada ao uso autônomo da razão, fundamento principal da ética. A ética proposta por Kant é formalista, sendo o imperativo categórico a base do comportamento moral. Diante dessas considerações, apenas os itens [01], [02] e [08] apresentam afirmações corretas. Resposta da questão 2: [C] A filosofia moral formulada por Kant se fundamenta na razão humana e no imperativo categórico, segundo o qual a ação moral tem fim e valor em si mesma e é uma norma universal. A partir dessas considerações e do trecho “Age apenas segundo uma máxima tal que possas ao mesmo tempo querer que ela se torne lei universal”, o aluno deve identificar a alternativa [C] como correta. Resposta da questão 3: O imperativo categórico kantiano se baseia na universalidade moral, haja vista que concebe como ação moral aquela que pode valer como lei universal, constituindo um dever que seria fundamentado em uma razão também universal. A ética kantiana dispensa justificativas de caráter religioso pois, para Kant, a moral possui fim em si mesma, ou seja, a ação moral justifica a si mesma pelo fato de ser moral, não necessitando de nenhuma outra justificativa e sendo uma ação por dever. Resposta da questão 4: [D] Kant foi um Iluminista que, influenciado por Hume, Newton e Rousseau, confiou na capacidade do homem de se aperfeiçoar e se tornar autônomo. O seu cosmopolitismo, seguindo essa confiança, observava e pensava a história universal a partir do ponto de vista universal, isto é, a partir daquilo que pudesse beneficiar a todos, sem exceção. Apesar de haver um irracionalismo estampado na nossa história, o filósofo tomava como possível desvendar os motivos fundamentais que determinavam o bem e o mal e, partindo disso, construir através do aperfeiçoamento humano uma constituição política boa. Resposta da questão 5: a) Enquanto a autonomia refere-se à capacidade de autodeterminação da vontade com o propósito de realizar uma ação a partir de um princípio racional, isto é, somente determinado pela imposição do dever de cumprir aquilo que foi previamente designado pela razão, a heteronomia refere-se a ações realizadas sob a influência de elementos externos à própria razão. Trata-se de casos em que a determinação da vontade humana se dá mediante influência externa à própria razão, como o cumprimento de mandamentos divinos, ou o impulso na direção de um desejo supérfluo, ou o contexto degradante como no caso da tirinha, etc. b) O imperativo categórico é um procedimento formal segundo o qual pela própria razão se disporia das condições de discriminação de quais máximas subjetivas são universalizáveis, isto é, quais se enquadrariam em uma possível legislação universal. No caso da tirinha, o Imperativo Categórico é demonstrado na medida em que o personagem, diante de um conflito de ação, pondera o valor desta sua ação através do imperativo de que ela será necessária se, e somente se, puder ser universalizada. Página 5 de 5 Resposta da questão 6: [A] Em terminologia kantiana, a boa vontade é aquela cujo voluntarismo é totalmente determinado por demandas morais ou, como o filósofo normalmente se refere a isso, pela Lei Moral. Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar, a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra contingente e circunstancial como fundamento da ação – ou um imperativo categórico – uma regra necessária e universal como fundamento da ação. Como uma Lei Moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial, a moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de um indivíduo, ou seja, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária e universal, ela exige um imperativo categórico. Resposta da questão 7: [D] Kant distingue dois tipos de lei produzidos pela razão. Dado certo fim que nós gostaríamos de alcançar a razão pode proporcionar um imperativo hipotético – uma regra contingente para a ação alcançar esse fim. Um imperativo hipotético diz, por exemplo: se alguém deseja comprar um carro novo, então se deve previamente considerar quais tipos de carros estão disponíveis para compra. Mas Kant objeta que a concepção de uma lei moral não pode ser meramente hipotética, pois uma ação moral não pode ser fundada sobre um propósito circunstancial. A moralidade exige uma afirmação incondicional do dever de um indivíduo, a moralidade exige uma regra para ação que seja necessária, a moralidade exige um imperativo categórico. Resposta da questão 8: [A] O agir moral em Kant se funda exclusivamente na razão. A lei moral que a razão descobre é universal, pois não se trata de descoberta subjetiva, mas do ser humano enquanto ser racional, pois é necessária, uma vez que preserva a dignidade dos homens.
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